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Aula_04

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EDUCAÇÃO E ECONOMIA POLÍTICA
O PENSAMENTO POLÍTICO E ECONÔMICO SOB A ÓTICA DO CAPITAL: o NEOLIBERALISMO 
CURSO DE PEDAGOGIA – professora BEATRIZ PINHEIRO
Rio de Janeiro, 25 de agosto de 2011
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OBJETIVOS DA AULA 
Identificar e problematizar a implementação e consolidação do neoliberalismo como expressão atual do sistema capitalista. 
Conhecer a implementação do neoliberalismo no Brasil. 
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ANOS DOURADOS
O período logo após a II Guerra Mundial foi denominado de "Era de Ouro". O que se evidenciou neste período nos principais países capitalistas foi uma combinação entre objetivos econômicos e políticos que associam uma economia internacionalmente aberta ao gerenciamento da demanda agregada, realizado pela política econômica keynesiana. 
Durante os anos dourados ocorreu uma parceria bem-sucedida entre a política social e a política econômica, marcada pelo consenso acerca do estímulo econômico conjugado com segurança e justiça sociais. Houve um círculo virtuoso entre a política econômica keynesiana e o Estado de Bem estar social, já que a primeira estimula o crescimento econômico e o segundo, expandindo as políticas de corte social, suaviza as tensões sociais e potencia a produção e a demanda efetiva
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ANOS DOURADOS
O Estado realizou de modo sistemático o planejamento e a administração econômica do país, de modo a garantir a reprodução ampliada do capital. A adesão da classe trabalhadora ao novo projeto político teve como núcleo central o compromisso estatal com dois aspectos: o pleno emprego e a redução das desigualdades, obtida através da rede de serviços sociais gerados pelo Estado de bem-estar.
Neste período, o Estado de Bem-estar Social atuou como um regulador e assegurou um equilíbrio entre os níveis de salário, consumo e produtividade.
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A CRISE DOS ANOS 70 
A realidade dos anos dourados foi alterada pela crise dos anos 70. O dinamismo do padrão de industrialização esgotou-se, os mercados internacionalizados saturaram-se, cresceu a financeirização da riqueza produzida, ampliou-se a concorrência intercapitalista, o processo inflacionário foi iniciado e constatou-se uma retração dos investimentos. A elevação dos preços do petróleo (1973) amplia a crise. 
A globalização e o domínio do capital financeiro predominam no mundo após os anos 70. O capital financeiro comanda o sistema. Esse processo é chamado de financeirização da economia, por oposição ao processo anterior, onde a indústria predominava (processo de industrialização). 
Deflagrada pelo esgotamento do bem-sucedido período de acumulação capitalista, essa crise inaugurou uma nova fase do capitalismo e determinou profundas transformações em todas as esferas da vida social.
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O DIAGNÓSTICO DA CRISE 
São muitas as leituras dos processos que demarcaram a crise que trouxe uma dinâmica diferente da que se presenciou nos anos do pós-guerra. Dentre as várias explicações para a crise, é possível destacar a visão liberal-conservadora, que faz parte do pensamento dominante e pode ser entendida como a versão mais freqüentemente difundida pelos neoliberais de inspiração hayekiana. 
A posição neoliberal, apoiada nas críticas realizadas por Hayek contra as limitações dos mecanismos de mercado colocadas em ação pelo o Estado intervencionista parte da noção de que os anos de ouro representaram uma tentativa condenada ao insucesso, em função da pretensão de substituir a lógica natural dos mercados pela politização das relações econômicas, concretizada por meio da intervenção do Estado e mediante pactos “corporativistas” entre grupos ou classes sociais
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O DIAGNÓSTICO DA CRISE 
Na avaliação do pensamento neoliberal, a promoção do crescimento por meio da associação das políticas fiscal e monetária com a concessão de benefícios sociais desenvolvidos pelo Estado de Bem-Estar Social teria levado à ampliação de déficits orçamentários que, por seu turno, acabaram por ampliar a dívida pública, restringir o investimento privado e provocar processos inflacionários
Em síntese, a obstrução das leis espontâneas dos mercados imposta pelo corporativismo e pela intervenção estatal seria a responsável pela inflação, pelo aumento do desemprego e pelo baixo crescimento econômico, fenômenos que começam a surgir na década de 70 
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O DIAGNÓSTICO DA CRISE 
Os neoliberais acusam o Estado de bem-estar de ser anti-econômico, (porque provoca crise fiscal), antiprodutivo (porque desestimula o trabalho e o investimento), ineficaz (porque favorece o monopólio estatal e a tutela dos interesses particulares) e ineficiente (porque elimina as formas tradicionais –família e comunidade – de proteção social). 
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O REMÉDIO PARA A CRISE 
O neoliberalismo sustenta que a esfera do bem-estar social deve permanecer no âmbito privado da família, da comunidade e dos serviços privados, com intervenção estatal minimizada e atuando apenas na dimensão do alívio da pobreza ou dos serviços de apropriação coletiva ou pouco interessantes para o setor privado. Nesta perspectiva, o neoliberalismo se coloca na contramão da idéia de universalização dos direitos sociais e de sua garantia por meio da ação estatal. 
Advogam o Estado Mínimo e a realização de cortes nas políticas sociais, como forma de desativar os mecanismos de negociação e os direitos adquiridos, necessários ao incremento da competição e individualismo
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O REMÉDIO PARA A CRISE 
Segundo o receituário neoliberal, a economia só voltaria a crescer quando fossem abolidos os estímulos e as restrições impostas ao mercado. Nesse sentido, a cartilha neoliberal recomenda o combate aos mecanismos de intervenção e defende a eliminação das barreiras à livre movimentação de capital-dinheiro; a eliminação das políticas protecionistas às empresas, deixando os mercados de bens submetido à concorrência global. 
Os neoliberais defendem a reconstituição do mercado, da competição e do individualismo, como argumentos básicos para as mudanças realizadas tanto no âmbito da política econômica, quanto nas políticas sociais. 
Propõem a eliminação da intervenção do Estado na economia, seja no que diz respeito ao planejamento mais sistemático, seja no que concerne à sua atuação enquanto produtor direto, através da privatização. 
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O ESTADO NEOLIBERAL
O pensamento neoliberal, com suas críticas à ineficiência e ao caráter “desestabilizador” do Estado de Bem-Estar se torna hegemônico (vencem a eleição os governos conservadores) e são rompidas as antigas estratégias de condução das políticas econômicas e sociais. 
Busca-se adequar o Estado às exigências impostas pela adoção de um novo padrão de acumulação e desencadear uma nova etapa de expansão capitalista, atrelada a um novo ciclo de concentração de capital. Tratava-se de criar as condições políticas para a realização deste projeto, mediante a fragilização das organizações reivindicatórias da classe trabalhadora. A destruição das instituições de bem-estar contribuiriam para ampliar a competição entre os indivíduos e a competitividade das empresas.
Nos anos 80 e 90 são marcados por mudanças no âmbito estatal que correspondem a alterações de rota das políticas sociais anteriormente desenvolvidas.
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O NEOLIBERALISMO
O Neoliberalismo pode ser apontado, então, como a estratégia de gestão do capital frente às mudanças estruturais no capitalismo, a partir de uma nova divisão internacional do trabalho, onde a circulação de mercadorias e a mundialização da produção se ampliam progressivamente a partir do acirramento do processo de internacionalização do capital. 
Destaca-se, também, nesse processo, a supremacia do capital financeiro sobre os outros setores da economia, exigindo reformas estruturais que protejam a sua circulação mundial. 
Junto com essa tendência econômica, a cultura transformada, num mundo mais interligado, através da apropriação, pelas diferentes nações, dos padrões econômicos e comportamentais de ordem neoliberal
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OS GOVERNOS NEOLIBERAIS
A implantação
desse modelo se inicia na Inglaterra de Tacher (1979), nos USA com Reagan (1980) e com Khol na Alemanha (1982) e acaba por se consolidar nos países centrais, assegurando a hegemonia da ideologia neoliberal no hemisfério Norte. 
A Austrália e a Nova Zelândia também iniciam o desmonte do Estado de bem-estar. A América Latina foi palco da primeira experiência neoliberal sistemática do mundo com o Chile de Pinochet, que iniciou um programa de desregulações, privatizações dos bens públicos, desemprego, repressão sindical, redistribuição de renda em favor dos mais ricos, etc.
Já no final da década de 80 (Salinas/88/México; Menem/89/Argentina; Fujimori/90/Peru; Collor/90/Brasil) o projeto neoliberal avançou pelo continente latino-americano.
As políticas fundadas no receituário neoliberal foram bastante eficazes no combate à inflação e no desmonte das instituições e das formas de coordenação da era keynesiana 
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AS POLÍTICAS DE AJUSTE ESTRUTURAL
Os governos centrais se tornam modelos do “ajustamento econômico” indicados para os países periféricos. O ajustamento econômico traduz-se, basicamente, na: desregulamentação da economia, privatização das empresas estatais, reforma da aparelhagem estatal, redução com gastos sociais e supremacia do mercado. 
O atrelamento das economias periféricas aos ditames da globalização é fruto direto da forte concentração de tecnologia e de capital nos pólos dinâmicos do capitalismo. A supremacia dos países centrais implica na redução da possibilidade de autonomia dos países periféricos.
Nos países periféricos foram implementadas reformas estruturais visando articular as economias com as exigências do capital globalizado. Esse processo de atrelamento passivo das economias periféricas aos pólos centrais do capitalismo mundial se concretiza nas diretrizes dos planos econômicos e de renegociação da dívida externa, evidenciando, assim, a intervenção direta das agências financiadoras internacionais (FMI e Banco Mundial) 
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A REFORMA DO ESTADO
O processo de consolidação neoliberal nos anos 90 estruturou-se a partir da Reforma do Estado, elemento fundamental do processo de estabilização econômica, garantindo uma maior flexibilização da administração pública, através do enxugamento da máquina burocrática.
O Estado passa a desempenhar quatro funções: a) estratégicas, vinculadas ao planejamento e execução das políticas públicas; b) atividades exclusivas, que envolvem as funções tradicionais como: segurança, soberania e tributação; c) serviços para o mercado, relativa à atuação do Estado em setores que a iniciativa privada não tem condições de garantir (setores de infra-estrutura para o desenvolvimento econômico); d) serviços não-exclusivos, relacionados à execução de políticas públicas, com a ação de entidades da sociedade civil (“organizações públicas não-estatais”) que, através de parcerias, passam a ser executoras de políticas públicas voltadas para o campo social. O Estado passa a ser o gerenciador dessas políticas. 
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O SETOR PÚBLICO NÃO-ESTATAL
A reforma do Estado ocasiona o esvaziamento das funções públicas do Estado, levando-o a se retrair de seu papel social. O Estado passa a execução das políticas sociais para o campo da sociedade civil
Em um contexto de redefinição das relações entre Estado e sociedade civil, constitui-se assim um espaço ocupado por instituições situadas entre o mercado e o Estado, com as organizações não-governamentais (ONGs), que fazem a mediação entre coletivos de indivíduos organizados e as instituições do sistema governamental. É construída uma nova esfera entre o público e o privado, denominada público-não estatal.
As políticas sociais passam a ser executadas de forma descentralizada, a serem focadas em públicos-alvo diferenciados, e assumirem um caráter privatista. Dessa forma, amplos setores da sociedade civil: ONGs, empresas e instituições filantrópicas, entre outras instituições ficam responsáveis pela execução dessas políticas. 
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AS POLÍTICAS SOCIAIS NO NEOLIBERALISMO 
Considerado pelos neoliberais como o vilão da crise, o Bem-estar Social foi colocado em questão e, por isso, assiste-se aos cortes nas políticas sociais. 
As políticas sociais no neoliberalismo já não são mais para todos como no Bem-estar Social. São políticas só para os mais carentes. Visando reduzir os gastos sociais, as políticas sociais neoliberais passam a ter um caráter mais pontual, assistencialista e compensatório. Aí é que surgem: o restaurante popular, o bolsa-família, o cheque-cidadão, etc. Só alguns se beneficiam dessas políticas. O Estado não “gasta” mais com todos.. 
A lógica não é mais a universalidade, a igualdade, mas sim a da equidade: “dar mais a quem tem menos”. Essa corresponde a uma estratégia para a manutenção da ordem social desigual 
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A GLOBALIZAÇÃO DA ECONOMIA
Com a crise dos anos 70, o sistema entra em colapso, iniciando-se um período de rápidas transformações. Esse novo período se caracteriza por processos de trabalho e mercados cada mais flexíveis. No bojo desse processo de crise do regime de acumulação fordista e do advento da acumulação flexível, ocorrem profundas mudanças nas relações capitalistas, expressas, fundamentalmente, pela globalização e por alterações profundas no processo produtivo.
 Houve “uma transição no regime de acumulação e no modo de regulamentação social e política a ele associado”. Desse modo, a década de 1970 representou um momento histórico central, quando consideramos as mudanças ocorridas no âmbito do sistema capitalista. A partir desta década e, principalmente no período de 1970/90, ocorre uma “nova configuração do sistema do capital”, caracterizada, principalmente, por seu acentuado processo de mundialização. 
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O PROCESSO DE REESTRUTURAÇÃO
 PRODUTIVA
As atividades produtivas passam por um amplo processo de ajustamento. Convive-se com o questionamento dos princípios fordistas de produção e com a introdução da produção flexível. O conjunto dessas mudanças pressupõe: o abandono dos equipamentos dedicados, a introdução de novas técnicas organizacionais e mudanças na gestão da força de trabalho.. 
Assim, o processo de reestruturação do capital ocorrido nos anos 80 caracterizou um movimento de transformações estruturais bastante contraditório. Por um lado este processo se baseou em novas tecnologias que impactaram de forma abrangente as principais economias capitalistas, o que muitos denominam de Terceira Revolução Industrial. Por outro lado essas mudanças tecnológicas tiveram um caráter restrito, isto é, os seus custos foram pagos pelos trabalhadores e pelos países periféricos, e seus benefícios ficaram restritos a determinados países. Essa modernização conservadora foi acompanhada de uma maior desigualdade social 
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O PARADIGMA FLEXÍVEL
O processo produtivo passa a incorporar cada vez mais os avanços da tecnologia como a microeletrônica, a informática, as telecomunicações, as energias renováveis e os novos materiais. Entre as principais tendências desse novo padrão industrial é possível destacar o desenvolvimento da tecnologia digital de base microeletrônica. O complexo eletrônico confere vantagens competitivas às indústrias dos demais setores, em virtude de seu potencial inovador. 
Um dos principais elementos do novo paradigma industrial é a adoção de sistemas integrados de automação flexível. Verifica-se a realização de alterações na organização do processo industrial, com a redução dos níveis hierárquicos e a adoção de novos processos de planejamento e de pesquisa de produtos e mercados. A nova base técnica, assim, provoca novas configurações dos processos de produção, orientando um novo paradigma produtivo, o paradigma da produção flexível, fundado na automação e na informatização, e caracterizado por: a) integração, a b) flexibilidade e a c) descentralização.
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O TOYOTISMO
A principal referência do padrão de acumulação flexível é o toyotismo (termo originário da experiência da fábrica automobilística japonesa
Toyota), cujas características centrais são:
A diversidade e heterogeneidade da produção, 
O direcionamento desta a uma demanda prevista do consumo,
O estoque mínimo, 
A terceirização de parte da produção, 
A organização do trabalho em equipe e 
A flexibilidade nas funções do trabalhador.
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O TOYOTISMO 
A polivalência do trabalhador japonês está relacionada ao fato dele operar com várias máquinas, rompendo com a relação homem-máquina do fordismo. Isto ocorre na medida em que a produção se sustenta num processo produtivo flexível, capaz de atender às exigências mais individualizadas do mercado. Mais do que um aumento de qualificação do trabalhador, a operação de várias máquinas, corresponde ao desempenho combinado de várias tarefas simples, a multifuncionalidade. 
O trabalho passa a ser realizado em equipe, rompendo como caráter parcelar típico do fordismo. Uma equipe de trabalhadores opera frente a um sistema de máquinas automatizadas. Além da flexibilidade do aparato produtivo, é preciso também a flexibilização da organização do trabalho. Deve haver agilidade na adaptação do maquinário e dos instrumentos para que novos produtos sejam elaborados.
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O TOYOTISMO
Parte-se da noção de que o toyotismo deve ser entendido como um processo de trabalho essencialmente capitalista e que, as mudanças por ele operadas no âmbito da divisão técnica do trabalho (relativas à diluição dos contornos entre concepção e execução), devem ser compreendidas dentro do quadro do processo de valorização do capital. A transformação operada pelo toyotismo “só é possível porque se realiza no universo estrito e rigorosamente concebido do processo de criação e valorização do capital” 
Nesse sentido, coloca-se em discussão as teses que vêem no sistema Toyota a presença de práticas mais democráticas de trabalho ou o sinal do surgimento de uma sociedade de novo tipo, pós-capitalista ou pós-industrial, e reafirma-se que a emergência de modos mais flexíveis de acumulação do capital não modificam as regras básicas de acumulação capitalista
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O TRABALHADOR FLEXÍVEL
O trabalhador é chamado a participar e tomar decisões relativas ao controle e qualidade dos produtos, passando a responsabilizar-se pela introdução de aperfeiçoamentos e correções no processo de produção. Nessa perspectiva, diluem-se as fronteiras entre os papéis desempenhados pela gerência, pela supervisão e pelas funções operacionais. 
Ao lado da intelectualização de uma parcela da classe trabalhadora vinculada à indústria automatizada, existem inúmeros setores operários desqualificados. Constata-se a presença dos operários desespecializados do fordismo, dos operários parciais, temporários, subcontratados, terceirizados, dos trabalhadores da economia informal, dos desempregados. Verifica-se, então uma segmentação na classe trabalhadora 
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O TRABALHADOR FLEXÍVEL
Se constrói, no centro da produção, um novo tipo de profissional com novos atributos. 
capacidade para se prevenir e solucionar problemas;
trabalhar em equipe;
introduzir inovações e melhorias;
mais autonomia, criatividade, capacidade de tomar decisões.
polivalente (opera várias máquinas e realiza várias funções).
com raciocínio abstrato, novos conhecimentos.
capaz de liderança, de desenvolver relações interpessoais, maior habilidade de comunicação, etc.
com responsabilidade, conhecimento do processo, capacidade de aprender contínua, aberto a mudanças.
capaz de realizar trabalhos complexos e diversificados.
capaz de mobilizar saberes, construídos na escola, no trabalho e na vida, para dominar situações concretas, sendo capaz de transpor experiências.
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O MERCADO DE TRABALHO
As transformações de ordem econômica acarretam mudanças no mercado de trabalho: 
A primeira, diz respeito à desproletarização do operário industrial, manual, ocorrida em virtude da automação, da robótica e da microeletrônica. Trata-se do desemprego estrutural, que cresce nos países de capitalismo avançado. 
Em segundo lugar ocorre o fenômeno da subproletarização do trabalho, relativo às formas de trabalho precário, parcial, temporário, subcontratado, vinculados à economia informal. Trata-se de trabalhadores que têm em comum a precariedade do emprego e da remuneração, a desregulamentação das condições de trabalho e a ausência de proteção sindical. 
Assiste-se assim à contração do emprego, à expansão do mercado informal, à desregulamentação dos contratos de trabalho, à precarização das condições de trabalho, à eliminação de postos de trabalho, ao desemprego estrutural e crônico, enfim, à exclusão social.
Enquanto que para um pequeno contingente de trabalhadores que permanece empregado se exige uma elevada qualificação, para os demais (trabalhadores precarizados ou excedentes) a questão da qualificação não se coloca como um problema para o mercado 
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A ECONOMIA BRASILEIRA
Esse novo padrão de desenvolvimento da sociedade brasileira vai se estruturar, basicamente, em duas etapas:
a) com a subordinação da economia brasileira, a partir da sua abertura ao mercado externo, implementada pelo Governo Collor. Collor viabilizou os mecanismos legais de entrada de investimentos de capital de curto prazo. Estes investimentos não contribuíram para a expansão da produção e a geração de emprego. A marca da economia brasileira no período foi a do desemprego e da especulação financeira de grupos internacionais.
b) por um amplo programa de estabilização econômica, desencadeado pelo Governo Fernando Henrique Cardoso que consolida a nossa inserção nesse novo padrão de desenvolvimento. 
O Governo Collor começa e os Governos Itamar e Cardoso implementam as reformas estruturais necessárias para levar nossa economia ao ajuste às exigências do capital globalizado 
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O BRASIL DOS ANOS 90 
Assim, foi no contexto marcado pelo ideário neoliberal e pelas exigências do capital transnacional que se iniciou, nos anos 90, o processo de reestruturação produtiva do país, trazendo imensas conseqüências sobre o mundo do trabalho e para o âmbito do desenvolvimento das políticas sociais.
O processo de reestruturação produtiva trouxe profundas mudanças para o mercado de trabalho, incorporando dimensões novas, como a informalização das camadas médias, e acentuando traços que nele já estavam presentes, como as atividades informais e a flexibilização do trabalho. Verifica-se ainda, no plano político, uma atuação voltada para a promoção, em termos de emprego e relações de trabalho, de um ajuste que visa reduzir custos e aprofundar a flexibilidade do mercado 
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