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M I 1 Compra e venda

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COMPRA E VENDA
1 CONCEITO
“O contrato de compra e venda é aquele em que uma pessoa (vendedor) se obriga a transferir a outra (comprador) o domínio de uma coisa corpórea ou incorpórea, mediante o pagamento de certo preço ou valor fiduciário correspondente.” (Caio Mário da Silva Pereira)
2 CARACTERÍSTICAS
Efeitos obrigacionais
Transmissão da propriedade, pela tradição (móveis – CC, art. 1.226) ou registro (imóveis – CC, art. 1.245), se a obrigação do vendedor for cumprida
3 NATUREZA JURÍDICA
Contrato bilateral
Consensual, por dispensar a entrega da coisa para se aperfeiçoar
Oneroso
Comutativo (ou aleatório)
Não solene (podendo ser formal)
4 VENDA CIVIL E VENDA MERCANTIL: INEXISTÊNCIA DE DIFERENÇAS SUBSTANCIAIS
O CC/2002 suprimiu as diferença legais entre os contratos de compra e venda civil e de compre e venda mercantil
Não há razão de fundo para diferenças substanciais
Quando a compra e venda envolver uma relação de consumo, haverá a incidência do microssistema consumerista convertendo-se, as figuras de vendedor e comprador nas de: 
fornecedor, quando vender, e
consumidor, quando o adquirente (pessoa física ou jurídica) for o destinatário final, fático ou econômico
5 ELEMENTOS ESSENCIAIS DA COMPRA E VENDA
5.1 A coisa (res)
 A coisa deve ter 
existência (CC, art. 483), 
ser individuada 
admitida a prestação de coisa incerta - CC, art. 243
admitida a coisa objeto de obrigação alternativa – CC, art. 252), e 
estar disponível (v. CC, art. 1268, § 1º)
5.2 O preço (pretium)
O preço deve apresentar os seguintes caracteres: 
pecuniaridade 
seriedade, e
certeza (CC. art. 482, 485/489). 
Nas vendas de imóveis, quando emitidas notas promissórias para representar as prestações, estas podem apresentar caráter
Pro-soluto - o comprador compra o imóvel a prazo e dá o preço total como pago, ou seja, as promissórias ficam desvinculadas do imóvel , sem a garantia do mesmo; 
Pro-solvendo - compra do imóvel a prazo, cujo preço só é considerado pago após a liquidação da última promissória , ou seja, as promissórias ficam vinculadas ao imóvel como garantia da dívida. 
5.3 O consentimento (consensus) 
O consentimento das partes contratantes deve ser isento de vícios (erro, dolo, coação, lesão, estado de perigo, simulação e fraude)
Deve apresentar os requisitos subjetivos da compra e venda, sob pena de nulidade absoluta ou relativa, conforme o o preceito legal.
6 REQUISITOS SUBJETIVOS
6.1 Existência de duas ou mais pessoas: 
o vendedor e o comprador, que podem ser individuais ou coletivos.
6.2 Capacidade: 
genérica (p/ os atos da vida civil) e 
negocial
6.3 Capacidade negocial (ou legitimação)
Venda entre ascendentes e descendentes (CC, arts. 496, § ú, 179, 208, 195, 198, I, 1.692, sum. 377/STF, e enunc. 177 do CJF) 
Pessoa casada (CC, art. 1.647, I, c/c 1.649; 1.687, 1.667, 1.658, 1.672, 1.641) 
Dos cônjuges entre si (CC, art. 499);
Nulidade na venda para os que têm o dever de ofício ou por profissão de zelar dos bens alheios (CC, art. 497, I a IV, 1.749), com as exceções do CC, art. 498. 
Paulo Luis Neto Lôbo, interpreta o CC, art. 498 assim:
“a primeira hipótese é a de juízes, serventuários e auxiliares da justiça serem co-herdeiros. [...] A compra e venda pelo juiz ou serventuário que seja co-herdeiro a outro co-herdeiro não é de coisa específica mas de direito hereditário, entendido com parte ideal. Portanto, apenas por metonímia se pode aludir a “compra e venda entre co-herdeiros”.
[...]. Segundo Carvalho Santos [...]: “Há no condômino interesse em defender a propriedade comum, não se lhe podendo, por isso mesmo, impedir, sem grave injustiça, que ele exerça essa defesa pelo meio mais razoável e comum, que é o de concorrer à hasta pública, para evitar que a coisa seja vendida por um preço vil”.
“[...] A segunda situação é a de compra e venda em pagamento de dívida, em que figurem como credores juiz, serventuário ou auxiliar da justiça, desde que estejam litigando em juízo. A única hipótese é a de estarem figurando como credores do proprietário da coisa, [...]. Para que se concretize, mister se faz que o devedor promova a dação em pagamento da dívida a essas pessoas.”
“[...] A terceira situação é a garantia de bens já pertencentes a pessoas designadas no inciso III do art. 497. Não se trata, pois, de compra e venda, mas de essas pessoas poderem constituir garantias sobre os seus bens, tais com hipoteca e penhor, em benefício de credores com os quais estejam litigando em juízo.” 
Condômino de coisa indivisível (CC, art. 504, v. condomínio pro indiviso X condomínio pro diviso; ação de adjudicação compulsória ou de anulação de contrato);
Venda por quem não seja proprietário (CC, art. 1.268, §1º)
Proprietário de imóvel alugado (lei 8.245/91, arts. 27/34 – Lei do inquilinato); 
Comprador ou vendedor, nos contratos que contiverem cláusulas de exclusividade.
7 REQUISITOS OBJETIVOS
O objeto da compra e venda deve ser lícito, possível física ou juridicamente, determinado ou determinável, e economicamente avaliado.
8 REQUISITOS FORMAIS
A compra e venda, em regra, apresenta forma livre, exceto aquelas referidas pelo CC, art. 108 
9 EFEITOS DA COMPRA E VENDA
9.1 Efeitos principais
Os efeitos principais da compra e venda são:
gerar obrigações recíprocas para os contratantes, a de transferir o domínio da coisa vendida, para o vendedor; e de pagar certo preço em dinheiro, para o comprador;
acarretar a responsabilidade do vendedor pelos vícios redibitórios e pela evicção. 
9.2 Efeitos secundários
A responsabilidade pelos riscos (CC, art. 492, 494)
Lugar da tradição (CC, art. 493)
Repartição das despesas (CC, art. 490), 
O direito de retenção (CC, art. 495)
Responsabilidade do vendedor dos débitos da coisa (CC, art. 502)
10 MODALIDADES ESPECIAIS DE VENDA
Venda à vista de amostra, protótipos ou modelos (CC, art. 484, § ú)
Vendas ad mensuram e ad corpus
ad mensuram(CC, art. 500, §§ 1º e 2º, 501)
ação ex empto (ex vendito), de caráter pessoal, pela qual se pleiteia o complemento da área
resolução do contrato 
abatimento proporcional do preço 
ad corpus (CC, art. 500, § 3º)
Venda em conjunto (CC, art. 503)

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