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ATO ADMINISTRATIVO I

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ATOS ADMINISTRATIVOS: DIOGENES GASPARINI
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I – EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS
 
Várias podem ser as causas que determinam à extinção do Ato Administrativo eficaz, tais como: a concretização (cumprimento) de seus efeitos pretendidos; o término (esgotamento) do prazo; execução do Ato; o desaparecimento do sujeito da relação jurídica; a revogação; o desaparecimento do objeto da relação jurídica; a retirada do ato; ou a renúncia do sujeito beneficiário do Ato Administrativo 
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1. Causas determinantes da extinção
A extinção nos Atos Administrativos pode ocorrer também, por outras circunstâncias: 
O beneficiário é sujeito personalíssimo, se este vier a permanecer com paradeiro desconhecido (ausente), o ato é extinto automaticamente, e em regra não há obrigação de indenizar, evidente que para que ele possa ser declarado ausente, devem-se observar os prazos estabelecidos em lei.
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2. Extinção do ato eficaz
Eficaz é o ato que produz efeitos para os quais foi preordenado.
2.1. Cumprimento dos efeitos
	Quanto ao cumprimento dos efeitos, quando os efeitos do Ato Administrativo são concretizados, realizados ou cumprido, o ato deixa de existir, sendo que a concretização dos efeitos se dá nas seguintes circunstâncias: O Término (esgotamento) do prazo ocorre quando o Ato Administrativo estabelece o prazo limite em que determinada situação está amparada legalmente e, transcorrido o período estabelecido, ocorre automaticamente a extinção do Ato. 
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É muito comum essa ocorrência nas autorizações de utilização de bens públicos por um período de tempo pré-determinado, e transcorrido aquele prazo, extingue-se a autorização concedida.
	2.2. Desaparecimento do sujeito da relação jurídica
 
O beneficiário é sujeito personalíssimo, se este vier a permanecer com paradeiro desconhecido (ausente), o ato é extinto automaticamente, e em regra não há obrigação de indenizar, evidente que para que ele possa ser declarado ausente, devem-se observar os prazos estabelecidos em lei.
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	2.3. Desaparecimento do objeto da relação jurídica
A Execução do ato: Ocorrendo a execução material o Ato Administrativo estará extinto, por exemplo, para um Ato Administrativo que determina a apreensão de mercadoria imprópria para o consumo. Aprendida a mercadoria (execução material), extingue-se o ato.
 
2.4. Retirada
É quando se edita um Ato Administrativo com o objetivo de se retirar o Ato anterior do mundo jurídico, caracterizando também a extinção do Ato anterior, que pode ser por: revogação, invalidação, cassação e caducidade.
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	 2.5. Renúncia
 
Renúncia é a retirada do ato administrativo eficaz por seu beneficiário não mais desejar a continuidade dos seus efeitos. A renúncia só se destina aos atos ampliativos (atos que trazem privilégios). Ex: Alguém que tem uma permissão de uso de bem público não a quer mais.  
 
	 3. Extinção do ato ineficaz
 
Ato ineficaz é aquele que aguarda a ocorrência de um termo ou condição futura para que possa produzir os efeitos pretendidos em seus respectivos destinatários do ato. A extinção dos atos administrativos ineficazes pode ocorrer nas seguintes situações: a Recusa ou a Mera Retirada.
 
	3.1. Recusa
Recusa é a ação do beneficiário de recusar o que o ato outorga, extinguindo o ato, dado que a aceitação era elemento necessário para que o ato pudesse produzir os efeitos pretendidos.
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	3.2. Mera retirada
A mera retirada ocorre quando a extinção de ato administrativo ineficaz é realizada por meio de outro ato administrativo por motivo de mérito ou de legalidade. E a Mera Retirada, distingue-se da Revogação, dado que não há efeitos a serem preservados; e da Invalidação, visto que não há defeitos. 
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II – REVOGAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO
1. Conceito
Revogação ocorre quando a administração por meio de uma avaliação de conveniência e oportunidade, conclui que dada situação, estabelecida por determinado ato (perfeito, válido e eficaz), no ordenamento jurídico, não atende mais os interesses públicos. A revogação só pode ser realizada pela Administração Pública, pois envolve juízo de valores (princípio da autotutela). É uma forma discricionária de retirada do ato administrativo.
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	2. Espécies de revogação
 
A extinção pode ser total (ab-rogação) ou parcial (derrogação). A revogação respeita os efeitos produzidos pelos atos e, só atinge os efeitos próprios dos atos, os efeitos impróprios não são atingidos pela revogação. A ab-rogação não se confunde com a modificação, que é a alteração de uma relação jurídica já estabelecida, sendo somente uma extinção parcial.
 
	3. Objeto, motivo e conteúdo
O objeto ou conteúdo do ato de revogação é a retirada do ordenamento jurídico um ato administrativo válido. O motivo é a inconveniência ou inoportunidade da manutenção do ato no ordenamento jurídico.
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	4. Natureza, eficácia e fundamento
A revogação pode ser expressa, quando a administração declara revogado tal ou qual ato e tácita, quando administração pública, ao prover sobre certa situação existente, dispõe de forma com ela incompatível. O ato revogador tem de ser da mesma natureza e força jurídica do ato revogado, pelo princípio do paralelismo, “que manda observar a forma e a hierarquia do ato revogado.”
 
	5. Competência revogatória
 
Apenas a Administração Pública possui competência para revogar os atos praticados por ela mesma, ou seja, somente a Adm. Publica é sujeito ativo da revogação. O exercício dessa competência é baseado no principio do interesse público.
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	6. Irrevogabilidade
 
A irrevogabilidade dos atos administrativos é uma exceção. Ela é o atributo que impede a revogação dos atos administrativos.
Em alguns casos, entende-se como possível a revogação mediante indenização, tendo em vista que o ordenamento nem sempre garante a irrevogabilidade ou a imodificabilidade da situação.
 
	7. Revogação e indenização
 
De regra a revogação não investe no direito de ser indenizado, salvo se a lei impor. A revogação é um direito da Administração Pública e quando exercido ninguém pode considerar-se prejudicado. Sua efetivação não lesa direitos de terceiros e por isso não cabe indenização calcada na revogação.
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	8. Revogação em outros ramos do Direito
 
A revogação pode ocorrer em qualquer ramo do Direito. Com base nisso, é possível haver revogação no exercício da função legislativa, ou seja, o poder legislativo pode revogar leis inconvenientes desde que obedeça certas regras.
 
	9. Revogação da revogação e repristinação
 
A duvida em questão é se o ato de revogação pode ser revogado. A resposta é negativa, ou seja, o ato de revogação é um ato administrativo consumado, dessa forma não há de falar em revogação.
 
	10. Nova decretação do ato revogado
O ato de revogação tem como objetivo desfazer uma situação criada por um certo ato administrativo considerado inconveniente ou inoportuno. Assim, não há de se falar em nova decretação quando uma vez decretado, considerando que o ato administrativo não alcança mais os interesses públicos.
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III – INVALIDAÇÃO DO ATO ADMINISTRATIVO	
	1. Conceito
É a declaração de invalidade de um ato administrativo ilegítimo ou ilegal, feita pela própria Administração ou pelo Poder Judiciário. Baseia-se, portanto, em razões de ilegitimidade e ilegalidade. Desde que a Administração reconheça que praticou um ato contrário ao direito vigente, cumpre-lhe anulá-lo o quanto antes, para restabelecer a legalidade administrativa. Como a desconformidade com a lei atinge o ato em suas origens, a anulação produz efeitos retroativos à data em que foi emitido (efeitos ex tunc, ou seja, a partir do momento de sua edição).
	2. Objeto, motivo, conteúdo e espécies
O objeto de invalidação é o ato administrativo considerado ter sido produzido sem a devida atenção ao ordenamento jurídico, ou seja, tem-se por objeto um ato administrativo ilegal e eficaz, de natureza abstrata ou concreta. O motivo é a invalidade jurídica de tal ato considerado
ilegal. O conteúdo é o desfazimento do ato inválido.
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	3. Natureza, fundamento e efeitos
A natureza do ato de invalidação é administrativa. Seu fundamento é centrado no dever de obediência ao principío da legalidade. Os efeitos alcançam o ato administrativo inválido desde seu nascimento, sendo portanto, retroativos.
	4. Competência invalidadora
Quando ocorre a retirada de um ato administrativo do ordenamento jurídico por parte da Administração Publica ou do Poder Judiciário, diz-se invalidação. Quando promovida apenas pelo Poder Judiciário, essa será chamada de anulação.
 5. Invalidação e indenização
A invalidação ou anulação não outorga direitos à indenização.
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6. Convalidação
Convalidação é o suprimento da invalidade de um ato com efeitos retroativos, e que pode provir da Administração ou do particular afetado, quando sua manifestação era pressuposto legal de validade do ato. No entanto, para que a convalidação possa ser realizada, deve circunscrever-se a certos limites, são chamadas de barreiras, quer a convalidação, quer a invalidação. Não se convalida atos válidos, nem o que é inexistente, ou seja, é a impossibilidade, não só jurídica, mas lógica da convalidação de atos que não sejam inválidos. Um ato administrativo praticado por quem não é agente público, por exemplo, salvo a excepcionalíssima hipótese do funcionário de fato, não é convalidável.
 
7. Prescrição e invalidade
Quando o ato administrativo é praticado contrário às disposições legais, o mesmo se torna inválido, pois, ao ser elaborado, traz consigo a carência de legalidade, ou seja, defeitos jurídicos. E, à luz do princípio da busca da verdade real, da legalidade, não pode-se deixar permanecer tais vícios ou defeitos, devendo ser dessa maneira extinto na sua criação. As ações judiciais e os recursos administrativos prescrevem, pois nada justifica a possibilidade de um ato administrativo ser declarado inválido depois de um longo tempo de sua edição.

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