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Tutela de Interesses Difusos e Coletivos - Sergio Soeiro

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- Tutela de Interesses Difusos e Coletivos
Esta disciplina trata da tutela dos interesses metaindividuais (ou transindividuais), ou seja, aqueles interesses que pertencem a um grupo, classe ou categoria de pessoas, reunidas entre si pela mesma situação de fato.
Estes interesses dividem-se em:
Interesses Difusos: São interesses de natureza indivisível, onde os titulares são um grupo de pessoas, ligadas entre si por uma circunstância de fato, e impossível de ser indeterminado individualmente.
Interesses Coletivos: São interesses de natureza indivisível, onde os titulares são um grupo, categoria ou classe determinável de pessoas, ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base.
Interesse Individual Homogêneo: Individualização de cada membro do grupo difuso ou coletivo, dentro de suas particularidades. São interesses de natureza divisível e de origem comum, pois diz respeito ao resultado da mesma tutela (origem comum) aplicada particularmente a cada indivíduo (divisível).
Art. 81 CDC: Dá definições e limites aos conceitos de interesse difuso, coletivo e individual homogêneo, reunidos na tabela abaixo:
	
	DIFUSO
	COLETIVO
	IND. HOMOGENEO
	Sujeito
	Indeterminado
	Determinado
	Determinado
	Objeto
	Indivisível
	Indivisível
	Divisível
	Relação entre Sujeitos
	Fato
(não necessita relação jurídica)
	Relação Jurídica (entre os membros do grupo ou entre grupo e a outra parte)
	Comum
(tem origem comum a todos os indivíduos)
O EXERCÍCIO DA AÇÃO COLETIVA NÃO ELIMINA A POSSIBILIDADE DE INGRESSO COM AÇÕES INDIVIDUAIS POR CADA INTEGRANTE DO GRUPO!
- Interesse e Direito
DIREITO ≠ INTERESSE
Interesse é mais abrangente, podendo existir interesses que são juridicamente irrelevantes. Assim, direito é o interesse juridicamente tutelado.
Interesse Público X Interesse Privado
O interesse público sempre será aquele com maior relevância, pois estes dizem respeito a toda a sociedade, e não somente ao particular. Merecem destaque, sobre este tema, os princípios:
Supremacia do Interesse Público sobre o Interesse Privado: O interesse público sempre prevalecerá sobre o privado, pois diz respeito a interesses de toda a sociedade.
Indisponibilidade do Interesse Público: O administrador público não pode abrir mão do interesse público, pois este diz respeito a toda a sociedade.
O interesse público pode ser:
Primário: É o “verdadeiro interesse público”, ou seja, aquele que diz respeito diretamente aos interesses da sociedade.
Secundário: Interesse público relacionado às atividades praticadas pelo estado. É o interesse do estado como pessoa jurídica, na manutenção de suas instituições GARANTE A EFETIVAÇÃO DO INTERESSE PRIMÁRIO
- Fundamentos e Características
Titularidade: O ingresso de ação coletiva para tutela de interesse difuso ou coletivo se dá por meio de legitimação extraordinária.
Legitimação Ordinária (“normal”): Quem defende o direito ou interesse lesado é o próprio ofendido. Ocorre a representação, por meio do advogado, que atua em nome do ofendido.
Legitimação Extraordinária (“anômala”): Ocorre em situações excepcionais, onde a lei autoriza que alguém, em nome próprio, defenda direito alheio ou de um grupo, quando relação envolver vários sujeitos. Ocorre a representação, por meio do legitimado legal, que atua em nome próprio.
Objetivos da Legitimação Extraordinária:
Buscar a efetividade do interesse violado
Evitar decisões contraditórias em ações individuais
Permitir a defesa do interesse de todo o grupo
Substituição Processual: Ocorre nos casos onde lei autoriza alguém a ingressar em juízo, em nome próprio, para defender direito alheio (arts. 129 CF, art. 82 CDC, Lei 7.347/85). Não é representação, pois o legitimado atua em nome próprio.
São considerados, entre outros, direitos de interesse difuso ou coletivo:
Patrimônio Histórico e Cultural (arts. 215 e 216 CF): Bens que não possuem valor econômico e, sim, valor cultural ou histórico em relação a sociedade. Também se inclui o patrimônio ambiental neste quesito (art. 216 CF).
Patrimônio Público: O patrimônio público é formado pelo conjunto de bens e valores de caráter econômico somados aos patrimônio histórico e cultural
Moralidade Administrativa: A moralidade administrativa pode ser defendida por meio da ação civil pública ou da ação popular, com base no art. 37 CF e no art. 11 da Lei 4.4292/92 (Lei de Improbidade Administrativa)
Meio Ambiente: A defesa do meio ambiente tem base no art. 225 CF, e na Lei 6.931/81 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente). Integram o conceito de meio ambiente:
Meio Ambiente Natural: Elementos encontrados na natureza (ex.: solo, ar, fauna, flora e etc.)
Meio Ambiente Artificial: Constituído pelo espaço urbano, ou seja, o ambiente construído pelo homem
Meio Ambiente Cultural: Patrimônio histórico e cultural
Proteção ao Consumidor: O conceito de consumidor pode ser encontrado nos arts. 2º e 17 CDC. É considerado um interesse de natureza difusa ou coletiva.
- Inquérito Civil Público
Ato preparatório que busca averiguar indícios de materialidade e de autoria do fato, objetivando a propositura de ação civil pública. Assim, deverá o inquérito civil identificar se houve lesão a direito e se esta lesão foi causada pelo investigado.
Não é procedimento obrigatório, podendo a ação civil pública ser proposta sem a sua realização. A titularidade do inquérito civil público é do Ministério Público.
É regulado pela Lei da Ação Civil Pública (Lei 7.347/85).
Inquérito Civil Público NÃO é processo administrativo e sim um procedimento administrativo. Isto porque não possui as seguintes características, essenciais ao processo:
Não discute interesses (apenas investiga fatos)
Não há decisão (não reconhece direitos, nem aplica condenação)
Não tem contraditório
Não há duplo grau (possibilidade de recurso)
Fases do Inquérito
Instauração: Ocorre através de ato do MP, que poderá ser através de portaria ou despacho.
Instrução: Compreende a investigação do fato, através da colheita de provas e elementos para averiguar a materialidade e autoria do fato
Conclusão: Encerramento do inquérito. Poderá resultar na propositura da ação civil pública ou no arquivamento do inquérito, caso não se encontre elementos concretos para demonstração da materialidade/autoria.
No caso de arquivamento, inquérito deverá ser enviado ao Conselho Superior do Ministério Público, que tomará uma das três atitudes: i) homologar o arquivamento; ii) requerer novas diligências ao MP; iii) requerer a propositura da ação civil pública.
Nos casos de requerimento de novas diligências ou de propositura da ação civil pública, o inquérito retornará ao MP. No caso de novas diligências, poderá voltar ao mesmo promotor caso ele não se manifeste em contrário às realização das diligências. No caso de propositura da ação, geralmente é enviado a outro promotor, pois o anterior já estava convencido do arquivamento.
Ainda há o arquivamento implícito, que ocorre na situação em que o promotor propõe a ação apenas em face de alguns dos investigados, sendo implícito o arquivamento em relação aos demais. Este procedimento é incorreto, pois o correto é o arquivamento ser explícito aos demais investigados, com envio ao Conselho Superior do Ministério Público
O advogado pode acompanhar o inquérito, mas não pode atuar ou interferir. Entretanto, é permitida a apresentação de memoriais ou realizar a juntada de documentos ao Conselho Superior do Ministério Público, no caso de arquivamento, buscando reverter essa decisão.
- Compromisso (Termo) de Ajustamento de Conduta (TAC) - Ele é autônomo 
Acordo firmado entre o investigado e o Ministério Público, onde o investigado se compromete a ajustar sua conduta de acordo com a lei, reparando o dano causado. Previsto no art. 5º §6º da Lei da Ação Civil Pública (Lei 7.347/85).
Gera o arquivamento do inquérito, devendo haver o encaminhamento para o Conselho Superior. Porém, o arquivamentotem caráter provisório, sendo que, no caso de descumprimento do TAC, inquérito é reestabelecido para execução do acordo.
O objetivo do TAC é encerrar o litígio, evitando a propositura da ação civil pública.
O art. 5º §6º da Lei da Ação Civil Pública determina que o TAC terá força de título executivo extrajudicial (por isso poderá ser executado no caso de descumprimento), contando com as seguintes características:
É constituído pelas manifestações de vontade do causador do dano, que se compromete a adequar a sua conduta às exigências legais, e o ente legitimado, que as aceita
Não há necessidade de discutir responsabilidades Não há preocupação em indicar culpados!
Para que adquira força de título executivo, basta ser firmado pelo ente legitimado e pelo causador do dano, não sendo necessário a assinatura de duas testemunhas.
O TAC nunca será título executivo judicial, pois a própria lei determina sua natureza de extrajudicial. No caso de acordo firmado nos autos da ação civil pública, ocorrerá transação:
Com a propositura de ação civil pública, há o entendimento que não há mais o TAC, mas a transação.
A transação homologada adquire força de título executivo judicial
No TAC sempre haverá a dupla manifestação de vontade, pelo:
Causador do dano, se comprometendo a adequar sua conduta; e
Ente legitimado, concordando com a forma de adequação da conduta
Na transação, diferentemente do TAC, não há concessões recíprocas, pois legitimado não pode abrir mão dos direitos que defende. Assim, o parâmetro da transação será a determinação da lei.
O TAC deverá conter:
O prazo para cumprimento das obrigações
Sanção que será aplicada no caso de descumprimento
As medidas coercitivas que poderão ser impostas
Indicar com precisão a obrigação a ser cumprida (deve ser certa e determinada)
Será necessária a homologação do TAC pelo Conselho Superior do Ministério Público apenas quando for causa de arquivamento de inquérito civil público. Caso contrário, não será necessária e nem constituirá condição de eficácia ao TAC a homologação pelo Conselho Superior.
Apenas entes públicos tem legitimidade para celebrar TAC. Assim, do rol de legitimados previsto no art. 5º da Lei da Ação Civil Pública, apenas as associações civis não poderão firmar o TAC.
Se houver divergência entre os colegitimados, ou seja, um dos legitimados entende que o TAC atende às necessidade e outro não concorda, resolução se dará pelo judiciário, por meio de uma ação civil pública para discutir o TAC. Pode o colegitimado ingressar com a ação mesmo sem fazer parte do TAC.
Se juiz entender procedente a alegação do legitimado que não concorda com o TAC, promoverá a alteração do TAC para sua adequação ou complemento.
- Ação Civil Pública (Lei 7.347/85)
A ação civil pública é a principal ferramenta de defesa dos interesses difusos e coletivos. Sua regulamentação legal é dada pela Lei 7.347/85 (Lei da Ação Civil Pública – LACP)
Art. 1º LACP: A ação civil pública tutela a responsabilidade por danos morais e/ou patrimoniais causados:
Ao meio ambiente;
Ao consumidor;
Bens com valor artístico, estético, histórico, turístico ou paisagístico;
Qualquer outro interesse difuso ou coletivo INTERPRETAÇÃO EXTENSIVA (amplia a proteção)
À ordem econômica;
À ordem urbanística;
À honra, à dignidade de grupos raciais, étnicos e religiosos;
Ao patrimônio público e social
O artigo também faz menção à ação popular, deixando claro que, nos casos em que couber ação popular, esta também será cabível.
Art. 1º, p. único LACP: Restringe a utilização da ação civil pública a pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, FGTS ou outros fundos de natureza institucional RESTRIÇÃO A TUTELA DE INTERESSES DIFUSOS E COLETIVOS
Há uma discussão doutrinária acerca da inconstitucionalidade da restrição acima prevista, visto que é uma vedação que claramente favorece ao Estado.
Art. 2º LACP: Define a competência para propositura da ACP, que deverá ser no local onde ocorreu o dano.
Art. 3º LACP: A ACP poderá ter por objeto (pedido) a condenação em dinheiro e/ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer.
Art. 4º LACP: Prevê a possibilidade de ajuizamento de ação cautelar para os fins previstos na LACP.
Art. 5º LACP: Prevê a legitimação extraordinária (substituição processual), e quem tem legitimidade para propô-la:
Ministério Público;
Defensoria Pública;
União, Estados, Distrito Federal e Municípios;
Autarquia, Empresa Pública, Fundação ou Sociedade de Economia Mista;
Associação Civil que:
estiver constituída a mais de 1 ano; e 
inclua entre suas finalidades sociais a defesa do objeto da ação civil pública proposta.
§1º: Ministério Público, obrigatoriamente, atuará como fiscal da lei quando não for parte MP sempre participará da ACP
§2º: Qualquer legitimado pode ingressar na ACP como litisconsorte de qualquer das partes.
§3º: Caso haja desistência ou abandono da ação por associação civil legitimada, deverá o Ministério Público, ou, ainda, poderá qualquer outro legitimado, assumir a titularidade da ação.
§4º: Caso haja relevância ou manifesto interesse social na ação, juiz poderá dispensar o requisito da pré-constituição de no mínimo 1 ano para associações civil, na propositura de ACP.
§5º: Possibilidade de litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dos interesses e direitos tratados nesta lei.
§6º: Previsão do TAC
Art. 6º LACP: Qualquer pessoa poderá, e o servidor público deverá, provocar o Ministério Público, enviando-lhe informações sobre fatos que constituam objeto de ACP.
Art. 7º LACP: Juízes e tribunais também podem encaminhar ao MP fatos de que tiverem conhecimento e que possam ensejar a propositura de ACP.
Art. 8º LACP: Podem ser requeridas das às autoridades competentes todas as certidões e informações que forem necessárias para a propositura da ACP, que deverão ser fornecidas no prazo de 15 dias
§2º: Somente poderá ser negado o acesso às informações e certidões caso a lei impuser sigilo à estes dados. Nesta situação, a ACP poderá ser proposta sem a apresentação destes documentos, que poderão ser requisitados pelo juiz, caso entenda necessário.
Art. 9º LACP: Possibilidade de arquivamento do inquérito civil e/ou peças de informação pelo MP, caso verificada a inexistência de fundamento para a propositura da ACP após esgotamento de todas as diligências possíveis.
Peça de informação é o ato de instrução praticado isoladamente pelo MP, fora dos autos do inquérito civil.
§1º: O inquérito civil público e/ou peças de informação arquivados devem ser encaminhados ao Conselho Superior do Ministério Público para homologação do arquivamento, no prazo de 3 dias, sob pena de falta grave (lei não determina qual será a sanção pela falta grave).
§2º: Até antes da homologação ou rejeição do arquivamento pelo Conselho Superior do Ministério Público, as associações civis legitimadas podem apresentar razões escritas ou documentos para buscar reverter a decisão de arquivamento.
§3º: O arquivamento deve ser submetido ao exame e deliberação do Conselho Superior do Ministério Público.
Art. 12 LACP: Possibilidade de juiz conceder liminar sem justificação prévia desta decisão cabe agravo pela parte que se sentir prejudicada.
Art. 13 LACP: Os valores provenientes de condenações em dinheiro serão revertidos a um fundo relacionado ao interesse lesado objeto da ação. O fundo será gerido por um Conselho Federal ou Estadual, onde participarão o MP e representantes da comunidade.
Art. 15 LACP: Caso a associação legitimada não promova a execução da sentença no prazo de 60 dias, deverá o MP promover a execução. Outros legitimados também poderão promover a execução.
Art. 16 LACP: Coisa julgada por meio de ACP não terá efeito “erga omnes” no caso de improcedência do pedido por falta de provas. Nesta situação, a ação poderá ser proposta novamente, por qualquer legitimado,se apresentadas novas provas (não podem ser as mesmas)
Art. 18 LACP: Não há pagamento de custas, sucumbência e qualquer outras despesas, nem a condenação ao pagamento destes por associação autora, salvo se comprovada má-fé.
Art. 17 LACP: Em caso de litigância de má-fé, associação autora e seus diretores responsáveis respondem solidariamente pelos honorários advocatícios, pelo décuplo das custas e eventuais perdas e danos.
Art. 19 LACP: Devem ser aplicadas à ACP, subsidiariamente, as disposições do CPC.
Resumo Ação Civil Pública
Competência: Local onde ocorreu o dano. Pode ser o foro da cidade, capital do estado, capital de qualquer estado atingido, ou qualquer capital nacional incluindo o DF, se dano tiver dimensão nacional.
Pedidos: Condenação em dinheiro e/ou obrigação de fazer ou não fazer
Litisconsórcio Ativo: É facultativo. Qualquer legitimado pode ingressar na ação como co-autor
Ministério Público: Pode atuar como: i) autor da causa; ii) fiscal da lei; e iii) em substituição ao autor, quando houver abandono ilegítimo ou para executar sentença
Títulos Executivos Extrajudiciais: São títulos executivos extrajudiciais o TAC e o inquérito civil público
Exceção à Coisa Julgada “erga omnes”: Coisa julgada não terá efeito “erga omnes” no caso de improcedência do pedido por falta de provas. Nesta situação, a ação poderá ser proposta novamente, por qualquer legitimado, se apresentadas novas provas (art. 16 LACP)
Não Pagamento de Custas ou Sucumbência: Não há pagamento de custas, sucumbência e qualquer outras despesas, nem a condenação ao pagamento destes por associação autora, salvo se comprovada má-fé, caso em que associação autora e seus diretores responsáveis respondem solidariamente pelos honorários advocatícios, pelo décuplo das custas e eventuais perdas e danos (arts. 17 e 18 LACP)
- Ação Popular (Lei 4.717/65)
A ação popular tem por finalidade a declaração de nulidade do ato lesivo aos interesses difusos ligados à moralidade, eficiência e probidade administrativa, bem como, lesão ou ameaça ao meio ambiente ou ao patrimônio histórico e cultural. Sua regulamentação legal é dada pela Lei 4.717/65 (Lei da Ação Popular – LAP)
A legitimidade para propositura da ação popular é extraordinária, tal qual a ação civil pública.
São sujeitos da ação popular:
Autor: Qualquer cidadão Defende o interesse dele e dos demais cidadãos (vai além dele) – Legitimidade Extraordinária (substituto processual)
É considerado cidadão aquele que possui título de eleitor e está em dia com suas obrigações eleitorais. Título de eleitor pode ser substituído por uma declaração da Justiça Eleitoral.
Réu: Pessoas públicas ou privadas e entidades mencionadas no art. 1º LAP, as autoridades, funcionários ou administradores que tiverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato questionado, ou aqueles que, por omissão, tiverem permitido a lesão, bem como aqueles que se beneficiaram do ato.
É possível o litisconsórcio entre sujeitos, nos seguintes termos:
Polo Passivo: Todos os envolvidos no ato lesivo devem figurar no polo passivo da ação, para que seja reestabelecido o “status quo ante” LITISCONSÓRCIO NECESSÁRIO
Polo Ativo: Pode apenas um ou vários cidadãos legitimados atuarem no pólo ativo LITISCONSÓRCIO FACULTATIVO
O objeto da ação popular é o desfazimento do ato praticado e a reparação dos danos causados. Poderá constituir pedido da ação popular a declaração de nulidade do ato lesivo (art. 2º LAP) e/ou a condenação na reparação dos danos causados.
São fundamentos da ação popular:
Interesse Coletivo
Possibilidade ou efetiva ocorrência de lesão com a prática do ato
Atos contrários aos preceitos legais ou à moralidade que deve reger o exercício da administração pública
São fundamentos legais o art. 5º, LXIII CF; a Lei 4.719/65 e o art. 468 CPC
Será competente para apreciar a ação popular:
A Justiça Federal, quando se tratar de interesse da União;
A Fazenda Pública Estadual, quando se tratar de interesse de um dos Estados;
Fazenda Pública Municipal ou a Vara Civil Municipal; quando se tratar de interesse de um dos Municípios
A sentença da Ação Popular terá os seguintes efeitos:
Efeito “ex tunc” (retroage)
Reexame necessário, no caso de improcedência ou extinção sem julgamento de mérito (no caso de procedência, haverá reexame apenas em caso de recurso)
Fará coisa julgada oponível “erga omnes”, exceto no caso de improcedência relacionada a insuficiência de provas
Devem ser observadas na Ação Popular as seguintes particularidades:
Para a defesa do meio ambiente e do patrimônio histórico e cultural, além da Ação Popular, também é cabível a Ação Civil Pública (art. 1º LACP)
A Ação Popular poderá ser proposta para evitar a prática do ato (preventiva), ou quando o ato lesivo estiver configurado (repressiva)
A Ação Popular é instrumento que permite ao cidadão fiscalizar a administração pública e preservar o patrimônio público ambiental, cultural e histórico.
Na Ação Popular, o Ministério Público poderá ter as seguintes funções:
Fiscal da lei;
Agilizar a produção de provas;
Promover a responsabilização civil ou criminal, no curso do processo;
Assumir o polo ativo no caso de inércia do autor que possa determinar a extinção do processo sem julgamento de mérito (art. 9º LAP)
Promover a execução da sentença, se esta não for promovida no prazo de 60 dias (art. 16 LAP)
- Mandado de Segurança Coletivo (Lei 12.016/09)
O mandado de segurança trata-se de remédio constitucional, previsto na Constituição Federal de 1988 (art. 5º LXIX), como mecanismo de proteção de direitos líquidos e certos não amparados por habeas corpus ou habeas data. 
A mesma Constituição Federal, no art. 5º LXX, prevê o mandado de segurança coletivo, importante novidade para a defesa dos interesses meta-individuais. 
Tanto o mandado de segurança individual quanto o coletivo são regulamentados pela Lei 12.016/09.
O mandado de segurança coletivo tem a mesma finalidade do mandado de segurança individual, qual seja, a proteção de direito líquido e certo violado por autoridade pública ou agente de pessoa jurídica que esteja no exercício de direito público. A diferença é que, no mandado de segurança coletivo, o interesse defendido é meta-individual.
Desta forma, com apenas um mandado de segurança, poderá ser afastada a ilegalidade que prejudica grande número de pessoas. E afasta-se a possibilidade de decisões conflitantes, que certamente existiriam se, em vez de um só mandado coletivo, houvesse a impetração de numerosos individuais.
Tal como as demais formas de defesa dos interesses meta-individuais, a legitimação do mandado de segurança coletivo é extraordinária (substituição processual). Podem figurar como sujeitos no mandado de segurança coletivo:
Sujeitos (entes legitimados - art. 5º LXX CF e art. 21 Lei 12.016/09):
Partido político com representação no Congresso Nacional; em relação a seus interesses legítimos, de seus integrantes ou à finalidade partidária
Organização sindical; na defesa do interesse dos seus membros;
Entidade de classe, na defesa do interesse dos seus membros;
Associação legalmente constituída e em funcionamento a pelo menos um ano, na defesa dos interesses dos seus associados
Réu
Autoridade pública;
Agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público
Art. 21, p. único da Lei 12.016/09: Os direitos protegidos pelo mandado de segurança coletivo podem ser:
Coletivos; ou
Individuais
NÃO PODE SER UTILIZADO NA DEFESA DE INTERESSES DIFUSOS
Podem constituir o pedido do mandado de segurança coletivo a cessação do ato ilegal ou do ato que represente abuso de poder
São fundamentos do mandado de segurança coletivo:
A existência de interesse coletivo ou individual homogêneo;
Violação por prática de ato ilegal ou abuso de poder que afrontem membros ou associados do impetrante, ou esteja relacionado à finalidade partidária
Poderá ser competente paraimpetração de mandado de segurança coletivo a justiça federal, estadual ou municipal, a depender da autoridade ou agente público que praticou a ilegalidade.
A sentença do mandado de segurança coletivo produz os seguintes efeitos:
Havendo a concessão do mandado de segurança coletivo, fará coisa julgada;
Havendo a denegação por insuficiência de provas, não fará coisa julgada material, para que não se prejudiquem os direitos individuais dos substituídos;
Não determinará litispendência, nem estenderão os efeitos da coisa julgada para a totalidade dos membros de um determinado grupo substituído pelo impetrante, caso existam ações individual e o impetrante individual não desista no prazo de 30 dias a contar da ciência da impetração do mandado de segurança coletivo (art. 22, caput e §1º da Lei 12.069/09)
Quanto ao procedimento, deverá ser verificado o mesmo estabelecido ao mandado de segurança individual na mesma Lei 12.069/09, ressalvadas as particularidades mencionadas. Os processos de mandado de segurança e os respectivos recursos terão prioridade sobre todos os atos judiciais, salvo habeas corpus.
Uma das particularidades procedimentais do mandado de segurança coletivo é que não haverá condenação do impetrante ao pagamento de honorários advocatícios, mas haverá a aplicação de sanções se verificada a litigância de má-fé.
Além disso, a liminar só poderá ser concedida após a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 horas (art. 22 §2º da Lei 12.069/09).
O Ministério Público atuará nos processos de mandado de segurança coletivo apenas como fiscal da lei.
RESUMOS AÇÃO CIVIL PÚBLICA, AÇÃO POPULAR E MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
	AÇÃO CIVIL PÚBLICA
	Finalidade
	Defesa dos interesses metaindividuais.
	Sujeitos (legitimidade)
	Legitimação extraordinária.
Autor:
(a) Ministério Público;
(b) Defensoria Pública;
(c) União, Estados e Municípios;
(d) autarquias, empresas públicas, fundações, sociedades de economia mista ou associações: (1) constituídas há pelo menos um ano e (2) com seus objetivos vinculados aos direitos que pretendemdefender.
Réu:
(a) pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado;
(b) entes despersonalizados;
(c) beneficiados pelo ato lesivo questionado na ACP.
	Litisconsórcio
	Polo ativo: será facultativo.
	Objeto
	Defesa de todas as formas de direitos difusos, coletivos e individuais homogêneos, tutela do meio ambiente e do patrimônio histórico e cultura.
	Pedido
	Relacionado à cessação do comportamento lesivo (obrigação de fazer ou de não fazer), reparação do dano causado e, se pertinente, indenização.
	Fundamentos
	Lei nº 7.347/85; CDC, art. 81, parágrafo único, III, art. 82, I, III e art. 93; CF, art. 127.
	Competência
	(a) Local onde ocorrer o dano (absoluta para interesses difusos e coletivos e competência relativa para interesses individuais homogêneos);
(b) capital do Estado onde ocorreu o dano, no caso de dano regional;
(c) dano abrangendo mais de um Estado, na capital de qualquer deles;
(d) dano com abrangência nacional, em qualquer dos Estados ou no Distrito Federal, de forma concorrente.
	Efeitos da sentença
	(a) Poderá ser: declaratória, constitutiva ou condenatória.
(b) Condenatória: obrigações de fazer ou não fazer e condenação em dinheiro.
	Ministério Público
	(a) Autor;
(b) fiscal da lei;
(c) assume o polo ativo nos casos de desistência ou abandono pelo autor.
	Particularidades
	Não há possibilidade de transação porque os interesses não pertencem ao autor;
	AÇÃO POPULAR
	Finalidade
	Declaração de nulidade do ato lesivo aos interesses difusos ligados à moralidade, eficiência e
probidade administrativa, bem como lesão, ou ameaça de lesão ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural. Condenação dos responsáveis e os beneficiários ao ressarcimento
	Sujeitos (legitimidade)
	Legitimação extraordinária.
Autor:
cidadão.
Réu:
(a) as pessoas públicas ou privadas e as entidades mencionadas no art. 1º, da LAP;
(b) as autoridades, funcionários ou administradores que tiverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato questionado, ou aqueles que, por omissão, tiverem permitido a lesão, bem como aqueles que se beneficiaram diretamente do ato.
	Litisconsórcio
	Polo ativo: é facultativo.
Polo passivo: haverá o litisconsórcio necessário.
	Objeto
	Defesa dos direitos difusos ligados à moralidade eficiência e probidade administrativa, tutela do meio ambiente e do patrimônio histórico e cultural.
	Pedido
	Declaração de nulidade do ato lesivo ao patrimônio público e ao meio ambiente em sentido amplo. Condenação na reparação dos danos causados.
	Fundamentos
	CF, art. 5º, LXXIII; Lei nº 4.717/65 e CPC, art. 468.
(a) interesse coletivo;
(b) ocorrência, ou possibilidade de lesão pela prática do ato;
(c) ato contrário aos preceitos legais, ou moralidade que deve reger o exercício da administração pública.
	Competência
	(a) Interesses da União: Justiça Federal;
(b) interesses do Estado: Vara da Fazenda Pública, da capital do respectivo Estado;
(c) interesses do Município: Vara da Fazenda Pública, ou onde não houver, na Vara Cível, do respectivo Município.
	Efeitos da sentença
	(a) Efeito ex tun (retroage à data da pratica do ato);
(b) reexame necessário da sentença no caso de improcedência ou extinção do processo sem julgamento de mérito.
	Ministério Público
	(a) Fiscal da lei;
(b) apressar a produção de provas;
(c) promover a responsabilização civil ou criminar;
(d) assumir o polo ativo, caso haja inércia do autor que possa determinar a extinção do processo sem julgamento de mérito (art. 9º, LAP);
(e) promover a execução da sentença, se esta não for promovida no prazo de 60 dias (art. 16, LAP).
	Particularidades
	a) Para defesa do meio ambiente e do patrimônio histórico e cultural também poderá ser utilizada a ACP (art. 1º da ACP);
(b) possibilidade de utilização do art. 461, do CPC (execução de obrigação de fazer), subsidiariamente a LAP;
(c) poderá ser proposta para evitar a prática do ato (preventiva), ou repressiva, quando o ato lesivo estiver configurado.
(d) a ação popular é um instrumento que permite ao cidadão fiscalizar a administração pública e preservar o patrimônio público, ambiental, cultural e histórico.
	MANDADO DE SEGURANÇA COLETIVO
	Finalidade
	Defesa de direito líquido e certo, violado pela autoridade pública ou por agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
	Sujeitos (legitimidade)
	Legitimação extraordinária.
Autor:
(a) partido político, com representação no Congresso Nacional, na defesa dos interesses dos seus integrantes ou à finalidade partidária;
(b) organização sindical;
(c) entidade de classe, na defesa do interesse dos seus membros;
(d) associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, na defesa dos interesses dos seus associados.
Réu:
(a) autoridade pública;
(b) agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público.
	Litisconsórcio
	
	Objeto
	Defesa de interesses coletivos e individuais homogêneos, não podendo ser utilizado para a defesa de interesses difusos (art. 21, parágrafo único, da Lei nº 12.016/2009).
	Pedido
	Relacionado à cessação do ato ilegal ou do ato que represente abuso de poder.
	Fundamentos
	CF, art. 5º, LXIX, Lei nº 12.016/2009.
(a) interesse coletivo ou individual homogêneo;
(b) prática de ato ilegal ou abuso de poder que afrontem direitos dos membros ou associados do impetrante, ou esteja relacionado à finalidade partidária;
	Competência
	Federal, estadual ou municipal, dependendo da autoridade pública.
	Efeitos da sentença
	(a) Havendo a concessão, fará coisa julgada;
(b) havendo a denegação por insuficiência de provas, não fará coisa julgada material;
(c) não determinará litispendência, nem estenderão os efeitos da coisa julgadapara a totalidade dos membros de um determinado grupo substituído pelo impetrante, caso existam ações individual e o impetrante individual não desista no prazo de 30 dias a contar da ciência da impetração do mandado de segurança coletivo.
	Ministério Público
	(a) Fiscal da lei.
	Particularidades
	Não haverá condenação do impetrante ao pagamento de honorários advocatícios, mas haverá a aplicação de sanções se verificada a litigância de má-fé.
EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
1) A prefeitura de uma pequena cidade do interior de São Paulo firmou contrato com a empresa OZ Ltda. para o fornecimento e instalação de placas de sinalização. Não houve licitação, embora a legislação exigisse. A quantidade adquirida pela prefeitura foi muito superior à necessária. O valor cobrado por cada placa foi superior ao valor de mercado em 180%. A empresa OZ Ltda. é de propriedade do cunhado do prefeito.
Responda:
(a) Qual a medida judicial adequada para a defesa dos interesses violados?
R: Ação Popular, pois se trata ato de improbidade, contrário à moralidade administrativa e gerando dano ao erário público. 
(b) Qualquer morador da cidade poderá propor a ação? Em caso negativo, quem terá legitimidade para propor a ação? Justifique a sua resposta.
R: Não, apenas os cidadãos tem legitimidade para propor a ação. São considerados cidadãos aqueles com os direitos políticos em dia (portadores de título de eleitor e sem pendências perante a justiça eleitoral)
(C) A legitimidade para a propositura da ação é ordinária? Justifique a sua resposta.
R: Não. A legitimação é extraordinária para a propositura de ação popular, visto que ocorre a substituição processual. Isto se verifica pois a lei autoriza o cidadão a propor, em nome próprio, uma ação para tutela de interesse que diz respeito à toda a população da cidade (interesse vai além ao dele).
(d) Quais deverão ser os pedidos? Justifique a sua resposta. 
R: A ação popular deverá conter os pedidos: i) pela nulidade da contratação da empresa OZ Ltda. com a prefeitura, em vista das irregularidades constatadas (falta de licitação e contratação a valor muito superior ao do mercado), gerando, portanto, efeitos ex tunc; e ii) reparação do dano causado, devendo retornar ao status quo ante, por meio da restituição do valor pago pela prefeitura e remoção das placas já instaladas.
2) Uma empresa de telefonia móvel lançou um serviço que prevê a possibilidade de ligações por tempo ilimitado para telefones móveis com prefixos do estado de São Paulo, cobrando o valor de R$ 0,10, por ligação, independentemente do tempo da ligação. O produto está sendo comercializado há 6 meses e muitos contratantes reclamam que as ligações são repentinamente interrompidas após 3 minutos. Em primeira análise foi constatada a ocorrência da interrupção, por ação intencional da empresa, com os objetivos de: (1) limitar o tempo das ligações e (2) forçar o cliente a realizar nova ligação, para nova cobrança. A propaganda continua sendo veiculada e o serviço vendido.
Responda:
(a) Qual a medida judicial adequada para a defesa dos interesses violados?
R: Ação Civil Pública, pois se trata da tutela de interesse metaindividual previsto no art. 1º, II da Lei 7.347/85
(b) Quais deverão ser os pedidos?
R: Os pedidos deverão ser pela: i) interrupção da propaganda; ii) interrompimento da venda do serviço; iii) anulação dos contratos efetuados; iv) restituição dos valores cobrados indevidamente e indenização aos contratantes pelos danos causados
Difuso – propaganda é um serviço indeterminado e indeterminável (suspensão da propaganda e interrompimento da venda do serviço)
Coletivo - anulação dos contratos efetuados
Ind. Homogêneo - 
(c) É possível relacionar os pedidos da resposta anterior com os interesses metaindividuais e as suas espécies? Para ser considerada a resposta, relacione cada espécie de interesse metaindividual com o pedido formulado em juízo.
R: Sim. Os pedidos pela interrupção da veiculação da propaganda e pela interrupção da venda do serviço se relacionam com interesses difusos, pois não é possível determinar o grupo favorecido pela decisão. O pedido pela anulação dos contratos efetuados se relaciona com interesses coletivos, pois é possível determinar o grupo favorecido (todos os que firmaram o contrato com a empresa). Finalmente, o pedido pela restituição dos valores e indenização se relaciona com interesses individuais homogêneos, pois se trata da individualização, em cada caso concreto, da anulação dos contratos.
3) A legitimidade do Ministério Público para propor a ação civil pública ocorre porque ele é o titular do interesse lesado? Justifique a sua resposta?
R: Não. O Ministério Público atua na ação civil pública como substituto processual, sendo definido pela lei como legitimado extraordinário para propor em nome próprio ação civil pública na tutela de interesse de terceiros.
4) Para que o Termo de Ajustamento de Conduta tenha validade e possa ser exigido o seu cumprimento deverá ser homologado pelo Poder Judiciário? Por quê?
R: Não. O TAC é título executivo extrajudicial, assim definido pela lei, e sempre carregará esta característica. Desta forma, não depende de homologação judicial, em vista de seu caráter extrajudicial.
5) As fases obrigatórias do inquérito civil público permitem afirmar que ele é um processo administrativo? Por quê? Explique cada uma das fases do inquérito civil público.
R: Não, o inquérito civil público é um procedimento administrativo, não um processo. Isto ocorre pois lhe faltam as seguintes características, essenciais para a existência de um processo: i) não há contraditório; ii) não há duplo grau de jurisdição (possibilidade de recursos); iii) não discute interesses contrapostos; iv) não há decisão.
6) Quando é possível determinar o grupo lesado, mas não é possível dividir o resultado da reparação, que será igual para todos os lesados, estamos diante de qual tipo de interesse? Por quê?
R: Interesse coletivo, pois sua principal característica é tratar de um grupo determinado, porém, com resultado indivisível.
7) Quando as lesões decorrem de um fato comum, o resultado é divisível e individualmente quantificável estamos diante de qual tipo de interesse? Por quê? 
R: Interesse individual homogêneo, pois sua principal característica é se tratar de um grupo determinado, ligados por um fato de origem comum, porém de natureza divisível e individualmente quantificável.
8) Um lago existente no terreno pertencente a um condomínio de casas foi poluído por uma fábrica de tintas. Analisando essa situação é possível afirmar que:
(a) Em relação ao meio ambiente o interesse é? Por quê?
R: Difuso, pois não é possível determinar o número de pessoas prejudicadas pela poluição do meio ambiente (vai além dos moradores do condomínio)
(b) Em relação ao condomínio de casas o interesse é? Por quê?
R: Coletivo, pois é possível quantificar o número de moradores do condomínio e, portanto, determinar o grupo atingido pela poluição.
(c) Em relação a cada morador do condomínio o interesse é? Por quê?
R: Individual coletivo, pois se trata da quantificação individual de um prejuízo gerado de um fato comum, ou seja, a polução do lago.
9) É possível afirmar que nas ações coletivas que os legitimados serão sempre extraordinários? Por quê?
R: Sim. Por que a lei determina a legitimação extraordinária em todas as espécies de ações coletivas (ação civil pública, ação popular e mandado de segurança coletivo).

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