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Universidade Federal do Rio Grande do Sul Faculdade de Educação Programa de Pós-Graduação Angola – Novos Trilhos na Educação no Ensino Primário (2002/2014) Marcelino Curimenha Mestrando em Educação Projeto Semana da África / África: cultura e educação. Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, Indígenas e Africanos (NEAB), em parceria com a Pró-Reitoria de Graduação, a Secretaria de Relações Internacionais (RELINTER) e o Departamento de Educação e Desenvolvimento Social (DEDS). Primeiramente, vamos situar o assunto em questão para puder entender o contexto da temática a ser abordado. Estaremos falando de Angola, um país que faz parte do continente Africano, localizado na costa ocidental da África e banhado pelo oceano atlântico. Angola faz parte dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), semelhante ao Brasil, ela fora também colônia portuguesa, mas sua independência tardou por várias implicâncias, tais como interesses políticas, sociais e econômicos. Doravante, somente em 1975 pode conquistar a independência. Entende-se aqui independência como a liberdade ou autonomia do Estado na manutenção da sua soberania política e econômica Existe uma necessidade especifica de descontruir os estereótipos e os preconceitos que permeia a mentalidade de vários povos, alimentados pelo discurso que retrata apenas uma visão limitada em relação as questões Africanas, preocupada apenas a destacar as deficiências ou os pontos negativos. No entanto, embora seja alguns dos aspectos, deixa- se cair no perigo da inverdade, porque não faz juiz a toda abrangência e complexidade que este continente Africano possui, reitero que se trata de um continente constituído por mais de 53 países, uma gama cultural diversificada, milhares de dialetos e línguas, realidades similares entre alguns países e outras completamente diferentes. É quase impossível ter um conhecimento completo e geral pela tamanha dimensão geográfica, cultural, linguística, política e religiosa. Mas esta concepção produzida muitas vezes pela mídia e por pesquisas tendenciosas que trazem uma imagem distorcida e nublada, logo incompleta, e tende a refletir a dinâmica do branqueamento e mantendo de forma contínua as portas para as pedagogias das cores. Para melhor descortinar a temática da educação em Angola, é necessário compreender o processo histórico bastante relevante. Angola ainda é uma nação recente, cuja gestação sofreu vários momentos emblemáticos, apesar que o comercio de escravos sessou em 1836, Angola permaneceu Colônia/Província Portuguesa durante 500 anos e a educação Portuguesa consistia em formar mãos de obras qualificadas para exercerem funções básicas em sua fabricas e campos, reduzindo a conhecimentos técnicos limitados e a uma aprendizagem de alfabetização rudimentar entre o saber ler e escrever para poucos “cidadãos Angolanos”. As escolas até 1975 era frequentado mais por brancos e alguns mulatos, negando assim uma qualidade de ensino a população, mantendo-os na ignorância para sustentar seu domínio (conhecimento é poder). Após a independência ou a libertação das garras colonial surge o processo de descolonização. O Governo Angolano começa a repensar sobre a educação deixada como herança colonial, decidindo reestruturar o ensino, metodologia, currículo e contextualizando para a realidade Angolana. O primeiro foco foi a integração ou a inclusão de uma educação para todos, para preencher as lacunas de uma educação “Apartheid” deixada pelos Portugueses. Como consequência desta segregação educacional, o Governo teve que priorizar o aprendizado da alfabetização, essa ação foi um evento que se expandiu por todo território da Nova República, porque estima-se que em 85% da população era analfabeta. Este processo educacional de uma nação prestes a nascer, surge então como fenômeno nacional nas décadas de 80, que todos aqueles que sabiam ler e escrever o português , com noções básicas de aritmética e outros conhecimentos secundários, foram decretados a nível do Estado a liberdade de puder ensinar a nível formal ou até mesmo informal (desta variável surgem as Explicações Particulares e mais tarde os Colégios Privados), com a finalidade de suprir a demanda Nacional da população analfabeta, resultado de uma herança colonial desprovida de igualdade social e direito para todos. Porém este processo foi interrompido com o surgimento da guerra civil entre os 3 maiores Partidos Nacionais (MPLA, FNLA E UNITA) em 1975, com alguns breves intervalos, que terminou apenas em 2002. Esta nova guerra devastou a nação, várias crianças, adolescentes e jovens eram recrutados a força (As Rusgas) para estarem a frente do combate da guerra civil, sem a oportunidade de frequentarem uma escola e estima-se que 4,28 milhões de pessoas — um terço da população total do país, morreram na guerra e como resultado dela. Após a chegada da paz (2002), o Governo de Angola tem buscado melhorias, estratégias de investimentos na educação, através de bolsas de estudos no Exterior, reabilitação das Escolas destruídas pela guerra, novas Universidades, afim de recuperar o tempo perdido e um novo olhar para o futuro, e é neste palco cientifico que o pesquisador busca debruçar- se em analisar quais melhorias e mudanças na educação, de uma nação recente (40 de Independência) com um potencial relativamente positivo e com várias riquezas naturais, (petróleo, diamante), Angola tem trilhando em novos desafios, como a educação tem um papel muito importante na Nação, tem ocupado o interesse de vários pedagogos, pois depende dela para encontrar novos olhares com a finalidade de reconstruir o presente e propor novas diretrizes para as novas gerações, logo Angola começou pensar na educação novamente.
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