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RISCOS OCUPACIONAIS E MÉTODOS DE CONTENÇÃO

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AULA 4 
RISCOS OCUPACIONAIS E MÉTODOS 
DE CONTENÇÃO Curso de Licenciatura 
em Ciências Biológicas – CEDERJ. Disciplina de Tópicos em 
Biossegurança e Bioética. Coordenador: Alessandro Coutinho Ramos 
 
AULA 4 – RISCOS OCUPACIONAIS E MÉTODOS 
DE CONTENÇÃO 
 
 Nesta aula, iremos abordar os riscos ocupacionais e medidas de contenção como as 
barreiras primárias e secundárias. O conteúdo desta aula é muito importante para 
avançarmos na classificação dos agentes de risco biológicos e por fim nos níveis de 
biossegurança. Vocês poderão observar no ANEXO 1 desta aula normas básicas de 
biossegurança, equipamentos de segurança como Equipamentos de Proteção Individual – 
EPI e Equipamentos de Proteção Coletiva – EPC. 
 
1. RISCOS OCUPACIONAIS 
 
1.1 RISCOS EM LABORATÓRIOS DE SAÚDE 
O trabalho em laboratórios de saúde expõe os trabalhadores a riscos comuns a outros grupos 
profissionais e riscos específicos da sua atividade. Estes riscos são classificados em cinco 
grupos principais: 
 
1.1.1 Risco de Acidente 
É o risco de ocorrência de um evento negativo e indesejado do qual resulta uma lesão pessoal 
ou dano material. Em laboratórios os acidentes mais comuns são as queimaduras, cortes e 
perfurações. 
 
1.1.2 Risco Ergonômico 
Considera-se risco ergonômico qualquer fator que possa interferir nas características 
psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. Pode-se citar 
como exemplos o levantamento e transporte manual de peso, os movimentos repetitivos, a 
postura inadequada de trabalho, que podem resultar em LER – Lesões por Esforços 
Repetitivos, ou DORT – Doenças Ósteo-musculares Relacionadas ao Trabalho. 
O ritmo excessivo de trabalho, a monotonia, longos períodos de atenção sustentada, 
ambiente não compatível com a necessidade de concentração, pausas insuficientes para 
descanso intra e inter-jornadas, assim como problemas de relações interpessoais no trabalho 
também apresentam riscos psicofisiológicos para o trabalhador. 
 
1.1.3 Risco Físico 
Está relacionado às diversas formas de energia, como pressões anormais, temperaturas 
extremas, ruído, vibrações, radiações ionizantes (Raio X, Iodo 125, Carbono 14), ultra-som, 
radiações não ionizantes (luz Infra-vermelha, luz Ultravioleta, laser, microondas), a que 
podem estar expostos os trabalhadores. 
 
1.1.4 Risco Químico 
Refere-se à exposição a agentes ou substâncias químicas na forma líquida, gasosa ou como 
partículas e poeiras minerais e vegetais, presentes nos ambientes ou processos de trabalho, 
que possam penetrar no organismo pela via respiratória, ou possam ter contato ou ser 
absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão, como solventes, medicamentos, 
produtos químicos utilizados para limpeza e desinfecção, corantes, entre outros. 
 
1.1.5 Risco Biológico 
Está associado ao manuseio ou contato com materiais biológicos e/ou animais infectados 
com agentes biológicos que possuam a capacidade de produzir efeitos nocivos sobre os 
seres humanos, animais e meio ambiente. Em relação à biossegurança, os agentes 
biológicos são classificados de acordo com o risco que eles apresentam. 
 
 
 
2. AVALIAÇÃO DE RISCOS EM LABORATÓRIOS BIOMÉDICOS E DE MICROBIOLOGIA 
A avaliação de riscos é o ponto mais importante quando se trata de segurança biológica. Um 
dos instrumentos disponíveis mais úteis para avaliar os riscos microbiológicos em 
laboratórios é conhecer a lista dos grupos de risco de agentes biológicos. 
A relação de agentes biológicos de acordo com o grupo de risco consta da publicação do 
Ministério da Saúde Classificação de Risco dos Agentes Biológicos de 2006. 
A simples referência a um grupo de risco, no entanto, é insuficiente para realizar uma 
avaliação de riscos. Devem ser considerados pelo profissional microbiologista os seguintes 
fatores: 
a) patogenicidade do agente e dose infecciosa; 
b) resultado potencial da exposição; 
c) via natural da infecção; 
d) outras vias de infecção, resultantes de manipulações laboratoriais (parentéricas, via aérea, 
ingestão); 
e) estabilidade do agente no ambiente; 
f) concentração do agente e volume do material concentrado a ser manipulado; 
g) presença de um hospedeiro apropriado (humano ou animal); 
h) informação disponível de estudos sobre animais e relatórios de infecções adquiridas em 
laboratórios ou relatórios clínicos; 
i) atividade laboratorial (geração de ultra-sons, produção de aerossóis, centrifugação, etc); 
j) qualquer manipulação genética do microrganismo que possa ampliar o raio de ação do 
agente ou alterar a sensibilidade do agente a métodos de tratamento eficazes conhecidos; 
k) disponibilidade de profilaxia eficaz ou intervenções terapêuticas. 
 
 
3. ELEMENTOS DE CONTENÇÃO 
O objetivo da contenção no ambiente laboratorial é reduzir ou eliminar a exposição da 
equipe de um laboratório, de outras pessoas e do meio ambiente em geral aos agentes 
potencialmente perigosos. 
O elemento de contenção mais importante é a adesão rígida às práticas e às técnicas 
padrão de microbiologia. 
O trabalho com agentes infecciosos ou com materiais potencialmente contaminados 
é realizado por profissionais conscientizados dos riscos potenciais, treinados e aptos a 
exercer as técnicas e práticas necessárias para o manuseio seguro dos materiais. 
 
3.1 Barreiras Primárias 
A contenção primária é proporcionada por uma boa técnica de microbiologia e pelo 
uso de equipamentos de segurança adequados. 
A imunização da equipe também faz parte da contenção primária. 
 
3.2 Barreiras Secundárias 
A contenção secundária diz respeito ao planejamento e a construção das instalações 
do laboratório, de forma a contribuir para a proteção da equipe de trabalho, das pessoas que 
se encontram fora do laboratório e da comunidade e meio ambiente contra agentes 
infecciosos que podem ser liberados acidentalmente do laboratório. 
 
As normas de biossegurança bem como os equipamentos de proteção individual e 
coletiva encontram-se no ANEXO 1 desta aula. 
 
 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
Procedimentos para manipulação de microrganismos patogênicos e/ou recombinantes na 
FIOCRUZ. Comissão Técnica de Biossegurança da FIOCRUZ (CTBIO-FIOCRUZ), Rio de 
Janeiro, 1998, 165p 
 
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos. 
Diretrizes gerais para o trabalho em contenção com material biológico / Ministério da Saúde, 
Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos – Brasília: Ministério da Saúde, 
2004.

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