Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
GEOGRAFIA E RECURSOS HÍDRICOS 2º semestre / 2012 AULA 5 Prof. Luiz F P Barros IGC – UFMG Departamento de Geografia Águas subterrâneas • Resolução CNRH 15/2001 e resolução CONAMA 396/2008 – são as águas que ocorrem naturalmente ou artificialmente no subsolo • Albuquerque e Rêgo (1998) – aquelas que ocorrem e que circulam em profundidade preenchendo poros de naturezas diversas (vazios entre grãos, fraturas, falhas e fissuras abertas, cavidades cársticas, juntas entre camadas ou entre colunas de rochas vulcânicas, etc.) e/ou que aflora e circula em superfície formando lagos, lagoas ou constituindo o escoamento de base da rede hidrográfica superficial Águas subterrâneas... • Rios cársticos e drenagens sub-glaciais em geleiras devem ser vistos como casos muito especiais do conceito normalmente usado para água subterrânea Águas subterrâneas • Conceitos ligados ao tipo de ocorrência, interação e/ou origem das águas em subsuperfície Conceitos-chave • Quanto à circulação das águas – Infiltração – Percolação – Sumidouro – Exfiltração – Fonte ou surgência ou nascente ou olho d’água – Ressurgência Conceitos-chave... • Outros conceitos-chave PIEZÔMETRO • Poço de observação, não submetido a bombeamento, e que alcançou o equilíbrio com a pressão atmosférica, no qual é medido o nível freático ou a altura piezométrica NÍVEL FREÁTICO (OU PIEZOMÉTRICO) • Altura, em determinado tempo e local, da superfície freática ou piezométrica de um aquífero Conceitos-chave... LENÇOL FREÁTICO (OU DE ÁGUA) • Superfície superior da água subterrânea ou da zona de saturação (ACIESP, 1980) • Limitado superiormente por uma superfície livre (à pressão atmosférica normal) • (water table) Superfície que delimita a zona de saturação da zona de aeração, abaixo da qual a água subterrânea preenche todos os espaços porosos e permeáveis das rochas e/ou solos – tende a acompanhar o modelado topográfico e oscila, ao longo do ano, sendo rebaixado com o escoamento para nascentes ou elevado com a incorporação de água infiltrada da chuva e/ou de degelo Conceitos-chave... ZONA DE AERAÇÃO • Zona do solo, acima do lençol freático, onde os poros estão parte preenchidos por água e parte por ar ZONA DE OXIDAÇÃO • Parte superior de depósitos minerais, logo acima do lençol freático, onde minerais primários são mais facilmente decompostos e oxidados; coincide, em parte, com o termo de uso mais genérico de zona de aeração ZONA DE SATURAÇÃO • Zona em que as rochas e/ou solos estão encharcados pela água subterrânea, situada abaixo da zona de aeração, e sendo delimitada em sua parte superior pelo lençol freático Conceitos-chave... AQUÍFERO • Corpo hidrogeológico com capacidade de acumular e transmitir água através dos seus poros, fissuras ou espaços resultantes da dissolução e carreamento de materiais rochosos (RESOLUÇÃO CONAMA 396/2008) – Porosidade: diz respeito aos espaços vazios na massa rochosa ou no solo – Permeabilidade: diz respeito à conectividade dos poros, permitindo a circulação da água em subsuperfície (percolação) • Destacam-se as formações superficiais recentes, as rochas muito deformadas ou fraturadas e as rochas muito intemperizadas Conceitos-chave... GRADIENTE HIDRÁULICO • Declive do lençol freático medido em ângulo ou em porcentagem entre dois pontos dados a localização e a altimetria desses pontos Conceitos-chave... CONE DE DEPRESSÃO OU DE INFLUÊNCIA • Depressão cônica formada no nível freático em torno de um poço em bombeamento, cuja periferia delimita o movimento de água em direção ao poço • A formação deste cone responde à necessidade de a água fluir em direção ao poço para repor a que está sendo extraída • Competição entre poços Dinâmica hidrológica subsuperficial e parâmetros hidrogeológicos CAPILARIDADE • Tensão superficial resultante da ação de forças moleculares entre as partículas do solo e as moléculas de água • Os materiais “ideais”, em termos hidrológicos, são considerados aqueles que possuem a mesma proporção de poros capilares (retenção de água) e não capilares (drenagem e aeração) Dinâmica hidrológica subsuperficial e parâmetros hidrogeológicos... PERMEABILIDADE • Habilidade de um material de transmitir água ou a propriedade de um material de se deixar atravessar pela água • Materiais muito porosos, como a argila, não são muito permeáveis devido a elevada superfície especifica – poros muito pequenos • Os materiais mais permeáveis são aqueles que possuem grande porosidade aberta (poros intercomunicantes), considerando o volume e o tamanho dos poros Dinâmica hidrológica subsuperficial e parâmetros hidrogeológicos... CONDUTIVIDADE HIDRÁULICA • Parâmetro quantitativo da permeabilidade • O fluxo subsuperficial acompanha o padrão das linhas equipotenciais (mesmo potencial hidráulico) e a variabilidade na condutividade hidráulica com a direção e profundidade • A rede hidrológica subsuperficial é baseada no cruzamento entre linhas equipotenciais e linhas de fluxo • O fluxo da água entre pontos de mesmo potencial hidráulico (potencial hidráulico nulo) ocorre devido à variação de pressão, a qual também é importante para a movimentação da água Dinâmica hidrológica subsuperficial e parâmetros hidrogeológicos... • Quando há convergência do fluxo em subsuperfície, há aceleração, e nos casos de divergência do fluxo, há desaceleração do mesmo • No caso de material superior menos permeável sobre material inferior mais permeável, ocorre a deflecção do fluxo na interface entre ambos • Se a permeabilidade (K) é muito superior no material subjacente, o fluxo pode tornar-se horizontal • No sistema encostas/canais, o fluxo depende da configuração morfológica do sistema – Em encostas com base de contorno convexo o fluxo é divergente, enquanto em encostas com base de contorno côncavo o fluxo é convergente Dinâmica hidrológica subsuperficial e parâmetros hidrogeológicos... • Condutividade hidráulica versus sucção capilar – Materiais finos apresentam maior Ch sob fluxo insaturado forças de capilaridade • Material argiloso fluxo negligenciável para os canais durante as chuvas, mas duradouro – contínua liberação de água retida por capilaridade – Materiais grosseiros apresentam maior Ch sob fluxo saturado forças de capilaridade pouco expressivas; poros maiores facilitam a percolação • Material arenoso fluxo elevado, mas pouco duradouro – a elevada condutividade hidráulica permite a fácil percolação Dinâmica hidrológica subsuperficial e parâmetros hidrogeológicos... PARÂMETROS CARACTERÍSTICOS DOS FLUXOS SUB-SUPERFICIAIS E AQUÍFEROS • Isotropia: – qualidade de um aquífero de apresentar a mesma permeabilidade em todos os pontos • Armazenamento específico: – volume de água que pode ser liberado por unidade de volume do aquífero • Taxa de renovação de aquíferos: – capacidade de um aquífero de manter o volume de água ao longo do tempo Parâmetros característicos dos fluxos sub-superficiais e dos aquíferos... • Tempo de residência: – tempo decorrido entre a recarga do aquífero e a descarga nas zonas de exfiltração – As características dos aquíferos, a posição e distância das zonas de recarga e descarga e a velocidade dos fluxos subterrâneos são os principais fatores determinantes do tempo de residência – O tempo de residência também condiciona o grau de mineralização das águas em aquíferos de rochas solúveisTipos de aquíferos Quanto à dinâmica da água subterrânea AQUÍFERO FREÁTICO (OU LIVRE) • água não possui obstáculos para sua migração, possuindo uma dinâmica livre • possuem boa permeabilidade, são parcialmente saturados de água • é limitado pela própria superfície livre da água, superfície freática, a qual está sob a pressão atmosférica • para sua extração, as águas devem ser bombeadas Zona de Recarga Aquífero Livre Zona de Recarga Aq Cativo Tipos de aquíferos... AQUÍFERO CONFINADO, CATIVO, OU ARTESIANO • água contida sob uma pressão maior do que a atmosférica • o confinamento da água é resultante de fatores geológicos (camadas impermeáveis) ou da formação de duricrusts • a massa rochosa é limitada em suas porções superior (tecto) e inferior (piso) por rochas relativamente impermeáveis • a diferença de pressão faz com que a água possa ser extraída naturalmente com uma perfuração, sem a necessidade de bombeamento (aquífero artesiano) • no caso do aquífero artesiano a água pode jorrar natualmente por sistemas de falhas/fraturas Tipos de aquíferos... AQUÍFERO SEMICONFINADO • Aquífero que apresenta partes de sua camada sobreposta por outra camada, de permeabilidade muito baixa ou até mesmo impermeável AQUÍFERO SUSPENSO • Aquífero que resulta do aprisionamento da água da zona de aeração por camadas periféricas que são Impermeáveis AQUÍFERO TEMPORÁRIO • Ligados a horizontes ou camadas impermeáveis Tipos de aquíferos... Quanto ao tipo de porosidade POROSO • a água fica armazenada nos poros derivados do intemperismo (manto de intemperismo) ou nos poros entre as partículas sedimentares • são aquíferos normalmente do tipo livre • destacam-se, nesta categoria, os aquíferos areníticos e conglomeráticos, como os costeiros, os vulcânicos (a água fica armazenada nas cinzas e outros materiais piroclásticos), e os aquíferos aluviais Depósitos e rochas sedimentares Tipos de aquíferos... FISSURAL, FRATURADO OU ESTRUTURAL • a porosidade é derivada de descontinuidades geológicas como falhas e fraturas, que representam uma porosidade secundária • são geralmente do tipo confinado ou semi-confinado, onde a água fica armazenada sob pressão • os aquíferos fissurais mais eficientes são as rochas ígneas e metamórficas deformadas tectonicamente Rochas magmáticas e metamórficas Tipos de aquíferos... CÁRSTICO • a água circula entre as cavidades de dissolução da rocha, ou seja, entre as cavidades cársticas das rochas • dentre estas cavidades as grutas e cavernas, e quaisquer outras aberturas de dissolução • os aquíferos cársticos mais comuns são os calcáreos e os dolomitos Calcáreos, dolomitos, quartzitos, etc. Tipos de aquíferos... Quanto à transmissividade de água ARTESIANO • A água sobre à superfície naturalmente, por pressão AQUICLUDO • Unidade geológica que contém água, mas não a transmite AQUIFUGO • Unidade geológica impermeável, ou seja, não absorve e nem transmite água AQUITARDO • Unidade geológica que apresenta baixa permeabilidade, e que, portanto, retarda, mas não impede, a recepção e a transmissão de água para aquíferos adjacentes Províncias hidrogeológicas brasileiras • São regiões com sistemas aquíferos com condições semelhantes de armazenamento, circulação e qualidade de água • Divisão para fins de exploração das águas subterrâneas e gestão • Elaboração do DNPM (Departamento Nacional de Produção Mineral) e da CPRM (Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais) Principais aquíferos do Brasil Águas subterrâneas no Brasil • Plano Nacional de Abastecimento (déc. 1970) – incentivo à maior participação das águas subterrâneas passaram no abastecimento público, principalmente em localidades de pequeno e médio porte (500 a 10.000 hab.) • Perfuração média de poços/ano – 800.000 a 900.000 nos EUA – 8.000 a 9.000 no Brasil • São Paulo é o estado que mais usa água subterrânea – 70% dos núcleos urbanos e cerca de 90% das industrias são abastecidas parcial ou totalmente por pocos profundos (FREITAS, 1997) Águas subterrâneas no Brasil... • A aplicação do Código de Águas Minerais (Brasil, 1945) e do Código de Mineração (Brasil,1967) é de competência do DNPM, (Portarias 222/1997 e 231/1998 do DNPM) • Lei das águas (9.433/97) – a dominialidade das águas subterrâneas é dos Estados e DF, como define a Constituição de 1988 – captações de águas subterrâneas são obras de engenharia que necessitam de outorga
Compartilhar