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Pessoa Natural

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PERSONALIDADE NATURAL 
Toda pessoa que possui personalidade natural passa a ser capaz de direitos e obrigações. Possui, portanto, capacidade de direito.
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Nem toda pessoa, porém, possui aptidão para exercer pessoalmente praticando atos jurídicos, em razão de limitações orgânicas ou psicológicas. 
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Se puderem atuar pessoalmente, possuem também capacidade de fato ou de exercício. 
Reunidos os dois atributos, fala-se em capacidade civil plena. 
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CAPACIDADE JURÍDICA 
Aptidão que a pessoa tem de exercitar direitos e contrair obrigações em geral na vida civil. 
CC, Art. 1º. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil 
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Espécies de capacidade 
1) Capacidade de gozo ou de direito
2) Capacidade de fato ou de exercício 
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1) Capacidade de gozo ou de direito 
Todas as pessoas têm, desde que nascem até que morrem, pois possuem a possibilidade de ter direitos e deveres na vida civil. 
Segundo Orlando Gomes confunde-se com o próprio conceito de personalidade, ou seja, é a capacidade jurídica genericamente reconhecida a qualquer pessoa.
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Capacidade Jurídica = capacidade de gozo ou de direito.
O homem tem essa capacidade desde o nascimento, quando adquire a personalidade civil.
Todas as pessoas são portadoras dessa capacidade, pouco importando a idade, o estado de saúde, etc.
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2) Capacidade de fato ou de exercício 
Só tem essa capacidade as pessoas plenamente capazes, ou seja, as maiores de idade e com saúde (não interditadas), que podem exercitar elas próprias os atos em geral da vida civil. 
Significa a capacidade de, pessoalmente, exercer atos da vida civil.
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Exemplo 1:
 Criança de 3 anos não tem capacidade de fato ou de exercício, tem capacidade de direito.
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Exemplo 2:
O louco tem capacidade jurídica, mas, como não tem condições de discernimento, não pode praticar pessoalmente os atos jurídicos, pois falta-lhe a capacidade de exercício, que é a aptidão de exercer os direitos e assumir, por si mesmo, obrigações na ordem civil.
Capacidade de direito + capacidade de fato = CAPACIDADE CIVIL PLENA
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Capacidade de fato X legitimidade?
Não confundir capacidade e legitimidade. 
A falta de legitimidade significa que, mesmo sendo capaz, a pessoa está impedida por lei de praticar determinado ato. 
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Em virtude de um interesse que se quer preservar, ou em consideração à especial situação de determinada pessoa que se quer proteger, criam-se impedimentos circunstanciais, que não se confundem com as hipóteses genéricas de incapacidade.
 A legitimação traduz uma capacidade específica.
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Exemplo 1: 
Irmão casar com irmã, mesmo ambos sendo maiores de 18 anos e capazes, é impedimento específico: Art. 1521, IV, CC. 
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Exemplo 2: 
Toda pessoa tem capacidade para comprar ou vender. 
Contudo o art. 1132 do CC diz que os ascendentes não podem vender aos descendentes, sem que os outros descendentes expressamente consintam.
 Não está o pai, sem a anuência dos demais, legitimado para tal venda.
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Capacidade de fato 
Aptidão/possibilidade de a pessoa exercitar ela própria atos importantes em geral da vida civil. 
Tem de ter maioridade e saúde. 
 Ex.: assinar contratos, contrair dívidas, assinar de fiador;
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Legitimidade: 
Possibilidade de exercitar atos específicos da vida civil conforme autorização de lei. 
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A falta da capacidade de fato gera a incapacidade civil (absoluta ou relativa).
A legislação brasileira prevê casos de incapacidade, que tem em vista proteger os portadores de deficiência jurídica, ou seja, a incapacidade consiste no reconhecimento da inexistência, em uma pessoa, dos requisitos que a lei considera indispensáveis para que ela exerça seus direitos. 
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Isso significa que nem todo mundo tem capacidade plena para exercitar, por si só, direitos na vida civil. 
 A incapacidade pode ser absoluta ou relativa.
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INCAPACIDADE ABSOLUTA 
É a falta de aptidão para praticar pessoalmente atos da vida civil. 
É a proibição total de o incapaz exercitar pessoalmente esses atos. 
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Seu representante legal é o pai ou a mãe, desde que no exercício do poder familiar.
Se o incapaz for menor órfão, seu representante legal será o tutor.
Se o incapaz for maior de idade, o seu representante será o curador.
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São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
Os menores de 16 anos;
Os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos; 
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Exemplos:
Esquizofrênicos, psicopatas, quem possui disfunção cerebral;
Se forem maiores de idade, deverão ser interditados, para que lhes seja nomeado pelo juiz um curador.
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É realizado um procedimento judicial de interdição, nomeando-se um curador.
 A sentença é registrada e publicada. 
É ouvido um médico perito.
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Também são absolutamente incapazes:
Os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade. 
São aqueles que, sem serem portadores de doença ou deficiência mental, encontrem-se em estado de paralisia mental total e temporária. 
O caráter temporário e a impossibilidade total de expressão da vontade são, simultaneamente, elementos essenciais para a configuração dessa forma de incapacidade absoluta. 
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Exemplo:
Dependente de tóxico que esteja sob o efeito do entorpecente, que o priva totalmente de discernimento, o ébrio eventual, pressão arterial excessiva, estado de coma – não precisa interditar, pois é transitório.
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INCAPACIDADE RELATIVA 
Entre a absoluta incapacidade e a plena capacidade civil, figuram pessoas situadas em zona intermediária, por não gozarem de total capacidade de discernimento e autodeterminação: trata-se dos relativamente incapazes. 
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Tem proibição parcial do exercício de atos importantes da vida civil. 
Exige assistência dos pais ou responsáveis legais. 
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São relativamente incapazes: 
Os maiores de 16 anos e menores de 18 anos; 
Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido.
 	Se não tem discernimento nenhum é incapacidade absoluta. 
 	A depender do grau de intoxicação e dependência, a interdição do dependente poderá ser total, caracterizando a incapacidade absoluta.
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Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo.
 	Tem por objetivo protegê-los, viabilizando sua inserção social. Ex. Portadores de Síndrome de Down. 
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Os pródigos;
 	É um conceito técnico: é a pessoa que desordenadamente dilapida seu patrimônio, podendo reduzir-se a miséria.
 	O pródigo é interditado e seu curador vai assisti-lo em atos de conteúdo patrimonial (art. 1782).
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Questão: 
O pródigo, para casar, precisa da manifestação de seu curador?
O curador do pródigo deve se manifestar sobre o regime de bens. Sobre o aspecto afetivo não pode intervir.
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Efeito da violação da incapacidade relativa 
Anulação do ato:
Quem se sente lesado precisa pedir a anulação, se quiser, e a anulação só vale depois da sentença do juiz. 
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A incapacidade relativa deverá ser requerida pelo próprio incapaz ou pelo seu representante legal ou pelo outro lesado. 
Contudo, se o menor ocultar a idade, responderá pelo ato. 
O ato feito pelo relativamente incapaz pode ser confirmado depois pelos responsáveis, sendo, então, ato válido.
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Responsabilidade do incapaz para indenizar dano por ato ilícito: 
1°: os responsáveis legais; 
2º: se eles não tiverem recursos, o menor se tiver recursos (pela responsabilidade subsidiária).

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