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CICLO CIRCADIANO

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tutoria 6 uc5
1 compreender o controle neuroendócrino do ciclo circadiano:
Ritmo circadiano ou ciclo circadiano designa aproximadamente o período de 24 horas, sob o qual se baseia todo o ciclo biológico do corpo humano e qualquer outro ser vivo influenciado pela luz. É um ciclo metabólico que envolve o ciclo de sono e vigília, atividade digestiva, produção de hormônios, regulação térmica e outros processos que se repetem diariamente nos seres vivos. Este ritmo dura cerca de 24 horas e cada um dos processos regulados pelo relógio biológico se repete diariamente aproximadamente nos mesmos horários.
O sono é um processo ativo, ligado funcionalmente à vigília, constituindo o ciclo vigília sono. Para se compreender o sono é necessário que se compreenda a vigília e a alternância rítmica entre esses dois estados.
Esta distribuição de atividade cíclica de aproximadamente 24 h, é controlado pelo sistema nervoso central (SNC), os núcleos supraquiasmáticos do hipotálamo, localizados na base do cérebro. Por este, passam o cruzamento das fibras nervosas, que originam-se nos olhos, o quiasma óptico sofrendo influência de fatores ambientais e sociais. Os mecanismos cerebrais apresentam dois sistemas neuroanatômicos que se inter-relacionam em sincronia na manutenção do ciclo sono-vigília: Sistema indutor do sono e Sistema indutor da vigília .
A necessidade fisiológica do sono é controlada pela arquitetura intrínseca e pelo ritmo circadiano do sono e vigília. Para um estado ótimo de vigília, um adulto requer 7-8 h de sono num período de 24 h, com despertares noturnos de até 5% do tempo total na cama.
Neste adulto, o padrão do sono deverá ser ; 30% sonhando , 20% em sono profundo e 50% em sono leve. Estes ciclos do sono são observados em traçados eletroencefalográficos, sendo que as características elétricas, comportamentais e funcionais permite classifiar o sono em duas fases: REM (Rapid moviment eyes) o sono paradoxal e NREM (No Rapid Moviment Eyes), ondas lentas. O SRAA (Sistema reticular ativador ascendente), é formados por neurônios noradrenérgicos, catecolaminérgicos,serotonérgicos, glutamatérgicos , e gabaérgicos, estando ativos durante o estado de vigília. Conecta-se com o diencéfalo ativando o córtex cerebral. Esse mecanismo funciona de acordo com o ritmo circadiano; quando aumenta a temperatura corporal, aumenta a atividade metabólica aumentando a produção de catecolaminas, que induzem à vigília. A queda da temperatura, diminui a liberação de catecolaminas .
Glândula Pineal – O Ciclo claro-escuro é o mais importante fator ambiental sincronizador dos ritmos biológicos. A informação da claridade–escuridão, é transmitida via trato retino-hipotalâmico da retina para o núcleo supraquiasmático (NSQ) e deste para a Glândula Pineal ou Epífise, que regula a secreção de melatonina (N-acetil-5-metoxitriptamina), que se traduz em Mela=Melatonina e Tonina=derivado quimicamente da Serotonina.
A glândula pineal situa-se entre dois hemisférios cerebrais à frente do cerebelo em posição póstero-dorsal do diencéfalo, sua forma lembra a pinha do pinheiro e por isto o nome de glândula pineal. Num adulto pesa de 100 a 150 mg e está relacionado com a atividade funcional. Sua histologia mostra que é formada por células específicas (Pinealócito) e embriologicamente são do mesmo tecido que origina a retina. Em algumas classes, suas células tem a característica funcional de fotorreceptores associada a função endócrina, tornando-se um órgão endócrino, onde a produção do hormônio é controlada pela iluminação ambiental (ciclo dia-noite).
Melatonina – A produção da melatonina é exclusivamente noturna, seu perfil plasmático varia de acordo com as noites mais longas ou mais curtas frente às diversas estações do ano.
Desse modo, o papel fisiológico da GP (glândula pineal) é sinalizar para o meio interno se é noite, ou se é dia (pela presença ou ausência da melatonina na circulação e nos líquidos corpóreos) e qual a estação do ano atravéz de seu perfil plasmático noturno (pela duração da secreção da melatonina).
A temperatura também é forte marcador do ritmo circadiano. Controlada pelo hipotálamo
anterior, está relacionada com a melatonina, no ciclo claro-escuro.
Com o envelhecimento, ocorre um declínio natural da melatonina no organismo e que pela
ação também dos medicamentos, levam à alterações nos despertares do idoso.
Nota-se que, pela manhã, há um pico de cortisol, que serve como um despertador e, nas horas seguintes, o seu nível vai diminuindo, como pode ser observado no gráfico. Esse aumento serve como um preparo para o corpo para as seguintes mudanças metabólicas. 
A regulação do cortisol também ocorre por mecanismo de feedback.
Há vários hormônios que estimulam e inibem a síntese de cortisol para que o organismo use somente o necessário para o seu funcionamento sem gastos excessivos.
A variação, ao longo do dia, das concentrações dos corticoides também estão correlacionadas com estados emocionais, ou seja, o psicológico também é capaz de provocar picos ou quedas de cortisol e, como resultado, a alternância de humor das pessoas.
Estudos demonstram que as disfunções na produção de cortisol têm relação com distúrbios de depressão e ansiedade.
Possível perceber, assim, que as variações da concentração do cortisol e alterações em algum desses mecanismos regulatórios implica, ou pode implicar, o desenvolvimento de doenças.
Qual é o papel do cortisol?
Vimos, em postagem anterior, que a liberação de cortisol é influênciada por estímulos ambientais. Há basicamente dois tipos de estímulos que atuam sobre essa liberação: O stress e o ritmo circadiano. Isso significa que as concentrações de cortisol apresentam uma variação durante o dia. O exemplo mais marcante disso é o aumento da liberação de cortisol na corrente sanguínea no momento em que acordamos. Nesse instante, o cortisol atua como uma espécie de despertador. Essa elevada concentração de cortisol vai diminuindo ao longo do dia.
É na área do cérebro denominada núcleo supraquiasmático que o ciclo circadiano é traduzido na resposta “produção de cortisol”. Essa área do cérebro recebe os estímulos ambientais que permitem ao organismo identificar o período do dia, como por exemplo a percepção da luz do sol indicando que está de dia.
O controle da produção de cortisol
O controle da produção de cortisol ocorre pelo mecanismo de feed back. Para entender esse mecanimo é importante saber que há uma cascata de fatores que determinam a produção de cortisol. Isso significa que há um grupo de hormônios que estimulam a síntese de cortisol.
O feed back consiste na inibição que o cortisol exerce sobre esse grupo de hormônios mencionados. Seguindo o raciocínio, esse grupo de hormônios estimulam a liberação de cortisol e o cortisol atua inibindo esses hormônios. O resultado é que, quando a concentração de cortisol atinge um determinado nível, a sua produção é controlada pela inibição dos hormônios que determinam a sua síntese, e essa inibição é realizada pelo próprio cortisol.
A bioquímica das emoções
Vimos até aqui que os eventos relacionados ao decorrer do período de um dia (o ritmo circadiano) são interpretados na área do cérebro denominada núcleo supraquiasmático e são, então, traduzidos na produção de cortisol. Verifica-se que não são somente estímulos como por exemplo luz do sol ou temperatura ambiente que influênciam essa produção ao longo do ritmo circadiano. Os estados psicológicos exercem importante influência nessa síntese hormonal. Vimos que a alta concentração de cortisol na corrente sanguínea deve diminuir ao longo do tempo. No entanto, certos estados emocionais alteram essa variação provocando, portanto, taxas incorretas de cortisol. Um exemplo, já tratado no blog, é o stress, que provoca a manutenção de alta taxas de cortisol.
O contrário também é verdadeiro, ou seja, assim como os estados psicológicos influenciam a produção de cortisol, a produção de cortisol influencia o estado emocional. É por isso que disfunções na produção de cortisol podemcausar distúrbios como depressão e ansiedade.
O Dramin é um anti-histamínico de primeira geração, ou seja, foi um dos primeiros criados e uma de suas características é ser lipofílico (tem afinidade por gordura e assim, consegue atravessar membrana) e, por isso, tem a capacidade de atingir o sistema nervoso central (SNC). Sendo assim, age exatamente nas regiões responsáveis pela sensação de enjôo e náuseas, inibindo os receptores dos núcleos vestibulares e também o estado de vigília provocado pela histamina, por isso sentimos sono quando tomamos Dramin.
Para não ter esse efeito "sonífero", foram criados os anti-histamínios de segunda geração (Loratadina, Cetirazina, Ebastina), que não agem no SNC pois não conseguem atravessar a barreira hematoencefálica. Esses têm ação principalmente no estômago, diminuindo secreção gástrica e por isso são considerados anti-ulcerosos. Dentre seus efeitos adversos estão impotência, ginecomastia, febre, confusão mental e cefaléia.
Uma curiosidade sobre a histamina: assim como várias outras substâncias, a histamina respeita os horários do ciclo circadiano e seu período de maior liberação é pela manhã; por esse motivo, pessoas que sofrem com rinite alérgica têm crises de espirro pela manhã.
2 compreender os efeitos da privação do sono:
A privação do sono é a remoção ou supressão parcial do sono, e esta condição pode causar diversas alterações: endócrinas, metabólicas, físicas, cognitivas, neurais e modificações na arquitetura do sono, que em conjunto comprometem a saúde e a qualidade de vida do sujeito nestas condições. Já o exercício físico praticado regularmente promove benefícios como melhora do aparato cardiovascular, respiratório, endócrino, muscular e humoral, além disso, pode melhorar a qualidade do sono. 
O sono e o metabolismo
 Ao analisar a relação existente entre o sono e o metabolismo é difícil determinar se certas circunstâncias metabólicas levam ao sono, ou se a qualidade e a duração do sono é que impulsiona o metabolismo. Por exemplo, períodos mais longos de sono profundo são observados em indivíduos fisicamente activos, tal como em aqueles com a glândula tiroideia hiperactiva, ambos os casos também associados a um metabolismo mais rápido. Contrariamente, indivíduos com uma hipoactividade da tiróide e, consequentemente, com um metabolismo mais lento, tendem a desfrutar de menos horas de sono profundo.
 Inversamente, a privação do sono está ligada a várias mudanças adversas na actividade metabólica. Por exemplo, os níveis de colesterol sérico (uma hormona envolvida na resposta ao stress) aumenta, a resposta imune é afectada, diminuindo a capacidade do corpo para processar a glicose, e o controlo do apetite é alterado. Estas alterações metabólicas são também típicas em indivíduos cujo padrão do sono é perturbado devido, por exemplo, ao cuidar de um bebé ou a existência de uma doença. O resultado final é que o funcionamento normal do organismo é influenciado pela falta de sono, e com isso certas consequências metabólicas.
 Será que a falta de sono influencia a saúde?
 Os estudos epidemológicos e laboratoriais efectuados, sugerem que a falta de sono pode desempenhar um papel no aumento da prevalência de diabetes e obesidade. A relação entre a restrição do sono, ganho de peso e o risco de diabetes pode dever-se a alterações no metabolismo da glicose, ao aumento do apetite e a uma diminuição do gasto energético1.
 O sono e o metabolismo de glicose
 A redução dos períodos de sono está associada a uma redução da tolerância à glicose e a um aumento da concentração de cortisol no sangue. A tolerância à glicose é um termo que descreve a forma como o organismo controla a disponibilidade de glicose sanguínea, para os tecidos e cérebro. Em períodos de jejum, o elevado nível de glicose e insulina no sangue indica que a distribuição da glicose pelo organismo é realizada de forma inadequada. Há evidências que demonstram que a baixa tolerância à glicose é um factor de risco para a diabetes tipo II. Estudos sugerem que a restrição do sono, a longo prazo (menos de 6,5 horas por noite), pode reduzir a tolerância à glicose em 40%.
 Aumento do apetite
 Um estudo realizado, numa grande população, demonstrou uma relação significativa entre a habitual duração do sono curta e o aumento no índice de massa corporal (IMC). A reduzida duração do sono está associada a alterações nas hormonas que controlam a fome; por exemplo, os níveis de leptina (acção na redução do apetite) baixam, enquanto os níveis de grelina (acção estimulante do apetite) aumentam. Estes efeitos observam-se quando a duração do sono é inferior a 8 horas1,3. Esta situação sugere que a privação de sono é um factor de risco para a obesidade. Num estudo realizado numa população masculina saudável, descobriu-se que uma média de 4 horas de sono está associada a um desejo significativo de alimentos calóricos, com um conteúdo mais elevado de hidratos de carbono (alimentos doces, salgados e ricos em hidratos de carbono complexos). Estes indivíduos também manifestaram ter mais fome2.
É necessário ter em consideração que quantas menos horas se dorme, mais tempo se tem para comer e beber. Existem estudos que mostram que este é um factor que contribui para os aspectos obesogénicos da redução do número de horas de sono.
 Menor gasto energético
 Do outro lado da equação energética, os indivíduos com menos horas de sono apresentam menor probabilidade de serem fisicamente activos, o que leva a um menor gasto energético.
 Se o aumento do apetite, e do desejo de comer, se associar a uma redução da actividade física, torna-se claro o importante papel que o sono desempenha na gestão do peso corporal.
 O ciclo vicioso do sono e obesidade
 A apneia do sono é um distúrbio que afecta aproximadamente 24% dos homens e 9% das mulheres. Esta caracteriza-se por uma interrupção momentânea da respiração durante o sono, resultando numa pior qualidade do sono e num maior cansaço durante o dia. Existe uma forte ligação entre este transtorno e a obesidade. Vários estudos comprovaram que os indivíduos com apneia do sono têm padrões anormais de sono, o que pode acentuar os distúrbios metabólicos associados a uma privação do sono, tais como o aumento da fome. Assim, a apneia do sono causada pela obesidade pode, por sua vez, influenciar o apetite e o gasto energético, favorecendo a obesidade. Contudo, é necessário fazer mais investigações para conhecer melhor estas relações.
 Conclusão
 A falta de uma boa qualidade do sono parece ter um impacto nos condutores fisiológicos do balanço energético, nomeadamente no apetite, na fome e no gasto energético. Além disso, a privação do sono apresenta efeitos negativos na capacidade do corpo distribuir a glicose sanguínea e pode aumentar o risco de diabetes tipo II. No entanto, ainda não é claro como se pode utilizar as alterações do sono para criar padrões favoráveis, que permitam gerir o peso corporal e reduzir o risco de doenças típicas de quem já apresenta um excesso de peso.
 Referências
Knutson K.L. et al. (2007). The metabolic consequences of sleep deprivation. Sleep Medicine Reviews 11(3):159-62
Spiegel K. et al. (2005). Sleep loss: a novel risk factor for insulin resistance and Type 2 diabetes. Journal of Applied Physiology 99:2008-19
Van Cauter E. et al. (2007). Impact of sleep and sleep loss on neuroendocrine and metabolic function. Hormone Research 67:2-9
6. Depressão 
Ao longo do tempo, falta de sono e distúrbios do sono pode contribuir para os sintomas da depressão. As pessoas diagnosticadas com depressão ou ansiedade são mais propensas a dormir menos de seis horas por noite.
Na verdade, a insónia é frequentemente um dos primeiros sintomas da depressão.
Insónia e depressão alimentam-se um ao outro. A perda de sono, muitas vezes agrava os sintomas de depressão, e a depressão pode tornar mais difícil adormecer. 
3. Diminuição da libido
Homens e mulheres privados de boas noites de sono relatam libido mais baixa e menos interesse em sexo. Depleção de energia, sonolênciae aumento da tensão podem ser em grande parte os culpados. Um estudo publicado sugere que muitos homens com apneia do sono também têm baixos níveis de testosterona, por exemplo. 
3 entender o estresse e a relação com os níveis hormonais:
O IMPACTO DO ESTRESSE NO ORGANISMO
Um dos primeiros cientistas a demonstrar experimentalmente a ligação do estresse com o enfraquecimento do sistema imunológico foi Louis Pasteur (1822-1895). Em estudo pioneiro no final do século 19, ele observou que galinhas expostas a condições estressantes eram mais suscetíveis a infecções bacterianas que galinhas não estressadas. Desde então, o estresse é tido como um fator de risco para inúmeras patologias que afligem as sociedades humanas, como patologias cardiovasculares (arteriosclerose, derrame), metabólicas (diabetes insulino-resistente ou tipo 2), gastrointestinais (úlceras, colite), distúrbios do crescimento (nanismo psicogênico, aumento do risco de osteoporose), reprodutivas (impotência, amenorréia, aborto espontâneo), infecciosas (herpes labial, gripes e resfriados), reumáticas (lupus, artrite reumatóide), câncer e depressão.
De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), o estresse afeta mais de 90% da população mundial e é considerado uma epidemia global. Na verdade, sequer é uma doença em si: é uma forma de adaptação e proteção do corpo contra agentes externos ou internos. 
Estressores sensoriais ou físicos envolvem um contato direto com o organismo. Estariam incluídos, nesse caso, subir escadas, correr uma maratona, sofrer mudanças de temperatura (calor ou frio em excesso), fazer vôo livre oubungee jumping etc. Já o estresse psicológico acontece quando o sistema nervoso central é ativado através de mecanismos puramente cognitivos, como brigar com o cônjuge, falar em público, vivenciar luto, mudar de residência, fazer exames na escola ou de vestibular, cuidar de parentes com doenças degenerativas (como mal de Alzheimer, que causa demência) e outros.
Um terceiro tipo de estressor pode ainda ser considerado: as infecções. Vírus, bactérias, fungos ou parasitas que infectam o ser humano induzem a liberação de citocinas (proteínas com ação regulatória) pelos macrófagos, glóbulos brancos especializados na destruição por fagocitose de qualquer invasor do organismo. As citocinas, por sua vez, ativam um importante mecanismo endócrino de controle do sistema imunológico.
A reação do organismo aos agentes estressores pode ser dividida em três estágios. No primeiro estágio (alarme), o corpo reconhece o estressor e ativa o sistema neuroendócrino. 
Inicialmente há envolvimento do hipotálamo, que ativa o sistema nervoso autônomo, em sua porção simpática. O hipotálamo também secreta alguns neurotransmissores, como dopamina, noradrenalina e fator liberador de corticotrofina. Esse último estimula a liberação de hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela hipófise, que também aumenta a produção de outros hormônios, tais como ADH, prolactina, hormônio somatotrófico (STH ou GH - hormônio de crescimento), hormônio tireotrófico (TSH).
O ACTH estimula as glândulas supra-renais a secretarem corticóides e adrenalina (catecolamina).As glândulas adrenais passam então a produzir e liberar os hormônios do estresse (adrenalina e cortisol), que aceleram o batimento cardíaco, dilatam as pupilas, aumentam a sudorese e os níveis de açúcar no sangue, reduzem a digestão (e ainda o crescimento e o interesse pelo sexo), contraem o baço (que expulsa mais hemácias para a circulação sangüínea, o que amplia a oxigenação dos tecidos) e causa imunodepressão (redução das defesas do organismo). A função dessa resposta fisiológica é preparar o organismo para a ação, que pode ser de “luta” ou “fuga”.
Nessa fase também pode ocorrer tento uma inibição quanto um aumento desmedido de hormônios gonadotróficos.
No segundo estágio, (adaptação), o organismo repara os danos causados pela reação de alarme, reduzindo os níveis hormonais. No entanto, se o agente ou estímulo estressor continua, o terceiro estágio (exaustão) começa e pode provocar o surgimento de uma doença associada à condição estressante, pois nesse estágio começam a falhar os mecanismos de adaptação e ocorre déficit das reservas de energia. As modificações biológicas que aparecem nessa fase assemelham-se àquelas da reação de alarme, mas o organismo já não é capaz de equilibrar-se por si só.
O estresse agudo, repetido inúmeras vezes pode, por essa razão, trazer conseqüências desagradáveis, incluindo disfunção das defesas imunológicas.
O estresse pode provocar também mudança nos receptores pós-sinápticos normais de GABA (principal neurotransmissor inibidor do SNC), levando a superestimulação de neurônios e resultando em irritabilidade do sistema límbico. A presença de GABA diminui a excitabilidade elétrica dos neurônios ao permitir um fluxo maior de íons cloro. A perda de uma das sub-unidades-chave do receptor GABA prejudica sua capacidade de moderar a atividade neuronal.
De modo geral, pode-se afirmar que o organismo humano está muito bem adaptado para lidar com estresse agudo, se ele não ocorre com muita freqüência. Mas quando essa condição se torna repetitiva ou crônica, seus efeitos se multiplicam em cascata, desgastando seriamente o organismo.
A medula suprarrenal secreta regularmente duas catecolaminas na seguinte proporção: 80% de adrenalina e 20% de noradrenalina. O cortisol, a aldosterona e hormônio masculino, o andrógeno, são secretados pelo córtex suprarrenal. Na Fase de Esgotamento ou Exaustão do estresse as glândulas suprarrenais liberam os corticóides. Os efeitos consequentes ao excesso da secreção de corticóides para o organismo devem ser detectados para se adotar rapidamente medidas de tratamento.
No metabolismo geral os corticóides estimulam a gliconeogênese (mobilização da glicose a partir do glicogênio armazenado no fígado) ao mesmo tempo em que diminuem a utilização da glicose celular. Isso aumenta muito a concentração de glicose no sangue (hiperglicemia) e pode agravar, sobremaneira, os quadros de diabetes.
Além disso, ainda como agravante da diabetes, os corticóides mobilizam os aminoácidos e ácidos graxos e inibem os efeitos da insulina. É por isso que muitos autores atribuem grande peso psicossomático à diabetes.
No sangue, os corticóides em excesso aumentam o número de leucócitos circulantes (leucocitose) além de elevarem o número de plaquetas, favorecendo a formação de coágulos, logo, de embolias e tromboses. Também no sistema cardiocirculatório o excesso de corticóides pode produzir hipertensão arterial por estimular a liberação de substâncias de vasoativas.
Insuficiência Suprarrenal
Depois do excesso de liberação de corticóides, persistindo o estado de Estresse asSuprarrenais podem entrar em falência, ou insuficiência suprarrenal, quando então, a ausência de catecolaminas e de cortisona têm efeitos mais devastadores ainda. Disso deduzimos que, tanto as catecolaminas quanto a cortisona, devem manter-se em perfeito equilíbrio no organismo.
Em geral, a falta de cortisona decorrente da insuficiência suprarrenal produz cefaleia, fraqueza, astenia, perda de peso, febre, desidratação, emagrecimento, anorexia, hiperpigmentação de pele e mucosas, hipopigmentação dos mamilos, cianose, dores musculares e das juntas (artralgia). No sistema gastrointestinal ocasiona náuseas, vômitos, dor abdominal, diarreia ou constipação. Pode haver ainda alterações neuropsiquiátricas, tais como alteração da personalidade, confusão, torpor e até sintomas psicóticos. Na ausência de corticosteroides ocorre hipotensão grave, choque e até a morte.
No estresse, a reação hormonal que se dá em cadeia através do eixo hipotálamo-hipófise-suprarrenal pode produzir uma diminuição do calibre dos vasos sanguíneos placentários (vasoconstrição), resultando também em uma redução na da oxigenação e aporte de nutrientes ao bebê. Isso pode resultar em sofrimento fetal e, nos casos muito graves, até na morte intrauterina.
Alterações da Tireóide
A secreção dos hormônios tireodianos é reguladaà distância pelo Hipotálamo, a mesma região cerebral que é mobilizada desde o início do estresse. O Hipotálamo produz o neuro-hormônio chamado Hormônio de Liberação de Tireotropina (TRH), o qual, chegando na Hipófise, estimula a produção de outro hormônio, o Hormônio Estimulador da Tireóide(TSH).
As alterações do Hipotálamo durante o estresse, conseqüentemente as alterações daHipófise, podem resultar em desordem na produção da Tiroxina, o hormônio da tireóide. Tanto pode ocorrer um excesso como uma deficiência de Tiroxina, provocando respectivamente o hiper e o hipotireoidismo. Na Fase de Alarme do estresse é comum o hipertiroidismo e no Esgotamento o hipotiroidismo, embora essas alterações possam acontecer inversamente.
O mais curioso em relação à tireóide, é a reciprocidade entre essa glândula e as emoções; o estresse leva a alterações da tireóide, estas levam à alterações emocionais e, fechando o círculo vicioso, as emoções podem alterar mais ainda o funcionamento da tireóide.
Talvez uma das mais importantes alterações ovarianas produzidas pelo estresse é ainfertilidade, ocasionada por anovulação (falta de ovulação). A anovulação psicogênica é desencadeada por estresse psicológico e na ausência de doença orgânica. Ocorre, provavelmente, por aumento da atividade dos neurônios dopaminérgicos e dos opiáceos endógenos (prostraglandinas) que levam a uma redução na freqüência e na amplitude dos pulsos do GnRH ou Hormônio Liberador de Gonadotrofinas.
Algumas vezes, por razões de estresse, a mulher pode deixar também de menstruar. A falta de menstruação se chama amenorréia. Quando for por razões emocionais, incluindo o estresse, chama-se Amenorréia Psicogênica. Essa é a mais comum em mulheres solteiras, magras e com profissões consideradas empresariais, geralmente com história anterior de problemas psico-sexuais e traumas sócio-ambientais.
Os fatores determinantes da dismenorréia primária não são totalmente conhecidos, mas há evidências de que a mais provável ocorrência conseqüente ao fator emocional, seria o aumento acentuado das prostaglandinas, que normalmente acontece no estresse. Apesar do efeito relaxante e analgésico dessas substâncias, elas estão, de fato, também associadas ao aumento da contratilidade uterina, com vasoespasmo arteriolar, isquemia e dor.
4 homeotermia
A manutenção da temperatura central do organismo com uma variação de apenas ± 0,6°C é feita através de mecanismos homeostáticos eficientes que visam manter as reações químicas orgânicas dentro de padrão compatível com a normalidade. Ainda que a temperatura do ambiente externo varie de 13°C aos 70 °C, a temperatura corporal será mantida praticamente constante. Ao contrário da temperatura central, a temperatura cutânea variará conforme a temperatura ambiente.
.........A temperatura central média de um ser humano, quando medida na boca, fica na faixa de 36,7°C e 37°C, porém pode variar quando se pratica exercício físico intenso ou quando se está exposto a temperaturas ambientais severas.
 Para ajudar a manter a temperatura constante, algumas partes do corpo são fundamentais, pois atuam como materiais isolantes.
 Os principais sistemas isolantes do corpo são:
a pele
os tecidos subcutâneos
a gordura dos tecidos subcutâneos
.........Para que haja um controle efetivo da temperatura corporal é necessário haver um equilíbrio dinâmico entre a quantidade de calor produzida e a quantidade perdida. E isto se faz através de diversos mecanismos.
 - Ganho de Calor:
 A produção de calor é um dos principais resultados do metabolismo. E os fatores que determinam a taxa de produção de calor são:
valor basal do metabolismo celular.
aumento do metabolismo pela atividade muscular.
aumento do metabolismo em decorrência da maior atividade química nas células.
aumento do metabolismo determinado pelo efeito da tiroxina sobre o metabolismo celular.
aumento da estimulação simpática sobre as células (ação da adrnalina noradrenalina).
 Os órgãos internos (fígado, cérebro, coração e músculos esqueléticos) são os principais responsáveis pela produção de calor. Este calor é então transferido para a pele, onde é perdido para o meio ambiente.
 Nas situações em que a temperatura do corpo estiver excessivamente baixa, o organismo atuará com mecanismos geradores de calor:
vasoconstrição cutânea em todo o corpo
piloereção
aumento da produção de calor
estimulação hipotalâmica dos calafrios
excitação química simpática da produção de calor
aumento da produção de tiroxina
 - Perda de Calor:
 Em várias situações o organismo deverá ser capaz de eliminar calor para a manutenção da sua homeotermia. A quantidade de calor perdida estará na dependência da velocidade com que o calor é transferido das partes mais internas do corpo para a pele; e da velo cidade com que esse calor é transferido da pele para o meio ambiente
 A transferência de calor do centro do corpo para a pele é realizado através do fluxo sangüíneo, e a troca de calor se dá principalmente nas mãos, pés e orelhas.
 A condução de calor pelo sangue é controlada através do grau de vasoconstrição existente nas arteríolas e anastomoses arteriovenosas, sob controle do sistema nervoso autônomo (simpático).
 Os principais mecanismos de perda de calor são:
Evaporação:
 Quando a água se evapora da superfície corporal verifica-se uma perda de 0,58 Calorias por grama de água. Este fenômeno ocorre na pele e nos pulmões, mesmo quando a pessoa não está suando, e é responsável por uma perda média de 12 a 16 calorias por hora. Mas, está evaporação insensível não pode ser controlada para fim de termorregulação, pois decorre da difusão contínua de moléculas de água. Já a perda por suor pode ser controlada através da regulação da sudorese.
 Quando a temperatura corporal for maior que a do ambiente as perdas se darão principalmente por irradiação e condução, mas quando a temperatura do meio for maior que a da pele, estes processos farão com que o corpo ganhe calor, sendo a evaporação a única maneira do corpo perder calor.
 O uso de roupas normais reduz a perda de calor por convecção pela metade, pois diminui o fluxo de ar. Porém, se a roupa estiver úmida, sua capacidade de manutenção térmica é praticamente toda perdida, pois a água é um bom condutor.
Irradiação:
 A perda por irradiação é mais importante, cerca de 60% em condições normais. Esta perda ocorre em forma de raios de infravermelho, uma forma de onda eletromagnética que todos os objetos (acima do zero absoluto) emitem. Portanto o corpo humano emite e recebe este tipo de onda, sendo que quando o copo está mais quente que os objetos em sua volta ele emite mais que recebe.
Condução:
 A troca de calor direta com outros objetos através da condução é responsável por uma parte bem pequena da quantidade de calor perdida(3%). Já a condução para o ar representa uma parte bem mais significativa, cerca de 15%.
Convecção:
 A remoção de calor através de corrente de ar (convecção) é uma etapa após a condução, devido ao fato do ar quente ter a tendência de elevar-se. Este fenômeno evita que o ar quente fique em contato com a pele, o que prejudicaria a troca da calor.
Resfriamento pelo vento:
 A velocidade do ar imediatamente adjacente a pele é maior que a normal, isto faz com que as perdas por convecção aumentem.
 Em situações onde a temperatura do corpo está excessivamente quente, o organismo atua para perder calor através da:
vasodilatação dos vasos sangüíneos cutâneos
sudorese
inibição dos mecanismos de produção de calor
 - O Papel do Hipotálamo na regulação da Temperatura.:
 Os mecanismos de feedback que regulam a temperatura do corpo operam por meio dos centros termorreguladores localizados no hipotálamo, auxiliados por detectores de temperatura que determinam se a temperatura corporal está excessivamente quente ou fria. Os impulsos provenientes desta área são transmitidos pelas vias autonômicas para a medula e, daí pela via simpática para a pele de todo o corpo.O hipotálamo anterior contém grande número de neurônios sensíveis ao calor e ao frio para o controle da temperatura corporal. Um aumento na freqüência de sua descarga é observado quando a temperatura sobe (neurônios sensíveis ao calor) ou desce (neurônios sensíveis ao frio).
 Quando a área do hipotálamo anterior é aquecida, verifica-se imediatamente por todo o corpo uma sudorese intensa na pele associada a uma vasodilatação cutânea. Alem disso, outros receptores localizados na pele e nos tecidos corporais mais profundos também atuam na regulação da temperatura. Estes receptores são mais sensíveis ao frio do que ao calor, sendo bem provável que estejam relacionados com a prevenção a hipotermia (prevenção a baixas temperaturas corporais).
Uma outra maneira de se ativar a sudorese é através da adrenalina ou da noradrenalina que circula no sangue. Estes hormônios são importantes, pois quando praticamos atividades físicas a medula supra renal libera-os na corrente sangüínea
 O papel da glândula sudorípara:
 A glândula sudorípara dispõe de umma porção interna espiralada que secreta o suor e outra, chamada porção chamada dutal, que se dirige para o exterior através da derme e epiderme. Sua secreção é estimulada pelas fibras nervosas simpáticas colinérgicas do sistema nervoso autônomo. A quantidade de secreção liberada está na dependência da intensidade do estímulo que chega até as glândulas sudoríparas.
 A quantidade transpirada depende também do grau de adaptação da pessoa ao ambiente. Segundo a literatura consultada, em ambientes quentes uma pessoa bem adaptada pode chegar a transpirar cerca de 3 litros por hora, enquanto uma pessoa não adaptada não passa de 1 litro.
 - O Ponto Fixo
 O ser humano possui um ponto fixo de temperatura que ao redor dos 37.1°C. As pequenas variações de temperaturas para mais ou para menos estimulam rapidamente o mecanismos de homeostase que trazem a temperatura de volta para o ponto fixo.
 Em ambientes extremamente frios ou quentes, contudo, o controle comportamental da temperatura corporal é o mais eficiente. Este mecanismo consiste na emissão de estímulos de desconforto pelo cérebro, seja pelo frio ou pelo calor. Assim a pessoa, assim como os animais, procurarão um ambiente mais adequado, ou se proteger de outra maneira.
 Termorregulação é a capacidade de um organismo utilizar de vários mecanismos para garantir que a sua temperatura corporal seja mantida na faixa apropriada à espécie.
As espécies poderão ser classificadas de acordo com sua capacidade ou incapacidade de termorregular em:
Homeotérmicas: inclui os animais que regulam sua própria temperatura mantendo-a, geralmente, dentro de uma estreita faixa necessária à vida. Um exemplo é o homem.
Heterotérmicas: inclui-se os chamados de animais de “sangue frio” (répteis por exemplo) que não possuem a capacidade de regular sua própria temperatura e utilizam-se do meio ambiente para se termorregular. Estes animais possuem uma faixa de temperatura corporal mais ampla.
 Considerações Gerais sobre os animais homeotérmicos.
Algumas condições do ambiente são capazes de causar alterações na temperatura corpórea dos animais (incluindo-se o homem). Fatores como hora do dia, sexo, idade, alimentação e diversos outros podem causar variações na temperatura do indivíduo.
É muito comum observarmos diferentes gradientes de temperatura no corpo do animal. A temperatura do fígado, por exemplo, varia até certo ponto da temperatura encontrada em partes externas do corpo. Um bom local para que se possa medir a temperatura de uma pessoa ou um cão, é o reto. A temperatura retal apresenta-se como uma boa opção por demonstrar um valor médio real indicativo da temperatura do organismo.
O calor produzido metabolicamente no corpo é somado ao calor absorvido por radiação, condução e convecção. Há de se ressaltar ainda, a diferença na produção de calor, tendo em vista como modelo a produção constante de calor por parte do coração e a produção inconstante de calor por parte de um músculo estriado esquelético qualquer.
A perda de calor poderá se dar por radiação, condução e convecção, além da evaporação que ocorre pelas superfícies da pele e vias respiratórias e ainda pela excreção de urina e fezes.
Entre as respostas fisiológicas à perda de calor podem ser:
1- Ajustes circulatórios: A vasodilatação cutânea por exemplo, facilita a perda de calor para o ambiente.
2- Evaporação: Cerca de 25% do calor produzido por um mamífero em repouso é perdido por evaporação de água pela pele e vias respiratórias.
3- Sudorese: Em seres humanos se dá basicamente por glândulas écrinas (supridas por fibras colinérgicas presentes em nervos simpáticos), e em outros animais por glândulas apócrinas também (desenvolvidas dos folículos pilosos).
4- Polipnéia: Típica nos cães. Ocorre um aumento na frequência respiratória para que haja aumento da expulsão de calor por vias respiratórias.
Entre as respostas fisiológicas ao frio, podemos ter:
1- Resposta comportamental ou relacionada ao isolamento: Pode haver um comportamento que evite a perda de calor, um crescimento dos pêlos ou ainda um aumento da camada adiposa em um indivíduo.
2- Ajustes circulatórios: Vasoconstricção objetivando a perda de calor para o meio ambiente.
3- Calafrio: Aumento na produção de calor através de contrações musculares involuntárias.
4- Ação hormonal: Como exemplo a liberação da tiroxina estimulada pelo frio.
Percepção térmica Mediada por unidades termossensíveis no SNC e por termorreceptores periféricos. Em conjunto, estes sistemas agem em favor da manutenção da temperatura corporal.
Termorreceptores periféricos – Existentes em pele e certas membranas mucosas. São divididos em receptores de frio e receptores de calor. Através de testes em animais domésticos, como no carneiro, descobriu-se que certas áreas possuem maior ou menor importância na termopercepção do que outras áreas. Foi feito um teste onde se estimulou com calor a região escrotal e se observou polipnéia mais rapidamente que quando outras áreas eram estimuladas.
Termorreceptores no SNC – Ao se aquecer a região pré-óptica hipotalâmica de um mamífero consciente, há uma resposta que corresponde à ativação de mecanismos fisiológicos de perda de calor, assim como o oposto ocorre ao se resfriar o mesmo local.
Alterações malignas na temperatura Hipotermia – Redução drástica da temperatura corporal em animais homeotérmicos não-hibernadores. Essa situação se desenvolve quando há o total desgaste dos mecanismos de luta contra a perda de calor de que um organismo dispõe.
Febre e hipertermia – Aumento da temperatura corporal em ambas as situações. A diferença básica é que a febre é um mecanismo de hipertermia fisiológica, onde, através de substância pirógenas o organismo atinge uma temperatura mais alta que a normal. Após o cessamento do agente causador da febre, a temperatura tende a voltar aos valores normais.
 3. A Termorregulação
Manter a temperatura corporal constante depende de um equilíbrio entre a geração e a dissipação de calor. Se um animal está em um ambiente frio, haverá aumento em sua termogênese e diminuição na perda de calor. Em locais quentes, ocorrerá o contrário: a dissipação aumentará e a geração de calor diminuirá. Os processos implicados nesse controle são classificados em duas categorias: mecanismos inespecíficos e mecanismos específicos de termorregulação.
 Mecanismos Inespecíficos
Os mecanismos inespecíficos não estão sob controle neurológico, e dependem apenas de algumas propriedades físicas das substâncias que compõem o corpo dos animais.
Uma dessas substâncias é a água, que representa a maior porcentagem da massa dos animais. A água tem um elevado calor específico, ou seja, perde ou recebe muita energia sem que sua temperatura varie muito. Dessa forma, a presença de grandes quantidades de água atua como um "amortecedor térmico", evitando grandes oscilações. O corpo dos animais tem grande capacidade térmica. Mesmo que ganhe ou perca muita energia, como seu calor específicoé alto, a temperatura corporal pouco varia.
Outro mecanismo inespecífico de controle de temperatura é a existência, embaixo da epiderme, de uma camada de gordura, que conduz mal o calor. Essa camada subcutânea funciona como isolante térmico, diminuindo a intensidade das trocas e, principalmente, da dissipação de calor para o ambiente. Além disso, as gorduras são moléculas orgânicas ricas em energia, e sua oxidação é uma importante forma de gerar calor.
 Mecanismos Específicos
Trata-se de um grande conjunto de ajustes fisiológicos presentes apenas nas aves e nos mamíferos, embora se acredite que os grandes répteis primitivos apresentavam alguma capacidade de termorregulação.
Os mecanismos específicos dependem do papel controlador do hipotálamo, que analisa as informações recebidas sobre as temperaturas corporal e do ambiente. Dependem, ainda, das conexões existentes entre o hipotálamo, outras estruturas controladoras e as estruturas efetoras.
Tremores e transpiração representam alguns dos mecanismos específicos de termorregulação. Para facilitar o entendimento desses mecanismos, vamos dividi-los em duas categorias: adaptações ao frio e adaptações ao calor.
 A - Adaptações ao Frio
Baixas temperaturas tendem a esfriar o corpo, o que é percebido pelos receptores hipotalâmicos e informado aos neurônios controladores. A geração de calor nos animais homeotermos aumenta, e a dissipação de calor diminui. O córtex cerebral, conectado ao hipotálamo, desencadeia ajustes comportamentais úteis, como encolher o corpo, procurar locais abrigados, etc..
As arteríolas da pele se contraem (vasoconstrição superficial), diminuindo a chegada de sangue na superfície, e quanto menos sangue chega à pele, menos calor é dissipado. Logo, a vasoconstrição superficial permite a retenção de calor.
O sistema nervoso simpático determina a contração do músculo eretor dos pêlos, nos mamíferos, ou das penas, nas aves, estruturas que atuam como isolantes térmicos. O eriçamento (ou "arrepio") aumenta a eficiência do isolamento, criando ao redor do corpo um "bolsão de ar" entre os pêlos ou as penas. Quanto mais pêlos ou penas o animal tiver, mais eficaz será esse sistema de proteção.
Ambientes frios também estimulam a geração de calor. Há uma nítida elevação do tônus muscular, os músculos ficam mais tensos e chegam mesmo a tremer. Os tremores são uma forma importante de aumentar a geração de calor e aquecer o corpo.
O aumento na geração de calor ainda pode ser obtido pela elevação na taxa metabólica. No frio, a hipófise aumenta a secreção de TSH e a de ACTH, que estimulam a produção de tiroxina e de cortisol pela tireóide e pela adrenal, respectivamente. A tiroxina eleva a taxa metabólica e o cortisol aumenta a oferta de ácidos graxos e de carboidratos, elevando a capacidade de geração de calor. A adrenalina também é liberada em maior quantidade, no frio intenso, com efeitos semelhantes aos desses dois outros hormônios.
 B - Adaptações ao Calor
Vestir roupas leves ou molhar o corpo em dias muito quentes têm o mesmo significado fisiológico: retirar calor do corpo. São alguns ajustes comportamentais úteis na dissipação de calor.
Em altas temperaturas, a atividade e o tônus muscular diminuem, diminuindo a geração de calor.
Alguns animais, como os cães, aumentam consideravelmente a freqüência respiratória e, com isso, elevam a perda de calor por essa via. Essa elevação da freqüência respiratória se chamaarquejamento ou ofegação. Ao contrário do que se pensa, os cães não transpiram pela língua! A elevação da freqüência respiratória causa intensa remoção de CO2 e torna o pH do sangue mais básico. Os seres humanos não toleram tal alcalose.
Cachorro arquejando com a língua de fora
Em ambientes quentes, ocorre vasodilatação das arteríolas da pele, aumentando a quantidade de sangue que a ela chega, e a quantidade de calor que pode ser por ela dissipada. Nesses ambientes, as glândulas sudoríparas passam a secretar mais suor, que é lançado na superfície da pele. A evaporação da água do suor requer energia, retirada então do corpo, que esfria.
No calor, a secreção de ACTH e de TSH, pela hipófise, diminui, e a taxa metabólica mantém-se baixa, diminuindo a geração de calor. Há aumento na liberação de ADH, pela neuro-hipófise, o que aumenta a reabsorção de água, pelos rins, e diminui o volume urinário. Com isso, o organismo se torna capaz de reter, no corpo, a preciosa água que poderá ser perdida na transpiração.

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