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Curso de Atualização em Processo Civil | 4ª aula - Prof. Rinaldo Mouzalas

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CURSO DE ATUALIZAÇÃO EM PROCESSO CIVIL 
 
4ª Aula – 08/05/2015 e 09/05/2015 
Professor Palestrante: Rinaldo Mouzalas 
Email: rinaldo@mouzalasadvogados.adv.br 
 
No âmbito das discussões sobre o NCPC algumas mudanças foram solicitadas, 
mas não foram atendidas. 
Tentou-se muito afastar a impenhorabilidade do bem de família, mas não se 
conseguiu. Com muito esforço conseguiu-se penhorar parte da remuneração, mas 
quando a remuneração for superior a 50 (cinquenta) salario mínimos, que diríamos que 
no Brasil seria uma exceção rara se ganhar acima desse valor. 
O NCPC é um código muito operacional, analítico, como menos artigos que o 
CPC73, mas com mais especificações que o CPC73, sendo muitas vezes repetitivo em 
determinados procedimentos, quando poderia fazer uma omissão de algo que na nossa 
prática forense já se tem como compreendido. 
O NCPC resolveu não perca por essa omissão, sendo muito operacional. Essas 
legislações mais novas da CF/88 para frente prezam muito por essa operacionalidade. 
Veja que o Código de consumidor, para dar um exemplo, é tão acessível a aqueles que 
fazem a leitura que há um dispositivo que diz que diz que o comerciante, o prestador de 
serviço, o fornecedor tem que colocar um exemplar a disposição para que o consumidor 
possa ter acesso a legislação. Se fosse algo difícil de compreender na verdade não 
adiantava colocar a disposição do consumidor. 
Essa é uma tendência que a nossa legislação vem acompanhando. O NCPC é 
muito compreensível para quem está fazendo a leitura, mas não se pode deixar de dizer 
que esse processo de construção legislativa pode muito vezes se complicar por conta 
dessa forma analítica que é erigido o NCPC. 
Percebe-se que no NCPC na execução ora o legislador vai dizer que há uma 
faculdade do credor fazer a restrição do crédito no cadastro de inadimplentes e ora vai 
dizer que o credor vai ter a possibilidade de fazer o protesto. O legislador quis dizer a 
mesma coisa ou disse coisa diferente? 
É de fato sinônimo ou não? São dois institutos diferentes, embora se possa 
alcançar o mesmo resultado. São pequenas expressões, pequenos vocábulos, que são 
colocados por essa tendência de ser de fato analítico o NCPC, mas que acabam 
causando essa divergência de interpretação e, ainda, precisar fazer essa construção 
normativa com base nas exigências que serão apresentadas no nosso dia a dia. 
 
1 - DA LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA 
 
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia 
ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a requerimento do credor 
ou do devedor: 
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I - por arbitramento, quando determinado pela sentença, 
convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da 
liquidação; 
II - pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar 
e provar fato novo. 
§ 1o Quando na sentença houver uma parte líquida e outra ilíquida, 
ao credor é lícito promover simultaneamente a execução daquela e, 
em autos apartados, a liquidação desta. 
§ 2o Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo 
aritmético, o credor poderá promover, desde logo, o cumprimento da 
sentença. 
§ 3o O Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à 
disposição dos interessados programa de atualização financeira. 
§ 4o Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a 
sentença que a julgou. 
 
As diferenças da liquidação de sentença da legislação do NCPC para o CPC73 
são poucas, são mais diferenças pragmáticas. 
A grande dificuldade que se tem quando vai fazer uma apuração de um valor da 
sentença é se identificar qual será a forma de liquidação se por arbitramento, se por 
artigos. 
E ainda há um questionamento, e o NCPC não contribuiu, em se identificar se a 
realização de cálculos constitui ou não uma forma de liquidação de sentença. No 
capítulo que trata de liquidação de sentença, fala-se dos cálculos no meio da liquidação 
de sentença, mas a gente sabe que não é, porque o cálculo é uma mera condição, 
requisito, para se iniciar a fase cumprimento de sentença. 
Quando se trata de liquidação de sentença, na verdade está fazendo o desenrolar 
de uma segunda ação que tramita no mesmo processo. Um processo que primeiramente 
houve uma solução de um conflito de interesse e numa segunda fase vamos passar por 
uma segunda ação destinada apenas a fazer a apuração que será uma subfase dentro da 
fase de conhecimento de liquidação de sentença. 
Por que se diz que é uma ação? Porque os objetivos são diferentes, se tem 
condições diferenciadas, objetos diferenciados e pedidos formulados diferenciados, mas 
sobre tudo o que me leva a concluir isso é o fato que eu posso ter uma sentença ilíquida 
e para se fazer a liquidação dessa sentença vai se precisar de uma ação de liquidação de 
sentença. 
O NCPC trará uma hipótese a mais que será quando houver sentença estrangeira 
homologada pelo STJ, que se soma a sentença penal condenatória transitada em julgado 
e se soma a sentença arbitral, sempre que elas precisarem, e nem sempre vai precisar, de 
liquidação não se poderá continuar o processo originário terá que se instaurar uma nova 
relação processual a partir do exercício do direito de ação. 
A gente percebe que se pode ter uma ação destinada especificamente para fazer a 
liquidação da sentença que leva a concluir duas ações de regra no mesmo processo, mas 
pode ser que essas ações sejam desdobradas. 
Os cálculos são ou não fase de liquidação de sentença? Para Rinaldo Mouzalas 
não são, não constitui, é apenas um requisito que já inicio no cumprimento de sentença, 
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não precisa destinar uma fase específica do processo ou pelo menos uma parte dessa 
fase para se fazer uma apuração via cálculos. Basta, simplesmente, apresentar os 
cálculos e começar o cumprimento de sentença. 
A dificuldade é na correção dos cálculos. Qual é o sistema mais adequado para 
se poder atualizar os cálculos? O credor naturalmente utilizará o sistema que alcança o 
maior resultado e o devedor o sistema que será o menor resultado. Então, a quem utilize 
o sistema do Banco Central, da Justiça Federal, etc., mas se formos fazer esses cálculos 
em diferentes sistemas alcançaremos resultados diferentes. 
E o que NCPC pensou para eliminar essas discussões em torno dos cálculos que 
demandam muita atividade jurisdicional? O art. 509, §3º, do NCPC dispôs que o 
Conselho Nacional de Justiça desenvolverá e colocará à disposição dos interessados 
programa de atualização financeira. Isso eliminará de fato discussões, impugnação ao 
cumprimento de sentença, tratará da questão do excesso de execução. 
Quando se for iniciar uma liquidação irá se formular também os requerimentos 
observando as exceções, porque em algumas vezes a liquidação será uma ação em autos 
apartados sobre tudo se ela for provisória e, principalmente, quando for liquidada uma 
sentença cuja competência para fazer a liquidação não é daquele juiz que prolatou a 
sentença. Então, têm-se atualmente exceções que são: sentença estrangeira homologada 
pelo STJ; sentença penal condenatória transitada em julgado; sentença arbitral quando 
não forem líquidas; e a decisão estrangeira, após a concessão do exequatur pelo 
Superior Tribunal de Justiça. 
 
Art. 510. Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes 
para a apresentação de pareceres ou documentos elucidativos, no 
prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito, 
observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial. 
 
Quando se inicia uma liquidação por arbitramento, requer-se que seja apenas 
nomeado o perito. A outra parte se não responder concorda com a liquidação por 
arbitramento ese responder, muitas vezes, a resposta estará limitada a dizer: que não 
concorda com a liquidação por arbitramento, que no caso seria outra espécie por artigos; 
ou então que seria desnecessária a liquidação, bastaria a elaboração de meros cálculos. 
Mas se fizer esse requerimento e o juiz compreender que essa seria hipótese de 
realização de liquidação de sentença por arbitramento vai nomear o perito e essa 
nomeação será submetida as partes, que poderão posteriormente falar sobre esse laudo 
pericial. 
O CPC73 deixava omissa essa questão de atuação das partes na liquidação por 
arbitramento. E o NCPC diz que se quiser participar da liquidação por arbitramento 
poderá se pronunciar sobre esses laudos que são apresentados pelo perito e vai poder 
também nomear assistentes técnicos e participar da instrução juntando documentos que 
possam ter acesso ao perito. 
A tônica será de cooperação para a obtenção de um resultado legítimo. O poder 
judiciário estará inibido de produzir decisões que tenham apenas o objetivo de cumprir 
metas no CNJ e passa a ter efeito de fato de resolver os problemas que são apresentados. 
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Repetidamente se ouvirá que o juiz antes de decidir deverá oportunizar as partes o 
contraditório. 
 
Art. 511. Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz 
determinará a intimação do requerido, na pessoa de seu 
ADVOGADO ou da SOCIEDADE DE ADVOGADOS a que estiver 
vinculado, para, querendo, apresentar contestação no prazo de 15 
(quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no 
Livro I da Parte Especial deste Código. 
 
No CPC73 não era claro a possibilidade de se apresentar contestação. Já no 
NCPC na liquidação pode apresentar contestação. Quem deverá ser citado para 
apresenta? Se for continuidade do processo quem vai ser citado é o próprio advogado ou 
sociedade de advogados. 
A possibilidade de citar a sociedade de advogados impede a anulação de atos 
processuais, quando, por exemplo, o advogado citado já tem saído da sociedade de 
advogados, mas há a citação da sociedade de advogados. Ocorrendo a comunicação na 
pessoa da sociedade de advogados a comunicação será valida. 
Na liquidação poderá ocorrer a citação na pessoa do advogado ou na pessoa da 
sociedade de advogados quando ela existir. 
 
Art. 512. A liquidação poderá ser REALIZADA na pendência de 
recurso, processando-se em autos apartados no juízo de origem, 
cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças 
processuais pertinentes. 
 
O art. 512 do NCPC trouxe a mudança de apenas uma palavra, afirma que a 
liquidação poderá ser REALIZADA, enquanto o art. 475-A diz que a liquidação poderá 
ser REQUERIDA. 
E qual a diferença? É a afirmação mais uma vez que além de pedir a realização 
da liquidação, que pode ser inclusive provisória quando houver a pendência de um 
recurso, ela pode ser completamente realizada, independentemente de o recurso ter ou 
não efeito suspensivo. 
Isso é algo colocado na nossa prática, mas que enfrenta uma duplicidade de 
entendimento da doutrina, porque a doutrina colocava no art. 475-A a liquidação só 
poderia ser REQUERIDA, então, não se poderia finalizar na pendencia de recurso. O 
que não é! O que se poderá ter posteriormente é uma prejudicialidade, pois o CPC73 diz 
que provido o recurso a liquidação fica prejudicada. 
O NCPC quando vai tratar tanto da liquidação quanto do cumprimento de 
sentença, mesmo que provido o recurso pode ser que a liquidação seja prejudicada no 
todo ou só em parte, porque pode ser que exista situação que se possa aproveitar aqueles 
elementos basta que se fizesse algum ajuste. 
Por exemplo, no caso de uma indenização que foi interposto recurso de apelação 
e esta reconheceu culpa recíproca e o dever de indenizar não era integral e sim parcial, o 
juiz determinou que a indenização deveria ser arcada em iguais partes entre aquelas que 
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componham a relação processual. Nesse caso não precisaria ser considerada prejudicada 
a liquidação, bastava aquedar os cálculos do perito àquela situação. A jurisprudência já 
vem atuando nesse sentido. 
 
2 - DO CUMPRIMENTO DA SENTENÇA 
 
Sobre o cumprimento de sentença Rinaldo Mouzalas tem um posicionamento 
diferente de outros doutrinadores (Pontes Miranda, Leonardo Carneiro da Cunha, et.), 
cumprimento é quando é voluntário, quando é coercitivo é execução, mas esse não é o 
significado utilizado. 
O significado é que o cumprimento é geral, pode ser voluntario ou coercitivo, 
então, tratar-se-á de uma forma geral. 
 
Art. 513. O cumprimento da sentença será feito segundo as regras 
deste Título, observando-se, no que couber e conforme a natureza da 
obrigação, o disposto no Livro II da Parte Especial deste Código. 
§ 1o O cumprimento da sentença que reconhece o dever de pagar 
quantia, provisório ou definitivo, far-se-á a requerimento do 
exequente. 
§ 2o O devedor será intimado para cumprir a sentença: 
I - pelo Diário da Justiça, NA PESSOA DE SEU ADVOGADO 
constituído nos autos; 
 
Irá continuar a mesma tendência, veja no art. 513 do NCPC, o devedor será 
intimado pelo diário da justiça pelo advogado constituído nos autos, mais uma vez é 
colocado o advogado como o sujeito de cooperação da atividade processual. O 
advogado terá o encargo de participar da atividade processual com o objetivo de 
propiciar que a atividade jurisdicional seja realizada em tempo razoável e não prolatada, 
declarada apenas como se dizia no CPC73, tem que ser realizada. 
 
Art. 513. [...] 
II - por carta com aviso de recebimento, quando representado pela 
Defensoria Pública ou quando não tiver procurador constituído nos 
autos, ressalvada a hipótese do inciso IV; 
III - por meio eletrônico, quando, no caso do § 1o do art. 246, não 
tiver procurador constituído nos autos 
IV - por edital, quando, citado na forma do art. 256, tiver sido revel 
na fase de conhecimento. 
§ 3o Na hipótese do § 2o, incisos II e III, considera-se realizada a 
intimação quando o devedor houver mudado de endereço sem prévia 
comunicação ao juízo, observado o disposto no parágrafo único do 
art. 274. 
§ 4o Se o requerimento a que alude o § 1o for formulado após 1 (um) 
ano do trânsito em julgado da sentença, A INTIMAÇÃO SERÁ 
FEITA NA PESSOA DO DEVEDOR, por meio de carta com aviso de 
recebimento encaminhada ao endereço constante dos autos, 
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observado o disposto no parágrafo único do art. 274 e no § 3o deste 
artigo. 
 
Pode ocorrer de a parte demorar muito para solicitar o cumprimento de sentença. 
No CPC73 prevê que se não requerido o processo será arquivado no prazo de 6 (seis) 
meses e o advogado com procuração ainda continua a ser intimado nesse processo. 
O §4º do art. 513 do NCPC tomou providência para que após 1 (um) ano do 
trânsito em julgado da sentença, a INTIMAÇÃO seja FEITA NA PESSOA DO 
DEVEDOR. Logo, não é mas na pessoa do advogado, então, ele não terá mais essa 
responsabilidade de ficar acompanhando de forma indefinida até alcançar o prazo 
prescricional se não foi pedido o cumprimento no prazo de 1 (um) ano. 
 
Art. 513. [...] 
§ 5o O cumprimento da sentença não poderá ser promovido em face 
do fiador, do coobrigado ou do corresponsável que não tiver 
participado da fase de conhecimento. 
 
Então, se foi feito a opção de instaurar contra apenas o fiador, garantidor, que 
não participou da fase conhecimento, naturalmente, não poderá participar da fase de 
cumprimento de sentença. Isso, porque quando se trata da execução fundada em título 
executivo extrajudicial não terá essa problemática, a integração posterior não terá 
nenhum prejuízo, mas no cumprimento de sentençaterá, pois estaria se afastando delas 
absolutamente a oportunidade de se defender. 
Quer dizer que eles não teriam mais responsabilidade? Não. Está se dizendo que 
eles não podem mais participar da fase de cumprimento de sentença. Se quiser 
reconhecer responsabilidade contra um desses sujeitos terá que entrar com uma nova 
ação para reconhecer se de fato eles tinham ou não obrigação frente ao credor para que 
possa ser executado. E isso se não for alcançado também pela prescrição. 
No plano fático isso já não vem ocorrendo a integração por quem não participou 
do processo. 
 
Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á 
de acordo com os artigos previstos neste Título: 
 
Acerca dos TÍTULOS JUDICIAS, previsto no art. 515 do NCPC, ocorreu mais 
foi uma questão de correção de termos técnicos ou de transformar no gênero para que 
depois se tenha as espécies e integração. 
 
Art. 515. [...] 
I - as decisões proferidas no processo civil que RECONHEÇAM A 
EXIGIBILIDADE de obrigação de pagar quantia, de fazer, de não 
fazer ou de entregar coisa; 
II - a decisão homologatória de autocomposição judicial; 
III - a decisão homologatória de autocomposição extrajudicial de 
qualquer natureza; 
Página 7 de 65 
 
IV - o formal e a certidão de partilha, exclusivamente em relação ao 
inventariante, aos herdeiros e aos sucessores a título singular ou 
universal; 
V - o crédito de auxiliar da justiça, quando as custas, emolumentos ou 
honorários tiverem sido aprovados por decisão judicial; 
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado; 
VII - a sentença arbitral; 
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de 
Justiça; 
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do 
exequatur à carta rogatória pelo Superior Tribunal de Justiça; 
X - (VETADO). 
 
No inciso I do art. 515 do NCPC traz algo que aparentemente repete no CPC73, 
mas para Rinaldo Mouzalas há um grande receio, uma involução, mesmo que tenha sido 
involuntária. Há um erro pouco perceptível, uma incoerência dentro do próprio sistema, 
sobre tudo se fizer uma comparação com o art. 514 com o art. 515, I do NCPC. 
O art. 475-N do CPC73 diz que são títulos executivos judiciais a sentença 
produzida no processo civil que reconheça a EXISTÊNCIA de obrigação de fazer, não 
fazer, entregar coisa ou pagar quantia. Fala-se em EXISTÊNCIA. 
Só que o art. 515, I, do NCPC trata de sentença que reconheça a 
EXIGIBILIDADE. Pode-se ter título executivo que não seja exequível, são coisas 
diferentes. O que precisa ter no título executivo é apenas um atributo o da CERTEZA, 
pois o atributo da exigibilidade pode ser demonstrado posteriormente. 
Veja por exemplo o art. 514 do NCPC: 
 
Art. 514. Quando o juiz decidir relação jurídica sujeita a condição ou 
termo, o cumprimento da sentença dependerá de demonstração de que 
se realizou a condição ou de que ocorreu o termo. 
 
Quando ocorre a condição ou termo o título passa a ser exigível, então, a 
exigibilidade não precisa ser reconhecida pela sentença. Ela pode ser reconhecida em 
momento posterior. Isso foi de fato um equívoco, mas não deixa achar que as sentenças 
que reconhece a existência, mas não exigibilidade não seriam títulos executivos. São 
sim! E tanto são que essa é a única forma de interpretar harmoniosamente o art. 514 do 
NCPC. 
O inciso II do art. 515 do NCPC resolveu tratar do gênero, transformou o 
conceito mais aberto para advindo uma nova espécie de autocomposição possa ter uma 
disposição expressa que comtemple. 
O inciso V do art. 515 do NCPC traz uma correção, pois se observar o art. 585 
do CPC73 este diz que são títulos extrajudiciais e não judiciais. Há um reconhecimento 
de que existia um equívoco e com isso foi posto de forma clara como deve ser a atuação 
dos juízes e dos advogados na atividade cognitiva durante o processo de execução, 
porque quando se tem um título executivo extrajudicial a execução pode ser embargada 
e nesses embargos a amplitude de cognição é muito maior que na impugnação ao 
cumprimento de sentença. 
Página 8 de 65 
 
Na impugnação ao cumprimento de sentença as matérias são exclusivamente 
aquelas que ocorreram posteriormente a sentença ou aquelas que não pude alegar, por 
exemplo, a falta de citação quando o processo correu a revelia. Quando a execução é 
fundada em título executivo extrajudicial o plano de argumentação é muito amplo, 
pode-se alegar qualquer das questões que poderia ter sido alegado no processo de 
conhecimento, há uma postergação do contraditório, o que não acontece na impugnação 
ao cumprimento de sentença, neste há apenas uma possibilidade de se discutir em 
impugnação matérias que não teve a oportunidade de se discutir na fase de 
conhecimento. 
Essa é uma correção em relação ao CPC73. 
 
Art. 515. [...]§ 1o Nos casos dos incisos VI a IX, O DEVEDOR SERÁ 
CITADO no juízo cível para o cumprimento da sentença ou para a 
liquidação no prazo de 15 (quinze) dias. 
 
Nos casos de sentença penal condenatória transitada em julgado, sentença 
arbitral, sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça, decisão 
interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior 
Tribunal de Justiça, quando se pede cumprimento da sentença, pelo fato de o juízo 
competente não ser o juízo que prolatou a sentença, vai ter nisso uma nova relação 
processual, instaurada a partir do direito de ação, a parte adversa não será mais chamada 
de devedora será chamada de executada. 
Observe que nestes artigos não se fala mais em devedor e credor, mas sim 
exequente e executado e justamente, porque nem sempre quem é exequente é credor e 
quem é executado é devedor. Então foi feita essa correção. 
Nesses casos (incisos VI a IX do art. 515 do NCPC) exercitará o direito de ação 
que dará início uma nova relação processual que caminhará em outro juízo, diverso do 
que prolatou o título, como iniciará a relação processual as partes executadas serão 
citadas. Havia certa omissão no CPC73, porque se dizia que as serão intimadas. 
 
Art. 516. O cumprimento da sentença efetuar-se-á perante: 
I - os tribunais, nas causas de sua competência originária; 
II - o juízo que decidiu a causa no primeiro grau de jurisdição; 
III - o juízo cível competente, quando se tratar de sentença penal 
condenatória, de sentença arbitral, de sentença estrangeira ou de 
acórdão proferido pelo Tribunal Marítimo. 
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o exequente 
PODERÁ OPTAR PELO JUÍZO do atual domicílio do executado, 
pelo juízo do local onde se encontrem os bens sujeitos à execução ou 
pelo juízo do local onde deva ser executada a obrigação de fazer ou 
de não fazer, casos em que a remessa dos autos do processo será 
solicitada ao juízo de origem. 
 
No art. 516, § único, do NCPC há uma questão interessante para facilitar o 
cumprimento da sentença em afirmação àquele princípio que diz que a execução deve 
Página 9 de 65 
 
correr para atender os interesses do exequente. É um princípio que orienta a execução, 
que deverá se desenvolver para entender os interesses do exequente. 
Para alguns, pode pensar até mesmo sobre aquele velho dogma que foi 
construído no CPC73 que diz a execução deve caminhar da forma menos onerosa para o 
executado. Isso foi até 2005, porque em 2005 teve modificação legislativa que diz que a 
execução deve caminhar sobre os interesses do credor. 
Só precisa harmonizar com os interesses do devedor quando se tenha mais de 
uma forma igualmente eficaz ou até de uma forma mais eficaz diferente daquela que foi 
pedida pelo exequente. 
Perceberá que quando executadodiz que a execução deverá recair sobre outro 
bem ou outra forma o executado terá o ônus de dizer qual é a forma, porque é mais 
benéfica, quais são os bens e porque sobre eles tem que recair para ser uma execução 
tão ou mais eficaz que a requerida pelo exequente. 
A priori a execução corre no interesse do exequente, por isso o art. 516, § único 
do NCPC aponta situações que evitam comunicações de atos processuais, evitando 
comunicação por carta, dando uma maior efetividade e celeridade da atividade 
executiva. 
Há uma preocupação de uma atividade mais incisiva por parte do exequente, por 
exemplo, na penhora em dinheiro o executado não precisa ser avisada previamente não. 
Não há apenas essa preocupação, como se via em 2005, com a dignidade 
humana da pessoa do executado-devedor, há também a preocupação com dignidade da 
pessoa humana do credor que muita vezes é muito mais prejudicado que o próprio 
executado. 
Essa forma de se ver unilateralmente o processo é muito ultrapassada. A própria 
CF/88 diz que todas são iguais, por que vou tratar de uma melhor forma o executado em 
relação exequente? O exequente tem uma presunção de certeza do direito a prestação, 
então, a ele é que tem que ser dado a preferência. 
O NCPC rompe com essa barreira e prevalece o direito de quem tem direito a 
prestação. 
 
Art. 518. Todas as questões relativas à VALIDADE DO 
PROCEDIMENTO de cumprimento da sentença e dos atos executivos 
subsequentes poderão ser arguidas pelo executado nos próprios 
autos e nestes serão decididas pelo juiz. 
 
No art. 518 do NCPC há um desalentamento das atividades temerárias que não 
sejam no mínimo razoáveis, as questões de validade e procedimento do cumprimento de 
sentença poderão ser discutidas nos próprios autos. 
 
 
 
 
 
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- DO CUMPRIMENTO PROVISÓRIO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A 
EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA 
 
Art. 520. [..] 
§ 3o Se o executado comparecer tempestivamente e DEPOSITAR o 
valor, com a finalidade de isentar-se da multa, o ato não será havido 
como incompatível com o recurso por ele interposto. 
 
A grande preocupação de quem está sendo executado é a realização do depósito 
e este ser compreendido como pagamento. Aí existe uma preclusão lógica no sentido de 
não poder apresentar a impugnação ao cumprimento da sentença. O §3º do art. 520 do 
NCPC deixa muito claro que não está se efetuando pagamento e sim depósito que é 
diferente de pagamento, neste se quer a extinção da obrigação e com o deposito está 
garantindo o eventual cumprimento da obrigação. 
E essa atividade passa a ser boa tanto para exequente quanto para o executado, 
por isso é trazido de forma muito mais clara no NCPC. Não se está dizendo que no 
CPC73 não se possa fazer, mas no NCPC isso é muito mais claro. 
Para o executado isenta o pagamento da multa e juros de mora e para o 
exequente será uma maravilha, pois não terá mais dificuldade para o cumprimento da 
sentença e não terá mais que localizar bens passíveis de penhora. 
É norma que visa estimular, uma verdadeira promessa de recompensa. 
 
Art. 521. A caução prevista no inciso IV do art. 520 poderá ser 
dispensada nos casos em que: 
I - o crédito for de natureza alimentar, INDEPENDENTEMENTE 
DE SUA ORIGEM; 
II - o credor demonstrar situação de necessidade; 
III - pender o agravo fundado nos incisos II e III do art. 1.042; 
IV - a sentença a ser provisoriamente cumprida estiver em 
consonância com súmula da jurisprudência do Supremo Tribunal 
Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade 
com acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. 
 
O art. 521, inciso I, do NCPC trará a questão da caução e vai dizer que para a 
execução provisória de obrigação de pagar quantia certa quando o crédito é alimentar 
não depende de caução, INDEPENDENTEMENTE DE SUA ORIGEM. 
Atualmente, isso é uma questão que se discute, pois pode haver prestações 
alimentares que decorra de laços familiares ou de um ilícito. Quando o CPC73 fala 
apenas que é dispensado a caução que se refere à natureza alimentar poder-se-ia dar a 
interpretação que essa natureza alimentar seria apenas do dever familiar de prestar 
alimentos, porque se tem consequência jurídica diferentes algumas vezes a depender da 
natureza da obrigação que gera os alimentos. Por exemplo, os alimentos decorrentes de 
ato ilícito não pode ensejar a medida coercitiva de prisão civil, já o de laço familiar 
pode. Há um tratamento diferente. 
Então, para que não tenha essa possibilidade de se dar interpretação e de se 
acreditar que essa dispensa de caução na execução provisória envolve apenas os 
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alimentos decorrentes dos laços familiares o NCPC dispõe que seja 
INDEPENDENTEMENTE DE SUA ORIGEM. 
O art. 521, inciso IV, do NCPC deduz que se dispensará a caução se a sentença a 
ser provisoriamente cumprida estiver em consonância com súmula da jurisprudência do 
Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça ou em conformidade com 
acórdão proferido no julgamento de casos repetitivos. 
Isso é a questão da evidência. O CPC73 trabalha com a tutela de evidência, mas 
o art. 273, inciso II, deduz que poderá ser concedida a tutela antecipada quando ficar 
caracterizado o abuso do direito de defesa e o manifesto propósito protelatório do réu. 
Isso é tutela de evidência. 
Quando se defende algo contra súmula do STF e STJ, contra jurisprudência 
unificada isso é abuso do direito de defesa, então, não pode pretender usufruir o bem 
jurídico da parte autora se está abusando do direito de se defender, deve ser concedida a 
tutela de evidência. 
O juiz quando verifica uma situação dessas deve privilegiar a evidência e 
quando evidente deve ser utilizada para inibir uma atividade contrária da outra parte. É 
isso que faz aqui. 
Se a execução é provisória, mas a sentença que se esta a executar 
provisoriamente está de acordo com súmula e enunciado do STF e STJ ou com 
julgamento em casos repetitivos vai se ter uma evidência que possibilitará uma dispensa 
de caução. 
Só se exigiria a caução quando houver uma possibilidade de risco de dano 
irreparável ou de difícil reparação, mas se esse risco é mitigado tendo em vista a 
amplitude da evidência dispensa-se a caução é o que diz o legislador. 
Isso é atual no CPC73? Sim, mas seria necessário um esforço hermenêutico para 
chegar a essa proposição, não é o que se vê no nosso dia a dia forense. No dia a dia 
forense se pega o código e interpreta como está e, muitas vezes, a interpretação literal já 
é uma boa interpretação. Então, fazer um esforço hermenêutico para se chegar a essa 
proposição como está não é para qualquer um, vai se precisar de um diferencial para se 
chegar nisso, a considerar que a evidência afasta o risco pela parte contrária. 
 
Art. 521. [...] 
Parágrafo único. A EXIGÊNCIA DE CAUÇÃO SERÁ mantida 
quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave dano de 
difícil ou incerta reparação. 
 
No § único do art. 521 do NCPC coloca-se uma CLÁUSULA GERAL ao dizer 
que apesar dessa situação se houver manifesto risco de grave dano de difícil ou incerta 
reparação a caução será mantida. Isso é para dar um contrapeso, pois não se pode dizer 
que quando há o precedente é evidente, é uma regra. 
Na aplicação do precedente tem que observar se há algum fator de distinção 
(distinguish) ou de superação (overrruling). Pode acontecer de a jurisprudência ter sido 
firmada em um sentido, mas o judiciário tende a mudar aquela jurisprudência. E, muitas 
vezes, tende a acontecer que quando vai mudar ele dá um sinal e isso é chamando de 
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sinalis. Por exemplo, de fatoestá sendo decido assim, mas reconheço que há uma 
questão nova que nos futuros casos seja julgado de forma diferente. 
Exemplo, estar-se-á executar provisoriamente uma sentença que impôs 
obrigação de pagar quantia com base num precedente de qualidade que é uma súmula 
ou enunciado de súmula ou que é um julgamento de caso repetitivo, mas o tribunal 
superior – STF ou STJ – já deu sinal que vai haver uma superação desse precedente, 
então pode ser que mesmo tendo essa evidência o juiz mantenha a caução, porque há 
sinal de mudança do entendimento da jurisprudência. 
 
Art. 522. O cumprimento provisório da sentença será requerido por 
petição dirigida ao juízo competente. 
Parágrafo único. Não sendo eletrônicos os autos, a petição será 
acompanhada de cópias das seguintes peças do processo, cuja 
autenticidade poderá ser certificada pelo próprio advogado, sob sua 
responsabilidade pessoal: 
I - DECISÃO EXEQUENDA; 
A diferença de entre decisão, sentença e acordão. 
II - certidão de interposição do recurso não dotado de efeito 
suspensivo; 
III - procurações outorgadas pelas partes; 
IV - decisão de habilitação, se for o caso; 
V - facultativamente, outras peças processuais consideradas 
necessárias para demonstrar a existência do crédito. 
 
No art. 522 do NCPC há uma alusão do processo eletrônico. Se busca realizar 
uma execução provisória e o processo é eletrônico não precisa formar o instrumento, 
basta formular um simples requerimento, porque o processo eletrônico está disponível 
tanto para o tribunal quanto para o juiz de primeira instância. 
Então, se tem um processo eletrônico que está disponível a todos não precisa se 
formar um instrumento para a execução provisória. Esse instrumento só é preciso 
quando o processo é físico, porque, levando em consideração que o processo está no 
tribunal, para se executar provisoriamente será necessário formar um instrumento com 
peças mínimas para que o juiz da primeira instância possa dar cumprimento à execução 
provisória. 
O art. 475-O do CPC73 diz que esse instrumento deve ser formado por 
SENTENÇA OU ACORDÃO EXEQUENDO e no art. 522, § único, inciso I, do NCPC 
diz que o instrumento deve ser formado entre outros pela DECISÃO EXEQUENDA. 
Observa-se que houve uma modificação não se fala mais só de SENTENÇA ou de 
ACÓRDÃO, se fala de DECISÃO EXEQUENDA. 
E qual a diferença entre DECISÃO EXEQUENDA, SENTENÇA e 
ACÓRDÃO? No NCPC há um fortalecimento dos atos decisórios, sobre tudo, das 
decisões interlocutórias, com o NCPC se está pronto para julgar determinado capítulo, 
julga-se não precisa esperar para o ato de sentença. Então, por decisão exequenda tem 
que se entender qualquer tipo de ato decisório, não só sentença e acórdão, mas, 
inclusive, a decisão interlocutória, a decisão monocrática. 
 
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- DO CUMPRIMENTO DEFINITIVO DA SENTENÇA QUE RECONHECE A 
EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA 
 
Art. 523. No caso de condenação em quantia certa, ou já fixada em 
liquidação, e no caso de decisão sobre parcela incontroversa, o 
cumprimento definitivo da sentença far-se-á a requerimento do 
exequente, sendo o executado intimado para pagar o débito, no prazo 
de 15 (quinze) dias, acrescido de custas, se houver. 
§ 1o Não ocorrendo pagamento voluntário no prazo do caput, o 
débito será acrescido de multa de dez por cento e, também, de 
HONORÁRIOS DE ADVOGADO DE DEZ POR CENTO. 
§ 2o Efetuado o pagamento parcial no prazo previsto no caput, a 
multa e os honorários previstos no § 1o incidirão sobre o restante. 
§ 3o Não efetuado tempestivamente o pagamento voluntário, será 
expedido, desde logo, mandado de penhora e avaliação, seguindo-se 
os atos de expropriação. 
 
O art. 523 do NCPC diz que o cumprimento definitivo pode ser da parcela 
incontroversa. Estar-se-á admitindo que a interposição de um recurso, que não discute a 
integralidade do direito a prestação que a parte apelada teve reconhecido via sentença, 
na parte incontroversa segue a execução definitiva. 
Então, mesmo que haja uma pendência de recurso, mas o efeito devolutivo não é 
amplo o suficiente para tornar controvertido todo o objeto que foi resolvido pela 
sentença, quanto à parte incontroversa naturalmente a execução é definitiva. 
O § 1º do art. 523 do NCPC determina que o não pagamento voluntário no prazo 
enseja MULTA de 10% e HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS em 10%. Veja que há um 
desestímulo. 
 
Art. 524. O requerimento previsto no art. 523 será instruído com 
demonstrativo discriminado e atualizado do crédito, devendo a 
petição conter: 
I - o nome completo, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas 
Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica do exequente e 
do executado, observado o disposto no art. 319, §§ 1o a 3o; 
II - o índice de correção monetária adotado; 
III - os juros aplicados e as respectivas taxas; 
IV - o termo inicial e o termo final dos juros e da correção monetária 
utilizados; 
V - a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso; 
VI - especificação dos eventuais descontos obrigatórios realizados; 
VII - indicação dos bens passíveis de penhora, sempre que possível. 
§ 1o Quando o valor apontado no demonstrativo aparentemente 
EXCEDER OS LIMITES DA CONDENAÇÃO, a execução será 
iniciada pelo valor pretendido, mas A PENHORA TERÁ POR BASE A 
IMPORTÂNCIA QUE O JUIZ ENTENDER ADEQUADA. 
§ 2o Para a verificação dos cálculos, o juiz poderá valer-se de 
contabilista do juízo, que terá o prazo máximo de 30 (trinta) dias para 
efetuá-la, exceto se outro lhe for determinado. 
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§ 3o Quando a elaboração do demonstrativo depender DE DADOS 
EM PODER DE TERCEIROS OU DO EXECUTADO, o juiz poderá 
requisitá-los, sob cominação do crime de desobediência. 
§ 4o Quando a complementação do demonstrativo depender de dados 
adicionais em poder do executado, o juiz poderá, a requerimento do 
exequente, requisitá-los, fixando prazo de até 30 (trinta) dias para o 
cumprimento da diligência. 
§ 5o Se os dados adicionais a que se refere o § 4o não forem 
apresentados pelo executado, sem justificativa, no prazo designado, 
reputar-se-ão corretos os cálculos apresentados pelo exequente 
apenas com base nos dados de que dispõe. 
 
O inciso I do art. 524 diz que no requerimento deve conter o nome completo, o 
número do CNPJ ou CPF do exequente e do executado. Isso não deve está na petição 
inicial? Deve, mas há uma ressalva quando não pode trazer essas informações não será 
necessário, até porque não se pode censurar o direito de ação, simplesmente, porque não 
se sabe o número do CPF ou CNPJ da parte. 
Muitas vezes, quando se está nesta etapa a outra parte já trouxe essa informação, 
documento, procuração com essas informações. E a parte exequente já tem como assim 
fazer, facilitando a execução, porque o primeiro bem a ser penhora será dinheiro, a 
preferência, e para alcançar será CPF e CNPJ. 
O requerimento deverá conter demonstrativo discriminado e atualizado do 
cálculo, que deverá conter no mínimo os requisitos do art. 524, inciso II a VI, do NCPC. 
A presença dos requisitos da possibilidade do executado verificar se os cálculos foram 
feitos com acerto ou não. Tanto o exequente quanto o executado se eles estão 
contestando ou pedindo valores deve apresentar os requisitos mínimos definidos em lei. 
No inciso VII do art. 524 do NCPC ratifica a questão que a execução tramita no 
interesse do exequente, porque deduz que deverá ter a indicação de bens passiveis de 
penhora sempre que possível, mas essa indicação é feita pelo exequente e não pelo 
executado. 
O §1º do art. 524 do NCPC diz algo que é claro no CPC73, mas sempre que 
havia cumulação de matériade defesa chegava a certa complicação, porque o CPC73 
diz que quando alega excesso de execução tem que dizer qual é o valor incontroverso e 
justificar os cálculos se não fizer isso o argumento não será conhecido. 
O problema era quando levado esse argumento acrescido de outro, por exemplo, 
quando diz que há excesso de execução e penhora incorreta, dois argumentos. E, nesse 
caso, porque não apresentado a memória de cálculo com o valor adequado não seria 
conhecida a impugnação ou não seria conhecido o argumento? Pelo §1º do art. 524 do 
NCPC não seria conhecido o argumento apenas. 
No CPC73 quando alega excesso de execução o executado vai dizer qual é o 
valor executado e a penhora recaia sobre o valor pelo executado apontado, mas a 
execução tramita sobre o valor total apontado pelo exequente até que seja apurada essa 
diferente. 
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No §1º do art. 524 do NCPC diz que se o juiz verificar que há um excesso a 
execução não irá correr a execução pelo valor indicado pelo exequente vai correr pelo 
valor indicado pelo juiz, que evitará o cometimento de abuso. 
Muitas vezes o exequente colocava o valor na execução bem acima e detonava o 
executado, quando muitas vezes queria fazer um acordo melhor. Então, o juiz quando 
entender que há um excesso manifesto pelos cálculos apresentados pelo exequente irá 
dizer o valor que deve recair a penhora e não pelo valor que entende ser manifesto. 
O § 2º do art. 524 do NCPC estabelece que para a verificação dos cálculos, o 
juiz poderá valer-se de contabilista do juízo, que poderá ser a contadoria judicial ou 
outra pessoa indicada por ele. 
O § 3º do art. 524 muda o paradigma, pois o CPC73 quando para apresentação 
dos cálculos depende do executado e este não apresenta os dados o exequente faz o 
cálculo e detona o executado, mas com o NCPC se os dados estiverem em poder de 
terceiros ou do executado, o juiz poderá requisitá-los, sob COMINAÇÃO DO CRIME 
DE DESOBEDIÊNCIA. 
Agora, se o executado assumir as consequências do crime de desobediência? O 
exequente apresentará os cálculos desde que tenha bases mínimas para alcançar o 
convencimento do juiz sobre o valor, conforme o §5º do art. 524 do NCPC. 
E se não houver dados mínimos? Não tem como executar. 
 
Art. 525. Transcorrido o prazo previsto no art. 523 sem o pagamento 
voluntário, inicia-se o prazo de 15 (quinze) dias para que o 
executado, INDEPENDENTEMENTE DE PENHORA OU NOVA 
INTIMAÇÃO, apresente, nos próprios autos, sua impugnação. 
§ 1o Na impugnação, o executado poderá alegar: 
I - falta ou nulidade da citação se, na fase de conhecimento, o 
processo correu à revelia; 
II - ilegitimidade de parte; 
III - inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; 
IV - penhora incorreta ou avaliação errônea; 
V - EXCESSO DE EXECUÇÃO OU CUMULAÇÃO INDEVIDA 
DE EXECUÇÕES; 
Não pode ter a cumulação de execuções que estão sob rito diferente. 
VI - incompetência absoluta ou relativa do juízo da execução; 
VII - qualquer causa modificativa ou extintiva da obrigação, como 
pagamento, novação, compensação, transação ou prescrição, desde 
que supervenientes à sentença. 
§ 2o A alegação de impedimento ou suspeição observará o disposto 
nos arts. 146 e 148. 
§ 3o Aplica-se à impugnação o disposto no art. 229. 
§ 4o Quando o executado alegar que o exequente, em excesso de 
execução, pleiteia quantia superior à resultante da sentença, cumprir-
lhe-á declarar de imediato o valor que entende correto, apresentando 
demonstrativo discriminado e atualizado de seu cálculo. 
§ 5o Na hipótese do § 4o, não apontado o valor correto ou não 
apresentado o demonstrativo, a impugnação será liminarmente 
rejeitada, se o excesso de execução for o seu único fundamento, ou, se 
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houver outro, a impugnação será processada, mas o juiz não 
examinará a alegação de excesso de execução. 
§ 6o A apresentação de impugnação não impede a prática dos atos 
executivos, inclusive os de expropriação, podendo o juiz, a 
requerimento do executado e desde que garantido o juízo com 
penhora, caução ou depósito suficientes, atribuir-lhe efeito 
suspensivo, se seus fundamentos forem relevantes e se o 
prosseguimento da execução for manifestamente suscetível de causar 
ao executado grave dano de difícil ou incerta reparação. 
§ 7o A concessão de efeito suspensivo a que se refere o § 6o não 
impedirá a efetivação dos atos de substituição, de reforço ou de 
redução da penhora e de avaliação dos bens. 
§ 8o Quando o EFEITO SUSPENSIVO atribuído à impugnação 
disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta 
prosseguirá quanto à parte restante. 
§ 9o A concessão de efeito suspensivo à impugnação deduzida por 
um dos executados não suspenderá a execução contra os que não 
impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito 
exclusivamente ao impugnante. 
§ 10. Ainda que atribuído efeito suspensivo à impugnação, é lícito ao 
exequente requerer o prosseguimento da execução, oferecendo e 
prestando, nos próprios autos, caução suficiente e idônea a ser 
arbitrada pelo juiz. 
§ 11. As questões relativas a fato superveniente ao término do prazo 
para apresentação da impugnação, assim como aquelas relativas à 
validade e à adequação da penhora, da avaliação e dos atos 
executivos subsequentes, podem ser arguidas por simples petição, 
tendo o executado, em qualquer dos casos, o prazo de 15 (quinze) dias 
para formular esta arguição, contado da comprovada ciência do fato 
ou da intimação do ato. 
§ 12. Para efeito do disposto no inciso III do § 1o deste artigo, 
considera-se também inexigível a obrigação reconhecida em título 
executivo judicial fundado em lei ou ato normativo considerado 
inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal, ou fundado em 
aplicação ou interpretação da lei ou do ato normativo tido pelo 
Supremo Tribunal Federal como incompatível com a Constituição 
Federal, em controle de constitucionalidade concentrado ou difuso. 
§ 13. No caso do § 12, os efeitos da decisão do Supremo Tribunal 
Federal poderão ser modulados no tempo, em atenção à segurança 
jurídica. 
§ 14. A decisão do Supremo Tribunal Federal referida no § 12 DEVE 
SER ANTERIOR AO TRÂNSITO EM JULGADO da decisão 
exequenda. 
§ 15. Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em 
julgado da decisão exequenda, caberá AÇÃO RESCISÓRIA, cujo 
prazo será contado do trânsito em julgado da decisão proferida pelo 
Supremo Tribunal Federal. 
 
Conforme o art. 525 do NCPC o prazo para apresentar a impugnação ao 
cumprimento de sentença é de 15 dias, INDEPENDENTEMENTE DE PENHORA OU 
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NOVA INTIMAÇÃO. Isso é uma grande novidade, pois não era o entendimento do 
STJ, que entendia ser indispensável a penhora, embora o CPC73 dissesse que quando 
realizada a penhora tem-se 15 dias para impugnar, mas não está dizendo que a penhora é 
requisito para apresentar a impugnação não. Então, para o NCPC é independentemente 
de penhora ou nova intimação para apresentação de impugnação. 
Nesse art. 525 há algumas inclusões como a do inciso V, §1º, do art. 525 do 
NCPC, que já era matéria de embargos no CPC73 que deduz que não pode haver 
cumulação indevida de execuções, por exemplo, execuções que tramitam sobre ritos 
diferentes, execução de pagar quantia com execução de obrigação de fazer, os atos 
processuais são completamente distintos, não pode haver cumulação de execuções de 
rito diferentes nos mesmos autos, se houver cumulação indevida vai ser objeto de 
impugnação no cumprimento de sentença. 
Há a inclusão do inciso VI, §1º, do art. 525 do NCPC que trata da incompetência 
absoluta ou relativa do juízo da execução que poderá seralegada na impugnação ao 
cumprimento da sentença. Salientando-se que a incompetência relativa vai compor a 
peça de impugnação e não será mais apresentada como exceção pelo executado. O 
processo foi simplificado, afastou essas formalidades. 
Para o NCPC diz que os pedidos limitará a atividade do juiz, mas para Rinaldo 
Mouzalas a atividade do juiz é limitada pelas afirmações das partes, porque o juiz 
poderá decidir aquilo que é prejudicial nas relações jurídicas e formaram inclusive coisa 
julgada. 
Para Rinaldo Mouzalas a sentença de improcedência pode ser título executivo 
extrajudicial. Exemplo, ajuíza-se uma ação de declaração de inexistência de débito e 
essa ação é julgada improcedente. Está dizendo o que? Que o crédito existe, ainda, que 
o promovido não seja condenado. A atividade jurisdicional não existe para atender os 
interesses do autor, mas sim das partes. 
A questão prejudicial desde que seja objeto de debate e desde que o juiz seja 
compete vai formar ali coisa julgada. 
O §8º do art. 525 do NCPC que quando o EFEITO SUSPENSIVO atribuído à 
impugnação disser respeito apenas a parte do objeto da execução, esta prosseguirá 
quanto à parte restante. Pelo CPC73 compreende-se que pode emprestar efeito 
suspensivo a impugnação. Mas pode emprestar a impugnação por completo ou parte? 
Isso não está muito claro por essa questão da operacionalidade do processo civil. Foi 
colocado pelo §8º do art. 525 que pode ser emprestado apenas a parte. 
E no § 9º do art. 525 do NCPC a concessão de efeito suspensivo à impugnação 
deduzida por um dos executados não suspenderá a execução contra os que não 
impugnaram, quando o respectivo fundamento disser respeito exclusivamente ao 
impugnante. Nesse caso, observa-se que há a possibilidade de atribuir a aplicação do 
efeito suspensivo tanto a parte do objeto (elemento objetivo) como a partes do processo 
(elemento subjetivo). 
No § 11 do art. 525 do NCPC, traz algo que não contem no CPC73, mas que é 
admitido e a doutrina possibilita essa situação. A impugnação ao cumprimento de 
sentença deve versa sobre as questões que são supervenientes a sentença, pelo menos 
essa é uma regra, então, tudo que é objeto da impugnação ao cumprimento de sentença 
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são pelo menos em regra são questões posteriores a sentença, mas pode ser que mesmo 
depois da impugnação ao cumprimento de sentença venham questões supervenientes e 
que devam ser consideradas pelo julgador. 
Essas questões vão ficar sem possibilidade de apresentar por que já precluiu a 
oportunidade de apresentação da impugnação ao cumprimento da sentença? 
Naturalmente que não, porque os fatos supervenientes devem ser considerados para 
atividade jurisdicional. 
Nesse contexto, esclarece o NCPC que não poderá mais apresentar impugnação, 
mas poderá apresentar via simples petição, no prazo de 15 dias, essas questões 
supervenientes que serão objeto da atividade jurisdicional. 
O CPC73 diz que se pode alegar na impugnação ao cumprimento de sentença a 
inexigibilidade do título se considerar também A decretação pelo STF pode ser a 
qualquer momento? Esse era um grande debate da doutrina. 
O § 14 do art. 525 do NCPC coloca de forma clara que só é inexigível o título 
executivo judicial, mesmo que amparado em ato normativo que foi decretado como 
inconstitucional pelo STF, se essa decretação por parte do Supremo já precedia a 
prolação da sentença, se posterior essa decretação de inconstitucionalidade ela não 
atinge a inexigibilidade do título. Isso passou a evitar uma serie de discussões tratada 
em atividade jurisdicional. 
O § 15 do art. 525 do NCPC diz que se for proferida pelo STF decisão 
afirmando que é inconstitucional aquele ato normativo que fundou o título executivo e 
for posterior ao transito em julgado, não se terá a oportunidade de alegar via 
impugnação ao cumprimento de sentença, mas via ação rescisória. Pois, se o STF diz 
que o ato é inconstitucional, a decisão que julgou contra o entendimento do supremo 
violou literal disposição lei, só que a impugnação ao cumprimento de sentença não 
desconstitui e precisaria de uma ação rescisória para desconstituir a decisão. 
 
Art. 526. É lícito ao réu, antes de ser intimado para o cumprimento 
da sentença, comparecer em juízo e oferecer em pagamento o valor 
que entender devido, apresentando memória discriminada do cálculo. 
§ 1o O autor será ouvido no prazo de 5 (cinco) dias, podendo 
impugnar o valor depositado, sem prejuízo do levantamento do 
depósito a título de parcela incontroversa. 
§ 2o Concluindo o juiz pela INSUFICIÊNCIA DO DEPÓSITO, 
sobre a diferença incidirão multa de dez por cento e honorários 
advocatícios, também fixados em dez por cento, seguindo-se a 
execução com penhora e atos subsequentes. 
§ 3o Se o autor não se opuser, o juiz declarará satisfeita a obrigação 
e extinguirá o processo. 
 
O §1º do art. 526 do NCPC apresenta uma questão que não é de consignação em 
pagamento, mas é a mesma sistemática da consignação em pagamento, pois se deposita 
e a parcela incontroversa pode fazer o levantamento. 
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E o §2º do art. 526 do NCPC coloca que se o juiz entende pela 
INSUFICIÊNCIA DO DEPÓSITO, sobre a diferença incidirão multa e honorários 
advocatícios. 
 
- DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A 
EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PRESTAR ALIMENTOS 
 
Art. 528. No cumprimento de sentença que condene ao pagamento de 
prestação alimentícia ou de decisão interlocutória que fixe alimentos, 
o juiz, a requerimento do exequente, mandará intimar o executado 
pessoalmente para, em 3 (três) dias, pagar o débito, provar que o fez 
ou justificar a impossibilidade de efetuá-lo. 
§ 1
o
 Caso o executado, no prazo referido no caput, não efetue o 
pagamento, não prove que o efetuou ou não apresente justificativa da 
impossibilidade de efetuá-lo, o juiz mandará protestar o 
pronunciamento judicial, aplicando-se, no que couber, o disposto no 
art. 517. 
§ 2
o
 Somente a comprovação de fato que gere a impossibilidade 
absoluta de pagar justificará o inadimplemento. 
§ 3
o
 Se o executado não pagar ou se a justificativa apresentada não 
for aceita, o juiz, além de mandar protestar o pronunciamento judicial 
na forma do § 1
o
, decretar-lhe-á a prisão pelo prazo de 1 (um) a 3 
(três) meses. 
§ 4
o
 A prisão será cumprida em regime fechado, devendo o preso 
ficar separado dos presos comuns. 
§ 5
o
 O cumprimento da pena não exime o executado do pagamento 
das prestações vencidas e vincendas. 
§ 6
o
 Paga a prestação alimentícia, o juiz suspenderá o cumprimento 
da ordem de prisão. 
§ 7
o
 O débito alimentar que autoriza a prisão civil do alimentante é o 
que compreende até as 3 (três) prestações anteriores ao ajuizamento 
da execução e as que se vencerem no curso do processo. 
§ 8
o
 O exequente pode optar por promover o cumprimento da 
sentença ou decisão desde logo, nos termos do disposto neste Livro, 
Título II, Capítulo III, caso em que não será admissível a prisão do 
executado, e, recaindo a penhora em dinheiro, a concessão de efeito 
suspensivo à impugnação não obsta a que o exequente levante 
mensalmente a importância da prestação. 
§ 9
o
 Além das opções previstas no art. 516, parágrafo único, o 
exequente pode promover o cumprimento da sentença ou decisão que 
condena ao pagamento de prestação alimentícia no juízo de seu 
domicílio. 
 
O § 1º do art. 528 do NCPC dispõe que o juiz mandará protestar o 
pronunciamento judicial. 
Essa questão do juiz mandar protestar o pronunciamento judicial vocês acham 
que acontece também na execução de obrigação de pagar quantia que não seja de 
alimentos? É a primeiravez que aparece. 
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Para Rinaldo Mouzalas essa é uma medida coercitiva que não tem justificativa 
para se aplicar apenas na prestação alimentícia e que houve uma lacuna axiológica, 
tentou-se privilegiar os alimentos, mas esqueceu-se que essa medida pode ser aplicada 
também a outros casos, basta dizer que há na própria lei dos juizados especiais a 
possibilidade de se pedir o protesto judicial e pedir para remeter ao cadastro de 
inadimplentes. 
Em outras situações o NCPC fala em cadastro de inadimplentes, há um paradoxo 
podendo em ambos os casos o protesto e o cadastro de inadimplentes, independente da 
natureza da obrigação seja ela fundada em alimentos ou não, como é medida coercitiva 
para garantir a realização da prestação que tem o autor pode-se ser utilizada 
independentemente da natureza da obrigação. 
 O § 8º do art. 528 do NCPC diz que quando a penhora recair sobre dinheiro a 
concessão do efeito suspensivo à impugnação não obsta que o exequente levante 
mensalmente a importância da prestação. 
Para Rinaldo Mouzalas era melhor dizer que não tinha efeito suspensivo nesse 
caso, porque o risco mesmo que tem é de alienação de bens, a preferência é o dinheiro, 
se o executado não paga vai preso. A maioria das vezes a penhora numa ação 
alimentícia recai sobre dinheiro e o §8º do art. 528 do NCPC diz que o efeito suspensivo 
não obsta o levantamento em dinheiro, saque do dinheiro que foi depositado em juízo. 
Então, para Rinaldo Mouzalas era melhor dizer que não há efeito suspensivo, mas 
aventa-se uma possibilidade de serem penhorados outros bens diferentemente de 
dinheiro e consequentemente aí teria efeito suspensivo. Isso é incoerente, pois se o 
credor precisa receber os alimentos e com o dinheiro não precisa de efeito suspensivo, 
por que precisaria em outra situação? Pois o §8º do art. 528 do NCPC fala quando a 
penhora recair em dinheiro e não falou em outra situação. Há uma incoerência sistêmica 
e deveria ter corrigido. 
O § 9º do art. 528 do NCPC, já é adotado pela própria lei de alimentos, diz que 
quando a execução do cumprimento da sentença condena a pagar alimentos poderá ser 
executada no juízo do domicílio de quem recebe os alimentos – do alimentando. 
O art. 529 do NCPC expõe o desconto em folha quando o executado for 
funcionário público, militar, diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à 
legislação do trabalho. Elencando, ainda, a possibilidade de crime de desobediência no 
§ 2º, do art. 529 do NCPC. 
No § 3º do art. 529 do NCPC deduz uma questão interessante à possibilidade de 
o juiz adotar uma medida sub-rogatória, para que o empregador em sentido latu sensu 
faça logo o desconto na folha de pagamento mesmo em relação aos débitos passados, 
isso desde que não ultrapasse 50% (cinquenta por cento) dos ganhos líquidos. 
 
Art. 529. Quando o executado for funcionário público, militar, 
diretor ou gerente de empresa ou empregado sujeito à legislação do 
trabalho, o exequente poderá requerer o DESCONTO EM FOLHA 
de pagamento da importância da prestação alimentícia. 
§ 1
o
 Ao proferir a decisão, o juiz oficiará à autoridade, à empresa ou 
ao empregador, determinando, sob pena de CRIME DE 
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DESOBEDIÊNCIA, o desconto a partir da primeira remuneração 
posterior do executado, a contar do protocolo do ofício. 
§ 2
o
 O ofício conterá o nome e o número de inscrição no Cadastro de 
Pessoas Físicas do exequente e do executado, a importância a ser 
descontada mensalmente, o tempo de sua duração e a conta na qual 
deve ser feito o depósito. 
§ 3
o
 Sem prejuízo do pagamento dos alimentos vincendos, o débito 
objeto de execução pode ser descontado dos rendimentos ou rendas 
do executado, de forma parcelada, nos termos do caput deste artigo, 
contanto que, somado à parcela devida, não ultrapasse cinquenta por 
cento de seus ganhos líquidos. 
 
A questão de penhora quando envolve alimentos, não tem muito problema. E 
quando envolve outras verbas que não a alimentícia para se tentar penhorar parte do 
salário? Veja que quando se faz um empréstimo em um banco se admite o desconto 
todo mês na folha de pagamento e porque não pode haver esse desconto para se pagar o 
credor? 
Muitos na bancada não aceitaram, pois é uma medida que atingia todos os 
eleitores. Veja que somente foi autorizada a penhora dos que recebem acima de 50 
salários-mínimos, o que não é fácil. 
Com relação aos alimentos provisórios também se pode executar, mas deve 
seguir autos apartados e quando for cumprimento de sentença seguirá os mesmos autos 
(art. 531 do NCPC). É uma questão para tornar o processo menos atrapalhado. 
 
Art. 531. O disposto neste Capítulo aplica-se aos alimentos 
DEFINITIVOS OU PROVISÓRIOS. 
§ 1
o
 A execução dos alimentos provisórios, bem como a dos alimentos 
fixados em sentença ainda não transitada em julgado, SE 
PROCESSA EM AUTOS APARTADOS. 
§ 2
o
 O cumprimento definitivo da obrigação de prestar alimentos 
será processado nos mesmos autos em que tenha sido proferida a 
sentença. 
 
O art. 532 do NCPC elenca a possibilidade de crime de abandono material para o 
caso da conduta procrastinatória do cônjuge. 
 
Art. 532. Verificada a conduta procrastinatória do executado, o juiz 
deverá, se for o caso, dar ciência ao Ministério Público dos indícios 
da prática do CRIME DE ABANDONO MATERIAL. 
 
- DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A 
EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA PELA 
FAZENDA PÚBLICA (ARTS. 534 a 535) 
 
Nesses artigos do NCPC se falará do empréstimo do efeito suspensivo a 
impugnação apresentada pela Fazenda Pública, só que não o que não tem sentido 
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nenhum quando a obrigação é de pagar quantia, porque só vai para precatório quando 
for definitivo o resultado, ou seja, quando transitar em julgado o resultado da execução. 
O efeito suspensivo visa evitar um prejuízo, mas qual seria o prejuízo que a 
Fazenda Pública iria experimentar? Somente se fosse alienado os bens, mas os bens 
públicos são inalienáveis. É até incoerente se falar sobre isso. 
O §4º do art. 535 do NCPC traz uma questão já consolidada pela jurisprudência, 
que quando a impugnação for parcial consequentemente se terá uma parte incontroversa 
e essa parte já pode ser objeto de inscrição em ordem de pagamento. 
 
Art. 535. A Fazenda Pública será intimada na pessoa de seu 
representante judicial, por carga, remessa ou meio eletrônico, para, 
querendo, no prazo de 30 (trinta) dias e nos próprios autos, impugnar 
a execução, podendo arguir: 
[...] 
§ 4
o
 Tratando-se de IMPUGNAÇÃO PARCIAL, a parte não 
questionada pela executada será, desde logo, objeto de cumprimento. 
 
- DO CUMPRIMENTO DE SENTENÇA QUE RECONHEÇA A 
EXIGIBILIDADE DE OBRIGAÇÃO DE FAZER, DE NÃO FAZER OU DE 
ENTREGAR COISA (ART. 536 e ss) 
 
Seção I – Do Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de Obrigação 
de Fazer ou de Não Fazer 
 
Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade 
de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz poderá, de ofício ou a 
requerimento, para a efetivação da TUTELA ESPECÍFICA ou a 
obtenção de TUTELA PELO RESULTADO PRÁTICO 
EQUIVALENTE, determinar as medidas necessárias à satisfação do 
exequente. 
§ 1o Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, 
entre outras medidas, a imposição de multa, a busca e apreensão, a 
remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o 
impedimento de atividade nociva, podendo, caso necessário, 
requisitar o auxílio de força policial. 
§ 2o O mandado de busca e apreensão de pessoas e coisas será 
cumprido por 2 (dois) oficiais de justiça, observando-seo disposto no 
art. 846, §§ 1o a 4o, se houver necessidade de arrombamento. 
§ 3o O executado incidirá nas penas de litigância de má-fé quando 
injustificadamente descumprir a ordem judicial, sem prejuízo de sua 
responsabilização por CRIME DE DESOBEDIÊNCIA. 
§ 4o No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de 
obrigação de fazer ou de não fazer, aplica-se o art. 525, no que 
couber. 
§ 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao 
cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não 
fazer de natureza não obrigacional. 
 
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O art. 536 do NCPC fará uma diferenciação que será importante para se saber 
que a obrigação de fazer e não fazer poderá ser cumprida de duas formas, pela TUTELA 
ESPECIFICA ou pelo RESULTADO PRÁTICO EQUIVALENTE. 
A tutela específica é cumprir exatamente aquilo que foi obrigado e quando não é 
possível vai para perdas e danos que já é obrigação de pagar quantia certa e tramita a 
execução por esta forma. 
O juiz terá uma série de medidas típicas (prevista no CPC) e atípicas para 
alcançar a satisfação do exequente (§1º do art. 536 do NCPC). 
Com relação às medidas atípicas se terá um Enunciado do Fórum Permanente 
dos Processualistas Civis – Enunciado nº 12 – “a aplicação das medidas atípicas sub-
rogatórias e coercitivas é cabível em qualquer obrigação no cumprimento de sentença 
ou de execução de título executivo extrajudicial. Essas medidas, contudo, serão 
aplicadas de forma subsidiária as medidas tipificadas, com observação do contraditório, 
ainda que diferido, e por meio de decisão à luz do art. 499, § 1, I e II”. 
Então, primeiro emprego das medidas típicas se não forem suficiente aplica-se 
as atípicas. As medidas típicas não serão somente as previstas no CPC não, poderá ser 
de outras leis, legislação extravagante. Para que isso? Para evitar o cometimento de atos 
inválidos, que possam ferir algum direito fundamental. 
O § 3º do art. 536 do NCPC deduz o crime de desobediência pelo 
descumprimento de ordem judicial. 
 
Art. 537. A multa independe de requerimento da parte e poderá ser 
aplicada na fase de conhecimento, em tutela provisória ou na 
sentença, ou na fase de execução, desde que seja suficiente e 
compatível com a obrigação e que se determine prazo razoável para 
cumprimento do preceito. 
§ 1o O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, modificar o valor ou 
a periodicidade da multa VINCENDA ou excluí-la, caso verifique 
que: 
I - se tornou insuficiente ou excessiva; 
II - o obrigado demonstrou CUMPRIMENTO PARCIAL 
SUPERVENIENTE da obrigação ou justa causa para o 
descumprimento. 
§ 2o O VALOR DA MULTA SERÁ DEVIDO AO EXEQUENTE. 
§ 3o A decisão que fixa a multa é passível de cumprimento 
provisório, devendo ser depositada em juízo, permitido o 
levantamento do valor após o trânsito em julgado da sentença 
favorável à parte ou na pendência do agravo fundado nos incisos II 
ou III do art. 1.042. 
§ 4o A multa será devida desde o dia em que se configurar o 
descumprimento da decisão e incidirá enquanto não for cumprida a 
decisão que a tiver cominado. 
§ 5o O disposto neste artigo aplica-se, no que couber, ao 
cumprimento de sentença que reconheça deveres de fazer e de não 
fazer de natureza não obrigacional. 
 
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Há uma novidade no § 1º do art. 537 em relação à astreintes. A novidade é que o 
valor só poderá ser alterado em relação à multa vincenda, as vencidas não. 
O que acontece na prática? O juiz impõe uma obrigação e comina uma multa 
pelo descumprimento, o executado não cumpre a obrigação e a multa acumula, o valor 
da multa fica muito alto e acaba o juiz por reduzi-la. Para Rinaldo Mouzalas isso atenta 
contra a própria credibilidade do judiciário, porque hoje, atualmente, ninguém cumpre 
decisão judicial. 
Então, com o NCPC o juiz não poderá mais alterar a multa vencida, somente a 
vincenda. 
 Pelo §2º do art. 537 do NCPC o valor da multa será revertida para o exequente. 
O CPC73 não determinava para quem deveria ser revertida a multa. A atreintes era 
submetida para o Estado e não para o exequente na França. Pela demora da atividade 
processual quem sofre é o exequente, caso não fosse concedida a ele não haveria 
nenhum alentamente e o pior o devedor nunca pagaria ao Estado, então haveria 
nenhuma pressão para o devedor. 
Consoante o §3º do art. 537 do NCPC a multa somente poderá ser levantada 
depois do transito em julgado, antes disso há somente há execução provisória, assim, 
não corre o executado o risco de sofrer um prejuízo e o exequente ainda conseguirá 
fazer pressão para o cumprimento da obrigação, porque a multa não poderá ser mais 
reduzida. Haverá exceções na lei da Ação Civil Pública, Estatuto do Idoso, Estatuto da 
Criança e do Adolescente que irão permitir o levantamento da multa mesmo sendo 
provisória a execução. 
 
Seção II – Do Cumprimento de Sentença que Reconheça a Exigibilidade de Obrigação 
de Entregar Coisa 
 
Art. 538. Não cumprida a obrigação de entregar coisa no prazo 
estabelecido na sentença, será expedido mandado de busca e 
apreensão ou de imissão na posse em favor do credor, conforme se 
tratar de coisa móvel ou imóvel. 
§ 1
o
 A EXISTÊNCIA DE BENFEITORIAS DEVE SER ALEGADA 
NA FASE DE CONHECIMENTO, em contestação, de forma 
discriminada e com atribuição, sempre que possível e 
justificadamente, do respectivo valor. 
§ 2
o
 O direito de retenção por benfeitorias deve ser exercido na 
contestação, na fase de conhecimento. 
§ 3
o
 Aplicam-se ao procedimento previsto neste artigo, no que couber, 
as disposições sobre o cumprimento de OBRIGAÇÃO DE FAZER 
OU DE NÃO FAZER. 
 
O art. 538 §1º traz uma questão já pacificada pelo STJ acerca da alegação de 
benfeitorias que deve ser feita na fase de conhecimento, não sendo feita haverá a 
preclusão dessa questão. A não ser que seja uma execução fundada em título executivo 
extrajudicial que, então, se poderia alegar via embargos, no cumprimento de sentença 
não se poderá fazer, porque é própria da fase de conhecimento. 
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O §3º do art. 538 do NCP deduz que se aplica no que couber as disposições 
sobre o cumprimento de OBRIGAÇÃO DE FAZER OU DE NÃO FAZER à 
OBRIGAÇÃO DE ENTREGA DE COISA. 
Há uma quebra de paradigma, porque a execução da obrigação de entrega coisa 
é feita por busca e apreensão ou imissão na posse, que são medidas típicas – são 
preferenciais, o NCPC fala disso, mas, também, diz que se aplica as disposições da 
obrigação de fazer e não fazer no que couber, logo, também se pode aplicar astreintes. 
Porque se insiste com a astreintes? Porque a astreintes é mais econômica e 
efetiva que a busca e apreensão e a imissão de posse. A astreintes é mais cooperativa 
por parte do executado. 
 
3 - DA EXECUÇÃO EM GERAL 
 
- DISPOSIÇÕES GERAIS 
 
O inciso III, do art. 772 c/c art. 773 do NCPC deduz que o juiz pode determinar 
que os sujeitos indicados pelo exequente forneçam informações ligadas a execução. Isso 
é importante, porque torna desnecessária ação para exibição de documentos ou coisas 
que estão em poder de outras pessoas (terceiros), ou seja, desnecessário os atos 
preparatórios de exibição de documentos ou coisa, para só, então, depois poder 
executar. O que torna o processo mais informal, mais sincrético, mais acessivel. 
 
Art. 772. O juiz pode, em qualquer momento do processo: 
I - ordenar o comparecimento das partes; 
II - advertir o executado de que seu procedimento constitui ato 
atentatório à dignidade da justiça; 
III - determinar que SUJEITOS indicados pelo exequente forneçam 
informações em geral relacionadas ao objeto da execução, tais como 
documentose dados que tenham em seu poder, assinando-lhes prazo 
razoável. 
Art. 773. O juiz poderá, de ofício ou a requerimento, DETERMINAR 
AS MEDIDAS NECESSÁRIAS AO CUMPRIMENTO da ordem de 
entrega de documentos e dados. 
Parágrafo único. Quando, em decorrência do disposto neste artigo, o 
juízo receber dados sigilosos para os fins da execução, o juiz adotará 
as medidas necessárias para assegurar a confidencialidade. 
 
O art. 774 do NCPC inclui como ato atentatório à dignidade da justiça além da 
conduta comissiva a conduta omissiva. No NCPC há outros vários dispositivos que vão 
prever situações outras que são atos atentatórios da dignidade da justiça. 
 
Art. 774. Considera-se atentatória à dignidade da justiça a conduta 
comissiva ou OMISSIVA do executado que: 
I - frauda a execução; 
II - se opõe maliciosamente à execução, empregando ardis e meios 
artificiosos; 
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III - dificulta ou embaraça a realização da penhora; 
IV - resiste injustificadamente às ordens judiciais; 
V - intimado, não indica ao juiz quais são e onde estão os bens 
sujeitos à penhora e os respectivos valores, nem exibe prova de sua 
propriedade e, se for o caso, certidão negativa de ônus. 
Parágrafo único. Nos casos previstos neste artigo, o juiz fixará multa 
em montante não superior a vinte por cento do valor atualizado do 
débito em execução, a qual será revertida em proveito do exequente, 
exigível nos próprios autos do processo, sem prejuízo de outras 
sanções de natureza processual ou material. 
 
O art. 775 do NCPC trata da desistência das medidas executivas. Ressalvando no 
inciso I do art. 775 do NCPC a garantia de pagamento das custas judiciais dos 
honorários advocatícios no caso de desistência. 
 
Art. 775. O exequente tem o direito de desistir de toda a execução ou 
de apenas alguma MEDIDA EXECUTIVA. 
Parágrafo único. Na desistência da execução, observar-se-á o 
seguinte: 
I - serão extintos a impugnação e os embargos que versarem apenas 
sobre questões processuais, PAGANDO o exequente as custas 
processuais e os honorários advocatícios; 
II - nos demais casos, a extinção dependerá da concordância do 
impugnante ou do embargante. 
 
Quando o art. 776 do NCPC fala em ressarcir, é uma questão relacionada ao 
direito material, então deveria o NCPC ter dito ressarcir ou indenizar, pois poderia a 
execução ocasionar dano de natureza moral. 
 
Art. 776. O EXEQUENTE RESSARCIRÁ AO EXECUTADO os 
danos que este sofreu, quando a sentença, transitada em julgado, 
declarar inexistente, no todo ou em parte, a obrigação que ensejou a 
execução. 
 
- DA COMPETÊNCIA 
 
O art. 781 do NCPC traz a competência para a execução, com a finalidade de 
garantir o interesse do credor e de se obter uma prestação jurisdicional efetiva. Há uma 
distribuição de competência especial e na omissão delas aplicar-se-á o processo de 
conhecimento. 
 
Art. 781. A execução fundada em título extrajudicial será processada 
perante o juízo competente, observando-se o seguinte: 
I - a execução poderá ser proposta no foro de domicílio do executado, 
de eleição constante do título ou, ainda, de situação dos bens a ela 
sujeitos; 
II - tendo mais de um domicílio, o executado poderá ser demandado 
no foro de qualquer deles; 
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III - sendo incerto ou desconhecido o domicílio do executado, a 
execução poderá ser proposta no lugar onde for encontrado ou no 
foro de domicílio do exequente; 
IV - havendo mais de um devedor, com diferentes domicílios, a 
execução será proposta no foro de qualquer deles, à escolha do 
exequente; 
V - a execução poderá ser proposta no foro do lugar em que se 
praticou o ato ou em que ocorreu o fato que deu origem ao título, 
mesmo que nele não mais resida o executado. 
 
O §1º do art. 782 do NCPC deduz novidade para o oficial de justiça que poderá 
cumprir os atos executivos determinados pelo juiz também nas COMARCAS 
CONTÍGUAS, de fácil comunicação, e nas que se situem NA MESMA REGIÃO 
METROPOLITANA. Isso evita o envio de carta precatória para a realização desses atos 
de comunicação. 
O § 3º do art. 782 do NCPC elenca a possibilidade de o juiz determinar a 
INCLUSÃO DO NOME DO EXECUTADO EM CADASTROS DE 
INADIMPLENTES. 
Mas Cadastro de Inadimplente não é realizar PROTESTO, é diferente, este é 
feito para dizer que o título é exigível. O efeito pragmático é o mesmo, porque quando 
se protesta automaticamente vai para o cadastro de inadimplente, mas o contrario não 
acontece. 
São dois institutos com funções em parte diferentes. Então, precisa-se entender 
que para as execuções em gerais pode escrever em cadastro de inadimplente. E pode 
protestar todos os títulos? Para Rinaldo Mouzalas sim, inclusive, porque ele defende 
que a sentença não precisa ser exigível, precisa ser certa, que garanta a existência da 
obrigação, que às vezes não há exigibilidade. 
Para o Fórum Permanente de Processualistas Civis, no enunciado nº 190, “O art. 
798, § 3°, não veda a inclusão extrajudicial do nome do executado em cadastros de 
inadimplentes, pelo credor ou diretamente pelo órgão de proteção ao crédito”. 
Quem fará o protesto ou a inscrição em cadastro de inadimplente? Muitas vezes 
a parte faz até antes de ingressar com a ação. Apesar de o NCPC deixar claro que o juiz 
pode fazer, não significa que o exequente não possa, pois seria retira-lo um direito. 
Com o pagamento deve ser feito o cancelamento de forma imediata. Mas o que é 
de forma imediata. Para Rinaldo Mouzalas deve ser em 03 (três) dias. 
 
Art. 782. Não dispondo a lei de modo diverso, o juiz determinará os 
atos executivos, e o oficial de justiça os cumprirá. 
§ 1
o
 O oficial de justiça poderá cumprir os atos executivos 
determinados pelo juiz também nas COMARCAS CONTÍGUAS, de 
fácil comunicação, e nas que se situem NA MESMA REGIÃO 
METROPOLITANA. 
§ 2
o
 Sempre que, para efetivar a execução, for necessário o emprego 
de força policial, o juiz a requisitará. 
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§ 3
o
 A requerimento da parte, o juiz pode determinar a INCLUSÃO 
DO NOME DO EXECUTADO EM CADASTROS DE 
INADIMPLENTES. 
§ 4
o
 A inscrição será CANCELADA IMEDIATAMENTE se for 
efetuado o pagamento, se for garantida a execução ou se a execução 
for extinta por qualquer outro motivo. 
§ 5
o
 O disposto nos §§ 3
o
 e 4
o
 aplica-se à execução definitiva de título 
judicial. 
 
- DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA REALIZAR QUALQUER 
EXECUÇÃO 
 
Seção I – Do Título Executivo 
 
O art. 783 do NCPC muda a redação do art. 586 do CPC73. O art. 783, caput, 
coloca CERTA, LÍQUIDA e EXÍGIVEL. Para Rinaldo Mouzalas, a certeza é muito 
mais importante que a liquidez, pois não se pode ter um título líquido sem ser certo. O 
atributo mais importante é a certeza, depois exigibilidade e liquidez. O NCPC deveria 
ter alterado para estabelecer a ordem adequada, CERTA, EXIGIVEL e LÍQUIDA, pois 
a liquidez somente será exigida quando a obrigação for de pagar quantia certa. 
 
Art. 783. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre 
em título de obrigação CERTA, LÍQUIDA E EXIGÍVEL. 
O art. 784 do NCPC elenca os títulos executivos extrajudiciais, observe o inciso 
IV, a inclusão da advocacia pública; o inciso VI, há uma restrição/limitação de seguro 
de vida apenas para o caso de morte, foi um grande retrocesso, observe que contrato de 
seguro é impenhorável e não se refere a seguro de vida, houve uma restrição demais, 
poderia ser só contrato de seguro; o inciso X, o crédito referente às CONTRIBUIÇÕES 
ORDINÁRIAS OU EXTRAORDINÁRIAS DE CONDOMÍNIO EDILÍCIO, previstas 
na respectiva convenção ou aprovadas em assembleia geral, desde

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