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Aula 03

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EDUCAÇÃO E ECONOMIA POLÍTICA
O PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO SOB A ÓTICA DO CAPITAL: KEYNESIANISMO 
CURSO DE PEDAGOGIA – professora BEATRIZ PINHEIRO
Rio de Janeiro, 25 de agosto de 2011
OBJETIVOS DA AULA 3
Identificar as bases históricas e conceituais do Keynesianismo
Problematizar o Keynesianismo como um mecanismo de manutenção das estruturas capitalistas após a crise do modelo liberal clássico no início do século XX. 
ETAPA CONCORRENCIAL-EST. LIBERAL
O liberalismo tinha como ponto central a livre iniciativa e a lei da oferta e da procura como meio de regulamentação do mercado. Adam Smith defendia a não intervenção do Estado na economia, acreditando que “a mão invisível” do mercado garantiria o equilíbrio da economia e a satisfação de todos: produtores e consumidores.
Enquanto o capitalismo concorrencial prosperava, de fato, a excessiva intervenção estatal era prejudicial ao processo de acumulação capitalista. O Estado Liberal correspondia, assim, à ordem jurídico-política compatível com as necessidades históricas da etapa concorrencial do processo de acumulação capitalista.
Neste contexto, a “leitura” da realidade econômica formulada por Smith mostrava-se pertinente e o liberalismo mostrava-se uma ideologia adequada à manutenção das relações de produção capitalistas. Até que a economia entra em crise...
A CRISE de 1929
A crise emerge após um período de grande prosperidade. Empregos, salários, rendas e lucros elevados. Era fácil acreditar no fim da pobreza, na construção de uma sociedade meritocrática, na resolução dos problemas econômicos do mundo capitalista.
Em 1925 os sinais da crise aparecem: a superprodução, a diminuição do consumo, o desemprego e a concorrência com os países europeus. 
A crise de 1929 foi profunda e abrangente, atingindo grande parte do mundo capitalista, causando uma ociosidade produtiva e desemprego generalizado.
A crise atinge o mercado de valores, e em outubro de 1929 o mercado entrou em colapso, as ações que anteriormente tinham muito valor caíram, as perdas foram imensas. 
COMO ENTENDER A CRISE? 
Em primeiro lugar é preciso entender que as crises são inerentes ao capitalismo: são estruturais e ganham contornos conjunturais em cada momento histórico. O capitalismo sofre um processo incessante de transformação contínuo, de reestruturação permanente. 
A história do capitalismo é a história de suas crises e das tentativas de superá-las, com a intenção de “se manter vivo”, de garantir a continuidade do processo de acumulação de capital.
O capital, em seu processo crescente de acumulação e concentração, vai determinando a necessidade de constituição de novos formatos jurídico-políticos, a fim de manter as relações de dominação e de hegemonia burguesa.
“ As crises do capitalismo são, ao mesmo tempo, elementos de destruição e de construção do próprio sistema (...), pois são nesses momentos que se produzem as rupturas necessárias para a sua continuidade”.
A CONCENTRAÇÃO DO CAPITAL
O processo de concentração do capital: a “falência da concorrência” e a formação de grandes conglomerados industriais.
A nova etapa do processo de acumulação capitalista: a etapa monopolista.
A segunda revolução industrial faz com que uma parcela cada vez maior dos lucros seja investida em novas máquinas e equipamentos, que aumentam a produtividade, reduzem os custos, mas também diminuem os empregos e baixam os salários. Nessa perspectiva, convive-se com uma queda na capacidade de consumo.
Assim, a capacidade de produção aumenta, há uma superprodução, mas os lucros sofrem redução, pois há um subconsumo, já que o poder aquisitivo dos trabalhadores diminui.
AS CRISES: SÉCULO XIX E INÍCIO DO XX
Esse processo (subconsumo, estocagem, baixa de preços, diminuição transitória da capacidade produtiva, desemprego) vinha gerando pequenas crises cíclicas, que historicamente foram encontrando soluções provisórias pelas guerras e pelo impulso do colonialismo, que abria novos mercados, aumentando a taxa de lucro.
Essas crises eram basicamente industriais, de superprodução, cíclicas e tendiam à internacionalização, isto é, abarcavam não apenas um país, mas o conjunto dos países capitalistas.
Assim, a era da multiplicidade das pequenas empresas passa, os monopólios se fortalecem e o Estado passa a realizar intervenções cada vez mais sistemáticas na economia para corrigir os desequilíbrios.
A crise de 1929 foi a culminância deste processo. O mercado entra em colapso
A CRISE – CONSEQUÊNCIAS
A magnitude da crise pôs em xeque o liberalismo clássico, a livre iniciativa e a não intervenção estatal. 
Vários autores se debruçam sobre a crise tentando encontrar soluções para o reaquecimento da economia. Entre eles é possível destacar John Maynard Keynes, economista inglês.
As idéias deste autor serviram como fundamento para justificar o novo formato que o Estado capitalista assume para regular esta nova etapa monopolista e garantir a continuidade do processo de acumulação: o Estado de Bem Estar Social.
A “crise de 1929” marca a modificação do papel do Estado na manutenção das bases sociais e econômicas capitalistas.
DIAGNÓSTICO E SOLUÇÃO: KEYNES
Para Keynes, o que determina a renda de uma nação é o fluxo de renda de mão para mão. É esse processo de transferência de renda que revitaliza a economia, que a aquece. Quando essa transferência diminui, a economia entre em crise.
Há ainda outra parte da renda que não vai fazer esse movimento de troca de mãos: a poupança. Esta vai ser aplicada nos bancos e, assim, é colocada de volta no mercado através dos empréstimos dos bancos para os empresários, para a expansão da produção.
No momento de crise, a população não consegue poupar, ao contrário, ela gasta o que tinha guardado, e os empresários não investem na produção. A economia fica estagnada. 
Para Keynes, a saída para esta estagnação é a intervenção estatal. O Estado deve intervir e garantir investimentos (obras públicas, subsídios, incentivos). A intervenção é necessária para diminuir o desemprego, incentivar a poupança e aumentar o nível de renda da população para que ela volte a consumir e, com isso, os empresários voltem a investir, reaquecendo a economia.
O ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL: 
seu papel regulador
O Estado de Bem estar Social era um Estado planejador, regulador do processo de acumulação, articulador dos interesses conflitantes entre capital e trabalho. 
De um lado impede que os capitalistas ponham em risco o próprio sistema com sua ânsia por lucros. Nesse sentido intervem nos mercados, estabelecendo subsídios, preços mínimos, estoques reguladores. O Estado contribui para o processo de acumulação capitalista também quando constrói obras de infra-estrutura para diminuir os custos da circulação das mercadorias. O capital lucra mais.
De outro lado, o Estado de Bem-estar Social desenvolve uma política de pleno emprego e políticas sociais (tais como: saúde, habitação, educação, previdência social , etc) para que a classe trabalhadora tenha condições de consumir a produção fordista e garantir os lucros 
WELFARE STATE: 
políticas sociais e a manutenção do consumo 
O Welfare State pode ser caracterizado pelo desenvolvimento de políticas sociais estatais que têm como meta a garantia do pleno emprego, melhoria de salários, direito à habitação, etc., além de ser um mecanismo de controle sobre as classes trabalhadoras. 
Essas políticas sociais eram universais, isto é, valiam para todos. O Estado de Bem-Estar desenvolvia uma política de pleno emprego e a redução das desigualdades, através desta rede de serviços sociais. Ele foi o responsável pela distribuição de benefícios sociais e criou as condições de possibilidade de universalização dos direitos sociais de cidadania. Por isso os sindicatos e as classes trabalhadoras o legitimavam.
Para os defensores do Welfare State, essa fase do capitalismo busca a justiça social, a equidade e a igualdade, tendo como conseqüência disso o aumento da acumulação do capital.TAYLORISMO 
Ford amplia a lógica de Taylor, aplicando os princípios tayloristas na grande indústria. Assim, o taylorismo é anterior ao fordismo. Taylor buscou obter maior produtividade, organizando racionalmente o trabalho na fábrica. A gerência pensava e os trabalhadores executavam apenas uma pequena parcela do processo de trabalho, que era dividido de modo a aumentar a produção. Para aumentar a produção, e conseqüentemente os lucros, Taylor dava prêmios aos operários se produzissem mais e buscava ensinar os movimentos que cada operário deveria fazer para agilizar o processo de produção. Se cada uma fizesse os movimentos adequados, não haveria tempos mortos (intervalos) na produção e o número de peças produzidas aumentaria. 
Taylor intensificava o trabalho pelo estudo dos tempos e movimentos, propondo uma forma mais eficaz de realizar a atividade, eliminando os tempos mortos. Com isso garantia o nível de produção e os lucros desejados pelo capital. 
FORDISMO: A PRODUÇÃO EM MASSA 
Ford amplia a lógica taylorista, com a invenção das linhas de montagem. Arrumados em fila, cada operário executa apenas uma parcela do trabalho. Os operários não saem do seu posto de trabalho e a esteira leva o produto. Com a esteira não era mais necessário realizar os movimentos corretos, mas sim obedecer ao ritmo da esteira. Assim, eram eliminados os tempos mortos e o trabalho intensificado. 
No fordismo, a obrigação de respeitar os tempos determinados não está mais ligada a esquemas de recompensa e prescrição, nem à adoção dos movimentos “adequados”, mas à velocidade da esteira. O ritmo de trabalho é deslocado do individual para o coletivo e o trabalhador fica subordinado ao ritmo de trabalho ditado pelo capital. 
É possível afirmar então que o fordismo supõe o taylorismo, mas o contrário não é verdadeiro. 
FORDISMO: CARACTERÍSTICAS
a separação entre concepção e execução se intensifica
concepção → trabalho qualitativo → fora de linha produção
execução do trabalho – trabalho fragmentado e repetitivo → desqualificação operária
Controle e disciplina fabris → para eliminar a autonomia e o tempo ocioso.
lotes padronizados
consumo de massa
máquinas rígidas
velocidade e ritmo do trabalho estabelecidos pelas máquinas
mecanização - produção em larga escala tendo em vista ao consumo de massas
OS ANOS DOURADOS: equilíbrio entre
 os níveis de salário, consumo e produtividade 
O padrão de desenvolvimento que marca os “anos dourados” da economia articula o um modelo de organização da produção (a maquinaria) a uma forma específica de regulação estatal: o Estado de Bem-estar Social. 
O Estado de Bem-estar Social, durante o período que se segue à segunda guerra mundial, garantiu que a produção em massa do fordismo pudesse ser consumida, mantendo elevados os níveis de lucratividade e, por conseguinte, o processo de acumulação capitalista. Com o desenvolvimento de políticas sociais e o acesso aos serviços públicos, “sobrava” salário para que os trabalhadores pudessem consumir a produção em massa do fordismo.
Associa-se um modelo econômico a um modelo político. 
É o Estado de Bem-estar Social que regula a economia e que, com a política de pleno emprego e com o desenvolvimento de políticas sociais, mantem elevados os níveis de lucratividade e, por conseguinte, o processo de acumulação capitalista
AS FUNÇÕES SOCIAIS DA ESCOLA 
A intervenção na educação (pela via da legislação e da criação/manutenção de escolas públicas) era a única forma sistemática de intervenção estatal aceita pelos liberais clássicos. A escola era considerada um direito do cidadão e um dever do Estado.
Para o liberalismo a escola tem como função fundar uma sociedade aberta e democrática, através dos processos de: socialização e diferenciação dos indivíduos de acordo com seus talentos.
Em uma perspectiva crítica, a escola capitalista, ao contrário dessa visão, contribui para manter a ordem econômica e social desigual e reproduz as contradições, na medida em que difunde a ideologia e assegura a reprodução das classes sociais.
A ESCOLA E A INTERVENÇÃO ESTATAL
Em uma perspectiva crítica, a escola está organicamente vinculada às necessidades da divisão social e técnica desta nova etapa da acumulação capitalista, pois, em uma trajetória diferenciada, forma os profissionais que ficarão a cargo das funções intelectuais e instrumentais.
A educação, para o Estado Intervencionista, pode ser apreendida como esfera destinatária de políticas sociais, no sentido de obtenção de legitimação da ordem social vigente. Por um lado, a educação é vista como um direito social de cidadania pelo qual lutam e reivindicam os trabalhadores, já que é um direito que assegura a conquista de outros direitos. Por outro, essa reivindicação é atendida pelo Estado “na medida de seus interesses”, isto é, é oferecida de modo diferenciado, na busca de obtenção de legitimidade para a ordem instituída.
A ESCOLA E A INTERVENÇÃO ESTATAL
Nessa etapa do processo de acumulação capitalista, a escola passa também a ser compreendida também em uma perspectiva econômica, isto é, como instância formadora de mão-de-obra e produtora de conhecimento técnico, atendendo às necessidades do capital.
A escola passa a ser organizada como uma empresa e a lógica industrial penetra nos espaços escolares, difundindo-se uma visão economicista da educação, além da idéia de que a qualidade do ensino é sinônimo de maior eficácia e rentabilidade financeira 
ESTADO DE BEM ESTAR SOCIAL:
 críticas
Para alguns, o Welfare State correspondeu à humanização do capitalismo. 
Outros autores elaboram uma crítica a esse modelo, ao chamado pacto fordista. Esse pacto foi visto como uma tentativa de dissipar, de mascarar a luta de classes, como uma tentativa de cooptação da classe trabalhadora ao projeto capitalista. Assim, o vêem como um pacto despolitizante. Acreditam que, garantindo direitos políticos e sociais mínimos à classe trabalhadora, o Estado possibilitou a integração dos trabalhadores à ordem capitalista. Foi uma estratégia do Estado para, através de políticas sociais compensatórias, buscar a fidelidade das massas e legitimar a ordem burguesa.
Outros autores buscam compreender as contradições deste pacto. Percebem sim os elementos de cooptação da classe trabalhadora, mas compreendem também que a consolidação das políticas sociais do Welfare 8resulta das reivindicações da classe trabalhadora, da sua luta política 
O WELFARE STATE BRASILEIRO 
O Welfare State no Brasil constituiu-se de forma diferenciada devido à inserção do Brasil tardiamente no rol de países industrializados.
O Welfare State no Brasil é diferente dos observados nos países industrializados, em função das especificidades da modernização brasileira. Aqui, os setores modernos industriais conviviam com setores tradicionais e com uma economia agro-exportadora. O Welfare State surge no Brasil com o objetivo de regular aspectos relativos à organização dos trabalhadores urbanos 
O WELFARE STATE BRASILEIRO
O Estado de Bem Estar Social no Brasil é datado de 1930, governo Vargas. As políticas sociais nesses anos iniciais da industrialização se constroem em um período de autoritarismo, e buscam aumentar o papel do Estado na regulação da economia e da política nacional visando o desenvolvimento. 
Interessava conter os movimentos dos trabalhadores, despolitizar as relações de trabalho e tornar os trabalhadores ponto de apoio do governo. Tais metas foram alcançadas por meio de uma combinação de repressão e concessão. Foram criadas Leis Trabalhistas como: salário mínimo, direito a férias, regime de oito horas de trabalho, licença maternidade e a carteira de trabalho. 
O WELFARE STATE BRASILEIRO 
Com a ditadura militar em meados da década de 1960, uma nova fase de consolidação do sistema é acompanhada por mudanças significativas na estrutura institucional e financeira das políticas sociais. 
Nesse período, o desenvolvimento é associado à concentração da renda e a repressão aos movimentosdos trabalhadores é um dos caminhos para alcançar o tão almejado desenvolvimento
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