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Diagnóstico por imagem

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FESO
Medicina Veterinária
Diagnóstico por Imagem
(2004)
Índice
Radiologia										pág. 03
Ultra-sonografia									pág. 05
	Ultra-sonografia abdominal							pág. 09
		Pâncreas									pág. 14
		Fígado									pág. 15
		Adrenais									pág. 17
Radiologia do tórax								pág. 18
	Radiologia do sistema cardiovascular					pág. 19
Ecocardiografia veterinária							pág. 23
Ultra-sonografia dos olhos							pág. 24
Proteção radiográfica								pág. 26
Lesões diagnosticadas por raios X (fraturas)					pág. 27
Radiologia do sistema respiratório						pág. 29
Radiologia do crânio								pág. 31
Articulações										pág. 31
Radiologia do sistema digestivo							pág. 32
Ultra-sonografia – Ginecologia e obstetrícia					pág. 34
Ultra-sonografia – Andrologia							pág. 36
Radiologia do sistema urinário							pág. 43
Radiologia
A radiação é a emissão de energia através do espaço e da matéria.
A imagem radiológica é formada dentro de um tubo, que tem como função formar uma imagem a partir dos raios X. Os elétrons saem do cátodo, com o uso de um acelerador, e seguem em direção ao ânodo (em linha reta) e dele saem pela janela de boríleo em direção ao animal.
O que determina se o raio X irá ou não atravessar o material é a densidade deste material. Por exemplo: o osso é muito denso, absorvendo muitos raios X, deixando passar menos. Já o gás é pouco denso, permitindo muita passagem de raios.
Os raios que atravessam a matéria serão detidos por uma superfície absorvente, que é um material fotossensível (filme), formando a imagem radiográfica. O feixe de raios X que emerge do corpo, por passar por diferentes densidades (pois cada raio passou por um tipo diferente de tecido) forma um padrão invisível de diferentes intensidades de raios, sendo chamado de imagem aérea. Após a impressão da imagem do filme radiográfico, este passa por um processo de revelação para converter a imagem aérea em uma figura visível. No filme, quanto mais enegrecida for a região, menor é sua densidade (ex: gases) e quanto mais branca, maior sua densidade (ex: ossos).
Características dos raios X
atravessam corpos opacos à luz;
provocam fluorescência em certos materiais;
a radiopacidade dos corpos é proporcional à sua densidade e a sua espessura;
impressionam filmes fotográficos;
são invisíveis;
não são refratários, nem reflexíveis, nem podem ser focalizados por lentes;
propagam-se em linha reta.
Fatores de exposição
Quilovoltagem – Kv (capacidade de penetração dos raios X no tecido)
Miliamperagem – MAS (tempo de exposição aos raios X – por segundo)
Fatores de qualidade da imagem radiográfica
Densidade radiográfica – grau de enegrecimento (controlado pela MAS);
Contraste radiográfico – variação de densidade (controlada pelo Kv);
Detalhe radiográfico – nitidez da imagem (definição);
Distorção da imagem – distância foco-filme e distância objeto-filme.
Dependendo da distância do foco para o filme, ou do objeto para o filme, pode ocorrer distorção da imagem, originando uma imagem irreal do objeto. Quando o animal se move pode ocasionar essa distorção.
Contraste
Quando menos denso o objeto, maior a penetração dos raios e mais preto aparece na imagem radiográfica (no filme). Quando mais denso, menor a penetração e mais branco se mostra no filme radiográfico. Toda variação de cor no filme radiográfico segue escalas de cinza, variando do preto ao branco, traduzindo a densidade do tecido sob análise.
	Objeto
	Densidade
	Penetração
	Cor
	Gás
	Pouquíssima
	Altíssima
	Preto
	Gordura
	Pouca
	Alta
	Cinza escuro
	Água
	Razoável
	Média
	Cinza
	Tecidos moles
	Média
	Razoável
	Cinza claro
	Osso
	Alta
	Baixa
	Branco
	Metal
	Altíssima
	Baixíssima
	Branco
Filme
O filme radiográfico é colocado entre duas lâminas de écrans intensificadores (tornam-se fluorescentes ao sofrerem incidência de raios X) que emanam raios de luz sobre o filme, ao incidirem sobre eles os raios X. O filme radiográfico é muito mais sensível à luz que aos raios X. Usa-se esse artifício para que a exposição aos raios X seja menor (pois sem os écrans, seria necessário um maior tempo de exposição aos raios para sensibilizar o filme), ou seja, forma-se a imagem no filme de maneira muito mais rápida e sensível. Esse conjunto écran-filme-écran é mantido agrupado dentro de um dispositivo à prova de luz (para protegê-lo durante o transporte de um local ao outro) chamado Chassis. Dessa forma reduz-se a exposição do paciente aos raios X sem perder a qualidade da imagem radiográfica, já que a pouca sensibilidade do filme aos raios é compensada pelo brilho luminoso dos écrans.
O processo de revelação é feito em quatro etapas: revelação, fixação, lavagem e secagem. Geralmente é feita por máquinas automáticas, mas também pode ser feita manualmente.
A revelação do filme é a fase crítica, pois é uma fase onde a incidência de raios luminosos pode sensibilizar o filme. Por isso é feita em quarto escuro. É a etapa em que se estabelece a diferença entre as áreas do filme que foram expostas à luz e as que não foram. Consegue-se um bom resultado com o adequado balanço entre a temperatura do revelador e o tempo de imersão do filme neste revelador (temperatura entre 33,5 e 36ºC).
A fixação determina a durabilidade da radiografia. Consiste na retirada dos sais de prata não sensibilizados pelos raios X, ou seja, retirada da emulsão que não foi impressionada na etapa anterior.
A lavagem é feita em água corrente, para remover todo o fixador. Deve ser realizada de forma correta, para que ocorra uma boa secagem do filme na etapa seguinte.
A secagem precisa de muita paciência. Uma má secagem leva a defeitos na imagem. Consiste na eliminação de qualquer umidade sobre a película já pronta.
Ultra-sonografia
A ultra-sonografia surgiu a partir do sistema sonar, desenvolvido em 1912 e utilizado para busca do Titanic. Na segunda guerra mundial a tecnologia do sonar foi utilizada por Hitler em submarinos. Na medicina veterinária só foi usado na década de 70.
A ultra-sonografia não substitui outras modalidades diagnósticas, mas vem a complementar. Por exemplo: em uma cadela com leucocitose faz-se a ultra-sonografia para localizar a causa da infecção, ou seja, em que órgão se localiza (hemograma + ultra-sonografia). A ultra-sonografia não evita a necessidade de outros exames.
Bases físicas
É um condutor de ondas, transforma energia elétrica em energia mecânica, através de cristais que vibram produzindo ondas sonoras. O som atravessa estruturas e encontra superfícies que refletem essas ondas em diferentes intensidades as quais damos o nome de ECO. Quanto mais eco, mais branco aparece na imagem. Quanto menos eco, mais preto se mostra.
Branco – muito eco – hiperecóico.
Preto – pouco eco – anecóico.
Formação da imagem
A propriedade da onda sonora é atravessar barreiras e emitir ecos de volta.
Impedância acústica e atenuação da onda – na superfície de contato (do aparelho com pele) é mais intensa e no fundo (da cavidade examinada) menos intensa, pois a onda sonora vai perdendo intensidade conforme se propaga.
Resolução axial e lateral – os aparelhos mais antigos não possuíam alta resolução, portanto não permitiam visualizar estruturas diferentes.
Ecogenicidade e ecotextura – capacidade que determinada estrutura possui de mandar luz (som) de volta.
Artefatos de técnica
Reverberação – vibração e propagação de uma onda, após encontrar um objeto no caminho (sólido ou gás).
Cauda de cometa – geralmente é causada por gás. Cria-se na imagem uma “cauda”, após o objeto.
Sombra acústica – causada pelo bloqueio da passagem da onda, ficando uma sombra preta abaixo do objeto que bloqueou a passagem.
Far enhancement – ocorre quando o som propaga-se pelo líquido, o que não causa impedância acústica, pois o som propaga-se com a mesma intensidade, gerando uma imagem bem mais clara que o normal, dandoimpressão de fibrose. Por exemplo: quando o animal tem ascite.
Imagem de espelho – quando a imagem de um órgão se reflete. É comum o diafragma funcionar como espelho.
Transdutores
Quanto maior for a freqüência, menor a capacidade de penetração.
Setorial
Linear
10 MHz: usado para ultra-sonografia de olho.
3,5/5 MHz: usado para cães grandes.
5/7,5 MHz: usado em clínica de pequenos animais.
3,5/5/7,5 MHz: usado em clínica de grandes animais.
7,5 MHz: pode ser usado para olho de grandes animais.
OBS: MHz = megahertz.
Controles do aparelho
O aparelho de ultra-sonografia é composto por uma tela que reproduz a imagem e possui os seguintes controles: contraste, brilho, profundidade, ganho e zoom.
O ganho prolonga o comprimento da onda.
A profundidade é diferente de zoom, pois leva a imagem mais “para baixo” (mais profundamente) sem alterar a nitidez. Geralmente o zoom (nos aparelhos portáteis) acaba piorando a imagem, distorcendo, pois ao invés de multiplicar os grãos da imagem, aumenta o tamanho destes grãos.
Ultra-sonografia abdominal
Proporciona uma abordagem interna da cavidade abdominal.
Semiologia
Alguns conhecimentos são muito importantes para a análise correta e o diagnóstico da imagem.
Localização e relações anatômicas normais dos órgãos.
Ecogenicidade e suas variações: animais mais velhos possuem órgãos mais ecogênicos.
Arquitetura do parênquima dos órgãos.
Geometria: forma e tamanho dos órgãos.
Ecogenicidade
Está ligada a densidade do órgão.
Anecóico – não produz eco. Aparece preto na imagem. Ex: fluidos.
Hipoecóico – produz pouco eco. Aparece acinzentado na imagem. Ex: rim.
Hiperecóico – produz muito eco. Aparece branco na imagem.
Isoecóico – possui ecogenicidade semelhante ao que está sendo comparado.
O baço é ecogênico.
O fígado é isoecóico ao córtex renal (que é hipoecóico).
O rim é menos ecogênico (hipoecóico).
Técnicas para exame
Contenção do paciente – animal estressado faz aerofagia (engole ar) dificultando o exame.
Posição do paciente – de acordo com o órgão a ser examinado e visando o conforto do paciente.
Posição do examinador – de acordo com o que ficar mais confortável para o examinador.
Preparo do paciente – jejum, enema (esvaziamento das alças intestinais), luftal (remoção de gases).
Escolha do transdutor – bom senso, adequando o transdutor ao exame a ser feito.
Mesa de exame – para colocar o animal a ser examinado.
Sala escura – para facilitar a visualização da imagem.
Métodos do exame
Tricotomia ampla em pequenos animais (em grandes não é necessário);
Gel (bastante) no local que será examinado;
Escolha do transdutor (de acordo com o órgão a ser examinado e com o animal);
Examinar toda a cavidade e não só o órgão em questão;
Ajustar ganho para cada órgão examinado;
Posição e pressão do transdutor – os conhecimentos anatômicos são fundamentais para saber que órgão está sendo examinado (através da posição do transdutor no abdome do animal);
Não perder contato com a pele;
Dois cortes (congelamento de imagem) para cada estrutura;
Não olhar só para a tela (para localizar o órgão pela posição do transdutor no abdome do animal);
Variar o decúbito se necessário;
Tempo de exame (± 15 a 30 minutos);
Medição e fotos – para mostrar ao proprietário, pois o diagnóstico envolve todo o exame;
Limpeza do paciente e do equipamento após o exame.
Interpretação da imagem
Depende muito de quem faz o exame. É necessário conhecimentos sobre:
Anatomia e semiologia.
Variação entre espécies, raças e idades.
Identificar quando um órgão está normal ou anormal.
Correlação clínica-laboratorial (analisar a imagem e correlacioná-la com as suspeitas clínicas e com os outros exames complementares).
Nem sempre a ultra-sonografia é diagnóstica.
Falhas comuns
Induzida pela história clínica e sintomas (é comum o proprietário não contar a verdade, portanto não seja induzido pela história contada).
Desconhecimento do normal.
Mensurações anatômicas.
Inexperiência do operador.
Erro do ajuste do aparelho.
Transdutor inadequado.
Pressa na interpretação e no exame.
Cuidados
Doenças são dinâmicas. O órgão estar normal não significa que não haja patologia (o normal não exclui o patológico).
Lesões não obedecem a uma ordem para aparecer (podendo aparecer primeiro em um órgão ao invés de em outro, que seria mais comum).
Animais podem apresentar mais de uma doença.
As lesões podem ser antigas ou recentes. Não há como precisar através da ultra-sonografia.
Não é possível medir a função dos órgãos, exceto das al;cãs intestinais (pelos movimentos peristálticos) e do coração (ecocardiograma).
Muitas vezes pode-se diagnosticar a severidade da doença, pelo comprometimento do órgão.
Não há como prever a reversibilidade do quadro.
Indicações
Efusão: (ascite) o raio X precisa de 6ml/kg para detectar e a ultra de 2-4ml/kg.
Caracterizar o tipo de fluido (transudato/exudato).
Avaliar órgãos associados.
Indica outros exames pelo tipo de fluido.
Hemorragia em pacientes poli-traumatizados e pós cirúrgicos.
Observações
Onde procurar fluidos (parede da bexiga e próximo aos rins).
Como caracterizar fluidos:
Pus e ascite – anecóico.
Fluído heterogênico (com sangue) – pontinhos brancos (celularidade).
Alterações na ecogenicidade dos órgãos – o líquido leva a Far enhancement.
Não confundir útero com cólon descendente repleto de fluido – pode-se achar que é piometra.
Pseudo falha de parede vesical – se a bexiga está é porque não está rompida e o som passa tangenciando a víscera, podendo não detectar um lado da parede.
Grandes estruturas císticas.
Fluido subcutâneo – entre a pele e a musculatura do abdome há fluído subcutâneo, visualiza-se anecóico.
Massas abdominais
Não fazer muita pressão à palpação.
Não puncionar cegamente – guiar-se pelo ultra-som.
Exame radiográfico obrigatório – para saber onde se inicia e onde termina a massa, identificar se está deslocando algum órgão.
Objetivos do ultra-som
Localizar origem do problema (o raio X também).
Determinar urgência de laparotomia (abertura do abdome) exploratória.
Determinar estrutura (se cavitária ou sólida) – se for cavitária é anecóica (tumor, cisto, abscesso) e se for sólida causa alteração de ecogenicidade no parênquima do órgão.
Localizar fluido livre.
Trato gastrintestinal
Estômago e intestino delgado – muito estudados.
Intestino grosso – pouco descrito.
Limitações:
Ar/conteúdo intestinal
Corpo estranho radiopaco – ideal o raio X
Transparente – trânsito gastrintestinal – raio X com contraste
 Localização de segmentos
Nem sempre há sinais nítidos de obstrução.
Possui 3 a 5 camadas.
Espessura:
5mm (paredes do estômago) – faz-se o exame por dentro (endoscopia), pois a ultra não é eficiente para analisar o estômago.
6-7mm (alças intestinais).
Motilidade – ± 6 movimentos peristálticos por minuto.
Contribuição diagnóstica:
Intussuscepção – imagem de um alvo.
Obstrução:
Obstrução segmentar (parcial) – é bem detectada na ultra.
Obstrução generalizada – o ideal é fazer um raio X pelo aumento do acúmulo de gás.
Massas – nem sempre se detecta. O ideal é estar em jejum de 12h e enema.
Gastrite e úlceras – endoscopia.
OBS: Se detectar intussuscepção (uma porção da alça intestinal engloba a alça adjacente) é indicativo de cirurgia imediata, se não o animal irá a óbito.
A obstrução pode ser causada por diversos motivos, como neoplasias, redução cicatricial, corpos estranhos, torção, fecalólitos, etc.
Detecta-se pela alteração nos movimentos peristálticos:
Pâncreas
O ultra-som não é eficiente, o ideal é pedir exame de sangue. Sua localização varia de acordo com a espécie animal. Deve-se fazer jejum completo antes do exame. Cinco minutos antes do exame deve-se administrar água ao animal para auxiliar no exame (serve de janela acústica, já que o órgão passa por trás do estômago).
Não temcontorno definido sendo difícil de detectar.
Em suspeita de doença aguda faz-se o ultra-som, mas o animal sente muita dor ao toque no abdome.
Possui uma falha de 70%.
Afecções:
Insuficiência.
Diabetes.
Pancreatite aguda.
Pancreatite crônica.
Neoplasias.
Abscessos – tendem a aumentar o tamanho do órgão (massa anecóica).
Baço
Indicações: suspeita de massa, esplenomegalia, líquido abdominal (quando se suspeita de extravasamento de líquido ou até mesmo ruptura), metástases.
Técnica
Abdômen lateral esquerdo (pouca pressão).
Verificar tamanho e contorno – prestar muita atenção com relação a esse parâmetro.
Parênquima – mais ecogênico que rim e fígado.
Vascularização – facilmente reconhecida (mais anecóico).
Principais afecções
Esplenomegalia difusa – em locais de altitude (região serrana) se desconfia de aumento de plaquetas, pois estes locais são endêmicos para erlichiose e babesiose.
Linfossarcoma (áreas hipoecóicas) – a lesão parece “olho de boi” – consegue-se visualizar facilmente.
Hemangiossarcoma (cavitações anecóicas) – se assemelha a um queijo suíço.
Cistos, hematomas e abscessos – todos esses apresentam o mesmo tipo de imagem. Se puncionar os cistos com pressão pode ocorrer derrame levando a peritonite.
Infarto (achados acidentais) – a cauda do baço fica mais hipoecóica (não tem importância, pois não causa prejuízo para o animal, é apenas um achado).
Metástases – área circular ecogênica, difusa ou focal.
Fígado
É um órgão complicado de se visualizar, mesmo quando normal (sem alteração) não exclui o patológico.
Indicações
Neoplasias altamente metastáticas.
Ascite/Icterícia/Hepatomegalia – a ascite pode ser de origem hepática ou cardíaca e o ultra-som ajuda a diferenciar.
Dosagem ALT/FA – o ultra-som pode indicar se há lesão de parênquima.
Pesquisa de metástase.
Limitações: baixa especificidade. Achados normais não excluem hepatopatia (hepatite infecciosa, leptospirose, hepatite tóxica), depende de biópsia. Se desconfiar de leptospirose deve-se fazer sorologia. O fígado pode estar normal e não ajudar no diagnóstico.
Técnica
Usar estômago como janela acústica (10ml/Kg) – o ideal é estar com líquido para auxiliar a visualização.
Abordar abdômen e intercostal lateral.
Anatomia – verificar sempre a anatomia.
Veia porta (parede ecogênica) / veias hepáticas (parede não visualizada).
Duodeno/Estômago/Diafragma – são delimitados de acordo com o ultra-som.
Obs: Diferença de ecogenicidade: o fígado é mais preto, o baço é mais cinza.
Na biópsia hepática sugere que o animal esteja totalmente anestesiado e depois de retirar um pedaço do fígado deve-se monitorá-lo por duas horas, pois corre o risco de hemorragia.
Parênquima
Ecogenicidade semelhante ao córtex renal.
Tamanho/contorno – sempre visualizar esses parâmetros.
Vascularização – fácil de identificar (possui limitações).
Vias biliares (usualmente não observadas).
Obs: em um Beagle idoso, percebeu algo que não sabia o que era, quando foi feita a laparotomia observou-se a ruptura de vesícula biliar.
Aumento difuso da ecogenicidade
Fibrose/cirrose (hepatopatias crônicas) – o fígado se apresenta muito ecogêncio, coberto com tecido fibroso.
Lipidose hepática – grande e ecogêncio.
Hepatopatias (Diabetes/Esteróides/Fenobarbital) – todos estes processos ocorrem por muito tempo. O fígado pode se apresentar normal, ecogênico.
Diminuição difusa da ecogenicidade
Linfossarcoma – causa congestão, se mostra mais hipoecóico, para visualizar bem deve-se fornecer liquido.
Hepatites agudas.
Congestão hepática (vasos de calibre aumentado).
Alterações focais e multi-focais
Quando hipoecóicas: metástases/linfossarcoma/hepatite (raro)/ cistos/ hematomas – alteração ou nodulação, ecogenicidade hipercóica pode estar relacionado.
Quando hiperecóicas: metástases/esteróides/lipidose/neoplasias primárias.
Misto: neoplasias/abscesso/hematoma/cisto – destacam do parênquima.
Outros: carcinoma hepatocelular e colangiocarcinoma (semelhantes)/ hemangiossarcoma/ hiperplasia nodular (confunde)/ Shunt porto-sistêmico – não tem como dizer, tem que fazer biópsia, pois as patologias no ultra-som são semelhantes.
Exame vias biliares
Está mais relacionado com a vesícula biliar. Sem Doppler não há como fazer esse exame, pois ele mede o fluxo sangüíneo.
Parede – pode se encontrar espessada e sem patologia.
Tamanho
Contorno
Localização: cartilagem xifóide(Transdutor oblíquo
Jejum – é muito importante estar em jejum, pois não tem a vesícula cheia, o que dificultaria a visualização do exame.
Presença de “lama biliar” pode ser pelo animal estar há muito tempo em jejum. Em gatos é comum encontrar duas vesículas biliares.
Adrenais
Localização: Direita-trajeto cava abdominal
Esquerda-aorta até artéria mesentérica
Indicações
Adrenal normal: 4 a 6mm (Golden Retriever)
Assimétricas Esquerda - amendoim
Direita - ovalada
Hiperplasia – quando se suspeita, solicita-se o exame.
Massas – se suspeitar, solicita-se o exame.
Geralmente hipoecóica à córtex renal – mais escura que o córtex renal.
Diagnóstico: Bilateral (hiperadreno ptuitário)
Unilateral (neoplasia de adrenal)
O exame da adrenal não é muito efetivo para este tipo de problema, é apenas um exame complementar. No hiperadrenocorticismo, a única coisa que ajuda é o ultra-som. Para exame de adrenal, jejum completo, pois com gás não consegue enxergar nada.
Radiologia do Tórax
A radiologia torácica fornece a oportunidade de se examinar uma cavidade do corpo que é relativamente inacessível através de outros métodos. O posicionamento exato e os fatores de exposição devem ser devidamente observados para evitar a introdução de artefatos ilusórios.
A posição e a aparência da víscera torácica pode variar de acordo com a posição do animal, com a fase do ciclo respiratório, com o estado patológico, com o tipo físico do animal, com a raça e idade e com a geometria do feixe de raios X.
Posições para radiografar
Vista lateral esquerda-direita – o paciente é posicionado em decúbito lateral direito e as patas anteriores são puxadas cranialmente, de modo que a maior parte da musculatura do tríceps é retirada da porção cranial do tórax. O externo é elevado a um nível superior à superfície da mesa, ao nível da coluna torácica, para evitar a rotação. O pescoço é estendido e permite-se que a articulação occípito-atlantal fique fletida aproximadamente 45º para se evitar o deslocamento da traquéia. O feixe de raios X é centrado no quinto espaço intercostal (aproximadamente na borda caudal da escápula). A radiografia é produzida na pausa inspiratória (o pico inspiratório proporciona maior contraste).
Vista lateral direita-esquerda – o paciente é posicionado da mesma forma que na vista esquerda-direita. A radiografia também é produzida na pausa inspiratória.
Vista dorsoventral (DV) – o paciente é colocado em decúbito ventral, com a coluna vertebral torácica superposta ao esterno. As patas dianteiras são puxadas levemente para fora e os cotovelos são rodados para fora (abduzidos), de modo que os ombros sejam deslocados crânio-medialmente. As escápulas são afastadas lateralmente, para fora da porção cranial do campo pulmonar. Os membros posteriores ficam fletidos em posição de agachamento e a cabeça é abaixada, entre os membros anteriores, para diminuir a espessura da musculatura cervical caudal que se coloca sobre a porção cranial dos campos pulmonares. O feixe de raios X é centrado sobre o quinto espaço intercostal, ao nível da porção caudal da escápula. A radiografia é produzida na pausa inspiratória.
Vista ventrodorsal (VD) – o paciente é colocado em decúbito dorsal e os membros anteriores são puxados para fora. O esterno deve ficar superposto à coluna vertebral torácica, para se evitar a rotação no plano sagital. O feixe de raios X é centrado no quinto espaço intercostal, que fica localizado sobre a junção dos dois terços craniais com o terço caudal do esterno. Aradiografia é produzida na pausa inspiratória.
Radiografias com o feixe horizontal de raios X – é indicada quando o diagnóstico de derrame pleural é duvidoso, em radiografias de avaliação geral. As posições lateral de pé e ereta (paciente sustentado pelos membros anteriores) podem levar à gravitação do fluido para porções dependentes, no espaço pleural, e melhorar a visualização.
Radiologia do Sistema Cardiovascular
Animais com menos de três meses de idade têm um coração relativamente mais redondo que os animais adultos. Normalmente o coração de filhotes é grande.
Normalmente o ápice do coração atinge o externo, mas em algumas raças de cães (como borzoi e perdigueiro inglês) ele pode não alcançar o esterno, e não deve ser confundido com pneumotórax.
A radiografia do coração é indicada sempre que se suspeitar de alguma patologia cardíaca e quando houver problemas respiratórios. Também é indicada para acompanhar se a terapêutica está surtindo efeito, se existem massas tumorais, ou quando existem doenças sistêmicas que possam levar a comprometimento cardíaco. Quando o animal for fazer uma cirurgia, também se aconselha a radiografia do coração para avaliar o risco cirúrgico.
OBS: em caso de edema nos membros, costuma-se fazer o exame de “sinal de godê”: pressiona-se o local do edema com o dedo e verifica-se se fica uma fosseta no local que foi pressionado. Se ficar, é positivo (edema por má circulação e não inflamatório). Se for inflamatório, irá causar dor e o animal tentará morder, irá gemer de dor.
Técnica radiográfica
O posicionamento do animal para a tirada radiografia é de extrema importância. As posições usadas são:
Laterais esquerda e direita – a borda cranial corresponde a parede ventricular direita e aurícula direita. A borda cardíaca caudal é formada pelo ventrículo e átrio esquerdos. As veias pulmonares são, normalmente, menos densas que as artérias.
Dorsoventral – as bordas cranial e direita são arredondadas e a borda esquerda é quase reta, dando um aspecto inclinado. O ápice aponta para o lado esquerdo. Em alguns cães braquicefálicos, o ápice pode se encontrar do lado direito. O quadrante cranial direito é formado pelo átrio direito. A totalidade do ápice e a maior parte da borda cardíaca esquerda são formadas pelo ventrículo esquerdo.
OBS: apesar de a posição mais indicada para radiografar o coração ser a posição dorsoventral (pela facilidade em se posicionar o esterno abaixo da coluna vertebral), a mais usada é a ventrodorsal, pois geralmente o problema cardíaco está relacionado à problemas respiratórios (pulmonares), já que a maioria dos animais com problemas cardíacos são idosos. A posição ventrodorsal é a melhor para radiografar o pulmão, conseqüentemente é a melhor para obter imagem do pulmão com o coração associado.
Principais doenças cardíacas adquiridas
Doença valvular crônica – dentre as cardiopatias é a mais comum, afetando 75% dos cães que apresentam sinais de insuficiência cardíaca congestiva. Os cães de pequeno porte e idosos (a partir de 5 anos) são os mais afetados (Poodel, york shire, pinscher, etc). A raça Cavalier King Charles Spaniel, porém pode desenvolver com menos de 1 ano de idade. Também é conhecida como Endocardiose valvular, degeneração mixomatosa, doença valvular degenerativa crônica, fibrose valvular crônica. Sua etiologia é desconhecida. Geralmente afeta somente a válvula mitral, porém pode afetar também a tricúspide. 
O processo básico está relacionado a degeneração do colágeno que compõe os folhetos valvulares e as cordas tendíneas. Isto gera espessamento e distorção dos folhetos valvulares. Essa degeneração pode levar até ao rompimento das cordas tendíneas. Estas alterações levam a deficiência de coaptação (fechamento) dos folhetos valvulares, permitindo então o refluxo do ventrículo para o átrio durante a sístole ventricular. A regurgitação das válvulas origina o sopro (durante a sístole). Ocorre aumento do volume e da pressão intratrial e conseqüente congestão das veias pulmonares. Este excesso de volume e pressão serão passados ao ventrículo. A conseqüência destes processos será a dilatação das câmaras cardíacas (hipertrofia excêntrica). Uma vez que parte do volume a ser ejetado está sendo desviado, ocorre redução do débito cardíaco.
Cor pumonale – sobrecarga do lado direito do coração por deficiência respiratória. O coração não suporta a resistência e ocorre dilatação. Como conseqüência o animal apresenta ronco, tosse.
Cardiomiopatia dilatada – mais freqüente em cães de grande porte. Perda da contratilidade do miocárdio ventricular (pode ser total, mas ocorre gradativamente). Ocorre disfunção predominante sistólica. Devido à redução da contratilidade, o ventrículo não consegue ejetar todo seu volume, aumentando assim o volume residual. Isto gera aumento da pressão intracavitária e conseqüente dilatação do VE e AE (mesmo antes de se observar redução óbvia na contratilidade). Com a progressão do processo, ocorrerá também dilatação das câmaras direitas. A dilatação ventricular esquerda levará a distorção no anel valvular e a regurgitação da mitral o que contribuirá na dilatação atrial esquerda. Com isso, ocorre o sopro, mas é de intensidade baixa (ruído baixo), já que o refluxo que está ocorrendo é fraco, pois a contração do ventrículo está fraca.
Cardiomiopatia hipertrófica – ou hipertrofia concêntrica. Mais comum em gatos. A câmara ventricular começa a hipertrofiar (hipertrofia dos músculos papilares para dentro da luz) sem causa sistêmica ou cardíaca e as cordas tendíneas ficam frouxas. O coração é tomado por massa muscular. A disfunção é predominantemente diastólica. Ocorre diminuição da complacência (comprometimento do relaxamento ventricular e isquemia de miocárdio) e da luz ventricular esquerda, elevação da pressão diastólica (mesmo com redução do volume diastólico), aumento na pressão atrial esquerda, congestão e edema pulmonar. A hipertrofia do miocárdio leva a distorção do aparelho valvular mitral e insuficiência valvular. A regurgitação mitral associada à dificuldade no esvaziamento atrial (redução na complacência ventricular) contribuem para a dilatação atrial favorecendo a estase sangüínea. A alta pressão do jato regurgitante mitral poderá ocasionar lesão do endocárdio atrial. O somatório da estase sangüínea, lesão do endocárdio atrial e tendência à agregação plaquetária (felinos) favorecem a formação de trombos intracardíacos que podem embolizar e ocasionar tromboembolismo arterial. A hipertrofia determina a diminuição do volume sistólico com redução do débito cardíaco.
Endocardite infecciosa
Hérnia Peritônio Pericárdio Diafragmática (HPPD) traumática – ocorre passagem de vísceras, ou parte delas, da cavidade abdominal para a cavidade torácica.
Tumores
Efusões pericárdicas
Secundárias aos distúrbios sistêmicos – a sobrecarga secundária do coração pode ocorrer por endocrinopatias (hormônios):
Hipertireoidismo: mais comum em gatos. Causa hipertrofia por aumento do metabolismo e conseqüente aumento da pressão arterial (o coração trabalha mais).
Hipotireoidismo: mais comum em cães. O animal desenvolve perda da contratilidade em função da hipofunção metabólica. Sendo assim, induz a dilatação das câmaras.
Hiperadrenocorticismo: causa hipertensão sistêmica e conseqüente hipertrofia da câmara ventricular esquerda.
Deficiência de Taurina: já foi comum em gatos, mas hoje em dia é raro. Leva a cardiomiopatia dilatada felina (secundária) por deficiência de taurina (aminoácido). Ocorria em gatos “vegetarianos”, ou que eram alimentados com ração não suplementada, ou ainda de causa desconhecida (idiopática).
Principais doenças cardíacas congênitas
Tetralogia de Fallot – estenose (diminuição do diâmetro) da veia pulmonar, hipertrofia do ventrículo direito, dextroposição de aorta (sai do coração direito ao invés do esquerdo) e comunicação interventricular. É comum em cães. Se o animal não morrer, fica fraco e se apresenta magro, não conseguindo se desenvolver normalmente.
Persistência do ducto arterioso– comum no cão. O ducto arterioso é um vaso que une a artéria pulmonar à aorta. Ao nascer, ele regride e se torna o ligamento arterioso. Com a não regressão, ocorre mistura do sangue venoso com o arterial, provocando cianose (falta de oxigênio).
Persistência do 4º arco aórtico direito
Hérnia peritônio pericárdio diafragmática (HPPD) – por má formação, algumas vísceras abdominais, ou parte delas, ficam dentro da cavidade torácica. Geralmente os sintomas são gastrintestinais e não cardíacos, apesar de poder apresentá-los também (se comprimirem o coração).
Estenose pulmonar
Estenose aórtica
Ecocardiografia Veterinária
A ultra-sonografia de alta freqüência é utilizada para avaliar a função, a estrutura e a hemodinâmica do sistema cardiovascular.
É indicada quando se necessita de um diagnóstico não invasivo de doenças cardíacas, para auxiliar no diagnóstico de tumores ou para acompanhamento terapêutico (como tratamento farmacológico, pericardiocentese guiada).
Variações
A ultra-sonografia do coração pode ser realizada transtorácica ou transesofágica. A transesofágica ainda não é utilizada na medicina veterinária no Brasil. A transtorácica possui quatro variações:
Modo M
Modo bidimensional – ecocardiografia em tempo real, cuja imagem obtida é a de um plano de corte que reconstitui as estruturas anatômicas estudadas em duas dimensões. Através deste modo, procede-se a avaliação qualitativa do coração e estruturas adjacentes, análise global e segmentar da contratilidade, bem como a função morfológica.
Doppler – o efeito Doppler consiste na variação da freqüência do som, que dependerá da velocidade relativa entre a fonte sonora e o observador. A ecocardiografia Doppler é a análise da freqüência ultra-sônica encontrada nos ecos refletidos pelas hemácias, fornecendo informações importantes sobre velocidade, direção e tipo de fluxo (laminar e turbulento) sangüíneo. Também possibilita quantificar as pressões intracardíacas, gradientes valvulares, detectar fluxos sangüíneos anormais provenientes de insuficiência valvular, defeitos congênitos que geram shunts (desvios) circulatórios e ainda estimar parâmetros hemodinâmicos.
Mapeamento em fluxo colorido – codifica o fluxo sangüíneo em três cores (vermelho, azul e amarelo) ou suas combinações. O fluxo sangüíneo direcionado para o transdutor tem um desvio de freqüência positivo, ou seja, a freqüência de ultra-som refletida é maior que a transmitida, e é codificado em tons de vermelho. O fluxo sangüíneo direcionado para longe do transdutor tem uma variação de freqüência negativa e é codificado em tons de azul. O fluxo turbulento gera a movimentação de hemácias em várias direções. Isto promove a decodificação da leitura em várias cores.
Janelas de observação
Paraesternal direita
Paraesternal esquerda
Variações observadas
Doenças congênitas:
Estenose aórtica – aumento do coração esquerdo.
Estenose pulmonar – aumento do coração direito.
Defeito do septo interventricular – aumento do coração direito.
Doenças adquiridas:
Cardiomiopatia hipertrófica – aumento do coração esquerdo.
Cardiomiopatia dilatada – aumento generalizado.
Ultra-sonografia dos Olhos
Transdutor: 7,5-10MHz
Indicações:
Opacificação corneal
Opacificação das lentes
Exoftalmia
Corpo estranho
Nestas situações, faz-se a ultra-sonografia dos olhos para detectar se há descolamento de retina, pois se houver não adianta operar, já que em animais ainda não há como resolver esse problema com operação (o descolamento leva a cegueira).
Principais desordens
Catarata: lente anterior e posterior ecogênicas (produzem eco – ficam brancas).
Luxação de cristalino: a lente anterior mantém a posição, a lente posterior fica luxada.
Lesões do corpo ciliar: tumores e cistos.
Hemorragia vítrea: múltiplos ecos.
Descolamento de retina: forma uma imagem de gaivota.
Massas: tumores de boca podem levar a exoftalmia.
OBS: o nervo óptico se mostra, geralmente, hiperecóico.
Nesta imagem se caracteriza o descolamento de retina.
Proteção Radiográfica
Os riscos da radiação iônica e os efeitos da exposição excessiva à radiação diagnóstica têm sido bem documentados ao longo dos anos, por médicos veterinários mais antigos. O uso indiscriminado do fluoroscópio com as mãos sem luvas sob o feixe de raios X tem demonstrado produzir severos danos na pele, incluindo carcinoma, nas áreas expostas. Também têm sido estudado os efeitos a longo prazo da exposição contínua à baixos níveis de radiação. Estes efeitos são o desenvolvimento de neoplasias, mutações genéticas hereditárias, indução da catarata e o encurtamento do ciclo de vida.
A proteção dos veterinários e do público em geral só pode ser realizada se os veterinários estiverem cientes dos limites recomendados de exposição à radiação, ou seja, as doses máximas permitidas, do provável alcance da dose experimentada em procedimentos radiográficos e dos meios para minimizar os risco à exposição.
Pessoas menores de 18 anos e gestantes não devem entrar na sala de raio X, a não ser por necessidade.
Equipamentos – a radiação produzida por uma máquina pode ser controlada sendo a máquina fixa ou móvel.
Casa do tubo: tem que ser bem protegida, pois emite radiação em todas as direções.
Filtração: pelo menos 2mm de alumínio deve ser adicionado ao feixe primário de raio X, para absorver raios que não contribuem para a radiografia diagnóstica.
Colimador: molde retangular ajustável, que pode restringir o feixe primário aos limites do chassi, evitando dispersão de raios.
Fluoroscópio: fica dentro da casa do tubo e deve ser construído de modo que o feixe de raio X fique restrito ao écran de vidro com chumbo ou ao intensificador de imagem. Evita radiação secundária e diminui o tempo de exposição.
Acessórios
A utilização de écrans de alta velocidade e de filmes rápidos compatíveis com o detalhe radiográfico requerido vai reduzir a quantidade de radiação necessária para produzir uma radiografia de qualidade. A técnica radiográfica adequada e o procedimento adequado no quarto escuro vão assegurar a qualidade da radiografia, evitando repetições de estudos, conseqüentemente reduzindo a quantidade de exposição. Aventais protetores (com chumbo), luvas (de chumbo) e protetores de tireóide devem ser utilizados sempre.
Lesões Diagnosticadas por Raios X
Processos traumáticos – decorrentes de traumas prévios (fraturas, luxações).
Processos infecciosos – pneumonia, osteomielite.
Processos metabólicos – decorrentes de problemas metabólicos, excesso ou deficiência no metabolismo: osteodistrofia hipertrófica, hipotireoidismo, hiperparatireoidismo.
Processos degenerativos – degeneração provocada por idade (artrite).
Processos neoplásicos – sempre que houver tumoração envolvida. Para partes moles o ultra-som é ideal, para partes duras o melhor é o raio X.
Processos de etiologia desconhecida – panosteite, osteopatia hipertrófica, osteodistrofia hipertrófica.
Fratura: o osso apresenta solução de continuidade.
Luxação: o osso sai da articulação e permanece deslocado.
Entorse: o osso sai da articulação e volta para o local de origem (não há imagem radiográfica).
Classificação das fraturas
Quanto à integridade da pele – exposta ou aberta (o osso rompe a pele) e fechada.
Quanto a cortical afetada – completa ou incompleta.
Quanto ao número de fragmentos – única ou múltipla (cominutiva ou esquirulada). Na múltipla cominutiva, os fragmentos ficam no lugar. Na esquirulada os fragmentos ficam fora do lugar.
Quanto à linha de força – transversal, oblíqua (bizel), helicoidal (circunda o osso todo), avulsiva (por arrancamento; fratura na articulação), impactação (choque, esmagamento), longitudinal, fissura.
Quanto à localização – auxilia a definir o tratamento: 1/3 proximal; 1/3 médio; 1/3 distal; epifisária (bem na extremidade); fiseal (quando ocorre na placa de crescimento do osso – característica de animais jovens).
Fratura espontânea: ocorredevido a alguma patologia pré-existente.
Fratura em galho verde: ocorre em função de alguma osteodistrofia. O osso se dobra, mas não se rompe.
Fraturas de Salter Harris: são as várias combinações de metafisárias-fisárias-epifisárias em ossos em crescimento. Ocorre em animais jovens. O prognóstico para estas fraturas depende do grau de deslocamento e da exatidão da redução. Complicações deste tipo de fratura incluem distúrbios de crescimento e anomalias de articulação. O tipo II é o mais comum e o tipo V comumente resulta em deformidades no crescimento, especialmente quando a fise distal da ulna está envolvida.
Radiologia do Sistema Respiratório
Traquéia
Anatomia radiográfica
Cervical – da laringe até a entrada do tórax.
Torácica – da entrada do tórax até a bifurcação dos brônquios.
Posicionamento
Região: cérvico-torácica (pegando as duas regiões).
Posição: lateral e VD (ventro-dorsal) ou DV.
Inspiração (extra-torácico) e expiração (intratorácico).
A posição do animal é importantíssima para radiografar colapso da traquéia. Se o animal estiver com o pescoço muito esticado dará a falta idéia de que a traquéia está menor, da mesma forma que se estiver com o pescoço fletido (dobrado) dará a falsa impressão de que está torta.
Doenças comuns
Estenose – luz reduzida (toda ela).
Colapso – alguns pontos com luz reduzida e colabamento.
A estenose não é intermitente, já o colapso é (depende do momento – após tosses seguidas costuma se apresentar colapso, mas no dia seguinte não apresenta mais). O colapso apresenta espessamento da mucosa, podendo apresentar áreas com calcificação.
Tumores – intratraqueais ou extratraqueais (podem estar no esôfago ou nos linfonodos – não causam comprometimento interno da traquéia).
Pulmões
Anatomia radiográfica
Lobos pulmonares – 4 direitos e 3 esquerdos.
Brônquios
Posicionamento
Região torácica
Posições: lateral (direita e esquerda), VD ou DV – radiografia nas duas laterais, pois como o coração é radiopaco pode encobrir alguma alteração em uma das laterais.
Inspiração
Doenças comuns
Edema
Bronquite
Broncopneumonia
Tumores primários e metastáticos (principalmente mamários, pois são os mais comuns).
Espaço Pleural
Geralmente não é visualizável. Se for é por: tumores ou efusões (acúmulo de líquido – pode ser uni ou bilateral – nos quadros congestivos, geralmente é bilateral e nos infecciosos pode ser unilateral – piotórax).
Caixa torácica
Fraturas e tumores.
Terminologia radiográfica para as alterações pulmonares
Padrões
Alveolar – o mais branco possível (radiopaca) – comprometimento alveolar.
Brônquico – estrutura brônquica mais radiopaca que o normal.
Vascular – a estrutura vascular pulmonar encontra-se mais radiopaca e consegue-se visualizar bem essas estruturas (que normalmente não se consegue).
Intersticial nodular ou difuso – na presença de líquido no tecido intersticial, sendo menos esbranquiçado que o alveolar. Nodular é quando o padrão radiográfico esbranquiçado é o local. Se for difuso é por todo o órgão. O nodular geralmente está ligado a tumores ou pneumonia fúngica. O difuso geralmente está relacionado a edema pulmonar ou inflamação do parênquima.
A pneumonia pode ocorrer sem a presença de um agente infeccioso (Ex: eosinofilia).
Os brônquios geralmente se visualizam com uma artéria dorsalmente e uma veia ventralmente.
Broncograma aéreo: não se consegue visualizar os vasos. A estrutura brônquica está radiolucente e ao entorno (parênquima) radiopaca (pois está repleto de secreção).
Padrão peribronquial: ligeiro aumento de radiopacidade peribronquial, mas não tanto quanto no broncograma aéreo.
OBS: Estrutura radiolucente: aparece preta, significa que tem ar. Estrutura radiopaca: aparece branca, significa que tem líquido. Quanto mais sólido mais branco (Ex: osso). O pulmão normal é radiolucente, o coração é radiopaco.
Radiologia do Crânio
Mandíbula
Posicionamento ideal: oblíquo, latero-lateral ou dorso-ventral.
Obs: Raças dolicocefálicas – crânio longo; Raças braquicefálicas – crânio curto.
Boca
Posicionamento ideal: dorso-ventral (chassi dentro da boca) e ventro-dorsal transoral (chassi por baixo do crânio).
Otite interna: Observação das bulhas timpânicas, normalmente ficam pretas no Raio-X, com otite interna ficam opacas (radiopacas).
Posicionamento ideal: Lateral oblíquo, para evitar sobreposição das bulhas.
Doença periodontal: Perda da lâmina dura. (ex: carcinoma de células escamosas).
Posicionamento ideal: Transoral ventro-dorsal.
Rinite: Normalmente o septo nasal é preto, na rinite ocorre uma radiopacidade do septo nasal.
Posicionamento ideal: Transoral dorso-ventral para visualizar os seios nasais e Rostro-caudal para se visualizar a narina.
Articulações
Displasia coxofemoral: Dois terços da cabeça do fêmur ficam dentro do acetábulo.
Posição ideal: Ventro-dorsal da articulação da bacia.
Obs: Não fazer o exame se o animal não estiver dormindo, pois dói muito.
Displasia de cotovelo
Posição ideal: Ventro-dorsal e lateral.
Luxação de patela
Posição ideal: ventro-dorsal e lateral.
Artrites infecciosas e não infecciosas: Sinais semelhantes ao da osteoporose, com áreas de rarefação óssea (osso mais poroso).
Obs: Muitas vezes no Raio-X se confunde osteomielite com tumores ósseos, deve-se associar os sinais clínicos e os exames de sangue.
Radiologia do Sistema Digestório
Esôfago
Megaesôfago: Problema na motilidade que leva à formação de uma dilatação. Leva a vômitos logo após se alimentar e a emagrecimento. Pode ser congênito ou adquirido, é idiopático (em humanos é comum na doença de chagas).
Posição ideal: lateral.
Obs: Deve-se fazer Rx contrastado (o contraste vai se acumular na porção dilatada).
Obs: O contraste é uma substância usada para tornar uma estrutura visível.
Contraste positivo: radiopaco (branco), normalmente o bário (sulfato de bário) é o mais usado.
Contraste negativo: Radioluscente (preto), injeta-se ar.
Obs: Com Suspeita de ruptura de Trato gastrintestinal, nunca se deve utilizar Bário para fazer contraste, pois pode levar a uma peritonite química, diminuindo a chance de sobrevivência do animal.
Preparação de véspera:
Jejum sólido de 18 a 24 horas;
Evitar líquidos que fermentem (leite);
Usar laxantes (normalmente se usa óleo mineral);
Usar dimeticona (luftal) para eliminar os gases;
Fazer lavagem intestinal no momento do exame (deve ser efetuada em qualquer técnica especial).
Obs: Os animais relutam em tomar o contraste, pois tem gosto muito ruim.
Obs: O contraste deve ser dado no momento do exame (bolha de gás no estômago significa jejum);
Gastrenterite/íleo paralítico: Estômago distendido e intestino com gás.
Complexo da distensão/torção gástrica: Distensão gasosa (tudo preto) do estômago com uma prega (branca sobre a imagem da distensão).
Intussuscepção: Obtém-se uma imagem em alvo, como na ultra-sonografia, anterior a obstrução haverá acúmulo de gás, posteriormente não haverá nada.
Fecaloma: Suspeita-se de fecaloma quando o animal não consegue defecar, (a ultra-sonografia é mais efetiva, a porção final do intestino fica branca). Pode ocorrer por aumento do volume prostático, a imagem obstruída do intestino aparece mais clara, distendida.
Megacólon: Ocorre na porção final do intestino.
Osteodistrofia juvenil: Ocorre deformidade da pelve e da coluna lombar.
Ruptura de diafragma (ou hérnia de diafragma): Todo ou parte do intestino delgado localizado no tórax.
Técnicas para avaliação:
EED (esôfago, estômago e duodeno): Administrar contraste PO de 5 a 10ml/kg;
Trânsito intestinal: Contraste PO e avaliação a cada 20 minutos em média. Se for administrada dose menor não será possível ver nada, por isso deve-se arredondar a dose para mais, para preencher todo o trato.
Clister opaco: sonda e administração de contraste por via retal (5 a 10ml/kg), para visualizarIntestino grosso, cólon ascendente, cólon descendente e transverso. Pode ser utilizado para diagnosticar megacólon.
Obs: Sempre fazer RX simples antes de qualquer técnica especial.
Obs: Caso haja dilatação cranial no RX simples é sinal de obstrução, não é necessário fazer contraste.
Clister duplo contraste: Contraste positivo + contraste negativo, para garantir que vai visualizar tudo. Não deve ser feito em casos mais sérios como os com sangramento.
Fistulografia: Injeta-se contraste através da fístula (ex: fístula reto-cutânea) para identificar onde vai o contraste. Ex: em casos de animais defecando pela vulva.
Ultra-sonografia – Ginecologia e Obstetrícia
Transdutores:
Grandes animais: 3,5 ou 5 MHz – transretal por volta de 30 dias para diagnosticar gestação (eqüinos e bovinos) e 60 dias para sexagem do filhote. Em eqüinos pode-se confirmar precocemente a gestação com 21 dias.
Pequenos animais: 3,5 a 7,5, dependendo do tamanho do animal (ex: dog alemão = 3,5; pincher = 7,5) – trans-abdominal. A partir de 18 dias já se consegue ver as vesículas, mas o ideal é com 25-30 dias, pois é quando se consegue contar o número de vesículas, verificar a viabilidade fetal e etc (batimentos cardíacos, etc).
Ovários – indicações:
Cistos;
Obs: Em grandes animais deve-se aprender a fazer a palpação antes.
Massas;
Não determina funcionalidade dos cistos;
São de grande variação morfológica;
Assimetria;
Esses cistos geralmente são causados por hormônios. Normalmente não se “meche” nos cistos, apenas se administra hormônio.
Se aparecer um cisto e, depois de tratado, conseguir fazê-lo regredir, deve-se cruzar o animal no cio seguinte, pois animais com cisto tendem a ter recidivas (o cisto voltar).
Diferenciar:
Folículo pré-ovulatório: anecóico;
Folículo ovulatório: anecóico irregular;
Ovulação recente: não se vê folículo, ecóico.
O corpo lúteo não tem aparência de cisto, não é preenchida por líquido, tem aparência acinzentada na ultra-sonografia.
Ovário policístico: contém vários cistos, mas é normal.
Obs: O Ovário normal em cadelas é difícil de se visualizar, mas o corpo lúteo é razoavelmente fácil.
Obs: Após estimulação com ECG (gonadotrofina coriônica eqüina) e HCG (gonadotrofina coriônica humana) o ovário fica cheio de folículos.
Útero
Diagnóstico de gestação (com 25 dias consegue-se diagnosticar).
Viabilidade fetal
Idade gestacional: Medida do diâmetro biparietal (de um osso parietal a outro) em cm x 15 + 20 = idade gestacional em Beagle, se a cadela for menor que beagle, soma-se mais 3 ao resultado, se for maior, diminui-se 3.
Sofrimento ou morte fetal: O feto está em sofrimento quando chega a 140 batimentos cardíacos por minuto (o normal é por volta de 190), então deve-se fazer cesariana. Se houver fetos mortos, também deve-se retirá-los (cesariana).
Acompanhamento do parto: Se os fetos estão se desenvolvendo bem, se estão em sofrimento, se a cadela terá condição de parir, se será necessário induzir o parto (com ocitocina) e etc.
Não se consegue identificar se o parto será normal ou cesárea, pois não se sabe se a cadela terá dilatação suficiente.
Obs: Não dizer ao proprietário quantos filhotes há na barriga da cadela, pois reabsorção fetal é muito freqüente, principalmente no início da gestação.
Fazer Rx em cadela em gestação avançada não é prejudicial, se houver algum filhote em forma de “C” provavelmente ele está morto.
Obs: Gestação gemelar em eqüinos é perigosa, quase nunca os filhotes sobrevivem.
Em bovinos, se houver gêmeos de sexo diferente a fêmea provavelmente nascerá com pseudo-hermafroditismo, sendo estéril, com vulva proeminente e vagina de fundo falso.
Obs: Na ultra-sonografia consegue-se visualizar defeitos dos fetos, como lábio leporino e etc.
Patologias uterinas
Piometra/Mucometra;
Metrite/Endometrite;
Hiperplasia endometrial cística: Quase sempre evolui para uma piometra.
Granulomas/Neoplasias (não é comum: em cadelas com suspeita deve-se fazer Rx);
Pseudogestação (ou pseudociese): Pode haver um discreto aumento do útero ou não;
Retenção placentária: quando após o parto a placenta não se descolou completamente.
Obs: Atualmente o tratamento da piometra não precisa necessariamente a esterectomia, pode-se tratar com prostaglandinas, antiprolactínico (contralac) e antibióticos sistêmicos, em pequenos animais não se faz tratamento local (lavagem), só em grandes.
Sexagem fetal: Procurar o botão genital (possui dois riscos hiperecóicos).
Macho: próximo ao cordão umbilical;
Fêmea: próximo aos membros pélvicos.
Em cães, só dá pra ver no final da gestação.
Não é uma coisa fácil de encontrar, pode levar horas.
Bovinos: + ou - 60 dias (53 a 71) com transdutor trans-retal.
Obs: O botão genital é hiperecóico ao cordão umbilical.
Ultra-sonografia - Andrologia
Transdutores
Grandes animais: 3,5/5 MHz;
Pequenos animais: 3,5 a 7,5 MHz.
Próstata
Indicado principalmente para pequenos animais, pois grandes animais dificilmente têm problemas de próstata. Patologias de próstata são mais comuns em animais de meia idade e castrados.
Localização:
Espaço retro-peritonial.
Caudal à bexiga (variável) – quando sofre alteração (fica grande) desde pela cavidade abdominal e não fica tão caudal à bexiga.
Ventral ao reto.
Obs: É moderadamente hipoecóica.
Aplicações:
Sangramento (saindo pelo pênis);
Anúria;
Disúria;
Secreção purulenta;
Tenesmo.
Obs: A uretra prostática usualmente não é observada, exceto quando a bexiga está muito repleta (repleção vesical).
Patologias prostáticas visualizadas no ultra-som
HPB (Hiperplasia prostática benigna): haverá apenas um aumento da próstata, que regride com a castração. A medida normal da próstata em qualquer cão é de 3cm, o único que pode ter uma variação é o Shnawzer.
Prostatite (aguda/crônica): parênquima heterogêneo, com cavitações anecóicas e medida aumentada da próstata, é difícil diferenciar a prostatite aguda da crônica, deve-se fazer o diagnóstico associado aos sinais clínicos.
Abscessos prostáticos: hipoecóico. Geralmente o antibiótico não resolve o problema em casos mais graves, apenas nos superficiais. O ideal é tratar previamente com antibioticoterapia maciça (para evitar peritonite) e posteriormente proceder uma punção do abscesso (também visando evitar uma peritonite) guiada pelo ultra-som.
Neoplasias: quando o animal tem uma hiperplasia prostática recorrente, e mesmo castrando o animal a próstata continua crescendo, é indicativo de neoplasia. Obs: Adenocarcinoma – mineralização (áreas hiperecóicas)
Cistos.
Cistos para-prostáticos.
Cálculos prostáticos.
Testículos
Indicações
Empregado em bovinos para selecionar um bom reprodutor (quanto maior o testículo melhor reprodutor).
Aumento;
Assimetria;
Animais monorquidas ou criptorquidas;
Trauma;
Dor à palpação testicular.
Técnica
Bovino: em estação.
Cão: em qualquer posição, mas de pé é mais confortável para o animal (o que é desejável, pois o animal estará estressado e pode estar sentindo dor à palpação).
Ecotextura: Pouco homogênea (vários “pontinhos”).
Contorno regular.
Doenças
Neoplasias;
Orquites;
Abscessos;
Cistos/atrofia;
Testículos ectópicos – se encontram na cavidade abdominal ou inguinal.
Obs: Mediastino testil – junção de todas as túnicas. Deve ser visualizado em um testículo normal como um risco hiperecóico no meio do testículo.
Hidrocele – presença de líquido peritesticular (área anecóica), não é comum em animais (é mais comum em humanos). Pode elevar a temperatura e tornar o animal estéril.
Radiologia do sistema urinário
Radiografia simples
É indicada (se não puder ser feita a ultra-sonografia) para identificar litíases (cálculos) uretrais, vesicais, ureterais e renais (somente os cálculos radiopacos).
Obs: A ultra-sonografia é mais efetiva, pois pega tanto os cálculos hipoecóicos quantos os hiperecóicos, porém dificilmentena ultra-sonografia se consegue localizar cálculos ureterais, por causa das alças que se localizam na frente, sendo o Raio-x mais efetivo nesse caso. O Raio-x de uretra também pode ser mais eficiente que a ultra, dependendo do caso.
Técnicas especiais
Preparação prévia:
Jejum sólido de 18 a 24 horas;
Evitar líquidos que fermentem (leite);
Usar laxantes (normalmente se usa óleo mineral);
Usar dimeticona (luftal) para eliminar os gases;
Fazer lavagem intestinal no momento do exame (enema - deve ser procedido em qualquer técnica especial).
Urografia excretora:
Contraste iodado endovenoso (expelido por via renal, permitindo-se visualizar a fase de filtração e de eliminação na radiografia).
Faz-se as radiografias após 15 segundos, 5 minutos, 15 minutos e 30 minutos: Primeira fase – fase de filtração – 15 segundos a 5 minutos. Segunda fase – fase de eliminação ou fase cistográfica – 15 a 30 minutos.
Contra-indicação – o contraste iodado é nefrotóxico, por isso não deve ser administrado em animais com suspeita de cálculo de ureter e com insuficiência renal.
Obs: Se for diagnosticado estenose de ureter e isso estiver debilitando o animal deve-se fazer nefrectomia.
Se a suspeita for obstrução na uretra, não se deve fazer este exame. Se for no ureter pode.
Cistografia: Injeção de contraste na bexiga – verificação de cálculos.
Contraste hidrossolúvel – Diatrizoatos sódicos e de Meglumina (Trazograf);
Sonda uretral – injeta-se o contraste na bexiga via sonda uretral.
Duplo contraste – Injeta-se primeiro o contraste negativo (ar) e depois pequeno volume de contraste positivo.
Obs: se for possível fazer ultra-som, não é necessário a cistografia, pois sua indicação é para que no Raio-x se visualize a parede e o contorno da bexiga, que no ultra-som se verifica sem isso.
Pneumocistografia: apenas contraste negativo.
Contra indicação – hematúria franca, pois pode levar a embolia e a morte (na dúvida a ultra-sonografia é mais efetiva);
Irregularidade da mucosa da bexiga, que é característico de cistite.
Cistocele – hérnia inguinal que tem a bexiga como conteúdo. Mesmo neste caso a ultra-sonografia é mais eficiente.
Uretrocistografia:
Injeta-se contraste dentro da bexiga através de sonda e após isso vai se retirando a sonda, preenchendo a uretra de contraste. É uma cistografia incluindo a uretra.
Obs: Pode ser usado para diagnóstico de cálculos radiolucentes. Dependendo da localização do cálculo na uretra, o ultra-som não consegue visualizar. Neste caso o Raio-x (uretrocistografia) é mais indicado.
Vesícula urinária (bexiga)
Em casos de incontinência urinária e cistite a vesícula deve estar cheia. Deve-se enchê-la com solução fisiológica ou administrar diuréticos.
Repleção moderada (furosemida/sonda).
Decúbito dorsal.
Espessura da parede 4mm.
Simetria da parede.
Conteúdo anecóico.
Limitações: não avalia uretra e não é diagnóstica para etiologia da repleção vesical.
Doenças
Cistite crônica – parede espessa.
Cálculos – hiperecóicos e produzem sombra acústica.
Cistite aguda – muito sedimento e parede normal.
Neoplasias – parede assimétrica.
Sedimentos – múltiplos “pontinhos” ecogênicos. Para diferenciar de cálculo, espera-se depositar e não pode produzir sombra acústica.
Doença do trato urinário inferior felino – a ultra-sonografia é o melhor método (de eleição) para o diagnóstico.
Ruptura de trato urinário (só bexiga) – se vê o líquido, mas não consegue localizar a bexiga. Para confirmar o diagnóstico, coloca-se solução fisiológica e se a bexiga não encher há a certeza de ruptura.
Retenção urinária severa.
Ureteres ectópicos – em condições normais não são visualizados (urografia excretora).
Doenças uretrais – difícil diagnóstico (uretrocistografia).
Rins
Indicações
Insuficiência renal (clínica).
Elevação de uréia e creatinina (laboratorial).
Raio-x – detectando aumento de volume ou anormalidades.
Limitações
Severidade da doença.
Não mede função.
O normal não exclui o patológico.
Achados anormais inespecíficos.
Fazer sempre dois cortes (longitudinal e transversal).
Observações
Cortical renal hipoecóica em relação ao baço (com 4-6mm).
Gatos possuem cortical mais ecogênica que cães.
Tamanho renal relacionado com peso do animal.
Contorno regular.
Definição córtico-medular.
Parênquima homogêneo.
Pelve varia muito.
Ecogenicidade tende a aumentar com a idade.
Alterações
Rim hiperecóico – calcificação renal (também forma sombra acústica, como a bexiga).
Perda da relação córtico medular.
Lesões focais hipoecóicas ou hiperecóicas.
Contornos irregulares – neoplasia ou rim policístico.
Alteração de tamanho (renal/pelve) – se for doença aguda o rim fica aumentado, se for crônica fica diminuido.
Sinal da medular – uma linha hiperecóica entre córtex e medula renal. Em alguns felinos é normal, mas em cães significa intoxicação por etilenoglicol.
Doenças difusas
Córtex hiperecóica.
Perda da definição córtico-medular.
Sinal da medular.
Tamanho variável – maior em casos agudos e menor em crônicos.
Doenças glomerulares podem mostrar rins normais.
Doenças focais
Cistos.
Pseudo-cistos.
Rins policísticos.
Neoplasias.
Infarto.
Hematoma.
Abcessos.
Obs: são muito semelhantes, por isso deve-se puncionar, mas com cuidado para não causar peritonite.
Doenças do sistema coletor
Hidronefrose (funcional/obstrutiva)
Cálculos renais – hiperecóicos e melhor visualizados na pelve.
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