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MEDIDA DE SEGURANÇA PENAL II Prof. Antonieta Araújo MEDIDA DE SEGURANÇA Conceito: a medida de segurança é sanção de caráter preventivo, aplicada ao sujeito que não tenha plena capacidade de autodeterminação nos termos do art. 26 do CP (inimputável) ou conta apenas com parcial (semi-imputável) capacidade de culpabilidade (imputabilidade), em decorrência da prática de um injusto penal, com a finalidade de retirá-lo do convívio social e submetê-lo a tratamento para fazer cessar sua periculosidade (Gustavo Junqueira e Patrícia Vanzolini) M.S. - SISTEMA DE APLICAÇÃO duplo binário: - aplica-se a pena e a medida de segurança, cumulativamente. Poderia ser aplicada medida de segurança aos imputáveis - afastado de nossa legislação na reforma de 1984 b) vicariante: aplica-se pena ou medida de segurança. a pena só pode ser aplicada aos sujeitos capazes de compreender o caráter retributivo-preventivo da pena. M.S.- PRESSUPOSTOS PARA APLICAÇÃO prática de um injusto penal: fato típico e antijurídico. em nenhuma hipótese será cabível a medida se, na mesma situação, não couber, por qualquer motivo, a aplicação da pena. b) a não imputabilidade: incapacidade plena ou parcial para ser responsabilizado. O grau de imputabilidade é fator importante na determinação da periculosidade. M.S.- PRESSUPOSTOS PARA APLICAÇÃO c) periculosidade: potencialidade para a prática de novos atos lesivos, ou como probabilidade que o agente tem de praticar novas infrações. - ao inimputável que pratica injusto penal a periculosidade é presumida pela lei, por isso chama-se periculosidade legal. - no caso do semi-imputável que pratica injusto penal a periculosidade deve ser avaliada caso a caso pelo perito e então valorada pelo juiz, por isso chamada de periculosidade judicial M.S.- PRESSUPOSTOS PARA APLICAÇÃO A medida de segurança está vinculada à atualidade da periculosidade. └ se passado longo tempo desde a prática do injusto até o início do cumprimento da medida, há grande chance de estar cessada a periculosidade, e nova verificação da periculosidade deve ser realizada imediatamente, para que seja possível verificar se necessária e adequada a medida, bem como a espécie de medida de segurança adequada. APLICAÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA O inimputável recebe medida de segurança numa sentença absolutória imprópria, pois não reconhece a culpabilidade. (386 parágrafo único, III do CPP) O semi-imputável recebe a pena ou medida de segurança em uma sentença condenatória. Sistema vicariante sentença Semi-imputáveis Pena ou medida de segurança condenatória Inimputáveis Medida de segurança absolutória Semi-imputáveis Pena ou medida de segurança condenatória M.S. – aplicação ao semi-imputável a) fixa-se a pena conforme o sistema trifásico e, então esta deverá ser diminuída de 1/3 a 2/3 se o juiz entender incabível a medida de segurança, manterá a pena reduzida (art. 26 parágrafo único do CP). b) se o juiz pretender impor medida de segurança ao semi-imputável, deve primeiro fixar a pena diminuí-la nos termos do art. 26 parágrafo único do CP e depois substituí-la por medida de segurança, como manda o art. 98 do CP M.S. – PRAZO prazo de duração mínima: - 01 a 03 anos exame de cessação de periculosidade - positivo= liberado - negativo= renova-se o exame a cada ano (art. 97,§2º CP) - art. 176 da LEP e art. 97, §2º do CP M.S. – PRAZO 1) Letra da lei e STJ: não há prazo máximo - indeterminado A M.S. perdura enquanto perdurar a periculosidade. Doutrina: não tem finalidade de castigo, mas sim curativa, não precisa ter limite máximo, nem proporcionalidade com o mal do crime. 2) Corrente doutrinária minoritária: deveria ter limite máximo o limite em abstrato da infração praticada. 3) STF (2005): entendeu que a MS não pode ultrapassar 30 anos. 5) Recentes decisões do STJ (LFG, Gustavo Junqueira e P. Vanzolini): a medida de segurança deveria ter como prazo máximo, o máximo da pena em abstrato prevista para a infração praticada no caso do inimputável. 6) há setores da doutrina que afirmam que no caso dos semi-imputáveis a medida de segurança deve ter como prazo máximo a pena substituída, pelos mesmos argumentos anteriores. Nota: superveniência de doença mental durante o cumprimento da pena: prazo de duração da pena convertida (STJ). 183 LEP O Estado não pode aproveitar da superveniência de doença mental, muitas vezes provocada ou estimulada pelas próprias condições do estabelecimento prisional, para manter a custódia do condenado por mais tempo, ou quiçá por tempo indeterminado. DESTINO DO SENTENCIADO APÓS O PRAZO MÁXIMO DA MEDIDA DE SEGURANÇA: - arquivamento da execução penal, não há mais sanção penal a cumprir - devem ser tomadas as medidas civis que garantam a continuidade de seu tratamento (defensoria púbica) ESPÉCIES DE MEDIDAS DE SEGURANÇA 1- M.S. DETENTIVA: internação em hospital de custódia e tratamento psiquiátrico-RECLUSÃO– DETENÇÃO 2- M.S. RESTRITIVA: tratamento ambulatorial- DETENÇÃO (art. 97 CP) Nota: essa distinção é muito criticada pela doutrina, pois não há qualquer relação entre a necessidade de recuperação do sujeito, e mesmo sua periculosidade, com a espécie de pena cominada. - a medida de segurança não deve guardar proporcionalidade com a pena reservada ao fato praticado, mas com a causa da incapacidade.
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