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UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA 
FACULDADE DE ENGENHARIA ELÉTRICA 
 
 
 
 
 
 
 
LUMINOTÉCNICA E LÂMPADAS ELÉTRICAS 
 
 
 
 
 
 
ELABORADO POR: 
Paula Campos Fadul de Freitas 
 
REVISÃO 1: 
Victor de Paula e Silva 
 
REVISÃO 2: 
Lucas de Araújo Amaral 
Gustavo Brito de Lima 
Mauro Guimarães 
 Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas 
 
Universidade Federal de Uberlândia 
Faculdade de Engenharia Elétrica 
2 
Sumário 
 
1. Introdução 3 
 
 
2. Conceitos básicos de luminotécnica 3 
2.1. Grandezas e conceitos 5 
2.2. Características das lâmpadas e acessórios 8 
2.3. Fatores de desempenho 11 
 
 
3. Lâmpadas elétricas 14 
3.1. Considerações gerias 14 
3.2. Lâmpadas incandescentes 15 
3.3. Lâmpadas à descarga 19 
3.3.1. Lâmpadas à descarga de baixa pressão 20 
3.3.2. Lâmpadas à descarga de ata pressão 23 
 
 
4. Projeto de iluminação 28 
4.1. Previsão de carga (NBR 5410) 29 
4.2. Métodos de cálculo 30 
4.2.1. Método dos lúmens 30 
4.2.2. Método ponto à ponto 34 
4.3. Exemplos de cálculo de iluminação 37 
Exercícios Propostos 39 
 
 
Anexo 41 
Anexo I – NBR 5413:1992 - Iluminância de interiores 42 
Anexo II – Tipos de luminárias e curvas CDL (LUMINE) 49 
Anexo III – Eficiência aproximada de luminárias 51 
Anexo IV – Tabela de eficiência do recinto 52 
Anexo V – Tipo de luminária x Fator de depreciação 56 
VI – Luminária Philips TCS 029 57 
 
Referências bibliográficas 60 
 Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas 
 
Universidade Federal de Uberlândia 
Faculdade de Engenharia Elétrica 
3 
1. Introdução 
 
Apresentaremos inicialmente as principais grandezas físicas utilizadas em 
luminotécnica. O tema da calorimetria, embora complexo, é abordado brevemente 
apenas para permitir a introdução dos conceitos de Temperatura de Cor e Índice de 
Reprodução de Cor. 
Em seguida são apresentados detalhadamente os principais tipos de 
lâmpadas disponíveis atualmente: lâmpadas incandescentes (convencionais e 
halógenas) e lâmpadas de descarga (de baixa e de alta pressão). Um objetivo 
adicional desta seção é mostrar a complexidade relacionada à comparação entre as 
diferentes lâmpadas, a qual envolve diversas grandezas tais como eficácia 
luminosa, reprodução de cores, custo de investimento e custo operacional das 
lâmpadas. 
Finalmente apresentam-se os principais aspectos relacionados ao projeto de 
iluminação, no qual são estabelecidos o tipo e o número de lâmpadas e luminárias 
necessárias para obter uma iluminação adequada em função da aplicação. São 
discutidos os principais métodos utilizados em projetos de iluminação: o Método dos 
Lumens e o Método Ponto a Ponto. 
 
2. Conceitos Básicos de Luminotécnica 
 
Uma fonte de radiação emite ondas eletromagnéticas. Elas possuem 
diferentes comprimentos e o olho humano é sensível a somente alguns (entre 380 
nm a 780 nm). Luz é, portanto, a radiação eletromagnética capaz de produzir uma 
sensação visual. A sensibilidade visual para a luz varia não só de acordo com o 
comprimento de onda da radiação, mas também com a luminosidade. A curva de 
sensibilidade do olho humano demonstra que radiações de menor comprimento de 
onda (violeta e azul) geram maior intensidade de sensação luminosa quando há 
pouca luz (ex. crepúsculo, noite, etc.), enquanto as radiações de maior comprimento 
de onda (laranja e vermelho) se comportam ao contrário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fig. 2.0.1 - Sensibilidade visual do olho humano. 
 Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas 
 
Universidade Federal de Uberlândia 
Faculdade de Engenharia Elétrica 
4 
 
Figura 2.0.2 - Curva de sensibilidade do olho humano a radiações monocromáticas
 
As radiações infravermelhas são radiações invisíveis ao olho humano e seu 
comprimento de onda se situa entre 760 nm a 10.000 nm. Caracterizam-se por se 
forte efeito calorífico e são radiações produzidas normalmente através de resistores 
aquecidos ou por lâmpadas incandescentes especiais cujo filamento trabalha em 
temperatura mais reduzida (lâmpadas infravermelhas). As radiações infravermelhas 
são usadas na Medicina no tratamento de luxações, ativamento da circulação, na 
indústria na secagem de tintas e lacas , na secagem de enrolamentos de motores e 
transformadores, na secagem de grãos, como trigo e café, etc. 
Já as radiações ultravioletas caracterizam-se por sua elevada ação química e pela 
excitação da fluorescência de diversas substâncias. 
 
Normalmente dividem-se em 3 grupos: 
 
- UV-A: Ultravioleta próximo ou luz negra (315 a 400 nm) 
- UV-B: Ultravioleta intermediário ( 280 a 315 nm) 
- UV-C: Ultravioleta remoto ou germicida (100 a 280 nm). 
 
O UV-A compreende as radiações ultravioletas da luz solar, podendo ser 
gerado artificialmente através de uma descarga elétrica no vapor de mercúrio em 
alta pressão. Essas radiações não afetam perniciosamente a visão humana, não 
possuem atividades pigmentárias e eritemáticas sobre a pele humana, e 
atravessam praticamente todos os tipos de vidros comuns. Possuem grande 
atividade sobre material fotográfico, de reprodução e heliográfico (l à 380 nm). 
O UV-B tem elevada atividade pigmentária e eritemática. Produz a vitamina 
D, que possui ação anti-raquítica. Esses raios são utilizados unicamente para fins 
terapêuticos. São também gerados artificialmente por uma descarga elétrica no 
vapor de mercúrio em alta pressão. O UV-C afeta a visão humana, produzindo 
irritação dos olhos. Essas radiações são absorvidas quase integralmente pelo vidro 
comum, que funciona como filtro, motivo pelo qual as lâmpadas germicidas 
possuem bulbos de quartzo. 
 Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas 
 
Universidade Federal de Uberlândia 
Faculdade de Engenharia Elétrica 
5 
 
2.1 Grandezas e Conceitos 
 
Luminotécnica é o estudo minucioso das técnicas das fontes de iluminação 
artificial, através da energia elétrica. Portanto, toda vez que se pensa em fazer um 
estudo das lâmpadas de um determinado ambiente, está se pensando em fazer um 
estudo luminotécnico. Na luminotécnica distinguem-se as seguintes grandezas: 
 
Intensidade Luminosa 
Símbolo: I 
Unidade: candela (cd) 
 
Se a fonte luminosa irradiasse a luz uniformemente em todas as direções, o 
Fluxo Luminoso se distribuiria na forma de uma esfera. Tal fato, porém, é quase 
impossível de acontecer, razão pela qual é necessário medir o valor dos lumens 
emitidos em cada direção. Essa direção é representada por vetores, cujo 
comprimento indica a Intensidade Luminosa. Em outras palavras é a potência da 
radiação luminosa em uma dada direção. Como a maioria das lâmpadas não 
apresenta uma distribuição uniformemente em todas as direções é comum o uso 
das curvas de distribuição luminosa, chamadas CDL´s. 
 
Curva de Distribuição Luminosa 
Símbolo: CDL 
Unidade: candela (cd) 
 
Considerando a fonte de luz reduzida à um ponto no centro de um diagrama 
e que todos os vetores que dela se originam tiverem suas extremidades ligadas por 
um traço, obtém-se a Curva de Distribuição Luminosa (CDL). Em outras palavras, é 
a representação da Intensidade Luminosa em todos os ângulos em que ela é 
direcionada num plano. Para a uniformização dos valores das curvas, geralmente 
essas são referidas a 1000 lm. Nesse caso, é necessário multiplicar-se o valor 
encontrado na CDL pelo Fluxo Luminoso da lâmpada em questão e dividir o 
resultado por 1000 lm. A curva CDL geralmente é encontrada nos catálogos dos 
fabricantes de lâmpadas e iluminarias como o mostrado no final deste material. 
 
Fluxo Luminoso 
Símbolo: ϕ 
Unidade: lúmen (lm) 
 
É a potência de radiação total emitida por uma fonte de luz em todas as 
direções do espaço e capaz de produzir uma sensação de luminosidade através do 
estímulo da retina ocular. Em outras palavras, éa potência de energia luminosa de 
uma fonte percebida pelo olho humano. 
Um lúmen é a energia luminosa irradiada por uma candela sobre uma 
superfície esférica de 1 m2 e cujo raio é de 1 m. Assim o fluxo luminoso originado 
por uma candela é igual à superfície de uma esfera unitária de raio (r = 1 m). 
ϕ = 4pi.r2 = 12.57 lm 
 
 
As lâmpadas conforme seu tipo e potência apresentam fluxos luminosos diversos: 
 Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas 
 
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6 
 
- lâmpada incandescente de 100 W: 1000 lm; 
- lâmpada fluorescente de 40 W: 1700 a 3250 lm; 
- lâmpada vapor de mercúrio 250W: 12.700 lm; 
- lâmpada multi-vapor metálico de 250W: 17.000 lm 
 
 
Iluminância (Iluminamento) 
Símbolo: E 
Unidade: lux (lx) 
 
É a relação entre o fluxo luminoso incidente numa superfície e a superfície sobre a 
qual este incide; ou seja é a densidade de fluxo luminoso na superfície sobre a qual 
este incide. A unidade é o LUX, definido como o iluminamento de uma superfície de 
1 m² recebendo de uma fonte puntiforme a 1m de distância, na direção normal, um 
fluxo luminoso de 1 lúmen, uniformemente distribuído. 
A relação é dada entre a intensidade luminosa e o quadrado da distância, ou 
ainda, entre o fluxo luminoso e a área da superfície. 
 
Na prática, é a quantidade de luz dentro de um ambiente, e pode ser medida 
com o auxílio de um luxímetro. Como o fluxo luminoso não é distribuído 
uniformemente, a iluminância não será a mesma em todos os pontos da área em 
questão. Considerasse por isso a iluminância média (Em). Existem normas 
especificando o valor mínimo de Em, para ambientes diferenciados pela atividade 
exercida relacionados ao conforto visual. A iluminância também é conhecida como 
nível de iluminação. Abaixo são mostrados valores práticos de iluminância: 
 
- Dia ensolarado de verão em local aberto = 100.000 lux 
- Dia encoberto de verão = 20.000 lux 
- Dia escuro de inverno = 3.000 lux 
- Boa iluminação de rua = 20 a 40 lux 
- Noite de lua cheia = 0,25 lux 
- Luz de estrelas = 0,01 lux. 
 
Luminância 
Símbolo: L 
Unidade: cd/m2 
 
É um dos conceitos mais abstratos que a luminotécnica apresenta. É através 
da luminância que o homem enxerga. No passado denominava-se de brilhança, 
querendo significar que a luminância está ligada aos brilhos. A diferença é que a 
luminância é uma excitação visual, enquanto que o brilho é a resposta visual a 
luminância é quantitativa e o brilho é sensitivo. É a diferença entre zonas claras e 
escuras que permite que se aprecie uma escultura; que se aprecie um dia de sol. 
 
As partes sombreadas são aquelas que apresentam a menor luminância em 
oposição às outras mais iluminadas. Luminância liga-se com contrastes, pois a 
A
E ϕ=
 Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas 
 
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leitura de uma página escrita em letras pretas (refletância 10%) sobre um fundo 
branco (papel, refletância 85%) revela que a luminância das letras é menor do que a 
luminância do fundo e, assim, a leitura “cansa menos os olhos”. 
A luminância depende tanto do nível de iluminação ou iluminância quanto das 
características de reflexão das superfícies. A equação que permite sua 
determinação é: 
aA
IL
cos⋅
=
 
 
Onde: 
L = Luminância, em cd/m² 
I = Intensidade Luminosa, em cd 
A = área projetada, em m² 
α= ângulo considerado, em graus. 
 
Como é difícil medir-se a Intensidade Luminosa que provém de um corpo não 
radiante (através de reflexão), pode-se recorrer à outra fórmula, a saber: 
 
pi
ρ EL ⋅=
 
Onde: 
ρ= Refletância ou Coeficiente de Reflexão 
E = Iluminância sobre essa superfície 
 
Vale lembrar que o Coeficiente de Reflexão é a relação entre o Fluxo 
Luminoso refletido e o Fluxo Luminoso incidente em uma superfície. Esse 
coeficiente é geralmente dado em tabelas, cujos valores são função das cores e dos 
materiais utilizados. 
A luminância de uma fonte luminosa ou de uma superfície luminosa 
estabelece a reação visual da vista. Quando a luz de uma fonte ou de uma 
superfície que reflete a luz, atinge a vista com elevada luminância, então ocorre o 
ofuscamento, sempre que a luminância é superior a 1 sb. 
As luminâncias preferenciais em um ambiente de trabalho pode variar entre 
as pessoas, principalmente se estiverem desenvolvendo tarefas diferentes. 
O melhor conceito de iluminância talvez seja “densidade de luz necessária 
para realização de uma determinada tarefa visual”. Isto permite supor que existe um 
valor ótimo de luz para quantificar um projeto de iluminação. Esses valores relativos 
a iluminância foram tabelados por atividade. 
 Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas 
 
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2.2 Características das lâmpadas e acessórios 
 
Vida Útil de uma Lâmpada 
 
É definida pela média aritmética do tempo de duração de cada lâmpada 
ensaiada e é dado em horas. Comparadas com as lâmpadas incandescentes, as 
lâmpadas de descarga têm vida média muito mais longa. Ciclos de funcionamento 
mais curtos partidas mais freqüentes, encurtam a vida das lâmpadas de descarga e 
os ciclos de funcionamento mais longos, partidas menos freqüentes, aumentam a 
vida. 
 
 
Figura 2.2.1 - Gráfico da vida útil dos principais tipos de lâmpadas
 
Eficiência Luminosa ou Energética 
Símbolo: ηw (ou K, conforme IES) 
Unidade: lm/W 
 
As lâmpadas se diferenciam entre si não só pelos diferentes Fluxos 
Luminosos que elas irradiam, mas também pelas diferentes potências que 
consomem. Para poder compará-las, é necessário que se saiba quantos lumens 
são gerados por watt absorvido, ou seja, a razão entre o fluxo luminoso total emitido 
φ e a potência elétrica total P consumida pela mesma. A essa grandeza dá-se o 
nome de Eficiência Energética (antigo “Rendimento Luminoso”). 
É útil para averiguarmos se um determinado tipo de lâmpada é mais ou 
menos eficiente do que outro. A Eficiência Luminosa é um indicador da eficiência do 
processo de emissão de luz utilizada sob o ponto de vista do aproveitamento 
energético. 
 Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas 
 
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Figura 2.2.2 - Gráfico da Eficiência Energética dos principais tipos de lâmpadas
 
Temperatura de Cor 
Símbolo: T 
Unidade: K (Kelvin) 
 
No instante que um ferreiro coloca uma peça de ferro no fogo, esta peça 
passa a comportar-se segundo a lei de Planck e vai adquirindo diferentes 
colorações na medida que sua temperatura aumenta. Na temperatura ambiente sua 
cor é escura, tal qual o ferro, mas será vermelha a 800 K, amarelada em 3.000 K, 
branca azulada em 5.000K. Sua cor será cada vez mais clara até atingir seu ponto 
de fusão. Pode-se então, estabelecer uma correlação entre a temperatura de uma 
fonte luminosa e sua cor, cuja energia do espectro varia segundo a temperatura de 
seu ponto de fusão. Por exemplo, uma lâmpada incandescente opera com 
temperaturas entre 2.700 K e 3.100 K, dependendo do tipo de lâmpada a ser 
escolhido. A temperatura da cor da lâmpada deve ser preferencialmente indicada no 
catálogo do fabricante. 
A observação da experiência acima indica que, quando aquecido o corpo 
negro (radiador integral) emite radiação na forma de um espectro contínuo. No caso 
de uma lâmpada incandescente, grande parte desta radiação é invisível, seja na 
forma de ultravioletas, seja na forma de calor (infravermelhos), isto é, apenas uma 
pequena porção está na faixa da radiação visível, motivo pelo qual o rendimento 
desta fonte luminosa é tão baixo conforme pode ser visto abaixo: 
 Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas 
 
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10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.2.3 - Energia espectral dos radiadores integrais segundo a lei de Planck 
 
A figura acima permite observar que quanto maior for a temperatura, maior 
será a energia produzida, sendo que a cor da luz está diretamente relacionada com 
a temperatura de trabalho (mais fria quanto maior for a temperatura). 
Um aspecto importante é que a temperatura da cor não pode ser empregada 
isoladamente e sim em conjunto com o IRC, mas independentemente deste 
aspecto, se aceita que cores quentes vão até 3.000K, as cores neutras situam-se 
entre 3.000 e 4.000K e as cores frias acima deste último valor. 
As cores quentes são empregadas quando se deseja uma atmosfera íntima, 
sociável, pessoal e exclusiva (residências, bares, restaurantes, mostruários de 
mercadorias); as cores frias são usadas quando a atmosfera deva ser formal, 
precisa, limpa (escritórios, recintos de fábricas). Seguindo esta mesma linha de 
raciocínio, conclui-se que uma iluminação usando cores quentes realça os 
vermelhos e seus derivados; ao passo que as cores frias, os azuis e seus derivados 
próximos. As cores neutras ficam entre as duas e são, em geral, empregadas em 
ambientes comerciais. Abaixo são mostradas as diversas temperaturas de cor. as 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.4 - 
Tonalidade de Cor e 
Reprodução de 
Cores
Índice de reprodução de cores 
 Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas 
 
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Símbolo: IRC ou Ra 
Unidade: R 
 
Objetos iluminados podem nos parecer diferente, mesmo se as fontes de luz 
tiverem idêntica tonalidade. As variações de cor dos objetos iluminados sob fontes 
de luz diferentes podem ser identificadas através de um outro conceito, Reprodução 
de Cores, e de sua escala qualitativa Índice de Reprodução de Cores (Ra ou IRC). 
O mesmo metal sólido, quando aquecido até irradiar luz, foi utilizado como 
referência para se estabelecer níveis de Reprodução de Cor. Define-se que o IRC 
neste caso seria um número ideal = 100. Sua função é como dar uma nota (de 1 a 
100) para o desempenho de outras fontes de luz em relação a este padrão. 
Portanto, quanto maior a diferença na aparência de cor do objeto iluminado em 
relação ao padrão (sob a radiação do metal sólido) menor é seu IRC. Com isso, 
explica-se o fato de lâmpadas de mesma Temperatura de Cor possuírem Índice de 
Reprodução de Cores diferentes. Um IRC em torno de 60 pode ser considerado 
razoável, 80 é bom e 90 é excelente. 
Claro que tudo irá depender da exigência da aplicação que uma lâmpada 
deve atender. Um IRC de 60 mostra-se inadequado para uma iluminação de loja, 
porém, é mais que suficiente para a iluminação de vias públicas. São exemplos de 
IRC comuns encontrados nas lâmpadas comerciais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fator de fluxo luminoso 
Símbolo: BF 
Unidade: % 
A maioria das lâmpadas de descarga opera em conjunto com reatores. Neste 
caso, observamos que o fluxo luminoso total obtido neste caso depende do 
desempenho deste reator. Este desempenho é chamado de fator de fluxo luminoso 
(Ballast Factor) e pode ser obtido de acordo com a equação: 
 
nominal luminoso fluxo
obtido luminoso fluxo
 BF =
 
 
2.3 Fatores de Desempenho 
 
Como geralmente a lâmpada é instalada dentro de luminárias, o Fluxo 
Luminoso final que se apresenta é menor do que o irradiado pela lâmpada, devido à 
absorção, reflexão e transmissão da luz pelos materiais com que são construídos. 
 Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas 
 
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12 
O Fluxo Luminoso emitido pela luminária é avaliado através da Eficiência da 
Luminária. Isto é, o Fluxo Luminoso da luminária em serviço dividido pelo Fluxo 
Luminoso da lâmpada. 
 
Eficiência de luminária (rendimento da luminária) (ηL) 
 
“Razão do Fluxo Luminoso emitido por uma luminária, medido sob condições 
práticas especificadas, para a soma dos Fluxos individuais das lâmpadas 
funcionando fora da luminária em condições específicas”.Esse valor é normalmente, 
indicado pelos fabricantes de luminárias. Dependendo das qualidades físicas do 
recinto em que a luminária será instalada, o Fluxo Luminoso de que dela emana 
poderá se propagar mais facilmente, dependendo da absorção e reflexão dos 
materiais e da trajetória que percorrerá até alcançar o plano de trabalho. Essa 
condição de mais ou menos favorabilidade é avaliada pela Eficiência do Recinto. 
 
 
 
Eficiência do Recinto (ηR) 
 
O valor da Eficiência do Recinto é dado por tabelas, contidas no catálogo do 
fabricante onde se relacionam os valores de Coeficiente de Reflexão do teto, 
paredes e piso, com a Curva de Distribuição Luminosa da luminária utilizada e o 
Índice do Recinto. 
 
Índice do Recinto (K) 
 
O Índice do Recinto é a relação entre as dimensões do local, dada por: 
)( bah
baK
+
⋅
= 
Para iluminação direta 
 )('2
3
bah
baK
+⋅
⋅⋅
= 
 Para iluminação indireta 
 
Sendo: a = comprimento do recinto 
 b = largura do recinto 
 h = pé-direito útil 
 h’ = distância do teto ao plano de trabalho 
Pé-direito útil é o valor do pé-direito total do recinto (H), menos a altura do 
plano de trabalho (hpl.tr.), menos a altura do pendente da luminária (hpend). Isto é, a 
distância real entre a luminária e o plano de trabalho (Figura 3). 
 
 Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas 
 
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Figura 2.5 - Representação do pé direito útil 
 
Como já visto, o Fluxo Luminoso emitido por uma lâmpada sofre influência do 
tipo de luminária e a conformação física do recinto onde ele se propagará. 
 
Fator de Utilização (Fu) 
 
O Fluxo Luminoso final (útil) que incidirá sobre o plano de trabalho, é avaliado 
pelo Fator de Utilização. Ele indica, portanto, a eficiência luminosa do conjunto 
lâmpada, luminária e recinto. 
O produto da Eficiência do Recinto,ηR (anexo III, pág. 52) pela Eficiência da 
Luminária, ηL(pág. 51) nos dá o Fator de Utilização (Fu). 
RL . Fu ηη=
 
Determinados catálogos indicam tabelas de Fator de Utilização direto para 
suas luminárias. Apesar de estas serem semelhantes às tabelas de Eficiência do 
Recinto, os valores nelas encontrados não precisam ser multiplicados pela 
Eficiência da Luminária, uma vez que cada tabela é específica para uma luminária e 
já considera a sua perda na emissão do Fluxo Luminoso. 
 
Fator ou índice de Reflexão 
 
É a relação entre o fluxo luminoso refletido e o incidente, ou ainda, é a 
porcentagem de luz refletida por uma superfície em relação à luz incidente. Devem 
ser considerados os índices de reflexão do teto, paredes e piso. 
 
Tabela 2.1 - Índices de Reflexão 
Refletâncias das diversas cores 
Branco 75 a 85% 
Marfim 63 a 80% 
Creme 56 a 72% 
Amarelo claro 64 a 75% 
Marrom 17 a 41% 
Verde claro 50 a 65% 
 Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas 
 
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Verde escuro 10 a 22% 
Azul claro 50 a 60% 
Rosa 50 a 58% 
Vermelho 10 a 20% 
Cinza 40 a 50% 
 
Tabela 2.2 - Índices de Reflexão para diversos materiais. 
 
 
 
Fator de Depreciação (Fd) 
 
Com o tempo, paredes e tetos ficarão empoeirados e sujos e, com isso, os 
equipamentos de iluminação acumularão poeira, fazendo com que menos 
quantidade de luz seja fornecida por estes equipamentos. Alguns desses fatores 
poderão ser eliminados por meio de manutenção. Na prática, para amenizar-se o 
efeito desses fatores e admitindo-se uma boa manutenção periódica, podem-se 
adotar os valores de depreciaçãoconstantes na tabela abaixo. 
 
Período de Manutenção AMBENTE 
2.500 h 5.000 h 7.500 h 
Limpo 0,95 0,91 0,88 
Normal 0,91 0,85 0,80 
Sujo 0,80 0,66 0,57 
Tabela 2.3 – Fator de depreciação 
 
3. Lâmpadas Elétricas 
 
3.1 Considerações Gerais 
 
As lâmpadas comerciais utilizadas para iluminação são caracterizadas pela 
potência elétrica absorvida (W), fluxo luminoso produzido (lm), temperatura de cor 
(K) e índice de reprodução de cor. Em geral as lâmpadas são classificadas, de 
acordo com o seu mecanismo básico de produção de luz. As com filamento 
convencional ou halógenas produzem luz pela incandescência, assim como o sol. 
As de descarga aproveitam a luminescência, assim como os relâmpagos e as 
descargas atmosféricas. E os diodos utilizam a fotoluminescência, assim como os 
vaga-lumes. 
 Luminotécnica e Lâmpadas Elétricas 
 
Universidade Federal de Uberlândia 
Faculdade de Engenharia Elétrica 
15 
Existem ainda as lâmpadas mistas, que combinam incandescência e 
luminescência, e as fluorescentes, cuja característica é o aproveitamento da 
luminescência e da fotoluminescência. 
Os aspectos eficiência luminosa e vida útil são os que mais contribuem para 
a eficiência energética de um sistema de iluminação artificial e devem, portanto, 
merecer grande atenção, seja na elaboração de projetos e reformas, seja na 
implantação de programas de conservação e uso eficiente de energia. 
 
3.2 Lâmpadas Incandescentes 
 
A lâmpada incandescente foi a primeira a ser desenvolvida e ainda hoje é 
uma das mais difundidas. A luz é produzida por um filamento aquecido pela 
passagem de corrente elétrica alternada ou contínua (efeito joule). O filamento 
opera em uma temperatura elevada e luz é somente uma parcela da energia 
irradiada pela transição de elétrons excitados para órbitas de maior energia devido à 
vibração dos átomos. 
As primeiras lâmpadas incandescentes surgiram por volta de 1840 e 
utilizavam filamento de bambu carbonizado no interior de um bulbo de vidro a 
vácuo. Seguiram-se as lâmpadas com filamento de carbono, até que, por volta de 
1909, Coolidge desenvolveu um método para tornar o tungstênio mais dúctil e 
adequado para a elaboração de filamentos uniformes por trefilação. A característica 
de emissão, as propriedades mecânicas e o seu elevado ponto de fusão (3655 K) 
foram determinantes na escolha do tungstênio como o material mais adequado para 
fabricação de filamentos para lâmpadas incandescentes. 
As lâmpadas incandescentes podem ser classificadas de acordo com a sua 
estrutura interna em convencionais ou halógenas, abordadas neste subitem. 
 
Lâmpada Incandescente Tradicional 
 
A lâmpada funciona através da passagem de corrente elétrica pelo filamento 
de tungstênio que, com o aquecimento (efeito joule), gera luz. Este filamento é 
sustentado por três ou quatro suportes de molibdênio no interior de um bulbo de 
vidro alcalino (suporta temperaturas de até 370 °C) ou de vidro duro (suporta 
temperaturas de até 470 °C), Sua oxidação é evitada pela presença de gás inerte 
(nitrogênio ou argônio a pressão de 0,8 atm) ou vácuo dentro do bulbo que contém 
o filamento. O bulbo apresenta diversos formatos, sendo a forma de pêra a mais 
comum, podendo ser transparente ou com revestimento interno de fósforo neutro 
difusor. 
 
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Figura 3.1 – Lâmpada Incandescente Tradicional 
 
A base da lâmpada incandescente têm por finalidade fixar mecanicamente a 
lâmpada em seu suporte e completar a ligação elétrica ao circuito de iluminação. A 
maior parte das lâmpadas usa a base de rosca tipo Edison. Elas são designadas 
pela letra E seguidas de um número que indica aproximadamente seu diâmetro 
externo em milímetros. É constituída de uma caneca metálica, geralmente presa 
com resina epóxi sobre o bulbo. Existem outras padronizações, por exemplo, 
baioneta e tele-slide, ambas utilizadas em lâmpadas miniatura. As lâmpadas 
incandescentes de médio e grande porte geralmente utilizam uma base que suporta 
temperaturas até 250 °C. 
A eficácia luminosa resultante cresce com a potência da lâmpada, variando 
de 7 a 15 lm/W. Estes valores são relativamente baixos, quando comparados com 
lâmpadas de descarga com fluxo luminoso semelhante. No entanto, esta limitação é 
compensada, pois possui temperatura de cor agradável, na faixa de 2700K 
(amarelada) e reprodução de cores 100%. 
A resistência específica do tungstênio na temperatura de funcionamento da 
lâmpada (2800 K) é aproximadamente 15 vezes maior do que à temperatura 
ambiente (25 °C). Portanto, ao ligar uma lâmpada in candescente, a corrente que 
circula pelo seu filamento a frio é quinze vezes a corrente nominal de funcionamento 
em regime. A temperatura do filamento sobe rapidamente, atingindo valores 
elevados em frações de segundo. Ligações muito freqüentes reduzem a vida útil da 
lâmpada, pois o filamento geralmente não apresenta um diâmetro constante. A 
corrente de partida causa aquecimento excessivo e localizado nos pontos onde a 
seção do filamento apresenta constrições, provocando seu rompimento. A vida útil 
de uma lâmpada incandescente comercial é da ordem de 1000 horas. 
Quando uma lâmpada incandescente é submetida a uma sobretensão, a 
temperatura de seu filamento, sua eficiência, potência absorvida, fluxo luminoso e 
corrente crescem, ao passo que sua vida se reduz drasticamente. As variações 
podem ser calculadas pelas seguintes expressões empíricas: 
 
 
 
 
 
 
 
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Sendo φ : fluxo luminoso 
 T: temperatura 
 V: tensão 
 L: tempo de vida. 
 
 
 
Lâmpada Incandescente Halógena 
 
As lâmpadas halógenas têm o mesmo princípio de funcionamento das 
lâmpadas incandescentes convencionais, porém foram incrementadas com a 
introdução de gases halógenos (iodo ou bromo) que, dentro do bulbo se combinam 
com as partículas de tungstênio desprendidas do filamento. Esta combinação, 
somada à corrente térmica dentro da lâmpada, faz com que as partículas se 
depositem de volta no filamento, criando assim o ciclo regenerativo do halogênio. 
Porem, este ciclo halógeno só se torna eficaz para temperaturas de filamento 
elevadas (3200 K) e para uma temperatura da parede do bulbo externo acima de 
250 °C. 
O resultado é uma lâmpada com vantagens adicionais, comparada às 
incandescentes tradicionais: 
• Luz mais branca, brilhante e uniforme durante toda a vida; 
• Maior eficiência energética (15 lm/W a 25 lm/W); 
• Vida útil mais longa, variando de 2000 a 4000 horas; 
• Dimensões menores, da ordem de 10 a 100 vezes. 
As temperaturas elevadas no filamento só são atingidas com a circulação de 
um nível mínimo de corrente. Por esta razão, lâmpadas com potências inferiores a 
50 W são alimentadas em baixa tensão, geralmente 12 V ou 24 V. 
A Figura 3.2 apresenta uma vista em corte de uma lâmpada halógena de 300 
W do tipo lapiseira, mostrando as três zonas de temperatura e as reações químicas 
envolvidas. 
 
 
Figura 3.2 – Vista em corte de uma lâmpada incandescente halógena do tipo lapiseira 
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Lâmpadas halógenas emitem mais radiação ultravioleta que as lâmpadas 
incandescentes normais, porém os níveis são inferiores aos presentes na luz solar, 
não oferecendo perigo à saúde. No entanto, deve-se evitar a exposição prolongada 
das partes sensíveis do corpo à luz direta e concentrada. 
 
Refletores Dicróicos 
 
A redução de volume torna as lâmpadas halógenas adequadas para 
iluminação direcionada ("spot light"), bastante usadapara iluminação decorativa, 
porém a irradiação térmica emitida é bastante elevada. Por esta razão, certos tipos 
de lâmpadas são providos de um refletor espelhado especial, chamado dicróico, 
que reflete a radiação visível e absorve a radiação infravermelha. 
Com este tipo de espelho, consegue-se uma redução da ordem de 70% na 
radiação infravermelha, resultando um feixe de luz emergente "frio" ("cold light 
beam"), ou seja, que não aquece o ambiente. 
 
Figura 3.3 – Lâmpada incandescente halógena de 50 W com refletor espelhado 
dicróico 
 
Recomenda-se os seguintes cuidados em sua instalação: 
 
- não tocar o bulbo de quartzo com as mãos para evitar engordura-lo; caso 
necessário, limpar as manchas com álcool; 
- nas lâmpadas de maior potência, protegê-las individualmente por fusíveis pois, 
devido a suas reduzidas dimensões, no fim de sua vida, poderão ocorrer arcos 
elétricos internos; 
- verificar a correta ventilação das bases e soquetes, pois temperaturas elevadas 
poderão danificá-los e romper a selagem na entrada dos lides; 
- só instalar a lâmpada na posição para a qual foi projetada. 
 
São lâmpadas de grande potência, mais duráveis, de melhor rendimento luminoso, 
menores dimensões e que reproduzem mais fielmente as cores, sendo todavia, 
mais caras. São utilizadas para iluminação de praças de esporte, pátios de 
armazenamento de mercadorias iluminação externa em geral, teatros, estúdios de 
TV museus, monumentos, projetores, máquinas de xérox, etc. 
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3.3 Lâmpadas de Descarga 
 
Nas lâmpadas de descarga utilizadas em iluminação, a luz é produzida pela 
radiação emitida pela descarga elétrica através de uma mistura gasosa composta 
de gases inertes e vapores metálicos. 
A mistura gasosa encontra-se confinada em um invólucro translúcido (tubo de 
descarga) em cujas extremidades encontram-se inseridos eletrodos (hastes 
metálicas ou filamentos) que formam a interface entre a descarga e o circuito 
elétrico de alimentação. A corrente elétrica através da descarga é formada 
majoritariamente por elétrons emitidos pelo eletrodo negativo (catodo) que são 
acelerados por uma diferença de potencial externa em direção ao eletrodo positivo 
(anodo) gerando colisões com os átomos do vapor metálico. 
Ao contrário da lâmpada incandescente, na qual o filamento metálico é um 
condutor elétrico, na lâmpada a descarga o composto metálico responsável pela 
emissão de radiação encontra-se em estado sólido ou líquido na temperatura 
ambiente e o gás inerte no interior do tubo (conhecido como gás de enchimento ou 
“filling gas”) é isolante. 
Portanto, inicialmente é necessário um processo de ignição para o 
rompimento da rigidez dielétrica da coluna gasosa. O calor gerado pela descarga 
através do gás inerte nos instantes iniciais após a partida da lâmpada vaporiza o 
composto metálico. 
Após a partida, a lâmpada de descarga apresenta uma impedância dinâmica 
(derivada da tensão em relação à corrente) negativa, ou seja, à medida que a 
corrente na lâmpada aumenta, a diferença de potencial entre os seus terminais 
diminui. Portanto, toda lâmpada de descarga necessita de um elemento com 
impedância positiva ligado em série para estabilizar a corrente no ponto de 
operação nominal da lâmpada. Caso contrário, para qualquer variação de tensão da 
fonte de alimentação, a lâmpada se comportaria como um curto-circuito e a corrente 
assumiriam valores elevados. O elemento de estabilização é denominado “reator”. 
Na prática, as lâmpadas a descarga são alimentadas em corrente alternada 
(C.A.). Desta forma, cada eletrodo assume a função de catodo e anodo em semi 
ciclos consecutivos e a lâmpada passa apresentar uma curva tensão versus 
corrente dinâmica, podendo ser modelada por uma resistência não linear 
equivalente. Por questões de eficiência, a estabilização da corrente em corrente 
alternada não é feita com resistores, utilizando-se no seu lugar uma associação de 
elementos reativos (capacitores e indutores) para evitar a dissipação desnecessária 
de potência ativa. 
Temos então a eletricidade passando por reator, que joga para dentro da 
lâmpada uma tensão acima do normal, permitindo que o sistema dê a partida. O 
reator serve para dar a partida da lâmpada e também como limitador de corrente. 
A energia transferida ao átomo pelas colisões elásticas excita elétrons para 
órbitas mais elevadas e as colisões inelásticas provocam sua ionização gerando 
novos elétrons. A subseqüente transição do átomo para um estado de menor 
energia é acompanhada da emissão de radiação. 
As lâmpadas a descarga podem ser classificadas pela pressão no interior do 
tubo com a lâmpada em operação em lâmpadas de descarga de baixa pressão e 
lâmpadas de descarga de alta pressão, abordados neste sub-item. 
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3.3.1 Lâmpadas de Descarga de Baixa Pressão 
 
Existem basicamente dois tipos de lâmpadas comerciais: as lâmpadas de 
descarga de baixa pressão de vapor de mercúrio, conhecidas como lâmpadas 
fluorescentes, e as lâmpadas de descarga de baixa pressão de vapor de sódio. 
 
Lâmpadas Fluorescentes 
 
Desenvolvida na década de 1940 [4,5] e conhecida comercialmente como 
lâmpada tubular fluorescente em função da geometria do seu tubo de descarga, 
este tipo de lâmpada encontra aplicações em praticamente todos os campos de 
iluminação. O tubo de descarga, de vidro transparente, é revestido internamente 
com uma camada de pó branco, genericamente conhecido como "fósforo". 
O "fósforo" atua como um conversor de radiação, ou seja, absorve um 
comprimento de onda específico de radiação ultravioleta, produzida por uma 
descarga de vapor de mercúrio a baixa pressão, para emitir luz visível. 
 
 
Figura 3.4 – Estrutura interna e princípio de funcionamento de uma LF tubular 
 
As lâmpadas fluorescentes comercialmente disponíveis utilizam bulbos de 
vidro transparente, designados por uma letra T (de tubular) seguida de um número 
que indica o seu diâmetro máximo em oitavos de polegada. Por exemplo, T12 
significa um bulbo tubular com diâmetro de 12/8 polegadas. 
As características colorimétricas (temperatura de cor correlata, reprodução de 
cores) e a eficácia da lâmpada fluorescente são determinadas pela composição e 
espessura do pó fluorescente ("fósforo"). Os "fósforos" são compostos que emitem 
luz por fluorescência quando expostos à radiação ultravioleta. 
Na década de 1980 foi desenvolvida uma nova família de "fósforos", 
conhecida comercialmente como "trifósforos", que é constituída de três compostos, 
cada um com banda de emissão estreita e centrada nos comprimentos de onda do 
azul, vermelho e verde respectivamente. A combinação adequada destes 
compostos, junto a uma camada de halofosfato, possibilitou uma melhora no índice 
de reprodução de cores e um aumento considerável na eficácia luminosa. 
As lâmpadas fluorescentes de nova geração utilizam um tubo com diâmetro 
menor (T8 em vez de T12) e o custo mais elevado do tri-fósforo é compensado pelo 
aumento de eficiência resultante. 
As lâmpadas fluorescentes tubulares são utilizadas para iluminação de 
interiores em instalações comerciais, industriais e residenciais. A lâmpada 
fluorescente não oferece riscos à saúde, pois a quase totalidade da radiação 
ultravioleta emitida pela descarga é absorvida pelo pó fluorescente e pelo vidro do 
tubo de descarga. 
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Lâmpadas Fluorescentes Compactas 
 
A lâmpada fluorescente compacta CFL (“Compact Fluorescent Lamp”) foi 
introduzida no mercado no início da década de 1980 para substituira lâmpada 
incandescente. Estas lâmpadas apresentam alguns detalhes construtivos que as 
diferenciam das lâmpadas fluorescentes tubulares convencionais, porém, seu 
princípio de funcionamento é idêntico. 
Os modelos comerciais utilizam um tubo de vidro do tipo T4 ou T5, com 
revestimento de “tri-fósforo” e filamentos nas suas extremidades. Existem diversas 
formas construtivas para o tubo de descarga, sendo duas as mais comuns: um tubo 
único curvado em “U” e dois tubos independentes, unidos por uma ponte. 
A Figura 3.5 apresenta uma lâmpada fluorescente com dois tubos 
independentes, mostrando um de seus filamentos e o percurso da descarga no 
interior da lâmpada. 
 
Figura 3.5 – Lâmpada fluorescente compacta com “starter” incorporado 
 
A lâmpada fluorescente compacta, em geral só apresenta duas conexões 
elétricas, uma vez que os filamentos encontram-se ligados em série através de um 
“starter” (Figura 3.6), o qual fica alojado num invólucro na base da lâmpada. A 
estabilização da lâmpada é feita através de um reator indutivo, conectado 
externamente. Algumas lâmpadas já apresentam um reator incorporado na sua 
base, em geral do tipo rosca Edison, que é utilizada em lâmpadas incandescentes. 
O reator poder ser indutivo ou eletrônico, sendo este último mais leve de forma a 
reduzir o peso do conjunto. 
 
Figura 3.6 – Detalhe do starter 
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De forma generalizada e sucinta podemos descrever sobre o príncipio de 
funcionamento do conjunto lâmpada e reator. 
Ao se fechar o interruptor, ocorre no starter uma descarga de efeito corona, o 
elemento bi metálico aquecido fecha o circuito, a corrente que passa aquece os 
eletrodos da lâmpada. Depois de fechados os contatos (no starter), cessa a 
descarga o que provoca rápido esfriamento do bi metálico, que dessa forma abrem 
os contatos e cessa a corrente pelo starter. Em conseqüência da abertura do 
contato, é gerado no reator uma sobre tensão que faz romper o arco, e o circuito 
passa a fechar-se no interior da lâmpada. Os elétrons deslocando-se de um 
filamento a outro, esbarram em seu trajeto com átomos do vapor de mercúrio que 
provocam liberação de energia luminosa não visível (freqüências muito elevadas) 
tipo radiação ultravioleta. 
As radiações em contato com a pintura fluorescente do tubo, produzem 
radiação luminosa visível. A tensão final no starter é insuficiente para gerar uma 
nova descarga, o que faz com que o mesmo fique fora de serviço, enquanto a 
lâmpada estiver acesa. 
Como os reatores eletromagnéticos são bobinas (indutâncias), absorvem 
potência reativa da rede e podem apresentar baixo fator de potência. Para melhorar 
o fator de potência e eliminar o efeito da interferência em rádio e TV, o starter é 
provido de um capacitor ligado em paralelo com o elemento bi metálico. Ainda, para 
melhorar o FP e reduzir o efeito estroboscópico pode-se executar uma ligação em 
paralelo de 2 lâmpadas fluorescentes, utilizando um reator duplo. Neste caso uma 
das lâmpadas é ligada normalmente com o reator e a outra em série com um reator 
e um capacitor de compensação constituindo um reator capacitivo. 
 
Lâmpadas de Vapor de Sódio de Baixa Pressão 
 
A energia emitida concentra-se, na maior parte, em duas linhas próximas de 
ressonância, com comprimentos de onda de 589,0 e 589,6 nm. Como esses 
comprimentos de onda são próximos daquele para a o qual a vista humana 
apresenta um Maximo de acuidade visual, elas possuem grande eficiência 
luminosa. 
A pressão do vapor dentro do tubo de arco desempenha um papel 
importante. Com a pressão muito baixa haverá poucos átomos de sódio na 
descarga que se deseja excitar, ao passo que, pressões demasiadamente elevadas, 
grande parte da radiação de ressonância do átomo de sódio se perde, por auto-
absorção na própria descarga. 
Sua composição espectral, sendo quase monocromática (luz amarela), 
distorce as cores, impedindo seu uso em iluminação interior. Devido a sua alta 
eficiência luminosa, são particularmente aplicáveis na iluminação de ruas com 
pouco trafego de pedestres, túneis e auto-estradas. 
Constam de um tubo de descarga interno, dobrado em forma de U, que 
contem gás neônio e 0,5% de argônio em baixa pressão, para facilitar a partida da 
lâmpada, e uma certa quantidade de sódio metálico, que será vaporizado durante o 
funcionamento. Nas extremidades encontram-se os eletrodos recobertos com 
óxidos emissores de elétrons. A fim de evitar-se a variação do fluxo luminoso com a 
temperatura ambiente, o tubo de descarga é encerrado dentro de uma camisa 
externa, na qual existe vácuo. 
Durante a partida, a descarga elétrica inicia-se no gás neônio (provocando a 
pequena produção de um fluxo luminoso de cor rosa), produzindo uma elevação de 
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temperatura que progressivamente causa a vaporização do sódio metálico. Dentro 
de uns 15 min, a lâmpada adquire sua condição normal de funcionamento, 
produzindo um fluxo luminoso amarelo, característico da descarga no vapor de 
sódio. 
A eficiência luminosa das lâmpadas vapor de sódio de baixa pressão, do tipo 
tradicional, é da ordem de 100lm/W, e sua vida de 6000 h. Como todas as lâmpadas 
de descarga elétrica exigem um reator e como seu fator de potencia é 
extremamente baixo (cosφ ≈0,35), é necessário um capacitor para corrigi-lo. 
Nos últimos anos, os fabricantes de lâmpadas elétricas têm lançado no 
mercado novas linhas de lâmpadas de vapor de sódio com elevadíssimas 
eficiências luminosas (183 lm/W para uma lâmpada de 180W) e vida bem mais 
longa (18000 h). Conseguiu-se esse aumento de eficiência revestindo-se a face 
interior da camisa de vácuo com uma camada refletora infravermelha de óxido de 
Índio que, refletindo a radiação infravermelha produzida na descarga novamente 
sobre o bulbo interno, permite que sua temperatura ideal (260º) seja mantida com 
menos intensidade de corrente no arco elétrico. Por outro lado, a transmitância 
dessa camada à luz é elevada, absorvendo pouco do fluxo luminoso produzido na 
descarga. 
Com esses aperfeiçoamentos e com a atual crise mundial de energia, a 
lâmpada de sódio de baixa pressão torna-se opção atraente na iluminação de locais 
onde não existam problemas de reprodução de cores. 
 
 
 
3.3.2 Lâmpadas a Descarga de Alta Pressão 
 
As lâmpadas à descarga de alta pressão, também conhecidas como 
lâmpadas HID (High Intensity Discharge) utilizam vapores metálicos (em geral 
mercúrio e/ou sódio) a pressões da ordem de 1 a 10 atmosferas e operam com uma 
densidade de potência de arco da ordem de 20 a 200 W/cm. A radiação emitida 
pela descarga apresenta uma distribuição espectral contínua, sobre a qual se 
encontram superpostas as raias predominantes dos átomos que constituem o vapor 
metálico. Os eletrodos são bastões irradiadores e o tubo de descarga tem 
dimensões reduzidas (diâmetro de mm e comprimento de cm). 
Existem basicamente três tipos básicos de lâmpadas comerciais: a) a 
lâmpada de vapor de mercúrio de alta pressão; b) a lâmpada de sódio de alta 
pressão, e c) as lâmpadas de alta pressão de vapores metálicos. 
 
Lâmpada de Vapor de Mercúrio de Alta Pressão 
 
A lâmpada de vapor de mercúrio de alta pressão HPM (High Pressure 
Mercury), é constituída de um tubo de descarga transparente, de dimensões 
reduzidas inserido em um bulbo de vidro, revestido internamente com uma camada 
de "fósforo" para correção do índice de reprodução de cor. 
O tubo de descarga contém vapor de mercúrio à pressão de 2 a 4 atmosferas 
e argônio a 0.03 atmosferas. O argônio atua como gás de partida, reduzindo a 
tensão de ignição e gerando calor para vaporizar o mercúrio. O tubo de descarga é 
de quartzopara suportar temperaturas superiores a 340°C e evitar absorção da 
radiação ultravioleta emitida pela descarga. 
O bulbo de vidro transparente, com formato ovóide, contém nitrogênio, 
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formando uma atmosfera protetora para: reduzir a oxidação de partes metálicas, 
limitar a intensidade da radiação ultravioleta que atinge o revestimento de "fósforo" 
e melhorar as características de isolação térmica. 
 
 (a) Estrutura mecânica (b) Detalhe do tubo de descarga 
Figura 3.7 – Lâmpada de vapor de mercúrio de alta pressão 
 
A estabilização da descarga é realizada através de um reator indutivo. A 
tensão C.A. da rede é suficientemente elevada para realizar a ignição da descarga 
de argônio entre o eletrodo auxiliar e o principal adjacente, que vaporiza o mercúrio 
líquido e produz íons necessários para estabelecer o arco entre os eletrodos 
principais. Após a ignição do arco principal, a queda de tensão sobre o resistor de 
partida reduz a diferença de potencial entre os eletrodos auxiliar e principal 
adjacente, extinguindo o arco entre ambos. 
A tensão de ignição da lâmpada aumenta com a pressão vapor de mercúrio, 
ou seja, com a temperatura do tubo de descarga. Quando se desliga uma lâmpada 
alimentada por um reator indutivo convencional, a sua reignição só é possível após 
3 a 5 minutos, intervalo de tempo necessário para o esfriamento da lâmpada e 
conseqüente queda de pressão. 
 
Figura 3.8 – Reator para lâmpada de vapor de mercúrio de alta pressão 
 
Nos instantes iniciais da descarga, a lâmpada emite uma luz verde clara. A 
intensidade luminosa aumenta gradativamente até estabilizar-se após 6 a 7 
minutos, quando a luz se torna branca com uma tonalidade levemente esverdeada. 
A descarga de mercúrio no tubo de arco produz uma energia visível na região 
do azul e do ultravioleta. O fósforo, que reveste o bulbo, converte o ultravioleta em 
luz visível na região do vermelho. O resultado é uma luz de boa reprodução de 
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cores com eficiência luminosa de até 60lm/W. 
A luz emitida por uma lâmpada sem revestimento de fósforo, apresenta um 
baixo índice de reprodução de cor (CRI = 20), devido à ausência de raias 
vermelhas. O "fósforo" utilizado em lâmpadas de vapor de mercúrio de alta pressão 
tem uma banda de emissão de 620 nm a 700 nm e consegue melhorar o 
significativamente o índice de reprodução (CRI = 50). 
É importante salientar que devido à emissão de ultravioleta, caso a lâmpada 
tenha seu bulbo quebrado ou esteja sem o revestimento de fósforo, deve-se 
desligá-la, pois o ultravioleta é prejudicial à saúde, principalmente em contato com a 
pele ou os olhos. 
A lâmpada de mercúrio apresenta fluxo luminoso elevado e vida útil longa, 
porém, a sua eficácia luminosa é relativamente baixa. Este tipo de lâmpada é 
utilizado em sistemas de iluminação de exteriores, em especial, na iluminação 
pública urbana. 
 
Lâmpada de Luz Mista 
 
As lâmpadas de luz mista, como o próprio nome já diz, são uma combinação 
de uma lâmpada vapor de mercúrio com uma lâmpada incandescente, ou seja, um 
tubo de descarga de mercúrio ligado em série com um filamento incandescente. O 
filamento controla a corrente no tubo de arco e ao mesmo tempo contribui com a 
produção de 20% do total do fluxo luminoso produzido. A combinação da radiação 
do mercúrio com a radiação do fósforo e a radiação do filamento incandescente, 
produz uma agradável luz branca. 
As principais características da luz mista são: substituir diretamente as 
lâmpadas incandescentes em 220V, não necessitando de equipamentos auxiliares 
(reator, ignitor e starter) e possuir maior eficiência e vida media 8 vezes maior que 
as incandescentes. 
 
 
Figura 3.9 – Lâmpada de luz mista 
 
Este tipo de lâmpada apresenta um índice de reprodução de cor variando de 
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50 a 70, porém sua eficácia luminosa é baixa em razão da potência dissipada no 
filamento, que determina a sua vida útil, em geral de 6000 horas a 10000 horas. 
Esta lâmpada é utilizada no Brasil em sistemas de iluminação de interiores no 
setor comercial em substituição às lâmpadas incandescentes. 
 
Lâmpada de Vapor de Sódio de Alta Pressão 
 
A lâmpada de vapor de sódio de alta pressão HPS (“High Pressure Sodium”), 
é constituída de um tubo de descarga cilíndrico e translúcido, com um eletrodo em 
cada extremidade. O tubo de descarga é sustentado por uma estrutura mecânica, 
sob vácuo, no interior em um bulbo de vidro borosilicado, com formato tubular ou 
elipsoidal. 
Em lâmpadas convencionais, o tubo de descarga contém vapor de sódio a 
pressão de 0.13 atmosferas, vapor de mercúrio a pressão de 0.5 a 2 atmosferas e 
xenônio, que atua como gás de partida, gerando calor para vaporizar o mercúrio e o 
sódio. O mercúrio, na forma de vapor e a uma pressão significativamente superior 
ao sódio, reduz a perda por calor e eleva a tensão de arco da lâmpada. 
O eletrodo é construtivamente similar ao da lâmpada de vapor de mercúrio de 
alta pressão. 
 
Figura 3.10 – Lâmpada de vapor de sódio de alta pressão 
 
O bulbo das lâmpadas HPS é em geral transparente ou apresenta um 
revestimento de “fósforo” neutro para tornar a superfície difusa, sem alterar a 
distribuição espectral da luz emitida. A lâmpada de vapor de sódio convencional 
apresenta, em geral, um baixo índice de reprodução de cor (CRI ≈ 20), porém, uma 
elevada eficácia luminosa (120 lm/W para a lâmpada de 400 W) e vida útil longa (24 
000 horas). No entanto, existem lâmpadas especiais que apresentam um elevado 
índice de reprodução de cor (CRI = 85), porém, com uma eficácia luminosa de 80 
lm/W. 
Para a estabilização da lâmpada, utilizam-se reatores indutivos do mesmo 
tipo usado em lâmpadas de vapor de mercúrio. Nas lâmpadas HPS convencionais, 
esta função é desempenhada por um dispositivo externo à lâmpada, conhecido por 
ignitor. 
Quando se desliga uma lâmpada HPS alimentada por um reator indutivo com 
ignitor convencional, a sua reignição só é possível após 3 a 7 minutos, intervalo de 
tempo necessário para o esfriamento da lâmpada. 
É indicada para iluminação de locais onde a reprodução de cor não é um 
fator importante. 
 
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27 
Lâmpadas de Vapor Metálico 
 
A lâmpada de vapor metálico HPMH (High Pressure Metal Halide) é 
construtivamente semelhante à lâmpada de mercúrio de alta pressão, ou seja, 
utiliza um tubo de descarga de sílica fundida inserida no interior de um bulbo de 
quartzo transparente. Os modelos mais comuns são do tipo lapiseira. 
O tubo de descarga contém vapor de mercúrio, um gás para ignição (argônio) 
e haletos metálicos. A temperatura de vaporização dos metais é em geral superior à 
máxima temperatura suportável pelo material do tubo de descarga. Já o metal na 
forma de um haleto vaporiza a uma temperatura significativamente inferior. 
Geralmente utilizam-se iodetos, pois são quimicamente menos reativos. A adição de 
metais introduz raias no espectro que melhoram as características de reprodução 
de cores da lâmpada. Um ciclo regenerativo similar ao das lâmpadas 
incandescentes halógenas ocorre nas lâmpadas HPMH. 
 
Figura 3.11 – Lâmpada de vapor metálico 
 
As lâmpadas de vapor metálico apresentam uma eficácia luminosa de 65 a 
100 lm/W e um índice de reprodução de cores superior a 80. A sua vida útil é em 
geral inferior a 8000 horas. São comercialmente disponíveislâmpadas de 70 W a 
2000 W, sendo utilizadas em aplicações onde a reprodução de cores é 
determinante, como por exemplo, em estúdios cinematográficos, iluminação de 
vitrines e na iluminação de eventos com transmissão pela televisão. 
 
Lâmpadas de luz negra 
 
São lâmpadas a vapor de mercúrio, diferindo destas somente no vidro 
utilizado na confecção da ampola externa. Nesse caso utiliza-se o bulbo externo de 
vidro com óxido de níquel (vidro de Wood), que sendo transparente ao ultra-violeta 
próximo absorve em grande parte o fluxo luminoso produzido. 
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28 
São usadas em exames de gemas e minerais, apuração de fabricações, 
setores de correio, levantamento de impressões digitais, na indústria alimentícia 
para verificar adulterações, etc. 
 
4. Projeto de Iluminação 
 
O projeto de iluminação tem por objetivo estabelecer o melhor sistema de 
iluminação para uma dada aplicação, notando que muitas vezes a definição de 
“melhor” é complexa e leva em conta fatores subjetivos. Na elaboração de um 
projeto de iluminação são considerados, por um lado, os diferentes tipos de 
lâmpadas e luminárias disponíveis comercialmente e, por outro lado, os requisitos 
da aplicação, os quais incluem o tipo e o grau de precisão da atividade a ser 
desenvolvida no local, as pessoas que desenvolverão essa atividade, etc. 
De uma forma geral, o sistema de iluminação deve garantir níveis de 
iluminamento médio adequados em função das características do local e da 
atividade a ser desenvolvida. Para tanto, as normas técnicas possuem valores de 
referência habitualmente utilizados em projetos de iluminação. Uma vez escolhida a 
luminária a ser utilizada, a etapa final do projeto consiste em determinar o número 
de luminárias necessárias para alcançar o valor de iluminamento médio 
especificado e ainda proceder a ajustes de uniformização levando em conta a 
simetria do local. 
Define-se iluminamento médio (EM) em uma dada superfície como: 
S
EM
φ
=
 
 Em que: φ - é o fluxo luminoso total que atravessa a superfície (lm); 
 S - é a área da superfície considerada (m2). 
A unidade do iluminamento é lm/m2, mais conhecida por lux. É através do 
iluminamento médio que são fixados os requerimentos de iluminação em função da 
atividade a ser desenvolvida em um determinado local. 
Outro conceito fundamental em luminotécnica é o de curva de distribuição 
luminosa (ver figura 4.1), descrita no item 2.1 desta apostila. Os valores de 
intensidade luminosa são fornecidos considerando luminária equipada com fonte 
luminosa padrão com fluxo luminoso total de 1000 lm. Caso a lâmpada produza um 
fluxo diferente, os valores de intensidade luminosa deverão ser corrigidos 
proporcionalmente. 
Tem-se ainda o objetivo de eliminar o ofuscamento provocado pela 
iluminação. O ofuscamento gera uma redução na capacidade de visualização dos 
objetos e desconforto visual. Pode ser direto, isto é, ocorrendo pela visualização 
direta da fonte de luz, que pode ser uma lâmpada ou luminária, podendo ser 
neutralizado pela utilização de aletas ou difusores nas luminárias. Pode também ser 
indireto, ocorrendo quando a reflexão da luz sobre o plano de trabalho atinge o 
campo visual, podendo ser causado pelo excesso de luz no ambiente ou pelo mal 
posicionamento das luminárias. 
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29 
 
Figura 4.1 – Exemplo de curva de distribuição luminosa 
 
 
 
 
4.1 Previsão de Carga (NBR 5410) 
 
Como regra geral, a NBR 5410 estabelece que as cargas de iluminação 
devem ser determinadas como resultado da aplicação da NBR 5413: Iluminância de 
interiores – Procedimento. Como alternativa ao uso da NBR 5413, e 
especificamente em unidades residenciais, a NBR 5410 apresenta o seguinte 
critério de previsão de carga de iluminação para cada cômodo ou dependência: 
 
 
 
A norma adverte que os valores indicados são para efeito de 
dimensionamento dos circuitos, não havendo qualquer vínculo, com potência 
nominal de lâmpadas. 
Em cada cômodo ou dependência de unidades residenciais deve ser previsto 
pelo menos um ponto de luz fixo no teto, com potência mínima de 100 VA, 
comandado por interruptor de parede. 
 
Tabela 4.1 – Exemplo do método da precisão de carga 
Dependência Dimensões – área 
(m²) 
Potência de iluminação (VA) 
 
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30 
Sala 3,25 x 3,05 = 9,91 9,91m² = 6m² + 3,91m² 
 
 
100VA 
100VA 
 
Copa 
 
3,10 x 3,05 = 9,45 
 
9,45m² = 6m² + 3,45m² 
 
 
100VA 
 
100VA 
 
Cozinha 
 
3,75 x 3,05 = 11,43 
 
11,43m² = 6m² +4m² + 1,43m² 
 
 
 100VA + 60VA 
 
160VA 
 
Dormitório 
 
3,25 x 3,40 = 11,05 
 
11,05m² = 6m² +4m² + 1,05m² 
 
 
 100VA + 60VA 
 
160VA 
 
Banho 
 
1,80 x 2,30 = 4,14 
 
4,14m² 
 
 
100VA 
 
100VA 
 
Nos próximos itens serão abordados os principais métodos para projeto de 
iluminação, como o Método dos Lumens e o Método Ponto. O primeiro se destina 
principalmente a projetar a iluminação de recintos fechados, onde a luz refletida por 
paredes e teto contribui significativamente no iluminamento médio do plano de 
trabalho (o plano onde serão desenvolvidas as atividades; por exemplo, o plano das 
mesas em um escritório). O Método Ponto a Ponto se destina principalmente ao 
projeto de iluminação de áreas externas, onde a contribuição da luz refletida pode 
ser desprezada sem incorrer em erros significativos. Além disso, o Método Ponto a 
Ponto pode ser utilizado como cálculo verificador de um projeto elaborado pelo 
Método dos Lumens. 
 
4.2 Métodos de Cálculo 
 
4.2.1. Método dos Lumens ou do Fluxo Luminoso. 
 
O Método dos Lumens tem por finalidade principal determinar o número de 
luminárias necessárias para garantir um valor de iluminamento médio especificado a 
priori. Ele pode ser resumido nos passos a seguir. 
 
Passo 1 
 
Estabelecer o iluminamento médio do local, em função das dimensões do 
mesmo e da atividade a ser desenvolvida. Conforme mencionado anteriormente, as 
normas técnicas possuem valores de referência para o iluminamento médio. 
De acordo com a NBR 5413, para a determinação da iluminância conveniente 
é recomendável considerar as seguintes classes de tarefas visuais. 
 
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31 
Tabela 4.2 – Iluminância por classe de tarefas visuais 
Classe Iluminância (lux) Tipo de atividade 
20 – 30 – 50 Áreas públicas com arredores 
escuros 
50 – 75 – 100 Orientação simples para 
permanência curta 
100 – 150 – 200 Recintos não usados para 
trabalho contínuo; depósitos 
A 
 
Iluminação geral para áreas 
usadas interruptamente ou com 
tarefas visuais simples 
200 – 300 – 500 Tarefas com requisitos visuais 
limitados, trabalho bruto de 
maquinaria, auditórios 
500 – 750 – 1000 Tarefas com requisitos visuais 
normais, trabalho médio de 
maquinaria, escritórios 
B 
 
Iluminação geral para área de 
trabalho 1000 – 1500 – 2000 Tarefas com requisitos 
especiais, gravação manual, 
inspeção, indústria de roupas 
2000 – 3000 – 5000 Tarefas visuais exatas e 
prolongadas, eletrônica de 
tamanho pequeno 
5000 – 7500 – 10000 Tarefas visuais muito exatas, 
montagem de microeletrônica 
C 
 
Iluminação adicional para 
tarefas visuais difíceis 
10000 – 15000 – 20000 Tarefas visuais muito especiais, 
cirurgia 
Nota: As classes, bem como os tipos de atividade não são rígidos quanto às iluminânciaslimites recomendadas, ficando a 
critério do projetista avançar ou não nos valores das classes/tipos de atividade adjacentes,dependendo das características do 
local/tarefa. 
 
Seleção de iluminância 
 
Para determinação da iluminância conveniente é recomendável considerar os 
seguintes procedimentos: 
 
Da Tabela 4.2 constam os valores de iluminâncias por classe de tarefas 
visuais. O uso adequado de iluminância específica é determinado por três fatores, 
de acordo com a Tabela 4.3. 
 
Tabela 4.3 – Fatores determinantes da iluminância adequada 
Peso Características da tarefa 
e do observador 
-1 0 +1 
Idade Inferior a 40 anos 40 a 55 anos Superior a 55 anos 
Velocidade e precisão Sem importância Importante Crítica 
Refletância do fundo da 
tarefa 
Superior a 70% 30 a 70 % Inferior a 30% 
 
O procedimento é o seguinte: 
1. Analisar cada característica para determinar o seu peso (-1, 0 ou +1); 
2. Somar os três valores encontrados, algebricamente, considerando o sinal; 
3. Usar a iluminância inferior do grupo, quando o valor total for igual a –2 ou –3; 
a iluminância superior, quando a soma for +2 ou +3; e a iluminância média 
nos outros casos. 
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32 
A maioria das tarefas visuais apresenta pelo menos média precisão. 
No anexo I, onde estão os valores para iluminância previstos no item 5.3 da 
NBR 5413 – Iluminação de interiores, para cada tipo de local ou atividade existem 
três iluminâncias indicadas, sendo a seleção do valor recomendado feito da 
seguinte maneira: 
1. Das três iluminâncias, considerar o valor do meio, devendo este ser utilizado 
em todos os casos; 
2. O valor mais alto, das três iluminâncias deve ser utilizado quando: 
a) A tarefa se apresenta com refletâncias e contrastes bastante baixos; 
b) Erros são de difícil correção; 
c) O trabalho visual é critico; 
d) Alta produtividade ou precisão são de grande importância; 
e) A capacidade visual do observador estão abaixo da media. 
3. O valor mais baixo, das três iluminâncias, pode ser utilizado quando: 
a) Refletâncias ou contrastes são bastante altos; 
b) A velocidade e/ou não são importantes; 
c) A tarefa é executada ocasionalmente. 
 
Passo 2 
 
Estabelecer o tipo de lâmpada e de luminária a serem utilizadas no local. A 
experiência do projetista é muito importante neste passo, pois um determinado 
conjunto lâmpada/luminária disponível comercialmente pode-se adaptar melhor a 
algumas aplicações e não a outras. Por exemplo, iluminação fluorescente 
convencional é bastante indicada para iluminação de escritórios, e iluminação 
incandescente é a opção preferencial para galerias de arte, devido a sua excelente 
reprodução de cores. 
 
Passo 3 
 
Para a luminária escolhida no passo anterior determina-se o Fator de 
Utilização (Fu). Este coeficiente, menor ou igual a 1, representa uma ponderação 
que leva em conta as dimensões do local e a quantidade de luz refletida por 
paredes e teto. A contribuição das dimensões do local é feita através do chamado 
Índice do Local (K) definido de acordo com: 
)( LCH
LCK
+
⋅
= ; onde: 
C - comprimento do local, considerando formato retangular (m); 
L - largura do local (m); 
H - altura de montagem das luminárias (m). 
O índice do local permite diferenciar locais com mesma superfície total, mas 
com formato diferente (quadrado, retangular, retangular alongado, etc.), e também 
incorpora a influência da distância entre o plano das luminárias e o plano de 
trabalho. 
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33 
De posse do índice do local, o coeficiente de utilização é facilmente obtido 
através de tabelas cujas outras variáveis de entrada são a fração de luz refletida por 
paredes e teto. 
 
Passo 4 
 
Para o local de instalação determina-se o Fator de Depreciação (Fd). Este 
coeficiente, menor ou igual a 1, representa uma ponderação que leva em conta a 
perda de eficiência luminosa das luminárias devido à contaminação do ambiente. 
Existem tabelas que fornecem valores deste coeficiente em função do grau de 
contaminação do local e da freqüência de manutenção (limpeza) das luminárias. 
 
Passo 5 
 
Determina-se o fluxo luminoso total φ (em lúmen) que as luminárias deverão 
produzir, de acordo com a seguinte expressão: 
du FF
SE
⋅
⋅
=ϕ ; onde: 
E - iluminamento médio (em lux) estabelecido no Passo 1; 
S = C x L - área do local (m2). 
 
Passo 6 
 
Determina-se o número necessário de luminárias NL: 
L
LN ϕ
ϕ
= ; onde: 
ϕ - fluxo luminoso total calculado no passo 5; 
Lϕ - fluxo luminoso (em lúmens) de uma luminária (este valor é conhecido 
uma vez escolhidas a luminária e a lâmpada - Passo 2). 
 
Passo 7 
 
Ajusta-se o número de luminárias de forma a produzir um arranjo 
uniformemente distribuído (por exemplo, certo número de linhas cada uma com o 
mesmo número de colunas de tal forma que o número de luminárias resulte o mais 
próximo possível do valor determinado no Passo 6). 
 
Passo 8 
 
Uma vez ajustado o número efetivo de iluminarias por linha e coluna, efetuar 
o cálculo da iluminancia efetiva no plano de trabalho. 
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4.2.2. Método Ponto a Ponto 
 
Para descrever o Método Ponto a Ponto é imprescindível apresentar antes 
duas leis básicas da Luminotécnica, a Lei do Inverso do Quadrado e a Lei dos 
Cosenos. A Lei do Inverso do Quadrado estabelece que o iluminamento médio cai 
com o quadrado da distância à fonte luminosa. De fato, conforme ilustra a Figura 
4.2, o mesmo fluxo luminoso ∆φ atravessa as superfícies S1 e S2, situadas a 
distâncias d1 e d2 da fonte luminosa, respectivamente. 
 
 
Figura 4.2 – Lei do Inverso do Quadrado 
 
Como o ângulo sólido correspondente às duas superfícies é o mesmo, 
conclui-se que é válida a seguinte relação: 
2
2
2
2
1
2
2
2
1
2
1 


=⋅∆
⋅∆=
d
d
d
d
S
S
ω
ω
 
Por outro lado, da definição de intensidade luminosa 
ω
ϕ
∆
∆=I
 resulta: 
22
2
ddd
d
d
d
dEd
S
d
S
I ⋅=⋅∆=




∆=∆
∆= ϕϕ
ω
ϕ
 
Em que E(d) indica o iluminamento médio a uma distância genérica d da fonte 
luminosa. 
A equação 2d
IEd = é a expressão matemática da Lei do Inverso do 
Quadrado. 
A Lei dos Cosenos estabelece que se a superfície (plana) considerada não 
for normal à direção definida pela intensidade luminosa, o iluminamento médio na 
superfície será menor que no caso da superfície ser normal e, ainda, a relação entre 
ambos valores é dado pelo coseno do ângulo formado entre as normais das duas 
superfícies. 
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35 
 
Figura 4.3 – Lei dos Cosenos 
Entre as superfícies S1 e S2 é válida a relação: αcos
2
1
=
S
S
 
Nestas condições, a relação entre os iluminamentos médios em S1 e S2 é: 
ααϕ
α
ϕϕ
coscos
cos
1
112
2 ⋅=⋅∆⋅=



∆⋅=∆= E
S
I
S
I
S
E
 
Que é a própria expressão matemática da Lei dos Cosenos. 
O Método Ponto a Ponto permite calcular, em qualquer ponto do plano de 
trabalho, o iluminamento médio causado por uma fonte luminosa localizada em 
qualquer ponto do local. Inicialmente considere-se a situação da Figura 13.25. O 
problema é determinar o iluminamento médio no plano horizontal no ponto P, 
causado pela fonte luminosa. 
 
Figura 4.4 – Método Ponto a Ponto 
 
Destaca-se que a intensidade luminosa I(θ) é dada pela curva fotométrica da 
luminária, considerada conhecida.O iluminamento no ponto P, no plano 
perpendicular à intensidade luminosa, é calculado através da Lei do Inverso do 
Quadrado: 
θθ
θ
θθ 2
222 cos
)(
cos
)()( ⋅=


== h
I
h
I
D
IEP
 
 
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36 
No ponto P, o iluminamento no plano horizontal é determinado através a Lei 
dos Cosenos: 
θθθ 32 cos
)(
cos ⋅=⋅=
h
IEE PPH 
Finalmente, considerando todas as luminárias existentes no local, o 
iluminamento total no plano horizontal em P é determinado através de: 
∑
=
=
n
i
iPHTOTALPH EE
1
__
 
 
Em que n indica o número total de luminárias e EPH i é o iluminamento 
horizontal em P causado pela luminária i. 
Para obter o iluminamento médio do local, aplica-se esta equação a um 
conjunto adequado de pontos de verificação e calcula-se finalmente a média 
aritmética de todos os valores de iluminamento obtidos. 
Na prática o iluminamento total em um determinado ponto tem contribuição 
significativa apenas das luminárias mais próximas ao ponto, sendo que a 
contribuição das luminárias distantes é muito pequena por causa da Lei do Inverso 
do Quadrado. De todo modo, o cálculo do iluminamento através do Método Ponto a 
Ponto é feito normalmente através de programa computacional, pois o cálculo 
manual só é viável em casos simples com poucas luminárias e poucos pontos de 
cálculo. 
 
 
 
4.3 Exemplos de Cálculo de Iluminação 
 
a) Método dos Lumens 
 
Projetar o sistema de iluminação de um escritório com 18m de comprimento, 8m de 
largura e 3m de altura (pé direito), com mesas de 0,8 metros de altura. As 
luminárias serão Philips TCS 029, com duas lâmpadas fluorescentes de 32 W, 
Branca Comfort. O teto está pintado de verde claro, as paredes estão de azul claro 
e o chão está revestido com piso na cor marrom. O ambiente é considerado normal 
com período de manutenção de 5.000 horas. 
(I) aparelho de iluminação: 
• Luminária TCS 029 
• Duas lâmpadas TLDRS 32/64 – 2.500 lm ⇒2 x 2.500 = 5.000 lm 
(II) da tabela de iluminâncias recomendadas (item 4.2 ou anexo I), adota-se E = 
500lx 
(III) tem-se 
 l = 18m 
 b = 9m 
 hm = 2,2m (luminária no teto e mesas a 0,8m). 
da expressão 7,2)918(2,2
918
)( ≅+
⋅
=
+
⋅
=
LBH
LBK
M
 
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37 
(IV) consultando a tabela (catálogo da luminária) de fator de utilização “Fu” para esta 
luminária, com K = 2,5 e considerando para o local uma refletância 511 (50% teto, 
10% parede, 10% piso), obtém-se Fu = 0,53; 
(V) da tabela de fator de depreciação “Fd” (item 2.3), considerando ambiente normal 
e manutenção a cada 5.000h, obtém-se Fd = 0,85; 
(VI) da expressão 800.179
85,053,0
)918(500
≅
⋅
⋅⋅
=
⋅
⋅
=
du FF
SEϕ
 lm 
(VII) da expressão 36
000.5
800.179
===
L
LN ϕ
ϕ
 luminárias; 
(VIII) distribuição de luminárias: 
 
 
b) Método Ponto a Ponto 
 
Exemplo orientativo para leitura das curvas de distribuição luminosa (CDL), cálculo 
da intensidade luminosa nos diferentes pontos e a respectiva iluminância. (Figura 
4.5). 
 
 
Consultando-se a luminária, cuja CDL está representada na figura 4.6 e supondo-se 
que esta luminária esteja equipada com 2 lâmpadas fluorescentes LUMILUX® 
36W/21 (Figura 4.7), qual será a Iluminância incidida num ponto a 30º de inclinação 
do eixo longitudinal da luminária, que se encontra a uma altura de 2,00 m do plano 
do ponto? 
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38 
 
 
LUMILUX® 36W/21 
ϕ = 3350 lm 
 
Luminária para 2x LUMILUX® 36W/21 
n = 2 
Na CDL, lê-se que: 
I30° = 340 cd 
Como este valor refere-se a 1000 lm, tem-se que: 
 I30º = ( ) 2278335021000
340
=⋅⋅ cd 
 
Seguindo-se a fórmula: 
a
h
I
E 32 cos⋅=
α
 
lxE
E
h
I
E
370
65,0
4
2278
30cos32
30
=
⋅=
⋅=
o
 
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39 
 
Exercícios Propostos 
 
 
 
01) Determinar o número de lâmpadas e de luminárias para iluminar uma fábrica 
de móveis de 25X50X4m, cujo nível de iluminamento necessário é de 500 lux. O 
teto e as paredes são claros. O período previsto para manutenção do sistema de 
iluminação é de 5000 horas. O afastamento máximo entre luminárias é 0,9Xpé 
direito. Mostre a disposição das luminárias no prédio. 
 
02) Um prédio industrial precisa ser iluminado, nele se fabricam equipamentos 
muito volumosos. A indústria está instalada num prédio com as seguintes 
características: 
- pé direito: 8m; 
- bancada de trabalho: 65cm, 
- largura do prédio:21m; 
- comprimento do prédio: 84m; 
- paredes de tijolo a vista 
- teto de concreto 
 
No processo produtivo a indústria necessita de um nível de iluminamento de 
600 lux, e não pode ter reprodução de cores parcial. Determine o número de 
lâmpadas e de luminárias a serem instaladas neste prédio e represente a 
disposição das luminárias na planta baixa. O afastamento máximo entre luminárias 
é igual a 0,95 X pé direito, e a altura de montagem não pode ser inferior a 6,5 m. 
 
03) Se você fosse indagado sobre o tipo de iluminação mais adequado para 
iluminar os ambientes relacionados abaixo, qual(ais) o(s) tipo(s) de lâmpadas que 
você indicaria . Justifique sua resposta. 
a) escritório 
b) residência 
c) indústria de borracha com pé direito de 7m 
d) loteamento residencial (iluminação pública) 
e) quadra de esportes 
 
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40 
 
4) Um galpão industrial é iluminado através de lâmpadas a vapor de mercúrio 
de 400W, com fluxo luminoso inicial de 20.500 lumens. Calcular o iluminamento 
num ponto P na horizontal iluminado por 4 refletores A, B, C e D, conforme figura 
abaixo. 
 Nota: O pé útil é de 3 m. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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41 
 
 
Anexos: 
 
 
I - NBR 5413:1992 - Iluminâncias de interiores 
 
 
II – Tipos de luminárias e curvas CDL (LUMINE) 
 
 
III – Eficiência aproximada de luminárias 
 
 
IV – Tabela de eficiência de recinto 
 
 
V – Tipo de luminária x Fator de depreciação 
 
 
VI – Luminária Philips TCS 029 
 
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42 
 
Anexo I - NBR 5413:1992 - Iluminâncias de interiores 
 
1 - Acondicionamento 
- engradamento, encaixotamento e 
empacotamento ..................... 100 - 150 - 200 
 
2 - Auditórios e anfiteatros 
 
- tribuna...................................... 300 - 500 - 750 
- platéia....................................... 100 - 150 - 200 
- sala de espera........................... 100 - 150 - 200 
- bilheterias.................................. 300 - 150 - 750 
 
3 - Bancos 
 
- atendimento ao público............. 300 - 500 - 750 
- máquinas de contabilidade........ 300 - 500 - 750 
- estatística e contabilidade......... 300 - 500 - 750 
- salas de datilógrafas.................. 300 - 500 - 750 
- salas de gerentes...................... 300 - 500 - 750 
- salas de recepção..................... 100 - 150 - 200 
- salas de conferências................ 150 - 200 - 300 
- guichês..................................... 300 - 500 - 750 
- arquivos (incluindo acomodações para trabalhos 
de menor importância).............................. 200 - 300 
- 500

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