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Página 1 de 65 CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM PROCESSO CIVIL 4ª Aula – 08/05/2015 e 09/05/2015 Professor Palestrante: Rinaldo Mouzalas Email: rinaldo@mouzalasadvogados.adv.br No âmbito das discussões sobre o NCPC algumas mudanças foram solicitadas, mas não foram atendidas. Tentou-se muito afastar a impenhorabilidade do bem de família, mas não se conseguiu. Com muito esforço conseguiu-se penhorar parte da remuneração, mas quando a remuneração for superior a 50 (cinquenta) salario mínimos, que diríamos que no Brasil seria uma exceção rara se ganhar acima desse valor. O NCPC é um código muito operacional, analítico, como menos artigos que o CPC73, mas com mais especificações que o CPC73, sendo muitas vezes repetitivo em determinados procedimentos, quando poderia fazer uma omissão de algo que na nossa prática forense já se tem como compreendido. O NCPC resolveu não perca por essa omissão, sendo muito operacional. Essas legislações mais novas da CF/88 para frente prezam muito por essa operacionalidade. Veja que o Código de consumidor, para dar um exemplo, é tão acessível a aqueles que fazem a leitura que há um dispositivo que diz que diz que o comerciante, o prestador de serviço, o fornecedor tem que colocar um exemplar a disposição para que o consumidor possa ter acesso a legislação. Se fosse algo difícil de compreender na verdade não adiantava colocar a disposição do consumidor. Essa é uma tendência que a nossa legislação vem acompanhando. O NCPC é muito compreensível para quem está fazendo a leitura, mas não se pode deixar de dizer que esse processo de construção legislativa pode muito vezes se complicar por conta dessa forma analítica que é erigido o NCPC. Percebe-se que no NCPC na execução ora o legislador vai dizer que há uma faculdade do credor fazer a restrição do crédito no cadastro de inadimplentes e ora vai dizer que o credor vai ter a possibilidade de fazer o protesto. O legislador quis dizer a mesma coisa ou disse coisa diferente? É de fato sinônimo ou não? São dois institutos diferentes, embora se possa alcançar o mesmo resultado. São pequenas expressões, pequenos vocábulos, que são colocados por essa tendência de ser de fato analítico o NCPC, mas que acabam causando essa divergência de interpretação e, ainda, precisar fazer essa construção normativa com base nas exigências que serão apresentadas no nosso dia a dia. 1 - DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor ou do devedor: Página 2 de 65 I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação; II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. § 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, em autos apartados, a liquidação desta. § 2o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da sentença. § 3o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira. § 4o Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou. As diferenças da liquidação de sentença da legislação do NCPC para o CPC73 são poucas, são mais diferenças pragmáticas. A grande dificuldade que se tem quando vai fazer uma apuração de um valor da sentença é se identificar qual será a forma de liquidação se por arbitramento, se por artigos. E ainda há um questionamento, e o NCPC não contribuiu, em se identificar se a realização de cálculos constitui ou não uma forma de liquidação de sentença. No capítulo que trata de liquidação de sentença, fala-se dos cálculos no meio da liquidação de sentença, mas a gente sabe que não é, porque o cálculo é uma mera condição, requisito, para se iniciar a fase cumprimento de sentença. Quando se trata de liquidação de sentença, na verdade está fazendo o desenrolar de uma segunda ação que tramita no mesmo processo. Um processo que primeiramente houve uma solução de um conflito de interesse e numa segunda fase vamos passar por uma segunda ação destinada apenas a fazer a apuração que será uma subfase dentro da fase de conhecimento de liquidação de sentença. Por que se diz que é uma ação? Porque os objetivos são diferentes, se tem condições diferenciadas, objetos diferenciados e pedidos formulados diferenciados, mas sobre tudo o que me leva a concluir isso é o fato que eu posso ter uma sentença ilíquida e para se fazer a liquidação dessa sentença vai se precisar de uma ação de liquidação de sentença. O NCPC trará uma hipótese a mais que será quando houver sentença estrangeira homologada pelo STJ, que se soma a sentença penal condenatória transitada em julgado e se soma a sentença arbitral, sempre que elas precisarem, e nem sempre vai precisar, de liquidação não se poderá continuar o processo originário terá que se instaurar uma nova relação processual a partir do exercício do direito de ação. A gente percebe que se pode ter uma ação destinada especificamente para fazer a liquidação da sentença que leva a concluir duas ações de regra no mesmo processo, mas pode ser que essas ações sejam desdobradas. Os cálculos são ou não fase de liquidação de sentença? Para Rinaldo Mouzalas não são, não constitui, é apenas um requisito que já inicio no cumprimento de sentença, Página 3 de 65 não precisa destinar uma fase específica do processo ou pelo menos uma parte dessa fase para se fazer uma apuração via cálculos. Basta, simplesmente, apresentar os cálculos e começar o cumprimento de sentença. A dificuldade é na correção dos cálculos. Qual é o sistema mais adequado para se poder atualizar os cálculos? O credor naturalmente utilizará o sistema que alcança o maior resultado e o devedor o sistema que será o menor resultado. Então, a quem utilize o sistema do Banco Central, da Justiça Federal, etc., mas se formos fazer esses cálculos em diferentes sistemas alcançaremos resultados diferentes. E o que NCPC pensou para eliminar essas discussões em torno dos cálculos que demandam muita atividade jurisdicional? O art. 509, §3º, do NCPC dispôs que o Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados programa de atualização financeira. Isso eliminará de fato discussões, impugnação ao cumprimento de sentença, tratará da questão do excesso de execução. Quando se for iniciar uma liquidação irá se formular também os requerimentos observando as exceções, porque em algumas vezes a liquidação será uma ação em autos apartados sobre tudo se ela for provisória e, principalmente, quando for liquidada uma sentença cuja competência para fazer a liquidação não é daquele juiz que prolatou a sentença. Então, têm-se atualmente exceções que são: sentença estrangeira homologada pelo STJ; sentença penal condenatória transitada em julgado; sentença arbitral quando não forem líquidas; e a decisão estrangeira, após a concessão do exequatur pelo Superior Tribunal de Justiça. Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial. Quando se inicia uma liquidação por arbitramento, requer-se que seja apenas nomeado o perito. A outra parte se não responder concorda com a liquidação por arbitramento ese responder, muitas vezes, a resposta estará limitada a dizer: que não concorda com a liquidação por arbitramento, que no caso seria outra espécie por artigos; ou então que seria desnecessária a liquidação, bastaria a elaboração de meros cálculos. Mas se fizer esse requerimento e o juiz compreender que essa seria hipótese de realização de liquidação de sentença por arbitramento vai nomear o perito e essa nomeação será submetida as partes, que poderão posteriormente falar sobre esse laudo pericial. O CPC73 deixava omissa essa questão de atuação das partes na liquidação por arbitramento. E o NCPC diz que se quiser participar da liquidação por arbitramento poderá se pronunciar sobre esses laudos que são apresentados pelo perito e vai poder também nomear assistentes técnicos e participar da instrução juntando documentos que possam ter acesso ao perito. A tônica será de cooperação para a obtenção de um resultado legítimo. O poder judiciário estará inibido de produzir decisões que tenham apenas o objetivo de cumprir metas no CNJ e passa a ter efeito de fato de resolver os problemas que são apresentados. Página 4 de 65 Repetidamente se ouvirá que o juiz antes de decidir deverá oportunizar as partes o contraditório. Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu ADVOGADO ou da SOCIEDADE DE ADVOGADOS a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da Parte Especial deste Código. No CPC73 não era claro a possibilidade de se apresentar contestação. Já no NCPC na liquidação pode apresentar contestação. Quem deverá ser citado para apresenta? Se for continuidade do processo quem vai ser citado é o próprio advogado ou sociedade de advogados. A possibilidade de citar a sociedade de advogados impede a anulação de atos processuais, quando, por exemplo, o advogado citado já tem saído da sociedade de advogados, mas há a citação da sociedade de advogados. Ocorrendo a comunicação na pessoa da sociedade de advogados a comunicação será valida. Na liquidação poderá ocorrer a citação na pessoa do advogado ou na pessoa da sociedade de advogados quando ela existir. Art. 512. A liquidação poderá ser REALIZADA na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes. O art. 512 do NCPC trouxe a mudança de apenas uma palavra, afirma que a liquidação poderá ser REALIZADA, enquanto o art. 475-A diz que a liquidação poderá ser REQUERIDA. E qual a diferença? É a afirmação mais uma vez que além de pedir a realização da liquidação, que pode ser inclusive provisória quando houver a pendência de um recurso, ela pode ser completamente realizada, independentemente de o recurso ter ou não efeito suspensivo. Isso é algo colocado na nossa prática, mas que enfrenta uma duplicidade de entendimento da doutrina, porque a doutrina colocava no art. 475-A a liquidação só poderia ser REQUERIDA, então, não se poderia finalizar na pendencia de recurso. O que não é! O que se poderá ter posteriormente é uma prejudicialidade, pois o CPC73 diz que provido o recurso a liquidação fica prejudicada. O NCPC quando vai tratar tanto da liquidação quanto do cumprimento de sentença, mesmo que provido o recurso pode ser que a liquidação seja prejudicada no todo ou só em parte, porque pode ser que exista situação que se possa aproveitar aqueles elementos basta que se fizesse algum ajuste. Por exemplo, no caso de uma indenização que foi interposto recurso de apelação e esta reconheceu culpa recíproca e o dever de indenizar não era integral e sim parcial, o juiz determinou que a indenização deveria ser arcada em iguais partes entre aquelas que Página 5 de 65 componham a relação processual. Nesse caso não precisaria ser considerada prejudicada a liquidação, bastava aquedar os cálculos do perito àquela situação. A jurisprudência já vem atuando nesse sentido. 2 - DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA Sobre o cumprimento de sentença Rinaldo Mouzalas tem um posicionamento diferente de outros doutrinadores (Pontes Miranda, Leonardo Carneiro da Cunha, et.), cumprimento é quando é voluntário, quando é coercitivo é execução, mas esse não é o significado utilizado. O significado é que o cumprimento é geral, pode ser voluntario ou coercitivo, então, tratar-se-á de uma forma geral. Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. § 1o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do exequente. § 2o O devedor será intimado para cumprir a sentença: I - pelo Diário da Justiça, NA PESSOA DE SEU ADVOGADO constituído nos autos; Irá continuar a mesma tendência, veja no art. 513 do NCPC, o devedor será intimado pelo diário da justiça pelo advogado constituído nos autos, mais uma vez é colocado o advogado como o sujeito de cooperação da atividade processual. O advogado terá o encargo de participar da atividade processual com o objetivo de propiciar que a atividade jurisdicional seja realizada em tempo razoável e não prolatada, declarada apenas como se dizia no CPC73, tem que ser realizada. Art. 513. [...] II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos autos, ressalvada a hipótese do inciso IV; III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1o do art. 246, não tiver procurador constituído nos autos IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel na fase de conhecimento. § 3o Na hipótese do § 2o, incisos II e III, considera-se realizada a intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do art. 274. § 4o Se o requerimento a que alude o § 1o for formulado após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, A INTIMAÇÃO SERÁ FEITA NA PESSOA DO DEVEDOR, por meio de carta com aviso de recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, Página 6 de 65 observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3o deste artigo. Pode ocorrer de a parte demorar muito para solicitar o cumprimento de sentença. No CPC73 prevê que se não requerido o processo será arquivado no prazo de 6 (seis) meses e o advogado com procuração ainda continua a ser intimado nesse processo. O §4º do art. 513 do NCPC tomou providência para que após 1 (um) ano do trânsito em julgado da sentença, a INTIMAÇÃO seja FEITA NA PESSOA DO DEVEDOR. Logo, não é mas na pessoa do advogado, então, ele não terá mais essa responsabilidade de ficar acompanhando de forma indefinida até alcançar o prazo prescricional se não foi pedido o cumprimento no prazo de 1 (um) ano. Art. 513. [...] § 5o O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver participado da fase de conhecimento. Então, se foi feito a opção de instaurar contra apenas o fiador, garantidor, que não participou da fase conhecimento, naturalmente, não poderá participar da fase de cumprimento de sentença. Isso, porque quando se trata da execução fundada em título executivo extrajudicial não terá essa problemática, a integração posterior não terá nenhum prejuízo, mas no cumprimento de sentençaterá, pois estaria se afastando delas absolutamente a oportunidade de se defender. Quer dizer que eles não teriam mais responsabilidade? Não. Está se dizendo que eles não podem mais participar da fase de cumprimento de sentença. Se quiser reconhecer responsabilidade contra um desses sujeitos terá que entrar com uma nova ação para reconhecer se de fato eles tinham ou não obrigação frente ao credor para que possa ser executado. E isso se não for alcançado também pela prescrição. No plano fático isso já não vem ocorrendo a integração por quem não participou do processo. Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos previstos neste Título: Acerca dos TÍTULOS JUDICIAS, previsto no art. 515 do NCPC, ocorreu mais foi uma questão de correção de termos técnicos ou de transformar no gênero para que depois se tenha as espécies e integração. Art. 515. [...] I - as decisões proferidas no processo civil que RECONHEÇAM A EXIGIBILIDADE de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não fazer ou de entregar coisa; II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de qualquer natureza; Página 7 de 65 IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou universal; V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; VII - a sentença arbitral; VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça; IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; X - (VETADO). No inciso I do art. 515 do NCPC traz algo que aparentemente repete no CPC73, mas para Rinaldo Mouzalas há um grande receio, uma involução, mesmo que tenha sido involuntária. Há um erro pouco perceptível, uma incoerência dentro do próprio sistema, sobre tudo se fizer uma comparação com o art. 514 com o art. 515, I do NCPC. O art. 475-N do CPC73 diz que são títulos executivos judiciais a sentença produzida no processo civil que reconheça a EXISTÊNCIA de obrigação de fazer, não fazer, entregar coisa ou pagar quantia. Fala-se em EXISTÊNCIA. Só que o art. 515, I, do NCPC trata de sentença que reconheça a EXIGIBILIDADE. Pode-se ter título executivo que não seja exequível, são coisas diferentes. O que precisa ter no título executivo é apenas um atributo o da CERTEZA, pois o atributo da exigibilidade pode ser demonstrado posteriormente. Veja por exemplo o art. 514 do NCPC: Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que se realizou a condição ou de que ocorreu o termo. Quando ocorre a condição ou termo o título passa a ser exigível, então, a exigibilidade não precisa ser reconhecida pela sentença. Ela pode ser reconhecida em momento posterior. Isso foi de fato um equívoco, mas não deixa achar que as sentenças que reconhece a existência, mas não exigibilidade não seriam títulos executivos. São sim! E tanto são que essa é a única forma de interpretar harmoniosamente o art. 514 do NCPC. O inciso II do art. 515 do NCPC resolveu tratar do gênero, transformou o conceito mais aberto para advindo uma nova espécie de autocomposição possa ter uma disposição expressa que comtemple. O inciso V do art. 515 do NCPC traz uma correção, pois se observar o art. 585 do CPC73 este diz que são títulos extrajudiciais e não judiciais. Há um reconhecimento de que existia um equívoco e com isso foi posto de forma clara como deve ser a atuação dos juízes e dos advogados na atividade cognitiva durante o processo de execução, porque quando se tem um título executivo extrajudicial a execução pode ser embargada e nesses embargos a amplitude de cognição é muito maior que na impugnação ao cumprimento de sentença. Página 8 de 65 Na impugnação ao cumprimento de sentença as matérias são exclusivamente aquelas que ocorreram posteriormente a sentença ou aquelas que não pude alegar, por exemplo, a falta de citação quando o processo correu a revelia. Quando a execução é fundada em título executivo extrajudicial o plano de argumentação é muito amplo, pode-se alegar qualquer das questões que poderia ter sido alegado no processo de conhecimento, há uma postergação do contraditório, o que não acontece na impugnação ao cumprimento de sentença, neste há apenas uma possibilidade de se discutir em impugnação matérias que não teve a oportunidade de se discutir na fase de conhecimento. Essa é uma correção em relação ao CPC73. Art. 515. [...]§ 1o Nos casos dos incisos VI a IX, O DEVEDOR SERÁ CITADO no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. Nos casos de sentença penal condenatória transitada em julgado, sentença arbitral, sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça, decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça, quando se pede cumprimento da sentença, pelo fato de o juízo competente não ser o juízo que prolatou a sentença, vai ter nisso uma nova relação processual, instaurada a partir do direito de ação, a parte adversa não será mais chamada de devedora será chamada de executada. Observe que nestes artigos não se fala mais em devedor e credor, mas sim exequente e executado e justamente, porque nem sempre quem é exequente é credor e quem é executado é devedor. Então foi feita essa correção. Nesses casos (incisos VI a IX do art. 515 do NCPC) exercitará o direito de ação que dará início uma nova relação processual que caminhará em outro juízo, diverso do que prolatou o título, como iniciará a relação processual as partes executadas serão citadas. Havia certa omissão no CPC73, porque se dizia que as serão intimadas. Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente PODERÁ OPTAR PELO JUÍZO do atual domicílio do executado, pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será solicitada ao juízo de origem. No art. 516, § único, do NCPC há uma questão interessante para facilitar o cumprimento da sentença em afirmação àquele princípio que diz que a execução deve Página 9 de 65 correr para atender os interesses do exequente. É um princípio que orienta a execução, que deverá se desenvolver para entender os interesses do exequente. Para alguns, pode pensar até mesmo sobre aquele velho dogma que foi construído no CPC73 que diz a execução deve caminhar da forma menos onerosa para o executado. Isso foi até 2005, porque em 2005 teve modificação legislativa que diz que a execução deve caminhar sobre os interesses do credor. Só precisa harmonizar com os interesses do devedor quando se tenha mais de uma forma igualmente eficaz ou até de uma forma mais eficaz diferente daquela que foi pedida pelo exequente. Perceberá que quando executadodiz que a execução deverá recair sobre outro bem ou outra forma o executado terá o ônus de dizer qual é a forma, porque é mais benéfica, quais são os bens e porque sobre eles tem que recair para ser uma execução tão ou mais eficaz que a requerida pelo exequente. A priori a execução corre no interesse do exequente, por isso o art. 516, § único do NCPC aponta situações que evitam comunicações de atos processuais, evitando comunicação por carta, dando uma maior efetividade e celeridade da atividade executiva. Há uma preocupação de uma atividade mais incisiva por parte do exequente, por exemplo, na penhora em dinheiro o executado não precisa ser avisada previamente não. Não há apenas essa preocupação, como se via em 2005, com a dignidade humana da pessoa do executado-devedor, há também a preocupação com dignidade da pessoa humana do credor que muita vezes é muito mais prejudicado que o próprio executado. Essa forma de se ver unilateralmente o processo é muito ultrapassada. A própria CF/88 diz que todas são iguais, por que vou tratar de uma melhor forma o executado em relação exequente? O exequente tem uma presunção de certeza do direito a prestação, então, a ele é que tem que ser dado a preferência. O NCPC rompe com essa barreira e prevalece o direito de quem tem direito a prestação. Art. 518. Todas as questões relativas à VALIDADE DO PROCEDIMENTO de cumprimento da sentença e dos atos executivos subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios autos e nestes serão decididas pelo juiz. No art. 518 do NCPC há um desalentamento das atividades temerárias que não sejam no mínimo razoáveis, as questões de validade e procedimento do cumprimento de sentença poderão ser discutidas nos próprios autos. Página 10 de 65 - DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA Art. 520. [..] § 3o Se o executado comparecer tempestivamente e DEPOSITAR o valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido como incompatível com o recurso por ele interposto. A grande preocupação de quem está sendo executado é a realização do depósito e este ser compreendido como pagamento. Aí existe uma preclusão lógica no sentido de não poder apresentar a impugnação ao cumprimento da sentença. O §3º do art. 520 do NCPC deixa muito claro que não está se efetuando pagamento e sim depósito que é diferente de pagamento, neste se quer a extinção da obrigação e com o deposito está garantindo o eventual cumprimento da obrigação. E essa atividade passa a ser boa tanto para exequente quanto para o executado, por isso é trazido de forma muito mais clara no NCPC. Não se está dizendo que no CPC73 não se possa fazer, mas no NCPC isso é muito mais claro. Para o executado isenta o pagamento da multa e juros de mora e para o exequente será uma maravilha, pois não terá mais dificuldade para o cumprimento da sentença e não terá mais que localizar bens passíveis de penhora. É norma que visa estimular, uma verdadeira promessa de recompensa. Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser dispensada nos casos em que: I - o crédito for de natureza alimentar, INDEPENDENTEMENTE DE SUA ORIGEM; II - o credor demonstrar situação de necessidade; III - pender o agravo fundado nos incisos II e III do art. 1.042; IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. O art. 521, inciso I, do NCPC trará a questão da caução e vai dizer que para a execução provisória de obrigação de pagar quantia certa quando o crédito é alimentar não depende de caução, INDEPENDENTEMENTE DE SUA ORIGEM. Atualmente, isso é uma questão que se discute, pois pode haver prestações alimentares que decorra de laços familiares ou de um ilícito. Quando o CPC73 fala apenas que é dispensado a caução que se refere à natureza alimentar poder-se-ia dar a interpretação que essa natureza alimentar seria apenas do dever familiar de prestar alimentos, porque se tem consequência jurídica diferentes algumas vezes a depender da natureza da obrigação que gera os alimentos. Por exemplo, os alimentos decorrentes de ato ilícito não pode ensejar a medida coercitiva de prisão civil, já o de laço familiar pode. Há um tratamento diferente. Então, para que não tenha essa possibilidade de se dar interpretação e de se acreditar que essa dispensa de caução na execução provisória envolve apenas os Página 11 de 65 alimentos decorrentes dos laços familiares o NCPC dispõe que seja INDEPENDENTEMENTE DE SUA ORIGEM. O art. 521, inciso IV, do NCPC deduz que se dispensará a caução se a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. Isso é a questão da evidência. O CPC73 trabalha com a tutela de evidência, mas o art. 273, inciso II, deduz que poderá ser concedida a tutela antecipada quando ficar caracterizado o abuso do direito de defesa e o manifesto propósito protelatório do réu. Isso é tutela de evidência. Quando se defende algo contra súmula do STF e STJ, contra jurisprudência unificada isso é abuso do direito de defesa, então, não pode pretender usufruir o bem jurídico da parte autora se está abusando do direito de se defender, deve ser concedida a tutela de evidência. O juiz quando verifica uma situação dessas deve privilegiar a evidência e quando evidente deve ser utilizada para inibir uma atividade contrária da outra parte. É isso que faz aqui. Se a execução é provisória, mas a sentença que se esta a executar provisoriamente está de acordo com súmula e enunciado do STF e STJ ou com julgamento em casos repetitivos vai se ter uma evidência que possibilitará uma dispensa de caução. Só se exigiria a caução quando houver uma possibilidade de risco de dano irreparável ou de difícil reparação, mas se esse risco é mitigado tendo em vista a amplitude da evidência dispensa-se a caução é o que diz o legislador. Isso é atual no CPC73? Sim, mas seria necessário um esforço hermenêutico para chegar a essa proposição, não é o que se vê no nosso dia a dia forense. No dia a dia forense se pega o código e interpreta como está e, muitas vezes, a interpretação literal já é uma boa interpretação. Então, fazer um esforço hermenêutico para se chegar a essa proposição como está não é para qualquer um, vai se precisar de um diferencial para se chegar nisso, a considerar que a evidência afasta o risco pela parte contrária. Art. 521. [...] Parágrafo único. A EXIGÊNCIA DE CAUÇÃO SERÁ mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação. No § único do art. 521 do NCPC coloca-se uma CLÁUSULA GERAL ao dizer que apesar dessa situação se houver manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta reparação a caução será mantida. Isso é para dar um contrapeso, pois não se pode dizer que quando há o precedente é evidente, é uma regra. Na aplicação do precedente tem que observar se há algum fator de distinção (distinguish) ou de superação (overrruling). Pode acontecer de a jurisprudência ter sido firmada em um sentido, mas o judiciário tende a mudar aquela jurisprudência. E, muitas vezes, tende a acontecer que quando vai mudar ele dá um sinal e isso é chamando de Página 12 de 65 sinalis. Por exemplo, de fatoestá sendo decido assim, mas reconheço que há uma questão nova que nos futuros casos seja julgado de forma diferente. Exemplo, estar-se-á executar provisoriamente uma sentença que impôs obrigação de pagar quantia com base num precedente de qualidade que é uma súmula ou enunciado de súmula ou que é um julgamento de caso repetitivo, mas o tribunal superior – STF ou STJ – já deu sinal que vai haver uma superação desse precedente, então pode ser que mesmo tendo essa evidência o juiz mantenha a caução, porque há sinal de mudança do entendimento da jurisprudência. Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por petição dirigida ao juízo competente. Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua responsabilidade pessoal: I - DECISÃO EXEQUENDA; A diferença de entre decisão, sentença e acordão. II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito suspensivo; III - procurações outorgadas pelas partes; IV - decisão de habilitação, se for o caso; V - facultativamente, outras peças processuais consideradas necessárias para demonstrar a existência do crédito. No art. 522 do NCPC há uma alusão do processo eletrônico. Se busca realizar uma execução provisória e o processo é eletrônico não precisa formar o instrumento, basta formular um simples requerimento, porque o processo eletrônico está disponível tanto para o tribunal quanto para o juiz de primeira instância. Então, se tem um processo eletrônico que está disponível a todos não precisa se formar um instrumento para a execução provisória. Esse instrumento só é preciso quando o processo é físico, porque, levando em consideração que o processo está no tribunal, para se executar provisoriamente será necessário formar um instrumento com peças mínimas para que o juiz da primeira instância possa dar cumprimento à execução provisória. O art. 475-O do CPC73 diz que esse instrumento deve ser formado por SENTENÇA OU ACORDÃO EXEQUENDO e no art. 522, § único, inciso I, do NCPC diz que o instrumento deve ser formado entre outros pela DECISÃO EXEQUENDA. Observa-se que houve uma modificação não se fala mais só de SENTENÇA ou de ACÓRDÃO, se fala de DECISÃO EXEQUENDA. E qual a diferença entre DECISÃO EXEQUENDA, SENTENÇA e ACÓRDÃO? No NCPC há um fortalecimento dos atos decisórios, sobre tudo, das decisões interlocutórias, com o NCPC se está pronto para julgar determinado capítulo, julga-se não precisa esperar para o ato de sentença. Então, por decisão exequenda tem que se entender qualquer tipo de ato decisório, não só sentença e acórdão, mas, inclusive, a decisão interlocutória, a decisão monocrática. Página 13 de 65 - DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. § 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de HONORÁRIOS DE ADVOGADO DE DEZ POR CENTO. § 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a multa e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante. § 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se os atos de expropriação. O art. 523 do NCPC diz que o cumprimento definitivo pode ser da parcela incontroversa. Estar-se-á admitindo que a interposição de um recurso, que não discute a integralidade do direito a prestação que a parte apelada teve reconhecido via sentença, na parte incontroversa segue a execução definitiva. Então, mesmo que haja uma pendência de recurso, mas o efeito devolutivo não é amplo o suficiente para tornar controvertido todo o objeto que foi resolvido pela sentença, quanto à parte incontroversa naturalmente a execução é definitiva. O § 1º do art. 523 do NCPC determina que o não pagamento voluntário no prazo enseja MULTA de 10% e HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS em 10%. Veja que há um desestímulo. Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a petição conter: I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1o a 3o; II - o índice de correção monetária adotado; III - os juros aplicados e as respectivas taxas; IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária utilizados; V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados; VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível. § 1o Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente EXCEDER OS LIMITES DA CONDENAÇÃO, a execução será iniciada pelo valor pretendido, mas A PENHORA TERÁ POR BASE A IMPORTÂNCIA QUE O JUIZ ENTENDER ADEQUADA. § 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado. Página 14 de 65 § 3o Quando a elaboração do demonstrativo depender DE DADOS EM PODER DE TERCEIROS OU DO EXECUTADO, o juiz poderá requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência. § 4o Quando a complementação do demonstrativo depender de dados adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o cumprimento da diligência. § 5o Se os dados adicionais a que se refere o § 4o não forem apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente apenas com base nos dados de que dispõe. O inciso I do art. 524 diz que no requerimento deve conter o nome completo, o número do CNPJ ou CPF do exequente e do executado. Isso não deve está na petição inicial? Deve, mas há uma ressalva quando não pode trazer essas informações não será necessário, até porque não se pode censurar o direito de ação, simplesmente, porque não se sabe o número do CPF ou CNPJ da parte. Muitas vezes, quando se está nesta etapa a outra parte já trouxe essa informação, documento, procuração com essas informações. E a parte exequente já tem como assim fazer, facilitando a execução, porque o primeiro bem a ser penhora será dinheiro, a preferência, e para alcançar será CPF e CNPJ. O requerimento deverá conter demonstrativo discriminado e atualizado do cálculo, que deverá conter no mínimo os requisitos do art. 524, inciso II a VI, do NCPC. A presença dos requisitos da possibilidade do executado verificar se os cálculos foram feitos com acerto ou não. Tanto o exequente quanto o executado se eles estão contestando ou pedindo valores deve apresentar os requisitos mínimos definidos em lei. No inciso VII do art. 524 do NCPC ratifica a questão que a execução tramita no interesse do exequente, porque deduz que deverá ter a indicação de bens passiveis de penhora sempre que possível, mas essa indicação é feita pelo exequente e não pelo executado. O §1º do art. 524 do NCPC diz algo que é claro no CPC73, mas sempre que havia cumulação de matériade defesa chegava a certa complicação, porque o CPC73 diz que quando alega excesso de execução tem que dizer qual é o valor incontroverso e justificar os cálculos se não fizer isso o argumento não será conhecido. O problema era quando levado esse argumento acrescido de outro, por exemplo, quando diz que há excesso de execução e penhora incorreta, dois argumentos. E, nesse caso, porque não apresentado a memória de cálculo com o valor adequado não seria conhecida a impugnação ou não seria conhecido o argumento? Pelo §1º do art. 524 do NCPC não seria conhecido o argumento apenas. No CPC73 quando alega excesso de execução o executado vai dizer qual é o valor executado e a penhora recaia sobre o valor pelo executado apontado, mas a execução tramita sobre o valor total apontado pelo exequente até que seja apurada essa diferente. Página 15 de 65 No §1º do art. 524 do NCPC diz que se o juiz verificar que há um excesso a execução não irá correr a execução pelo valor indicado pelo exequente vai correr pelo valor indicado pelo juiz, que evitará o cometimento de abuso. Muitas vezes o exequente colocava o valor na execução bem acima e detonava o executado, quando muitas vezes queria fazer um acordo melhor. Então, o juiz quando entender que há um excesso manifesto pelos cálculos apresentados pelo exequente irá dizer o valor que deve recair a penhora e não pelo valor que entende ser manifesto. O § 2º do art. 524 do NCPC estabelece que para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que poderá ser a contadoria judicial ou outra pessoa indicada por ele. O § 3º do art. 524 muda o paradigma, pois o CPC73 quando para apresentação dos cálculos depende do executado e este não apresenta os dados o exequente faz o cálculo e detona o executado, mas com o NCPC se os dados estiverem em poder de terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob COMINAÇÃO DO CRIME DE DESOBEDIÊNCIA. Agora, se o executado assumir as consequências do crime de desobediência? O exequente apresentará os cálculos desde que tenha bases mínimas para alcançar o convencimento do juiz sobre o valor, conforme o §5º do art. 524 do NCPC. E se não houver dados mínimos? Não tem como executar. Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o executado, INDEPENDENTEMENTE DE PENHORA OU NOVA INTIMAÇÃO, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. § 1o Na impugnação, o executado poderá alegar: I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o processo correu à revelia; II - ilegitimidade de parte; III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; V - EXCESSO DE EXECUÇÃO OU CUMULAÇÃO INDEVIDA DE EXECUÇÕES; Não pode ter a cumulação de execuções que estão sob rito diferente. VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde que supervenientes à sentença. § 2o A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto nos arts. 146 e 148. § 3o Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229. § 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir- lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. § 5o Na hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou não apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se Página 16 de 65 houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não examinará a alegação de excesso de execução. § 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a requerimento do executado e desde que garantido o juízo com penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. § 7o A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6o não impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de redução da penhora e de avaliação dos bens. § 8o Quando o EFEITO SUSPENSIVO atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. § 9o A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante. § 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser arbitrada pelo juiz. § 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato ou da intimação do ato. § 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo, considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. § 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança jurídica. § 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 DEVE SER ANTERIOR AO TRÂNSITO EM JULGADO da decisão exequenda. § 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão exequenda, caberá AÇÃO RESCISÓRIA, cujo prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. Conforme o art. 525 do NCPC o prazo para apresentar a impugnação ao cumprimento de sentença é de 15 dias, INDEPENDENTEMENTE DE PENHORA OU Página 17 de 65 NOVA INTIMAÇÃO. Isso é uma grande novidade, pois não era o entendimento do STJ, que entendia ser indispensável a penhora, embora o CPC73 dissesse que quando realizada a penhora tem-se 15 dias para impugnar, mas não está dizendo que a penhora é requisito para apresentar a impugnação não. Então, para o NCPC é independentemente de penhora ou nova intimação para apresentação de impugnação. Nesse art. 525 há algumas inclusões como a do inciso V, §1º, do art. 525 do NCPC, que já era matéria de embargos no CPC73 que deduz que não pode haver cumulação indevida de execuções, por exemplo, execuções que tramitam sobre ritos diferentes, execução de pagar quantia com execução de obrigação de fazer, os atos processuais são completamente distintos, não pode haver cumulação de execuções de rito diferentes nos mesmos autos, se houver cumulação indevida vai ser objeto de impugnação no cumprimento de sentença. Há a inclusão do inciso VI, §1º, do art. 525 do NCPC que trata da incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução que poderá seralegada na impugnação ao cumprimento da sentença. Salientando-se que a incompetência relativa vai compor a peça de impugnação e não será mais apresentada como exceção pelo executado. O processo foi simplificado, afastou essas formalidades. Para o NCPC diz que os pedidos limitará a atividade do juiz, mas para Rinaldo Mouzalas a atividade do juiz é limitada pelas afirmações das partes, porque o juiz poderá decidir aquilo que é prejudicial nas relações jurídicas e formaram inclusive coisa julgada. Para Rinaldo Mouzalas a sentença de improcedência pode ser título executivo extrajudicial. Exemplo, ajuíza-se uma ação de declaração de inexistência de débito e essa ação é julgada improcedente. Está dizendo o que? Que o crédito existe, ainda, que o promovido não seja condenado. A atividade jurisdicional não existe para atender os interesses do autor, mas sim das partes. A questão prejudicial desde que seja objeto de debate e desde que o juiz seja compete vai formar ali coisa julgada. O §8º do art. 525 do NCPC que quando o EFEITO SUSPENSIVO atribuído à impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá quanto à parte restante. Pelo CPC73 compreende-se que pode emprestar efeito suspensivo a impugnação. Mas pode emprestar a impugnação por completo ou parte? Isso não está muito claro por essa questão da operacionalidade do processo civil. Foi colocado pelo §8º do art. 525 que pode ser emprestado apenas a parte. E no § 9º do art. 525 do NCPC a concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao impugnante. Nesse caso, observa-se que há a possibilidade de atribuir a aplicação do efeito suspensivo tanto a parte do objeto (elemento objetivo) como a partes do processo (elemento subjetivo). No § 11 do art. 525 do NCPC, traz algo que não contem no CPC73, mas que é admitido e a doutrina possibilita essa situação. A impugnação ao cumprimento de sentença deve versa sobre as questões que são supervenientes a sentença, pelo menos essa é uma regra, então, tudo que é objeto da impugnação ao cumprimento de sentença Página 18 de 65 são pelo menos em regra são questões posteriores a sentença, mas pode ser que mesmo depois da impugnação ao cumprimento de sentença venham questões supervenientes e que devam ser consideradas pelo julgador. Essas questões vão ficar sem possibilidade de apresentar por que já precluiu a oportunidade de apresentação da impugnação ao cumprimento da sentença? Naturalmente que não, porque os fatos supervenientes devem ser considerados para atividade jurisdicional. Nesse contexto, esclarece o NCPC que não poderá mais apresentar impugnação, mas poderá apresentar via simples petição, no prazo de 15 dias, essas questões supervenientes que serão objeto da atividade jurisdicional. O CPC73 diz que se pode alegar na impugnação ao cumprimento de sentença a inexigibilidade do título se considerar também A decretação pelo STF pode ser a qualquer momento? Esse era um grande debate da doutrina. O § 14 do art. 525 do NCPC coloca de forma clara que só é inexigível o título executivo judicial, mesmo que amparado em ato normativo que foi decretado como inconstitucional pelo STF, se essa decretação por parte do Supremo já precedia a prolação da sentença, se posterior essa decretação de inconstitucionalidade ela não atinge a inexigibilidade do título. Isso passou a evitar uma serie de discussões tratada em atividade jurisdicional. O § 15 do art. 525 do NCPC diz que se for proferida pelo STF decisão afirmando que é inconstitucional aquele ato normativo que fundou o título executivo e for posterior ao transito em julgado, não se terá a oportunidade de alegar via impugnação ao cumprimento de sentença, mas via ação rescisória. Pois, se o STF diz que o ato é inconstitucional, a decisão que julgou contra o entendimento do supremo violou literal disposição lei, só que a impugnação ao cumprimento de sentença não desconstitui e precisaria de uma ação rescisória para desconstituir a decisão. Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo. § 1o O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do depósito a título de parcela incontroversa. § 2o Concluindo o juiz pela INSUFICIÊNCIA DO DEPÓSITO, sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a execução com penhora e atos subsequentes. § 3o Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação e extinguirá o processo. O §1º do art. 526 do NCPC apresenta uma questão que não é de consignação em pagamento, mas é a mesma sistemática da consignação em pagamento, pois se deposita e a parcela incontroversa pode fazer o levantamento. Página 19 de 65 E o §2º do art. 526 do NCPC coloca que se o juiz entende pela INSUFICIÊNCIA DO DEPÓSITO, sobre a diferença incidirão multa e honorários advocatícios. - DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. § 1 o Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no art. 517. § 2 o Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade absoluta de pagar justificará o inadimplemento. § 3 o Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial na forma do § 1 o , decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 (três) meses. § 4 o A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso ficar separado dos presos comuns. § 5 o O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento das prestações vencidas e vincendas. § 6 o Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento da ordem de prisão. § 7 o O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento da execução e as que se vencerem no curso do processo. § 8 o O exequente pode optar por promover o cumprimento da sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante mensalmente a importância da prestação. § 9 o Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu domicílio. O § 1º do art. 528 do NCPC dispõe que o juiz mandará protestar o pronunciamento judicial. Essa questão do juiz mandar protestar o pronunciamento judicial vocês acham que acontece também na execução de obrigação de pagar quantia que não seja de alimentos? É a primeiravez que aparece. Página 20 de 65 Para Rinaldo Mouzalas essa é uma medida coercitiva que não tem justificativa para se aplicar apenas na prestação alimentícia e que houve uma lacuna axiológica, tentou-se privilegiar os alimentos, mas esqueceu-se que essa medida pode ser aplicada também a outros casos, basta dizer que há na própria lei dos juizados especiais a possibilidade de se pedir o protesto judicial e pedir para remeter ao cadastro de inadimplentes. Em outras situações o NCPC fala em cadastro de inadimplentes, há um paradoxo podendo em ambos os casos o protesto e o cadastro de inadimplentes, independente da natureza da obrigação seja ela fundada em alimentos ou não, como é medida coercitiva para garantir a realização da prestação que tem o autor pode-se ser utilizada independentemente da natureza da obrigação. O § 8º do art. 528 do NCPC diz que quando a penhora recair sobre dinheiro a concessão do efeito suspensivo à impugnação não obsta que o exequente levante mensalmente a importância da prestação. Para Rinaldo Mouzalas era melhor dizer que não tinha efeito suspensivo nesse caso, porque o risco mesmo que tem é de alienação de bens, a preferência é o dinheiro, se o executado não paga vai preso. A maioria das vezes a penhora numa ação alimentícia recai sobre dinheiro e o §8º do art. 528 do NCPC diz que o efeito suspensivo não obsta o levantamento em dinheiro, saque do dinheiro que foi depositado em juízo. Então, para Rinaldo Mouzalas era melhor dizer que não há efeito suspensivo, mas aventa-se uma possibilidade de serem penhorados outros bens diferentemente de dinheiro e consequentemente aí teria efeito suspensivo. Isso é incoerente, pois se o credor precisa receber os alimentos e com o dinheiro não precisa de efeito suspensivo, por que precisaria em outra situação? Pois o §8º do art. 528 do NCPC fala quando a penhora recair em dinheiro e não falou em outra situação. Há uma incoerência sistêmica e deveria ter corrigido. O § 9º do art. 528 do NCPC, já é adotado pela própria lei de alimentos, diz que quando a execução do cumprimento da sentença condena a pagar alimentos poderá ser executada no juízo do domicílio de quem recebe os alimentos – do alimentando. O art. 529 do NCPC expõe o desconto em folha quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho. Elencando, ainda, a possibilidade de crime de desobediência no § 2º, do art. 529 do NCPC. No § 3º do art. 529 do NCPC deduz uma questão interessante à possibilidade de o juiz adotar uma medida sub-rogatória, para que o empregador em sentido latu sensu faça logo o desconto na folha de pagamento mesmo em relação aos débitos passados, isso desde que não ultrapasse 50% (cinquenta por cento) dos ganhos líquidos. Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do trabalho, o exequente poderá requerer o DESCONTO EM FOLHA de pagamento da importância da prestação alimentícia. § 1 o Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou ao empregador, determinando, sob pena de CRIME DE Página 21 de 65 DESOBEDIÊNCIA, o desconto a partir da primeira remuneração posterior do executado, a contar do protocolo do ofício. § 2 o O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual deve ser feito o depósito. § 3 o Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por cento de seus ganhos líquidos. A questão de penhora quando envolve alimentos, não tem muito problema. E quando envolve outras verbas que não a alimentícia para se tentar penhorar parte do salário? Veja que quando se faz um empréstimo em um banco se admite o desconto todo mês na folha de pagamento e porque não pode haver esse desconto para se pagar o credor? Muitos na bancada não aceitaram, pois é uma medida que atingia todos os eleitores. Veja que somente foi autorizada a penhora dos que recebem acima de 50 salários-mínimos, o que não é fácil. Com relação aos alimentos provisórios também se pode executar, mas deve seguir autos apartados e quando for cumprimento de sentença seguirá os mesmos autos (art. 531 do NCPC). É uma questão para tornar o processo menos atrapalhado. Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos DEFINITIVOS OU PROVISÓRIOS. § 1 o A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos fixados em sentença ainda não transitada em julgado, SE PROCESSA EM AUTOS APARTADOS. § 2 o O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos será processado nos mesmos autos em que tenha sido proferida a sentença. O art. 532 do NCPC elenca a possibilidade de crime de abandono material para o caso da conduta procrastinatória do cônjuge. Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios da prática do CRIME DE ABANDONO MATERIAL. - DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA PELA FAZENDA PÚBLICA (ARTS. 534 a 535) Nesses artigos do NCPC se falará do empréstimo do efeito suspensivo a impugnação apresentada pela Fazenda Pública, só que não o que não tem sentido Página 22 de 65 nenhum quando a obrigação é de pagar quantia, porque só vai para precatório quando for definitivo o resultado, ou seja, quando transitar em julgado o resultado da execução. O efeito suspensivo visa evitar um prejuízo, mas qual seria o prejuízo que a Fazenda Pública iria experimentar? Somente se fosse alienado os bens, mas os bens públicos são inalienáveis. É até incoerente se falar sobre isso. O §4º do art. 535 do NCPC traz uma questão já consolidada pela jurisprudência, que quando a impugnação for parcial consequentemente se terá uma parte incontroversa e essa parte já pode ser objeto de inscrição em ordem de pagamento. Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar a execução, podendo arguir: [...] § 4 o Tratando-se de IMPUGNAÇÃO PARCIAL, a parte não questionada pela executada será, desde logo, objeto de cumprimento. - DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, DE NÃO FAZER OU DE ENTREGAR COISA (ART. 536 e ss) Seção I – Do Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de Obrigação de Fazer ou de Não Fazer Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da TUTELA ESPECÍFICA ou a obtenção de TUTELA PELO RESULTADO PRÁTICO EQUIVALENTE, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente. § 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial. § 2o O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça, observando-seo disposto no art. 846, §§ 1o a 4o, se houver necessidade de arrombamento. § 3o O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua responsabilização por CRIME DE DESOBEDIÊNCIA. § 4o No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, aplica-se o art. 525, no que couber. § 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não obrigacional. Página 23 de 65 O art. 536 do NCPC fará uma diferenciação que será importante para se saber que a obrigação de fazer e não fazer poderá ser cumprida de duas formas, pela TUTELA ESPECIFICA ou pelo RESULTADO PRÁTICO EQUIVALENTE. A tutela específica é cumprir exatamente aquilo que foi obrigado e quando não é possível vai para perdas e danos que já é obrigação de pagar quantia certa e tramita a execução por esta forma. O juiz terá uma série de medidas típicas (prevista no CPC) e atípicas para alcançar a satisfação do exequente (§1º do art. 536 do NCPC). Com relação às medidas atípicas se terá um Enunciado do Fórum Permanente dos Processualistas Civis – Enunciado nº 12 – “a aplicação das medidas atípicas sub- rogatórias e coercitivas é cabível em qualquer obrigação no cumprimento de sentença ou de execução de título executivo extrajudicial. Essas medidas, contudo, serão aplicadas de forma subsidiária as medidas tipificadas, com observação do contraditório, ainda que diferido, e por meio de decisão à luz do art. 499, § 1, I e II”. Então, primeiro emprego das medidas típicas se não forem suficiente aplica-se as atípicas. As medidas típicas não serão somente as previstas no CPC não, poderá ser de outras leis, legislação extravagante. Para que isso? Para evitar o cometimento de atos inválidos, que possam ferir algum direito fundamental. O § 3º do art. 536 do NCPC deduz o crime de desobediência pelo descumprimento de ordem judicial. Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para cumprimento do preceito. § 1o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou a periodicidade da multa VINCENDA ou excluí-la, caso verifique que: I - se tornou insuficiente ou excessiva; II - o obrigado demonstrou CUMPRIMENTO PARCIAL SUPERVENIENTE da obrigação ou justa causa para o descumprimento. § 2o O VALOR DA MULTA SERÁ DEVIDO AO EXEQUENTE. § 3o A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento provisório, devendo ser depositada em juízo, permitido o levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença favorável à parte ou na pendência do agravo fundado nos incisos II ou III do art. 1.042. § 4o A multa será devida desde o dia em que se configurar o descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for cumprida a decisão que a tiver cominado. § 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não fazer de natureza não obrigacional. Página 24 de 65 Há uma novidade no § 1º do art. 537 em relação à astreintes. A novidade é que o valor só poderá ser alterado em relação à multa vincenda, as vencidas não. O que acontece na prática? O juiz impõe uma obrigação e comina uma multa pelo descumprimento, o executado não cumpre a obrigação e a multa acumula, o valor da multa fica muito alto e acaba o juiz por reduzi-la. Para Rinaldo Mouzalas isso atenta contra a própria credibilidade do judiciário, porque hoje, atualmente, ninguém cumpre decisão judicial. Então, com o NCPC o juiz não poderá mais alterar a multa vencida, somente a vincenda. Pelo §2º do art. 537 do NCPC o valor da multa será revertida para o exequente. O CPC73 não determinava para quem deveria ser revertida a multa. A atreintes era submetida para o Estado e não para o exequente na França. Pela demora da atividade processual quem sofre é o exequente, caso não fosse concedida a ele não haveria nenhum alentamente e o pior o devedor nunca pagaria ao Estado, então haveria nenhuma pressão para o devedor. Consoante o §3º do art. 537 do NCPC a multa somente poderá ser levantada depois do transito em julgado, antes disso há somente há execução provisória, assim, não corre o executado o risco de sofrer um prejuízo e o exequente ainda conseguirá fazer pressão para o cumprimento da obrigação, porque a multa não poderá ser mais reduzida. Haverá exceções na lei da Ação Civil Pública, Estatuto do Idoso, Estatuto da Criança e do Adolescente que irão permitir o levantamento da multa mesmo sendo provisória a execução. Seção II – Do Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de Obrigação de Entregar Coisa Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo estabelecido na sentença, será expedido mandado de busca e apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se tratar de coisa móvel ou imóvel. § 1 o A EXISTÊNCIA DE BENFEITORIAS DEVE SER ALEGADA NA FASE DE CONHECIMENTO, em contestação, de forma discriminada e com atribuição, sempre que possível e justificadamente, do respectivo valor. § 2 o O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na contestação, na fase de conhecimento. § 3 o Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, as disposições sobre o cumprimento de OBRIGAÇÃO DE FAZER OU DE NÃO FAZER. O art. 538 §1º traz uma questão já pacificada pelo STJ acerca da alegação de benfeitorias que deve ser feita na fase de conhecimento, não sendo feita haverá a preclusão dessa questão. A não ser que seja uma execução fundada em título executivo extrajudicial que, então, se poderia alegar via embargos, no cumprimento de sentença não se poderá fazer, porque é própria da fase de conhecimento. Página 25 de 65 O §3º do art. 538 do NCP deduz que se aplica no que couber as disposições sobre o cumprimento de OBRIGAÇÃO DE FAZER OU DE NÃO FAZER à OBRIGAÇÃO DE ENTREGA DE COISA. Há uma quebra de paradigma, porque a execução da obrigação de entrega coisa é feita por busca e apreensão ou imissão na posse, que são medidas típicas – são preferenciais, o NCPC fala disso, mas, também, diz que se aplica as disposições da obrigação de fazer e não fazer no que couber, logo, também se pode aplicar astreintes. Porque se insiste com a astreintes? Porque a astreintes é mais econômica e efetiva que a busca e apreensão e a imissão de posse. A astreintes é mais cooperativa por parte do executado. 3 - DA EXECUÇÃO EM GERAL - DISPOSIÇÕES GERAIS O inciso III, do art. 772 c/c art. 773 do NCPC deduz que o juiz pode determinar que os sujeitos indicados pelo exequente forneçam informações ligadas a execução. Isso é importante, porque torna desnecessária ação para exibição de documentos ou coisas que estão em poder de outras pessoas (terceiros), ou seja, desnecessário os atos preparatórios de exibição de documentos ou coisa, para só, então, depois poder executar. O que torna o processo mais informal, mais sincrético, mais acessivel. Art. 772. O juiz pode, em qualquer momento do processo: I - ordenar o comparecimento das partes; II - advertir o executado de que seu procedimento constitui ato atentatório à dignidade da justiça; III - determinar que SUJEITOS indicados pelo exequente forneçam informações em geral relacionadas ao objeto da execução, tais como documentose dados que tenham em seu poder, assinando-lhes prazo razoável. Art. 773. O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, DETERMINAR AS MEDIDAS NECESSÁRIAS AO CUMPRIMENTO da ordem de entrega de documentos e dados. Parágrafo único. Quando, em decorrência do disposto neste artigo, o juízo receber dados sigilosos para os fins da execução, o juiz adotará as medidas necessárias para assegurar a confidencialidade. O art. 774 do NCPC inclui como ato atentatório à dignidade da justiça além da conduta comissiva a conduta omissiva. No NCPC há outros vários dispositivos que vão prever situações outras que são atos atentatórios da dignidade da justiça. Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta comissiva ou OMISSIVA do executado que: I - frauda a execução; II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios artificiosos; Página 26 de 65 III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais; V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus. Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras sanções de natureza processual ou material. O art. 775 do NCPC trata da desistência das medidas executivas. Ressalvando no inciso I do art. 775 do NCPC a garantia de pagamento das custas judiciais dos honorários advocatícios no caso de desistência. Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou de apenas alguma MEDIDA EXECUTIVA. Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o seguinte: I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas sobre questões processuais, PAGANDO o exequente as custas processuais e os honorários advocatícios; II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do impugnante ou do embargante. Quando o art. 776 do NCPC fala em ressarcir, é uma questão relacionada ao direito material, então deveria o NCPC ter dito ressarcir ou indenizar, pois poderia a execução ocasionar dano de natureza moral. Art. 776. O EXEQUENTE RESSARCIRÁ AO EXECUTADO os danos que este sofreu, quando a sentença, transitada em julgado, declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação que ensejou a execução. - DA COMPETÊNCIA O art. 781 do NCPC traz a competência para a execução, com a finalidade de garantir o interesse do credor e de se obter uma prestação jurisdicional efetiva. Há uma distribuição de competência especial e na omissão delas aplicar-se-á o processo de conhecimento. Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada perante o juízo competente, observando-se o seguinte: I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela sujeitos; II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado no foro de qualquer deles; Página 27 de 65 III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no foro de domicílio do exequente; IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do exequente; V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, mesmo que nele não mais resida o executado. O §1º do art. 782 do NCPC deduz novidade para o oficial de justiça que poderá cumprir os atos executivos determinados pelo juiz também nas COMARCAS CONTÍGUAS, de fácil comunicação, e nas que se situem NA MESMA REGIÃO METROPOLITANA. Isso evita o envio de carta precatória para a realização desses atos de comunicação. O § 3º do art. 782 do NCPC elenca a possibilidade de o juiz determinar a INCLUSÃO DO NOME DO EXECUTADO EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. Mas Cadastro de Inadimplente não é realizar PROTESTO, é diferente, este é feito para dizer que o título é exigível. O efeito pragmático é o mesmo, porque quando se protesta automaticamente vai para o cadastro de inadimplente, mas o contrario não acontece. São dois institutos com funções em parte diferentes. Então, precisa-se entender que para as execuções em gerais pode escrever em cadastro de inadimplente. E pode protestar todos os títulos? Para Rinaldo Mouzalas sim, inclusive, porque ele defende que a sentença não precisa ser exigível, precisa ser certa, que garanta a existência da obrigação, que às vezes não há exigibilidade. Para o Fórum Permanente de Processualistas Civis, no enunciado nº 190, “O art. 798, § 3°, não veda a inclusão extrajudicial do nome do executado em cadastros de inadimplentes, pelo credor ou diretamente pelo órgão de proteção ao crédito”. Quem fará o protesto ou a inscrição em cadastro de inadimplente? Muitas vezes a parte faz até antes de ingressar com a ação. Apesar de o NCPC deixar claro que o juiz pode fazer, não significa que o exequente não possa, pois seria retira-lo um direito. Com o pagamento deve ser feito o cancelamento de forma imediata. Mas o que é de forma imediata. Para Rinaldo Mouzalas deve ser em 03 (três) dias. Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os atos executivos, e o oficial de justiça os cumprirá. § 1 o O oficial de justiça poderá cumprir os atos executivos determinados pelo juiz também nas COMARCAS CONTÍGUAS, de fácil comunicação, e nas que se situem NA MESMA REGIÃO METROPOLITANA. § 2 o Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego de força policial, o juiz a requisitará. Página 28 de 65 § 3 o A requerimento da parte, o juiz pode determinar a INCLUSÃO DO NOME DO EXECUTADO EM CADASTROS DE INADIMPLENTES. § 4 o A inscrição será CANCELADA IMEDIATAMENTE se for efetuado o pagamento, se for garantida a execução ou se a execução for extinta por qualquer outro motivo. § 5 o O disposto nos §§ 3 o e 4 o aplica-se à execução definitiva de título judicial. - DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAR QUALQUER EXECUÇÃO Seção I – Do Título Executivo O art. 783 do NCPC muda a redação do art. 586 do CPC73. O art. 783, caput, coloca CERTA, LÍQUIDA e EXÍGIVEL. Para Rinaldo Mouzalas, a certeza é muito mais importante que a liquidez, pois não se pode ter um título líquido sem ser certo. O atributo mais importante é a certeza, depois exigibilidade e liquidez. O NCPC deveria ter alterado para estabelecer a ordem adequada, CERTA, EXIGIVEL e LÍQUIDA, pois a liquidez somente será exigida quando a obrigação for de pagar quantia certa. Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título de obrigação CERTA, LÍQUIDA E EXIGÍVEL. O art. 784 do NCPC elenca os títulos executivos extrajudiciais, observe o inciso IV, a inclusão da advocacia pública; o inciso VI, há uma restrição/limitação de seguro de vida apenas para o caso de morte, foi um grande retrocesso, observe que contrato de seguro é impenhorável e não se refere a seguro de vida, houve uma restrição demais, poderia ser só contrato de seguro; o inciso X, o crédito referente às CONTRIBUIÇÕES ORDINÁRIAS OU EXTRAORDINÁRIAS DE CONDOMÍNIO EDILÍCIO, previstas na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde
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