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UNIVERSIDADE GAMA FILHO PRÓ-REITORIA DE CIÊNCIAS EXATAS TECNOLOGICA Coordenação de Engenharia de Controle e Automação Industrial CTA157 - Redes Industriais; Professor: William Paes da Silva; Aluno: Renato Furtado ESTUDO DE CASO Rio de Janeiro, 26 de Junho de 2013. 1 SUMÁRIO Sumário ......................................................................................................................... 1 Introdução ..................................................................................................................... 2 Modulação do sinal Hart ............................................................................................... 3 Especificações da Hart ................................................................................................. 4 Endereçamento da mensagem Hart .............................................................................. 5 Topologia ..................................................................................................................... 6 Topologia ponto-ponto ................................................................................................. 7 Topologia multidrop ..................................................................................................... 8 Cabo e comprimento máximo da rede .......................................................................... 9 Multiplexadores .......................................................................................................... 10 Configuração da rede .................................................................................................. 11 Exemplo de aplicação ................................................................................................ 12 Exemplo de aplicação ................................................................................................ 13 Conclusão ................................................................................................................... 14 Bibliografia ................................................................................................................. 15 2 INTRODUÇÃO O protocolo HART (Highway Adressable Remote Transducer) foi desenvolvido em meados da década de 1980 pela Rosemount Inc., este protocolo foi inicialmente desenvolvido para ser utilizado em instrumentos de campo inteligentes. Originalmente o protocolo foi logo publicado para uso gratuito, em 1990, formou-se o Grupo de Usuários HART. Em 1993, a marca comercial registrada e todos os direitos autorais do protocolo foram transferidos para a HART Communication Foundation (HCF). HART é classificada como uma rede fieldbus, que se caracteriza por ter dados transferidos no formato de pacotes de mensagens, uma rede mais inteligentes que pode se conectar com mais de um equipamento a distâncias mais longas, os equipamentos ligados a rede podem desempenhar funções específicas de controle tais como loops de PID, controle de processos. A HART permite a sobreposição do sinal de comunicação digital aos sinais analógicos 4~20mA no mesmo cabo, sem interferência entre ambos sinais. MODULAÇÃO DO SINAL HART O Protocolo HART utiliza como padrão Bell 202, de chaveamento por deslocamentos de frequência (FSK), para sobrepor os sinais de comunicação digital ao de sinal analógico de 4~20mA. Por ser o sinal digital FSK simétrico em relação ao zero, não existe nível DC associado ao sinal, portanto ele não interfere no sinal de 4~20mA. A lógica “1” é representada por uma frequência de 1200Hz e a lógica “0” é representada por uma frequência de 2200Hz, como mostrado nas figuras 1 e 2 abaixo. Figura 1 – Sinal (FSK) para codificar a informação digital de comunicação sobre o sinal de corrente 4~20mA 3 Figura 2 – Sobreposição do sinal de comunicação digital ao sinal de corrente 4~20mA O Protocolo de comunicação fornece dois canais de comunicação simultâneos, o sinal analógico de 4~20mA e um sinal digital. O sinal analógico transmite o valor primário medido pelos instrumentos de campo, utilizando uma malha de corrente de 4~20mA. As informações adicionais do dispositivo são transmitidas por meio de um sinal digital sobreposto ao sinal analógico. O sinal digital contém as informações do dispositivo, tais como status, diagnósticos, valores adicionais medidos ou calculados. Juntos, os dois canais de comunicação oferecem uma solução de comunicação de campo extremamente sólida e completa, de baixo custo e de fácil utilização e configuração. Figura 3 – Comunicação HART em dois Canais de Comunicação (Analógico e Digital) 4 ESPECIFICAÇÕES DA HART A Camada Física do HART: Se baseia no padrão Bell 202, utilizando modulação por chaveamento de frequência (FSK) para se comunicar a uma taxa de 1200 bps. As frequências de sinal representando os valores de bit 0 e 1 são, respectivamente, 2200 Hz e 1200 Hz. Este sinal é sobreposto com baixa potência sobre o sinal de medição analógico de 4~20 mA, sem causar nenhuma interferência com o sinal analógico. A Camada de Enlace (Links de Dados): Define o protocolo mestre/escravo – em utilização normal, um dispositivo de campo somente responde quando solicitado. Podem existir dois mestres, por exemplo, um sistema de controle como mestre primário e um comunicador portátil HART como mestre secundário. As regras de temporização definem quando cada mestre pode iniciar a transação de comunicação. Até 15 dispositivos escravos podem ser conectados a um único par de cabos multipontos. A Camada de Rede: Fornece serviços de roteamento, segurança de ponto a ponto e transporte. Ela gerencia as "sessões” para comunicação de ponto a ponto com os dispositivos correspondentes. A Camada de Transporte: A Camada de Links de Dados garante que as comunicações sejam propagadas com sucesso de um dispositivo para outro. A Camada de Transporte pode ser utilizada para garantir o sucesso da comunicação de ponto a ponto. A Camada de Aplicação define os comandos, respostas, tipos de dados e os relatórios de status aceitos pelo protocolo. Na Camada de Aplicação, os comandos públicos do protocolo estão divididos em quatro grandes grupos: 1. Comandos Universais – contêm funções que devem ser implementadas em todos os dispositivos de campo 2. Comandos de Práticas Comuns – contêm funções comuns a vários dispositivos, mas não a todos 3. Comandos Específicos de Dispositivos – contêm funções exclusivas de um determinado dispositivo de campo e são especificados pelo fabricante do dispositivo 4. Comandos de Famílias de Dispositivos – contêm uma série de funções padronizadas para instrumentos com tipos específicos de medição, permitindo o acesso geral completo sem utilizar comandos específicos do dispositivo. 5 Figura 4 - Modelo OSI ENDEREÇAMENTO DA MENSAGEM HART A estrutura da mensagem enviada pelo sinal HART digital é caracterizado pelas seguintes etapas: 1. O preâmbulo possui entre 5 e 20 bytes em hexadecimal (todos 1’s) e auxilia o receptor a sincronizar o "stream" decaracteres; 2. O caractere de início indica o tipo de mensagem: mestre para escravo, escravo para mestre, ou mensagem em "burst" do escravo; e também o formato do endereço: quadro curto ou quadro longo; 3. O campo endereçamento inclui o endereço do mestre (um único bit: 1 para mestre primário, 0 para mestre secundário) e do escravo. No formato de quadro curto, o endereço do escravo tem 4 bits contendo o “polling address” (0 a 15). No formato de quadro longo, o tamanho é de 38 bits contendo o “identificador único” para um instrumento em particular (um bit é também usado para indicar se o escravo está em modo burst); 4. O byte comando contém o tipo de comando HART associado à mensagem. Os comandos universais estão na faixa de 0 a 30; comandos práticos estão na faixa de 32 a 126; comandos específicos do instrumento estão na fixa de 128 a 253; 5. O byte contador de byte contém o número de bytes dos campos status e dado. O receptor usa-o para saber quando a mensagem está completa, uma vez que não existe o caractere especial “fim de mensagem”; 6 6. O campo status (também conhecido como “código de resposta”) tem dois bytes presentes somente na mensagem de resposta de um escravo. Ele contém informações sobre erros de comunicação no recebimento de mensagem, o status do comando recebido e o status do instrumento; 7. O campo dados pode estar presente ou não, dependendo do comando particular. O comprimento máximo recomendado é de 25 bytes, para manter uma duração global de mensagem razoável; 8. O checksum contém um “ou exclusivo” ou “paridade longitudinal” de todos os bytes anteriores (do caractere de início em diante). Junto com o bit paridade anexado a cada byte, ele é usado para detectar erros na comunicação. Figura 5 – Estrutura da Mensagem HART TOPOLOGIA A HART é um protocolo do tipo mestre-escravo, tipicamente entre um instrumento de campo e um sistema de controle ou monitoramento, podendo ser ponto a ponto ou multidrop. 7 PONTO A PONTO A comunicação ponto a ponto entre mestre e escravo, o mestre primário é tipicamente um SDCD (Sistema Digital de Controle Distribuído), CLP (Controlador Lógico Programável), controle central baseado em computador ou um sistema de monitoração, conforme a figura 5.desta forma a comunicação é digital e simultaneamente há comunicação dos instrumentos de campo de forma analógica com sinal de 4~20mA. desta forma permite que a informação digital proveniente do instrumento escravo seja atualizada duas vezes por segundo no mestre, ou seja, cada ciclo de pedido e recebimento de valor dura cerca de 500ms. O sinal analógico de 4~20mA é contínuo e carrega a variável primária para controle. Figura 6 – O Protocolo HART permite que dois equipamentos mestres acessem informação de um mesmo equipamento de campo (escravo). Na topologia ponto a ponto um segundo mecanismo de transferência de dados é possível. O instrumento pode enviar de forma autônoma e periódica o valor de uma variável, no intervalo entre estes envios o mestre pode executar um ciclo de pergunta e resposta. A taxa de transmissão neste caso se eleva para 3 ou 4 atualizações por segundo. Este modo é denominado burst ou broadcast mode. O mestre pode enviar uma mensagem para interromper este envio contínuo de mensagens de reply, segundo sua conveniência. Na ligação mestre-escravo convencional, o sinal analógico mais o sinal digital ou somente comunicação digital, o sinal analógico não é interrompido, o escravo responde aos comandos requisitados pelo mestre. valor típico de 500ms por transação ou seja 1 pergunta e 1 resposta por segundo. Figura 7 – Mestre/Escravo - Resposta por Varredura 8 No modo Burst a comunicação é puramente digital, a resposta de uma variável selecionada é contínua, as janelas existentes entre cada resposta permitem ao Mestre mudar o comando ou o modo de comunicação. 3 a 4 atualizações por segundo. Figura 8 – Modo de comunicação HART Burst - Opcional MULTIDROP (Daisy Chain) A rede HART configurada em multidrop tem a capacidade de conectar até 15 instrumentos de campo, pelo mesmo par de fios, Neste tipo de aplicação, o sinal de corrente é fixo, ficando somente a comunicação digital limitada ao mestre-escravo. O valor da corrente de cada instrumento escravo é mantido no seu nível mínimo de 4mA e o valor da PV deve ser lido através de uma mensagem explícita. Figura 9 – Rede HART - Ligação multidrop A grande deficiência da configuração da rede em Multidrop é o tempo do ciclo de leitura de cada instrumento, que é cerca de 500ms podendo alcançar 1000ms. Para o caso de 15 equipamentos o tempo será de 7,5s a 15s, o que é muito lento para grande parte das aplicações. CABO E COMPRIMENTO MÁXIMO DA REDE A distância máxima do sinal HART é de cerca de 3000m para um único para trançado blindado e 1500m para múltiplos cabos de para trançado com blindagem 9 comum. O fator mais limitante do comprimento do cabo é sua capacitância. Quanto maior a capacitância e o número de dispositivos, menor a distância máxima permitida Tabela 1 – Relação entre o tipo de cabo e a distância máxima Tabela 2 - Comprimento máximo do cabo em função da capacitância COMANDOS HART A comunicação HART é baseada em comandos, como por exemplo, o mestre emite um comando e o escravo responde. Existem 3 tipos de comandos que permitem leitura e escrita de informações em instrumentos de campo. Os comandos universais e os práticos são definidos nas especificações do protocolo HART. Um terceiro tipo, os comandos específicos do instrumento, permite maior flexibilidade na manipulação de parâmetros ou de funções específicas num determinado tipo de instrumento. Tabela 3 - Comando universais e específicos: 10 MULTIPLEXADORES Os multiplexadores funcionam como um mestre primário que realiza a leitura de todas as variáveis de processo e informação de status de todos os transmissores periodicamente, de forma independente do hospedeiro. O uso de multiplexadores permite o acesso a um maior número de instrumentos, além dos 15 possíveis em uma rede com o HART, possuem vários canais de comunicação, com suporte ao modos de acesso ponto-a-ponto, burst ou em rede (multidrop ou barramento). A comunicação entre o multiplexador e o sistema de supervisão SCADA é efetuada através de canais de comunicação serial RS-232, RS-485ou Ethernet. No sistema de supervisão temos acesso a todos os dados dos dispositivos e podemos efetuar os comandos disponíveis. Esta é uma solução aplicável a instalações novas, pois elimina possíveis CLPs ou módulos de entrada e saída analógicos existentes em 4~20mA. Figura 10 – Aplicação com uso de Multiplexadores 11 CONFIGURAÇÃO Há duas maneiras de se configurar um instrumento HART: por meio de um terminal portátil universal de configuração ou utilizando um computador rodando uma aplicação de configuração de instrumento e um modem. Comunicadores Universais Portáteis Comunicadores portáteis usam arquivos de descrição de dispositivo (DD – Device Description) e o comunicador pode configurar completamente qualquer instrumento HART que tenha uma DD instalada. Se o comunicador não possui a DD para um instrumento específico, é possível se comunicar e configurar o instrumento utilizando comandos HART universais e práticos. Cada instrumento HART possui de 35 a 40 itens padrões registrados, que podem ser acessados por qualquer comunicador/ferramentade configuração aprovada. A comunicação com instrumento pode ser feita em qualquer loop de controle. Não precisa ser conectado fisicamente ao instrumento. Figura 11 – Instalação típica multidrop com uso do configurador portátil HART Com uma simples e a interface dos programador Hart, permitem um gerenciamento de qualquer local da planta operação, alterar configuração offline e online, salvar as configurações alteradas, fácil de transportar, podendo estar com o usuário no dia-a- dia, permitindo atuações a qualquer instante. 12 Figura 12 – interface de monitoração e status dos equipamentos HART EXEMPLO DE APLICAÇÃO Figura 12 – Três malhas de controle independentes Com o uso de transmissores compatíveis com o protocolo HART que incorporam um controlador PID, é possível montar malhas de controle somente com um transmissor e a válvula de controle como na figura 12. Com um PC ou uma interface Serial-Hart podemos, via protocolo, mudar os parâmetros de várias malhas de controle, seus setpoints, ganhos, e ainda registrar os valores das grandezas medidas e dos sinais de controle enviados as válvulas. 13 WirelessHART é um protocolo de comunicação de rede mesh sem fio utilizado em aplicações de automação de processos. Ela adiciona recursos sem fio ao protocolo HART, ao mesmo tempo em que mantém a compatibilidade com dispositivos, comandos e ferramentas HART existentes. Figura 13 – WirelessHART uma comunicação de rede mesh. Na rede mesh, todo instrumento pode servir como roteador de mensagens de outros instrumentos. Em outras palavras, o instrumento não precisa se comunicar diretamente com o gateway, necessitando somente encaminhar sua mensagem ao instrumento mais próximo. Isto amplia o alcance da rede e proporciona rotas de comunicação redundantes para aumentar a confiabilidade da rede. 14 CONCLUSÃO Sobre o estudo abordado, foi possível observar que HART permite a modulação de um sinal digital sobre o sinal analógico de 4~20mA, padrão nessa rede, utilizando o mesmo meio físico “fio”, ou seja vemos que a transmissão de informações digitais sobre os sinal analógico, utiliza a codificação padrão Bell 202 FSK, isso resulta em nenhuma interferência entre os sinais. Outro ponto importante é o fato da Hart ser uma rede fieldbus, isso trás uma compatibilidade grande com a rede de instrumentos analógicos e o sistema 4~20mA. Outro aspecto importante da rede fieldbus é a comunicação bidirecional que possibilita o acesso a dados entre instrumentos de campo inteligentes e sistemas host centralizado, de qualquer local da planta de processo, através de dispositivos portátil como laptop e smartphones, é possível ter um gerenciamento ou controle de processos da fábrica de uma forma mais rápida, resultando é economia de tempo. Na prática, a comunicação remota desses dispositivos, são utilizadas para calibração, configuração e diagnóstico de transmissores de variáveis de processo, como pressão, vazão, temperatura, nível e etc. Vale ressaltar que e os sinais de controle são transmitidos nas freqüências conhecidas 1200KHz~2400KHz e que o máximo de dispositivos acoplados em uma topologia multidrop, utilizando a rede Hart é de 15 dispositivos. 15 REFERÊNCIA BIBLIOGRAFICAS: PAES, William da Silva REDES INDUSTRIAIS, V1.3.1.2013 Rio de Janeiro - RJ HART® Communication Foundation ( http://www.hartcomm.org/index.html ) BEZERRIL, Eric; Redes industriais: protocolo de Comunicação Hart, Trabalho de conclusão de curso, 2009 Natal-RN ( http://www.engcomp.ufrn.br/publicacoes/ECC-2009-1-3.pdf ) SMAR Equipamentos Industriais ( http://www.smar.com/brasil/hart.asp ) Wikipédia ( http://en.wikipedia.org/wiki/Bell_202_modem ) Cassiolato, César; HPC401 - Configurador Portátil HART, Artigos Técnicos SMAR, 2010 ( http://www.smar.com/newsletter/marketing/index65.html ) Capa do estudo de caso - HART _redes industriais_ Estudo de caso - HART _redes industriais_
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