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OAB DIR CIV 01

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OAB XVII EXAME 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
1 
Pessoa Física ou Natural 
Tema I 
 
Material para o Curso Regular OAB. 
Elaboração: Luciano L. Figueiredo . 
 
1 Advogado. Sócio do Figueiredo & 
Figueiredo Advocacia e Consultoria. 
Graduado em Direito pela Universidade 
Salvador (UNIFACS). Especialista (Pós-
Graduado) em Direito do Estado pela 
Universidade Federal da Bahia (UFBA). 
Mestre em Direito Privado pela 
Universidade Federal da Bahia (UFBA). 
Professor de Direito Civil. Palestrante. 
Autor de Artigos Científicos e Livros 
Jurídicos. Fan Page: Luciano Lima 
Figueiredo. Twitter: @civilfigueiredo. 
Instagram: @lucianolimafigueiredo. 
 
1. Personalidade Jurídica 
 
Personalidade Jurídica  Sujeito de 
Direitos  Pessoa Física e Pessoa 
Jurídica 
 
2. Pessoa Natural, Física ou de Existência 
Visível. Aquisição da Personalidade 
Jurídica. 
 
Art. 2º A personalidade civil da pessoa 
começa do nascimento com vida; mas a lei 
põe a salvo, desde a concepção, os 
direitos do nascituro. 
 
Personalidade da Pessoa Física  
Requisitos  Nascimento + Vida 
 
2.1 Nascituro 
 
É aquele já concebido e ainda não 
nascido, dotado de vida intra-uterina. 
 
3. Capacidade Civil 
 
É a medida jurídica da personalidade. 
 
3.1 Capacidade de Direito ou de Gozo 
 
Art. 1º do CC: Toda pessoa é capaz de 
direitos e deveres na ordem civil. 
 
3.2 Capacidade de Fato, Exercício, 
Atividade ou Ação 
 
# Capacidade Plena ou Capacidade 
Jurídica Geral – Soma das duas 
capacidades anteriores. 
 
# Legitimação: 
 
Outorga ou vênia conjugal (Art 1647 e ss). 
 
Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 
1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem 
autorização do outro, exceto no regime da 
separação absoluta (neste a total 
liberdade): 
I - alienar ou gravar de ônus real os bens 
imóveis; 
II - pleitear, como autor ou réu, acerca 
desses bens ou direitos (tem que formar o 
litisconsórcio); 
III - prestar fiança ou aval (esse último é 
novidade do NCC); 
IV - fazer doação, não sendo 
remuneratória, de bens comuns, ou dos 
que possam integrar futura meação. 
Parágrafo único. São válidas as doações 
nupciais feitas aos filhos quando casarem 
ou estabelecerem economia separada. 
 
Negativa? 
Art. 1.648. Cabe ao juiz, nos casos do 
artigo antecedente, suprir a outorga, 
quando um dos cônjuges a denegue sem 
motivo justo, ou lhe seja impossível 
concedê-la. 
 
Se não conceder a outorga? 
 
Art. 1.649. A falta de autorização, não 
suprida pelo juiz, quando necessária (art. 
1.647), tornará anulável o ato praticado, 
podendo o outro cônjuge pleitear-lhe a 
anulação, até dois anos depois de 
terminada a sociedade conjugal. 
 
Parágrafo único. A aprovação torna válido 
o ato, desde que feita por instrumento 
público, ou particular, autenticado. 
 
Para questões aprofundadas: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVII EXAME 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
2 
Sumula 332, STJ: A fiança prestada sem 
autorização de um dos cônjuges implica a 
ineficácia total da garantia. 
 
Se a pessoa é casada no regime de 
participação final nos aquestos? 
 
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que 
adotar o regime de participação final nos 
aquestos, poder-se-á convencionar a livre 
disposição dos bens imóveis, desde que 
particulares (dispensa da outorga uxória). 
 
Há atos que podem ser praticados, no 
casamento, de forma independente? 
Art. 1.642. Qualquer que seja o regime de 
bens, tanto o marido quanto a mulher 
podem livremente: 
I - praticar todos os atos de disposição e 
de administração necessários ao 
desempenho de sua profissão, com as 
limitações estabelecida no inciso I do art. 
1.647; 
II - administrar os bens próprios; 
III - desobrigar ou reivindicar os imóveis 
que tenham sido gravados ou alienados 
sem o seu consentimento ou sem 
suprimento judicial; 
IV - demandar a rescisão dos contratos de 
fiança e doação, ou a invalidação do aval, 
realizados pelo outro cônjuge com 
infração do disposto nos incisos III e IV do 
art. 1.647; 
V - reivindicar os bens comuns, móveis ou 
imóveis, doados ou transferidos pelo outro 
cônjuge ao concubino, desde que provado 
que os bens não foram adquiridos pelo 
esforço comum destes, se o casal estiver 
separado de fato por mais de cinco anos; 
VI - praticar todos os atos que não lhes 
forem vedados expressamente. 
 
Art. 1.643. Podem os cônjuges, 
independentemente de autorização um do 
outro: 
I - comprar, ainda a crédito, as coisas 
necessárias à economia doméstica; 
II - obter, por empréstimo, as quantias que 
a aquisição dessas coisas possa exigir. 
 
Art. 1.644. As dívidas contraídas para os 
fins do artigo antecedente obrigam 
solidariamente ambos os cônjuges. 
4. Teoria das Incapacidades 
 
4.1 Incapacidade Absoluta 
 
Os absolutamente incapazes estão 
listados no art. 3 do CC: 
 
Art. 3º São absolutamente incapazes de 
exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
I - os menores de dezesseis anos; 
II - os que, por enfermidade ou deficiência 
mental, não tiverem o necessário 
discernimento para a prática desses atos; 
III - os que, mesmo por causa transitória, 
não puderem exprimir sua vontade. 
 
# E como fica a situação do surdo-mudo 
incapaz de manifestar vontade? 
 
# A senilidade (idosos) significa a 
incapacidade? 
 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da 
separação de bens no casamento: 
I - das pessoas que o contraírem com 
inobservância das causas suspensivas da 
celebração do casamento; 
II - da pessoa maior de setenta anos; 
III - de todos os que dependerem, para 
casar, de suprimento judicial. 
 
# E como fica a situação do surdo-mudo 
incapaz de manifestar vontade? 
 
Absolutamente incapazes São 
REPRESENTADOS. 
 
4.2 Incapacidade Relativa 
 
Prevista no art 4 do CC: 
 
Art. 4º São incapazes, relativamente a 
certos atos, ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de 
dezoito anos; 
II - os ébrios habituais, os viciados em 
tóxicos, e os que, por deficiência mental, 
tenham o discernimento reduzido; 
III - os excepcionais, sem desenvolvimento 
mental completo; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos índios 
será regulada por legislação especial. 
 
 
 
 
 
 
 
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3 
Limites da interdição do pródigo? 
 
Art. 1.782. A interdição do pródigo só o 
privará de, sem curador, emprestar, 
transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, 
demandar ou ser demandado, e praticar, 
em geral, os atos que não sejam de mera 
administração. 
# E o índio? 
 
Silvícolas são absolutamente incapazes. 
 
Relativamente incapazes são ASSISTIDOS. 
 
5. Emancipação 
 
É a antecipação da cessação da 
incapacidade. O ato de emancipação é 
irrevogável e irretratável. Pode ser (art 5, 
Parágrafo Único do CC): 
 
a) Voluntária 
b) Judicial 
c) Legal 
 
Parágrafo único. Cessará, para os 
menores, a incapacidade: 
I - pela concessão dos pais, ou de um 
deles na falta do outro, mediante 
instrumento público, independentemente 
de homologação judicial, ou por sentença 
do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver 
dezesseis anos completos; 
II - pelo casamento; 
III - pelo exercício de emprego público 
efetivo; 
IV - pela colação de grau em curso de 
ensino superior; 
V - pelo estabelecimento civil ou 
comercial, ou pela existência de relação de 
emprego, desde que, em função deles, o 
menor com dezesseis anos completos 
tenha economia própria. 
 
5.1 Voluntária (art. 5º, parágrafo único, I, 
primeira parte, NCC) 
 
a) Se a mãe for separada do pai, e detém a 
guarda, ela poderá sozinha conceder a 
emancipação (ou vice-versa)? 
 
b) Se houver conflito na decisão dos pais? 
5.2 Judicial (art. 5º, parágrafo único,I, 
segunda parte, NCC) 
 
5.3 Legal (art. 5º, parágrafo único, II e ss. 
do NCC). 
 
Hipóteses: 
 
a) PELO CASAMENTO (art. 5º, parágrafo 
único, II, NCC e art. 9º, § 1º, II, CC- 16): 
 
A separação e o divorcio posterior ao 
casamento levam à “queda” da 
emancipação? 
 
b) EXERCÍCIO DE EMPREGO PÚBLICO 
EFETIVO (art. 5º, parágrafo único, III, NCC 
e art. 9º, § 1º, III, CC-16): 
 
c) COLAÇÃO DE GRAU DE ENSINO 
SUPERIOR (art. 5º, parágrafo único, IV, 
NCC e art. 9º, § 1º, IV, CC-16) 
 
d) O ESTABELECIMENTO CIVIL OU 
COMERCIAL, OU A EXISTÊNCIA DE 
RELAÇÃO DE EMPREGO, DESDE QUE, EM 
FUNÇÃO DELES, O MENOR COM 
DEZESSEIS ANOS COMPLETOS TENHA 
ECONOMIA PRÓPRIA (art. 5º, parágrafo 
único, V, NCC e art. 9º, § 1º, V, CC-16) 
 
6. Extinção da Pessoa Física ou Natural 
 
Termina a existência da pessoa natural 
com a morte, a qual, para o direito, pode 
ser: 
 
a) Real 
b) Presumida 
 
 
 
6.1 Morte Real 
 
6.2 Morte presumida (Morte presumida = 
morte civil (para alguns) = ficta mortis) 
 
6.2.1 Morte presumida sem declaração de 
ausência. 
 
Art. 7° - Pode ser declarada a morte 
presumida, sem decretação de ausência: 
 
 
 
 
 
 
 
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4 
I – se for extremamente provável a morte 
de quem estava em perigo de vida; 
II – se alguém, desaparecido em campanha 
ou feito prisioneiro, não for encontrado até 
dois anos após o término da guerra. 
 
Parágrafo único – A declaração de morte 
presumida, nesses casos, somente poderá 
ser requerida depois de esgotadas as 
buscas e averiguações, devendo a 
sentença fixar a data provável do 
falecimento. 
6.2.2 Com Procedimento de Ausência (art. 
6, NCC/ art. 22 a 39). 
 
A ausência passa por três fases para ser 
declarada 
 
• 1º FASE – CURADORIA DE BENS 
DO AUSENTE 
 
Art. 22. Desaparecendo uma pessoa do 
seu domicílio sem dela haver notícia, se 
não houver deixado representante ou 
procurador a quem caiba administrar-lhe 
os bens, o juiz, a requerimento de 
qualquer interessado ou do Ministério 
Público, declarará a ausência, e nomear-
lhe-á curador. 
 
Art. 23. Também se declarará a ausência, e 
se nomeará curador, quando o ausente 
deixar mandatário que não queira ou não 
possa exercer ou continuar o mandato, ou 
se os seus poderes forem insuficientes. 
 
Art. 25. O cônjuge do ausente, sempre que 
não esteja separado judicialmente, ou de 
fato por mais de dois anos antes da 
declaração da ausência, será o seu 
legítimo curador. 
§ 1o Em falta do cônjuge, a curadoria dos 
bens do ausente incumbe aos pais ou aos 
descendentes, nesta ordem, não havendo 
impedimento que os iniba de exercer o 
cargo. 
§ 2o Entre os descendentes, os mais 
próximos precedem os mais remotos. 
§ 3o Na falta das pessoas mencionadas, 
compete ao juiz a escolha do curador. 
 
• 2º FASE – SUCESSÃO PROVISÓRIA 
 
Art. 26. Decorrido um ano da arrecadação 
dos bens do ausente, ou, se ele deixou 
representante ou procurador, em se 
passando três anos, poderão os 
interessados requerer que se declare a 
ausência e se abra provisoriamente a 
sucessão. 
 
Art. 28. A sentença que determinar a 
abertura da sucessão provisória só 
produzirá efeito cento e oitenta dias 
depois de publicada pela imprensa; mas, 
logo que passe em julgado, proceder-se-á 
à abertura do testamento, se houver, e ao 
inventário e partilha dos bens, como se o 
ausente fosse falecido. 
§ 1o Findo o prazo a que se refere o art. 26, 
e não havendo interessados na sucessão 
provisória, cumpre ao Ministério Público 
requerê-la ao juízo competente. 
§ 2o Não comparecendo herdeiro ou 
interessado para requerer o inventário até 
trinta dias depois de passar em julgado a 
sentença que mandar abrir a sucessão 
provisória, proceder-se-á à arrecadação 
dos bens do ausente pela forma 
estabelecida nos arts. 1.819 a 1.823. 
 
Art. 27. Para o efeito previsto no artigo 
anterior, somente se consideram 
interessados: 
I - o cônjuge não separado judicialmente; 
II - os herdeiros presumidos, legítimos ou 
testamentários; 
III - os que tiverem sobre os bens do 
ausente direito dependente de sua morte; 
IV - os credores de obrigações vencidas e 
não pagas. 
 
Art. 30. Os herdeiros, para se imitirem na 
posse dos bens do ausente, darão 
garantias da restituição deles, mediante 
penhores ou hipotecas equivalentes aos 
quinhões respectivos. 
 
§ 1o Aquele que tiver direito à posse 
provisória, mas não puder prestar a 
garantia exigida neste artigo, será 
excluído, mantendo-se os bens que lhe 
deviam caber sob a administração do 
curador, ou de outro herdeiro designado 
pelo juiz, e que preste essa garantia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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5 
§ 2o Os ascendentes, os descendentes e o 
cônjuge, uma vez provada a sua qualidade 
de herdeiros, poderão, independentemente 
de garantia, entrar na posse dos bens do 
ausente. 
 
Art. 31. Os imóveis do ausente só se 
poderão alienar, não sendo por 
desapropriação, ou hipotecar, quando o 
ordene o juiz, para lhes evitar a ruína. 
 
• 3º FASE – SUCESSÃO DEFINITIVA 
 
Art. 37. Dez anos depois de passada em 
julgado a sentença que concede a abertura 
da sucessão provisória, poderão os 
interessados requerer a sucessão 
definitiva e o levantamento das cauções 
prestadas. 
 
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão 
definitiva, também, provando-se que o 
ausente conta oitenta anos de idade, e que 
de cinco datam as últimas notícias dele. 
 
> Transmissão dos bens em caráter 
definitivo 
 
E se o ausente retornar? 
 
Art. 36. Se o ausente aparecer, ou se lhe 
provar a existência, depois de estabelecida 
a posse provisória, cessarão para logo as 
vantagens dos sucessores nela imitidos, 
ficando, todavia, obrigados a tomar as 
medidas assecuratórias precisas, até a 
entrega dos bens a seu dono. 
 
Art. 39. Regressando o ausente nos dez 
anos seguintes à abertura da sucessão 
definitiva, ou algum de seus descendentes 
ou ascendentes, aquele ou estes haverão 
só os bens existentes no estado em que se 
acharem, os sub-rogados em seu lugar, ou 
o preço que os herdeiros e demais 
interessados houverem recebido pelos 
bens alienados depois daquele tempo. 
 
Parágrafo único. Se, nos dez anos a que se 
refere este artigo, o ausente não regressar, 
e nenhum interessado promover a 
sucessão definitiva, os bens arrecadados 
passarão ao domínio do Município ou do 
Distrito Federal, se localizados nas 
respectivas circunscrições, incorporando-
se ao domínio da União, quando situados 
em território federal. 
 
Como fica o casamento do ausente? 
 
6.3 Comoriência 
Art. 8. – Se dois ou mais indivíduos 
falecerem na mesma ocasião, não se 
podendo averiguar se algum dos 
comorientes precedeu aos outros, 
presumir-se-ão simultaneamente mortos. 
 
Casal morre na mesma hora em acidentes 
diferentes. 
Dois jovens namorados do noroeste da 
Itália morreram neste fim de semana em 
dois acidentes de trânsito diferentes 
ocorridos na mesma hora, de acordo com 
os meios de comunicação locais. 
Mauro Monucci, 29 anos, morreu por volta 
da meia-noite de sábado quando sua moto, 
de alta 
cilindrada, chocou-se contra um poste em 
um cruzamento nos arredores do Palácio 
dos Esportes de Forli. O jovem morreu 
quando era levado numa ambulância ao 
hospital, segundo a edição digital do jornal 
La Repubblica. 
Praticamente ao mesmo tempo, o carro de 
sua namorada, Simona Acciai, 27 anos, 
saiu da estrada em uma área periférica da 
cidade e caiu em um fosso. Simona 
morreu na hora. 
Os telefonemas para os serviços de 
emergência para alertar sobre os dois 
acidentes foram feitos com poucos 
minutos de diferença, mas as autoridades 
só perceberam que as vítimas eram um 
casal ao verificar em seus documentos 
que os dois tinhamo mesmo endereço. 
Frente ao caso inusitado, a magistratura 
local ordenou a realização de autópsias 
nos dois corpos. 
EFE 
Agência Efe - Todos os direitos 
reservados. É proibido todo tipo de 
reprodução sem autorização escrita 
da Agência Efe S/A. 
http://noticias.terra.com.br/mundo/interna/
0,,OI984767-EI294,00.html 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Civil 
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6 
Pessoa Jurídica 
Tema II 
 
1. Conceito e Aquisição da Personalidade 
Jurídica 
 
Art. 45 – Começa a existência legal das 
pessoas jurídicas de direito privado com a 
inscrição do ato constitutivo no respectivo 
registro, precedida, quando necessário, de 
autorização ou aprovação do poder 
executivo, averbando-se no registro todas 
as alterações por que passar o ato 
constitutivo. 
 
Parágrafo único. Decai em três anos o 
direito de anular a constituição das 
pessoas jurídicas de direito privado, por 
defeito do ato respectivo, contado o prazo 
da publicação de sua inscrição no registro. 
 
Faz-se necessária alguma outra 
autorização? 
 
Qual a natureza jurídica do registro da 
Pessoa Jurídica? 
 
2. Princípio da Separação, Independência 
ou Autonomia 
 
Desprovido de artigo específico versando 
sobre ele no Código Civil, decorre da 
inteligência dos artigos 46, V e 1052, 
ambos do Código Civil. 
 
Art. 46. O registro declarará: 
V - se os membros respondem, ou não, 
subsidiariamente, pelas obrigações 
sociais; 
 
Art. 1.052. Na sociedade limitada, a 
responsabilidade de cada sócio é restrita 
ao valor de suas quotas, mas todos 
respondem solidariamente pela 
integralização do capital social. 
 
2.1 Desconsideração da Pessoa Jurídica: 
(“Disregard Doutrine”) 
 
Código de Processo Civil: 
 
Art. 592. Ficam sujeitos à execução os 
bens: 
I - do sucessor a título singular, tratando-
se de execução fundada em direito real ou 
obrigação reipersecutória; (Redação dada 
pela Lei nº 11.382, de 2006). 
II - do sócio, nos termos da lei; 
III - do devedor, quando em poder de 
terceiros; 
IV - do cônjuge, nos casos em que os seus 
bens próprios, reservados ou de sua 
meação respondem pela dívida; 
V - alienados ou gravados com ônus real 
em fraude de execução. 
 
Código Civil: 
 
Art. 50. Em caso de abuso de 
personalidade jurídica, caracterizado pelo 
desvio de finalidade, ou pela confusão 
patrimonial, pode o juiz decidir, a 
requerimento da parte, ou do Ministério 
Público quando lhe couber intervir no 
processo, que os efeitos de certas e 
determinadas relações de obrigações 
sejam estendidos aos bens particulares 
dos administradores ou sócios da pessoa 
jurídica. 
 
3. Classificação das Pessoas Jurídicas 
 
3.1 Quanto à atividade executada 
 
3.1.2 de Direito público – são aquelas 
previstas em Lei. Podem ser: 
 
a) DIREITO PÚBLICO INTERNO: poder 
público constituído (União, Estados, DF, 
Municípios, Territórios, suas autarquias e 
fundações). 
 
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito 
público interno: 
I - a União; 
II - os Estados, o Distrito Federal e os 
Territórios; 
III - os Municípios; 
IV - as autarquias, inclusive as 
associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público 
criadas por lei. 
 
b) DIREITO PÚBLICO EXTERNO: 
submetidas ao direito internacional 
público (as diversas nações, inclusive a 
 
 
 
 
 
 
 
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7 
Santa Sé, e os organismos internacionais 
como a ONU, a OEA, a FAO, a UNESCO 
etc) – art. 42, CC 
 
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito 
público externo os Estados estrangeiros e 
todas as pessoas que forem regidas pelo 
direito internacional público. 
 
3.1.2 De direito privado - todas as demais 
(que não são previstas em lei): 
 
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito 
privado: 
 I - as associações; 
II - as sociedades; 
III - as fundações. 
IV – as organizações religiosas; (Incluído 
pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) 
V – os partidos políticos. (Incluído pela Lei 
nº 10.825, de 22.12.2003) 
VI – empresas individuais de 
responsabilidade limitada. 
 
3.2 Quanto à estrutura: 
 
3.2.1 Corporações (universitas 
personarum). Dividem-se em: 
 
a) Sociedades 
 
> Simples – são as antigas 
civis. 
> Empresárias – são as 
antigas comerciais. 
 
# Segundo o Código Civil, a sociedade 
empresária há de observar dois requisitos: 
 
I) tem por objeto o exercício de atividade 
própria de empresário (art. 966); 
 
Art. 966. Considera-se empresário quem 
exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou 
a circulação de bens ou de serviços. 
Parágrafo único. Não se considera 
empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária 
ou artística, ainda com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores, salvo se o 
exercício da profissão constituir elemento 
de empresa. 
Parágrafo único: Não se considera 
empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária 
ou artística, ainda com o concurso de 
auxiliares ou colaboradores, salvo se o 
exercício da profissão constituir elemento 
de empresa. 
 
II) Registro no Registro Público de 
Empresas (Junta Comercial). 
 
b) Associações 
 
Tem finalidade ideal: 
 
Art. 53 – Constituem-se as associações 
pela união de pessoas que se organizem 
para fins não-econômicos. 
 
Estatuto pode instituir categorias de 
associados com diferentes vantagens: 
 
Art. 55. Os associados devem ter iguais 
direitos, mas o estatuto poderá instituir 
categorias com vantagens especiais. 
 
 
Para exclusão do associado há de ter 
devido processo legal e justa causa (art. 
57 do CC): 
 
Art. 57. A exclusão do associado só é 
admissível havendo justa causa, assim 
reconhecida em procedimento que 
assegure direito de defesa e de recurso, 
nos termos previstos no estatuto. 
 
3.2.2 Fundações (universitas bonorum) –
(universalidade de bens) 
 
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu 
instituidor fará, por escritura pública ou 
testamento, dotação especial de bens 
livres, especificando o fim a que se 
destina, e declarando, se quiser, a maneira 
de administrá-la. 
 
Parágrafo único. A fundação somente 
poderá constituir-se para fins religiosos, 
morais, culturais ou de assistência. 
 
A afetação dos Bens Livres por meio do 
Ato de Dotação Patrimonial, seja mediante 
 
 
 
 
 
 
 
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8 
Escritura Pública (para atos inter vivos) ou 
Testamento (para atos causa mortis – 
público, particular ou cerrado). 
 
O ato de instituição, acaso realizado por 
mecanismo inter vivos, é irretratável. Art. 
64, CC: 
 
Art. 64. Constituída a fundação por 
negócio jurídico entre vivos, o instituidor é 
obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou 
outro direito real, sobre os bens dotados, 
e, se não o fizer, serão registrados, em 
nome dela, por mandado judicial. 
 
Caso o patrimônio afetado seja 
insuficiente. art. 63: 
 
Art. 63. Quando insuficientes para 
constituir a fundação, os bens a ela 
destinados serão, se de outro modo não 
dispuser o instituidor, incorporados em 
outra fundação que se proponha a fim 
igual ou semelhante. 
 
A Alteração do Estatuto - Art. 67: 
 
Art. 67. Para que se possa alterar o 
estatuto da fundação é mister que a 
reforma: 
I - seja deliberada por dois terços dos 
competentes para gerir e representar a 
fundação; 
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta; 
III - seja aprovada pelo órgão do Ministério 
Público, e, caso este a denegue, poderá o 
juiz supri-la, a requerimento do 
interessado. 
 
A minoria de gestores vencida (aqueles 1/3 
que opinaram em desfavor da alteração), 
terão o prazo de 10 dias para impugnar a 
modificação estatutária.Art. 68: 
 
Art. 68. Quando a alteração não houver 
sido aprovada por votação unânime, os 
administradores da fundação, ao 
submeterem o estatuto ao órgão do 
Ministério Público, requererão que se dê 
ciência à minoria vencida para impugná-la, 
se quiser, em dez dias. 
 
A Fiscalização (§2°, art. 66) das fundações 
deve ser feita pelo MP Estadual, ainda que 
as referidas as Fundações tenham 
abrangência nacional, sendo a 
competência a da localização da fundação. 
 
“Art. 66. Velará pelas fundações o 
Ministério Público do Estado onde 
situadas. 
 
§ 1º. Se funcionarem no Distrito Federal, 
ou no Território, caberá o encargo ao 
Ministério Público Federal. 
 
§ 2º. Se estenderem a atividade por mais 
de um Estado, caberá o encargo, em cada 
um deles, ao respectivo Ministério 
Público”. 
 
Diga-se que o §1º do art. 66 foi declarado 
inconstitucional pelo ADI 2794, proposta 
pela ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS 
MEMBROS DO MINISTÉRIO PÚBLICO – 
CONAMP. Seguiu o STF o Enunciado 10 do 
CJF. 
 
Direitos da Personalidade 
Tema III 
 
1. Conceito 
 
2. Características 
 
Art. 11. Com exceção dos casos previstos 
em lei, os direitos da personalidade são 
intransmissíveis e irrenunciáveis, não 
podendo o seu exercício sofrer limitação 
voluntária. 
 
a) Segundo a Lei: 
 
intransmissíveis + irrenunciáveis + 
impossibilidade de limitação voluntária 
 
a) Indisponíveis 
 
O caráter intransmissível e irrenunciável 
(indisponibilidade) expressamente 
previsto no dispositivo equivale dizer que 
os direitos da personalidade não podem 
sofrer limitação temporária? 
 
# Enunciado nº 4 do CJF. 
 
 
 
 
 
 
 
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9 
Enunciado 4 – Art.11: o exercício dos 
direitos da personalidade pode sofrer 
limitação voluntária, desde que não seja 
permanente nem geral. 
 
b) Absolutos 
 
c) Imprescritíveis 
 
d) Vitalícios 
 
# Lesados indiretos 
 
Art. 12, parágrafo único, do CC: 
 
Parágrafo único. Em se tratando de morto, 
terá legitimação para requerer a medida 
prevista neste artigo o cônjuge 
sobrevivente, ou qualquer parente em 
linha reta, ou colateral até o quarto grau. 
 
- São lesados indiretos na norma geral: 
 
a) cônjuge sobrevivente 
b) ascendente 
c) descendente 
d) colaterais até 4 grau 
 
# Parágrafo único do art. 20 do CC - 
lesados indiretos para pleitos relacionados 
a direito à imagem: 
 
Parágrafo único. Em se tratando de morto 
ou de ausente, são partes legítimas para 
requerer essa proteção o cônjuge, os 
ascendentes ou os descendentes. 
 
- São lesados indiretos no direito à 
imagem: 
 
a) cônjuge sobrevivente 
b) ascendente 
c) descendente 
 
Como fazer? 
 
- Enunciado nº 5 da Jornada de direito civil 
do STJ. 
 
Enunciado nº 5 – Arts. 12 e 20: 1) as 
disposições do art. 12 têm caráter geral e 
aplicam-se, inclusive, às situações 
previstas no art. 20, excepcionados os 
casos expressos de legitimidade para 
requerer as medidas nele estabelecidas; 2) 
as disposições do art. 20 do novo Código 
Civil têm a finalidade específica de regrar a 
projeção dos bens personalíssimos nas 
situações nele enumeradas. Com exceção 
dos casos expressos de legitimação que 
se conformem com a tipificação 
preconizada nessa norma, a ela podem ser 
aplicadas subsidiariamente as regras 
instituídas no art. 12. 
 
# Exemplo prático de lesado indireto: Resp 
521697/RJ. “Caso Garrincha”. 
 
REsp 521697 / RJ 
Ministro CESAR ASFOR ROCHA (1098) 
T4 - QUARTA TURMA 
Data do Julgamento: 16/02/2006 
 
CIVIL. DANOS MORAIS E MATERIAIS. 
DIREITO À IMAGEM E À HONRA DE PAI 
FALECIDO. 
Os direitos da personalidade, de que o 
direito à imagem é um deles, guardam 
como principal característica a sua 
intransmissibilidade. Nem por isso, 
contudo, deixa de merecer proteção a 
imagem e a honra de quem falece, como 
se fossem coisas de ninguém, porque elas 
permanecem perenemente lembradas nas 
memórias, como bens imortais que se 
prolongam para muito além da vida, 
estando até acima desta, como sentenciou 
Ariosto. Daí porque não se pode subtrair 
dos filhos o direito de defender a imagem 
e a honra de seu falecido pai, pois eles, em 
linha de normalidade, são os que mais se 
desvanecem com a exaltação feita à sua 
memória, como são os que mais se 
abatem e se deprimem por qualquer 
agressão que lhe possa trazer mácula. 
Ademais, a imagem de pessoa famosa 
projeta efeitos econômicos para além de 
sua morte, pelo que os seus sucessores 
passam a ter, por direito próprio, 
legitimidade para postularem indenização 
em juízo, seja por dano moral, seja por 
dano material. Primeiro recurso especial 
das autoras parcialmente conhecido e, 
nessa parte, parcialmente provido. 
Segundo recurso especial das autoras não 
 
 
 
 
 
 
 
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conhecido. Recurso da ré conhecido pelo 
dissídio, mas improvido. 
 
3 Classificação do Código Civil 
 
 3.1 Pilar da Integridade Física 
 
> Art. 13 - Tutela ao Corpo Vivo; 
> Art. 14 - Tutela ao Corpo Morto; 
> Art. 15 - Autonomia do Paciente ou Livre 
Consentimento Informado. 
 
a) Corpo Vivo (Art. 13 CC): 
 
Art. 13. Salvo por exigência médica, é 
defeso o ato de disposição do próprio 
corpo, quando importar diminuição 
permanente da integridade física, ou 
contrariar os bons costumes. 
Parágrafo único. O ato previsto neste 
artigo será admitido para fins de 
transplante, na forma estabelecida em lei 
especial. 
 
O parágrafo único trata da tutela do corpo 
vivo no que tange aos transplantes e 
remete a lei 9434/97. Ou seja, admite essa 
disposição do corpo para fins de 
transplante. 
 
b) Tutela ao Corpo Morto (art. 14) 
 
Art. 14. É válida, com objetivo científico, 
ou altruístico, a disposição gratuita do 
próprio corpo, no todo ou em parte, para 
depois da morte. 
 
Parágrafo único. O ato de disposição pode 
ser livremente revogado a qualquer tempo. 
 
c) Autonomia do Paciente ou Livre 
Consentimento Informado (art. 15) 
 
Art. 15. Ninguém pode ser constrangido a 
submeter-se, com risco de vida, a 
tratamento médico ou a intervenção 
cirúrgica. 
 
3.2 Integridade Psíquica ou Moral 
Sob o ponto de vista psíquico, com base 
no nosso direito positivo, há 4 direitos da 
personalidade: imagem, privacidade honra 
e nome. 
a) Imagem 
 
A proteção constitucional da imagem 
encontra-se no art. 5º, incisos V e X: 
 
Art. 5º 
V - é assegurado o direito de resposta, 
proporcional ao agravo, além da 
indenização por dano material, moral ou à 
imagem; 
 
X - são invioláveis a intimidade, a vida 
privada, a honra e a imagem das pessoas, 
assegurado o direito a indenização pelo 
dano material ou moral decorrente de sua 
violação; 
 
No CC, encontra-se no art. 20: 
 
Art. 20. Salvo se autorizadas, ou se 
necessárias à administração da justiça ou 
à manutenção da ordem pública, a 
divulgação de escritos, a transmissão da 
palavra, ou a publicação, a exposição ou a 
utilização da imagem de uma pessoa 
poderão ser proibidas, a seu requerimento 
e sem prejuízo da indenização que couber, 
se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a 
respeitabilidade, ou se se destinarem a 
fins comerciais. 
 
# Autorização expressa ou tácita 
 
# Mitigações à necessidade de 
autorização: 
 
a) Necessária à administração da 
justiça ou à manutenção da ordem pública 
 
b) Direito à imagem x direito à informação 
 
c) Direito a imagem em locais públicos 
 
d) Direito à imagem de pessoas pública 
sou quem estão com elas. 
 
b) Vida Privada ou Privacidade 
 
Há uma proteção constitucional – art. 5º, 
XII 
 
XII - é inviolável o sigilo da 
correspondência e das comunicações 
 
 
 
 
 
 
 
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11 
telegráficas, de dados e das comunicações 
telefônicas, salvo, no último caso, por 
ordem judicial, nas hipóteses e na forma 
que a lei estabelecer para fins de 
investigação criminal ou instrução 
processual penal; 
 
No CC, está previsto no art. 21: 
 
Art. 21. A vida privada da pessoa natural é 
inviolável, e o juiz, a requerimento do 
interessado, adotará as providências 
necessárias para impedir ou fazer cessar 
ato contrário a esta norma. 
 
c) Nome 
 
O nome é, em regra, composto pelo 
prenome e sobrenome (patronímico) (art 
16). 
 
Art. 16. Toda pessoa tem direito ao nome, 
nele compreendidos o prenome e o 
sobrenome. 
 
É vedada a utilização do nome em 
publicações ou representações que 
exponham ao desprezo público, ainda que 
inexista intenção difamatória. (art 17). 
 
Art. 17. O nome da pessoa não pode ser 
empregado por outrem em publicações ou 
representações que a exponham ao 
desprezo público, ainda quando não haja 
intenção difamatória. 
 
A utilização de nome em propaganda 
comercial necessita de autorização, 
sempre (art 18). 
 
Art. 18. Sem autorização, não se pode usar 
o nome alheio em propaganda comercial. 
 
 
Ademais, confere o Código Civil proteção 
ao pseudônimo utilizado para atividades 
licitas idêntica àquela do nome (art 19). 
 
Art. 19. O pseudônimo adotado para 
atividades lícitas goza da proteção que se 
dá ao nome. 
 
Seria possível a alteração do nome? 
 
4 Direitos da Personalidade da Pessoa 
Jurídica? 
 
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no 
que couber, a proteção dos direitos da 
personalidade. 
 
Súmula 227, STJ - A pessoa jurídica pode 
sofrer dano moral. 
 
Negócio Jurídico 
Tema IV 
 
1. Conceito de Negócio Jurídico 
 
2. Validade do Negócio Jurídico 
 
Validade é sinônimo de adequação ao 
sistema jurídico, verificando-se se o 
negócio existente pertence ao 
ordenamento jurídico. 
 
Art. 104. A validade do negócio jurídico 
requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou 
determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei. 
 
I – Capacidade do Agente: Já estudada na 
aula de Pessoa Física. 
 
II – Objeto Lícito, Possível, Determinado ou 
Determinável 
 
III – Forma Prescrita ou Não Defesa em Lei. 
 
Art. 107. A validade da declaração de 
vontade não dependerá de forma especial, 
senão quando a lei expressamente a 
exigir. 
 
Hipótese em que a vontade é vinculada: 
 
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a 
escritura pública é essencial à validade 
dos negócios jurídicos que visem à 
constituição, transferência, modificação 
ou renúncia de direitos reais sobre 
imóveis de valor superior a trinta vezes o 
maior salário mínimo vigente no País. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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12 
IV – Consentimento Válido 
 
Pode ser pelo silêncio? Art. 111 do CC: 
 
Art. 111. O silêncio importa anuência, 
quando as circunstâncias ou os usos o 
autorizarem, e não for necessária a 
declaração de vontade expressa. 
 
2.1 Teoria das Invalidades 
 
a) Nulidade Absoluta 
 
Hipóteses: 
 
Art.166. É nulo o negócio jurídico quando: 
I - celebrado por pessoa absolutamente 
incapaz; 
II - for ilícito, impossível ou indeterminável 
o seu objeto; 
III - o motivo determinante, comum a 
ambas as partes, for ilícito; 
IV - não revestir a forma prescrita em lei; 
V - for preterida alguma solenidade que a 
lei considere essencial para a sua 
validade; 
VI - tiver por objetivo fraudar lei 
imperativa; 
VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou 
proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. 
 
 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico 
simulado, mas subsistirá o que se 
dissimulou, se válido for na substância e 
na forma. 
§ 1o Haverá simulação nos negócios 
jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir 
direitos a pessoas diversas daquelas às 
quais realmente se conferem, ou 
transmitem; 
II - contiverem declaração, confissão, 
condição ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem 
antedatados, ou pós-datados. 
§ 2o Ressalvam-se os direitos de terceiros 
de boa-fé em face dos contraentes do 
negócio jurídico simulado. 
 
Características: 
 
1. O ato nulo atinge interesse público 
superior; 
2. Pode ser arguida pelas partes, por 
terceiro interessado, pelo Ministério 
Público, quando lhe couber intervir, ou, até 
mesmo, pronunciada de ofício pelo Juiz ex 
ofício; 
3. Não admite confirmação (ratificação), 
mas pode ser convertido; 
4. A ação declaratória de nulidade é 
decidida por sentença de natureza 
declaratória de efeitos “ex tunc”; 
5. A nulidade, segundo o novo Código 
Civil, pode ser reconhecida a qualquer 
tempo, não se sujeitando a prazo 
prescricional (imprescritível) ou 
decadencial. 
 
# Atenção: apesar de o juiz poder 
reconhecer ex ofício a nulidade, ele não 
tem permissão para supri-la, ainda que a 
requerimento da parte (art. 168 p.u, CC/02). 
 
Parágrafo único. As nulidades devem ser 
pronunciadas pelo juiz, quando conhecer 
do negócio jurídico ou dos seus efeitos e 
as encontrar provadas, não lhe sendo 
permitido supri-las, ainda que a 
requerimento das partes. 
 
b) Nulidade Relativa (Anulabilidade) 
 
Hipóteses: 
 
Art. 171. Além dos casos expressamente 
declarados na lei, é anulável o negócio 
jurídico: 
I - por incapacidade relativa do agente; 
II - por vício resultante de erro, dolo, 
coação, estado de perigo, lesão ou fraude 
contra credores. 
 
Características: 
 
1. O ato anulável atinge interesses 
particulares, legalmente tutelados (por 
isso a gravidade não é tão relevante 
quanto na hipótese de nulidade); 
2. Somente pode ser arguida pelos 
legítimos interessados; 
3. Admite confirmação expressa ou tácita 
(ratificação); 
 
 
 
 
 
 
 
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13 
4. A anulabilidade somente pode ser 
arguida, pela via judicial, em prazos 
decadenciais de 4 (regra geral) ou 2 (regra 
supletiva) anos, salvo norma específica 
sem sentido contrário (art. 178 e 179). 
 
Art. 178. É de quatro anos o prazo de 
decadência para pleitear-se a anulação do 
negócio jurídico, contado: 
I - no caso de coação, do dia em que ela 
cessar; 
II - no de erro, dolo, fraude contra 
credores, estado de perigo ou lesão, do 
dia em que se realizou o negócio jurídico; 
III - no de atos de incapazes, do dia em que 
cessar a incapacidade. 
 
Art. 179. Quando a lei dispuser que 
determinado ato é anulável, sem 
estabelecer prazo para pleitear-se a 
anulação, será este de dois anos, a contar 
da data da conclusão do ato. 
 
# Observa-se que caducou a súmula 494 
do STF caducou: 
 
S. 494 - A ação para anular venda de 
ascendente a descendente, sem 
consentimento dos demais, “prescreve” 
em “vinte anos”, contados da data do ato, 
revogada a Súmula 152. 
 
3. Eficácia 
 
Tem como elementos acidentais ou 
acessórios, opostos pela vontade humana 
a negócios com fundo patrimonial: 
 
a) Condição 
 
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as 
condições não contrárias à lei, à ordem 
pública ou aos bons costumes; entre as 
condições defesas se incluem as que 
privarem de todo efeito o negócio jurídico, 
ou o sujeitarem ao puro arbítrio de uma 
das partes. 
 
Art. 123. Invalidam os negócios jurídicos 
que lhes são subordinados: 
I - as condições física ou juridicamente 
impossíveis, quando suspensivas; 
II - as condições ilícitas, ou de fazer coisa 
ilícita; 
III - as condições incompreensíveis ou 
contraditórias. 
 
Art. 124. Têm-se por inexistentes as 
condições impossíveis, quando 
resolutivas, e as de não fazer coisa 
impossível. 
 
Art. 125. Subordinando-se a eficácia do 
negócio jurídico à condição suspensiva, 
enquanto estase não verificar, não se terá 
adquirido o direito, a que ele visa. 
 
Art. 130. Ao titular do direito eventual, nos 
casos de condição suspensiva ou 
resolutiva, é permitido praticar os atos 
destinados a conservá-lo. 
 
b) Termo 
 
I) Inicial (dies a quo) x Final (Dies ad quem) 
 
Art. 131. O termo inicial suspende o 
exercício, mas não a aquisição do direito. 
 
II) Forma de Contagem: 
 
Art. 132. Salvo disposição legal ou 
convencional em contrário, computam-se 
os prazos, excluído o dia do começo, e 
incluído o do vencimento. 
§ 1º Se o dia do vencimento cair em 
feriado, considerar-se-á prorrogado o 
prazo até o seguinte dia útil. 
§ 2º Meado considera-se, em qualquer 
mês, o seu décimo quinto dia. 
§ 3º Os prazos de meses e anos expiram 
no dia de igual número do de início, ou no 
imediato, se faltar exata correspondência. 
§ 4º Os prazos fixados por hora contar-se-
ão de minuto a minuto. 
 
c) Modo ou Encargo 
 
Art. 136. O encargo não suspende a 
aquisição nem o exercício do direito, salvo 
quando expressamente imposto no 
negócio jurídico, pelo disponente, como 
condição suspensiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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14 
Art. 137. Considera-se não escrito o 
encargo ilícito ou impossível, salvo se 
constituir o motivo determinante da 
liberalidade, caso em que se invalida o 
negócio jurídico. 
 
4. Defeitos do Negócio Jurídico 
 
4.1. Vícios de Consentimento (de vontade) 
 
a) Erro ou Ignorância 
 
Erro principal ou essencial ou 
determinante: 
 
Art. 138. São anuláveis os negócios 
jurídicos, quando as declarações de 
vontade emanarem de erro substancial 
que poderia ser percebido por pessoa de 
diligência normal, em face das 
circunstâncias do negócio. 
 
O erro acidental ou acessório: 
 
Art. 142. O erro de indicação da pessoa ou 
da coisa, a que se referir a declaração de 
vontade, não viciará o negócio quando, 
por seu contexto e pelas circunstâncias, 
se puder identificar a coisa ou pessoa 
cogitada. 
Hipóteses de erro 
 
a) Error in negotio (sobre o negócio) 
b) Error in corpore (sobre o objeto) 
c) Error in Persona (sobre a pessoa) 
d) Error in iures (sobre o direito) 
 
Art. 139. O erro é substancial quando: 
I - interessa à natureza do negócio, ao 
objeto principal da declaração, ou a 
alguma das qualidades a ele essenciais; 
II - concerne à identidade ou à qualidade 
essencial da pessoa a quem se refira a 
declaração de vontade, desde que tenha 
influído nesta de modo relevante; 
III - sendo de direito e não implicando 
recusa à aplicação da lei, for o motivo 
único ou principal do negócio jurídico. 
 
Falso motivo: 
 
Art. 140. O falso motivo só vicia a 
declaração de vontade quando expresso 
como razão determinante. 
 
Erro de transmissão de vontade: 
 
Art. 141. A transmissão errônea da 
vontade por meios interpostos é anulável 
nos mesmos casos em que o é a 
declaração direta. 
 
Erro de cálculo: 
 
Art. 143. O erro de cálculo apenas autoriza 
a retificação da declaração de vontade. 
 
b) Dolo 
 
Dolo principal: 
 
Art. 145. São os negócios jurídicos 
anuláveis por dolo, quando este for a sua 
causa. 
 
Dolo acessório: 
 
Art. 146. O dolo acidental só obriga à 
satisfação das perdas e danos, e é 
acidental quando, a seu despeito, o 
negócio seria realizado, embora por outro 
modo. 
 
Dolo negativo: 
 
Art. 147. Nos negócios jurídicos bilaterais, 
o silêncio intencional de uma das partes a 
respeito de fato ou qualidade que a outra 
parte haja ignorado, constitui omissão 
dolosa, provando-se que sem ela o 
negócio não se teria celebrado. 
 
Dolo de terceiro: 
 
Art. 148. Pode também ser anulado o 
negócio jurídico por dolo de terceiro, se a 
parte a quem aproveite dele tivesse ou 
devesse ter conhecimento; em caso 
contrário, ainda que subsista o negócio 
jurídico, o terceiro responderá por todas 
as perdas e danos da parte a quem 
ludibriou. 
 
Dolo de Representante: 
 
 
 
 
 
 
 
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15 
Art. 149. O dolo do representante legal de 
uma das partes só obriga o representado a 
responder civilmente até a importância do 
proveito que teve; se, porém, o dolo for do 
representante convencional, o 
representado responderá solidariamente 
com ele por perdas e danos. 
 
a) Se representação legal – o 
representado apenas responde até a 
importância que tiver proveito 
 
b) Se representação convencional – 
responsabilidade solidária 
 
Dolo recíproco: 
 
Art. 150. Se ambas as partes procederem 
com dolo, nenhuma pode alegá-lo para 
anular o negócio, ou reclamar indenização. 
 
c) Coação Moral: 
 
Requisitos para que a coação possa viciar 
o negócio: 
 
i. A coação deve ser a causa do ato; 
ii. Gravidade: A coação deve imputar 
ao coagido um verdadeiro temor de dano 
sério; 
iii. Injusta (ilícita, contrária ao direito, 
abusiva); ameaça do exercício normal do 
direito não é coação, idem temor 
reverencial. 
iv. Iminência ou Atualidade: A coação 
deve ser atual ou iminente (é para afastar a 
coação impossível); 
v. A coação deve constituir ameaça de 
prejuízo à pessoa ou bens da vítima, ou à 
pessoas da sua família. 
 
Na análise dos requisitos acima se leva em 
consideração as circunstâncias subjetivas 
da vítima. Art. 152 do CC: 
 
Art. 152. No apreciar a coação, ter-se-ão 
em conta o sexo, a idade, a condição, a 
saúde, o temperamento do paciente e 
todas as demais circunstâncias que 
possam influir na gravidade dela. 
 
Se a coação for dirigida a pessoa que não 
é da família, caberá ao magistrado 
analisar. Art. 151 do CC: 
 
Art. 151. A coação, para viciar a declaração 
da vontade, há de ser tal que incuta ao 
paciente fundado temor de dano iminente 
e considerável à sua pessoa, à sua família, 
ou aos seus bens. 
 
Parágrafo único. Se disser respeito a 
pessoa não pertencente à família do 
paciente, o juiz, com base nas 
circunstâncias, decidirá se houve coação. 
 
Art. 153 do CC: 
 
Art. 153. Não se considera coação a 
ameaça do exercício normal de um direito, 
nem o simples temor reverencial. 
 
Coação exercida por terceiros: 
 
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação 
exercida por terceiro, se dela tivesse ou 
devesse ter conhecimento a parte a que 
aproveite, e esta responderá 
solidariamente com aquele por perdas e 
danos. 
 
Art. 155, CC – Subsistirá o negócio 
jurídico, se a coação decorrer de terceiro, 
sem que a parte a que aproveite dela 
tivesse ou devesse ter conhecimento; mas 
o autor da coação responderá por todas as 
perdas e danos que houver causado ao 
coacto. 
 
d) Lesão 
 
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma 
pessoa, sob premente necessidade, ou por 
inexperiência, se obriga a prestação 
manifestamente desproporcional ao valor 
da prestação oposta. 
 
§ 1º Aprecia-se a desproporção das 
prestações segundo os valores vigentes 
ao tempo em que foi celebrado o negócio 
jurídico. 
 
§ 2º Não se decretará a anulação do 
negócio, se for oferecido suplemento 
 
 
 
 
 
 
 
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suficiente, ou se a parte favorecida 
concordar com a redução do proveito. 
 
Diga-se que vem entendendo-se ser 
dispensável o dolo de aproveitamento pela 
parte que objetiva beneficiar-se: 
 
E. 150 – Art. 157: A lesão de que trata o art. 
157 do Código Civil não exige dolo de 
aproveitamento. 
 
e) Estado de Perigo 
 
Art. 156. Configura-se o estado de perigo 
quando alguém, premido da necessidade 
de salvar-se, ou a pessoa de sua família, 
de grave dano conhecido pela outra parte, 
assume obrigação excessivamente 
onerosa. 
 
Parágrafo único. Tratando-se de pessoa 
não pertencente à família do declarante, o 
juiz decidirásegundo as circunstâncias. 
 
E. 148, CJF – Art. 156: Ao “estado de 
perigo” (art. 156) aplica-se, por analogia, o 
disposto 
no § 2º do art. 157. 
 
4.2 Vícios Sociais 
 
a) Fraude Contra Credores: 
 
O patrimônio do devedor é o domicílio da 
garantia do credor (Alexandre Câmara). 
 
Requisitos: 
 
a) Anterioridade do Crédito 
b) Eventus Damni 
c) Consilium Fraudis 
 
Hipóteses nas quais o CC presume a má-
fé: 
 
Art. 158. Os negócios de transmissão 
gratuita de bens ou remissão de dívida, se 
os praticar o devedor já insolvente, ou por 
eles reduzido à insolvência, ainda quando 
o ignore, poderão ser anulados pelos 
credores quirografários, como lesivos dos 
seus direitos. 
§ 1º Igual direito assiste aos credores cuja 
garantia se tornar insuficiente. 
§ 2º Só os credores que já o eram ao 
tempo daqueles atos podem pleitear a 
anulação deles. 
 
Art. 159. Serão igualmente anuláveis os 
contratos onerosos do devedor insolvente, 
quando a insolvência for notória, ou 
houver motivo para ser conhecida do 
outro contratante. 
 
Art. 162. O credor quirografário, que 
receber do devedor insolvente o 
pagamento da dívida ainda não vencida, 
ficará obrigado a repor, em proveito do 
acervo sobre que se tenha de efetuar o 
concurso de credores, aquilo que recebeu. 
 
Art. 163. Presumem-se fraudatórias dos 
direitos dos outros credores as garantias 
de dívidas que o devedor insolvente tiver 
dado a algum credor. 
 
Presunção de boa-fé: 
 
Art. 164. Presumem-se, porém, de boa-fé e 
valem os negócios ordinários 
indispensáveis à manutenção de 
estabelecimento mercantil, rural, ou 
industrial, ou à subsistência do devedor e 
de sua família. 
 
# Fraude Contra Credores x Fraude à 
Execução. 
 
b) Simulação 
 
Classificação: 
- Absoluta 
- Relativa (ou dissimulação) 
 
Art. 167. É nulo o negócio jurídico 
simulado, mas subsistirá o que se 
dissimulou, se válido for na substância e 
na forma. 
§ 1º Haverá simulação nos negócios 
jurídicos quando: 
I - aparentarem conferir ou transmitir 
direitos a pessoas diversas daquelas às 
quais realmente se conferem, ou 
transmitem; 
 
 
 
 
 
 
 
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II - contiverem declaração, confissão, 
condição ou cláusula não verdadeira; 
III - os instrumentos particulares forem 
antedatados, ou pós-datados. 
 
# Reserva Mental 
 
Art. 110, CC – A manifestação de vontade 
subsiste ainda que o seu autor haja feito a 
reserva mental de não querer o que 
manifestou, salvo se dela o destinatário 
tinha conhecimento. 
 
Prescrição e Decadência 
Tema V 
 
1. Noções Introdutórias 
 
O tempo, como fato jurídico natural. 
Análise do tema em correlação com as 
modalidades de direitos e ações. 
 
2. Prescrição 
 
Art. 189. Violado o direito, nasce para o 
titular a pretensão, a qual se extingue, pela 
prescrição, nos prazos a que aludem os 
arts. 205 e 206. 
 
2.1 Prazos 
 
Os prazos prescricionais estão todos 
mencionados nos artigos 205 (Prazo Geral) 
e 206 (Prazo Especial) do CC. 
 
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, 
quando a lei não lhe haja fixado prazo 
menor. 
 
Art. 206. Prescreve: 
 
§ 1º Em um ano: 
I - a pretensão dos hospedeiros ou 
fornecedores de víveres destinados a 
consumo no próprio estabelecimento, para 
o pagamento da hospedagem ou dos 
alimentos; 
II - a pretensão do segurado contra o 
segurador, ou a deste contra aquele, 
contado o prazo: 
a) para o segurado, no caso de seguro de 
responsabilidade civil, da data em que é 
citado para responder à ação de 
indenização proposta pelo terceiro 
prejudicado, ou da data que a este 
indeniza, com a anuência do segurador; 
b) quanto aos demais seguros, da ciência 
do fato gerador da pretensão; 
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da 
justiça, serventuários judiciais, árbitros e 
peritos, pela percepção de emolumentos, 
custas e honorários; 
IV - a pretensão contra os peritos, pela 
avaliação dos bens que entraram para a 
formação do capital de sociedade 
anônima, contado da publicação da ata da 
assembléia que aprovar o laudo; 
V - a pretensão dos credores não pagos 
contra os sócios ou acionistas e os 
liquidantes, contado o prazo da publicação 
da ata de encerramento da liquidação da 
sociedade. 
 
§ 2º Em dois anos, a pretensão para haver 
prestações alimentares, a partir da data em 
que se vencerem. 
 
§ 3º Em três anos: 
 I - a pretensão relativa a aluguéis de 
prédios urbanos ou rústicos; 
II - a pretensão para receber prestações 
vencidas de rendas temporárias ou 
vitalícias; 
III - a pretensão para haver juros, 
dividendos ou quaisquer prestações 
acessórias, pagáveis, em períodos não 
maiores de um ano, com capitalização ou 
sem ela; 
IV - a pretensão de ressarcimento de 
enriquecimento sem causa; 
V - a pretensão de reparação civil; 
VI - a pretensão de restituição dos lucros 
ou dividendos recebidos de má-fé, 
correndo o prazo da data em que foi 
deliberada a distribuição; 
VII - a pretensão contra as pessoas em 
seguida indicadas por violação da lei ou 
do estatuto, contado o prazo: 
a) para os fundadores, da publicação dos 
atos constitutivos da sociedade anônima; 
b) para os administradores, ou fiscais, da 
apresentação, aos sócios, do balanço 
referente ao exercício em que a violação 
tenha sido praticada, ou da reunião ou 
assembléia geral que dela deva tomar 
conhecimento; 
 
 
 
 
 
 
 
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c) para os liquidantes, da primeira 
assembléia semestral posterior à violação; 
VIII - a pretensão para haver o pagamento 
de título de crédito, a contar do 
vencimento, ressalvadas as disposições 
de lei especial; 
IX - a pretensão do beneficiário contra o 
segurador, e a do terceiro prejudicado, no 
caso de seguro de responsabilidade civil 
obrigatório. 
 
§ 4º Em quatro anos, a pretensão relativa à 
tutela, a contar da data da aprovação das 
contas. 
§ 5º Em cinco anos: 
 I - a pretensão de cobrança de dívidas 
líquidas constantes de instrumento 
público ou particular; 
II - a pretensão dos profissionais liberais 
em geral, procuradores judiciais, 
curadores e professores pelos seus 
honorários, contado o prazo da conclusão 
dos serviços, da cessação dos respectivos 
contratos ou mandato; 
III - a pretensão do vencedor para haver do 
vencido o que despendeu em juízo. 
 
2.2 Causas impeditivas, suspensivas e 
interruptivas da Prescrição 
 
a) Causas Impeditivas e Suspensivas (art. 
197 a 201 do CC) 
 
Consistem em causas que impedem o 
início da contagem do prazo prescricional, 
ou então vem a suspender a fluência 
desses esses prazos. 
 
A suspensão pode acontecer em diversas 
oportunidades e, em todas elas, o prazo 
reinicia de onde parou. 
 
Art. 197. Não corre a prescrição: 
I - entre os cônjuges, na constância da 
sociedade conjugal; 
II - entre ascendentes e descendentes, 
durante o poder familiar; 
III - entre tutelados ou curatelados e seus 
tutores ou curadores, durante a tutela ou 
curatela. 
 
Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 
3º; 
II - contra os ausentes do País em serviço 
público da União, dos Estados ou dos 
Municípios; 
III - contra os que se acharem servindo nas 
Forças Armadas, em tempo de guerra. 
 
Art. 199. Não corre igualmente a 
prescrição: 
 I - pendendo condição suspensiva; 
II - não estando vencido o prazo; 
III - pendendo ação de evicção. 
 
Art. 200. Quando a ação se originar de fato 
que deva ser apurado no juízo criminal, 
não correrá a prescrição antes da 
respectiva sentença definitiva. 
 
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor 
de um dos credores solidários, só 
aproveitam os outros se a obrigação forindivisível. 
 
b) Causas Interruptivas (art. 202 a 204 do 
CC): 
 
Essas zeram o prazo, o interrompendo e 
fazendo necessidade de nova contagem 
do início. A interrupção só poderá ocorrer 
uma única vez, como determina o caput do 
art. 202. 
 
Art. 202. A interrupção da prescrição, que 
somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á: 
I - por despacho do juiz, mesmo 
incompetente, que ordenar a citação, se o 
interessado a promover no prazo e na 
forma da lei processual; 
II - por protesto, nas condições do inciso 
antecedente; 
III - por protesto cambial; 
IV - pela apresentação do título de crédito 
em juízo de inventário ou em concurso de 
credores; 
V - por qualquer ato judicial que constitua 
em mora o devedor; 
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que 
extrajudicial, que importe reconhecimento 
do direito pelo devedor. 
Parágrafo único. A prescrição 
interrompida recomeça a correr da data do 
 
 
 
 
 
 
 
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ato que a interrompeu, ou do último ato do 
processo para a interromper. 
 
Art. 203. A prescrição pode ser 
interrompida por qualquer interessado. 
 
Art. 204. A interrupção da prescrição por 
um credor não aproveita aos outros; 
semelhantemente, a interrupção operada 
contra o co-devedor, ou seu herdeiro, não 
prejudica aos demais coobrigados. 
§ 1º A interrupção por um dos credores 
solidários aproveita aos outros; assim 
como a interrupção efetuada contra o 
devedor solidário envolve os demais e 
seus herdeiros. 
§ 2º A interrupção operada contra um dos 
herdeiros do devedor solidário não 
prejudica os outros herdeiros ou 
devedores, senão quando se trate de 
obrigações e direitos indivisíveis. 
§ 3º A interrupção produzida contra o 
principal devedor prejudica o fiador. 
 
2.3 Observações Finais sobre Prescrição 
 
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em 
qualquer grau de jurisdição, pela parte a 
quem aproveita. 
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma 
pessoa continua a correr contra o seu 
sucessor. 
3. Decadência (ou caducidade) 
 
A decadência diz respeito à perda de 
direitos potestativos por conta do decurso 
do tempo. 
 
A decadencial pode ser legal ou 
convencional. A convencional é novidade 
do Código, decorrente da vontade das 
partes. Ex: direito de arrependimento em 
um contrato preliminar; prazo de garantia 
contratual. 
 
4. Observações Correlatas: Prescrição e 
Decadência 
 
I. Os prazos prescricionais, por serem 
sempre legais, não podem ser alterados 
pela vontade das partes (ar. 192). E os 
decadenciais? 
 
Art. 192. Os prazos de prescrição não 
podem ser alterados por acordo das 
partes. 
 
II. A prescrição, por ser uma defesa do 
devedor, pode ser renunciada, nos termos 
do art. 191 CC. Na mesma linha a 
decadência convencional também pode 
ser renunciada, não se admitindo, porém, 
a renúncia ao prazo decadencial legal (art. 
209). 
 
Art. 191. A renúncia da prescrição pode 
ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo 
feita, sem prejuízo de terceiro, depois que 
a prescrição se consumar; tácita é a 
renúncia quando se presume de fatos do 
interessado, incompatíveis com a 
prescrição. 
 
Art. 209. É nula a renúncia à decadência 
fixada em lei. 
 
III. A decadência legal pode ser 
reconhecida de ofício pelo juiz (a 
convencional não). O mesmo não acontece 
com a convencional – Inteligência dos arts 
210 e 211 do CC: 
 
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da 
decadência, quando estabelecida por lei. 
 
Art. 211. Se a decadência for convencional, 
a parte a quem aproveita pode alegá-la em 
qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não 
pode suprir a alegação. 
 
Inovando, a Lei n. 11.280/2006, a qual 
inseriu o art. 219, parágrafo 5 no CPC, 
passou a admitir o reconhecimento de 
ofício da prescrição, em qualquer 
hipótese, revogando, por consequência, o 
art. 194 do Código Civil. 
 
Art. 219 - A citação válida torna prevento o 
juízo, induz litispendência e faz litigiosa a 
coisa; e, ainda quando ordenada por juiz 
incompetente, constitui em mora o 
devedor e interrompe a prescrição. 
(Alterado pela L-005.925-1973) 
§ 1º - A interrupção da prescrição 
retroagirá à data da propositura da ação. 
(Alterado pela L-008.952-1994) 
 
 
 
 
 
 
 
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§ 2º - Incumbe à parte promover a citação 
do réu nos 10 (dez) dias subseqüentes ao 
despacho que a ordenar, não ficando 
prejudicada pela demora imputável 
exclusivamente ao serviço judiciário. 
(Alterado pela L-008.952-1994) 
§ 3º - Não sendo citado o réu, o juiz 
prorrogará o prazo até o máximo de 90 
(noventa) dias. (Alterado pela L-008.952-
1994) 
§ 4º - Não se efetuando a citação nos 
prazos mencionados nos parágrafos 
antecedentes, haver-se-á por não 
interrompida a prescrição. (Alterado pela 
L-005.925-1973) 
§ 5º - O juiz pronunciará, de ofício, a 
prescrição. (Alterado pela L-011.280-2006) 
(Alterado pela L-005.925-1973) 
§ 6º - Passada em julgado a sentença, a 
que se refere o parágrafo anterior, o 
escrivão comunicará ao réu o resultado do 
julgamento. (Alterado pela L-005.925-1973) 
 
V. Salvo exceções previstas em lei, a 
decadência não se impede, não se 
suspende e não se interrompe. Não 
correrá decadência em face dos 
absolutamente incapazes. 
 
Art. 207. Salvo disposição legal em 
contrário, não se aplicam à decadência as 
normas que impedem, suspendem ou 
interrompem a prescrição. 
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto 
nos arts. 195 e 198, inciso I.

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