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OAB XVII EXAME – 1ª FASE 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
1 
Direito das Famílias 
Tema I 
Casamento 
 
Material para o Curso de Primeira Fase da 
OAB. 
Elaboração: Luciano L. Figueiredo1. 
 
1. Conceito 
 
Art. 1.511. O casamento estabelece 
comunhão plena de vida, com base na 
igualdade de direitos e deveres dos 
cônjuges. 
 
2. Capacidade Núbil 
 
Art. 1.517. O homem e a mulher com 
dezesseis anos podem casar, exigindo-se 
autorização de ambos os pais, ou de seus 
representantes legais, enquanto não 
atingida a maioridade civil. 
Parágrafo único. Se houver divergência 
entre os pais, aplica-se o disposto no 
parágrafo único do art. 1.631. 
 
Se houver divergência entre os pais, o 
magistrado é instado a solucionar a 
questão, aplicando o art. 1631 do CC, 
como faz remissão o parágrafo único do 
art. 1517 do CC: 
 
Art. 1631. Durante o casamento e a União 
Estável, compete o Poder Familiar aos 
pais; na falta ou impedimento de um deles, 
o outro exercerá com exclusividade. 
 
 
1 Advogado. Sócio do Figueiredo & Figueiredo 
Advocacia e Consultoria. Graduado em Direito 
pela Universidade Salvador (UNIFACS). 
Especialista (Pós-Graduado) em Direito do 
Estado pela Universidade Federal da Bahia 
(UFBA). Mestre em Direito Privado pela 
Universidade Federal da Bahia (UFBA). 
Professor de Direito Civil. Palestrante. Autor de 
Artigos Científicos e Livros Jurídicos. Fan 
Page: Luciano Lima Figueiredo. Site: 
www.direitoemfamilia.com.br. Twitter: 
@civilfigueiredo. Instagram: 
@lucianolimafigueiredo. 
Parágrafo Único: Divergindo os pais 
quanto ao exercício do Poder Familiar, e 
assegurado a qualquer deles recorrer ao 
Juiz para solução do desacordo. 
 
E se um dos responsáveis houver 
falecido? 
 
E o padastro, terá que autorizar? 
 
Art 1.636. O pai ou a mãe que contrai 
novas núpcias, ou estabelece união 
estável, não perde, quanto aos filhos do 
relacionamento anterior, os direitos ao 
poder familiar, exercendo-os sem qualquer 
interferência do novo cônjuge ou 
companheiro. 
Parágrafo único. Igual preceito ao 
estabelecido neste artigo aplica-se ao pai 
ou à mãe solteiros que casarem ou 
estabelecerem união estável. 
 
E se forem divorciados? 
 
Art. 1.632. A separação judicial, o divórcio 
e a dissolução da união estável não 
alteram as relações entre pais e filhos 
senão quanto ao direito, que aos primeiros 
cabe, de terem em sua companhia os 
segundos. 
 
Demais disto, a denegação injusta da 
autorização pode ser suprimida pelo 
magistrado (Art. 1519): 
 
Art. 1.519. A denegação do consentimento, 
quando injusta, pode ser suprida pelo juiz. 
 
A autorização dos responsáveis pode ser 
revogada até o momento da celebração do 
matrimônio (Art. 1518). 
 
Art. 1.518. Até à celebração do casamento 
podem os pais, tutores ou curadores 
revogar a autorização. 
 
Outrossim, antes dos 16 anos é possível, 
excepcionalmente, hipóteses de 
casamento, desde que seja: 
 
Art. 1.520. Excepcionalmente, será 
permitido o casamento de quem ainda não 
alcançou a idade núbil (art. 1517), para 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVII EXAME – 1ª FASE 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
2 
evitar imposição ou cumprimento de pena 
criminal ou em caso de gravidez. 
 
3. Impedimentos matrimoniais 
 
Os impedimentos trazem hipóteses nas 
quais é vedado o casamento. 
 
Art. 1.521. Não podem casar: 
I - os ascendentes com os descendentes, 
seja o parentesco natural ou civil; 
II - os afins em linha reta; 
III - o adotante com quem foi cônjuge do 
adotado e o adotado com quem o foi do 
adotante; 
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e 
demais colaterais, até o terceiro grau 
inclusive; 
V - o adotado com o filho do adotante; 
VI - as pessoas casadas; 
VII - o cônjuge sobrevivente com o 
condenado por homicídio ou tentativa de 
homicídio contra o seu consorte. 
 
É possível o casamento entre parentes de 
3 grau? 
 
E. 98, CJF –Art. 1.521, IV, do novo Código 
Civil: o inc. IV do art. 1.521 do novo Código 
Civil deve ser interpretado à luz do 
Decreto-Lei n. 3.200/41 no que se refere à 
possibilidade de casamento entre 
colaterais de 3º grau 
 
A oposição dos impedimentos pode 
acontecer até o momento da celebração. 
 
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser 
opostos, até o momento da celebração do 
casamento, por qualquer pessoa capaz. 
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de 
registro, tiver conhecimento da existência 
de algum impedimento, será obrigado a 
declará-lo 
 
Os impedimentos, quando verificados, 
causam a nulidade do casamento (art. 
1548, II). 
 
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído: 
I - pelo enfermo mental sem o necessário 
discernimento para os atos da vida civil; 
II - por infringência de impedimento. 
4. Causas Suspensivas 
 
As causas suspensivas estão elencadas 
no art. 1523 do Código Civil: 
 
Art. 1.523. Não devem casar: 
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do 
cônjuge falecido, enquanto não fizer 
inventário dos bens do casal e der partilha 
aos herdeiros; 
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se 
desfez por ser nulo ou ter sido anulado, 
até dez meses depois do começo da 
viuvez, ou da dissolução da sociedade 
conjugal; 
III - o divorciado, enquanto não houver 
sido homologada ou decidida a partilha 
dos bens do casal; 
IV - o tutor ou o curador e os seus 
descendentes, ascendentes, irmãos, 
cunhados ou sobrinhos, com a pessoa 
tutelada ou curatelada, enquanto não 
cessar a tutela ou curatela, e não 
estiverem saldadas as respectivas contas. 
Parágrafo único. É permitido aos nubentes 
solicitar ao juiz que não lhes sejam 
aplicadas as causas suspensivas previstas 
nos incisos I, III e IV deste artigo, 
provando-se a inexistência de prejuízo, 
respectivamente, para o herdeiro, para o 
ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou 
curatelada; no caso do inciso II, a nubente 
deverá provar nascimento de filho, ou 
inexistência de gravidez, na fluência do 
prazo. 
 
Legitimidade (art. 1524 do CC): 
 
Art. 1.524. As causas suspensivas da 
celebração do casamento podem ser 
argüidas pelos parentes em linha reta de 
um dos nubentes, sejam consangüíneos 
ou afins, e pelos colaterais em segundo 
grau, sejam também consangüíneos ou 
afins. 
 
A ocorrência de causa suspensiva leva 
como conseqüência a observância, 
obrigatória, do regime de separação legal 
de bens (art. 1641): 
 
Art. 1.641. É obrigatório o regime de 
separação de bens no casamento: 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVII EXAME – 1ª FASE 
Direito Civil 
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3 
I – das pessoas que contraírem com 
inobservância das causas suspensivas de 
celebração do casamento 
II – da pessoa maior de setenta anos 
III – de todos que dependerem, para casar, 
di o suprimento judicial 
 
5. Anulabilidade do Casamento 
 
As causas de anulação estão elencadas a 
partir do art. 1550 do CC. 
 
Art. 1.550. É anulável o casamento: 
I - de quem não completou a idade mínima 
para casar; 
II - do menor em idade núbil, quando não 
autorizado por seu representante legal; 
III - por vício da vontade, nos termos dos 
arts. 1.556 a 1.558; 
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, 
de modo inequívoco, o consentimento; 
V - realizado pelo mandatário, sem que ele 
ou o outro contraente soubesse da 
revogação do mandato, e não sobrevindo 
coabitação entre os cônjuges; 
VI - por incompetência da autoridade 
celebrante. 
Parágrafo único. Equipara-se à revogação 
a invalidade do mandato judicialmente 
decretada. 
 
O casamento do qual resulte gravidez não 
gera anulabilidade, em razão de ser esta 
uma hipótese na qual se torna 
desnecessária a autorização legal (art. 
1551 c/c 1520). 
 
Art. 1.551.Não se anulará, por motivo de 
idade, o casamento de que resultou 
gravidez. 
 
A legitimação para pleitear anulação do 
casamento do menor de 16 anos é do 
cônjuge menor, representantes legais ou 
ascendentes (art. 1552). 
 
 Art. 1.552. A anulação do casamento dos 
menores de dezesseis anos será 
requerida: 
I - pelo próprio cônjuge menor; 
II - por seus representantes legais; 
III - por seus ascendentes. 
 
Traz ainda o Código Civil, como hipótese 
outras de anulação do casamento o Erro 
Essencial quanto à Pessoa, disciplinado 
nos arts. 1556 e 1557: 
 
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado 
por vício da vontade, se houve por parte 
de um dos nubentes, ao consentir, erro 
essencial quanto à pessoa do outro. 
 
Art. 1.557. Considera-se erro essencial 
sobre a pessoa do outro cônjuge: 
I - o que diz respeito à sua identidade, sua 
honra e boa fama, sendo esse erro tal que 
o seu conhecimento ulterior torne 
insuportável a vida em comum ao cônjuge 
enganado; 
II - a ignorância de crime, anterior ao 
casamento, que, por sua natureza, torne 
insuportável a vida conjugal; 
III - a ignorância, anterior ao casamento, de 
defeito físico irremediável, ou de moléstia 
grave e transmissível, pelo contágio ou 
herança, capaz de pôr em risco a saúde do 
outro cônjuge ou de sua descendência; 
IV - a ignorância, anterior ao casamento, 
de doença mental grave que, por sua 
natureza, torne insuportável a vida em 
comum ao cônjuge enganado. 
 
# Questões de Prova: 
 
Casou-se com transexual? 
 
Link com Direito da Personalidade e Resp - 
REsp 1.008.398-SP, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 15/10/2009. 
 
Quais os prazos para anulabilidade? 
 
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a 
ação de anulação do casamento, a contar 
da data da celebração, é de: 
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso 
IV do art. 1.550; 
II - dois anos, se incompetente a 
autoridade celebrante; 
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV 
do art. 1.557; 
IV - quatro anos, se houver coação. 
§ 1o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o 
direito de anular o casamento dos 
menores de dezesseis anos, contado o 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Civil 
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prazo para o menor do dia em que perfez 
essa idade; e da data do casamento, para 
seus representantes legais ou 
ascendentes. 
§ 2o Na hipótese do inciso V do art. 1.550, 
o prazo para anulação do casamento é de 
cento e oitenta dias, a partir da data em 
que o mandante tiver conhecimento da 
celebração. 
 
# Observações: 
 
a) Demais disto, há no Código Civil adoção 
da tese do casamento putativo: 
 
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo 
nulo, se contraído de boa-fé por um ou 
ambos os cônjuges, o casamento, em 
relação a estes como aos filhos, produz 
todos os efeitos até o dia da sentença 
anulatória. 
§ 1º Se um dos cônjuges estava de boa-fé 
ao celebrar o casamento, os seus efeitos 
civis só a ele e aos filhos aproveitarão. 
§ 2º Se ambos os cônjuges estavam de 
má-fé ao celebrar o casamento, os seus 
efeitos civis só aos filhos aproveitarão. 
 
b) Note-se que o novo CC acolheu, ainda, a 
teoria do funcionário de fato (teoria da 
aparência) – Art. 1554 do CC: 
 
Art. 1.554. Subsiste o casamento 
celebrado por aquele que, sem possuir a 
competência exigida na lei, exercer 
publicamente as funções de juiz de 
casamentos e, nessa qualidade, tiver 
registrado o ato no Registro Civil. 
 
6. Eficácia Patrimonial: Regime de Bens 
 
Trata-se do estatuto patrimonial do 
casamento, o qual se inicia com o 
matrimônio, regido pelos princípios: 
 
a) Liberdade de Escolha e Variedade 
b) Mutabilidade 
 
a) Liberdade de Escolha e Variedade 
 
- Pacto Antenupcial: 
 
Art. 1.653. É nulo o pacto antenupcial se 
não for feito por escritura pública, e 
ineficaz se não lhe seguir o casamento. 
 
 
Art. 1.654. A eficácia do pacto antenupcial, 
realizado por menor, fica condicionada à 
aprovação de seu representante legal, 
salvo as hipóteses de regime obrigatório 
de separação de bens. 
 
Art. 1.655. É nula a convenção ou cláusula 
dela que contravenha disposição absoluta 
de lei. 
 Art. 1.640. Não havendo convenção, ou 
sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, 
quanto aos bens entre os cônjuges, o 
regime da comunhão parcial. 
Parágrafo único. Poderão os nubentes, no 
processo de habilitação, optar por 
qualquer dos regimes que este código 
regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a 
termo a opção pela comunhão parcial, 
fazendo-se o pacto antenupcial por 
escritura pública, nas demais escolhas. 
 
b) Mutabilidade (art. 1639) 
 
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de 
celebrado o casamento, estipular, quanto 
aos seus bens, o que lhes aprouver. 
§ 1º O regime de bens entre os cônjuges 
começa a vigorar desde a data do 
casamento. 
§ 2º É admissível alteração do regime de 
bens, mediante autorização judicial em 
pedido motivado de ambos os cônjuges, 
apurada a procedência das razões 
invocadas e ressalvados os direitos de 
terceiros. 
 
O NCC, no §2º do art. 1639, permite a 
mudança do regime de bens, sendo 
necessário: 
 
a) Pedido conjunto e motivado de 
ambos os cônjuges 
b) Procedimento de jurisdição 
voluntária (não pode haver lide). 
c) O juízo competente é o juízo de 
família. 
d) Não pode vim a prejudicar terceiros. 
Por isso devem publicar editais. 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Civil 
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5 
6.1 Espécies 
 
a) comunhão universal; 
b) comunhão parcial; 
c) separação convencional; 
d) separação legal ou obrigatória; 
e) participação final nos aquestos. 
 
Passa-se a verificação um a um dos 
regimes. 
 
a) Regime Da Comunhão Parcial De Bens 
Ou Regime Supletivo 
 
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, 
comunicam-se os bens que sobrevierem 
ao casal, na constância do casamento, 
com as exceções dos artigos seguintes. 
 
Art. 1.661. São incomunicáveis os bens 
cuja aquisição tiver por título uma causa 
anterior ao casamento. 
 
Art. 1.662. No regime da comunhão parcial, 
presumem-se adquiridos na constância do 
casamento os bens móveis, quando não 
se provar que o foram em data anterior. 
 
O que não entra (não-comunica) na 
comunhão parcial (art. 1659): 
 
Art. 1.659. Excluem-se da comunhão: 
I - os bens que cada cônjuge possuir ao 
casar, e os que lhe sobrevierem, na 
constância do casamento, por doação ou 
sucessão, e os sub-rogados em seu lugar; 
II - os bens adquiridos com valores 
exclusivamente pertencentes a um dos 
cônjuges em sub-rogação dos bens 
particulares; 
III - as obrigações anteriores ao 
casamento; 
IV - as obrigações provenientes de atos 
ilícitos, salvo reversão em proveito do 
casal; 
V - os bens de uso pessoal, os livros e 
instrumentos de profissão; 
VI - os proventos do trabalho pessoal de 
cada cônjuge; 
VII - as pensões, meios-soldos, montepios 
e outras rendas semelhantes. 
 
O que entra (comunicam – aquestos) na 
comunhão parcial (art. 1660): 
 
Art. 1.660. Entram na comunhão: 
I - os bens adquiridos na constância do 
casamento por título oneroso, ainda que 
só em nome de um dos cônjuges; 
II - os bens adquiridos por fato eventual, 
com ou sem o concurso de trabalho ou 
despesa anterior; 
III - os bens adquiridos por doação, 
herança ou legado, em favor de ambos os 
cônjuges; 
IV - as benfeitorias em bens particulares 
de cada cônjuge; 
V - os frutos dos bens comuns, ou dos 
particulares de cada cônjuge, percebidos 
na constância do casamento, ou 
pendentes ao tempo de cessar a 
comunhão. 
 
b) Regime Da Comunhão Universal De 
Bens: 
 
Art. 1.667. O regime de comunhão 
universal importa a comunicação de todos 
os bens presentes e futuros dos cônjuges 
e suas dívidas passivas, com as exceçõesdo artigo seguinte. 
 
Bens excluídos (não comunicam) da 
comunhão universal (art. 1668): 
 
Art. 1.668. São excluídos da comunhão: 
I - os bens doados ou herdados com a 
cláusula de incomunicabilidade e os sub-
rogados em seu lugar; 
II - os bens gravados de fideicomisso e o 
direito do herdeiro fideicomissário, antes 
de realizada a condição suspensiva; 
III - as dívidas anteriores ao casamento, 
salvo se provierem de despesas com seus 
aprestos, ou reverterem em proveito 
comum; 
IV - as doações antenupciais feitas por um 
dos cônjuges ao outro com a cláusula de 
incomunicabilidade; 
V - Os bens referidos nos incisos V a VII 
do art. 1.659. 
 
c) Regime Da Separação Convencional De 
Bens: 
 
 
 
 
 
 
 
 
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6 
Neste regime cada conjugue possui 
patrimônio próprio e separado, podendo 
administrar livremente os seus bens (art. 
1687) 
 
Art. 1.687. Estipulada a separação de bens, 
estes permanecerão sob a administração 
exclusiva de cada um dos cônjuges, que 
os poderá livremente alienar ou gravar de 
ônus real. 
 Malgrado a separação, as despesas do 
casal devem ser custeadas por ambos os 
cônjuges, na proporção dos seus 
rendimentos, salvo estipulação em 
contrário do pacto antenupcial (art. 1688). 
 
Art. 1.688. Ambos os cônjuges são 
obrigados a contribuir para as despesas 
do casal na proporção dos rendimentos de 
seu trabalho e de seus bens, salvo 
estipulação em contrário no pacto 
antenupcial. 
 
d) Separação Obrigatória De Bens (art. 
1.641) 
 
Situações em que o legislador impõe o 
regime de separação obrigatória. 
 
Art. 1.641. É obrigatório o regime da 
separação de bens no casamento: 
I - das pessoas que o contraírem com 
inobservância das causas suspensivas da 
celebração do casamento; 
II - da pessoa maior de setenta anos; 
III - de todos os que dependerem, para 
casar, de suprimento judicial. 
 
Segundo súmula do STF, a separação 
obrigatória de bens incide nos bens 
presentes à época do casamento, e não 
nos aquestos futuros – bens adquiridos 
onerosamente na constância do 
casamento (súmula 377, STF): 
 
Súmula 377, STF: no regime de separação 
legal de bens, comunicam-se os 
adquiridos na constância do casamento. 
 
Assim é que o STJ, mesmo com a 
publicação do NCC, continua aplicando a 
referida súmula. Transcreve-se: 
 
Incide a súmula 377 do STF que, por sinal, 
não cogita do esforço comum, presumido, 
neste caso, segundo o entendimento 
pretoriano majoritária 
(STJ, 4 T, REsp 154.896/RJ, Rel. Min. 
Fernando Gonçalves. Julgado. 20.11.03) 
 
Mesmo entendimento: (STJ, 3 T, REsp 
736.627/PR, Rel. Min. Carlos Alberto 
Menezes Direto. Julgado. 11.04.06) 
 
e) Participação Final Nos Aquestos 
Neste novo regime, cada cônjuge possui 
patrimônio próprio (como no regime da 
separação), cabendo, todavia, à época da 
dissolução da sociedade conjugal, direito 
à metade dos bens adquiridos pelo casal, 
a título oneroso, na constância do 
casamento (art. 1672 e 1673). 
 
Art. 1.672. No regime de participação final 
nos aqüestos, cada cônjuge possui 
patrimônio próprio, consoante disposto no 
artigo seguinte, e lhe cabe, à época da 
dissolução da sociedade conjugal, direito 
à metade dos bens adquiridos pelo casal, 
a título oneroso, na constância do 
casamento. 
 
Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio 
os bens que cada cônjuge possuía ao 
casar e os por ele adquiridos, a qualquer 
título, na constância do casamento. 
Parágrafo único. A administração desses 
bens é exclusiva de cada cônjuge, que os 
poderá livremente alienar, se forem 
móveis. 
 
Não entram no patrimônio comum (art. 
1674): 
 
Art. 1.674. Sobrevindo a dissolução da 
sociedade conjugal, apurar-se-á o 
montante dos aqüestos, excluindo-se da 
soma dos patrimônios próprios: 
I - os bens anteriores ao casamento e os 
que em seu lugar se sub-rogaram; 
II - os que sobrevieram a cada cônjuge por 
sucessão ou liberalidade; 
III - as dívidas relativas a esses bens. 
Parágrafo único. Salvo prova em contrário, 
presumem-se adquiridos durante o 
casamento os bens móveis. 
 
 
 
 
 
 
 
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7 
7. Divórcio 
 
Coloca fim ao vinculo matrimonial. 
 
As modalidades estão previstas no art. 
1580 do CC e art 226, §6º da CF. Pode ser o 
divórcio. Os prazos permanecem? 
 
E. 517 do CJF: Art. 1.580. A Emenda 
Constitucional n. 66/2010 extinguiu os 
prazos previstos no art. 1.580 do Código 
Civil, mantido o divórcio por conversão. 
 
a) Indireto ou Conversão: Subsiste? 
 
Art. 1.580. Decorrido um ano do trânsito 
em julgado da sentença que houver 
decretado a separação judicial, ou da 
decisão concessiva da medida cautelar de 
separação de corpos, qualquer das partes 
poderá requerer sua conversão em 
divórcio. 
§ 1º A conversão em divórcio da 
separação judicial dos cônjuges será 
decretada por sentença, da qual não 
constará referência à causa que a 
determinou. 
 
b) Direto: Tem prazo? 
 
Pode ser decretado independente da 
partilha dos bens (art. 1581 CC): 
 
Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido 
sem que haja prévia partilha de bens. 
 
Legitimidade: cônjuge, e em caso se 
incapacidade seu curador, ascendente ou 
irmão 
 
Art. 1.582. O pedido de divórcio somente 
competirá aos cônjuges. 
Parágrafo único. Se o cônjuge for incapaz 
para propor a ação ou defender-se, poderá 
fazê-lo o curador, o ascendente ou o 
irmão. 
 
Quais os efeitos da culpa? 
 
- Possível perda do direito aos alimentos 
(art. 1704) 
 
Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados 
judicialmente vier a necessitar de 
alimentos, será o outro obrigado a prestá-
los mediante pensão a ser fixada pelo juiz, 
caso não tenha sido declarado culpado na 
ação de separação judicial. 
 
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado 
culpado vier a necessitar de alimentos, e 
não tiver parentes em condições de 
prestá-los, nem aptidão para o trabalho, o 
outro cônjuge será obrigado a assegurá-
los, fixando o juiz o valor indispensável à 
sobrevivência. 
 
- Possível interferência no uso do nome. 
 
Art. 1.578. O cônjuge declarado culpado na 
ação de separação judicial perde o direito 
de usar o sobrenome do outro, desde que 
expressamente requerido pelo cônjuge 
inocente e se a alteração não acarretar: 
I - evidente prejuízo para a sua 
identificação; 
II - manifesta distinção entre o seu nome 
de família e o dos filhos havidos da união 
dissolvida; 
III - dano grave reconhecido na decisão 
judicial. 
§ 1º O cônjuge inocente na ação de 
separação judicial poderá renunciar, a 
qualquer momento, ao direito de usar o 
sobrenome do outro. 
§ 2º Nos demais casos caberá a opção 
pela conservação do nome de casado. 
 
Cabe extrajudicial? 
 
Nasceu com a Lei 11.441/2007, tendo como 
requisitos: 
 
a) Todos os envolvidos maiores e 
capazes 
b) Consenso 
c) Presença de Advogado 
d) Feita em cartório, sem necessidade 
de oitiva do Ministério Publico e 
Homologação Judicial. 
e) Na escritura publica há de constar: 
divisão dos bens, pensão alimentícia e 
alteração do nome. 
f) Possível pedido de gratuidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVII EXAME – 1ª FASE 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
8 
“Art. 1.124-A. A separação consensual e o 
divórcio consensual, não havendo filhos 
menores ou incapazes do casal e 
observados os requisitos legais quanto 
aos prazos, poderão ser realizados por 
escritura pública, da qual constarão as 
disposições relativas à descrição e à 
partilha dos bens comuns e à pensão 
alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à 
retomada pelo cônjuge de seu nome de 
solteiro ou à manutenção do nome 
adotado quando se deu o casamento. 
§ 1oA escritura não depende de 
homologação judicial e constitui título 
hábil para o registro civil e o registro de 
imóveis. 
§ 2o O tabelião somente lavrará a escritura 
se os contratantes estiverem assistidos 
por advogado comum ou advogados de 
cada um deles, cuja qualificação e 
assinatura constarão do ato notarial. 
§ 3o A escritura e demais atos notariais 
serão gratuitos àqueles que se declararem 
pobres sob as penas da lei.” 
 
União Estável 
Tema II 
 
1.1 Conceito 
 
Art. 1.723. É reconhecida como entidade 
familiar a união estável entre o homem e a 
mulher, configurada na convivência 
pública, contínua e duradoura e 
estabelecida com o objetivo de 
constituição de família. 
 
Necessário prazo mínimo? 
 
Precisa morar junto? 
 
S. 382. A vida em comum sob mesmo teto, 
more uxório, não é indispensável à 
caracterização da união estável. 
 
Ter filhos? 
 
Como distinguir do namoro? 
 
STJ (REsp 474.962/SP): intenção de 
constituir família (mero passatempo ou 
namoro). 
 
DIREITOS PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. 
UNIÃO ESTÁVEL. REQUISITOS. 
CONVIVÊNCIA SOB O MESMO TETO. 
DISPENSA. CASO CONCRETO. LEI N. 
9.728/96. ENUNCIADO N. 382 DA 
SÚMULA/STF. ACERVO FÁTICO- 
PROBATÓRIO. REEXAME. 
IMPOSSIBILIDADE. ENUNCIADO N. 7 DA 
SÚMULA/STJ. DOUTRINA. 
PRECEDENTES. RECONVENÇÃO. 
CAPÍTULO DA SENTENÇA. TANTUM 
DEVOLUTUM QUANTUM APELLATUM. 
HONORÁRIOS. INCIDÊNCIA SOBRE A 
CONDENAÇÃO. ART. 20, § 3º, CPC. 
RECURSO PROVIDO PARCIALMENTE. 
I - Não exige a lei específica (Lei n. 
9.728/96) a coabitação como requisito 
essencial para caracterizar a união estável. 
Na realidade, a convivência sob o mesmo 
teto pode ser um dos fundamentos a 
demonstrar a relação comum, mas a sua 
ausência não afasta, de imediato, a 
existência da união estável. 
II - Diante da alteração dos costumes, além 
das profundas mudanças pelas quais tem 
passado a sociedade, não é raro encontrar 
cônjuges ou companheiros residindo em 
locais diferentes. 
III - O que se mostra indispensável é que a 
união se revista de estabilidade, ou seja, 
que haja aparência de casamento, como 
no caso entendeu o acórdão impugnado. 
IV - Seria indispensável nova análise do 
acervo fático-probatório para concluir que 
o envolvimento entre os interessados se 
tratava de mero passatempo, ou namoro, 
não havendo a intenção de constituir 
família. 
V - Na linha da doutrina, “processadas em 
conjunto, julgam-se as duas ações [ação e 
reconvenção, em regra, 'na mesma 
sentença' (art. 
318), que necessariamente se desdobra 
em dois capítulos, valendo cada um por 
decisão autônoma, em princípio, para fins 
de recorribilidade e de formação da coisa 
julgada". 
VI - Nestes termos, constituindo-se em 
capítulos diferentes, a apelação interposta 
apenas contra a parte da sentença que 
tratou da ação, não devolve ao tribunal o 
exame da reconvenção, sob pena de 
violação das regras tantum devolutum 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Civil 
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9 
quantum apellatum e da proibição da 
reformatio in peius. 
VII - Consoante o § 3º do art. 20, CPC, "os 
honorários serão fixados (...) sobre o valor 
da condenação". E a condenação, no caso, 
foi o usufruto sobre a quarta parte dos 
bens do de cujus. Assim, é sobre essa 
verba que deve incidir o percentual dos 
honorários, e não sobre o valor total dos 
bens. 
(REsp 474.962/SP, Rel. MIN. SÁLVIO DE 
FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, 
julgado em 23.09.2003, DJ 01.03.2004 p. 
186) 
 
Cabe união estável entre pessoas do 
mesmo sexo? 
 
ADPF 132 / RJ - RIO DE JANEIRO 
ARGÜIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE 
PRECEITO FUNDAMENTAL 
Relator(a): Min. AYRES BRITTO 
Julgamento: 05/05/2011 Órgão 
Julgador: Tribunal Pleno 
Publicação 
DJe-198 DIVULG 13-10-2011 PUBLIC 14-10-
2011 
EMENT VOL-02607-01 PP-00001 
Parte(s) 
REQTE.(S) : GOVERNADOR DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-
GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
INTDO.(A/S) : GOVERNADOR DO 
ESTADO DO RIO DE JANEIRO 
INTDO.(A/S) : TRIBUNAIS DE JUSTIÇA 
DOS ESTADOS 
INTDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA 
LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE 
JANEIRO 
AM. CURIAE. : CONECTAS DIREITOS 
HUMANOS 
AM. CURIAE. : EDH - ESCRITÓRIO DE 
DIREITOS HUMANOS DO ESTADO DE 
MINAS GERAIS 
AM. CURIAE. : GGB - GRUPO GAY DA 
BAHIA 
ADV.(A/S) : ELOISA MACHADO DE 
ALMEIDA 
AM. CURIAE. : ANIS - INSTITUTO DE 
BIOÉTICA, DIREITOS HUMANOS E 
GÊNERO 
ADV.(A/S) : EDUARDO BASTOS 
FURTADO DE MENDONÇA 
AM. CURIAE. : GRUPO DE ESTUDOS 
EM DIREITO INTERNACIONAL DA 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS 
GERAIS - GEDI-UFMG 
AM. CURIAE. : CENTRO DE 
REFERÊNCIA DE GAYS, LÉSBICAS, 
BISSEXUAIS, TRAVESTIS, TRANSEXUAIS 
E TRANSGÊNEROS DO ESTADO DE 
MINAS GERAIS - CENTRO DE 
REFERÊNCIA GLBTTT 
AM. CURIAE. : CENTRO DE LUTA 
PELA LIVRE ORIENTAÇÃO SEXUAL - 
CELLOS 
AM. CURIAE. : ASSOCIAÇÃO DE 
TRAVESTIS E TRANSEXUAIS DE MINAS 
GERAIS - ASSTRAV 
ADV.(A/S) : RODOLFO COMPART DE 
MORAES 
AM. CURIAE. : GRUPO ARCO-ÍRIS DE 
CONSCIENTIZAÇÃO HOMOSSEXUAL 
ADV.(A/S) : THIAGO BOTTINO DO 
AMARAL 
AM. CURIAE. : ASSOCIAÇÃO 
BRASILEIRA DE GAYS, LÉSBICAS, 
BISSEXUAIS, TRAVESTIS E 
TRANSEXUAIS - ABGLT 
ADV.(A/S) : CAPRICE CAMARGO 
JACEWICZ 
AM. CURIAE. : INSTITUTO 
BRASILEIRO DE DIREITO DE FAMÍLIA - 
IBDFAM 
ADV.(A/S) : RODRIGO DA CUNHA 
PEREIRA 
AM. CURIAE. : SOCIEDADE 
BRASILEIRA DE DIREITO PÚBLICO - SBDP 
ADV.(A/S) : EVORAH LUSCI COSTA 
CARDOSO 
AM. CURIAE. : ASSOCIAÇÃO DE 
INCENTIVO À EDUCAÇÃO E SAÚDE DO 
ESTADO DE SÃO PAULO 
ADV.(A/S) : FERNANDO QUARESMA 
DE AZEVEDO E OUTRO(A/S) 
AM. CURIAE. : CONFERÊNCIA 
NACIONAL DOS BISPOS DO BRASIL - 
CNBB 
ADV.(A/S) : FELIPE INÁCIO 
ZANCHET MAGALHÃES E OUTRO(A/S) 
AM. CURIAE. : ASSOCIAÇÃO 
EDUARDO BANKS 
ADV.(A/S) : RALPH ANZOLIN 
LICHOTE E OUTRO(A/S) 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Civil 
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10 
Ementa 
 
Ementa: 1. ARGUIÇÃO DE 
DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO 
FUNDAMENTAL (ADPF). PERDA PARCIAL 
DE OBJETO. RECEBIMENTO, NA PARTE 
REMANESCENTE, COMO AÇÃO DIRETA 
DE INCONSTITUCIONALIDADE. UNIÃO 
HOMOAFETIVA E SEU RECONHECIMENTO 
COMO INSTITUTO JURÍDICO. 
CONVERGÊNCIA DE OBJETOS ENTRE 
AÇÕES DE NATUREZA ABSTRATA. 
JULGAMENTO CONJUNTO. Encampação 
dos fundamentos da ADPF nº 132-RJ pela 
ADI nº 4.277-DF, com a finalidade de 
conferir “interpretação conforme à 
Constituição” ao art. 1.723 do Código Civil. 
Atendimento das condições da ação. 2. 
PROIBIÇÃO DE DISCRIMINAÇÃO DAS 
PESSOAS EM RAZÃO DO SEXO, SEJA NO 
PLANO DA DICOTOMIA HOMEM/MULHER 
(GÊNERO), SEJA NO PLANO DA 
ORIENTAÇÃO SEXUAL DE CADA QUAL 
DELES. A PROIBIÇÃO DO PRECONCEITO 
COMO CAPÍTULO DO 
CONSTITUCIONALISMO FRATERNAL. 
HOMENAGEM AO PLURALISMO COMO 
VALOR SÓCIO-POLÍTICO-CULTURAL. 
LIBERDADE PARA DISPOR DA PRÓPRIA 
SEXUALIDADE, INSERIDA NA CATEGORIA 
DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS DO 
INDIVÍDUO, EXPRESSÃO QUE É DA 
AUTONOMIA DE VONTADE. DIREITO À 
INTIMIDADE E À VIDA PRIVADA. 
CLÁUSULA PÉTREA. O sexo das pessoas, 
salvo disposição constitucional expressa 
ou implícita em sentido contrário, não se 
presta como fator de desigualação 
jurídica. Proibição de preconceito, à luz do 
inciso IV do art. 3º da Constituição Federal, 
por colidir frontalmente com o objetivo 
constitucional de “promover o bem de 
todos”. Silêncio normativo da Carta Magna 
a respeito do concreto uso do sexo dos 
indivíduos como saque da kelseniana 
“norma geral negativa”, segundo a qual “o 
que não estiver juridicamente proibido, ou 
obrigado, está juridicamente permitido”. 
Reconhecimento do direito à preferência 
sexual comodireta emanação do princípio 
da “dignidade da pessoa humana”: direito 
a auto-estima no mais elevado ponto da 
consciência do indivíduo. Direito à busca 
da felicidade. Salto normativo da proibição 
do preconceito para a proclamação do 
direito à liberdade sexual. O concreto uso 
da sexualidade faz parte da autonomia da 
vontade das pessoas naturais. Empírico 
uso da sexualidade nos planos da 
intimidade e da privacidade 
constitucionalmente tuteladas. Autonomia 
da vontade. Cláusula pétrea. 3. 
TRATAMENTO CONSTITUCIONAL DA 
INSTITUIÇÃO DA FAMÍLIA. 
RECONHECIMENTO DE QUE A 
CONSTITUIÇÃO FEDERAL NÃO 
EMPRESTA AO SUBSTANTIVO “FAMÍLIA” 
NENHUM SIGNIFICADO ORTODOXO OU 
DA PRÓPRIA TÉCNICA JURÍDICA. A 
FAMÍLIA COMO CATEGORIA SÓCIO-
CULTURAL E PRINCÍPIO ESPIRITUAL. 
DIREITO SUBJETIVO DE CONSTITUIR 
FAMÍLIA. INTERPRETAÇÃO NÃO-
REDUCIONISTA. O caput do art. 226 
confere à família, base da sociedade, 
especial proteção do Estado. Ênfase 
constitucional à instituição da família. 
Família em seu coloquial ou proverbial 
significado de núcleo doméstico, pouco 
importando se formal ou informalmente 
constituída, ou se integrada por casais 
heteroafetivos ou por pares homoafetivos. 
A Constituição de 1988, ao utilizar-se da 
expressão “família”, não limita sua 
formação a casais heteroafetivos nem a 
formalidade cartorária, celebração civil ou 
liturgia religiosa. Família como instituição 
privada que, voluntariamente constituída 
entre pessoas adultas, mantém com o 
Estado e a sociedade civil uma necessária 
relação tricotômica. Núcleo familiar que é 
o principal lócus institucional de 
concreção dos direitos fundamentais que 
a própria Constituição designa por 
“intimidade e vida privada” (inciso X do 
art. 5º). Isonomia entre casais 
heteroafetivos e pares homoafetivos que 
somente ganha plenitude de sentido se 
desembocar no igual direito subjetivo à 
formação de uma autonomizada família. 
Família como figura central ou continente, 
de que tudo o mais é conteúdo. 
Imperiosidade da interpretação não-
reducionista do conceito de família como 
instituição que também se forma por vias 
distintas do casamento civil. Avanço da 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
11 
Constituição Federal de 1988 no plano dos 
costumes. Caminhada na direção do 
pluralismo como categoria sócio-político-
cultural. Competência do Supremo 
Tribunal Federal para manter, 
interpretativamente, o Texto Magno na 
posse do seu fundamental atributo da 
coerência, o que passa pela eliminação de 
preconceito quanto à orientação sexual 
das pessoas. 4. UNIÃO ESTÁVEL. 
NORMAÇÃO CONSTITUCIONAL 
REFERIDA A HOMEM E MULHER, MAS 
APENAS PARA ESPECIAL PROTEÇÃO 
DESTA ÚLTIMA. FOCADO PROPÓSITO 
CONSTITUCIONAL DE ESTABELECER 
RELAÇÕES JURÍDICAS HORIZONTAIS OU 
SEM HIERARQUIA ENTRE AS DUAS 
TIPOLOGIAS DO GÊNERO HUMANO. 
IDENTIDADE CONSTITUCIONAL DOS 
CONCEITOS DE “ENTIDADE FAMILIAR” E 
“FAMÍLIA”. A referência constitucional à 
dualidade básica homem/mulher, no §3º do 
seu art. 226, deve-se ao centrado intuito de 
não se perder a menor oportunidade para 
favorecer relações jurídicas horizontais ou 
sem hierarquia no âmbito das sociedades 
domésticas. Reforço normativo a um mais 
eficiente combate à renitência patriarcal 
dos costumes brasileiros. Impossibilidade 
de uso da letra da Constituição para 
ressuscitar o art. 175 da Carta de 
1967/1969. Não há como fazer rolar a 
cabeça do art. 226 no patíbulo do seu 
parágrafo terceiro. Dispositivo que, ao 
utilizar da terminologia “entidade familiar”, 
não pretendeu diferenciá-la da “família”. 
Inexistência de hierarquia ou diferença de 
qualidade jurídica entre as duas formas de 
constituição de um novo e autonomizado 
núcleo doméstico. Emprego do fraseado 
“entidade familiar” como sinônimo perfeito 
de família. A Constituição não interdita a 
formação de família por pessoas do 
mesmo sexo. Consagração do juízo de que 
não se proíbe nada a ninguém senão em 
face de um direito ou de proteção de um 
legítimo interesse de outrem, ou de toda a 
sociedade, o que não se dá na hipótese 
sub judice. Inexistência do direito dos 
indivíduos heteroafetivos à sua não-
equiparação jurídica com os indivíduos 
homoafetivos. Aplicabilidade do §2º do art. 
5º da Constituição Federal, a evidenciar 
que outros direitos e garantias, não 
expressamente listados na Constituição, 
emergem “do regime e dos princípios por 
ela adotados”, verbis: “Os direitos e 
garantias expressos nesta Constituição 
não excluem outros decorrentes do regime 
e dos princípios por ela adotados, ou dos 
tratados internacionais em que a 
República Federativa do Brasil seja parte”. 
5. DIVERGÊNCIAS LATERAIS QUANTO À 
FUNDAMENTAÇÃO DO ACÓRDÃO. 
Anotação de que os Ministros Ricardo 
Lewandowski, Gilmar Mendes e Cezar 
Peluso convergiram no particular 
entendimento da impossibilidade de 
ortodoxo enquadramento da união 
homoafetiva nas espécies de família 
constitucionalmente estabelecidas. Sem 
embargo, reconheceram a união entre 
parceiros do mesmo sexo como uma nova 
forma de entidade familiar. Matéria aberta 
à conformação legislativa, sem prejuízo do 
reconhecimento da imediata auto-
aplicabilidade da Constituição. 6. 
INTERPRETAÇÃO DO ART. 1.723 DO 
CÓDIGO CIVIL EM CONFORMIDADE COM 
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL (TÉCNICA DA 
“INTERPRETAÇÃO CONFORME”). 
RECONHECIMENTO DA UNIÃO 
HOMOAFETIVA COMO FAMÍLIA. 
PROCEDÊNCIA DAS AÇÕES. Ante a 
possibilidade de interpretação em sentido 
preconceituoso ou discriminatório do art. 
1.723 do Código Civil, não resolúvel à luz 
dele próprio, faz-se necessária a utilização 
da técnica de “interpretação conforme à 
Constituição”. Isso para excluir do 
dispositivo em causa qualquer significado 
que impeça o reconhecimento da união 
contínua, pública e duradoura entre 
pessoas do mesmo sexo como família. 
Reconhecimento que é de ser feito 
segundo as mesmas regras e com as 
mesmas consequências da união estável 
heteroafetiva. 
Decisão 
Chamadas, para julgamento em conjunto, 
a Ação Direta de Inconstitucionalidade 
4.277 e a Argüição de Descumprimento de 
Preceito Fundamental 132, após o voto do 
Senhor Ministro Ayres Britto (Relator), que 
julgava parcialmente prejudicada a ADPF, 
recebendo 
 
 
 
 
 
 
 
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Direito Civil 
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12 
o pedido residual como ação direta de 
inconstitucionalidade, e procedentes 
ambas as ações, foi o julgamento 
suspenso. Impedido o Senhor Ministro 
Dias Toffoli. Ausente, justificadamente, a 
Senhora Ministra Ellen Gracie. Falaram, 
pela requerente da ADI 
4.277, o Dr. Roberto Monteiro Gurgel 
Santos, Procurador-Geral da República; 
pelo requerente da ADPF 132, o Professor 
Luís Roberto Barroso; pela Advocacia-
Geral da União, o Ministro Luís Inácio 
Lucena Adams; pelos amici curiae 
Conectas Direitos Humanos; 
Instituto Brasileiro de Direito de Família - 
IBDFAM; Grupo Arco-Íris de 
Conscientização Homossexual; 
Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, 
Bissexuais, Travestis e Transexuais - 
ABGLT; Grupo de Estudos em Direito 
Internacional da Universidade Federal 
de Minas Gerais - GEDI-UFMG e Centro de 
Referência de Gays, Lésbicas, Bissexuais, 
Travestis, Transexuais e Transgêneros do 
Estado de Minas Gerais - Centro de 
Referência GLBTTT; ANIS - Instituto de 
Bioética, Direitos Humanos e Gênero; 
Associação de 
Incentivo à Educação e Saúde de São 
Paulo; Conferência Nacional dos Bispos 
do Brasil - CNBB e a Associação Eduardo 
Banks, falaram, respectivamente, o 
Professor Oscar Vilhena; a Dra. Maria 
Berenice Dias; o Dr. Thiago Bottino do 
Amaral; o Dr. Roberto 
Augusto Lopes Gonçale; o Dr. Diego 
Valadares Vasconcelos Neto; o Dr. 
Eduardo Mendonça; o Dr. Paulo Roberto 
Iotti Vecchiatti; o Dr. Hugo José SarubbiCysneiros de Oliveira e o Dr. Ralph Anzolin 
Lichote. Presidência do Senhor Ministro 
Cezar Peluso. 
Plenário, 04.05.2011. 
Decisão: Prosseguindo no julgamento, o 
Tribunal conheceu da Argüição de 
Descumprimento de Preceito Fundamental 
132 como ação direta de 
inconstitucionalidade, por votação 
unânime. Prejudicado o primeiro pedido 
originariamente formulado na ADPF, por 
votação unânime. Rejeitadas todas as 
preliminares, por votação unânime. Em 
seguida, o Tribunal, ainda por votação 
unânime, julgou procedente as ações, com 
eficácia erga omnes e efeito vinculante, 
autorizados os Ministros a decidirem 
monocraticamente 
sobre a mesma questão, 
independentemente da publicação do 
acórdão. Votou o Presidente, Ministro 
Cezar Peluso. Impedido o Senhor Ministro 
Dias Toffoli. Plenário, 05.05.2011 
 
1.2 Deveres Pessoais 
 
Art. 1.724. As relações pessoais entre os 
companheiros obedecerão aos deveres de 
lealdade, respeito e assistência, e de 
guarda, sustento e educação dos filhos. 
 
1.3 Eficácia Patrimonial 
 
Art. 1.725. Na união estável, salvo contrato 
escrito entre os companheiros (contrato 
de convivência), aplica-se às relações 
patrimoniais, no que couber, o regime da 
comunhão parcial de bens. 
 
1.4 Concubinato 
 
Art. 1.727. As relações não eventuais entre 
o homem e a mulher, impedidos de casar, 
constituem concubinato. 
 
Segundo o STF, quais os efeitos do 
concubinato? 
 
Súmula 380 do Supremo Tribunal Federal 
(STF): “Comprovada a existência de 
sociedade de fato entre os concubinos, é 
cabível a sua dissolução judicial, com a 
partilha do patrimônio adquirido pelo 
esforço comum.” 
 
Atualmente, ainda, nega o STJ direito a 
indenização por serviços prestados. Veja-
se: 
 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM 
RECURSO ESPECIAL. ART. 535. 
OMISSÃO. INEXISTÊNCIA. 
RECONHECIMENTO DE RELAÇÃO 
CONCUBINÁRIA ENTRE A AUTORA E O 
FALECIDO. PARTILHA DE BENS. NÃO 
COMPROVAÇÃO DE ESFORÇO COMUM 
PARA A AQUISIÇÃO DO PATRIMÔNIO. 
 
 
 
 
 
 
 
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OAB XVII EXAME – 1ª FASE 
Direito Civil 
Luciano Figueiredo 
13 
INDENIZAÇÃO. SERVIÇOS PRESTADOS. 
DESCABIMENTO. AGRAVO REGIMENTAL 
A QUE SE NEGA PROVIMENTO COM 
APLICAÇÃO DE MULTA. 
1. Não caracteriza omissão quando o 
tribunal adota outro fundamento que não 
aquele defendido pela parte. Destarte, não 
há que se falar em violação do art. 535, do 
Código de Processo Civil, pois o tribunal 
de origem dirimiu as questões pertinentes 
ao litígio, afigurando-se dispensável que 
venha examinar uma a uma as alegações e 
fundamentos expendidos pelas partes. 
Além disso, basta ao órgão julgador que 
decline as razões jurídicas que embasaram 
a decisão, não sendo exigível que se 
reporte de modo específico a 
determinados preceitos legais. 
2. O Tribunal de origem erigiu seu 
entendimento totalmente calcado nas 
provas dos autos, valendo-se delas para 
afastar a existência de união estável, bem 
como a ausência de contribuição direta da 
agravante, com o objetivo de meação dos 
bens. Rever os fundamentos que 
ensejaram esse entendimento exigiria 
reapreciação do conjunto probatório, o 
que é vedado em recurso especial. 
Incidência do enunciado da Súmula 7/STJ. 
3. Inviável a concessão de indenização à 
concubina, que mantivera relacionamento 
com homem casado, uma vez que tal 
providência eleva o concubinato a nível de 
proteção mais sofisticado que o existente 
no casamento e na união estável, tendo 
em vista que nessas uniões não se há falar 
em indenização por serviços domésticos 
prestados, porque, verdadeiramente, de 
serviços domésticos não se cogita, senão 
de uma contribuição mútua para o bom 
funcionamento do lar, cujos benefícios 
ambos experimentam ainda na constância 
da união. 
4. Agravo regimental a que se nega 
provimento com aplicação de multa. 
(AgRg no AREsp 249761 / RS. Relator 
Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO. T4 - 
QUARTA TURMA. Julgado em 28/05/2013). 
 
Alimentos 
Tema III 
 
1. Conceito e Noções Gerais. 
2. Espécies de Alimentos Civis 
 
2.1 Quanto a sua natureza (critério novo 
criado pelo CC/2002) 
 
2.1.1 Naturais (“necessarium persone”) 
 
Art. 1.694. Podem os parentes, os 
cônjuges ou companheiros pedir uns aos 
outros os alimentos de que necessitem 
para viver de modo compatível com a sua 
condição social, inclusive para atender às 
necessidades de sua educação. 
 
2.1.2 Necessários (art. 1694, § 2º e 1704, 
p.u). 
 
§ 2o Os alimentos serão apenas os 
indispensáveis à subsistência, quando a 
situação de necessidade resultar de culpa 
de quem os pleiteia. 
 
Art. 1.704. Se um dos cônjuges separados 
judicialmente vier a necessitar de 
alimentos, será o outro obrigado a prestá-
los mediante pensão a ser fixada pelo juiz, 
caso não tenha sido declarado culpado na 
ação de separação judicial. 
 
Parágrafo único. Se o cônjuge declarado 
culpado vier a necessitar de alimentos, e 
não tiver parentes em condições de 
prestá-los, nem aptidão para o trabalho, o 
outro cônjuge será obrigado a assegurá-
los, fixando o juiz o valor indispensável à 
sobrevivência. 
 
O que são alimentos transitórios? 
 
3. Características 
 
3.1 Personalíssimos (intuito persone) 
 
3.1.1 Binômio Capacidade-Necessidade. 
 
3.1.2 Transmissão da obrigação de prestar 
alimentos 
 
Art. 1.700. A obrigação de prestar 
alimentos transmite-se aos herdeiros do 
devedor, na forma do art. 1.694. 
 
3.2 Irrenunciáveis (art. 1707, CC) 
 
 
 
 
 
 
 
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Art. 1.707. Pode o credor não exercer, 
porém lhe é vedado renunciar o direito a 
alimentos, sendo o respectivo crédito 
insuscetível de cessão, compensação ou 
penhora. 
 
3.3 Irrepetíveis 
 
3.4 Imprescritíveis 
 
Mas, apesar da imprescritibilidade na 
cobrança dos alimentos, o art. 206, § 2 do 
CC estabeleceu um prazo para executá-
los, que é de dois anos. 
 
§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver 
prestações alimentares, a partir da data em 
que se vencerem. 
 
3.5 Irretroativos 
 
Significa que os alimentos são futuros, ou 
seja, alimentos são fixados dali para frente 
- a partir da data da citação (art. 13, § 2º da 
lei de alimentos, bem como sumula 277 do 
STJ). 
 
§ 2º. Em qualquer caso, os alimentos 
fixados retroagem à data da citação. 
 
S. 277, STJ - Julgada procedente a 
investigação de paternidade, os alimentos 
são devidos a partir da citação. 
 
3.6 Impenhoráveis e Incompensáveis 
 
4. Sujeitos da Obrigação 
 
Art. 1.694. Podem os parentes, os 
cônjuges ou companheiros pedir uns aos 
outros os alimentos de que necessitem 
para viver de modo compatível com a sua 
condição social, inclusive para atender às 
necessidades de sua educação. 
Art. 1.697. Na falta dos ascendentes cabe a 
obrigação aos descendentes, guardada a 
ordem de sucessão e, faltando estes, aos 
irmãos, assim germanos como unilaterais. 
 
São aqueles que podem demandar e serem 
demandados: são os CÔNJUGES, 
COMPANHEIROS E PARENTES, 
reciprocamente. Essa consiste na causa 
de pedir. 
 
4.1 Alimentos entre cônjuges e 
companheiros 
 
Novo casamento, união estável ou 
concubinato do credor exonera o 
alimentante. Idem caso tenho procedido de 
indigno em face do devedor (Art 1708). 
 
Art. 1.708. Com o casamento, a união 
estável ou o concubinato do credor, cessa 
o dever de prestar alimentos. 
Parágrafo único. Com relação ao credor 
cessa, também, o direito a alimentos, se 
tiver procedimento indigno em relação ao 
devedor. 
 
O namoro faz cessar o direito aos 
alimentos? Há Jurisprudência do STJ no 
sentido que o namoro não extingue a 
pensão alimentícia (RESP 111476 MG). 
DIREITO DE FAMÍLIA. CIVIL. ALIMENTOS. 
EX-CÔNJUGE. EXONERAÇÃO. NAMORO 
APÓS A SEPARAÇÃO 
CONSENSUAL. DEVER DE FIDELIDADE. 
PRECEDENTE. 
RECURSO PROVIDO.I - Não autoriza exoneração da obrigação 
de prestar alimentos à ex-mulher o só fato 
desta namorar terceiro após a separação. 
II - A separação judicial põe termo ao 
dever de fidelidade recíproca. As relações 
sexuais eventualmente mantidas com 
terceiros após a dissolução da sociedade 
conjugal, desde que não se comprove 
desregramento de conduta, não têm o 
condão de ensejar a exoneração da 
obrigação alimentar, dado que não estão 
os ex-cônjuges impedidos de estabelecer 
novas relações e buscar, em novos 
parceiros, afinidades e sentimentos 
capazes de possibilitar-lhes um futuro 
convívio afetivo e feliz. 
III - Em linha de princípio, a exoneração de 
prestação alimentar, estipulada quando da 
separação consensual, somente se mostra 
possível em uma das seguintes situações: 
a) convolação de novas núpcias ou 
estabelecimento de relação concubinária 
pelo ex-cônjuge pensionado, não se 
caracterizando como tal o simples 
 
 
 
 
 
 
 
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envolvimento afetivo, mesmo abrangendo 
relações sexuais; b) adoção de 
comportamento indigno; 
c) alteração das condições econômicas 
dos ex-cônjuges em relação às existentes 
ao tempo da dissolução da sociedade 
conjugal. 
(RESP 111.476/MG, Rel. MIN. SALVIO DE 
FIGUEIREDO TEIXEIRA, QUARTA TURMA, 
julgado em 25.03.1999, DJ 10.05.1999 p. 
177) 
 
4.2 Alimentos entre Parentes 
 
Art. 1.698. Se o parente, que deve 
alimentos em primeiro lugar, não estiver 
em condições de suportar totalmente o 
encargo, serão chamados a concorrer os 
de grau imediato/; sendo várias as 
pessoas obrigadas a prestar alimentos, 
todas devem concorrer na proporção dos 
respectivos recursos, e, intentada ação 
contra uma delas, poderão as demais ser 
chamadas a integrar a lide. 
 
São devedores de alimentos: 
 
I) Os parentes em linha reta sem limites 
 
II) Os parentes colaterais somente até 
segundo grau (que são os irmãos). 
 
Não devem alimentos: 
 
I) Colaterais de terceiro e quarto graus. 
 
II) Os parentes por afinidade 
 
No que relaciona-se aos alimentos dos 
filhos, aplica-se a regra binária: 
 
a) Se o filho é menor? 
 
b) Se o filho é maior? 
S. 358, STJ - O cancelamento de pensão 
alimentícia de filho que atingiu a 
maioridade está sujeito à decisão judicial, 
mediante contraditório, ainda que nos 
próprios autos. 
Cabem Alimentos Gravídicos (Lei 
11.804/2008)? 
 
De quem é a legitimidade ativa? 
Art. 1o Esta Lei disciplina o direito de 
alimentos da mulher gestante e a forma 
como será exercido. 
 
O que englobam tais alimentos? 
 
Art. 2o Os alimentos de que trata esta Lei 
compreenderão os valores suficientes 
para cobrir as despesas adicionais do 
período de gravidez e que sejam dela 
decorrentes, da concepção ao parto, 
inclusive as referentes a alimentação 
especial, assistência médica e psicológica, 
exames complementares, internações, 
parto, medicamentos e demais prescrições 
preventivas e terapêuticas indispensáveis, 
a juízo do médico, além de outras que o 
juiz considere pertinentes. 
Parágrafo único. Os alimentos de que 
trata este artigo referem-se à parte das 
despesas que deverá ser custeada pelo 
futuro pai, considerando-se a contribuição 
que também deverá ser dada pela mulher 
grávida, na proporção dos recursos de 
ambos. 
 
Quando houver o nascimento extingue? 
 
 Art. 6o Convencido da existência de 
indícios da paternidade, o juiz fixará 
alimentos gravídicos que perdurarão até o 
nascimento da criança, sopesando as 
necessidades da parte autora e as 
possibilidades da parte ré. 
Parágrafo único. Após o nascimento com 
vida, os alimentos gravídicos ficam 
convertidos em pensão alimentícia em 
favor do menor até que uma das partes 
solicite a sua revisão. 
 
Prazo de resposta? 
 
Art. 7o O réu será citado para apresentar 
resposta em 5 (cinco) dias. 
 
E as demais questões procedimentais? 
 
Art. 11. Aplicam-se supletivamente nos 
processos regulados por esta Lei as 
disposições das Leis nos 5.478, de 25 de 
julho de 1968, e 5.869, de 11 de janeiro de 
1973 - Código de Processo Civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Filiação 
Tema V 
 
1. Filiação 
 
Norteada pela igualdade filial. 
 
Estágios: 
 
a) Paternidade Legal 
 
Temos presunções de paternidade? 
 
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na 
constância do casamento os filhos: 
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo 
menos, depois de estabelecida a 
convivência conjugal; 
II - nascidos nos trezentos dias 
subseqüentes à dissolução da sociedade 
conjugal, por morte, separação judicial, 
nulidade e anulação do casamento; 
III - havidos por fecundação artificial 
homóloga, mesmo que falecido o marido; 
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se 
tratar de embriões excedentários, 
decorrentes de concepção artificial 
homóloga; 
V - havidos por inseminação artificial 
heteróloga, desde que tenha prévia 
autorização do marido. 
 
Impotência e adultério ilidem as 
presunções de paternidade? 
 
Art. 1.599. A prova da impotência do 
cônjuge para gerar, à época da concepção, 
ilide a presunção da paternidade. 
 
Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, 
ainda que confessado, para ilidir a 
presunção legal da paternidade. 
 
b) Paternidade Biológica 
 
Sobre o exame de DNA: 
 
Súmula 301 do STJ: 
 
S 301. Em ação investigatória, a recusa do 
suposto pai a submeter-se ao exame de 
DNA induz presunção juris tantum de 
paternidade 
Lei 12.004/2009 – positivou a Súmula: 
Art. 2o A Lei no 8.560, de 29 de dezembro 
de 1992, passa a vigorar acrescida do 
seguinte art. 2o-A: 
“Art. 2o-A. Na ação de investigação de 
paternidade, todos os meios legais, bem 
como os moralmente legítimos, serão 
hábeis para provar a verdade dos fatos. 
Parágrafo único. A recusa do réu em se 
submeter ao exame de código genético - 
DNA gerará a presunção da paternidade, a 
ser apreciada em conjunto com o contexto 
probatório.” 
 
 Art. 3º. A assistência judiciária 
compreende as seguintes isenções: VI – 
das despesas com a realização do exame 
de código genético – DNA que for 
requisitado pela autoridade judiciária nas 
ações de investigação de paternidade ou 
maternidade. 
 
Arts. 231 e 232 do CC: 
 
Art. 231. Aquele que se nega a submeter-
se a exame médico necessário não poderá 
aproveitar-se de sua recusa. 
 
Art. 232. A recusa à perícia médica 
ordenada pelo juiz poderá suprir a prova 
que se pretendia obter com o exame. 
 
c) Paternidade Socioafetiva 
 
Guarda 
Tema VI 
 
1. Conceito e Modalidades. 
 
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou 
compartilhada. (Redação dada pela Lei 
nº 11.698, de 2008). 
§ 1o Compreende-se por guarda unilateral 
a atribuída a um só dos genitores ou a 
alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, 
por guarda compartilhada a 
responsabilização conjunta e o exercício 
de direitos e deveres do pai e da mãe que 
não vivam sob o mesmo teto, 
concernentes ao poder familiar dos filhos 
comuns. (Incluído pela Lei nº 11.698, 
de 2008). 
§ 2o Na guarda compartilhada, o tempo de 
 
 
 
 
 
 
 
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convívio com os filhos deve ser dividido 
de forma equilibrada com a mãe e com o 
pai, sempre tendo em vista as condições 
fáticas e os interesses dos filhos. 
(Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade 
considerada base de moradia dos filhos 
será aquela que melhor atender aos 
interesses dos filhos. (Redação dada 
pela Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 4o (VETADO). (Incluído pela Lei nº 
11.698, de 2008). 
§ 5º A guarda unilateral obrigao pai ou a 
mãe que não a detenha a supervisionar os 
interesses dos filhos, e, para possibilitar 
tal supervisão, qualquer dos genitores 
sempre será parte legítima para solicitar 
informações e/ou prestação de contas, 
objetivas ou subjetivas, em assuntos ou 
situações que direta ou indiretamente 
afetem a saúde física e psicológica e a 
educação de seus filhos. (Incluído pela 
Lei nº 13.058, de 2014) 
 
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou 
compartilhada, poderá ser: (Redação 
dada pela Lei nº 11.698, de 2008). 
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela 
mãe, ou por qualquer deles, em ação 
autônoma de separação, de divórcio, de 
dissolução de união estável ou em medida 
cautelar; (Incluído pela Lei nº 11.698, 
de 2008). 
II – decretada pelo juiz, em atenção a 
necessidades específicas do filho, ou em 
razão da distribuição de tempo necessário 
ao convívio deste com o pai e com a 
mãe. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 
2008). 
§ 1o Na audiência de conciliação, o juiz 
informará ao pai e à mãe o significado da 
guarda compartilhada, a sua importância, 
a similitude de deveres e direitos 
atribuídos aos genitores e as sanções pelo 
descumprimento de suas cláusulas. 
(Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008). 
§ 2o Quando não houver acordo entre a 
mãe e o pai quanto à guarda do filho, 
encontrando-se ambos os genitores aptos 
a exercer o poder familiar, será aplicada a 
guarda compartilhada, salvo se um dos 
genitores declarar ao magistrado que não 
deseja a guarda do menor. (Redação 
dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai 
e da mãe e os períodos de convivência sob 
guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a 
requerimento do Ministério Público, 
poderá basear-se em orientação técnico-
profissional ou de equipe interdisciplinar, 
que deverá visar à divisão equilibrada do 
tempo com o pai e com a mãe. (Redação 
dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 4o A alteração não autorizada ou o 
descumprimento imotivado de cláusula de 
guarda unilateral ou compartilhada poderá 
implicar a redução de prerrogativas 
atribuídas ao seu detentor. (Redação 
dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 5o Se o juiz verificar que o filho não deve 
permanecer sob a guarda do pai ou da 
mãe, deferirá a guarda a pessoa que revele 
compatibilidade com a natureza da 
medida, considerados, de preferência, o 
grau de parentesco e as relações de 
afinidade e afetividade. (Redação dada 
pela Lei nº 13.058, de 2014) 
§ 6o Qualquer estabelecimento público ou 
privado é obrigado a prestar informações a 
qualquer dos genitores sobre os filhos 
destes, sob pena de multa de R$ 200,00 
(duzentos reais) a R$ 500,00 (quinhentos 
reais) por dia pelo não atendimento da 
solicitação. (Incluído pela Lei nº 13.058, 
de 2014) 
 
2. Observações. 
 
Art. 1.585. Em sede de medida cautelar de 
separação de corpos, em sede de medida 
cautelar de guarda ou em outra sede de 
fixação liminar de guarda, a decisão sobre 
guarda de filhos, mesmo que provisória, 
será proferida preferencialmente após a 
oitiva de ambas as partes perante o juiz, 
salvo se a proteção aos interesses dos 
filhos exigir a concessão de liminar sem a 
oitiva da outra parte, aplicando-se as 
disposições do art. 1.584. (Redação 
dada pela Lei nº 13.058, de 2014) 
Art. 1.586. Havendo motivos graves, 
poderá o juiz, em qualquer caso, a bem 
dos filhos, regular de maneira diferente da 
estabelecida nos artigos antecedentes a 
situação deles para com os pais. 
Art. 1.587. No caso de invalidade do 
 
 
 
 
 
 
 
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casamento, havendo filhos comuns, 
observar-se-á o disposto nos arts. 1.584 e 
1.586. 
Art. 1.588. O pai ou a mãe que contrair 
novas núpcias não perde o direito de ter 
consigo os filhos, que só lhe poderão ser 
retirados por mandado judicial, provado 
que não são tratados convenientemente. 
Art. 1.589. O pai ou a mãe, em cuja guarda 
não estejam os filhos, poderá visitá-los e 
tê-los em sua companhia, segundo o que 
acordar com o outro cônjuge, ou for fixado 
pelo juiz, bem como fiscalizar sua 
manutenção e educação. 
Parágrafo único. O direito de visita 
estende-se a qualquer dos avós, a critério 
do juiz, observados os interesses da 
criança ou do adolescente. (Incluído 
pela Lei nº 12.398, de 2011) 
Art. 1.590. As disposições relativas à 
guarda e prestação de alimentos aos filhos 
menores estendem-se aos maiores 
incapazes. 
 
Guarda tem relação com competência? 
 
Súmula 383, STJ: A competência para 
processar e julgar as ações conexas de 
interesse de menor é, em princípio, do foro 
do domicílio do detentor de sua guarda.

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