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GEOGRAFIA E RECURSOS HÍDRICOS 2º semestre / 2012 AULA 9 Prof. Luiz F P Barros IGC – UFMG Departamento de Geografia Obtenção de dados • HIDROWEB - Agência Nacional de Água (ANA): – Series temporais de precipitação e vazão – www.hidroweb.ana.gov.br • Serviço Geológico do Brasil (CPRM): – Águas subterrâneas, poços – www.cprm.gov.br • Instituto Nacional de Meteorologia (INMET): – Imagens de satélites meteorológicos, balanço hídrico climático – www.inmet.gov.br • Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE): – Imagens de satélite, mapas temáticos – www.inpe.br • Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia: – Series temporais de temperatura e precipitação na Amazônia – ftp://daac.ornl.gov/data/lba/ Noções de hidrometria fluvial NÍVEL DA ÁGUA • É medido por meio de réguas linimétricas ou linígrafos VAZÃO FLUVIAL • Quantidade de água que passa em dada seção do canal fluvial, em certo período de tempo (l/s, m3/s) Noções de hidrometria fluvial... ESTAÇÕES HIDROLÓGICAS OU HIDROMETEOROLÓGICAS • Podem ser utilizadas para planejamento e projetos de obras hidráulicas (barragens, diques, desvios), ou para a gestão de bacias hidrográficas (incluindo a gestão de riscos hidrológicos) • O local ideal para a instalação da régua ou do linígrafo deve estar em um trecho relativamente homogêneo, sem sinuosidades ou meandramentos Vazão fluvial Parâmetros característicos das vazões ou descarga líquida: • Tempo de retardamento da bacia: intervalo entre o máximo de precipitações e o máximo de escoamento; • Tempo de recorrência ou período de retorno: intevalo de tempo estimado para a ocorrência de um evento • Tempo de concentração: tempo necessário para que toda a bacia contribua para dada seção Vazão fluvial... • Para o cálculo da vazão é necessário se obter a velocidade da corrente, utilizando um molinete fluviométrico ou fluxímetros Vazão fluvial... • No caso do molinete, conta-se o número de voltas da hélice durante um intervalo de tempo fixo e se obtém a velocidade de rotação, que está relacionada com a velocidade do fluxo: V = a N + b – Sendo: V: velocidade do fluxo; N: velocidade de rotação; a e b: constantes características da hélice, fornecidas pelo fabricante do aparelho • Métodos alternativos: – Flutuadores, sacolas, traçadores... Vazão fluvial... • O cálculo das vazões também depende da área da seção do canal Q = V x S (Vazão = Velocidade x Área da seção) • A depender da forma do canal ou para uma maior precisão, podem ser feitas várias medidas de velocidade, em posições adequadas, em verticais espaçadas homogeneamente • A apresentação dos resultados do monitoramento de vazões pode ser feita em curvas chave ou hidrogramas CURVA CHAVE • Fruto da relação entre o nível da água e a vazão • Facilita o cálculo das vazões futuras com base simplesmente na obtenção das cotas (níveis da água) • Obtenção da curva chave – Métodos teóricos: uso de equações gerais da hidráulica – Métodos experimentais: estabelecem a curva-chave a partir de vários pares cota/descarga medidos diretamente com uma distribuição regular Vazão fluvial... Curva chave... HIDROGRAMA • Gráfico que expressa as vazões ao longo do tempo • Permitem a diferenciação do escoamento de base e do escoamento direto (precipitação útil) • Sua forma também indica o regime fluvial e possíveis influências humanas Vazão fluvial... Descarga (vazão) sólida • Quantidade de sedimentos em movimento • Envolve a medida da descarga líquida (m3/s), amostragem do sedimento em suspensão (g/l), amostragem de material do leito, medida da temperatura da água, medida da declividade do gradiente energético da linha d’água, etc. Morfometria fluvial • Mensurar as dimensões quantitativas e geométricas dos elementos da rede de drenagem e das bacias • Compreensão acerca do comportamento hidrossedimentológico natural de bacias hidrográficas, pautado em sua configuração morfológica • Aplicação, em diferentes relações matemáticas, de atributos do relevo e dos canais fluviais, tais como: – área da bacia, número, comprimento e gradiente dos canais, etc – comparação dos resultados com valores padrões estabelecidos na literatura, ou entre si em análises de bacias vizinhas – permite a identificação de anomalias e/ou condicionantes climáticas, tectônicas ou estruturais Morfometria fluvial... • A análise morfométrica pode ser feita considerando três dimensões: linear, zonal e hipsométrica • Segundo Christofoletti (1980): – parâmetros lineares: estão associados à rede de drenagem e ao seu arranjo espacial dentro da bacia, sendo representados por uma unidade de medida linear – parâmetros zonais: são, muitas vezes, representados em relação à área da bacia e indicam as relações entre a rede de drenagem e seu arranjo espacial na bacia – parâmetros hipsométricos: representam a tridimensionalidade da bacia ao incluir a variação altimétrica e não possuem unidade de medida específica Morfometria fluvial... LEIS DE HORTON • Lei do número de canais • Lei do comprimentos dos canais • Lei da declividade de canais • Lei da área das bacias dos canais CLASSE LINEAR Principais atributos • Perímetro da bacia – representa o comprimento total da linha que serve como divisor de águas da bacia – está ligado ao desenvolvimento da bacia, pois quanto maior o perímetro maior a área da bacia • Comprimento dos canais – Comprimento real do canal • Distância vetorial – Distância em linha reta entre o início (nascente) e o fim (foz) de um canal ou de um trecho • Número de canais – Quantidade de canais de uma determinada bacia ou ordem hierárquica Principais parâmetros HIERARQUIA FLUVIAL • Corresponde à ordenação dos canais fluviais dentro de uma bacia hidrográfica • As duas propostas mais utilizadas: CLASSE LINEAR... MAGNITUDE FLUVIAL • Também envolve o ordenamento de canais, porém há a consideração de princípios hidrológicos • O aumento de ordem dos canais corresponde à soma das ordens dos canais a montante da confluência CLASSE LINEAR... ÍNDICE DE SINUOSIDADE • Demonstra o grau de divagação de um curso fluvial • Quanto mais retilíneo o canal, mais rápido tende a ser fluxo, logo, maior sua competência Is = C ÷ Dv (C – comprimento do canal; Dv – distância vetorial entre os extremos do canal) • Valores próximos a 1 indicam um canal retilíneo, com possibilidade de elevado controle estrutural ou alta energia, enquanto valores maiores ou iguais a 2 indicam baixa energia e elevada divagação, não necessariamente meandramento CLASSE ZONAL Principal atributo • Área da bacia Principais parâmetros ÍNDICE DE CIRCULARIDADE Ic = A ÷ Ac (A = área da bacia; Ac = área de um círculo que tenha o perímetro idêntico ao da bacia considerada) • Segundo Alves e Castro (2003): – Ic = 0,51 – escoamento moderado e pequena probabilidade de cheias rápidas – Ic > 0,51 – bacia circular favorecendo os processos de inundação (cheias rápidas) – Ic < 0,51 – bacia mais alongada favorecendo o escoamento • Relação com o grau de evolução da bacia CLASSE ZONAL... DENSIDADE HIDROGRÁFICA • Relação entre o número de cursos d’água e a área da bacia • Expressa o número de canais existentes em cada quilômetro quadrado da bacia hidrográfica, indicando o potencial hídrico da regiãoDh = N ÷ A • A maior ou menor concentração de canais tem relação direta com os processos de infiltração e escoamento, relacionados com as características geológicas e climáticas da área analisada CLASSE ZONAL... DENSIDADE DE DRENAGEM • relação entre a soma do comprimento total dos canais de escoamento (efêmeros, intermitentes ou perenes) com a área da bacia hidrográfica • apresenta relação inversa com a extensão do escoamento superficial Dh = L ÷ A • É definida pelo comportamento hidrológico das rochas (e regolito), sendo maior quanto menor a permeabilidade do substrato – varia entre 0,5 para bacias com drenagem pobre e 3,5 para bacias muito bem drenadas Densidade de drenagem... CLASSE HIPSOMÉTRICA Principais atributos • Declividade da bacia – média, máxima e mínima – expressa a energia e a intensidade de atuação dos processos morfogenéticos, incluindo a dinâmica dos escoamentos superficiais concentrados e difusos (laminar) nas vertentes • Altimetria – média, máxima, mínima e variação altimétrica dos canais com base nas curvas de nível Principais Parâmetros ÍNDICE DE RUGOSIDADE • produto da amplitude altimétrica pela densidade de drenagem Ir = H x Dd • os valores de Ir aumentam quando a amplitude topográfica ou a densidade de drenagem apresentam valores elevados • altos índices de Ir podem indicar que as bacias apresentam alta transmissividade hidráulica, já que todos os pontos desta estão mais próximos da rede de drenagem Índice de Rugosidade... CLASSE HIPSOMÉTRICA... GRADIENTE DOS CURSOS D’ÁGUA • relação entre a amplitude altimétrica dos cursos d’água com o comprimento dos mesmos Gc = (Ac ÷ Cc) x 1000 • reflete o potencial de energia no canal fluvial, haja vista que sua finalidade é indicar a declividade dos cursos de água
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