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Adriane Werner Anne Kerly Camila Katiane Kécya Pinheiro Visão Geral do Custo de Capital O custo de capital é a taxa de retorno que uma empresa precisa obter nos projetos em que investe, para manter o valor de mercado de sua ação. O custo de capital funciona como um vínculo entre as decisões de investimento de longo prazo de uma empresa e a riqueza dos proprietários, determinada pelos investidores no mercado. • Risco econômico —o risco de que a empresa seja incapaz de fazer face aos custos operacionais — presume-se que seja constante. Essa premissa implica que a aceitação de um determinado projeto não afeta a capacidade da empresa de arcar com o custo operacional. • Risco financeiro — o risco de que a empresa seja incapaz de fazer face às obrigações financeiras —presume-se que seja constante. Essa premissa implica que os projetos serão financiados de tal maneira que a capacidade da empresa de honrar seus custos de financiamento seja constante. • Os custos relevantes são aqueles apurados após o imposto de renda — o custo de capital é medido depois do imposto de renda. - Algumas premissas fundamentais Como o custo médio ponderado ajuda nas decisões de financiamento? - Conceito básico Exemplo 1 A empresa ABC tem a seguinte oportunidade de investimento: – Investimento inicial = $ 100.000 – Duração = 20 anos – TIR = 7% – Custo da fonte mais barata de financiamento, capital de terceiros = 6% Exemplo 2 Imagine que uma semana depois surja uma nova oportunidade de investimento: – Investimento inicial = $ 100.000 – Duração = 20 anos – TIR = 12% – Custo da fonte mais barata de financiamento disponível, capital próprio = 14% - Fontes específicas de capital As empresas contam com quatro fontes básicas de fundos de longo prazo: - Custo de capital de terceiros de longo prazo O custo de capital de terceiros de longo prazo, ri, é o custo de capital atual, após o imposto de renda, do levantamento de fundo de longo prazo por meio de empréstimos. Recebimentos Líquidos Exemplo: A Duchess Corporation, uma grande fabricante de ferramentas, está estudando a possibilidade de vender $ 10 milhões em obrigações com prazo de 20 anos, cupom de 9%, cada uma com valor de face de $ 1.000. Como obrigações com risco semelhante rendem mais do que 9%, a empresa deve vender suas obrigações a $ 980. Os custos de lançamento são de 2% do valor de face da obrigação, ou $ 20. Os recebimentos líquidos pela empresa com a venda de cada obrigação serão, portanto, de $ 960 ($ 980 – $ 20). Custo de capital de terceiros antes do IR Pode ser obtido por meio de: Uso de cotações Quando os recebimentos líquidos com a venda de uma obrigação equivalem ao seu valor de face, o custo antes do IR é simplesmente igual a taxa de cupom. Exemplo: Uma obrigação com o cupom de 10%, cujo os recebimentos líquidos sejam iguais ao valor de face de $1.000, teria um custo antes do IR de 10%. Cálculo do Custo Identifica o custo do capital de terceiros antes do IR por meio da taxa interna de retorno (TIR). Exemplo: Os fluxos de caixa associados a obrigação emitida pela Duchess Corporation. Aproximação do Custo O custo do capital de terceiros antes do IR de uma obrigação com valor de face de $1.000 pode ser aproximando com a equação a seguir: Onde: l = juros anuais em valor monetário. Nd = recebimentos líquidos com a venda de título (obrigação). n = número de anos até a data de vencimento da obrigação. Exemplo: Custo de capital de terceiros após o IR Pode ser encontrado multiplicando-se o custo do IR, por 1 menos alíquota do imposto de renda, T, como mostra a equação a seguir: Exemplo: Identificar o custo do capital de terceiros após o imposto de renda da Duchess, admitindo uma alíquota de 40%; usando o custo de capital de terceiros antes do imposto de renda de 9,4%. ri = 9,4% (1 – 0,40) = 5,6% Custo das Ações Custo das ações preferenciais: Onde: Po = valor da ação ordinária; D1 = dividendo por ação esperado ao final do primeiro ano; rs = retorno requerido da ação ordinária; g = taxa de crescimento constante dos dividendos. Custo das ações ordinárias: Custo dos lucros retidos: Equivale ao custo de uma emissão integralmente subscrita de novas ações ordinárias, que por sua vez é igual ao custo do capital próprio, rs. CMPC = Custo médio ponderado de capital Onde: Wi = participação do capital de terceiros de longo prazo na estrutura de capital; Wp = participação das ações preferenciais na estrutura de capital; Wi + Wp + Ws = 1,0. Base de ponderação - Valor de mercado: Medem a proporção de cada tipo de capital ao preço de mercado dos títulos envolvidos. - Valor de contábil: Utiliza-se de dados extraídos do balanço para medir a proporção de cada tipo de capital na estrutura financeira da empresa. - Pesos históricos: Baseia-se tanto em valores contábeis quanto em valores de mercado, com as proporções efetivas da estrutura de capital. - Pesos ideais: Pesos extraídos dos valores contábeis ou de mercado, tomando-se como base as proporções desejadas na estrutura de capital. Custo marginal e decisões de investimento • Custo marginal ponderado de capital (CMgPC, ou WMCC, do inglês, weighted marginal cost of capital) - Determinação dos pontos de ruptura: Onde: PRj = ponto de ruptura da fonte de financiamento j; VFj = volume de fundos disponível a partir da fonte de financiamento j a um dado custo; Wj = peso na estrutura de capital (em formato decimal) da fonte de financiamento j. Escala de oportunidades de investimento (EOI) Custo de Capital de Terceiros O custo de capital de terceiros é definido de acordo com os passivos onerosos identificados nos empréstimos e financiamentos mantidos pela empresa. É representado por Ki e diante da dedutibilidade fiscal permitida aos encargos financeiros, podem ser apurados após a respectiva provisão para Imposto de Renda. Onde: IR = alíquota de Imposto de Renda considerada para decisão. Exemplo: Admitindo um financiamento de $200.000,00 tomado á taxa de 20% ao ano, sendo de 34% a alíquota de Imposto de Renda. Os juros de competência do período atingem: – Despesas financeiras brutas: $ 200.000,00 x 20% = $40.000,00 – Economia de IR: $40.000,00 x 34% =($13.600,00) Despesas Financeiras Líquidas do IR = $26.400,00 Custo líquido de captação do IR: Ki = 26.400,00 / 200.000,00 = 13,2% Custo de Capital de Terceiros = 200.000,00 x 13,2% $26.400,00 Custo de Capital Próprio O custo de capital próprio é representado por Ke, revela o retorno desejado pelos acionistas de um empresa em suas decisões de aplicação de capital próprio. Onde: Ke = Custo de capital próprio; Rf = Taxa de retorno de ativos livre de risco (ex: Poupança); ß = medida do risco sistemático do ativo em relação ao risco sistemático da carteira de mercado; RM = rentabilidade oferecida pelo mercado em sua totalidade e representada pela carteira de trabalho. Custo Total de Capital O custo total de capital representa a taxa de atratividade da empresa, que indica a remuneração mínima que deve ser exigida na alocação de capital, deforma a maximizar seu valor de mercado. Onde: WAAC = Custo médio ponderado de capital ou Weighted Average Cost of Capital; Kj = Custo específico de cada fonte de financiamento (própria e de terceiros); Wj = participação relativa de cada fonte de capital no financiamento total. Exemplo: Admitindo que uma empresa tenha representado a seguinte estrutura de capital e seus custos respectivos, conforme levantamentos de seus relatórios contábeis: Pelos valores enunciados, pode-se mensurar o custo total das fontes decapital da empresa da seguinte forma: WACC= (25% x 0,40) + (22% x 0,25) + (18% x 0,35%) WACC= 10,0% + 5,5% + 6,3% WACC= 21% Criação de valor Criação de valor são os benefícios econômicos gerados de caixa > retorno exigido pelos princípios de capital (WACC). Exemplo: Admitindo que as empresas Alfa e Beta com as informações seguintes, apuradas após a dedução do IR e expressas em moeda constante. Lucro Operacional ($milhões) Investimento ($ milhões) Ke Ki Passivo Patr. Líquido Alfa $ 3,986 $ 23,2 15,40% 8,50% 30,0% 70,0% Beta $ 0,406 $ 5,6 19,80% 11,40% 70,0% 30,0% Custo de Capital Esturuta de Capital O custo médio ponderado de capital (WACC) e o retorno sobre o investimento (ROI) são obtidos a seguir: WACC (Alfa) = ( 15,4% x 0,70) + (8,5% x 0,30) = 13,33% ROI (Alfa) = $3,986/$23,2 = 17,18% WACC (Beta)= (19,8% x 0,30) + ( 11,4% x o,70) = 13,92% ROI (Beta) = $0,406/$5,6 = 7,35% Com base nesses dados chegamos ao valor econômico criado pelas empresas, Cia Alfa ∆ 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑐𝑜𝑛ô𝑚𝑖𝑐𝑜 = $ 3,986 –( 23,2 x 13,33%) = $ 893.440 ∆ Valor econômico = (17,18% - 13,33%) x $23,2 = $ 893.440 Cia Beta ∆ 𝑉𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑒𝑐𝑜𝑛ô𝑚𝑖𝑐𝑜 = $ 0,406 – (R$ 5,6 x 13,92%) = ($ 373.520) ∆ Valor econômico = (7,25% - 13,92%) x $5,6 = ($373.520) Alavancagem e Estrutura de Capital • Qual a importância para a contabilidade? É importante para saber como calcular e analisar a alavancagem operacional e a alavancagem financeira, e familiarizar-se com os efeitos tributários e com os lucros de estruturas de capital alternativas. Alavancagem A alavancagem resulta do uso de ativos ou fundos a custo fixo para multiplicar os retornos aos proprietários da empresa. De modo geral, aumentá-la resulta em maior retorno e risco, ao passo que reduzi-la, diminui ambos. • A alavancagem pode ser definida de várias formas na gestão de empresas sendo as principais: a alavancagem operacional e a alavancagem financeira. Ambas são importantes para a maximização do lucro. Alavancagem Operacional • A alavancagem operacional diz respeito à relação entre a receita de vendas da empresa e o seu lucro antes de juros e imposto de renda, ou LAJIR. Alavancagem Financeira • A alavancagem financeira diz respeito à relação entre o LAJIR da empresa e o seu lucro líquido por ação ordinária. Alavancagem Total • A alavancagem total diz respeito à relação entre a receita de vendas da empresa e o seu LPA. Análise do Ponto de Equilíbrio • A análise do ponto de equilíbrio ajuda a estabelecer as bases para os conceitos de alavancagem, ao demonstrar os efeitos dos custos fixos sobre as operações da empresa. • O Ponto de Equilíbrio Operacional (PEO) informa aos empresários o faturamento mensal mínimo para cobrir os custos fixos e variáveis. • O Ponto de Equilíbrio Operacional é o nível de vendas em que todos os custos operacionais fixos e variáveis encontram-se cobertos – nível que o LAJIR é igual a $ 0,00. Alavancagem Operacional • Podemos definir a alavancagem operacional como o uso potencial de custos operacionais fixos para ampliar os efeitos de variações nas vendas sobre o lucro da empresa antes de juros e imposto de renda. Fórmula: GAO = variação percentual do LAJIR / variação percentual das vendas Ou, GAO = Q x (P-CV) / Q x (P-CV) - CF • Fórmula mais direta para calcular o grau de alavancagem operacional: GAO = Q x (P-CV) / Q x (P-CV) – CF Exemplo: Q= 1000 P= 10,00 CV= 5,00 CF= 2500,00 Desde que o GAO seja superior a 1, haverá alavancagem operacional Alavancagem Financeira • “A alavancagem financeira consiste na capacidade da empresa em trabalhar com recursos de terceiros visando maximizar os efeitos no lucro operacional (LAJIR) sobre os lucros por ação dos proprietários de uma empresa.” • Alavancagem Financeira pode ser definida como o uso potencial de custos financeiros fixos para ampliar os efeitos de variações no lucro antes de juros e imposto de renda sobre o lucro por ação. Mensuração do grau de alavancagem financeira (GAF) Fórmula: GAF = Variação percentual no LPA / Variação percentual no LAJIR LPA: Lucro por ação LAJIR: Lucro antes do juros e imposto de renda • Sempre que a variação percentual no LPA resultante de uma dada variação percentual no LAJIR for superior à variação percentual no LAJIR, ocorre alavancagem financeira. Isso significa que existirá alavancagem financeira sempre que o GAF for superior a 1. • Risco dos Acionistas crescem com o endividamento Os acionistas de empresas alavancadas conseguem retornos melhores em cenários favoráveis do que acionistas da empresa não alavancada, mas obtém retornos piores em cenários adversos, o que corresponde o risco de maior uso de capital de terceiros. Alavancagem Total • O efeito combinado da alavancagem operacional e financeira resulta na alavancagem total, que pode ser definido como o uso potencial de custos fixos, tanto operacionais quanto financeiros, para ampliar os efeitos de variações nas vendas sobre o lucro por ação da empresa. • Elevadas alavancagens operacional e financeira resultarão consequentemente em uma alavancagem total elevada, e o oposto também ocorrerá. Fórmula: GAT = GAO x GAF • O resultado reflete o impacto combinado das alavancagens sobre a empresa. Estrutura de Capital Entende-se por estrutura de capital de uma empresa a “(...) composição de suas fontes de financiamento a longo prazo, oriundas de capitais de terceiros (exigível) e de capitais próprios (patrimônio líquido)” (ASSAF,2006, p. 407). Estrutura de Capital Entende-se por estrutura de capital de uma empresa a “(...) composição de suas fontes de financiamento a longo prazo, oriundas de capitais de terceiros (exigível) e de capitais próprios (patrimônio líquido)” (ASSAF,2006, p. 407). • Maximização do valor da Empresa versus Maximização da Riqueza do Acionista “a estrutura de capital que maximiza o valor da empresa é a estrutura de capital que os administradores financeiros devem escolher para os acionistas.” O conceito de estrutura de capital ótima vincula-se à proporção de recursos próprios e de terceiros a ser mantido por uma empresa que leva à maximização da riqueza de seus acionistas. Teoria Convencional da Estrutura de Capital • A teoria convencional admite que, mediante uma combinação adequada de suas fontes de financiamento, uma empresa possa definir um valor mínimo para seu custo de capital. • A Teoria Convencional admite que a empresa pode elevar seu endividamento até certo ponto ótimo, onde o valor do custo do capital total da empresa (custo médio ponderado) – WACC é mínimo. • Essa teoria pressupõe existir uma combinação ótima entre dívidas (passivos) e recursos próprios (PL), de maneira que o custo total de capital seja minimizado, ou o valor da empresa seja maximizado. Teoria de Capital pelo Enfoque do Lucro Operacional • O enfoque do lucro operacional tem por definição básica que o custo total de capital de uma empresa não se altera, mesmo que se verifiquem modificações na composição de sua estrutura de financiamento. O WACC será sempre uma constante. • O enfoque do lucro operacional foi adotado por Modigliani e Miller (MM), servindo de suporte de sua famosa teoria de inexistência de uma estrutura ótima de capital. Estrutura de Capital segundo a teoria de MM Estrutura de Capital em um mundo sem impostos • Modigliani e Miller (MM). A linha de pensamento de Modigliani e Miller segundo Assaf (2006, p. 402), baseiam se no fato de “ o investimento depende da rentabilidade esperada e do nível do risco assumido, e não da forma como ele é financiado.”De maneira contrária a teoria convencional, segundo MM, em um mundo hipoteticamente sem impostos, o mundo total de capital de uma empresa é independente de sua estrutura de capital. Estrutura de Capital em um mundo sem impostos • Modigliani e Miller (MM) propuseram em 1958 que o valor de uma empresa atuando em mercado eficiente e sem imposto permanece inalterado diante de qualquer estrutura de capital escolhida. Sendo assim, o custo total de capital é uma constante, mesmo que as ponderações de financiamento se alterem. Essas ideias formulada por MM tornam-se a base da moderna teoria de Estrutura de Capital. Teorema de MM • Considerem-se duas empresas que são idênticas, exceto nas suas estruturas financeiras. A primeira (Empresa N) é não alavancada, ou seja, que é financiada apenas por capital próprio. A outra (Empresa A) é alavancada, ou seja, é financiada parcialmente por capital próprio e parcialmente por dívida. O teorema de Modigliani-Miller afirma que o valor das duas empresas é o mesmo. Preposições de MM em um mundo com impostos • Num mundo com impostos a relação direta entre o custo de capital próprio e o índice de endividamento se mantém. • A participação do capital de terceiros será menos onerosa pela redução do Imposto de Renda a pagar. • MM incentivam o endividamento para maximizar o valor da empresa. Estrutura de capital no Brasil Segundo BRITO (2007) 1,O mercado brasileiro apresenta ineficiências que impactam diretamente nas decisões de financiamento das empresas, sendo elas: Mercado de capital restrito; Elevada concentração de controle acionário das empresas; Restrição de fontes do capital de terceiros a longo prazo; Taxa de juros elevada, que elevam o custo de financiamento. 1. Fatores determinantes da estrutura de capital das maiores empresas que atuam no Brasil – SCIELO - Brasil Estrutura de capital • Estrutura de capital é a composição, segundo a origem, dos fundos de longo prazo que irão financiar o ativo permanente e parte do ativo circulante. Esses fundos podem ter como origem o capital próprio ou o capital de terceiros. • Tipos Básicos de capital: Capital de terceiros e Capital próprio. • O valor da empresa é definido por: V= B + S • B – valor de mercado das dívidas • S – valor de mercado das ações Modelo Pizza Maximização do valor da empresa x maximização da riqueza do • A estrutura de capital escolhida pelos administradores para os acionistas corresponde a que maximiza o valor da empresa. Sem capital de terceiros ( estruturas original) I II III Dívidas -R$ 500,00R$ 500,00R$ 500,00R$ Ações 1000 750 500 250 _____________ _____________ _____________ _____________ 1.000,00R$ 1.250,00R$ 1.000,00R$ 750,00R$ Valor de dívidas mais ações após o pagamento do dividendo ( três possibilidades) Valor da empresa I II III Ganhos de capital 250,00-R$ 500,00-R$ 750,00-R$ Dividendos 500 500 500 _____________ _____________ _____________ 250,00R$ -R$ 250,00-R$ Ganho ou perda em termos liquidos para os acionistas Resultado para os aconistas após a restruturação Esse exemplo mostra que: • As alterações de estrutura de capital beneficiam os acionistas se e somente se o valor da empresa aumenta; • Inversamente, tais alterações prejudicam os acionistas se e somente se o valor da empresa diminui. Esse resultado é válido para alterações de estrutura de capital de muitos tipos diferentes; • Os administradores tem que escolher a estrutura de capital que acreditam poder levar ao maior valor possível para a empresa, pois será mais benéfica aos acionistas. Alavancagem financeira e valor da empresa Atual Proposta Ativos 8.000,00R$ 8000 Capital de terceiros 0 4000 Capital próprio ( calor de mercado e valor contábil) 8.000,00R$ 4000 Taxa de juros 10% 10% Valor de mercado por ação 20,00R$ 20 Número de ações existentes 400 200 Tabela 1 .0 - Estruta financeira da Tras Am corporation Recessão Esperado Expansão Retorno sobre o ativo (ROA) 5% 15% 25% Lucro 400,00R$ 1.200,00R$ 2.000,00R$ Retorno sobre capital próprio ( ROE) = Lucro sobre capital próprio 5% 15% 25% Lucro por ação (LPA) 1,00R$ 3,00R$ 5,00R$ Tabela 2.0 Estrutura corrente de capital da Tarns Am: sem capital de terceiros Recessão Esperado Expansão Retorno sobre o ativo (ROA) 5% 15% 25% Lucro antes dos juros (LAJ) 400,00R$ 1.200,00R$ 2.000,00R$ Juros 400,00-R$ 400,00-R$ 400,00-R$ Lucro depois de juros -R$ 800,00R$ 1.600,00R$ Retorno sobre capital próprio ( ROE) = Lucro depois de juros / capital próprio 0 20% 40% Lucro por ação ( LPA) 0 4,00R$ 8,00R$ Tabela 3.0 Estrutura proposta de capital da Trans Am: nÍvel de capital de terceiros = $4.000 Proposição I de MM • O valor da empresa é sempre o mesmo, qualquer que seja a estrutura de capital. • Conclusão: Tanto os retornos quantos os custos das duas estratégias são os mesmos, o que prova que a Trans Am não ajuda nem prejudica seus acionistas ao mudar sua estrutura de capital. Um investidor não está recebendo, com alavancagem feita pela empresa, algo que não possa receber por conta própria. Alavancagem por conta própria . Isso acontece desde que os indivíduos consigam tomar dinheiro emprestado nas mesmas condições que as empresas. Modigliani e Miller: proposição II Épocas favoráveis • Retorno dos acionistas em empresas alavancadas: Épocas desaforáveis Épocas favoráveis • Retorno dos acionistas em empresas não alavancadas: Épocas desaforáveis • Ações de empresas alavancadas possuem maior risco, conseqüentemente é esperado um retorno mais elevado. • A Proposição II de MM argumenta que o retorno esperado de uma ação está positivamente relacionado ao grau de endividamento, pois o risco para o acionista cresce com o endividamento. • MM argumenta que o custo geral de capital da empresa não pode ser reduzido com a substituição de capital próprio por capital de terceiros. O motivo é que a medida que a proporção do capital de terceiros aumenta, o capital próprio remanescente torna-se mais arriscado. • Impostos: Quando há impostos o valor da empresa esta diretamente relacionado ao uso de capital de terceiros. Empresa com 100% de capital próprio Empresa alavancada Exemplo: Plano I sem capital de terceiros e Plano II com $4.000.000,00 de capital de terceiros • Water Products Company: Ponto base é o fluxo adicional recebido pelos investidores na empresa alavancada. Proposição II com imposto de renda Estrutura de Capital: limites ou uso de capital de terceiro Pode aumentar o “valor” da empresa elevando o nível de endividamento? Teoria de Modigliani - Miller (MM) ignora a possibilidade de falência. Risco de Falência ou Custo de Falência Beneficio x Pressão Custos diretos de dificuldades financeiras Custos indiretos de dificuldades financeiras -Redução da capacidade de operação. Custos de Agency -Custos associados aos conflitos de interesses entre acionistas e credores. Tipos de estratégias Incentivo a assumir riscos elevados Incentivo ao subinvestimento Esvaziamento da propriedade Podem os custos de capitais de terceiros serem reduzidos? Cláusulas protetoras Cláusula Positiva Cláusula Negativa Consolidação de dívidas Integração de Efeitos Fiscais e Custos de Dificuldades Financeiras MM Modigliani e Miller argumenta que o valor da empresa sobe com a alavancagem na presença de tributos sobre os lucros da pessoa jurídica. A pizza outra vez Considerandoos custos de falência, os fluxos de caixa da empresa vão para quatro diferentes detentores de direitos: acionistas, credores, governo(na forma de tributos) e advogados e outros profissionais durante o processo de recuperação de falência.. PC = Pagamentos para os acionistas + Pagamentos para credores + Pagamentos para o governo + Pagamentos para advogados e outros profissionais Resultado: o valor da empresa equivale a soma dos quatro componentes: Vt= s+b+g+a Negligência, mordomias e maus investimentos: Uma observação acerca do custo de agencia do capital próprio. Fluxo de caixa livre Um gestor pode realizar despesas somente se a empresa tiver o fluxo de caixa para cobri-las. A empresa tem obrigação de pagar juros e principal, em contra partida e empresa não tem obrigação de pagar dividendos Crescimento e quociente entre capital de terceiros e capital próprio Crescimento nulo Crescimento Fontes de financiamento a longo prazo no Brasil • As operações financeiras como empréstimos e financiamentos e as aplicações de recursos são desenvolvidas por instituições e instrumentos financeiros que compõe o Sistema Financeiro Nacional. • Classificação dos investimentos financeiros: ▪ Monetários ▪ Não monetários • Classificação das instituições financeiras: ▪ Bancárias ou monetárias ▪ Não bancárias e não monetárias • Segmentos das operações do Sistema financeiro Nacional • Mercado monetário • Mercado de crédito • Mercado cambial • Mercado de capitais Mercado acionário Mercado de empréstimos e financiamentos • Financiamento por meio de recursos próprios • Etapas do processo de subscrição de novas ações • As instituições financeiras Intermediadora é o elo entre a empresa carente de recursos e os agentes econômicos superavitários do mercado primário. As principais formas de subscrição pública de ações realizada por uma instituição ou várias instituições financeiras,são: • Subscrição do tipo Puro e firme; • Subscrição do tipo Stand-by ( Resisual); • Melhor esforço. • Segmentos do mercado acionário: • Mercado Primário • Mercado Secundário • Principais critério de análise de ações • Análise técnica : Desenvolvida por meio de estudo do comportamento da ação no mercado, sendo considerada a oferta e procura desses papéis e a evolução de suas cotações; • Técnica fundamentalista: Aplicação de modelos quantitativos com o objetivo de relacionar as decisões de compra ou venda de determinada ação com o seu preço de mercado. Valor das Ações Рₒ = Valor de aquisição da ação Dn= Dividendo recebido ( previsto) ao final do período ( na data de venda da ação) Pn= Preço de venda previsto da ação k= Taxa de desconto que representa o retorno requerido (esperado) na aplicação Exemplo: • Uma ação adquirida no inicio do ano pelo valor de R$ 2,20, sendo vendida ao final desse mesmo período por R$ 2,50 após ter o investidor recebido R$ 0,15 sob a forma de dividendos. O retorno (k) produzido por essa aplicação atinge: Em termos nominais o retorno produzido é: 2,20 = 2, 50 + 0,15 i = 20, 50 % a.a retorno produzido pela aplicação em termos nominais ( 1+ i ) ( 1 + i ) Em termo reais, com uma inflação de 6% a rentabilidade do aplicador (r) atinge: r = 1,205 - 1 = 13,6% a.a 1,06 • Outra maneira de avaliarmos é: • Rentabilidade Nominal (i) = $2,50 +$0,15 – 1 = 20,5% a.a $ 2,20 • Rentabilidade real (r) = $2,50 +$0,15 – 1 = 13,6% a.a $ 2,20 x 1,06 Quando ocorrer várias distribuições de dividendos ao longo do período de aplicação fórmula passa ser: Exemplo: • Um investidor estimou em $ 0,30 e $0,50 os dividendos por ação a serem distribuídos ao final de cada um dos próximos dois anos. Admitindo-se que o valor previsto de venda ao final do segundo ano seja de $ 6,90 por ação, o preço máximo a ser pago por essa ação hoje, ao fixar-se em 20% a.a a rentabilidade mínima desejada, será: Pₒ = $0,30 + $0,50 + $6,90 = $ 5,40 / ação 1,20 1,202 1,202 • Investimento em ações com duração indeterminada Pₒ = valor de aquisição da ação Dt = dividendos recebidos ao longo do período k= taxa de desconto que representa o retorno requerido na aplicação Exemplo: Uma empresa decide alterar sua política de dividendos atual que prevê uma distribuição anual de R$ 4,00/ação indefinidamente, pelo esquema de: serão distribuídos, ao final de cada um dos próximos cinco anos,dividendos fixos de R$ 2,00/ação; a partir do sexto ano, os dividendos anuais elevam-se para R$ 6,00/ação indefinidamente. • Admitindo-se que os acionistas dessa empresa desejam obter uma rentabilidade mínima de 20% a.a, na situação atual temos: Pₒ = $ 4,00 = $20,00 /ação 0,20 Ao optar pelo outro esquema tem-se: Pₒ = $ 18,00/ ação Pₒ = $ 2,00x 1- (1,20)-5 + $ 6,00 x ( 1,20)-5 0,20 0,20 • Investimentos em ações com duração indeterminada e crescimento constante periódico ( modelo de gordon): Pₒ = Dı ou k = Dı + g k – g Pₒ Exemplo: Distribuição anual de $2,00 a qual cresceria indefinidamente à taxa de 5% a.a, o valor da ação passaria a: Pₒ = $ 2,00 = $ 13,33/ ação 0,20 – 0,05 Comparação: Pₒ = $ 3,00 = $ 20,00/ação. 0, 20 – 0,05 Custo do capital próprio • É definido pelo retorno requerido pelos acionistas ao investirem seus recursos no empreendimento; • k ( taxa de retorno) = ke ( custo do capital próprio da empresa) • Se a aplicação dos seus recursos não produzir um retorno pelo menos igual ao mínimo exigido, a baixa remuneração determinará desvalorização do preço de mercado da ação. Financiamento de empresas no Brasil • As três principais características que diferenciam as linhas de financiamento para o setor produtivo no Brasil com outras economias mais desenvolvidas, são: • altos encargos financeiros; • Baixa oferta interna de crédito de longo prazo; • Restrições a ofertas de novas ações e debêntures no mercado, determinadas principalmente pelo estágio ainda em desenvolvimento do mercado de capitais no Brasil. Financiamento por recursos de terceiros • Empréstimos e financiamentos diretos: referem-se ás operações de captação de recursos processadas diretamente por uma empresa nas instituições financeiras componentes do mercado de capitais. • Repasses de recursos internos: São os recursos oficiais alocados para o financiamento de atividades consideradas como de interesse econômico nacional. • Repasses de recursos externos: São poupanças captadas no exterior, por instituições financeiras nacionais e, a seguir, repassadas no mercado interno. • Subscrição de debêntures: Emissão de títulos privados de crédito por companhias de capital aberto, colocadas no mercado á disposição de investidores interessados. • Arrendamento mercantil: Permite que uma empresa se utilize de determinado alvo mediante o estabelecimento de um contrato de aluguel (arrendamento) com uma instituição arrendadora. • Financiamento de capital de giro: é praticada por bancos de investimento e bancos comerciais/ múltiplos, sendo lastreada por recursos próprios ou mediante captações no mercado. Exemplo: Valor do financiamento em UMC: $ 500.000,00 = 4.000,00 UMCs $ 125,00 IOF descontado no ano ( 6,9%) = ( 276,00) 3.274,00 UMCs Valor do desembolso: Pagará o valor de 270,83 UMCs referente aos juros de 14%a.a nos três primeiros semestres, ou seja, 4.000,00 UMCs x [ ( 1,14) ½ - 1] = 270,83 UMCs * No último será pago o principal e os juros totalizando o valor de 4,270,83 UMCs. • Custo Efetivo Total: É apurado pelo cálculo da taxa interna de retorno do fluxo de caixa formado pelo financiamento: • Chega-se a taxa de 8,9% ao semestre, que equivale, em termos efetivos, ao custo anual de 18,6%. • Essataxa representa o custo real do financiamento, obtida a partir dos fluxos de caixa expressos em moeda de mesma capacidade aquisitiva. Finame – Agência especial de Financiamento Industrial • Empresa pública Ligada ao BNDES, que administra diversas linhas de financiamentos de máquinas e equipamentos industriais. • Os recursos são passados a empresas Nacionais por intermédio de instituições financeiras, sendo estas devidamente cadastradas como Agentes da Finame; • A participação do FINAME pode chegar até 90%, incluso nesse valor ICMS e IPI, devendo o restante correr por conta do financiado. • Prazo de amortização varia de 01 a 05 anos, com carência que pode atingir até 12 meses; • Del credere; remuneração paga ao agente • Comissão de reserva de capital – percentual cobrado pela Finame e calculado sobre o valor liberado do repasse. Vantagens e desvantagens do endividamento Custos de dificuldades financeiras-Diretos Após a falência os bens da empresa são vendidos e os recursos são apurados e revestidos para pagamento aos credores conforme ordem de prioridade: Créditos trabalhistas e acidentários; Créditos com garantia real; Créditos tributários Créditos com privilegio especial e privilegio geral Créditos quirografários Dificuldades Financeiras, Endividamento e Avaliação Custos de dificuldades financeiras Indiretos-Associados a dificuldade financeira Perda de mercado Perda de fornecedores Outros custos são: Saída clássica para que uma empresa em situação de dificuldades financeiras: Reestruturação dos Ativos Reestruturação dos Passivos Recuperação judicial e falência Custos de agency Quanto maior for o endividamento, mas acentuam esses conflitos, resultando em custos de agency para os agentes tomadores de recursos. Reestruturação Financeira As fases que antecedem uma crise financeira podem ser resumidas em três: Desempenho baixo esperado Resultados negativos Crise financeira Dificuldades financeiras e estrutura de capital Por que usar capital próprio quando o capital de terceiros é mais barato? Há uma fórmula conclusiva e definitiva sobre como avaliar a ótima relação entre capital próprio e de terceiros? Aquisições alavancadas( LBO) – Leveraged Buyout Características exigidas da empresa alvo de aquisição: Boa capacidade de geração operacional de caixa(EBTIDA); Presença de ativos tangíveis suficientes para serem oferecidos como garantia de dívida contratada para compra; Boa participação de mercado e baixa necessidade de investimentos em bens fixos e capital de giro; Alta capacidade; Vantagens de uma operação de LBO Pouco desembolso de caixa para aquisição; Promove a expansão da empresa; Permite obter ganhos de eficiência ao estruturar, de forma mais eficiente, o portfólio de investimentos; Riscos de uma operação com LBO Estrutura de capital e modelo Pecking Order Hierarquia de fontes e financiamento para compor a estrutura de capital de uma empresa Valor presente ajustado(APV) Enfoque: Separação de um projeto de investimento em duas partes: Fluxo de caixa totalmente financiado por capital próprio e fluxo de caixa associado ao financiamento do projeto. APV= NPVu + NPVf Metodologia de cálculo do APV Finalidade: Analisar os resultados nas diversas decisões financeiras. Para se calcular o capital de terceiros o APV segue os seguintes passos: 1) Projetar os fluxos de caixa operacionais da decisão; 2) Calcular o valor presente dos fluxos operacionais de caixa estimado, inclusive o residual de investimentos se houver; 3) Avaliar os efeitos colaterais Benefício fiscal da dívida = Aliquota de IR (%) x Despesas com Juros ($) Um confronto entre o APV e o WACC Qual o mais recomendado? Pressuposto básico: Exemplo da convergência dos enfoques do APV e WACC -Montante do investimento R$ 100.000,00; -Fluxo de caixa operacionais líquidos do IR: R$ 20.000,00/ano; -Duração do fluxo de caixa: indeterminada; -Custo do capital próprio na ausência de dívidas (K0): 16%; -Custo da dívida (Ki)antes do IR :34%; -Financiamento do investimento :60% de recursos próprios (60.000,00) e 40%de dívidas; Custo do capital próprio admitindo a presença de dívidas (Ke): 17,76% Enfoque do WACC WACC = [Ke x Wpl] + [Ki x Wp] Wpl=Proporção de capital próprio: PL/(P+PL) Wp= Proporção de capital de terceiros: PL/(P+PL) WACC = [17,76% x 0,60%] + [12% X (1- 0,34)X 0,40] WACC = 13,824% Cálculo do APV identificando vários efeitos colaterais Informações do projeto: -Investimento: $ 70 milhões ($ 10 milhões em capital de giro e $ 60 em ativo fixo depreciável; -Prazo : 5 anos; -Depreciação linear e valor residual previsto de $ 10 milhões; -Lucro operacional antes do IR esperado do projeto: $ 21; -Aliquota do IR : 34% -Custo de oportunidade sem dívidas (ko) = 15% a.a Calcular NPV somente com capital próprio Ano o Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Investimento Fiscal -70 Lucro Operacional Líquido do IR 13,86 13,86 13,86 13,86 13,86 Benefício Fiscal Depreciável 4,08 4,08 4,08 4,08 4,08 Valor residual (após o IR) 6,6 Recuperação do Giro 10,0 Fluxo de Caixa Operacional -70 17,94 17,94 17,94 17,94 34,54 Financiamento do Projeto: - Levantar empréstimo de $ 38,5 milhões; - Prazo: 5 anos; - Juros: 10% a.a antes do benefício fiscal, são pagos todo ano, e o principal ao final ( ano 5); - Despesas de captação da dívida : 1,2% do capital emprestado; - Custo de oportunidade do acionista com dívidas = 18,63% a.a Calcular APV com resultados dos efeitos colaterais do financiamento Dívida: $38,5 Despesas de captação: 1,2% x $ 38,5 = $ 0,462 Despesa anual: $ 0,462/5 = $ 0,0924 Total despesa de juros anual: 10% x $ 38,5 = $ 3,85 Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5 Despesa de Captação 0,0924 0,0924 0,0924 0,0924 0,0924 0,0924 Benefício Fiscal (34%) 0,031416 0,031416 0,031416 0,031416 0,031416 0,031416 Despesa de Juros 3,85 3,85 3,85 3,85 3,85 3,85 Benefício Fiscal (34%) 1,309 1,309 1,309 1,309 1,309 1,309 Benefício Fiscal Total 1,340416 1,340416 1,340416 1,340416 1,340416 1,340416
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