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Argumentação Texto baseados em slides cedidos pela Professora de Metodologia da UFRJ Rachel Herdy, em suas aulas. O que é um argumento? Para os estudiosos da Lógica o argumento é uma série de razões apresentadas para dar suporte a uma proposição. É uma sequência de duas ou mais proposições, sendo uma delas conclusão das demais. Para os estudiosos do Direito Argumentar é uma prática de justificação de uma decisão judicial por meio da apresentação de razões. Argumentos podem ser (MacCormick): Teóricos – argumentam a favor da verdade/falsidade de uma estado de coisas (proposição descritiva ou ôntica) Premissa fática Práticos – argumentam a favor da correção/incorreção de um curso de ação (proposição normativa ou deôntica) Premissa normativa Analisando o argumento Todo argumento é composto de: 2 ou mais Premissas 1 Conclusão Elemento básico: proposição Proposição é uma sentença com valor de verdade. A proposição é composta de: Palavras específicas quanto ao tópico: Justiça, liberdade, mulher, brasileiro Palavras neutras quanto ao tópico: não, e, ou, se, então, todos, alguns (constantes lógicas) Importante! Proposições são verdadeiras/falsas. Argumentos são válidos/inválidos. Validade Validade é um termo técnico de lógica dedutiva. O contrário de “válido” é “inválido”. Tem a ver com a conexão lógica entre as premissas e a conclusão; não com a verdade. Definição de Argumento Válido: é logicamente impossível que a conclusão seja falsa quando as premissas são verdadeiras. Avaliando argumentos… Há três tipos de avaliação possíveis (em Haack, 2002): Lógica: há uma conexão apropriada entre premissa e conclusão? Material: as premissas e a conclusão são verdadeiras? Retórica: o argumento é persuasivo, atraente, interessante para a audiência? Para criticar um argumento... Desafiando as premissas – mostrar que ao menos uma delas é falsa. Tarefa do historiador, sociólogo... Desafiando o raciocínio – mostrar que as premissas não são boas razões para a conclusão. Tarefa do lógico. Avaliação lógica Um argumento pode ser: Dedutivamente válido Dedutivamente inválido, mas indutivamente forte Dedutivamente inválido e indutivamente fraco Padrões dedutivos são mais exigentes: a conexão entre Ps e C deve ser necessária Argumentos válidos podem conter: (a) premissas verdadeiras e conclusão verdadeira (b) premissas falsas e conclusão falsa (c) premissas falsas e conclusão verdadeira Argumentos válidos - exemplos Exemplo (a) Justiça é imparcialidade. Imparcialidade é distribuir recompensas de acordo com o mérito e penalidades de acordo com a culpa. Justiça é distribuir recompensas de acordo com o mérito e penalidades de acordo com a culpa. Exemplo (b) Justiça é aquilo que os fortes desejam. Aquilo que os fortes desejam é aquilo que é bom para os fortes. Justiça é aquilo que é bom para os fortes. Exemplo (c) Justiça é aquilo que os fortes desejam. Aquilo que os fortes desejam é distribuir recompensas…. Justiça é distribuir recompensas de acordo com o mérito e penalidades de acordo com a culpa. Argumentos sólidos (sound) As premissas são verdadeiras. O argumento é válido. Logo, validade e verdade são importantes para caracterizar um argumento como sólido. Em suma... quando o argumento é válido, A conclusão segue da premissa. Se as premissas são verdadeiras, a conclusão será verdadeira. A conclusão está contida na premissa, são explicativos e não-ampliativos. Preserva-se o valor de verdade. Não há risco (diferente dos argumentos não-dedutivos) Modos modus ponens Se p, então q p ____ q Modus tollens (prova indireta) Se A, então B. Não B. Logo, não A. Silogismo hipotético Se A, então B. Se B, então C. Logo, se A, então C. Silogismo disjuntivo Ou A ou B. Não A. Logo, B. Argumentos inválidos A conclusão não segue necessariamente da premissa Mesmo assim, o argumento ainda pode ser forte por outros critérios Exemplo P1: Se o aluno estivesse colando (antecedente), ele ficaria nervoso com a proximidade da professora (consequente). P2: O aluno ficou nervoso com a proximidade da professora. C: Logo, o aluno estava colando. Este argumento comete uma falácia: AFIRMAÇÃO DO CONSEQUENTE. Falácias De composição/divisão Aquilo que é atribuído a um termo distributivamente é também atribuído a ele coletivamente Transferir a propriedade das partes para o todo Ad hominem (ataque pessoal) Falta de integridade do argumentador, de suas ações ou comprometimentos ou de neutralidade Ad verecundiam (apelo à autoridade pessoal) Argumentos não-dedutivos Não são válidos/inválidos, mas fortes/fracos Tipos: Generalizações Probabilidade Raciocínio causal Abdução ou inferência para a melhor explicação Analogia ( ponto da próxima aula!
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