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LIVRO DE LEGISLAÇÃO TRIBUITARIA

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Legislação Tributária
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Assuntos abordados
Noções do direito tributário e princípios constitucionais tributários1 – 
Fontes do direito tributári1.1. o
Princípios constitucionais tributário1.2. s
Vigência e aplicabilidade da lei tributári1.3. a
Imunidad1.4. e e isenção
O papel da lei complementa1.5. r
Conceito de tributo e espécies tributária2 – s
Conceito jurídico de tributo2.1. 
Imposto2.2. s
Taxa2.3. s
Contribuiçõe2.4. s de melhoria
Hipótese tributária e fato jurídico tributário3 – 
Obrigação tributári3.1. a
Fato gerado3.2. r
Sujeitos da obrigação tributári3.3. a
Competência tributári3.4. a
Incidência tributári3.5. a
Crédito tributário e lançament4 – o
Crédito tributári4.1. o
Lançamento tributári4.2. o
Modalidades do lançamento tributári4.3. o
Suspensão da exigibilidade do crédito tributári4.4. o
Crimes contra a ordem tributári5 – a
Infrações tributária5.1. s
Sanções tributárias5.2. 
Inscrição em dívida ativ5.3. a
Elisão e evasão fisca5.4. l
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Noções do direito tributário e princípios constitucionais 1 – 
tributários 
Entendendo o direito tributário: conceitos gerais; fontes do direito tributário e seus princípios constitucionais gerais e tributários; imunidades e o papel da lei complementar. 
Introdução
Neste primeiro capítulo, serão vistos os conceitos iniciais da legislação tributária, com destaque 
para as noções preliminares e seus princípios constitucionais. Assim, serão consolidados conceitos 
basilares para a construção do começo do raciocínio lógico da legislação tributária e seus meandros. 
Fontes do direito tributário1.1. 
É válido ressaltar o “início da dogmática” na visão de Nogueira (1995), antes de se adentrar 
nas fontes do direito tributário. De acordo com o autor mencionado, o direito de tributar do Estado 
decorre do seu poder de império, pelo qual ele pode fazer derivar para seus cofres uma parcela do 
patrimônio das pessoas sujeitas à sua jurisdição e, que são chamadas de “receitas derivadas” ou 
tributos, divididos em impostos, taxas e contribuições. 
Para Campos (1995), o direito tributário, do latim tributarius, que paga tributo, ou seja, o direito 
relativo aos tributos, compreende as diversas espécies tributárias.
O professor Paulo de Barros Carvalho (2000) ensina que as fontes do direito serão os aconteci-
mentos do mundo social, juridicizados por regras do sistema e credenciados para produzir normas 
jurídicas que introduzam no ordenamento outras normas, gerais e abstratas, gerais e concretas, indi-
viduais e abstratas ou individuais e concretas.
Fonte primária ou direta1.1.1. 
Fonte primária ou direta são as leis. Para Nogueira (1995), são fontes formais primárias a cons-
tituição, as emendas à constituição, as leis complementares desta, os tratados e as convenções inter-
nacionais, as leis ordinárias, as leis delegadas, os decretos, os decretos legislativos e as resoluções 
do senado.
Fonte secundária ou indireta1.1.2. 
De acordo com Nogueira (1995), como fontes formais secundárias temos ainda as normas com-
plementares e a jurisprudência, no todo ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas pertinentes.
a) Normas complementares
O artigo 100 do Código Tributário Nacional esclarece acerca das normas complementares:
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados, das convenções internacionais e 
dos decretos:
I – os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas;
II – as decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a lei 
atribua eficácia normativa;
III – as práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas;
IV – os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
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Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de penalida-
des, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.
No tocante à doutrina, existem opiniões divergentes. Nogueira (1995) considera a doutrina 
como fonte formal secundária do direito tributário, apesar de ressaltar acerca da evidência da 
mesma não poder ser considerada fonte criadora da obrigação fiscal porque esta é ex lege, mas é 
elemento para sua compreensão e alcance. Já Barros (2000) afirma que a doutrina não é fonte do 
direito positivo, apenas ajuda a compreendê-lo, entretanto não o modifica.
Em suma, o quadro abaixo ressalta as fontes primárias e secundárias de forma resumida, con-
forme segue:
Fonte Primária Fonte Secundária
Lei Normas complementares
Princípios constitucionais tributários1.2. 
Estrita legalidade – 1. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é ve-
dado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I – exigir ou aumentar 
tributo sem lei que o estabeleça (CF, art. 150, I).
Anterioridade – 2. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado 
à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III – cobrar tributos: b) no 
mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou 
(CF, art. 150, III, “b”).
Irretroatividade – 3. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é ve-
dado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: III – cobrar tributos: a) 
em relação a fatos geradores ocorridos antes do início da vigência da lei que os houver 
instituído ou aumentado (CF, art. 150, III, “a”).
Isonomia – 4. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: II – instituir tratamento desi-
gual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer dis-
tinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente 
da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos (CF, art. 150, II).
Capacidade contributiva – 5. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios po-
derão instituir os seguintes tributos: § 1º. – Sempre que possível, os impostos terão caráter 
pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à 
administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identi-
ficar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos 
e as atividades econômicas do contribuinte (CF, art. 145, § 1º).
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Vedação de efeitos confiscatórios – 6. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: IV – 
utilizar tributo com efeito de confisco (CF, art. 150, IV).
Imunidade recíproca das esferas públicas – 7. Sem prejuízo de outras garantias assegura-
das ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
VI – instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros (CF, art. 
150, VI, “a”).
Imunidade de tráfego – 8. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, 
é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: V – estabelecer 
limitações ao tráfego de pessoas ou bens, por meio de tributos interestaduais ou intermu-
nicipais, ressalvada a cobrança de pedágio pela utilização de vias conservadas pelo Poder 
Público (CF, art. 150, V).
Uniformidade nacional – 9. É vedado à União: I – instituir tributo que não seja uniforme 
em todo o território nacional ou que implique distinção ou preferência em relação a Esta-
do, ao Distrito Federal ou a Município, em detrimento de outro, admitida a concessão de 
incentivos fiscais destinados a promover o equilíbrio do desenvolvimento socioeconômi-
co entreas diferentes regiões do País (CF, art. 151, I).
Vedação de distinção em razão de procedência ou destino – 10. É vedado aos Estados, ao 
Distrito Federal e aos Municípios estabelecer diferença tributária entre bens e serviços, de 
qualquer natureza, em razão de sua procedência ou destino (CF, art. 152).
Não cumulatividade (IPI, ICMS) – 11. Compete à União instituir impostos sobre: § 3º. – O 
imposto previsto no inciso IV (imposto sobre Produtos Industrializados): II – será não-cu-
mulativo, compensando-se o que for devido em cada operação com o montante cobrado 
nas anteriores (CF,art. 153, § 3º. II).
A União poderá instituir: I – mediante lei complementar, impostos não previstos no 
artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de 
cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição (CF,art. 154, I).
Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I – transmissão cau-
sa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; § 2º. O imposto previsto no inciso II 
(ICMS) atenderá ao seguinte: I – será não-cumulativo, compensando-se o que for devido 
em cada operação relativa à circulação de mercadorias ou prestação de serviços com o 
montante cobrado nas anteriores pelo mesmo ou outro Estado ou pelo Distrito Federal 
(CF,art. 155 § 2º. I).
Tipicidade – 12. De acordo com Führer e Führer (2003), o tributo só incide no caso de fato 
ou situação previamente descrita em lei.
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Princípios constitucionais tributários
Estrita legalidade
Anterioridade
Irretroatividade
Isonomia
Capacidade contributiva
Vedação de efeitos confiscatórios
Imunidade recíproca das esferas públicas
Imunidade de tráfego
Uniformidade nacional
Vedação de distinção em razão de procedência ou destino
Não cumulatividade (IPI, ICMS)
Tipicidade
Führer; Führer (2003). Adaptado.
Vigência e aplicabilidade da lei tributária1.3. 
De acordo com o art. 1º. da Lei de Introdução ao Código Civil (LICC), contando também com 
a previsão estabelecida no artigo 101 do Código Tributário Nacional, temos que a vigência, no 
espaço e no tempo, da legislação tributária rege-se pelas disposições legais aplicáveis às normas 
jurídicas em geral, ressalvado o previsto nesse capítulo.
Nesse sentido, salvo disposição em contrário, as normas tributárias entram em vigor quarenta e 
cinco dias da sua publicação.
No tocante à aplicabilidade da lei tributária, de acordo com Paulo de Barros Carvalho (2000), a 
aplicação das normas jurídicas tem íntima ligação com a eficácia social. E, ainda, o mesmo autor res-
salta que é pela aplicação que se constrói o direito em cadeias sucessivas de regras, a contar da norma 
fundamental, axioma básico da existência do direito enquanto sistema, até as normas particulares. 
Descrição
Lei vigente – lei pronta e acabada
Lei aplicável – lei que, além de estar em vigor, não tem impedimento para ser aplicada ao caso concreto.
Führer; Führer (2003)
Imunidades1.4. 
De acordo com Führer e Führer (2003), a diferença entre imunidade e isenção consiste no se-
guinte: a imunidade é a dispensa do tributo por força da própria Constituição Federal e a isenção é a 
dispensa do tributo por força de lei ordinária.
Nesse sentido, a Constituição Federal no tocante à imunidade traz: sem prejuízo de outras ga-
rantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Mu-
nicípios: VI – instituir impostos sobre: a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros; b) templos 
de qualquer culto; c) patrimônio, renda ou serviços dos partidos políticos, inclusive suas fundações; 
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das entidades sindicais dos trabalhadores; das instituições de educação e de assistência social, sem 
fins lucrativos, atendidos os requisitos da lei; d) livros, jornais, periódicos e o papel destinado a sua 
impressão (CF, art. 150, VI).
Na concepção de Carrazza (2002), a imunidade tributária é um fenômeno de natureza constitu-
cional. As normas constitucionais que, direta ou indiretamente, tratam do assunto, fixam, por assim 
dizer, a incompetência das entidades tributantes para onerar, com exações, certas pessoas, seja em 
função de sua natureza jurídica, seja porque coligadas a determinados fatos, bens ou situações. 
De acordo com Führer e Führer (2003), a isenção corresponde a uma norma aditiva, que modi-
fica a norma básica, fazendo com que o tributo, em regra, seja devido ou não, em certas circunstân-
cias. De tal modo, que a isenção é a dispensa do tributo devido, ou que normalmente seria devido, 
dispensa essa feita por lei ordinária.
Carvalho (2000) ensina que há um consenso entre os especialistas em consignar as diferenças 
entre imunidade e isenção, agregando-se a cada uma as expressões estabelecidas na Constituição 
(imunidade) e previstas em lei (isenção). 
O papel da lei complementar1.5. 
A lei complementar tem um papel muito importante no âmbito do direito tributário, de tal modo 
que segue o texto constitucional, in verbis:
Art. 146-A Cabe à lei complementar:
I – dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os Estados, o 
Distrito Federal e os Municípios;
II – regular as limitações constitucionais ao poder de tributar;
III – estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre:
definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discrimi-a) 
nados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contri-
buintes;
obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários;b) 
adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades coope-c) 
rativas;
definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as em-d) 
presas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto 
previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contri-
buição a que se refere o art. 239. 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um re-
gime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, observado que: 
I – será opcional para o contribuinte; 
II – poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; 
III – o recolhimento será unificado e centralizado e, a distribuição da parcela de recursos perten-
centes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou condicionamento; 
IV – a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes federa-
dos, adotado cadastro nacional único de contribuintes. 
Art. 146. A lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o obje-
tivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por lei, 
estabelecer normas de igual objetivo.
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Para concluir
Nessa fase introdutória, foi possível conhecer uma pouco sobre o direito tributário e suas fontes, 
além de questões essenciais como o papel da lei complementar. É importante ressaltar que todos 
esses conhecimentos iniciais em relação à legislação tributária são importantes para os estudos na 
área do direito tributário.
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Conceito de tributo e espécies tributárias2 – 
Introdução
Neste capítulo, serão vistos os conceitos sobre tributos e suas espécies, tais como impostos: so-bre o comércio exterior; sobre o patrimônio e a renda; sobre a produção e a circulação; sobre 
operações de crédito, câmbio e seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores mobiliários; 
sobre serviços de transportes e comunicações; sobre serviços de qualquer natureza; especiais; taxas 
e contribuiçõesde melhoria. 
Conceito jurídico de tributo 2.1. 
Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa expri-
mir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade adminis-
trativa plenamente vinculada (CTN, art 3º. ).
Espécies tributárias: imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação inde-
pendente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte (CTN, art. 16).
Para Nogueira (1995), taxa é o tributo arrecadado em razão do exercício de poder de polícia ou 
pela utilização efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contri-
buinte ou posto à sua disposição (CTN, art.70).
De acordo com Führer e Führer (2003), a contribuição de melhoria é um tributo sobre a valo-
rização do imóvel particular em decorrência de obras públicas realizadas. Embora de nome seme-
lhante, tem natureza bem diversa das outras contribuições. 
Ainda, segundo os autores acima, as contribuições sociais, também denominadas especiais 
ou parafiscais, são tributos destinados à coleta de recursos para certas áreas de interesse do poder 
público, ou seja, a contribuição social tem destinação certa, sendo recolhida com uma finalidade 
predeterminada, indicada na lei que a instituiu. 
Artigo 149 da CF:
Tributos
Impostos 
Taxas
Contribuições de melhoria
Contribuições sociais
Impostos2.2. 
Carrazza (2002), ensina que o imposto é um tributo não-vinculado a uma atuação estatal. Essa 
idéia, diga-se de passagem, foi muito bem explicitada no artigo 16 do CTN, que dispõe: “imposto é o 
tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal 
específica, relativa ao contribuinte”. A pessoa política não precisa, ao tributar por via de imposto, rea-
lizar qualquer atividade estatal específica em favor do contribuinte que irá suportar. Tal modalidade de 
tributo (ao contrário da taxa e da contribuição de melhoria) não exige qualquer contrapartida. 
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Os impostos componentes do sistema tributário nacional são exclusivamente os que constam 
desse título, com as competências e limitações nele previstas (CTN, art 17). Compete: I – à União, 
instituir, nos Territórios Federais, os impostos atribuídos aos Estados e, se aqueles não forem divi-
didos em Municípios, cumulativamente, os atribuídos a estes; II – ao Distrito Federal e aos Estados 
não divididos em Municípios, instituir, cumulativamente, os impostos atribuídos aos Estados e aos 
Municípios (CTN, art.18, I e II).
Seguem os principais tributos:
Impostos sobre o comércio exterior2.2.1. 
Imposto sobre a importação –1. É o imposto, de competência da União, sobre a importa-
ção de produtos estrangeiros tem como fato gerador a entrada desses no território nacio-
nal (CTN, art. 19). Tendo como contribuinte o importador ou quem a lei a ele equiparar e 
o arrematante de produtos apreendidos ou abandonados (CTN, art. 22, I, e II).
Imposto sobre a exportação –2. É o imposto, de competência da União, sobre a exporta-
ção, de produtos nacionais ou nacionalizados e tem como fato gerador a saída desses do 
território nacional (CTN, art. 23). Tendo como contribuinte o exportador ou quem a lei a 
ele equiparar (CTN, art. 27). 
Impostos sobre o patrimônio e a renda2.2.2. 
Imposto sobre a propriedade territorial rural –1. É o imposto, de competência da União, 
sobre a propriedade territorial rural e tem como fato gerador a propriedade, o domicílio 
útil ou a posse de imóvel por natureza, como definido na lei civil, localizado fora da zona 
urbana do Município (CTN, art. 29). O contribuinte do imposto é o proprietário do imó-
vel, o titular de seu domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título (CTN, art. 31).
Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana –2. É o imposto, de competên-
cia dos Municípios, sobre a propriedade predial e territorial urbana e tem como fato gera-
dor a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel por natureza ou por acessão 
física, como definido na lei civil, localizado na zona urbana do Município (CTN, art. 32). 
O contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular do seu domínio útil, ou o 
seu possuidor a qualquer título (CTN, art. 34).
Imposto sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a eles relativos3. – É o im-
posto, de competência dos Estados, sobre a transmissão de bens imóveis e de direitos a 
eles relativos tem como fato gerador: I – a transmissão, a qualquer título, da propriedade 
ou do domínio útil de bens imóveis por natureza ou por acessão física, como definidos na 
lei civil; II – a transmissão, a qualquer título, de direitos reais sobre imóveis, exceto os 
direitos reais de garantia; III – a cessão de direitos relativos às transmissões referidas nos 
incisos I e II (CTN, art. 35, I, II e II).
Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza –4. É o imposto, de compe-
tência da União, sobre a renda e proventos de qualquer natureza e tem como fato gerador 
a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica: I – de renda, assim entendido o 
produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; II – de proventos de qual-
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quer natureza, assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso 
anterior (CTN, art. 43, I e II). O contribuinte desse imposto é o titular da disponibilidade a 
que se refere o artigo 43, sem prejuízo de atribuir a lei essa condição ao possuidor, a qual-
quer título, dos bens produtores de renda ou dos proventos tributáveis. (CTN, art. 45)
Impostos sobre o patrimônio e a renda
1) Imposto sobre a propriedade territorial rural (ITR)
2) Imposto sobre a propriedade predial e territorial urbana (IPTU)
3) Imposto sobre a transmissão de bens imóveis (ITBI)
4) Imposto sobre a renda e proventos de qualquer natureza (IR)
Impostos sobre a produção e a circulação2.2.3. 
Imposto sobre produtos industrializados –1. Art. 46. O imposto, de competência da 
União, sobre produtos industrializados tem como fato gerador: I – o seu desembaraço 
aduaneiro, quando de procedência estrangeira; II – a sua saída dos estabelecimentos a que 
se refere o parágrafo único do artigo 51; III – a sua arrematação, quando apreendido ou 
abandonado e levado a leilão (CTN, art. 46, I, II e III). E, ainda, o parágrafo único desse 
artigo dispõe que, para os efeitos deste imposto, considera-se industrializado o produto 
que tenha sido submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou a finalida-
de, ou o aperfeiçoe para o consumo.
O contribuinte do imposto é: I – o importador ou quem a lei a ele equiparar; II – o indus-
trial ou quem a lei a ele equiparar; III – o comerciante de produtos sujeitos ao imposto, 
que os forneça aos contribuintes definidos no inciso anterior; IV – o arrematante de 
produtos apreendidos ou abandonados, levados a leilão (CTN, art. 51, I, II, III e IV). É 
válido lembrar que, de acordo com o parágrafo único deste mesmo artigo, para os efeitos 
deste imposto, considera-se contribuinte autônomo qualquer estabelecimento de impor-
tador, industrial, comerciante ou arrematante.
Imposto Estadual sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias 2. – As nor-
mas gerais do ICMS estão contidas na Lei Complementar n° 87/1996, conhecida como 
Lei Kandir.
O imposto incide sobre:
I – operações relativas à circulação de mercadorias, inclusive o fornecimento de alimen-
tação e bebidas em bares, restaurantes e estabelecimentos similares; II – prestações de 
serviços de transporte interestadual e intermunicipal, por qualquer via, de pessoas, bens, 
mercadorias ou valores; III – prestações onerosas de serviços de comunicação, por qual-
quer meio, inclusive a geração, a emissão, a recepção, a transmissão, a retransmissão, 
a repetição e a ampliação decomunicação de qualquer natureza; IV – fornecimento de 
mercadorias com prestação de serviços não compreendidos na competência tributária 
dos Municípios; V – fornecimento de mercadorias com prestação de serviços sujeitos 
ao imposto sobre serviços, de competência dos Municípios, quando a lei complementar 
aplicável expressamente o sujeitar à incidência do imposto estadual; VI – a entrada de 
mercadoria importada do exterior, por pessoa física ou jurídica, ainda quando se tratar 
de bem destinado a consumo ou ativo permanente do estabelecimento; VII – o serviço 
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prestado no exterior ou cuja prestação se tenha iniciado no exterior; VIII – a entrada, no 
território do Estado destinatário, de petróleo, inclusive lubrificantes e combustíveis líqui-
dos e gasosos dele derivados, e de energia elétrica, quando não destinados à comerciali-
zação ou à industrialização, decorrentes de operações interestaduais, cabendo o imposto 
ao Estado onde estiver localizado o adquirente.
Imposto sobre operações de crédito, câmbio, seguro, e sobre 2.2.4. 
operações relativas a títulos e valores imobiliários
Trata-se de um imposto, de competência da União, sobre operações de crédito, câmbio e 
seguro, e sobre operações relativas a títulos e valores imobiliários e tem como fato gerador: I 
– quanto às operações de crédito, a sua efetivação pela entrega total ou parcial do montante ou 
do valor que constitua o objeto da obrigação, ou sua colocação à disposição do interessado; II – 
quanto às operações de câmbio, a sua efetivação pela entrega de moeda nacional ou estrangeira, 
ou de documento que a represente, ou sua colocação à disposição do interessado em montante 
equivalente à moeda estrangeira ou nacional entregue ou posta à disposição por esse; III – quanto 
às operações de seguro, a sua efetivação pela emissão da apólice ou do documento equivalente, 
ou recebimento do prêmio, na forma da lei aplicável; IV – quanto às operações relativas a títulos 
e valores imobiliários, a emissão, transmissão, pagamento ou resgate desses, na forma da lei apli-
cável (CTN, art. 63, I, II,III e IV). 
Imposto sobre serviços de transportes e comunicações 2.2.5. 
É um imposto, de competência da União, sobre serviços de transportes e comunicações e tem como 
fato gerador: I – a prestação do serviço de transporte, por qualquer via, de pessoas, bens, mercadorias 
ou valores, salvo quando o trajeto se contenha inteiramente no território de um mesmo Município; 
II – a prestação do serviço de comunicações, assim se entendendo a transmissão e o recebimento, por 
qualquer processo, de mensagens escritas, faladas ou visuais, salvo quando os pontos de transmissão e 
de recebimento se situem no território de um mesmo Município e a mensagem em curso não possa ser 
captada fora desse território (CTN, art. 68, I e II). A base de cálculo do imposto é o preço do serviço e 
o contribuinte do imposto é o prestador do serviço (CTN, arts. 69 e 70). 
Imposto sobre serviços de qualquer natureza2.2.6. 
Impostos especiais2.2.7. 
Imposto sobre operações relativas a combustíveis, lubrificantes, energia elétrica 1. 
e minerais do país – O imposto, de competência da União, sobre operações relativas 
a combustíveis, lubrificantes, energia elétrica e minerais do país tem como fato gera-
dor: I – a produção, como definida no artigo 46 e seu parágrafo único; II – a importa-
ção, como definida no artigo 19; III – a circulação, como definida no artigo 52; IV – a 
distribuição, assim entendida a colocação do produto no estabelecimento consumidor 
ou em local de venda ao público;V – o consumo, assim entendida a venda do produto 
ao público (CTN, art. 74). 
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Impostos extraordinários –2. Na iminência ou no caso de guerra externa, a União pode 
instituir, temporariamente, impostos extraordinários compreendidos ou não entre os refe-
ridos nesta lei, suprimidos, gradativamente, no prazo máximo de cinco anos, contados da 
celebração da paz (CTN, art. 76). 
Alguns exemplos de impostos por entidade competente:
A) Federais (União):
Imposto sobre importação – II; 1. 
Imposto sobre exportação – IE; 2. 
Imposto sobre produtos industrializados – IPI; 3. 
Imposto sobre operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores 4. 
imobiliários – IOF; 
Imposto sobre a renda – IR; 5. 
Imposto sobre propriedade rural – ITR. 6. 
B) Estaduais: 
Imposto sobre transmissão 1. causa mortis e doações – ITCD; 
Imposto sobre circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transportes 2. 
interestadual e intermunicipal e de comunicação – ICMS; 
Imposto sobre propriedade de veículos automotores – IPVA; 3. 
C) Municipais – são impostos municipais:
Imposto sobre propriedade predial territorial e urbana – IPTU; 1. 
Imposto sobre transmissão (onerosa) 2. inter vivos de bens e imóveis – ITBI; 
Imposto sobre serviços de qualquer natureza – ISS. 3. 
D) Distrito Federal: 
Ao Distrito Federal cabem tanto os impostos estaduais como os municipais – art. 32, § 1º. e 147 
da CF e art. 18 do CTN. 
Taxas2.3. 
As taxas cobradas pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Municípios, no âm-
bito de suas respectivas atribuições, têm como fato gerador o exercício regular do poder de polícia, 
ou a utilização, efetiva ou potencial, de serviço público específico e divisível, prestado ao contri-
buinte ou posto à sua disposição (CTN, art. 77). 
Considera-se poder de polícia a atividade da administração pública que, limitando ou disciplinando 
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou a abstenção de fato, em razão de interesse públi-
co concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao 
exercício de atividades econômicas dependentes de concessão ou autorização do Poder Público, à tran-
qüilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos direitos individuais ou coletivos. (CTN, art. 78). 
Os serviços públicos, a que se refere o artigo 77, são considerados: I – os utilizados pelo con-
tribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título e b) potencialmente, quando, 
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sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa 
em efetivo funcionamento; II – os específicos, quando possam ser destacados em unidades autôno-
mas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas; III – os divisíveis, quando suscetíveis 
de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários (CTN, art. 79, I, II e III).
Para efeito de instituição e cobrança de taxas, consideram-se compreendidas no âmbito das atribui-
ções da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, aquelas que, segundo a Constituição 
Federal, as Constituições dos Estados, as Leis Orgânicas do Distrito Federal e dos Municípios e a legis-
lação com elas compatível, competem a cada uma dessas pessoas de direito público (CTN, art. 80).
Contribuições de melhoria2.4. 
Para Roque Antônio Carrazza, as “contribuições” são, sem sombra de dúvida, tributos, uma 
vez que devem necessariamente obedecer ao regime jurídico tributário, isto é, aos princípios que 
informam a tributação no Brasil. Estamos certos, portanto, que estas “contribuições sociais” são 
verdadeiros tributos (embora qualificados pela finalidade que devem alcançar).
Para Machado (1995), a contribuição social versa acerca do conceito de espécie de tributo com 
finalidade constitucionalmente definida, a saber, intervenção no domínio econômico, interesse de 
categorias profissionais ou econômicas e seguridade social.
Elas possuem a classificação de: 
I – contribuições de seguridade social (art. 195,I,II e III,CF); 
II – outras contribuições de seguridade social (art. 195,§4º., CF); 
III – contribuições sociais gerais, como o salário-educação( art.212,§5º.,CF) e as contribuições 
aos serviços sociais autônomos (art. 240, CF).
Para Wanderson Barros (2005), com o advento da Constituição Federal de 1988, as contribuições 
sociais passaram a integrar a “Constituição Tributária” (Título VI – Da tributação e do orçamento), no 
elenco das contribuições especiais de competência privativa da União. No plano infraconstitucional, 
o Código Tributário Nacional de 1966 inicialmente não tratava das contribuições sociais, mas com o 
Decreto-Lei nº 27/66, o CTN sofreu o acréscimo do artigo 217, reconhecendo que as outras espécies 
tributárias previstas no CTN não excluem as contribuições que o referido artigo estabelece. E ainda, o 
Supremo Tribunal Federal considera, hoje, a natureza jurídica tributária das contribuições sociais, além 
de espécie autônoma (Pleno, RE 138.284, Rel. Min. Carlos Mário Velloso, j. 1.7.92, RTJ 143/313; Ple-
no RE 150.755, rel. Min. Sepúlveda Pertence, j. 18.11.92, RDA 193/107, 1993).
Para Colnago (2002), a lei complementar 110/2001, que foi promulgada em 29 de junho de 
2001, instituiu duas espécies de contribuições sociais, uma devida pelos empregadores que incidi-
riam sobre os depósitos efetuados junto ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, e outra devida 
pelos empregadores que incidiriam sobre a folha mensal de pagamentos. De tal modo que segue a 
íntegra dos artigos 1º. e 2º. da mencionada lei complementar. 
Art. 1º. – Fica instituída contribuição social devida pelos empregadores em caso de despedida 
de empregado sem justa causa, à alíquota de dez por cento sobre o montante de todos os depósitos 
devidos, referentes ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), durante a vigência do con-
trato de trabalho, acrescido das remunerações aplicáveis às contas vinculadas. 
Art. 2º. – Fica instituída contribuição social devida pelos empregadores, à alíquota de cinco 
décimos por cento sobre a remuneração devida, no mês anterior, a cada trabalhador, incluída as 
parcelas de que trata o art. 15 da lei 8.036, de 11 de maio de 1990.
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A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal ou pelos Mu-
nicípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao custo de obras públi-
cas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite 
individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado (CTN, art. 81). 
A lei relativa à contribuição de melhoria observará os seguintes requisitos mínimos: I – publi-
cação prévia dos seguintes elementos: a) memorial descritivo do projeto; b) orçamento do custo da 
obra; c) determinação da parcela do custo da obra a ser financiada pela contribuição; d) delimitação 
da zona beneficiada; e) determinação do fator de absorção do benefício da valorização para toda a 
zona ou para cada uma das áreas diferenciadas, nela contidas; II – fixação de prazo não inferior a 
30 (trinta) dias, para impugnação, pelos interessados, de qualquer dos elementos referidos no inciso 
anterior; III – regulamentação do processo administrativo de instrução e julgamento da impugnação 
a que se refere o inciso anterior, sem prejuízo da sua apreciação judicial (CTN, art. 82). 
Os parágrafos primeiro e segundo do mencionado artigo dispõem que a contribuição relativa a 
cada imóvel será determinada pelo rateio da parcela do custo da obra a que se refere a alínea c, do 
inciso I, pelos imóveis situados na zona beneficiada em função dos respectivos fatores individuais 
de valorização e por ocasião do respectivo lançamento, cada contribuinte deverá ser notificado do 
montante da contribuição, da forma e dos prazos de seu pagamento e dos elementos que integram o 
respectivo cálculo.
Para concluir
O conhecimento apreendido nesse capítulo é de fundamental relevância não só para os estu-
dantes de contabilidade, mas para todo cidadão, haja vista a necessidade de informações sobre os 
tributos, uma vez que se pensa tanto no orçamento da população. 
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Hipótese tributária e fato jurídico tributário3 – 
Introdução
Neste capítulo, serão vistos os conceitos a respeito da obrigação tributária e suas adjacências. 
Obrigação tributária3.1. 
Conceito3.1.1. 
Com base nas lições de Campos (1995), obrigação tributária é o poder jurídico por força do qual 
uma pessoa (sujeito ativo) pode exigir de outra (sujeito passivo) uma prestação positiva ou negativa 
(objeto da obrigação), em virtude de uma circunstância reconhecida pelo direito, nas condições de-
finidas pela lei tributária ou pela Constituição.
Segundo ensinamentos de Alfredo Augusto Becker (2000), “a regra jurídica é um juízo hipotéti-
co que impõe certas conseqüências a determinadas condições”.
No CTN, a obrigação tributária aparece no Artigo 113:
§ 1º. – consagrou a tese da natureza declaratória do lançamento (e não constitutiva), pois reco-
nhece que a obrigação nasce com a realização do fato jurídico tributário e não com o lançamento.
§ 2º. – decorre da legislação tributária – pelo Art. 5º., II da CF, deve haver lei que disponha a 
respeito.
§ 3º.– o entendimento deve ser no sentido de que, se descumprido o dever formal, desaparece a 
relação que o intitula e nasce outra de cunho sancionatório.
Na visão de Machado (1995), a obrigação tributária é o vínculo jurídico entre o Estado (sujeito 
ativo) e o contribuinte (sujeito passivo), pelo qual aquele tem o direito subjetivo de exigir desse o 
pagamento de um tributo ou de penalidade pecuniária por descumprimento de norma tributária. A 
obrigação pode ser principal ou acessória. A primeira surge com a ocorrência do fato gerador, e tem 
por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se com o crédito dela de-
corrente; a segunda decorre da própria legislação tributária e tem por objeto as prestações, positivas 
ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos. A obrigação 
acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal quanto à pe-
nalidade pecuniária.
Espécies 3.1.2. 
Art. 113 – CTN. A obrigação tributária é principal ou acessória.
§ 1º. A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto o pagamento 
de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente.
§ 2º. A obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto as prestações, posi-
tivas ou negativas, nela previstas, no interesse da arrecadação ou da fiscalização dos tributos.
§ 3º. A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação 
principal relativamente à penalidade pecuniária.
Enquanto a obrigação tributária principal só pode decorrer de lei, a obrigação tributária acessória 
pode ser estabelecida por quaisquer das normas que integram a legislação tributária (CTN, art. 96).
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Segundo Xavier (2007):
Obrigação Tributária Principal: 1. é aquela cuja criação depende sempre de lei, tendo 
como objeto o pagamento do tributo ou penalidade pecuniária, vale dizer que é de natu-
reza patrimonial.
Obrigação Tributária Acessória:2. é criada pela legislação tributária e seu objeto, em vez 
de pagamento, são determinadas ações ou omissões que irão auxiliar o fisco na adminis-
tração dos tributos. O objeto da obrigação acessória é sempre não patrimonial. Na termi-
nologia do direito privado, dir-se-ia que a obrigação acessória é uma obrigação de fazer 
ou não determinada coisa.
De acordo com os ensinamentos de Paulo de Barros Carvalho, as obrigações tributárias acessó-
rias são como deveres instrumentais ou formais. Deveres esses, com o intuito de mostrar, de pronto, 
que não têm essência obrigacional,isto é, seu objeto carece de patrimonialidade. São instrumentais 
formais, porque, tomados em conjunto, é um instrumento de que dispõe o Estado-administração 
para o acompanhamento e consecução dos desígnios tributários.
Fato gerador3.2. 
Para Fabretti (1999), denomina-se fato gerador à concretização da hipótese de incidência tribu-
tária prevista em abstrato na lei, que gera (faz nascer) a obrigação tributária. 
O fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à 
sua ocorrência (CTN, art. 114).
O fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da legislação aplicável, 
impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação principal (CTN, art. 115).
E ainda, salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador e existentes 
os seus efeitos: I – tratando-se de situação de fato, desde o momento em que se verifiquem as cir-
cunstâncias materiais necessárias para que produza os efeitos que normalmente lhe são próprios; II 
– tratando-se de situação jurídica, desde o momento em que esteja definitivamente constituída, nos 
termos de direito aplicável. (CTN, art. 116, I e II).
Führer e Führer (2003) comentam que no lugar de fato gerador abstrato ou em tese, alguns au-
tores preferem usar as expressões “hipótese de incidência tributária” (Ataliba, 2001) ou “hipótese 
de incidência” (Barros, 2005) para uma situação que já ocorreu. E, para designar o fato gerador em 
sentido concreto , ou seja, de fato ou situação que já ocorreu, foram propostas, entre outras, as ex-
pressões “fato imponível” e “fato jurídico tributário”. 
Paulo de Barros Carvalho (1995) opta por denominá-lo como fato jurídico tributário. É fato ju-
rídico porque tem condão de irradiar efeitos de direito. E é tributário pela simples razão de que sua 
eficácia está diretamente ligada à instituição do tributo.
Fato gerador
1º Significado – Fato ou situação 
abstrata
2º Significado – Fato ou situação 
concreta
Hipótese de incidência tributária
Hipótese tributária
Fato imponível
Fato jurídico tributário
Führer e Führer (2003). Adaptado.
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Para Campos (1995), a ocorrência do fato gerador obedece a requisitos estabelecidos, dos quais 
seguem:
nos casos de situação de fato, no momento em que se verifiquem as circunstâncias mate-a) 
riais suficientes e necessárias para que gerem os efeitos que lhes são característicos;
nos casos de situação de direito, no momento em que se constitui definitivamente, obede-b) 
cidas as disposições do direito aplicável, configurando-se como ato jurídico tributável.
Sujeitos da obrigação tributária3.3. 
Sujeito ativo3.3.1. 
Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para 
exigir o seu cumprimento (CTN, art. 119).
Führer e Führer (2003) mencionam que os sujeitos ativos da obrigação tributária são a União, 
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, os quais detêm a competência tributária, podendo 
legislar sobre tributos e exigi-los, dentro de suas respectivas esferas.
Ente federado Instituição do tributo Fiscalização / Arrecadação
Poder Legislativo Poder Executivo (órgão competente)
União Congresso Nacional Ministério da Fazendo – Secretaria da Receita Federal
Estados Assembléia Legislativa Secretaria de Estado dos Negócios da Fazenda
Municípios Câmara Municipal Secretaria de Finanças do Município
Fabretti (1999).
Sujeito passivo3.3.2. 
De acordo com o artigo 121 do Código Tributário Nacional, o sujeito passivo da obrigação prin-
cipal é a pessoa obrigada ao pagamento de tributo ou penalidade pecuniária.
Parágrafo único. O sujeito passivo da obrigação principal diz-se:
I – contribuinte, quando tenha relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo 
fato gerador;
II – responsável, quando, sem revestir a condição de contribuinte, sua obrigação decorra de dis-
posição expressa de lei.
Competência tributária3.4. 
União – É competência da União:
impostos; a) 
taxas; b) 
contribuição de melhoria; c) 
contribuições sociais diversas (arts. 149, 195, § 6º., 212, § 5.° e 240 da cf); d) 
empréstimos compulsórios. e) 
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Estados, Distrito Federal e Municípios – É competência desses entes:
impostos; a) 
taxas; b) 
contribuição de melhoria; c) 
somente contribuição social previdenciária, cobrada de seus servidores, em benefício des-d) 
ses, conforme estabelecido no art. 149 § único da CF. 
Incidência tributária3.5. 
De acordo com Führer e Führer:
Incidência Tributária: a incidência corresponde ao fato ou situação em que o tributo é devido. 
Dado o fato gerador concreto, recai ou incide sobre ele o tributo previsto na lei; 
Não Incidência Tributária: a não incidência corresponde a um fato ou a uma situação que fi-
cou fora do alcance da norma tributária, que pode decorrer da imunidade ou isenção. 
A figura abaixo de Rui Barbosa Nogueira ilustra a representação dos conceitos.
Não-Incidência
Incidência
Isenção Imunidade
Nogueira (1995).
Para concluir
Nesse capítulo, foram vistos diversos conceitos basilares do direito tributário. Em suma a obri-
gação tributária, fato gerador, sujeitos da obrigação tributária, competência tributária e incidência 
tributária.
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Crédito tributário e lançamento4 – 
Introdução
Neste capítulo, serão vistos os conceitos sobre crédito tributário e lançamento. 
Crédito tributário4.1. 
O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta (CTN, art. 
139). As circunstâncias que o modificam, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privi-
légios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade, não afetam a obrigação tributária que lhe 
deu origem (CTN, art. 140). O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou 
extingue, ou se tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta lei, fora dos 
quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional, a sua efetivação ou as 
respectivas garantias (CTN, art. 141).
Para Campos (1995), constitui-se crédito tributário no vínculo jurídico de natureza obrigacional, 
por força do qual o Estado (sujeito ativo) pode exigir do particular, do contribuinte ou do respon-
sável (sujeito passivo) o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária (objeto da relação obri-
gacional). E, ainda o mesmo autor, ensina que o crédito tributário se origina pelo lançamento, que 
tem por finalidade a transformação da obrigação ilíquida e incerta, sugerida com o fato gerador, em 
crédito tributário líquido, certo e exigível do sujeito passivo já identificado. 
Fabretti (1999) menciona que o sujeito passivo deve entregar determinada quantia ao sujeito 
ativo que tem o direito de exigi-la, este direito corresponde ao crédito tributário.
Extinção do crédito tributário4.1.1. 
Ainda no tocante ao credito tributário, o artigo 156 do Código Tributário Nacional esclarece 
quais são as formas de extinção do crédito, que segue in verbis.
Art. 156. Extinguem o crédito tributário:
I – o pagamento;
II – a compensação;
III – a transação;
IV – a remissão;
V – a prescrição e a decadência;
VI – a conversão de depósito em renda;
VII – o pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no artigo 
150 e seus §§ 1º. e 4º.;
VIII – a consignação em pagamento, nos termos do disposto no § 2º. do artigo 164;
IX – a decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita administrati-
va, que não possa mais ser objeto de ação anulatória;
X – a decisão judicial passada em julgado;
XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.
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Preferência do crédito tributário4.1.2.O crédito tributário prefere a qualquer outro, seja qual for a natureza ou o tempo da constituição 
deste, ressalvados os créditos decorrentes da legislação do trabalho (CTN, art. 186).
Nesse sentido, o parágrafo único do artigo 187 do Código Tributário Nacional dispõe acerca da 
ordem de preferência do crédito tributário, de tal modo que segue a íntegra do mencionado artigo.
Art. 187. A cobrança judicial do crédito tributário não é sujeita a concurso de credores ou habili-
tação em falência, concordata, inventário ou arrolamento.
Parágrafo único. O concurso de preferência somente se verifica entre pessoas jurídicas de direi-
to público, na seguinte ordem:
I – União;
II – Estados, Distrito Federal e Territórios, conjuntamente e pro rata;
III – Municípios, conjuntamente e pro rata.
Lançamento tributário4.2. 
Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lança-
mento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato 
gerador da obrigação correspondente; determinar a matéria tributável, calcular o montante do tri-
buto devido; identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível 
(CTN, art. 142). 
Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda es-
trangeira, no lançamento far-se-á a sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrên-
cia do fato gerador da obrigação (CTN, art. 143). 
O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei 
então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada (CTN, art. 144). 
Nesse sentido, o lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em 
virtude de: I – impugnação do sujeito passivo; II – recurso de ofício; III – iniciativa de ofício da 
autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149 (CTN, art. 145, I, II e II).
A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, 
nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento, somente 
pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido poste-
riormente à sua introdução (CTN, art. 146). 
A partir da base legal estabelecida para o lançamento tributário, em especial o art. 142 do Có-
digo Tributário Nacional, é possível resumir a constituição do lançamento a partir do quadro que 
segue.
Constituição do lançamento
Procedimento administrativo
Verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação
Determinar a matéria tributável
Calcular o montante do tributo devido
Identificar o sujeito passivo
Propor a aplicação da penalidade cabível
Gouveia (2006) menciona que extrai-se do CTN, e há procedimento administrativo de concreti-
zação do crédito, necessário à sua exigibilidade, denominado lançamento. O processo pode dar-se de 
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ofício, por iniciativa da administração, hipótese em que se torna necessário um ato de natureza con-
clusiva da autoridade fiscal. Não obstante, se a lei determinar, o procedimento administrativo pode ser 
inaugurado pelo contribuinte, a quem podem ficar reservados os principais atos processuais.
Para Costa (2003), a teoria clássica sempre reputou que o lançamento fosse declaratório do fato 
jurídico tributário e de seus efeitos (obrigação tributária lato sensu). E, ainda segundo o mesmo 
autor, no direito tributário, há uma tendência lógica de maior formalização dos procedimentos, ten-
do em vista a necessidade de balizar a atividade arrecadadora do fisco, sem permitir que fique sem 
proteção a esfera individual dos contribuintes. Em um estado democrático de direito não se admite 
o autoritarismo fiscal, havendo um impulso cada vez mais crescente na estatuição de códigos de 
defesa dos contribuintes, justamente para homenagear as liberdades públicas contra os excessos do 
poder estatal. É para cumprir essa finalidade de proteção da cidadania fiscal que o direito tributário 
formaliza os seus procedimentos, assim como o direito penal o faz. Destarte, o formalismo dos pro-
cedimentos não é um fim em si mesmo, mas um meio para realizar, no plano do ser, o dever-ser do 
estado de direito.
Na opinião de Harada (2005), o lançamento é um procedimento administrativo no sentido de que 
um agente público competente procede a verificação da subsunção do fato concreto à hipótese legal 
prevista (ocorrência do fato gerador); a valoração dos elementos que integram esse fato concreto (base 
de cálculo); a aplicação da alíquota prevista em lei para apuração do montante do tributo devido; a 
identificação do sujeito passivo; e, sendo o caso, propor a aplicação de penalidade cabível.
A seguir, serão observadas as modalidade do lançamento.
Modalidades do lançamento tributário4.3. 
Lançamento por declaração4.3.1. 
Nogueira (1995) ensina que no lançamento por declaração ou misto, cooperam desde o início, 
de um lado o contribuinte ou terceiro obrigado e de outro a repartição fiscal. Dentro de prazos 
previstos, o contribuinte ou terceiro obrigado apresenta declaração que é apreciada pela repartição 
fiscal. Tanto o obrigado, como a administração fiscal desempenham, no lançamento por declaração 
(misto), atividade própria. É verdade que a atividade da administração é que prevalece, pois ela 
tem não só a direção do procedimento, mas também é quem determina definitivamente o crédito 
tributário. 
Dois artigos do Código Tributário Nacional, abaixo transcritos, versam sobre o lançamento por 
declaração.
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, 
quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informa-
ções sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação.
§ 1º. A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a 
excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notifica-
do o lançamento.
§ 2º. Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela 
autoridade administrativa a que competir a revisão daquela.
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tem em consideração, o valor ou 
o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo 
regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as de-
clarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou 
pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, 
administrativa ou judicial.
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Lançamento direto ou de ofício4.3.2. 
Segundo Führer e Führer (2003), no lançamento direto ou de ofício, a Fazenda Pública já dispõe 
de todas as informações necessárias e procede ao lançamento diretamente. É o que ocorre com o 
IPTU, onde a Fazenda já sabe qual o valor venal do imóvel. 
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguin-
tes casos:
I – quando a lei assim o determine;
II – quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legisla-
ção tributária;
III – quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do 
inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, o pedido de esclareci-
mento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoria-
mente, a juízo daquela autoridade;
IV – quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na 
legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;
V – quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada,no 
exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI – quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obriga-
do, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII – quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com 
dolo, fraude ou simulação;
VIII – quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado, por ocasião do lançamen-
to anterior;
IX – quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da au-
toridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial.
Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da 
Fazenda Pública.
Lançamento por homologação ou autolançamento4.3.3. 
De acordo com Gouveia (2006), com a multiplicação dos tributos, o crescimento populacional, 
a complexidade dos fatos da vida moderna, tornou-se muito difícil ao fisco homologar toda a ati-
vidade do contribuinte. A estrutura fiscal necessária para manter a forma ordinária de fiscalização 
seria extremamente onerosa. A solução encontrada foi simplificar o procedimento para o fisco, am-
pliando os deveres dos contribuintes.
O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito 
passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se 
pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo 
obrigado, expressamente a homologa (CTN, art. 150).
Se a lei não fixar prazo à homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato 
gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública tenha se pronunciado, considera-se homo-
logado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, 
fraude ou simulação. (CTN, art. 150, § 4º.).
Por outro lado, é necessário ressaltar que de acordo com o art. 142 do CTN, “compete priva-
tivamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento”, ou seja, o 
lançamento é privativo da autoridade administrativa, de tal modo que não há como justificar o auto-
lançamento. Em razão disso que o artigo 150 do CTN, opera-se via autoridade administrativa.
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Assim é válido mencionar as considerações do Professor Kiyoshi Harada (2005) sobre o assunto:
O crédito tributário, resultante de lançamento por homologação, prescinde de prévia noti-1. 
ficação do sujeito passivo para sua inscrição na dívida ativa. 
Não é razoável a exigência de notificação do sujeito passivo para impugnar seus pró-2. 
prios atos e, no caso de homologação tácita, não teria sentido o fisco expedir a referida 
notificação, comunicando a constituição do crédito tributário no exato montante apurado 
e reconhecido pelo contribuinte, em decorrência da omissão do agente administrativo 
competente.
A inscrição na dívida ativa constitui instrumento de controle da legalidade pela adminis-3. 
tração tributária, de sorte a conferir ao crédito tributário inscrito a presunção de certeza 
e liquidez, assegurando às partes da relação jurídico-tributária a necessária segurança 
jurídica.
Suspensão da exigibilidade do crédito tributário4.4. 
Com relação à suspensão do crédito tributário, o artigo 151 do Código Tributário Nacional dis-
põe, conforme segue in verbis. 
Art. 151. Suspendem a exigibilidade do crédito tributário:
I – a moratória;
II – o depósito do seu montante integral;
III – as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário admi-
nistrativo;
IV – a concessão de medida liminar em mandado de segurança;
V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies.
Harada (2006) assevera que em todos esses casos, o contribuinte faz jus à certidão positiva de 
tributos com efeitos de negativa, ao teor do artigo 206 do CTN. Porém, nos dias de hoje, a grande 
dificuldade que paira sobre os contribuintes está acostada especialmente nos dispositivos contidos 
nos incisos III e V acima transcritos, que versam, respectivamente, sobre as reclamações e os recur-
sos administrativos e a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de 
ação judicial. 
Para concluir
O conhecimento adquirido neste capítulo é de extrema importância, pois a exemplo da relevân-
cia do lançamento e suas modalidade é possível identificar o sujeito passivo da obrigação, determi-
nar a matéria tributária além de apontar o montante do crédito.
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Crimes contra a ordem tributária5 – 
Introdução
O não cumprimento da obrigação tributária dá espaço para as normas referentes aos crimes con-tra a ordem tributária. Na legislação referente ao direito tributário existem espaços a serem 
colmatados e que podem dar ensejo à redução de tributos, como na elisão fiscal. Neste capítulo, 
serão vistos conceitos sobre os crimes contra a ordem tributária, mas também formas de se possibi-
litar a economia lícita de tributos.
Infrações tributárias5.1. 
Salvo disposição de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária inde-
pende da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e extensão dos efeitos do ato.
A responsabilidade é pessoal ao agente: I – quanto às infrações conceituadas por lei como cri-
mes ou contravenções, salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, 
função, cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de direito; 
II – quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja elementar; III – quanto 
às infrações que decorram direta e exclusivamente de dolo específico: a) das pessoas referidas no 
artigo 134, contra aquelas por quem respondem; b) dos mandatários, prepostos ou empregados, 
contra seus mandantes, preponentes ou empregadores; c) dos diretores, gerentes ou representantes 
de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas (CTN, art. 137, I, II e III).
A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o 
caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitra-
da pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração (CTN, art. 
138). E ainda o parágrafo único deste artigo, ressalta que não se considera espontânea a denúncia 
apresentada após o início de qualquer procedimento administrativo ou medida de fiscalização, rela-
cionados com a infração.
No tocante aos crimes contra a ordem tributária a Lei n°. 8.137/90 (alterada pela Lei n°. 9.964/00), 
em seus artigos 1º. e 2º. dispõe sobre os crimes praticados por particulares, em que seguem na íntegra.
Art. 1.° Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição 
social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: 
I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de 
qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro docu-
mento relativo à operação tributável;
IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso 
ou inexato;
V – negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, 
relativa à venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizado, ou fornecê-la em 
desacordo com a legislação.
Pena – reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Parágrafo único. A falta de atendimento da exigência da autoridade, no prazo de 10 (dez) dias, 
que poderão serconvertidos em horas em razão da maior ou menor complexidade da matéria ou da 
dificuldade quanto ao atendimento da exigência, caracteriza a infração prevista no inciso V.
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Art. 2.° Constitui crime da mesma natureza: 
I – fazer declaração falsa ou omitir declaração sobre rendas, bens ou fatos, ou empregar outra 
fraude, para eximir-se, total ou parcialmente, de pagamento de tributo;
II – deixar de recolher, no prazo legal, valor de tributo ou de contribuição social, descontado ou 
cobrado, na qualidade de sujeito passivo de obrigação e que deveria recolher aos cofres públicos;
III – exigir, pagar ou receber, para si ou para o contribuinte beneficiário, qualquer percentagem 
sobre a parcela dedutível ou deduzida de imposto ou de contribuição como incentivo fiscal;
IV – deixar de aplicar, ou aplicar em desacordo com o estatuído, incentivo fiscal ou parcelas de 
imposto liberadas por órgão ou entidade de desenvolvimento;
V – utilizar ou divulgar programa de processamento de dados, que permita ao sujeito passivo da obri-
gação tributária possuir informação contábil diversa daquela que é, por lei, fornecida à Fazenda Pública.
Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.
Sanções tributárias 5.2. 
Paulo de Barros Carvalho (2000) ensina que são variadas as modalidades de sanções que o le-
gislador brasileiro costuma associar aos ilícitos tributários que elege, tais como:
A) Penalidades pecuniárias – São as mais expressivas formas de desígnio punitivo que a or-
dem jurídica manifesta, diante do comportamento lesivo dos deveres que estipula.
B) Multas de mora – São também penalidade pecuniárias, mas destituídas de nota punitiva. 
Nelas predomina o intuito indenizatório.
C) Sobre os mesmos fundamentos acima, os juros de mora, cobrados na base de 1% ao mês, 
quando a lei não dispuser outra taxa, são tidos como acréscimos de cunho civil.
Inscrição em dívida ativa5.3. 
De acordo com a secretaria do Tesouro Nacional, em seu Manual de Procedimentos, a dívida 
ativa, regulamentada a partir da legislação pertinente, abrange os créditos a favor da Fazenda Pú-
blica, cuja certeza e liquidez foram apuradas, por não terem sido efetivamente recebidos nas datas 
aprazadas. É, portanto, uma fonte potencial de fluxos de caixa, com impacto positivo pela recu-
peração de valores, espelhando créditos a receber, sendo contabilmente alocada no ativo. Não se 
confunde com a dívida passiva, que representa as obrigações do ente público para com terceiros, e 
que é contabilmente registrada no passivo e denominada de dívida pública.
Constitui dívida ativa tributária a que é proveniente de crédito dessa natureza, regularmente ins-
crita na repartição administrativa competente, depois de esgotado o prazo fixado, para pagamento, 
pela lei ou por decisão final proferida em processo regular (CTN, art. 201).
O artigo 202 dispõe acerca do termo de inscrição da dívida ativa em que segue in verbis.
Art. 202. O termo de inscrição da dívida ativa, autenticado pela autoridade competente, indicará 
obrigatoriamente:
I – o nome do devedor e, sendo o caso, os dos co-responsáveis, bem como, sempre que possível, 
o domicílio ou a residência de um e de outros;
II – a quantia devida e a maneira de calcular os juros de mora acrescidos;
III – a origem e a natureza do crédito, mencionada especificamente a disposição da lei em que 
seja fundado;
IV – a data em que foi inscrita;
V – sendo o caso, o número do processo administrativo de que se origina o crédito.
Parágrafo único. A certidão conterá, além dos requisitos deste artigo, a indicação do livro e da 
folha da inscrição.
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A omissão de quaisquer dos requisitos previstos no artigo 202 do CTN, ou o erro a eles relativo, 
são causas de nulidade da inscrição e do processo de cobrança dela decorrente, mas a nulidade po-
derá ser sanada até a decisão de primeira instância, mediante substituição da certidão nula, devolvi-
do ao sujeito passivo, acusado ou interessado o prazo para defesa, que somente poderá versar sobre 
a parte modificada (CTN, art. 203).
A dívida regularmente inscrita goza da presunção de certeza e liquidez e tem o efeito de prova 
pré-constituída (CTN, art. 204).
E ainda, a presunção a que se refere este artigo é relativa e pode ser ilidida por prova inequívo-
ca, a cargo do sujeito passivo ou do terceiro a que aproveite (CTN, parágrafo único do art. 204). 
Elisão e evasão fiscal5.4. 
Elisão fiscal 5.4.1. 
Para Führer e Führer, a elisão consiste na economia lícita de tributos, deixando-se de fazer de-
terminadas operações ou realizando-as da forma menos onerosa possível para o contribuinte. Trata-
se de ação perfeitamente lícita, de “planejamento tributário” ou “economia fiscal”.
A legislação do IPI traz as definições a seguir:
Na concepção de Souza (2005), a elisão fiscal é articulada com base em um planejamento, acei-
to e aplicado pelo contribuinte, preocupado com a saúde financeira de sua empresa que, em favor 
da própria manutenção de suas atividades, recorre a profissionais habilitados para a minoração da 
pesada carga tributária a que está sujeito.
Na visão de Braga (2004), não se pode confundir com elisão fiscal, figuras como evasão, sone-
gação, simulação, dissimulação, abuso de formas ou de direito e fraude à lei. Elisão fiscal refere-se 
sempre a mecanismos lícitos utilizados pelo contribuinte, enquanto que as demais figuras se rela-
cionam a aspectos ilícitos dos negócios ou atos praticados. Na esteira oposta à elisão está a evasão, 
que se refere exatamente à economia ilícita obtida através de sonegação, simulação, dissimulação, 
abuso de formas ou de direito e de fraude à lei. 
Conforme Souza (2005), a elisão fiscal se estrutura no chamado planejamento tributário, que 
pode ser definido como a análise profunda da atividade econômica de uma empresa para se conhe-
cer sua forma de atuação e, a partir daí, serem dados aos contribuintes meios para reduzirem sua 
carga tributária e evitarem possíveis autuações. Esse planejamento tributário é uma forma criativa, 
cada vez mais procurada pelos contribuintes, assessorados por profissionais do Direito, de encon-
trarem fórmulas, dentro do sistema jurídico, para redução da carga tributária, valendo-se dos espa-
ços que a legislação não alcançou, fazendo-se uma economia fiscal, o que significa mais recursos 
para a ampliação das atividades e a geração de empregos.
Sendo assim, Ulhoa (2003) complementa que ao conceito de elisão fiscal liga-se o de planeja-
mento tributário. Esta seria a atuação preventiva dos contribuintes, de forma lícita, objetivando evi-
tar ou minimizar a carga tributária. E, em defesa do planejamento fiscal, alega-se que o contribuinte 
tem direito de adotar condutas que tornem menos onerosos, do ponto de vista fiscal, os negócios 
jurídicos que realiza, desde que atue de forma lícita.
Evasão 5.4.2. 
Para Führer e Führer (2003), evasão consiste na lesão ilícita ao fisco, não se pagando tributo 
devido, ou pagando-se menos do que o devido, de forma deliberada ou por negligência. 
Ainda sobre evasão, Araújo (2002) menciona que o contribuinte busca, antes ou depois da sub-
missão a uma hipótese tributária desfavorável, um modo de mascarar seu comportamento de forma 
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fraudulenta. Nesse caso, é diferente e cabe à receita utilizar todas as suas prerrogativas de função 
administrativa para evitar o ilícito.
Nesse sentido, Reis e Borges (2004) explicam que deixar de pagar tributo, nos prazos previstos 
em lei, é infração à legislação tributária sujeita à sanção pecuniária, mas não necessariamente crime 
contra a ordem tributária tipificado como sonegação. Para que a infração possa ser caracterizada 
também como crime é imprescindível a existência de outros elementos, como o dolo e a exigibilida-
de do tributo. Eainda os mesmo autores ressaltam que os crimes contra a ordem tributária previstos 
nos artigos 1°. e 2°. da Lei 8.137/90, a atividade do autor consiste em suprimir ou reduzir tributo ou 
contribuição social, ou qualquer acessório, mediante a prática das condutas descritas em seus inci-
sos. A intenção do agente, chamada de dolo que constitui o elemento subjetivo do tipo penal, deve 
estar necessariamente, voltada para o não pagamento do tributo. Se não estiver, ou se a existência 
dessa intenção não for comprovada, não se pode falar em sonegação, ou crime contra a ordem tribu-
tária, pois o elemento subjetivo (dolo) integra o tipo penal.
De acordo com a Lei 8.137/90, que define crimes contra a ordem tributária, econômica e contra 
as relações de consumo, e dá outras providências, em seu artigo primeiro, dispõe sobre a constitui-
ção de crimes contra a ordem tributária em que segue na íntegra.
Art. 1°. Constitui crime contra a ordem tributária suprimir ou reduzir tributo, ou contribuição 
social e qualquer acessório, mediante as seguintes condutas: (Vide Lei nº 9.964, de 10.4.2000)
I – omitir informação, ou prestar declaração falsa às autoridades fazendárias;
II – fraudar a fiscalização tributária, inserindo elementos inexatos, ou omitindo operação de 
qualquer natureza, em documento ou livro exigido pela lei fiscal;
III – falsificar ou alterar nota fiscal, fatura, duplicata, nota de venda, ou qualquer outro docu-
mento relativo à operação tributável;
IV – elaborar, distribuir, fornecer, emitir ou utilizar documento que saiba ou deva saber falso ou 
inexato;
V – negar ou deixar de fornecer, quando obrigatório, nota fiscal ou documento equivalente, 
relativa à venda de mercadoria ou prestação de serviço, efetivamente realizado, ou fornecê-la em 
desacordo com a legislação.
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Note-se que, posteriormente, a Lei no 9.249/95 dispôs em seu artigo 34:
Art.34 – Extingue-se a punibilidade dos crimes definidos na Lei no 8.137 , de 27 de dezembro 
de 1990, e na Lei no 4.729. de 14 de julho de 1965, quando o agente promover o pagamento do tri-
buto ou contribuição social, inclusive acessórios, antes do recebimento da denúncia.
A lei no 9.430/96 determinou em seu artigo 83, que a representação fiscal para fins penais, 
relativa aos crimes contra a ordem tributária, só será encaminhada ao Ministério Publico depois 
de proferida a decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário 
correspondente.
Sonegação 5.4.3. 
“Sonegação fiscal de lucro advindo de atividade criminosa: A exoneração tributária dos resul-
tados econômicos de fato criminoso – antes de ser corolário do princípio da moralidade – constitui 
violação do princípio de isonomia fiscal, de manifesta inspiração ética.” (STF – 1a Turma. HC 
77.530. Unânime. Relator Ministro Sepúlveda Pertence. Julgado em 25.08.98).
Paganella (2004) ressalta que no Dicionário Aurélio, ‘dissimular’ significa “algo usado para 
ocultar com fingimento, com hipocrisia”. Então, a norma que é considerada pelas autoridades como 
‘antielisiva’ é, na realidade, ‘antievasão’. Se for ‘dissimulação’, então não é negócio jurídico indi-
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reto lícito. É um comportamento antijurídico, contrário ao direito ou, ainda, ilegal. E como tal, deve 
ser punido. Bastaria, para tanto, fazer-se remissão às leis penais. 
Simulação 5.4.4. 
Souza (2005) comenta que diferentemente da fraude, na simulação o ato ou negócio jurídico é 
deliberadamente dissimulado, a fim de representar externamente outra realidade que enseje algum 
resultado econômico favorável. Há a ocorrência do fato imponível, mas este é encoberto para apa-
rentar outro fato não previsto na norma. Um exemplo comum é a doação dissimulada em compra 
e venda. Problema de maior vulto, que aflige todo o estudo do direito tributário, é a observância 
estrita, pelo contribuinte, da forma legal, com a intenção oculta de outro resultado, visando a afastar 
ou mitigar os efeitos jurídicos da norma tributária. 
Vale à pena fixar
Descrição
Elisão Economia fiscal lícita (planejamento tributário)
Evasão Economia fiscal ilícita (fraude, sonegação)
Führer e Führer (2003). Adaptado.
Para concluir
Neste capítulo foram vistos conceito importantes a respeito dos crimes contra a ordem tributá-
ria, incluindo as sanções tributárias, a elisão e a evasão fiscal.
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Noções do direito tributário e princípios constitucionais 1 – 
tributários 
Expandindo conhecimentos
Sugestões
Visite a Internet
http://jus.uol.com.br/ e leia artigos correspondentes ao assunto.• 
Referências bibliográficas
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada 
em 5 de outubro de 1988, atualizada até a Emenda Constitucional nº. 23, de 1999 e pelas Emen-
das Constitucionais de Revisão de no 1 a 6, de 1994. 12. ed. Brasília: Câmara Federal.
BRASIL. Lei no 5. 172, de 25 de outubro de 1966. Denominado CÓDIGO TRIBUTÁRIO NA-
CIONAL pelo art. 7º. do Ato Complementar no 36, de 13.3.1967. Dispõe sobre o Sistema Tri-
butário Nacional e Institui Normas Gerais de Direito Tributário Aplicáveis à União, Estados e 
Municípios. Alterada pela Lei Complementar no 118, de 09 de fevereiro de 2005. Diário Oficial 
da União. Brasília, 25 out 1966.
CAMPOS, D. Direito Processual Tributário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
CARRAZZA, R.A. Curso de Direito Constitucional Tributário. 17. ed. São Paulo: Malheiros 
Editores, 2002.
CARVALHO, P.B. Curso de Direito Tributário. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
FÜHRER, M.C.A; FÜHRER, M.R.E. Resumo de Direito Tributário. 12. ed. São Paulo: Malhei-
ros Editores, 2003.
NOGUEIRA, R.B. Curso de Direito Tributário. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 1995.
Conceito de tributo e espécies tributárias2 – 
Expandindo conhecimentos
Sugestões
Visite a Internet
http://jus.uol.com.br/ e leia artigos correspondentes ao assunto.• 
Referências bibliográficas
BARROS, W. L. Contribuições sociais à Seguridade Social. Natureza jurídica e regime jurídico 
aplicável. Jus Navigandi, Teresina, ano 9, n. 774, 16 ago. 2005. Disponível em: <http://jus2.uol.
com.br/doutrina/texto.asp?id=7146>. Acesso em: 23 out. 2007.
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BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada 
em 5 de outubro de 1988, atualizada até a Emenda Constitucional nº. 23, de 1999 e pelas Emen-
das Constitucionais de Revisão de no 1 a 6, de 1994. 12. ed. Brasília: Câmara Federal.
BRASIL. Lei no 5. 172, de 25 de Outubro de 1966. Denominado CÓDIGO TRIBUTÁRIO NA-
CIONAL pelo art. 7º. do Ato Complementar no 36, de 13.3.1967. Dispõe sobre o Sistema Tri-
butário Nacional e Institui Normas Gerais de Direito Tributário Aplicáveis à União, Estados e 
Municípios. Alterada pela Lei Complementar no 118, de 09 de fevereiro de 2005. Diário Oficial 
da União. Brasília, 25 out 1966.
CAMPOS, D. Direito Processual Tributário. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1995.
CARRAZZA, R.A. Curso de Direito Constitucional Tributário. 17. ed. São Paulo: Malheiros 
Editores, 2002.
CARVALHO, P.B. Curso de Direito Tributário. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2000.
COLNAGO, L.M.R. As contribuições sociais instituídas pela Lei Complementar nº 110/2001. 
Grupo de Estudos Tributários do Espírito Santo (GET-ES). 15.02.2002. Dosponível em: <http://
br.geocities.com/get_es/get_es/artigos/lc_110_colnago.htm>
FÜHRER, M.C.A; FÜHRER, M.R.E. Resumo de Direito Tributário. 12ª ed. São Paulo: Malhei-
ros Editores, 2003.
MACHADO, H.B. Curso de direito tributário. 10. ed. São Paulo: Malheiros Editores, 1995.
NOGUEIRA, R.B. Curso de Direito Tributário. 14. ed. São Paulo: Saraiva, 1995. 
Obrigação tributária3 – 
Expandindo conhecimentos

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