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Controle da Constitucionalidade (Resumo)

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DIREITO CONSTITUCIONAL
CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE	
CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE
CONCEITO
	O controle de constitucionalidade é a verificação da relação imediata de compatibilidade vertical entre a norma legal e a norma constitucional que é o fundamento da validade da primeira – conceito de Marcelo Neves, autor pernambucano.
CONSTITUIÇÃO
LEI
DECRETO
PORTARIA
ORDEM DE SERVIÇO
	
	Uma coisa é controle de constitucionalidade e outra é o controle de legalidade. São conceitos distintos que também são estudados em ramos diferentes do direito. A legalidade é estudada no direito administrativo, enquanto a constitucionalidade no direito constitucional.
	Só é possível dizer que há controle de constitucionalidade entre a lei e a Constituição, pois a lei é o primeiro grau abaixo da Constituição. Da lei para baixo, o controle é de legalidade e não de constitucionalidade.
	A aplicação prática dessa distinção reside no fato de que quando a hipótese é de controle de constitucionalidade, há instrumentos próprios para tanto. O controle de constitucionalidade tem ações específicas. 
	Mas o controle de legalidade não tem instrumentos próprios para o seu exercício, o que faz com que alguns autores sustentem que no controle de legalidade há uma relação simbiótica, pois irá ser utilizado um instituto próprio de outro ramo de direito para seu exercício - quase sempre será utilizado o Mandado de Segurança, que não é a ação própria para tanto. (ex. não é possível o ajuizamento de ADIN para questionar uma portaria).
	Há, entretanto, uma ressalva. O Supremo Tribunal Federal admite o cabimento de ADIN para a hipótese de Decreto Autônomo, pois o fundamento desse ato normativo é a própria Constituição.
ELEMENTOS DO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE
	O controle apresenta dois elementos básicos. A normas constitucional, a que se dá o nome de PARÂMETRO e a norma legal que é o OBJETO.
	PARÂMETRO é, assim, a norma em relação a qual o controle é feito – norma constitucional, enquanto OBJETO é a norma sobre a qual o controle é feito – norma legal. 
Questões que podem ser argüidas em concurso:
Há a possibilidade do exercício do controle de constitucionalidade sobre norma constitucional revogada? 
Resposta: É possível somente em uma única hipótese, que é na via de exceção, porque o controle é suscitado na 1a instância através de uma argüição de inconstitucionalidade que pode ter se iniciado antes da vigência da Constituição Nova. Assim, mesmo com o novo ordenamento constitucional, se ainda estiver em trâmite ação proposta anteriormente à vigência da CR’88, onde se discute a constitucionalidade de determinada norma em face da constituição então vigente, ou seja, anterior à CR’88, o Tribunal deverá julgar a questão à luz do ordenamento constitucional anterior, que será o parâmetro para o controle da constitucionalidade.
Diferença entre LEI e ATO NORMATIVO. Vários artigos da CR’88 se referem à lei ou ato normativo. A pergunta é: para efeitos de controle de constitucionalidade, quais são as diferenças entre lei e ato normativo?
Resposta: Quando a CR’88 fala em LEI, ela se reporta ao ATO FORMALMENTE NORMATIVO, ou LEI EM SENTIDO FORMAL. É o ato produzido pelo Poder Legislativo. ATO NORMATIVO é o ATO MATERIALMENTE NORMATIVO. É a LEI EM SENTIDO MATERIAL. É o ato produzido pelo Poder Executivo ou Poder Judiciário (ex. Medida Provisória – poder executivo e Regimento Interno do Tribuno – poder judiciário).
OBSERVAÇÃO: Para efeitos de controle de constitucionalidade, o Decreto não pode ser utilizado como exemplo de ato normativo, pois se trata de conceito do direito administrativo. Não cabe controle de constitucionalidade do decreto e sim controle de legalidade.
CLASSIFICAÇÃO DA INCONSTITUCIONALIDADE
	A primeira classificação, que é a mais importante, é a que estabelece a diferença entre inconstitucionalidade MATERIAL e inconstitucionalidade FORMAL.
	Toda a norma jurídica pode ser identificada por três elementos próprios: procedimento (forma), órgão competente e conteúdo (declaração prescritiva). Ex.: norma jurídica produzida pelo CN (órgão competente), nas hipóteses taxativas previstas na CR’88 (conteúdo), por maioria absoluta (procedimento) – LEI COMPLEMENTAR.
	Quando o vício da norma residir no procedimento ou no órgão competente a hipótese será de INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL. A inconstitucionalidade formal decorre de vício de procedimento ou de vício de órgão competente. (ex. uma Lei Complementar aprovada por maioria simples – vício de procedimento)
	Quando o vício da norma residir em seu conteúdo a hipótese será de INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL. A inconstitucionalidade material ocorre quando há vício no conteúdo da norma (ex. Lei que declara que homens e mulheres não são iguais perante a lei).
	Exemplos mais complicados das duas hipóteses:
INCONSTITUCIONALIDADE FORMAL: Inconstitucionalidade por usurpação de iniciativa reservada. Ocorre quando há invasão na iniciativa reservada ao outro poder para a edição de uma lei. 
Questões sobre o tema:
Um membro do CN inicia a tramitação de um projeto de lei cuja a iniciativa é privativa do Presidente da República. Esse projeto é aprovado e sancionado pelo próprio Presidente, dando origem à lei. Pergunta-se: a sanção presidencial afasta a inconstitucionalidade por usurpação da iniciativa reservada? A sanção tem efeito convalidatório ou não?
Resposta: A sanção não tem efeito convalidatório e a inconstitucionalidade continua existente, porque todo o ato inconstitucional tem natureza de ato nulo e não anulável. Logo, a sanção não tem o condão de convalidar o ato já nulo. Não se aplica, mais, a Súmula 05 do STF que previa que a sanção do Presidente convalidava o vício de iniciativa, pois já cancelada pelo STF. 
Pode ser proposta, pelo próprio Presidente da República, ADIN contra lei por ele mesmo sancionada, questionando eventual vício de iniciativa por usurpação da iniciativa privativa do Chefe do Executivo? Tem ele interesse processual?
Resposta: A ADIN pode ser proposta por qualquer um dos legitimados, contudo, há divergência quanto à existência do interesse processual do Presidente da República nessa hipótese. Há duas correntes sobre o tema. A primeira, defendida por Gilmar Ferreira Mendes, sustenta que a ADIN pode ser proposta inclusive pelo Presidente da República porque a questão é de ordem pública, não cabendo alegar eventual falta interesse do Presidente. A segunda corrente, sustentada por Rodrigo Lopes Lourenço, defende que a hipótese seria de preclusão lógica, por isso não poderia ser ajuizada a ADIN pelo Presidente da República. 
O STF, a princípio, tem se filiado à segunda corrente porque em uma ADIN, o Tribunal negou o pedido de Presidente da República de ingresso, na qualidade de litisconsorte ativo superveniente, no polo ativo da ADIN onde se discutia a constitucionalidade de norma sancionada pelo próprio presidente. 
INCONSTITUCIONALIDADE MATERIAL: Inconstitucionalidade por violação ao princípio da razoabilidade. A doutrina da razoabilidade vem sendo estudada por três autores principais: Alexy, Canotilho e Gilmar Ferreira Mendes. Segundo essa doutrina, o princípio da razoabilidade é subdivido em 3 espécies: adequação, necessidade e proporcionalidade. 	O meio deve ser adequado e necessário para o fim visado e deve haver proporção entre os meios e os fins. 
ADEQUAÇÃO. Uma lei que proíba a venda de bebidas alcóolicas no Carnaval, sob o fundamento de que o consumo do álcool aumenta o contágio de doenças venéreas. Essa lei, muito embora não viole qualquer preceito constitucional, ela é inválida, inconstitucional porque é inadequada. Não há adequação entre o meio escolhido e o fim visado, pois o contágio de doenças venéreas não se dá por causa do consumo de álcool. O conteúdo da lei é inválido, inconstitucional por ferir o princípio da razoabilidade. 
NECESSIDADE. Uma fábrica polui um rio, entretanto, bastariaa colocação de filtros no sistema de esgota da fábrica para cessar a poluição. Ocorre que uma lei, ao invés de dispor sobre a obrigatoriedade de instalação de tais filtros, determina o fechamento da fábrica. Essa lei é inconstitucional porque é desnecessária. Não é necessário para que se atinja o fim – término da poluição – o meio encontrado – fechamento da fábrica. 
PROPORCIONALIDADE. Uma lei dispõe que todos os monumentos públicos da cidade devem ser cercados com cercas elétricas, com descarga com potencial de matar eventual cidadão que queira violar a cerca para pichar o monumento. A lei é inconstitucional porque é DESPROPORCIONAL. Não há proporção entre o meio (sacrifício da vida) e o fim (preservação do patrimônio público).
	O STF tem se utilizado do princípio da razoabilidade para declarar a inconstitucionalidade de leis. Esse princípio tem importante aplicação no direito administrativo, especialmente em relação à máxima de que não há controle judicial do mérito do ato administrativo.
	Em direito público, se defende hoje a possibilidade do controle do mérito administrativo pelo Poder Judiciário, desde que esse controle seja indireto, ou seja, incida sobre os limites do mérito, levando-se em conta a razoabilidade que é o limite a que está sujeito o ato discricionário.
	Há um acórdão do STJ que admite o questionamento do limite do mérito do ato administrativo, proferido em um Mandado de Segurança impugnando concurso público porque a banca havia divulgado os parâmetros para a atribuição da notas e um candidato que tinha seguido o padrão, não tinha logrado obter a nota mínima divulgada pela banca.
	A segunda classificação da inconstitucionalidade é formada pela INCONSTITUCIONALIDADE POR AÇÃO e INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO.
	A inconstitucionalidade por ação decorre de um comportamento positivo do Estado no campo legislativo. É editada, pelo Estado, uma norma contrária à Constituição. 
	A inconstitucionalidade por omissão decorre de um comportamento negativo do Estado no campo do processo legislativo. Não há uma norma contrária à Constituição. Na realidade, a inexistência de uma norma é que gera a inconstitucionalidade (ex. art. 134, parágrafo único, que dispõe que todos os Estados deveriam criar a Defensoria Pública, o que não foi ainda feito no Estado de São Paulo – tal conduta importa em inconstitucionalidade por omissão).
	Toda a inconstitucionalidade por omissão fica sujeita a um pressuposto genérico e a dois requisitos especiais. 
	O pressuposto da inconstitucionalidade por omissão é a EXISTÊNCIA DE UMA NORMA CONSTITUCIONAL DE EFICÁCIA LIMITADA. Só há inconstitucionalidade por omissão se a norma constitucional for de eficácia limitada. Isto porque a única norma da Constituição que impõe um dever de produção legal é a norma constitucional de eficácia limitada. 
OBSERVAÇÃO:	A norma constitucional de eficácia plena não necessita de uma lei – desnecessidade de legislar. Na norma constitucional de eficácia contida pode existir uma lei que poderá conter seu conteúdo – faculdade de legislar. Contudo, na norma constitucional de eficácia limitada há um dever de legislar. A lei é imprescindível.
	Há 2 requisitos da inconstitucionalidade por omissão: (i) inércia de qualquer poder do Estado; (ii) durante intervalo de tempo razoável. Ou seja, sendo a norma de eficácia limitada, deve-se verificar a existência da inércia legislativa em um intervalo de tempo razoável.
Questão sobre o tema:
É possível existir a inconstitucionalidade por omissão através de ação?
Resposta: Pode, mas somente no caso de inconstitucionalidade por omissão relativa, que ocorre em todas as hipóteses em que é exigível que seja concedido um benefício a uma categoria de pessoas e esse benefício somente é concedido para uma parcela dessa categoria. Há ação por causa da lei, mas há omissão inconstitucional porque a lei não contemplou toda a classe que deveria ser beneficiada.
	A inconstitucionalidade por omissão não pode ser confundida com lacuna da lei. Isto porque entre estes conceitos há duas diferenças básicas: A lacuna é automática, ela não precisa aguardar intervalo de tempo para existir. De outro lado, a inconstitucionalidade por omissão só existe depois de decorrido espaço de tempo razoável para a edição da norma exigida. Além disso, a lacuna é preenchida pelo intérprete quase sempre através da integração, ou seja, através da analogia, costume e princípios gerais do direito. A inconstitucionalidade por omissão, por sua vez, somente é preenchida por decisão judicial proferida em Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão ou em Mandado de Injunção, que são as ações próprias para tanto.
	A terceira classificação de inconstitucionalidade é a Inconstitucionalidade das Normas Constitucionais. 
	A norma constitucional pode ser inconstitucional nas hipóteses de: (1) norma constitucional federal que viole as limitações materiais ao poder de reforma à Constituição, que são veiculadas por Emenda ou Revisão (ex. Emenda à Constituição que prevê a pena de morte); (2) norma constitucional estadual, originária ou não, que viole norma constitucional federal de repetição obrigatória (ex. norma constitucional estadual que disponha que homens e mulheres são desiguais perante a lei).
Sistemas de Controle de Constitucionalidade
	Os sistemas de controle podem ser classificados de duas formas diferentes: (i) no que tange à natureza do órgão que efetua o controle (ii) no que tange ao momento em que o controle é exercido no caso concreto. No que se refere à natureza do órgão, o controle pode ser político ou judicial. No que tange ao momento, o controle pode ser preventivo ou repressivo.
Natureza do Órgão: O controle político é aquele controle efetuado por órgão não integrante do Poder Judiciário, por isso político. Na França, o controle de constitucionalidade é feito pelo Conselho de Estado, que é órgão político. Por sua vez, o controle judicial é aquele feito por um órgão integrante do Poder Judiciário. 
Momento do Exercício do Controle: O controle preventivo é o controle efetuado antes da eficácia da norma jurídica. É o controle feito sobre a proposta de emenda à constituição ou sobre o projeto de lei. O controle repressivo é o efetuado durante a eficácia da norma. O controle será efetuado sobre a própria lei ou emenda à constituição.
	O sistema brasileiro é MISTO, ou seja, admite tanto o controle político, que deve ser, em regra, preventivo, e o controle judicial que, em regra, é repressivo.
	O controle político preventivo tem sua principal expressão no art. 66, §1º, da CR’88, que prevê o controle de constitucionalidade feito pelo Presidente da República sobre o projeto de lei. 
	O controle judicial repressivo está previsto no art. 102, I, alínea “a”, que dispõe sobre a competência do STF para julgar a ADIN sobre lei ou ato normativo. O controle é realizado pelo Supremo Tribunal Federal – órgão judicial - posteriormente ao surgimento da lei, daí porque é repressivo.
	Contudo, há exceção à regra geral. Há uma hipótese raríssima de controle de constitucionalidade político repressivo e uma hipótese de controle judicial preventivo.
Controle Político Repressivo - Art. 49, V, CR’88 – confere ao Congresso Nacional a possibilidade de sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitarem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa. Essa delegação legislativa está prevista no art. 68, §2º, da CR’88 e, se o Presidente da República, exceder os limites da delegação na lei delegada, poderá ser realizado, pelo Congresso Nacional, o controle político repressivo do ato normativo.
Controle Judicial Preventivo - Mandado de segurança impetrado por membro do Congresso Nacional, no STF, contra proposta de emenda à constituição que viole cláusula pétrea, ao argumento de que o impetrante dispõe do direito líquido e certo a não participar de processo legislativo inconstitucional. Se estiver tramitando no Congresso Nacionalproposta de emenda tendente a abolir cláusula pétrea, o parlamentar poderá impetrar Mandado de Segurança visando a resguardar o seu direito de não participar da deliberação da matéria. O impetrante deve ser membro do Congresso Nacional (deputado federal ou senador da república) e o objeto somente pode ser referente à proposta de emenda à constituição e não projeto de lei. Essa é a única possibilidade de se trancar processo legislativo através da via judicial. 
	
Métodos de Controle de Constitucionalidade
	O Sistema Brasileiro de Controle de Constitucionalidade é misto, ou seja, em regra, político-preventivo e judicial-repressivo. 
	Métodos de controle de constitucionalidade são especificações do controle judicial-repressivo.	 São dois os critérios para os métodos de controle de constitucionalidade: (i) número de órgãos judiciais e; (ii) modo de exercício do controle judicial. 
	No que se refere ao número de órgãos, o controle pode ser DIFUSO ou CONCENTRADO. No que tange ao modo, o controle pode ser pela VIA DE EXCEÇÃO ou pela VIA DE AÇÃO DIRETA.
Número de órgãos: 	O controle difuso é aquele exercido por qualquer órgão judicial. É também chamado MÉTODO AMERICANO. 
		O controle concentrado será exercido por um único órgão ou por um número certo de órgãos judiciais. É também chamado MÉTODO AUSTRÍACO.
Modo: 	Na via de exceção a inconstitucionalidade é argüida como causa de pedir. Ex. Uma lei tributária institui um tributo de forma inconstitucional. O contribuinte pretende receber o que pagou indevidamente. A ação cabível será a ação de repetição de indébito. O pedido será o de repetir o indébito, mas a causa de pedir será a inconstitucionalidade da lei tributária.
	Na via de ação direta, a inconstitucionalidade é argüida como pedido. Na ADIN, o pedido será o de declarar a inconstitucionalidade de determinada lei ou ato normativo.
O controle de constitucionalidade difuso é sempre instrumentalizado pela via de exceção. O controle da constitucionalidade concentrado é sempre exercido através da via de ação direta.
CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE PELA VIA DE EXCEÇÃO
Características: O controle de constitucionalidade pela via de exceção tem 4 características básicas: (1) a inconstitucionalidade é argüida como causa de pedir; (2) a inconstitucionalidade figura, no processo, como questão prejudicial ao mérito; (3) decisão a respeito da inconstitucionalidade figurará como fundamentação da sentença e não como sua parte dispositiva; (4) a declaração da inconstitucionalidade não fará coisa julgada material.
Questão sobre o tema:
É cabível no controle de constitucionalidade por via de exceção a ação declaratória incidental?
Resposta: A ação declaratória incidental é uma ação que tem por fim converter questão prejudicial em mérito. É uma ação cujo mérito corresponde à questão prejudicial da ação sobre a qual ela é incidentemente proposta para que se forme a coisa julgada sobre ela. Segundo o Prof. Humberto Dalla (que compõe a banca do MP-RJ), não cabe ação declaratória incidental para argüir a inconstitucionalidade pela via de exceção primeiro porque, no que se refere ao órgão competente, a inconstitucionalidade somente pode ser apreciada pelo STF ou pelo Tribunal local como questão de mérito, por isso se fosse admitida a ação declaratória incidental haveria uma supressão de instância, na medida em que se atribuiria ao juiz singular a análise da questão a título de mérito. Em segundo lugar, haveria uma supressão no que tange à própria legitimação ativa, pois somente podem suscitar a inconstitucionalidade como mérito os legitimados previstos no texto constitucional.
Denominação atribuível ao controle pela via de exceção: O termo exceção é tecnicamente incorreto, da mesma forma que é equivocada a denominação de controle incidental. O título mais adequado a ser utilizado é CONTROLE CONCRETO, em contrapartida ao controle ABSTRATO.
Legitimação: A inconstitucionalidade na via de exceção pode ser argüída por: (1) demandante (qualquer pessoa que ocupe o pólo ativo); (2) demandado; (3) terceiro interveniente; (4) Ministério Público, tanto como órgão interveniente (“custos legis”) e órgão agente (parte).
Questões sobre o tema:
É admissível a declaração de inconstitucionalidade “ex officio”? Pode o Juiz decretar a inconstitucionalidade sem que qualquer legitimado tenha suscitado tal questão nos autos do processo?
Resposta: É possível porque se trata de matéria de ordem pública, podendo ser conhecida de ofício pelo juízo.
Pode se falar em preclusão lógica ou temporal no que se refere à questão da inconstitucionalidade? A inconstitucionalidade pode ser argüída a qualquer momento, inclusive em 2a instância?
Resposta: Sim, é possível porque se trata de questão de ordem pública, podendo inclusive o Tribunal conhecê-la de ofício. Não há preclusão temporal no caso, nem lógica. Se a questão somente for suscitada na hora do julgamento, a Câmara terá que converter o julgamento em diligência, a fim de que seja dado conhecimento da alegação pela outra parte. 
Cabimento:	O controle de constitucionalidade concreto é cabível em qualquer tipo processo (conhecimento, cautelar, execução, remédio constitucional, etc.). 
A controvérsia sobre o tema reside no cabimento desse controle de constitucionalidade na ação civil pública, pois esta não tem cunho individual, mas sim coletivo. Há duas correntes sobre o tema: A primeira corrente, que tem 4 principais autores – Gilmar F. Mendes, José dos Santos Carvalho Filho, Arnold Wald e Arruda Alvim – defende que é inadmissível o controle de constitucionalidade pela via exceção na ação civil pública porque, primeiro, há um impedimento no que toca à legitimação ativa, pois a ação civil pública estaria sendo utilizada como substituta de uma ação direta de inconstitucionalidade por quem não detém legitimidade para tanto e, em segundo lugar, porque haveria uma confusão no que se refere aos efeitos da decisão, pois na ação civil pública os efeitos da sentença são, em geral, “erga omnes” idênticos ao controle abstrato da constitucionalidade. Não é adequado que se suscite essa posição em provas para o Ministério Público. 
A segunda corrente – Luiz Roberto Barroso, Alexandre Freitas Câmara, Clemerson Cléve, Hugo Nigro Mazzille – sustenta a admissibilidade do controle de constitucionalidade concreto na ação civil pública, seja porque é impossível que a ação civil pública seja substituta de uma ADIN, pois ambas têm características próprias que não se confundem. Na ação civil pública, a questão constitucional será argüída como causa de pedir, sendo questão prejudicial de mérito, devendo ser abordada na fundamentação da sentença, sobre a qual não haverá coisa julgada. Na ADIN, a questão constitucional é argüída como pedido, sendo questão de mérito da ação e, consequentemente, formando coisa julgada pois será decidida na parte dispositiva do acórdão. Com relação aos efeitos, a decisão que na ação civil pública tratar da constitucionalidade não terá efeitos “erga omnes”, pois sobre ela não recairá a coisa julgada. A eficácia “erga omnes” deve ser entendida como sendo a eficácia contra todos da coisa julgada material formada.
Além disso, o art. 103 do Código de Defesa do Consumidor, que versa sobre coisa julgada nas ações coletivas, dispõe que a coisa julgada terá efeitos “erga omnes” na hipótese de interesse difuso (inciso I); na hipótese de interesse coletivo (inciso II), a coisa julgada não será “erga omnes”, mas sim “ultra partes”, ou seja, para pessoas que constituam certo grupo e, na hipótese de interesse individual homogêneo (inciso III), o efeito será “erga vitima”, ou seja, para todas as vítimas do evento. Dessa forma, nos casos de interesses coletivo e individual homogêneo a coisa julgada não será, de qualquer forma, “erga omnes”. 
O Supremo Tribunal Federal alterou, recentemente, a sua posição anterior, pacificando o entendimento de que é cabível o controle da constitucionalidade pelavia de exceção na ação civil pública.
Temas Controvertidos sobre o Controle pela Via de Exceção
Princípio da Reserva de Plenário: CR’88, art. 97 e CPC, arts. 480 a 482;
Suspensão de execução da lei declarada inconstitucional: CR’88, art. 52.
ART. 97, CR’88 - Princípio da Reserva de Plenário
	O art.97 da CR’88 dispõe que a inconstitucionalidade só pode ser declarada, em Tribunal, por órgão composto pela maioria absoluta de seus membros, ou seja, Plenário ou Órgão Especial – nunca pode ser declarada por Câmara porque esta não tem a maioria absoluta dos membros do Tribunal. Tal disposição significa o PRINCÍPIO DE RESERVA DE PLENÁRIO.
	Na prática, há 4 hipóteses admitidas:
causa tramitando em 1a instância, sendo que o juiz entende que a norma argüída como inconstitucional é constitucional. Pergunta-se: aplica-se ao caso o princípio da reserva de plenário? Não porque a hipótese não é de Tribunal e sim de Juízo e também não é de inconstitucionalidade. A decisão será proferida normalmente pelo Juiz que, na sentença, declarará a norma constitucional na fundamentação, apreciando posteriormente o mérito da questão.
causa tramitando em 1a instância, sendo que o juiz entende que a norma argüída como inconstitucional é realmente inconstitucional. Pergunta-se: aplica-se ao caso o princípio da reserva de plenário? Não porque a hipótese não é de Tribunal, mas sim de Juízo. A decisão será proferida normalmente pelo Juiz que, na sentença, declarará a norma inconstitucional na fundamentação, apreciando posteriormente o mérito da questão.	
Recurso tramitando em 2a instância, sendo que a Câmara entende que a norma argüída como inconstitucional é constitucional. Pergunta-se: aplica-se ao caso o princípio da reserva de plenário? Não porque a hipótese, apesar de ser de Tribunal, não é caso de inconstitucionalidade. A Câmara proferirá o acórdão, constando na fundamentação deste que a norma é constitucional e julgando o mérito com base na norma constitucional.
Recurso tramitando em 2a instância, sendo que a Câmara entende que a norma argüída como inconstitucional é realmente inconstitucional. Pergunta-se: aplica-se ao caso o princípio da reserva de plenário? Sim, porque se trata de hipótese de Tribunal e que é de inconstitucionalidade. O art. 97 da CR’88 e os art. 480 a 482 do CPC nessa hipótese. A Câmara irá lavrar o acórdão onde constará seu entendimento acerca da inconstitucionalidade da lei impugnada no processo. O julgamento será suspenso e os autos serão remetidos ao Plenário ou, se existir, ao Órgão Especial, que decidirá sobre a inconstitucionalidade, ficando a Câmara vinculada ao entendimento consolidado pelo Plenário. Após o julgamento da declaração de inconstitucionalidade, os autos retornarão à Câmara para prosseguimento do julgamento do mérito do recurso.
O acórdão da Câmara terá natureza de decisão judicial de caráter complexo, pois produzida por 2 órgãos distintos do Tribunal.
Questão sobre o tema:
Qual o nome técnico ao fenômeno de remessa, pela Câmara ao Plenário, do recurso para análise da questão tida como inconstitucional?
Resposta: Cisão Funcional de Competência no Plano Horizontal. A Câmara terá sua competência para julgamento cindida para aplicação do princípio da Reserva de Plenário. É horizontal porque o órgão que também apreciará a questão tem a mesma competência do que a da Câmara.	 
OBSERVAÇÃO: A argüição de descumprimento de preceito fundamental pode se dar de forma direta ou incidental, sendo que nela pode ocorrer, também, esse fenômeno. Contudo, a cisão será no plano vertical, porque se dará entre o STJ e o STJ, ou seja, há uma Cisão Funcional de Competência no Plano Vertical porque o STF é considerado hierarquicamente superior ao STJ. Tem semelhança com a AVOCAÇÃO, mas não é idêntica, pois nesta o fenômeno é inconstitucional por violar o princípio do Juiz Natural e também não haverá cisão de competência, mas sim remessa integral de toda a questão para apreciação pelo órgão superior.
É constitucional ou não o art. 481, parágrafo único, do CPC?
Resposta: Somente dois autores se manifestam sobre o tema – Nagib Slaibi Filho e Alexandre Freitas Câmara. 
Para o Des. Nagib, a norma é constitucional, pois a aplicação do parágrafo único do art. 481 somente deve se dar nas hipóteses novas, não se aplicando às questões já decididas pelo Tribunal, anteriormente à vigência da lei que introduziu tal disposição no CPC. O STF também admite a constitucionalidade desse dispositivo.
Alexandre Câmara entende que a norma é inconstitucional porque viola o princípio da Reserva de Plenário e o princípio da Ampla Defesa, pois haverá uma extensão dos efeitos de uma decisão, proferida em outro processo, à hipótese em exame pela Câmara, sem que a parte, neste, tenha tido a oportunidade de contestar a decisão proferida no processo anterior.
O Princípio da Reserva de Plenário se aplica às Turmas Recursais de JEC?
Resposta: Há diferença entre instância e grau. Instância é um termo ligado ao órgão judicial (órgão de 1a instância – Juízo; órgão de 2a instância – Tribunal). Grau é ligado, não ao órgão judicial, mas sim à atividade judicial (atividade em 1º grau – causa; atividade em 2º grau – recurso).
Em regra, a instância corresponde ao grau – o órgão de 1a instância atua em 1º grau (o juízo atua na causa), enquanto o órgão de 2a instância atua em 2º grau (o Tribunal atua no recurso). 
Contudo, excepcionalmente essa regra não é obedecida. Há a possibilidade de um órgão de 1a instância atuando em 2º grau (juízes de 1a instância atuando em recurso nas Turmas Recursais), como também é possível que órgão de 2a instância atue em 1º grau (competência originária dos Tribunais). 
Como o art. 97 somente se refere a Tribunal, ou seja, órgão de 2a instância, não é possível a aplicação do Princípio da Reserva de Plenário para as Turmas Recursais, que são órgãos de 1a instância. Se a Turma entender que a norma é inconstitucional, ela deve atuar como qualquer juiz, ou seja, se entender que a norma é inconstitucional, ela deve declarar o vício no seu julgamento. 
É com base inclusive nesse entendimento que se afirma que não é possível a interposição de recurso especial contra as decisões proferidas pelas Turmas Recursais, pois o art. 105, III, dispõe, expressamente, que o recurso especial somente é cabível contra decisões proferidas pelos TRIBUNAIS.
De outro lado, porque o art. 102, III, da CR’88 não se refere, em seu texto, a Tribunais, entende-se cabível a interposição de recurso extraordinário contra as decisões das Turmas Recursais. Excepcionalmente, só será cabível o recurso especial contra acórdão da Turma Recursal quando esta extrapole de sua competência (ao contrário senso da antiga redação da Súmula 203 do STJ)
 
Artigo 52, X, cr’88 – Suspensão da Execução da Lei 
	A CR’88, no art. 52, X, dispõe que compete ao Senado suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal.
	A SUSPENSÃO DE EXECUÇÃO nada mais é do que um INSTITUTO DE CONVERSÃO DE EFICÁCIA INTER-PARTES EM EFICÁCIA “ERGA OMNES”. Ou seja, a decisão do STF que declara a inconstitucionalidade da lei surte efeito apenas entre as partes do processo. A partir do momento em que há a suspensão da execução pelo Senado dessa lei, a eficácia da decisão passa a ser “erga omnes”. 
	São características da suspensão:
Só há suspensão em última instância, ou seja, não se pode falar em suspensão da execução se a decisão não for de última instância, ou seja, proferida pelo STF, devidamente transitada em julgado, no caso de lei federal. Pelo princípio da simetria, no âmbito estadual, deverá haver o trânsito em julgado da última decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado para que a Assembléia possa suspender a lei declarada inconstitucional em face da Constituição Estadual.
Só pode haver suspensão na via do controle de constitucionalidade por exceção. Essa suspensão não pode se dar na viada ação direta, pois nesse caso já há eficácia “erga omnes”.
A lei passível de suspensão pode ter qualquer origem. O Senado pode suspender a lei federal/estadual/municipal quando a inconstitucionalidade for declarada em face da Constituição da República.
	O fundamento lógico de se conferir ao Senado o poder de suspender a execução da lei declarada inconstitucional reside, primeiramente, na defesa do interesse público consubstanciado na necessidade de se dar eficácia à decisão, para todas as pessoas, de que determinada lei é inconstitucional.
	De outro lado, porque a coisa julgada somente tem eficácia inter partes não é possível ao próprio Poder Judiciário atribuir a eficácia “erga omnes” à decisão, sob pena de se violar os limites da coisa julgada, daí porque foi atribuído a um órgão externo, no caso o Senado Federal, que é um órgão político, a possibilidade de ampliar os limites da decisão.
	Note-se que o Senado não analisará o mérito da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal, apenas lhe atribuirá uma eficácia maior.
	Assim, a suspensão da execução prevista no art. 52, X, da CR’88 é um instrumento de conversão da eficácia inter-partes em eficácia erga omnes, só ocorrendo quando há decisões transitadas em julgado em última instância, exclusivamente na via de exceção, independendo da origem da norma. Seu fundamento reside na necessidade de se conferir eficácia erga-omnes à decisão, sem se violar os limites subjetivos da coisa julgada. 
Questões importantes sobre o tema:
O Senado é obrigado a suspender a execução da lei?
Resposta: Há 3 correntes sobre o tema:
A primeira corrente é a da OBRIGATORIEDADE, defendida por Lúcio Bittencourt. Essa corrente entende que é obrigatória a suspensão da lei pelo Senado porque todo o sistema de suspensão da execução configura ATO COMPLEXO, porque o ato só vai existir se houver a manifestação da vontade obrigatória dos 2 órgãos – Supremo Tribunal Federal e Senado Federal. 
OBSERVAÇÃO: Diferença entre ato complexo, ato composto e procedimento
ATO COMPLEXO: Há um ato só que está sujeito à vontade de dois órgãos distintos (ex. lei – aprovada pelo Legislativo e promulgada pelo Executivo). Ele representa uma fusão de vontades. Nele, dois órgãos distintos manifestam vontades, gerando um ato só.
ATO COMPOSTO: Na hipótese de ato composto, em rigor, não há um ato só. São dois atos – um ato principal e um ato acessório, sendo que este último tem por função conferir eficácia ao primeiro, ou seja, ao ato principal. Ex. Visto do Procurador Geral em parecer do procurador do Estado sujeito à aprovação.
PROCEDIMENTO: São três ou mais atos encadeados destinados a produção de um ato final.
Não se pode confundir procedimento com processo. Procedimento nada mais é do que a exteriorização do processo.
A segunda corrente é a da OBRIGATORIEDADE MITIGADA. Ela é defendida por Alfredo Buzaid e está fundamentada na existência dos requisitos formais. Assim, para essa corrente, o Senado está obrigado a suspender a lei quando a decisão do Supremo Tribunal Federal preencher, integralmente, todos os requisitos formais para sua validade. A falta de qualquer requisito formal (não há necessidade que essa ausência importe em nulidade, pode ser uma mera irregularidade) não obriga o Senado a suspender a lei.
A terceira corrente é a da FACULTATIVIDADE. Ela é sustentada pelo Min. Celso Mello do STF, e é pacífica nesse Tribunal. Segundo essa corrente, fica a critério discricionário do Senado a suspensão da lei, pois se trata de ATO DISCRICIONÁRIO.
Qual a eficácia temporal da suspensão da execução – EX TUNC ou EX NUNC?
Resposta: Predomina a corrente que defende que a suspensão da lei terá eficácia “ex tunc” retroativa à data da decisão do Supremo Tribunal Federal e não desde a sua edição (posição do Gilmar Ferreira Mendes). Contudo, o Des. Nagib Slaibi Filho defende que a suspensão da lei terá eficácia “ex nunc” a partir da data da suspensão pelo Senado (Livro – Anotações à Constituição).
CONTROLE DA CONSTITUCIONALIDADE PELA VIA DIRETA
	A grande diferença entre o controle de constitucionalidade entre a via de exceção e a via da ação direta é que, na primeira, o controle ou a questão é argüida como causa do pedido, enquanto na segunda, a inconstitucionalidade é o próprio pedido.
	O controle de constitucionalidade pela via direta tem quatro características:
A questão constitucional é argüida como pedido da ação;
A questão constitucional é o mérito da ação;
A declaração da inconstitucionalidade deve figurar na parte dispositiva da ação;
A declaração de inconstitucionalidade faz coisa julgada material.
	São cinco tipos de controle de constitucionalidade pela via da ação direta: ADC, ADIO, ADIN, AI e Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental
Ação Direta de Constitucionalidade – ADC
Ação Direta de Inconstitucionalidade, que se divide em Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão (ADIO), Ação Direta de Inconstitucionalidade Genérica (ADIN), Ação Direta de Inconstitucionalidade Interventiva (AI)
Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)
	No âmbito estadual, são admitidas a ADIN, que, no caso, é chamada de Representação de Inconstitucionalidade (art. 125, §2º, da CR’88) e a Ação Interventiva (art. 35, da CR’88). Além disso, é expressamente excluída da competência do Estado a ação de Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (art. 102, §1º, da CR’88). 
	Há dúvida, portanto, quanto ao cabimento, no âmbito estadual, da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão e da Ação Direta de Constitucionalidade.
	São 2 as correntes que tratam do assunto: uma corrente admite as duas ações, porque a Constituição não as proíbe expressamente, e outra corrente que defende que não é possível a instituição, pelos Estados, dessas ações, como José Afonso da Silva, pois a Constituição não as admite.
	A Constituição do Estado do Rio de Janeiro, no art. 161, expressamente admite a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão.
Ação Direta EM GERAL
Natureza Jurídica do Processo de Ação Direta: Esse processo tem a natureza jurídica de PROCESSO OBJETIVO.
Características do Processo Objetivo: O processo objetivo se distingue do processo subjetivo (ação penal, ação trabalhista, etc.) porque:
Litígio – no processo objetivo não há lide, a jurisdição é exercida sem caso concreto. Ela é exercida numa questão hipotética – norma em tese;
Partes – no processo objetivo só há uma parte individualizada – a parte autora. Não há quem ocupe o pólo passivo da lide – não há parte ré;
OBSERVAÇÃO: No processo subjetivo, há ações em que também não há individualização de uma das partes – como no usucapião, na desapropriação e na ação de nunciação de obra nova, quando não se sabe quem é o proprietário do imóvel, mas são hipóteses raras.
OBSERVAÇÃO: O advogado geral da União, na ação direta, não representa a União Federal.
Contraditório - no processo objetivo não há contraditório, pois não há quem ocupe o pólo passivo da lide;
OBSERVAÇÃO: Nem todo o processo é contraditório, pois são admitidos processos administrativos em que não se exige contraditório. Nos processos administrativos, apenas os processos disciplinares ou naqueles em que poderá haver um atingimento de direitos de particular serão contraditórios.
Interesse Processual – A demonstração do interesse processual, em algumas hipóteses, é dispensada. É dispensada a demonstração de interesse pelos legitimados ativos universais, sendo exigida dos legitimados ativos especiais.
Objeto - No processo objetivo, o objeto é a tutela do direito objetivo, entendido como a ordem jurídica, que é lesada por uma norma inconstitucional. 
Modo de exercício – O processo objetivo é instaurado por via de uma ação direta.
Assim, o processo objetivo não tem lide, não há partes individualizadas, não tem contraditório, em alguns casos é dispensável a comprovação do interesse processual, tem por intuitodefender um direito objetivo e é instaurado por via de uma ação direta.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE - ADIN
	Seus fundamentos estão, na Constituição da República, no art. 102, I, alínea “a” – parte inicial. Na legislação, está prevista na Lei 9868/99.
	Há uma grande controvérsia a respeito da aplicação da Lei 9868/99 no âmbito estadual. Existe apenas uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, proferida pelo Des. Sérgio Cavalieri, admitindo a aplicação da lei 9868/99 quando do julgamento da Representação da Inconstitucionalidade, naquilo que for compatível com o Estado, em razão do princípio da simetria.
Legitimação Ativa: Está prevista no art. 103 da CR’88, cuja enumeração é TAXATIVA. Entretanto, admite-se interpretação extensiva em dois incisos – IV e V – porque o art. 103 não se refere ao Distrito Federal, por isso, no inciso IV pode-se interpretá-lo como sendo Mesa da Câmara Legislativa – DF e no inciso V como sendo Governador do Distrito Federal.
O art. 103 estabelece duas categorias de legitimados: UNIVERSAIS e ESPECIAIS. Os legitimados ativos universais são os estabelecidos nos incisos: I, II, III, VI, VII, VIII. Os legitimados ativos especiais estão previstos nos incisos IV, V e IX. A diferença básica entre eles é que, nos universais, não se exige a comprovação do interesse processual porque a própria função que eles exercem já pressupõe seu interesse na causa. O legitimado especial tem que demonstrar seu interesse processual, comprovando a PERTINÊNCIA TEMÁTICA entre o tema versado na ação e a função por ele exercida.
A capacidade postulatória somente é exigida para os legitimados previstos nos incisos VIII e XI, que devem estar representados por advogados.
Os legitimados previstos nos incisos I a VII atuarão em nome próprio, o que representa uma exceção constitucional à regra da capacidade postulatória específica do advogado. Outras exceções a essa regra estão no Habeas Corpus, nos Juizados Especiais Cíveis e na Justiça Trabalhista.
É admitido o litisconsórcio facultativo ativo, desde que todos os litisconsortes sejam legitimados ativos na forma do art. 103 da CR’88. Ou seja, desde que os autores tenham condições de condução autônoma do processo.
A atuação do AGU (Advogado Geral da União) nas ADIN´s, prevista no art. 103, §3º, da CR´88, se limita à condição de CURADOR DA PRESUNÇÃO DE CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA IMPUGNADA. Contudo, há uma decisão do STF que mitiga a função vinculada (sempre ter que defender a norma inconstitucional) do Advogado Geral da União, porque ressalva a possibilidade de o AGU não se pronunciar defendendo a norma impugnada, no caso de haver decisão anterior do próprio Supremo Tribunal Federal já reconhecendo a inconstitucionalidade da norma questionada na ADIN.
Características Especiais dos Legitimados (art. 103 da CR’88)
INCISO I – Presidente da República: A sanção presidencial não convalida a inconstitucionalidade quanto há usurpação da sua iniciativa privativa para a lei. 
Questão sobre o tema
Qual o principal exemplo do princípio de freios e contra-pesos, onde há controle pelos 3 Poderes na mesma hipótese fática?
Resposta: O projeto de lei aprovado pelas 2 Casas (Câmara e Senado) – Poder Legislativo. Esse projeto é enviado ao Presidente – Poder Executivo – para sanção. Aí reside o primeiro controle – do Poder Executivo sobre o Poder Legislativo (análise, pelo Poder Executivo, do projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo). Se o Presidente vetar o projeto, a CR’88 prevê a análise desse veto pelo Poder Legislativo, estando aí o 2º controle – do Poder Legislativo pelo Poder Executivo (análise, pelo Poder Legislativo, do veto presidencial). Com a derrubada do veto, pode o Presidente da República ajuizar ADIN – 3º controle – do Poder Judiciário sobre o Poder Legislativo e Executivo. Essa é a hipótese de ocorrência de controle, em uma mesma hipótese fática, pelos 3 Poderes.
INCISOS II e III – Mesa do Senado e Mesa da Câmara: A ação deve ser proposta pela Mesa. Quem tem legitimidade de agir é o órgão de direção, ou seja, a Mesa da Câmara ou do Senado. Todos os integrantes desses órgãos devem subscrever a petição inicial.
Questão sobre o tema:
Pode a Mesa atuar em contrariedade ao entendimento do Plenário? Sua atuação é independente?
Resposta: É absolutamente independente e discricionária a atuação da Mesa, por isso ela não está vinculada à posição do Plenário. A Mesa pode propor a ADIN independentemente de o Plenário entender que a ação não deve ser proposta.
Durante a licença do Presidente do Congresso Nacional, quem assumirá o cargo?
Resposta: Uma coisa é a Mesa da Câmara dos Deputados, outra coisa é Mesa do Senado Federal, como também é outra coisa a Mesa do Congresso Nacional. Esta é composta, a partir do Presidente do Senado Federal, por cargos alternativos e equivalentes. Assim, a 1a Vice-Presidência do CN deve ser ocupada pelo cargo alternativo (Câmara) e equivalente (1a Vice-Presidência), ou seja, será ocupada pelo 1º Vice Presidente da Câmara. O 2º Vice do CN será ocupado pelo 2º Vice do Senado. Assim, se o Presidente do CN se licencia, o cargo será ocupado pelo 1º Vice-Presidente da Câmara dos Deputados, que será o 1º Vice-Presidente do Congresso Nacional. 
OBSERVAÇÃO: Ordem de sucessores do Presidente da República. O Presidente da República somente tem 1 (um) sucessor, que é o Vice-Presidente. Os demais – Presidente da Câmara, Presidente do Senado e Presidente do Supremo Tribunal Federal – são substitutos do Presidente (art. 80 da CR’88).
INCISOS IV e V – Governador do Estado ou Mesa da Assembléia Legislativa: O art. 103 da CR’88 contém uma enumeração taxativa, entretanto, somente neste inciso é admitida uma interpretação extensiva, para inclusão, no rol dos legitimados, o Governador do Distrito Federal e a Mesa da Câmara Legislativa do Distrito Federal. O art. 2º da Lei 9868/99 inclui, na qualidade de legitimados, o Governador do Distrito Federal e a Câmara Legislativa.
INCISO VI – Procurador Geral da República: O Ministério Público pode ser parte – órgão agente – ou é “custos legis” – órgão interveniente. Na ADIN, o mesmo membro do Ministério Público poderá exercer essas duas funções, pois ele poderá propor a ação na qualidade de autor – órgão agente, como também deverá ser ouvido na ADIN, conforme determinar o art. 103,§1º, da CR’88, oferecendo parecer, na qualidade de órgão interveniente. Inclusive, o Procurador Geral poderá se pronunciar contrariamente à ação, mesmo que a demanda tenha sido por ele proposta. É a mesma situação da Ação Penal Pública, onde nada impede que o membro do Ministério Público se pronuncie, posteriormente à propositura da ação penal, pela absolvição do réu.
OBSERVAÇÃO: Pode ocorrer a hipótese contrária, quando a mesma função por dois membros distintos. Ex. Falência onde se discute interesses de menor. O Ministério Público atuará, na mesma função, como custos legis pela falida e pelo menor, função essa que será exercida por membros diferentes. Dois defensores público poderão atuar em pólos distintos na ação penal privada, quando a vítima do ato e o réu são hipossuficientes econômicos e na ação penal pública se houver concurso de agentes com defesas colidentes. 
INCISO VII – Conselho Federal da OAB: O único legitimado é o Conselho Federal da OAB. Eventual Conselho Seccional do Estado não poderá propor a ação, mesmo que a lei impugnada em face da CR’88 seja estadual, pois a enumeração é taxativa.
INCISO VIII – Partido Político: A posição pacífica do STF é que para configurar a representação do partido político no Congresso Nacional basta a presença de 1 (um) deputado ou 1 (um) Senador. A perda superveniente da representação do partido político importa na extinção do processo, por ilegitimidade ativa superveniente, segundo decisão do STF. VERIFICAR JURISPRUDÊNCIA SOBRE ISSO POIS NÃO PARECE RAZOÁVEL.
INCISO IX – Confederação Sindical ou Entidade de Classe de Âmbito Nacional: A confederaçãosindical é uma entidade sindical criada à luz do art. 535 CLT, ou seja, é a união de, no mínimo, três federações sindicais. Não podem ser incluídas figuras assemelhadas, assim a CUT, CNT e Força Sindical não podem propor ADIN, porque tais entidades são meras centrais de trabalhadores e não confederação sindical. A entidade de classe de âmbito nacional não está conceituada em qualquer lei do país. Na falta de lei o STF tem aplicado, analogicamente, o art. 7º, §1º, da Lei 9095/95 que é a Lei Orgânica dos Partidos Políticos. Para que se tenha uma entidade de classe de âmbito nacional é necessária a presença de 3 requisitos: (1) a entidade deve congregar membros da mesma categoria econômica ou profissional (só professores, só bancários, por isso é que a CUT não pode propor a ação a título de entidade de classe, pois ela congrega diversas classes profissionais); (2) deve haver filiados em pelo menos 9 estados membros; (3) os 9 estados devem estar dispersos nas 5 regiões do Brasil. 
OBSERVAÇÃO: A UNE é parte ilegítima para propositura da ADIN, pois estudante não é classe econômica e nem é profissional.
Objeto da ADIN
	O art. 102, I, “a”, dispõe que a ADIN deverá tratar de lei federal ou estadual ou ato normativo. Mas há algumas questões controvertidas a respeito do tema.
	Primeiro, no que se refere às normas de repetição ou imitação, o controle da constitucionalidade da lei municipal contrária à Constituição Estadual e à Constituição da República se dará a nível estadual e não federal. Ou seja, a ação proposta deverá ser a Representação de Inconstitucionalidade perante o Tribunal de Justiça do Estado, porque a competência para o controle de constitucionalidade abstrato não é fixada pelo conteúdo da norma, mas sim pela origem, além do que não cabe ADIN para impugnar a lei municipal em face da CR’88.
	No que tange à constitucionalidade da LEI DISTRITAL, há a necessidade de se verificar a natureza da norma para se definir se a lei é decorrente da competência estadual ou municipal do Distrito Federal, pois este, de acordo com o art. 32, §1º, da CR’88 acumula as competências legislativas do Município e do Estado. Se for da competência estadual, é cabível o controle direto da constitucionalidade, ao contrário, se a lei for decorrente da competência municipal, não haverá possibilidade do controle abstrato.
Questões sobre o tema:
Pode o Tribunal de Contas da União apreciar a constitucionalidade da lei federal?
Resposta: De acordo com o autor português Jorge Miranda, há diferença entre declaração da inconstitucionalidade; apreciação de inconstitucionalidade e inaplicação por inconstitucionalidade. A declaração da inconstitucionalidade somente pode decorrer de órgão judicial. Apreciação da inconstitucionalidade é função típica do intérprete constitucional, que pode ser qualquer pessoa ou qualquer órgão. Assim, o TCU pode apreciar a inconstitucionalidade, mas não pode declará-la. 
Pode o chefe do Poder Executivo deixar de aplicar a norma inconstitucional?
Resposta: O chefe do executivo pode deixar de aplicar a norma inconstitucional, responsabilizando-se, entretanto, pessoalmente por eventuais danos causados a terceiros. Trata-se de poder-dever do chefe do Executivo a guarda da Constituição.
Medida Liminar na ADIN
	Tem fundamento na CR’88, art. 102, I, alínea “p” e na Lei 9868/99, nos arts. 10 a 12.
	Tem natureza antecipatória ou satisfativa, ou seja, antecipar os efeitos práticos da sentença, ao contrário da natureza cautelar das demais liminares em cautelares, que é a de simplesmente assegurar a eficácia do processo principal.
 
Efeitos da Liminar
OBTER O FINAL DA FITA
Técnica da Decisão
	A decisão que declarava a inconstitucionalidade, no que tange aos seus efeitos quanto ao tempo de acordo com a doutrina clássica, sempre teve eficácia “ex tunc”, ou seja, seus efeitos retroagiam à data de produção da norma tida por inconstitucional. Só que no ponto de vista prático, essa colocação era inconveniente, pois em determinadas situações era necessário mitigar esse entendimento, pois até a declaração da inconstitucionalidade que, poderia levar anos, as normas produziam efeitos.
	 As TÉCNICAS DE DECISÃO são, assim, algumas decisões que mitigam essa eficácia retroativa da decisão de inconstitucionalidade. Trata-se de um gênero criado pelo Min. Gilmar Ferreira Mendes de técnicas que mitigam a eficácia retroativa da decisão que declara a inconstitucionalidade de uma norma.
	No Brasil, a lei 9868 fez menção expressa a 4 técnicas, sendo que o STF entende cabível, ainda, uma quinta técnica: 
Restrição da eficácia temporal da decisão de inconstitucionalidade – art. 27 da Lei 9868;
Afastamento do efeito repristinatório – art. 11, §2º, da Lei 9868;
Interpretação conforme a Constituição – art. 28, §único, da Lei 9868;
Declaração parcial de inconstitucionalidade sem redução de texto – art. 28,§único, da Lei 9868;
Processo de inconstitucionalização ou declaração de lei ainda constitucional ou inconstitucionalidade progressiva – decisão recente do STF.
RESTRIÇÃO DA EFICÁCIA TEMPORAL
	O art. 27 da Lei 9868/99 dispõe que o STF poderá restringir os efeitos da declaração de inconstitucionalidade ou decidir que tal declaração só venha a ter eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado, tendo em vista razões de segurança jurídica ou excepcional interesse social.
	Assim, o STF pode fixar um marco temporal qualquer para o termo inicial da eficácia da decisão declaratória da inconstitucionalidade, podendo ser “ex nunc”, quando o marco temporal é fixado para a própria data da decisão ou “ex tunc” parcial. Este marco pode ser fixado, inclusive, para data posterior ao dia do julgamento da ação direta. 
	A presença dos pressupostos de segurança jurídica e excepcional interesse social deve ser analisada pelo próprio Supremo Tribunal Federal, pois se tratam de conceitos jurídicos indeterminados.
AFASTAMENTO DO EFEITO REPRISTINATÓRIO
	Está previsto no art. 11, §2º, da Lei 9868/99. O efeito repristinatório é a retomada de vigência de uma norma revogada por outra norma tida posteriormente por inconstitucional.
	Em certas hipóteses, por expressa determinação contida na decisão do STF, pode esse efeito ser afastado, evitando-se a retomada de vigência de lei já revogada, mesmo que por norma inconstitucional.
INTERPRETAÇÃO CONFORME A CONSTITUIÇÃO e DECLARAÇÃO SEM REDUAÇÃO DE TEXTO
	São técnicas típicas de normas constitucionais plurisignificativas, ou seja, normas que podem suportar mais de um significado. São utilizadas quando o órgão tem a preocupação de não considerar a norma como inconstitucional totalmente, mas somente uma interpretação/aplicação a ela atribuída.
	Essas técnicas estão previstas no art. 28, parágrafo único, da Lei 9868/99 e diferenciam-se, apenas, no que tange à interpretação ou aplicação da norma. Elas operam em campos distintos, apesar de diversos autores sustentarem que são conceitos idênticos. 
	A interpretação conforme a constituição vai se dar quando a norma tida por inconstitucional pode ter mais de uma forma de INTERPRETAÇÕES. A declaração de inconstitucionalidade sem redução de texto vai ocorrer quando a norma impugnada tem possibilidade de mais de uma APLICAÇÃO.
	Aplicando-se tais técnicas, é afastada a interpretação ou aplicação inconstitucional da norma. A decisão que as utiliza deverá declarar a CONSTITUCIONALIDADE da norma objeto da ADIN, desde que a mesma seja INTERPRETADA ou APLICADA da forma compatível com a Constituição. Assim, a norma deixará de ser plurisignificativa, passando a ter, somente, uma possibilidade de aplicação ou interpretação compatível com a Constituição.
Ex. : Norma que declara que os homossexuais homens terão direito a determinado benefício. Ao invés de declarar a inconstitucionalidade da norma, o Tribunal considera a norma constitucional desde que a lei seja interpretada/aplicada como abrangendo casais dehomens ou de mulheres.
PROCESSO DE INCONSTITUCIONALIZAÇÃO ou INCONSTITUCIONALIZAÇÃO PROGRESSIVA
	Ocorre quando a norma atualmente constitucional passará a ser inconstitucional quando editada lei determinada pela Constituição, modificando a situação de fato então existente. A norma estará em trânsito para se tornar inconstitucional quando a situação de fato desaparecer.
	O Tribunal não poderá declarar a inconstitucionalidade da norma enquanto permanecer vigente a situação de fato, ou seja, até que editada a lei prevista no texto constitucional. No acórdão, tal situação será declarada, contudo, a posterior promulgação da lei faltante não importará na declaração automática da inconstitucionalidade da lei anterior, a qual dependerá de nova ação de inconstitucionalidade.
Ex. (1) O art. 5º, §5º, da Lei 1060/50 (esse artigo teve a redação alterada em 1989) preceitua o prazo em dobro e a intimação pessoal do defensor público. Foi proposta uma ADIN sob o fundamento de inconstitucionalidade de tal dispositivo porque violava a isonomia entre os órgãos análogos (Defensoria Pública e Ministério Público). O STF entendeu que, enquanto não forem criadas as Defensorias Públicas em todos os Estados e enquanto ainda haja, nos Estados em que elas existem, desigualdade de condições entre MP e DP, a norma é constitucional, advertindo-se, contudo, que quando essa situação de fato desaparecer, a norma passará a ser inconstitucional. 
(2) O art. 68 do CPP que dispõe que a ação civil ex-delicto, quando a vítima for hipossuficiente econômica, deverá ser proposta pelo Ministério Público. A princípio essa norma é inconstitucional, contudo, não existe defensoria pública em todos os Estados, por isso que, enquanto não criada a defensoria pública em todos os Estados da Federação, a norma é constitucional.
AÇÃO DIRETA DE CONSTITUCIONALIDADE
Fundamento constitucional: art. 102, I, alínea “a” – parte final; art. 102, §2º e art. 103, §4º.
Fundamento legal: Lei 9868/99
Conceito: “É a ação direta de inconstitucionalidade com o sinal trocado” (conceito de Gilmar F. Mendes). Isto quer dizer que, ressalvadas algumas diferenças processuais, as ações diretas de constitucionalidade e de inconstitucionalidade configuram uma única ação com pretensões invertidas. Com a ADIN se objetiva elidir a presunção relativa de constitucionalidade da norma. Com a ADC se quer, na realidade, transformar a presunção relativa de constitucionalidade em presunção absoluta de constitucionalidade da norma.
Diferenças Processuais entre ADIN e ADC
Legitimação Ativa: está prevista no art. 103, §4º, da CR’88. Podem propor a ação o Presidente da República, Mesa da Câmara dos Deputados, Mesa do Senado Federal e Procurador Geral da República. O rol dos legitimados ativos para a propositura da ADC é menor do que da ADIN.
Objeto: A ADC somente pode visar à declaração de constitucionalidade de LEI ou ATO NORMATIVO FEDERAL, não cabendo quanto à lei ou ato normativo estadual.
Atuação do AGU: Na ADIN, o AGU é o CURADOR DA PRESUNÇÃO RELATIVA DE CONSTITUCIONALIDADE DA NORMA IMPUGNADA. Na ADC, não há necessidade de sua atuação, pois o que se pretende é, justamente, confirmar a constitucionalidade absoluta da norma impugnada, pois na ADC não se coloca em risco a presunção de constitucionalidade da norma.
Contudo, o STF, com base no art. 24 da Lei 9868/99, vem considerando necessária a interveniência do AGU na ADC porque se o pedido for julgado improcedente haverá, consequentemente, a declaração da inconstitucionalidade da norma objeto da ADC, ou seja, a decisão terá o mesmo efeito da procedência da ADIN, daí porque vislumbra-se o risco, até mesmo na ADC, de se elidir a presunção relativa de constitucionalidade da norma. Trata-se de uma construção do STF, sem previsão na lei.
Liminar: A finalidade da liminar na ADC não é a de antecipar os efeitos da decisão, suspendendo a norma impugnada como ocorre na ADIN, mas sim de suspender a tramitação de todos os processos em que se discute a aplicação da norma (art. 21, da Lei 9868/99). Tem natureza cautelar e não antecipatória como na ADIN.
Questões Controvertidas sobre ADC 
Art. 14, III, da lei 9868/99: Tal dispositivo prevê uma condição específica para o regular exercício da ação, qual seja, a existência de CONTROVÉRSIA JUDICIAL RELEVANTE a justificar o ajuizamento da ação. 
Efeito vinculante: É a atribuição a uma decisão do caráter de precedente vinculatório. É a ampliação dos limites objetivo e subjetivo da coisa julgada, contudo, o limite subjetivo só se ampliará sobre os órgãos do Poder Judiciário e os do Poder Executivo, que não são partes do processo, e não sobre o Poder Legislativo, o que se ocorresse importaria em uma violação ao princípio da separação dos poderes. O limite objetivo será ampliado porque a coisa julgada não se formará somente sobre a parte dispositiva da decisão, mas sim também sobre sua fundamentação.
OBSERVAÇÃO: Limites objetivos da coisa julgada - A coisa julgada só se formará com relação à parte dispositiva da decisão. Limites subjetivos da coisa julgada - A coisa julgada só se formará entre as partes do processo.
Notas importantes:
Há um grande questionamento sobre a constitucionalidade do art. 28, §único, da Lei 9868/99, na medida em que prevê o efeito vinculante da decisão que declara a inconstitucionalidade, apesar de a CR’88 apenas se referir ao efeito vinculante para a ação direta de constitucionalidade. Houve, assim, uma ampliação legal do efeito vinculante, que foi estendido à ADIN. Contudo, tal disposição não é inconstitucional, pois se trata de uma só ação direta, independentemente de ter por objetivo declarar a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade.
A liminar na Ação Direta não tem efeito vinculante. Esse efeito só é atribuído à decisão de mérito da Ação Direta.
Os efeitos vinculantes só se produzirão em face do Poder Judiciário e do Poder Executivo, e não sobre o Legislativo, pois cabe a este último escolher o momento oportuno de produção e conteúdo da norma.
A súmula vinculante, apesar de não positivado no nosso ordenamento de forma expressa, está presente no art. 557 do CPC, que autoriza o relator a negar seguimento em recurso se contrário à súmula.
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO
Fundamento constitucional: art. 103, §2º.
Fundamento legal: Lei 9868/99 – tem aplicação genérica a todas as formas de Ação Direta.
Distinção entre ADIO e Mandado de Injunção
Natureza Jurídica: A ação direta de inconstitucionalidade por omissão é uma ação direta de controle da constitucionalidade, enquanto o Mandado de Injunção é um remédio constitucional, como o mandado de segurança, o habeas corpus, o habeas data, a ação popular e a ação civil pública.
Legitimação Ativa: Os legitimados para a ADIO estão taxativamente enumerados no art. 103, incisos I a IX, da CR’88, enquanto no MI é legitimado qualquer titular do direito subjetivo constitucional que não possa exercê-lo em decorrência da ausência da norma legal.
Competência: A competência para o julgamento da ADIO é, somente, do STF, enquanto o MI pode ser julgado por qualquer juízo ou tribunal, a princípio, cabendo a própria norma de direito processual dispor sobre essa questão. Contudo, o MI é o único remédio constitucional que não possui lei específica, aplicando-se a ele por analogia a lei de Mandado de Segurança no que couber. Ex. não se aplica ao MI a liminar do MS.
Objeto: A ADIO tem por objeto a tutela do direito objetivo, enquanto no MI se tutela o direito subjetivo próprio. No MI só pode haver legitimidade ativa ordinária e não pode haver substituição processual .
Eficácia: A eficácia da decisão no MI é “inter partes” enquanto na ADIO é “erga omnes”. 
OBSERVAÇÃO: É possível o ajuizamento de MI coletivo por aplicação analógica do art. 5º, LXX – MI 20, julgado pelo STF.
“EMENTA: MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO - DIREITO DE GREVE DO SERVIDOR PÚBLICO CIVIL - EVOLUÇÃO DESSE DIREITO NO CONSTITUCIONALISMOBRASILEIRO - MODELOS NORMATIVOS NO DIREITO COMPARADO – PRERROGATIVA JURÍDICA ASSEGURADA PELA CONSTITUIÇÃO (ART. 37, VII) – IMPOSSIBILIDADE DE SEU EXERCÍCIO ANTES DA EDIÇÃO DE LEI COMPLEMENTAR - OMISSÃO LEGISLATIVA - HIPÓTESE DE SUA CONFIGURAÇÃO - RECONHECIMENTO DO ESTADO DE MORA DO CONGRESSO NACIONAL - IMPETRAÇÃO POR ENTIDADE DE CLASSE - ADMISSIBILIDADE – WRIT CONCEDIDO. DIREITO DE GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO: O preceito constitucional que reconheceu o direito de greve ao servidor público civil constitui norma de eficácia meramente limitada, desprovida, em conseqüência, de auto-aplicabilidade, razão pela qual, para atuar plenamente, depende da edição da lei complementar exigida pelo próprio texto da Constituição. A mera outorga constitucional do direito de greve ao servidor público civil não basta - ante a ausência de auto- aplicabilidade da norma constante do art. 37, VII, da Constituição - para justificar o seu imediato exercício. O exercício do direito público subjetivo de greve outorgado aos servidores civis só se revelará possível depois da edição da lei complementar reclamada pela Carta Política. A lei complementar referida - que vai definir os termos e os limites do exercício do direito de greve no serviço público - constitui requisito de aplicabilidade e de operatividade da norma inscrita no art. 37, VII, do texto constitucional. Essa situação de lacuna técnica, precisamente por inviabilizar o exercício do direito de greve, justifica a utilização e o deferimento do mandado de injunção. A inércia estatal configura-se, objetivamente, quando o excessivo e irrazoável retardamento na efetivação da prestação legislativa - não obstante a ausência, na Constituição, de prazo pré-fixado para a edição da necessária norma regulamentadora - vem a comprometer e a nulificar a situação subjetiva de vantagem criada pelo texto constitucional em favor dos seus beneficiários. MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO: A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de admitir a utilização, pelos organismos sindicais e pelas entidades de classe, do mandado de injunção coletivo, com a finalidade de viabilizar, em favor dos membros ou associados dessas instituições, o exercício de direitos assegurados pela Constituição. Precedentes e doutrina.”
Decisão: A decisão, na ADIO, tem seu conteúdo expresso no art. 103, §2º, da CR’88, ou seja, a decisão terá o conteúdo de dar ciência ao órgão responsável pela edição da norma faltante. Em nenhum momento, o Poder Judiciário irá produzir a norma, ou estipulará sanção pelo decurso do prazo para a produção da lei. No MI predomina o entendimento doutrinário de que a decisão pode produzir norma jurídica para o caso concreto (Sérgio Bermudes e José Carlos Barbosa Moreira).
AÇÃO DE ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL
Fundamento constitucional: art. 102, §1º, da CR’88
Fundamento legal: lei 9882/99
OBSERVAÇÃO: O art. 102, §1º, da CR´88 é a única norma constitucional que trata da competência do Supremo Tribunal Federal que tem EFICÁCIA LIMITADA. Todas as demais normas constitucionais que versam sobre a competência do STF têm eficácia plena.
OBSERVAÇÃO: A argüição de descumprimento de preceito fundamental tem origem espanhola (recurso de amparo espanhol) e alemã (queixa constitucional alemã). Essas duas ações são as inspiradas da Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental.
	Há duas espécies distintas de ação de argüição: (1) Argüição Direta ou Autônoma, que exige um ato do Poder Público que ameaça lesar ou lesa um certo preceito fundamental, por isso é proposta diretamente no STF; (2) Argüição Indireta ou Incidental, que exige um processo tramitando perante juízo ou Tribunal que versa sobre preceito fundamental, onde já foi suscitado um controle pela via de exceção, em decorrência disso é proposta incidentemente sobre esse processo uma Argüição para levar a questão ao STF.
Argüição Direta ou Autônoma (art. 1º, “caput”, da Lei 9882/99)
Natureza jurídica: É uma ação direta de controle de constitucionalidade.
Condições específicas de procedibilidade da ação, para o regular exercício da ação: existência de ato do poder público (podendo ser municipal, estadual ou federal), que ameace ou lese preceito fundamental. 
O ATO pode ser qualquer conduta omissiva ou comissiva, inclusive, um ato concreto. A argüição de descumprimento é uma das únicas hipóteses em que se admite o controle de constitucionalidade pela via direta de ato concreto. O ato pode ser emanado por qualquer esfera do Poder Público, ou seja, pode ser federal, estadual, municipal ou distrital.
Quanto ao preceito fundamental, não há qualquer distinção legal acerca do seu conceito. Segundo Oscar Dias Corrêa, preceito fundamental engloba as seguintes matérias: (1) princípios fundamentais (arts. 1º e 4º, da CR’88); (2) direitos fundamentais (arts. 5º a 14, além de outros espalhados na CR’88); (3) princípios informativos da Administração Pública (art. 37, “caput”) e (4) cláusulas pétreas (art. 60, §4º).
Assim, preceito não é princípio, mas compreende os princípios. 
 
Argüição Indireta ou Incidental (art. 1º, §único, da Lei 9882/99)
Natureza Jurídica: 	é um processo incidente, ou seja, tem natureza jurídica de incidente de inconstitucionalidade.
OBSERVAÇÃO: Diferença entre incidente processual e processo incidente. Se uma questão que surge no curso do processo não dá ensejo a outro processo e pode ser resolvida por decisão interlocutória, ela será um INCIDENTE PROCESSUAL. Se uma questão que surge durante o curso do processo necessita de outro para resolvê-la, com prolação de sentença, ela será um PROCESSO INCIDENTE.
OBSERVAÇÃO: Na argüição de descumprimento incidental, há uma CISÃO FUNCIONAL DA COMPETÊNCIA NO PLANO VERTICAL. Ou seja, há uma causa que tramita perante um juízo ou tribunal, a questão objeto da argüição será levada a julgamento perante o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. A diferença entre a argüição de inconstitucionalidade pela via indireta e esta ação é que na primeira não há hierarquia entre a Câmara e o Plenário (que será o responsável pela apreciação da questão constitucional), enquanto na argüição de descumprimento, haverá hierarquia entre os dois órgãos competentes para o julgamento da causa (o juízo e o STF). Tal procedimento não se confunde com a AVOCAÇÃO, pois nesta não há cisão de competência e viola o princípio do juiz natural.
Questão sobre o tema:
O que é Controle de Constitucionalidade Misto?
Resposta: É o nome dado em Portugal à cisão de competência em plano vertical.
Condições específicas para o regular exercício da ação: é a existência de uma controvérsia constitucional relevante sobre lei ou ato normativo federal, estadual, municipal ou distrital, incluindo os anteriores à Constituição (art. 1º, parágrafo único, da Lei 9882/99). Tem relação com o art. 4º, §1º, pois essa ação deve ser estudada à luz do princípio da subsidiariedade, estabelecido neste dispositivo legal. A argüição só cabe, nesta via, se for o único instrumento possível de ser utilizado, ou seja, ela só é possível na hipótese de lei ou ato normativo municipal (pois não cabe ADIN), ou na hipótese de lei ou ato normativo anterior à CR’88 (onde também não cabe ADIN).
Questão sobre o tema:
É cabível o controle de constitucionalidade de lei ou ato normativo municipal em face da CR’88, pela via da ação direta?
Resposta: Antes da edição da Lei 9882/99 não era cabível, contudo, atualmente, é excepcionalmente possível sua propositura desde que seja por via de ação de argüição de descumprimento de preceito fundamental.
É cabível o controle de constitucionalidade de lei ou ato normativo municipal em face da CR’88?
Resposta: Sim, é cabível seja pela via direta, de forma excepcional, através da argüição de descumprimento de preceito fundamental, e também através da via de exceção.
É cabível o controle de constitucionalidade de lei ou ato normativo municipal pela via da ação direta?
Resposta: Sim, é cabível pelavia direta, através da representação de inconstitucionalidade em face da Constituição Estadual e através da argüição de descumprimento de preceito fundamental, em casos excepcionais, em face da Constituição da República.
O art. 1º, parágrafo único, da Lei 9882/99 é constitucional?
Resposta: Há controvérsia a respeito do tema. A primeira corrente, defendida por Alexandre de Moraes, entende que é inconstitucional porque a CR’88 só permitiu a argüição direta ou autônoma e esse dispositivo teria ampliado a competência prevista constitucionalmente. Contudo, André Ramos Tavares sustenta que é constitucional porque ela amplia o acesso ao Poder Judiciário. Não houve violação à competência fixada constitucionalmente, porque a norma do art. 102, §1º, é de eficácia limitada, por isso poderia ser ampliada por lei. O STF já iniciou o julgamento de medida liminar na ADIN 2231 que discute a constitucionalidade de tal dispositivo, dando a entender que suspenderá a eficácia do §único, do art. 1º, quando concluído o julgamento.
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