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Qualidade da Tutoria e a Formação do Tutor

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ESUD 2013 – X Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância
Belém/PA, 11 – 13 de junho de 2013 - UNIREDE
QUALIDADE DA TUTORIA E A FORMAÇÃO DO TUTOR: OS 
EFEITOS DESSES ASPECTOS EM CURSOS A DISTÂNCIA
Margarete da Silva Ramos1
1Faculdade Salesiana Maria Auxiliadora/EAD FSMA, e-mail:ead@salesianamacae.edu.br
Resumo - Este trabalho tem como objetivo estudar o papel da tutoria no processo de 
aprendizagem na EAD estabelecendo as competências necessárias para que o tutor 
desenvolva seu trabalho dentro dos critérios de qualidade exigidos pelos órgãos 
responsáveis pela educação no Brasil, em especial, pela Secretaria de Ensino a 
Distância (SEED/MEC). A metodologia de pesquisa utilizada é a descritiva 
observando aspectos específicos da competência docente levantados a partir de 
questionário aplicado em IES públicas e privada da região de Macaé que atuam com 
cursos e/ou disciplinas de graduação ou pós-graduação. O estudo aqui apresentado 
descreve o papel do tutor nos dias de hoje apresentando as competências 
pedagógicas, sociais e gerenciais que um tutor necessita desenvolver. Para realizar 
essa pesquisa foi utilizado um questionário online e solicitado, via ferramenta de 
correio eletrônico, a participação voluntária e sem identificação dos participantes. 
Através do desenvolvimento desse estudo, foi possível observar que a tutoria para 
EAD na região de estudo possui qualidade dentro dos padrões e referenciais. Os 
tutores possuem formação e habilidades requeridas o que torna possível um bom 
trabalho de tutoria. Conclui-se que as competências pedagógicas e sociais estão 
garantidas para as IES pesquisadas e que as competências gerenciais podem ser 
fortalecidas com cursos de especialização em EAD, além de maior envolvimento 
dos tutores no processo global de implementação do curso em que eles atuam.
Abstract – This paper object study meaning of mentoring in the process´s learning in 
distant learning and establish necessary skills for tutors to develop their work in 
accordance with quality criteria required by the agencies responsible for education in 
Brazil, in particular, by the Distance Education Department (SEED / MEC). The 
research methodology used is descriptive observing specific aspects of teaching 
competence gathered from a questionnaire applied to public and private Institutes 
undergraduate and/or graduate courses in the Macae region. This study describes 
like is the tutor today presenting, social and managerial teaching skills needs to 
develop a tutor. To perform this study used an online questionnaire requested e-mail 
tool, voluntary participation and without identifying of participants. Through the 
development of this study, it was observed that tutoring in distant Education in the 
studied region is accordance with quality standards and references. Tutors have 
studies and required skills which giving possibility a good job mentoring. It 
concluded that the social and pedagogical skills are guaranteed for institutes 
researched and managerial skills can to change bether the tutor´s work in courses in 
distance education, and greater involvement of tutors in process global of 
implementation in course in which they work. 
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ESUD 2013 – X Congresso Brasileiro de Ensino Superior a Distância
Belém/PA, 11 – 13 de junho de 2013 - UNIREDE
1. INTRODUÇÃO
O homem tem experimentado, através do tempo, o desenvolvimento científico e a produção 
de tecnologias que influenciam toda uma sociedade. A cada nova descoberta várias áreas 
sofrem mudanças, como a social, a cultural e a econômica, entre outras. Também a educação 
tem sofrido mudanças substanciais. A mais recente explosão de inovação educacional está na 
utilização dos meios digitais nas estratégias educativas, e principalmente, a utilização da 
comunicação digital no desenvolvimento da educação na modalidade a distância.
Pode-se observar que a educação a distância (EAD) no Brasil tem sido amplamente 
pesquisada, com aplicações na prática de diferentes cursos. Esse aumento expressivo nas 
últimas duas décadas se dá, principalmente, em virtude do avanço e do desenvolvimento das 
ferramentas de informação e comunicação representadas em sua maior força no 
desenvolvimento da WEB. São avanços que exigiram e exigem dos novos docentes 
habilidades e competências diferenciadas, rompendo, assim, o paradigma da educação 
tradicional.
Vários tipos de sistemas de tutorias existem atualmente em nosso país e cada 
instituição define, de forma diferenciada, a atuação do tutor de acordo com a modalidade de 
ensino (semipresencial ou totalmente a distância). Essa diversidade influi principalmente nos 
tipos de interação e nas funções assumidas pelos tutores na sua prática.
A educação a distância exige estruturas e capacitação profissional diferentes da 
educação tradicional e, a partir de novos papéis desempenhados por antigos atores, é 
necessária a reconstrução de saberes e competências, para exercer de forma efetiva esses 
novos papéis (HENRIQUES et al, 2008; SILVA, 2008). A situação da EAD, hoje, em relação 
à tutoria está bastante fragilizada, principalmente no que diz respeito à formação e 
capacitação dos tutores. O perfil necessário aos professores que exercem o cargo de tutores é 
o de uma boa formação acadêmica, embora haja carência de aperfeiçoamento das 
competências técnicas e pedagógicas específicas para o trabalho com estudantes de ensino a 
distância (MACHADO, 2004; BARBOSA e REZENDE, 2006). Nesse sentido, diferentes 
autores apontam para a urgência de uma gestão com foco na capacitação e preparação dos 
tutores, bem como o planejamento de modelos e atividades específicas, que prepararem o 
tutor em um tipo de formação continuada que lhe permita desempenhar seu papel com 
capacidade técnica e satisfação profissional (OLIVEIRA, 2006; SILVA, 2008). Portanto, é 
necessária uma análise das competências autoavaliativas e pedagógicas necessárias ao 
desempenho do papel do tutor.
Para atuar de forma dinâmica na aprendizagem e interferir eficazmente no 
desempenho dos alunos o tutor deve possuir algumas competências essenciais ao exercício de 
suas atividades que podem ser divididas em quatro classes: as competências pedagógicas e 
técnicas , referentes a sua formação inicial, ao domínio do conteúdo e do material didático da 
disciplina, bem como do projeto político pedagógico da instituição onde atua, além das 
competências tecnológicas referentes ao domínio e conhecimento dos recursos multimídias e 
TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação) e as competências sócio afetivas, que 
capacitam ao tutor a manter uma interação positiva de incentivo ao aluno, mediando, assim, as 
atividades, de forma a torná-las interessantes e, dentro deste contexto, desenvolver um 
relacionamento de empatia com o aluno, que poderá facilitar o desempenho desse último no 
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curso. É necessário, pois, que sejam realizadas pesquisas no âmbito de formação de quem vai 
atuar nesse papel. Isso porque, a demanda por esse profissional tem crescido, ao mesmo 
tempo que ainda são insuficientes as iniciativas para o desenvolvimento de uma gestão que 
contemple a tutoria de EAD, como de excelência pelos resultados obtidos. Tais aspectos estão 
relacionados as competências gerenciais. 
No entanto, existe uma carência de estudos sólidos sobre a capacitação profissional 
para esse tipo de tutoria. Este artigo trata de uma pesquisa com objetivo de levantar o papel 
da tutoria no ensino a distância, abrangendo a formação do tutordentro das perspectivas de 
qualidade do MEC (Ministério da Educação) para relacionar o perfil pesquisado em diferentes 
IES com as competências necessárias ao bom desempenho dos tutores, sugerindo propostas 
que poderão colaborar para a melhoria desse papel através de estudo bibliográfico sobre a 
tutoria no ensino a distância e pesquisa de dados em IES com grupos de tutores. Para 
implementar a pesquisa, foi realizada aplicação de questionário estruturado.
2. OS RUMOS DO ENSINO A DISTÂNCIA
A educação a distância, de acordo com dados do ABraEAD (Anuário Brasileiro Estatístico de 
Educação Aberta e a Distância - 2008) tem crescido consideravelmente no Brasil e este 
crescimento tem sido quantitativo, ao mesmo tempo que relacionado ao aumento do número 
de universidades envolvidas, cursos oferecidos e alunos cursantes ou interessados neste tipo 
de educação. Segundo levantamento da AbraEAD (2008, p.147), um em cada 80 brasileiros 
passou por um curso a distância atualmente. Na esfera qualitativa a EAD também tem tido 
progressos, principalmente aqueles relativos ao apoio do governo na inclusão da educação a 
distância na política nacional de educação sendo uma das prioridades do PDE (Plano de 
Desenvolvimento da Educação), a implantação de novas políticas públicas de educação e 
criação da UAB (Universidade Aberta do Brasil). 
O ensino superior a distância no Brasil só foi reconhecido com a Lei de Diretrizes e 
Bases de 1996. A partir de então, nos primeiros anos as Instituições de Ensino Superior IES 
buscaram atender às demandas específicas, principalmente a capacitação de professores e os 
cursos de Pedagogia e Normal Superior. Deve-se considerar a importância dessa etapa da 
educação, pois ela significou a aprendizagem das instituições públicas e privadas e também 
do Ministério de Educação para a nova modalidade e seus requisitos. Novas possibilidades 
surgiram, então, para atender, por satélite, milhares de alunos ao mesmo tempo ou apenas 
fornecer um curso só pela Internet (ALVES, 2009).
Hoje percebe-se a consolidação da EAD no Brasil, principalmente no ensino superior. 
Ela deixa de dar, apenas, alternativas para mazelas educativas e passa a constituir-se como 
educação política pública, com forte apoio governamental. A criação da UAB em 2005 
consolidou a posição do governo para essa modalidade e também, os meios reguladores de 
EAD pelo MEC (Ministério da Educação), com o fortalecimento da SEED (Secretaria de 
Educação a Distância), com legislação específica e com referenciais de qualidade para 
consolidar a busca pela melhoria dos cursos implementados e os que ainda serão 
implementados (ABraEAD 2008, p. 10)
Esse caminho da EAD em nosso país tem uma tendência clara para a quebra de 
paradigmas, fortalecendo os cursos e demandando novos perfis profissionais para a área. 
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Belém/PA, 11 – 13 de junho de 2013 - UNIREDE
Tanto gestores, quanto equipes técnica e pedagógica devem, portanto, se adequarem às novas 
exigências, colaborando para que o quadro que hoje se apresenta continue se ampliando, 
consolidando as possibilidades e a universalização de uma educação de qualidade.
3. PLANEJAMENTO, IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO EM EAD
Na implementação da UAB, os fatores relevantes para sua criação e escolha do modelo 
apropriado são o vasto território brasileiro, a forte diversidade cultural e as desigualdades 
regionais. O modelo proposto buscou contemplar os pressupostos básicos para geração de 
cursos superiores a distância de qualidade que contemplem a atuação de professores e alunos 
em espaços distintos, a necessidade de mediação tutorial, de apoio descentralizado ao 
estudante e a mudança da centralidade do processo educativo que é o aluno (COSTA, 2007).
De fato, a implementação da UAB buscou alinhar os fatores da gestão e da operação 
didática com os padrões de qualidade do MEC, sendo imprescindível que o fator tutoria 
tivesse sobre ele, um olhar mais cuidadoso, por ser de relevância no processo de ensino-
aprendizagem em EAD. Como no modelo da UAB a tutoria é presencial e virtual a escolha de 
tutores e sua capacitação devem garantir que esse papel seja propriamente atendido. Segundo 
Costa,
Em qualquer situação, tanto tutores presenciais quanto tutores à distância, devem ser 
profissionais bem preparados na metodologia a distância e na tecnologia de comuni-
cação e interação, tanto quanto nos domínios específicos dos conteúdos didáticos. 
Esses níveis de qualidade podem ser atingidos através de programas de capacitação 
do corpo de tutores, que, no mínimo, deve prever três dimensões: capacitação no do-
mínio específico do conteúdo, capacitação em mídias de comunicação e capacitação 
em fundamentos da EAD. (COSTA, 2007 p.11).
A gestão de pessoas para EAD deve considerar a diversidade de relações que são 
estabelecidas dentro do modelo proposto por cada IES, partindo do princípio de que os 
modelos têm suas especificidades. Cada modelo requer habilidades e competências 
particulares que devem ser tratadas no seu ambiente e que busquem alcançar a equipe, como 
um todo, para gerar cumplicidade de tutores, equipes multidisciplinares e gestores (SILVA, 
2007).
A qualidade do aprendizado do aluno na EAD é alvo de grandes discussões, 
principalmente quando são feitas comparações entre o ensino presencial e a distância. Para 
garantir que essa qualidade seja mantida na EAD, é primordial definir os elementos que 
compõem sua estrutura, como a formação multidisciplinar da equipe técnica e a variedade de 
recursos pedagógicos disponibilizados ao aluno. Que a qualidade do EAD é necessária é 
verdade, mas é também muito mais decisiva para a plena realização do processo de ensino-
aprendizagem (NASCIMENTO; CARNIELLI, 2007). A implementação de cursos a distância 
de qualidade não se mede, portanto, por número de alunos envolvidos no curso, mas na 
seriedade e coerência do projeto pedagógico, do completo envolvimento das equipes gestoras 
e executoras, e mais, no envolvimento da equipe mediadora (tutores e monitores).
4. SISTEMAS DE TUTORIAS EM CURSOS A DISTÂNCIA
Nesse contexto, a educação a distância tem o tutor como ator fundamental no processo 
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ensino-aprendizagem. Ele é responsável pela mediação entre os conteúdos teóricos e o aluno. 
Contudo, a forma como se organiza o sistema de apoio aos estudantes, o “sistema de tutoria”, 
não é único, mas existem verdadeiramente diferentes “sistemas de tutoria”. Ao longo da 
história, diversas concepções estabeleceram papéis diferentes para os tutores na educação a 
distância. Concepções que ainda estão presentes nos cursos atuais de EAD, apesar de todos os 
avanços pedagógicos e tecnológicos que vêm ocorrendo nessa modalidade educacional. 
Segundo Oliveira (2006), existiriam quatro tipos de concepções de tutoria presentes na 
educação a distância: a concepção “fordista” de ensino, a concepção baseada no 
autodidatismo, a concepção da tutoria como conversação dialógica, que originou a concepção 
da tutoria como mediação.
Na concepção “fordista”, o tutor teria apenas a função de tirar dúvidas, verificar se os 
estudantes estão realizando as atividades, as leituras e se estão compreendendo os objetivos de 
cada unidade. O centro dessa proposta é o processo de ensino e a instituição se torna a 
principal responsável pelo aprendizado do aluno e o material didático é considerado como 
meio principal para que a aprendizagem se concretize (OLIVEIRA, 2006).
Em contraposição a esse modelo está a concepção do autodidatismo, que devido às 
característicasdo público da EAD, composto em sua maioria de estudantes adultos e 
trabalhadores, incentiva a autonomia, a capacidade de saber como, quando e quanto estudar. 
Sendo assim, o centro do ensino é o estudante e não a instituição. Nesse modelo, o tutor é um 
facilitador da aprendizagem. Caso seja procurado pelo estudante, sua responsabilidade é 
apontar meios que facilitem o aprendizado do aluno, indicando leituras, sites para pesquisas, 
enviar materiais requisitados, entre outras possibilidades (OLIVEIRA, 2006).
A concepção da tutoria como troca dialógica considera que a relação na EAD deve ser 
pautada pela comunicação entre os envolvidos no processo educativo. O fundamental é o 
estabelecimento de diálogo entre os professores, os tutores e os estudantes, permitindo a 
construção de um relacionamento pessoal por intermédio das TICs e dos materiais didáticos, 
possibilitando a construção da autonomia e produção do conhecimento pelos alunos 
(OLIVEIRA, 2006). Essa é a base teórica para a concepção mais atual e abrangente sobre a 
função da tutoria e, por conseguinte, do modelo de tutoria de uma instituição de educação a 
distância, a concepção da mediação. Nesse modelo, o papel do tutor deixa de ser apenas o de 
possibilitar a interação entre o aluno e o conteúdo a ser aprendido, ganhando-se, assim, uma 
nova relação: a interação direta entre ele e aluno. 
Cabe ao tutor, não só conhecer os conteúdos específicos, mas deter também outros 
conhecimentos relacionados à comunicação, à metodologia específica da educação a distância 
e às relações afetivas que se estabelecem entre os participantes do processo educacional. Os 
papéis dos tutores se ampliam, portanto, deixando de ser apenas tiradores de dúvidas sobre as 
disciplinas, sobre a metodologia do curso ou sobre as questões do uso das mídias e do 
material, para se tornarem participantes do desenvolvimento do curso, desde a sua concepção 
até os momentos de avaliação dos discentes e da instituição. Nesse sentido, o tutor se torna 
corresponsável pelo processo de formação do aluno (OLIVEIRA, 2006) 
O primeiro grande ponto a ser discutido está no objetivo da educação que, em sua 
acepção mais profunda, tem como meta levar o indivíduo à produção de conhecimento. O fato 
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de um tutor ter claro esse objetivo e pensar sobre estratégias adequadas em relação ao aluno 
para atingi-lo, definirá o sucesso da relação que se estabelece entre tutor-aluno-conhecimento. 
Segundo Prado e Valente (2002),
A interação com alunos possibilita ao professor aprender como criar condições para 
promover a construção de conhecimento, bem como, saber compatibilizar as neces-
sidades e os interesses de seus alunos com os objetivos pedagógicos que se dispõe a 
atingir. (PRADO e VALENTE, 2002, p. 29)
No saber fazer do professor-tutor, deve ser pertinente o uso de um conjunto de 
estratégias para que ele consiga estimular a produção de conhecimento. O ensino a distância, 
por sua natureza, deve buscar esse tipo de construção e o desenvolvimento da autonomia do 
estudante. Sendo o tutor o mediador entre conhecimentos, ideias já consolidadas e o 
estudante, então, por exigência, ele precisa adquirir e continuamente buscar dominar 
estratégias de mediação para este fim (PRADO e VALENTE, 2002).
Outra característica fundamental da educação atual é a não linearidade dos conteúdos. 
O que pode parecer um conteúdo de área específica está inserido, muitas vezes, numa rede de 
conhecimento que permeia várias áreas. Esse fato exige que o professor-tutor precise ir além 
do simples fato de estar ligado apenas a uma disciplina. Ou seja, necessita estar inserido de 
maneira mais ampla na rede, assumindo um papel de suma importância, pois será ele o agente 
capaz de disseminar os pressupostos da educação a distância (ACCORSSI e JAEGER, s.d.). 
Desta forma, supõe-se o perfil de um professor ocupando-se da tutoria e a necessidade deste 
indivíduo ser capaz de imprimir uma dinâmica nova ao processo de mediação educativa. 
Deve-se levar em conta, ainda, que o professor-tutor é um ser profissional e psicológico que 
precisa ter uma base da construção do seu próprio eu, dentro de uma postura ética e humana 
(SILVA, 2008).
Os modelos de tutoria na educação a distância também podem ser analisados sob a 
ótica das formas de interação entre professores e alunos. Reis (2003) identifica três sistemas 
de tutoria nas instituições de EAD: o semipresencial, o bimodal e o virtual. O semipresencial 
é caracterizado por um serviço de tutoria a distância realizada através de diferentes meios de 
comunicação. Além disso, podem participar de sessões de atendimento presencial com a 
discussão entre o professor e grupo pequenos de alunos. No modelo bimodal, existe a tutoria a 
distância que é obrigatória, mas a instituição oferece sessões de tutoria presencial facultativa 
que são destinadas à interação entre os alunos e o conhecimento das ferramentas do curso. O 
terceiro modelo é o virtual. Nesse modelo, as interações são feitas totalmente a distância, 
utilizando a internet e secundariamente o telefone como forma de comunicação entre alunos, 
tutores, professores e funcionários administrativos. No modelo virtual, as ferramentas 
tecnológicas adquirem um papel de extrema relevância no estabelecimento de relações entre 
os participantes do processo educativo.
4.1. O PAPEL DO TUTOR NA EAD
No novo cenário brasileiro, no qual a EAD está em expansão, a pesquisa sobre a formação e 
capacitação de tutores torna-se imperiosa e, por meio dela, deve-se priorizar a qualidade dos 
mesmos, atendendo aos critérios estabelecidos nos Referenciais de Qualidade do MEC 
tornando necessária e urgente uma reflexão sobre as práticas desenvolvidas pelas instituições 
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de ensino com objetivo de capacitar esses profissionais.
Preti (2008) aponta quatro condições consideradas como necessárias e fundamentais 
para que um tutor possa atuar e avaliar de modo coerente seus alunos, sendo elas: domínio do 
conteúdo para permitir que o tutor identifique e compreenda os conceitos centrais 
desenvolvidos pelo autor do material didático utilizado pelo aluno de modo a contextualizá-lo 
e encontrar meios para auxiliar a compreensão do aluno; conhecer bem a proposta pedagógica 
do curso para compreender suas demandas e exigências a fim de adequar seu trabalho dentro 
daquilo que o curso se propõe; apreciar o sistema de avaliação do curso e da disciplina; 
identificar o perfil dos alunos e o contexto em que eles se situam, de modo a identificar suas 
necessidades e adaptarem-se a elas.
Desta forma é importante evidenciar que o tutor é um educador a distância, e que, 
como tal, não deve se abster do seu papel como formador dos múltiplos conhecimentos do 
aluno. Muitos tutores ainda possuem um perfil de meros tiradores de dúvidas, sem qualquer 
outro comprometimento com o aprendizado do aluno. Segundo Leal (2001) vários autores 
apontam que a dedicação e a atuação do tutor fortalecem o aprendizado do aluno, sendo elas o 
principal elo entre o sistema acadêmico EAD, o aluno e o conteúdo. O tutor, portanto, deve, 
não só tirar dúvidas, mas elaborar atividades que facilitem o estudo, usar diferentes meios 
para se comunicar com os alunos, a fim de abranger diferentes perfis, atender de modo 
atencioso e cordial os discentes, a fim de criar com eles laços de confiança importantes no 
processo de ensino-aprendizagem. 
Neste contexto insere-se a observação feita por Perrenoud sobre o papel do tutor em 
um ambiente de ensino virtual que diz: “Mais do que ensinar,trata-se de fazer aprender, 
concentrando-se na criação, na gestão e na regulação das situações de aprendizagem”(2000, 
p.139). Assim, pode-se afirmar que o tutor em EAD não é o centro do aprendizado, mas um 
dos vários profissionais envolvidos no processo e que precisa, por isso, trabalhar com os 
demais integrantes da equipe composta por pedagogos, administradores, coordenadores de 
disciplina, web designers, etc. 
5. COMPETÊNCIAS DO TUTOR ESSENCIAIS DO TUTOR PARA A 
MELHORA DO DESEMPENHO DO ALUNO NA EAD
Apesar dos tutores serem, em sua maioria, profissionais formados na área específica da 
disciplina em que atuam, é fundamental que sejam críticos o suficiente para realizarem uma 
autoavaliação, ou seja, se estão cumprindo todas as necessidades atreladas à tutoria, sejam 
elas relacionadas ao curso, à disciplina em que atuam, ou ao aluno. Para este fim precisam 
estar cientes das competências necessárias ao trabalho de tutoria e se estão sendo por eles 
desenvolvidas. Véras (2007) elenca algumas competências importantes a serem observadas 
pelos tutores, que sejam:
[...] domínio do idioma nacional falado e escrito; conhecimento e prática da informá-
tica, produção de textos, arquivos e gráficos; domínio de diferentes mídias e das 
Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC); concepção da aprendizagem hu-
mana como troca de experiências entre pessoas; comunicabilidade; organização, pla-
nejamento e avaliação pedagógica; empatia (transportar-se para o universo do 
outro); clareza na expressão verbal (oral ou escrita); Iniciativa para oferecer respos-
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tas rápidas; facilidade para elogiar e reforçar interpretações inovadoras e alcances 
dos alunos; facilidade para sugerir revisões, interpretações alternativas, indicar apro-
fundamentos e para fazer comentários que levem ao aprimoramento de competênci-
as profissionais (VÉRAS, 2007, p.60).
Segundo Tractenberg e Tractenberg (2007), as competências necessárias para exercer 
a função de tutoria podem ser divididas em quatro grandes grupos, as competências 
pedagógicas, as competências sócio-afetivas, as competências tecnológicas e as competências 
gerenciais.
As competências pedagógicas e técnicas estão relacionadas à apropriação dos métodos 
de ensino-aprendizagem, assim como ao domínio do conteúdo (TRACTENBERG e 
TRACTENBERG, 2007). Essas competências gerais podem ser traduzidas nas seguintes 
ações: conhecer, compreender e colocar em prática a concepção pedagógica do curso de 
EAD; dissipar dúvidas dos alunos sobre o conteúdo e as atividades; sugerir o 
aprofundamento de temas importantes e indicar fontes bibliográficas; possibilitar a construção 
do conhecimento através da reflexão crítica e da autoria coletiva; intermediar as discussões 
entre os alunos; avaliar trabalhos, provas e a participação dos alunos, além dar respostas 
claras e detalhadas das atividades e das contribuições dos discentes (SANTOS; 
TRACTENBERG; PEREIRA, 2005).
A capacidade de criar um ambiente virtual que facilite a aprendizagem e favoreça as 
relações interpessoais está na área das competências sócio-afetivas (TRACTENBERG e 
TRACTENBERG, 2007). As competências sócio afetivas se verificam através de ações como, 
respeito à diversidade cultural, às características individuais e ao tempo de cada aluno; 
incentivar a participação individual e coletiva através de mensagens que valorizem o papel do 
aluno no processo de ensino-aprendizagem; mediar conflitos e promover a interação e a 
colaboração entre os discentes, contribuindo para a construção de um ambiente acolhedor e 
amigável e se fazer presente no espaço virtual pelo estabelecimento de uma comunicação 
frequente, através de uma linguagem informal, pessoal e bem-humorada (SANTOS; 
TRACTENBERG; PEREIRA, 2005).
Já as competências tecnológicas se relacionam com o domínio das ferramentas 
tecnológicas comunicacionais e informacionais necessárias para a prática da tutoria online 
(TRACTENBERG e TRACTENBERG, 2007). As ações mais relevantes para que os tutores 
demonstrem dominar essas competências são: utilizar com propriedade as tecnologias da 
informação e comunicação disponibilizadas no ambiente virtual; instruir os discentes sobre os 
procedimentos básicos do curso e esclarecer dúvidas sobre o material destinado aos alunos, 
sobre a plataforma de aprendizagem ou sobre as tecnologias utilizadas no curso e caso não 
consiga respondê-las fazer o encaminhamento para o suporte técnico.
Finalmente, a educação a distância pressupõe que elementos novos são incorporados 
ao processo de aprendizagem e de construção do conhecimento. O processo de construção de 
conhecimento é um processo de natureza bilateral ao qual aluno e tutor se inter conectam na 
rede de conhecimento e que requer, por um lado, agregar elementos quantitativos relativos à 
qualidade do curso e, por outro lado, realizar a interpretação e a incorporação dos aspectos 
qualitativos, feita pelos diversos atores que participam do processo institucional: docentes, 
discentes e servidores técnico-administrativos. 
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A questão inicial se debruça sobre o que o tutor originalmente tem como atribuição. 
Os tutores a distância têm como função principal atender e orientar os alunos, esclarecendo-
lhes dúvidas quanto aos conteúdos, através de desafios cognitivos e promovendo a 
incorporação das questões fundamentais, por parte do aluno. Precisam, ainda, pelo fato de 
manterem um vínculo interpessoal estreito com os alunos, contribuir para a manutenção da 
motivação dos educandos pela própria formação, evitando, assim, a evasão e o 
descumprimento de tarefas e de uma rotina de estudo. Nesse sentido, o tutor precisa agregar 
competências mais específicas de gerenciamento do processo e da comunicação. A tutoria tem 
como componentes principais ações que requerem uma visão mais ativa e direta que Keegan 
aponta como elementos centrais da EAD,
A utilização de meios técnicos de comunicação, unindo o professor e os alunos e 
mediando a construção do conhecimento; uma organização acadêmica característica 
(planejamento, sistematização, didática, avaliação), distinta da organização da edu-
cação presencial; utilização de meios tecnológicos; a possibilidade da existência de 
encontros entre o tutor e os estudantes do grupo de aprendizagem (forma semipre-
sencial de EAD); a separação física entre o professor e os alunos; e a previsão de 
uma “comunicação de mão dupla” (KEEGAN, 1991, p. 38).
Para prover esses componentes ao processo de comunicação e aprendizagem na EAD, 
o tutor precisa agregar às suas competências pedagógicas e técnicas, sócio-afetivas e 
tecnólogicas, as competências gerenciais tanto de seu trabalho, quanto da providência de 
recursos e apoio ao aluno. De acordo com Tractenberg e Tractenberg (2007), as competências 
gerenciais são as capacidades de organizar e coordenar as atividades e os procedimentos 
relativos aos curso online. O tutor precisa, portanto, decidir quando é hora de intervir na 
comunicação, solicitar apoio técnico, pedagógico, sugerir melhorias no design instrucional, se 
perceber a presença de equívocos que dificultam não só o processo de aprendizagem como a 
comunicação. Esses pontos são, portanto, alguns tantos que podem ser exigidos de um tutor 
capaz e competente na EAD.
Sendo assim, a importância da tutoria deve estar alicerçada na ação e na reflexão. 
Demo (1998), ao destacar a importância crucial do professor na Educação a Distância, resume 
dessa forma as competências que ele deve possuir:[...] a teleducação não dispensa o professor, embora agregue a seu perfil outras exi-
gências cruciais, como saber lidar com materiais didáticos produzidos com meios 
eletrônicos, trabalhar em ambientes diferentes daqueles formais da escola ou da uni-
versidade, acompanhar ritmos pessoais, conviver com sistemáticas diversificadas de 
avaliação. (DEMO, 1998, p. 200)
As competências gerenciais requeridas ao trabalho de mediação do tutor devem 
incluir: capacidade de gerenciar o tempo, a comunicação, os espaços, as relações; percepção 
dos indícios de inconsistências entre os conteúdos, as tarefas e o ambiente e a atitude pró ativa 
de apontar alternativas didáticas mais adequadas ao seu público-alvo; domínio de 
procedimentos de registros de demandas, inconsistências, desajustes que aconteçam no 
ambiente e na comunicação de forma a promover a ação de atores envolvidos. 
Por fim, o tutor precisa ter a clara leitura de sua atuação e perceber quando precisa 
melhorar seu desempenho, buscando sempre atualizar-se e corrigir as falhas que ocorreram no 
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desempenho de sua função. Desenvolver essas competências não é fácil, mas faz parte do 
novo perfil requerido para o tutor/docente em EAD.
6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para efeito dessa pesquisa foram enviados questionários a um grupo de cerca de 200 docentes 
(tutores) das seguintes instituições: CEDERJ (pública), UAB/UFF/UFJF (pública) e FSMA 
(privada), via e-mail com um link para um questionário eletrônico na ferramenta google docs. 
Foram computados 46 questionários respondidos, o que caracteriza uma margem aceitável de 
respostas. O questionário apresentava questões fechadas e, em alguns casos, com proposta de 
marcação para mais de uma alternativa. Como resultado, as considerações acerca das 
competências dos tutores são aqui apresentadas.
Se a tecnologia para muitos docentes ainda é um fator de dificuldade, os recursos 
pedagógicos e comunicativos envolvidos no processo de tutoria aumentam ainda mais a 
dificuldade para a prática docente. Sobre a competência de domínio de ferramentas 
tecnológicas e de comunicação os resultados evidenciaram (quadro 1) que este não é o 
problema na tutoria na região de estudo. Na sua totalidade os tutores possuem domínio em 
ferramentas básicas e excelente domínio de internet e e-mail, apesar de nem todos terem feito 
curso específico de informática, o que sugere que a prática é fator determinante do 
desenvolvimento da competência tecnológica.
Quadro 1. Domínio de TIC e treinamento em informática
Possui curso de informática 60%
Tem excelente domínio sobre o computador 74%
Domínio da ferramenta fórum 87%
Domínio de ferramentas básicas de internet e e-mail 100%
Domínio de planilhas e gráficos 96%
Domínio da ferramenta chat 87%
No entanto, sendo a EAD um processo educativo onde no qual a colaboração é um 
eixo potencializador da aprendizagem, e o apoio de equipe técnica, docente e da coordenação 
é necessário para a permanente melhoria dos materiais e da própria tutoria aspectos relativos à 
interação com os diferentes atores devem ser avaliados. Pode-se perceber que na pesquisa 
realizada (quadro 2) a interação com os demais atores e equipe multidisciplinar é considerada 
satisfatória, o que determina um aspecto de qualidade na EAD. 
Quadro 2. Percentual de muito boa a excelente interação
A integração de seu trabalho com equipe EAD. 64%
O grau de interação com outros tutores 55%
O grau de interação com o coordenador da disciplina 43%
Grau de interação com os alunos 88%
Sobre as competências pedagógicas e sociais alguns critérios foram contemplados 
nesta pesquisa sendo eles: a titulação, o domínio dos conteúdos e das ferramentas para 
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orientação no ambiente de aprendizagem e a ética capaz de promover um ambiente seguro e 
propício à construção do conhecimento. Sobre a titulação dos docentes e tutores o MEC 
especifica que pelo menos 50% dos professores devem ter titulação stricto sensu. 
Os dados sobre tempo de experiência dos tutores em EAD demonstram que a maioria 
dos tutores tem tempo de experiência de mais de 3 anos, o que se encontra dentro do 
parâmetro de qualidade sugerido pelo MEC/INEP no instrumento para autorização de cursos 
na modalidade a distância que é de que pelo menos 50% dos tutores tenham formação 
específica em EAD ou pelo menos um ano de experiência.
Nesta pesquisa os tutores foram questionados sobre a capacitação em EAD com 
questões sobre tempo de duração dos cursos de capacitação e ocasião em que foram aplicados, 
além dos temas abordados nos cursos. Verifica-se uma fragilidade da tutoria e isso pode ser 
observado porque o percentual de tutores com formação em EAD é bom, mas a duração dos 
cursos de capacitação é muito pequena (Figura 1). Sendo as instituições pesquisadas 
instituições superiores de ensino é recomendável que a formação específica em EAD ideal 
seja de especialização, o que sugere que a equipe de pedagógica de EAD (tutores e 
professores) deve buscar qualificação em EAD de cursos mais consistentes como os de 360 
horas. Mesmo assim, cursos de curta duração são opções para competências tecnológicas e 
práticas, como o uso de TICs.
Figura 1.Tempo em horas para os cursos de capacitação para tutores
Outro ponto pesquisado foi sobre os diferentes aspectos abordados em cursos de 
capacitação de tutores. Neste caso os aspectos como conteúdo teórico e prático da disciplina 
de atuação, pedagógicos e didáticos e especificidade da prática tutorial são os destaques para 
as abordagens em cursos frequentados pelos tutores (Figura 2). Esse ponto sinaliza a 
qualidade dos conteúdos e do conhecimento sobre o processo pedagógico na EAD. Esse 
aspecto também está contemplada na tutoria, já que para muitos tutores a migração dos cursos 
presenciais para a modalidade a distância acontece por meio da tutoria.
Figura 2. Aspectos abordados em cursos de capacitação para tutores.
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Até 10 horas
De 11 a 20 horas
Acima de 20 horas.
0 5 10 15 20 25 30 35
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Mesmo assim, os tutores responderam na pesquisa sobre ter ou não dificuldade com a 
tutoria e quase 50% dos tutores pesquisados revelaram que algumas vezes sentem dificuldade, 
mas apenas eventualmente.
Segundo os referenciais de qualidade para a educação superior a distância “um dos 
pilares para garantir a qualidade de um curso a distância é a interatividade entre 
professores, tutores e estudantes” (BRASIL, 2007 p.10). No resultado dessa pesquisa, 
exposto no quadro 2, observa-se que a interação entre os diversos atores acontece nos 
sistemas de tutoria dos cursos avaliados de forma satisfatória, principalmente a interação com 
os alunos . Para atingir essa interatividade os referenciais preveem, ainda, que, devem estar 
plenamente definidos no projeto de curso: o modelo de tutoria e a relação quantitativa de 
tutores/estudantes; variados meios de comunicação síncronos e assíncronos que serão 
utilizados no modelo adotado e planejamento de formação, supervisão e avaliação dos tutores. 
É fortemente recomendável que os tutores tenham pleno conhecimento desses pontos. Para 
desempenhar bem as competências gerenciais citadas nos pressupostos teóricos os tutores 
precisam ter afinados os aspectos completos das disciplinas e do processo de aprendizagem. 
Nesse estudo os tutores responderamquestões sobre aspectos adicionais e os 
resultados constam no quadro 3. As questões numeradas de 1 a 5 tratam da formação 
adicional e do interesse do tutor em ampliar seu papel no processo da EAD. Apesar de 
perceber a importância de uma formação ampliada para EAD, um número pequeno de tutores 
já participa do processo de criação de cursos em EAD. Nas questões 6, 7 e 8 foi questionado o 
conhecimento sobre o perfil do aluno e da disciplina em que o tutor atua, finalizando com o 
questionamento sobre a pró atividade do tutor ao se engajar na busca da qualidade da 
disciplina buscando saber se ele contribuiu ou procurou contribuir com melhorias no formato 
ou na própria prática de comunicação ou da aprendizagem do curso em que atua.
 Desta forma busca-se perceber se o tutor se limita ao seu papel básico de tutor, ou está 
comprometido com a questão da qualidade de seu trabalho e de todos os envolvidos. Cerca de 
80% dos professores que participaram da pesquisa responderam que já contribuíram com 
melhorias na disciplina. Esse último aspecto completa o bom resultado da pesquisa, 
mostrando que nos cursos pesquisados na região litorânea do Estado do Rio os tutores 
possuem um bom nível de formação, de qualificação e com uma prática efetiva que possibilita 
uma tutoria de qualidade conforme recomenda o Ministério da Educação (MEC) através da 
Secretaria de Ensino a Distância (SEED).
Quadro 3. Percentual de respostas positivas sobre questões relativas às 
competências gerenciais
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Aspectos do conteúdo teórico e prático da disciplina
Aspectos didáticos e pedagógicos
Aspectos específ icos da prática tutoral
Aspectos relativos ao uso de TICs
0 5 10 15 20 25 30 35 40
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Questões adicionais para competências gerenciais Percentual de respostas 
positivas
1. Tem algum projeto em EAD? 32%
2. Tem curso de licenciatura? 53%
3. Fez curso de formação para EAD? 34%
4. Acredita ser importante ter curso de formação em 
EAD?
89%
5. Já participou da elaboração de cursos em EAD? 23%
6. Conhece o projeto político do curso? 36%
7. Conhece o perfil do aluno com quem trabalha? 85%
8. Deu sugestões que contribuísse para a disciplina? 79%
Sobre a forma que os resultados foram analisados é importante ressaltar que não foi 
possível separar os entrevistados por instituição. A efeito dos aspectos estudados a separação 
não é relevante, mas como um todo a análise da tutoria nos cursos oferecidos em diferentes 
instituições à respeito de sua qualidade. É nesse sentido que o resultado obtido mostra que nos 
cursos de graduação e pós-graduação da região de Macaé e Rio das Ostras, tendo como 
universo três instituições de ensino superior, a qualidade é um aspecto de grande importância.
7. CONCLUSÃO
Esse estudo procurou estabelecer o perfil dos tutores de IES da região do Rio das Ostras e 
Macaé e verificar as competências necessárias ao trabalho da tutoria para cursos em EAD. 
Com relação ao perfil traçado neste estudo pode-se afirmar que os aspectos levantados quanto 
à titulação e formação dos tutores apresenta-se dentro dos padrões de qualidade exigidos pelo 
MEC. Pode-se também assegurar que os tutores possuem formação na área de EAD apesar de 
ter sido caracterizado que os cursos de capacitação não são de duração suficiente para 
propiciar todas as competências possíveis a esse tipo de profissional, em especial as 
competências gerenciais que supõem maior qualificação em EAD, TICs e maior atitude de 
pró atividade para não apenas assumir o papel de mediação ensino/aluno, mas contribuir 
significativamente para a melhoria e reformulação de anomalias e deficiências tanto no 
ambiente, no processo, como nas formas de comunicação e mediação, se for o caso.
Por ser a educação a distância uma modalidade com muito potencial para o 
enfrentamento das disparidades de ensino e qualificação em um país com dimensões 
continentais, faz-se relevante o estudo de como está a qualidade de seus cursos, em particular, 
da tutoria que é um dos pilares para o sucesso do ensino a distância.
Como conclusão final entende-se que a prática docente na modalidade a distância e 
semipresencial pressupõe uma mudança de paradigmas, já que os docentes que atuam como 
tutores nessas modalidades originaram da educação presencial. Por ser característica da EAD 
a colaboração e os aspectos interação e comunicação terem sido avaliados de forma positiva 
nesse estudo conclui-se que a tutoria é um fator de qualidade nas instituições pesquisadas e 
pode servir de exemplo para outras IES que, porventura, ainda precisem definir e implementar 
modelos de tutoria mais eficientes na modalidade a distância ou mesmo incorporar sistemas 
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de tutoria em projetos de ensino superior. Além disso, recomenda-se que as IES tenham maior 
preocupação com a formação integral do tutor propiciando diferentes experiências nas várias 
atividades que compõem o modelo a distância e semipresencial cultivando futuros 
profissionais com competências diversas, oportunizando a melhoria do processo e 
fortalecendo os projetos pedagógicos da IES.
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TE em Revista, Brasília, v. 1, n. 1, p. 55-72, jan/dez. 2007.
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	1. INTRODUÇÃO
	2. OS RUMOS DO ENSINO A DISTÂNCIA
	3. PLANEJAMENTO, IMPLEMENTAÇÃO E GESTÃO EM EAD
	4. SISTEMAS DE TUTORIAS EM CURSOS A DISTÂNCIA
	4.1. O PAPEL DO TUTOR NA EAD
	5. COMPETÊNCIAS DO TUTOR ESSENCIAIS DO TUTOR PARA A MELHORA DO DESEMPENHO DO ALUNO NA EAD
	6. RESULTADOS E DISCUSSÃO
	7. CONCLUSÃO

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