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OPERADORES ARGUMENTATIVOS

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FACULDADE CASTELO BRANCO
CURSO: DIREITO
LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS.
PROFESSOR: OLNEY BRAGA. 
DATA: 31-03 (turma A) e 01-04 (turma B)
OPERADORES ARGUMENTATIVOS
 As palavras ou locuções que nos dão a oportunidade de fazer o liame entre uma oração e outra são considerados operadores argumentativos, pois eles nos ajudam a argumentar.
 Comecemos com os operadores argumentativos de OPOSIÇÃO, consubstanciados nas conjunções coordenativas adversativas e nas conjunções subordinativas concessivas. Elas têm o mesmo valor. Ambas fazem o papel de oposição.
 Vejamos quais são as conjunções coordenativas de oposição: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto. Por que elas são de oposição? Pelos exemplos abaixo, somos capazes de observar isso:
Maria veio à escola, mas não assistiu às aulas.
Maria estudou, porém não fez boa prova.
 Ora, se Maria veio à escola, não assistir às aulas é exatamente o que não deveria acontecer. Por isso, usa-se, na segunda oração, um elemento que contradiz a primeira.
 Da mesma forma, se Maria estudou, não fazer boa prova não se coaduna ao fato de ela ter estudado. Pela mesma razão, usa-se, na segunda oração, um operador argumentativo de oposição.
 Por que se diz que as orações de oposição acima postas estão coordenadas com a primeira oração de cada frase? Porque, na coordenação, ambas as orações têm o mesmo valor. Se eu retirar as conjunções (mas e porém), as frases ficam autônomas. Façamos isso: (01) Maria veio à escola. Maria não assistiu às aulas. Uma oração não depende da outra. Logo, elas são coordenadas. (02) Maria estudou. Maria não fez boa prova. Pode-se fazer o mesmo comentário.
 Os operadores mas e porém podem ser substituídos por qualquer um dos outros operadores de oposição coordenativos (contudo, todavia, no entanto, entretanto) sem que haja qualquer prejuízo aos textos. 
 Essa oposição poderá ser feita de modo subordinado, em vez de coordenado, através dos operadores argumentativos de subordinação concessiva. Vejamos quais são eles: embora, muito embora, conquanto, mesmo que, ainda que e apesar de, a despeito de e não obstante.
 Tomemos os dois textos acima exemplificados:
Maria veio à escola, mas não assistiu às aulas.
Se usarmos qualquer um dos cinco primeiros operadores argumentativos de 
subordinação concessiva, a partir da primeira oração, teremos:
 Embora tenha vindo à escola, Maria não assistiu às aulas.
 Se usarmos muito embora, conquanto, mesmo que e ainda que, vai dar no mesmo. A dica é a seguinte: pega-se o presente do subjuntivo do verbo auxiliar “ter” – que é “tenha”, mais o particípio do verbo principal “vir” – vindo:
 Muito embora tenha vindo à escola, Maria não assistiu às aulas.
 Conquanto tenha vindo à escola, Maria não assistiu às aulas.
 Mesmo que tenha vindo à escola, Maria não assistiu às aulas.
 Ainda que tenha vindo à escola, Maria não assistiu às aulas.
 Se, no entanto, eu quiser usar os outros operadores argumentativos de subordinação concessiva, quais sejam “apesar de”, “a despeito de” e “não obstante”, a coisa muda de figura. As frases ficarão assim:
 Apesar de ter vindo à escola, Maria não assistiu às aulas.
 A despeito de ter vindo à escola, Maria não assistiu às aulas.
 Não obstante ter vindo à escola, Maria não assistiu às aulas.
 Com esses três operadores (apesar de, a despeito de e não obstante), usa-se o infinitivo do auxiliar “ter” – que é “ter” mesmo – e o particípio do verbo principal.
Façamos a mesma coisa com o texto 2:
 Maria estudou, porém não fez boa prova. 
Usemos “embora”, “Muito embora”, “Conquanto”, “Mesmo que” e “Ainda que”:
 Embora tenha estudado bastante, Maria não fez boa prova.
Com os demais operadores mencionados acima, a frase ficará do mesmo jeito. Faça isso.
Se quisermos usar os outros três “Apesar de”, “A despeito de” e “Não obstante”, teremos:
 Apesar de ter estudado bastante, Maria não fez a prova. Utilize os outros dois.
 Por que motivo agora existe subordinação? Muito simples.
Tomemos o texto “Embora tenha estudado bastante, Maria não fez uma boa prova”.
Se eu retirar o operador “Embora”, o que acontecerá? As orações ficarão sem sentido, o que indica que uma vai estar subordinada à outra.
 
 A utilização do tempo composto “tenha estudado” e “ter estudado” ocorreu pelo fato de o verbo, na frase inicial, apresentar-se no pretérito perfeito do indicativo.
 Vejamos o que acontece quando o verbo se apresenta no presente. Exemplos:
 Maria estuda muito, mas não dá sorte nas provas.
 Embora Maria estude muito, não dá sorte nas provas.
 Apesar de Maria estudar muito, não dá sorte nas provas.
 Maria vem à escola, mas não assiste às aulas.
 Embora Maria venha à escola, não assiste às aulas.
 Apesar de Maria vir à escola, não assiste às aulas.
 Sempre que no tempo original o verbo estiver no presente do indicativo, ao usarmos os operadores concessivos embora, muito embora, contanto que, mesmo que, ainda que o verbo vai para o presente do subjuntivo. Mas se usarmos apesar de, a despeito de e não obstante, o verbo vai para o infinitivo.
EXERCÍCIOS
Fique bem atento(a) às orações a seguir e proceda à substituição solicitada, sempre iniciando o exercício com a primeira frase:
Mariazinha faz todos os deveres de casa, mas não se prepara para as provas. (Embora)
Mariazinha fez todos os deveres de casa, mas não se preparou devidamente para as provas. (Embora)
Joãozinho estudou bastante, mas não passou no concurso. (Conquanto)
Joãozinho estuda bastante, mas não passa de ano. (Conquanto)
Nas mesmas frases acima, faça a substituição de “mas” por “Apesar de“, começando sempre pela primeira frase.

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