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1 APOSTILA DE PRIMEIROS SOCORROS Capítulo I 1 - CONCEITOS APLICADOS AOS PRIMEIROS SOCORROS 1.1- Primeiros Socorros: São os cuidados imediatos prestados a uma pessoa cujo estado físico coloca em perigo a sua vida ou a sua saúde, com o fim de manter as suas funções vitais e evitar o agravamento de suas condições, até que receba assistência médica especializada. 1.2- Socorrista: Atividade regulamentada pelo Ministério da Saúde, segundo a portaria n° 824 de 24 de junho de 1999. O socorrista possui um treinamento mais amplo e detalhado que uma pessoa prestadora de socorro. Pessoa qualificada para tal fim. 1.3- Emergência: Estado que necessita de encaminhamento rápido ao hospital. O tempo gasto entre o momento em que a vítima é encontrada e o seu encaminhamento deve ser o mais curto possível. 1.4- Urgência: Estado grave, que necessita atendimento médico embora não seja necessariamente iminente. 1.5- Acidente: Fato do qual resultam pessoas feridas e/ou mortas que necessitam de atendimento. 1.6- Incidente: Fato ou evento desastroso do qual não resultam pessoas mortas ou feridas, mas que pode oferecer risco futuro. 2- ASPECTOS LEGAIS DO SOCORRO IMPERÍCIA (ignorância, inabilidade, inexperiência) Entende-se, no sentido jurídico, a falta de prática ou ausência de conhecimentos, que se mostram necessários para o exercício de uma profissão ou de uma arte qualquer. A imperícia, assim se revela na ignorância, como na inexperiência ou inabilidade acerca de matéria, que deveria ser conhecida, para que se leve a bom termo ou se execute com eficiência o encargo ou serviço, que foi confiado a alguém. Exemplo: É imperito, o socorrista que utilizar o reaminador manual, sem executar corretamente, por ausência de prática, as técnicas de abertura de vias aéreas, durante a reanimação. IMPRUDÊNCIA (falta de atenção, imprevidência, descuido) Resulta da imprevisão do agente ou da pessoa, em relação às conseqüências de seu ato ou ação, quando devia e podia prevê-las. Funda-se, pois, na desatenção culpável, em virtude da qual ocorreu um mal, que podia e deveria ser atendido ou previsto pelo imprudente. Exemplo: É imprudente o motorista que dirige um veículo de emergência excedendo o limite de velocidade permitido na via. NEGLIGÊNCIA (desprezar, desatender, não cuidar) 2 È aquele socorrista que nega o socorro, mesmo tendo capacidade para faze-lo. Exprime a falta de cuidado ou de precaução com se executam certos atos, em virtude dos quais se manifestam resultados maus ou prejudicados, que não adviriam se mais atenciosamente ou com a devida precaução, aliás, ordenada pela prudência, fosse executada. A negligência, assim, evidencia-se pela falta decorrente de não se acompanhar o ato com a atenção que se deveria. Exemplo: É negligente o socorrista que deixar de utilizar equipamento de proteção individual (EPI), em um atendimento no qual seu uso seja necessário. FORMAS DE CONSENTIMENTO O consentimento implícito: Consideramos que o socorrista recebe um consentimento implícito para atender uma vítima quando ela está gravemente ferida, desorientada ou inconsciente, ou ainda é menor de 18 anos e não pode tomar decisão sozinha. No caso da vítima inconsciente, assume-se que se estivesse consciente e fora de risco, autorizaria a prestação do socorro. Igualmente assume-se também que se um familiar ou representante legal do menor, estivessem presentes, autorizariam o atendimento. O consentimento explícito: Consideramos explícito o consentimento dado por um familiar ou representante legal para a prestação do socorro a uma vítima inconsciente, confusa, menor de idade ou com incapacidade mental, desde que esteja fora de perigo. A legislação brasileira capitula a omissão de socorro como crime (Art. 135 do CP somente utilizado para civis), e que, nos casos de visível risco de vida, a vítima perde o direito de recusar o atendimento, pois a vida é considerada como bem indisponível e nessa situação o bombeiro, policial ou socorrista fica amparado pelo excludente de licitude do estrito cumprimento do dever legal (Ver Art. 23, III do CP). 2.1- OMISSÃO DE SOCORRO Segundo o artigo 135 do Código Penal, a omissão de socorro consiste em "Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, em desamparo ou em grave e iminente perigo; não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública." Pena - detenção de 1 (um) a 6 (seis) meses, ou multa. Parágrafo único: A pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta em morte. Importante: O fato de chamar o socorro especializado, nos casos em que a pessoa não possui um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro. 2.2- DIREITOS DA PESSOA QUE ESTIVER SENDO ATENDIDA 3 O prestador de socorro deve ter em mente que a vítima possui o direito de recusa do atendimento. No caso de adultos, esse direito existe quando eles estiverem conscientes e com clareza de pensamento. Isto pode ocorrer por diversos motivos, tais como crenças religiosas ou falta de confiança no prestador de socorro que for realizar o atendimento. Nestes casos, a vítima não pode ser forçada a receber os primeiros socorros, devendo assim certificar-se de que o socorro especializado foi solicitado e continuar monitorando a vítima, enquanto tenta ganhar a sua confiança através do diálogo. 3- SINALIZAÇÃO Como manter seguro o local -As prioridades para manter seguro o local de uma ocorrência são: 1. Estacionar adequadamente a viatura de emergência; 2. Sinalizar e isolar o local; 3. Gerenciar os riscos. Efetuar, sempre que necessário, a sinalização do local para evitar a ocorrência de novos acidentes. Pode ser feita com cones, fita zebrada, ou qualquer objeto que chame a atenção de outras pessoas para o cuidado com o local, na falta destes recursos, pode-se pedir para que uma pessoa fique sinalizando a uma certa distância. A colocação da sinalização deve ser obedecida uma regra de segurança, colocando o material sinalizador a pelo menos 50 metros nas vias de velocidade abaixo ou igual a 20 km por hora, e acima disto a sinalização deve obedecer o critério da velocidade da via, ou seja: nas vias de 60 km por hora os cones ou objetos devem estar dispostos a 60 m de distância em diagonal aberta, 70 km/h : 70 m de distância e assim respectivamente de acordo com o aumento da velocidade da via. 4 AVALIAÇÃO DA CENA (CINEMÁTICA DO TRAUMA) A primeira atitude a ser tomada no local do acidente é avaliar os riscos que possam colocar em perigo a pessoa prestadora dos primeiros socorros. Se houver algum perigo em potencial, deve-se aguardar a chegada do socorro especializado. Nesta fase, verifica-se também a provável causa do acidente,. o número de vítimas e a gravidade das mesmas e todas as outras informações que possam ser úteis para a notificação do acidente. Proceda da seguinte forma: SOLICITAÇÃO DE AUXÍLIO Qualquer pessoa sendo orientada pode também auxiliar na prestação do socorro, coordene esta ação. O socorrista deve informar: 1. Local exato da ocorrência; 2. Tipo de ocorrência; 3. Riscos potenciais; 4. Número de vítimas; 5. Gravidade das vítimas; 6. Necessidades de recursos adicionais; 7. Hospital para o atendimento. Equipamentos de proteção individual (EPI) EPI`s são equipamentos destinados à proteção da integridade física do socorrista durante arealização de atividades onde possam existir riscos potenciais à sua pessoa. EPI`s básicos: Luvas de látex descartáveis; Máscaras de proteção facial; Óculos de Proteção. Capítulo 2 ANATOMIA E FISIOLOGIA 1- CONCEITOS 1.1- Anatomia: é a ciência que estuda macro e microscopicamente a constituição e o desenvolvimento dos seres organizados. 1.2-Fisiologia: é a ciência que trata do estudo das funções dos órgãos. Para o conhecimento do corpo humano na sua anatomia e fisiologia, deve ser entendido alguns parâmetros da suas posições em relação a um eixo central, interligados aos termos e condições médicas associadas: 5 1.3-Posição ortostática : posição em pé do corpo humano com as palmas das mãos voltadas para frente, cabeça e pescoço eretos e pés voltados naturalmente para frente em pequena diagonal de 80º. 1.4- Divisão dos quadrantes do abdômen: 2-Posições em relação a apresentação frontal ou anterior: quando o corpo humano está em uma posição anterior, costuma-se relacionar localização de lesões de acordo com esta posição, adotando termos para facilitar esta compreensão: 2.1- Posterior: geralmente é a região que fica ás costas, o oposto da frente analisada; ex: o posterior do bíceps é o tríceps, então, uma lesão no tríceps poderia ser localizada como uma lesão “ posterior do braço”. 2.2- Anterior: Região que fica oposta a anterior, na posição ortostática, aquela que fica de frente; 2.3- Lateral: aquela que fica entre as duas; 3- Em relação a proporção dimensional : o corpo é relacionado neste caso como(figura2): 3.1-Região Superior: fica proporcionalmente em partes analisadas, aquela que fica mais próxima a cabeça; 3.2-Região inferior: oposta a superior, aquela que fica mais longe em relação a cabeça; 6 3.3-Região Mediana: Entre a região superior e inferior 4- Separação do corpo humano em estudos de complexos : 4.1- Extratmeria: estuda o corpo humano em suas camadas; 4.2- Antimeria: estuda as diferenças do corpo humano; 7 4.3- Pacmeria: estuda a disposição dos órgãos como que em bolsas; Ex: peritônio, mediastino. 5 - Quanto a posição em relação ao solo- pode-se dizer que : 5.1 - Decúbito dorsal : o dorso, ou seja as costas da vítima é voltada para o solo; 5.2 - Decúbito ventral: O ventre, ou seja o abdômen da vítima é voltada para o solo; 5.3 - Decúbito lateral: A vitima fica lateralizada ao solo, esquerda ou direita. Capítulo 3 SISTEMAS DO CORPO HUMANO RESUMO DOS SISTEMAS DO CORPO HUMANO Sistema Digestório: Digere e absorve alimentos, remove certos resíduos. Sistema Urinário: Remove os resíduos químicos do sangue e contribui para o balanço hídrico e o controle dos níveis de sal no sangue. Sistema Reprodutor: Dispõe das estruturas e hormônios necessários para a reprodução sexual. Algumas vezes, é classificado dentro do sistema urinário ou ainda do sistema genitorinário (sistema que inclui 8 todos os órgãos relacionados com a reprodução da espécie e na formação e eliminação da urina). Sistema Endócrino: Produz as substâncias químicas chamadas de hormônios e ajuda na regularização de algumas funções e atividades do corpo. Sistema Músculo-Esquelético: Protege e dá suporte para o corpo e órgãos internos, permitindo os movimentos do corpo. Adução , abdução, flexão, extensão e rotação Órgãos dos Sentidos e Sensibilidade: Proporcionam a visão, a audição, o paladar, o olfato e as sensações de dor, frio, calor e sensações táteis. 9 O corpo humano divide em vários sistemas, abaixo especificados estão os de importante relevância para os estudos que um socorrista deve conhecer: 1 - Sistema tegumentar(Tecido epitelial): túnica que reveste toda a superfície do corpo, é considerado o maior órgão do corpo humano, compreende a pele e seus anexos e o tecido subcutâneo. Pesa cerca de 4 quilos e tem aproximadamente 2 metros quadrados Possui múltiplas funções, das quais lembramos as principais: protege o corpo e regula sua temperatura; constitui barreira contra infecções; sintetiza a vitamina D pela absorção aos raios solares ultravioletas; elimina e absorve substâncias; e possui terminações nervosas para tato, temperatura e pressão. 1.1- Temperatura do corpo – A temperatura do corpo deve estar em torno de 36,5ºC, independente da temperatura externa. Quem controla é o hipotálamo que ao receber informações de anormalidades como o aumento da temperatura, aciona as glândulas sudoríparas que liberam suor, que se evapora, resfriando o corpo. Também os vasos dilatam para que a pele perca calor. Na queda de temperatura os vasos se contraem e os músculos começam a tremer liberando calor. 1.1.1- Classificação de temperatura quanto aos índices Normotemia – Temperatura normal 36,5 º C á 37º C Hipotermia – Temperatura abaixo de 36,5º C Estado febril – Temperatura entre 37,1 ºC e 38º C Febre – Temperatura entre 38,1º C á 39ºC Pirexia – Temperatura variando de 39,1ºC a 40ºC Hiperpirexia – Temperatura acima de 40ºC 1.1.2 – Pontos de verificação de temperatura Axila – parâmetro mais fácil, principalmente em crianças acima de 3 anos, pois mantêm o termômetro seguro, porém a temperatura axilar, como a poplítea e inguinal tem seus índices mais baixos 0,5º C, ou seja quando verificarmos a temperatura nestas regiões, devemos acrescentar mais 0,5ºC a temperatura encontrada. 10 Boca – Temperatura ideal do corpo humano é dado nas medidas obtidas na boca, porém ter o cuidado para pacientes com convulsões ou crianças com idade inferior a 3 anos. Reto- O reto, assim como a vagina são locais que extra-hospitalar não se verifica temperatura, vale apenas lembrar que nestes locais a temperatura é mais alta cerca de 0,5ºC e que em caso de única alternativa para verificar a temperatura, deve ser acrescida de mais 0,5º C no seu resultado final. 1.2- Cor da pele e renovação – Depende da quantidade de melanina, pigmento produzido por células especiais da epiderme. Quanto mais escura for a pele mais melanina terá, ao qual também protegerá contra a ação dos raios ultravioletas do sol. Na barreira de proteção que a pele faz, também previne a desidratação por perda excessiva de água. Cada dia milhões de células morrem na superfície da pele, a camada córnea da epiderme. Esta vai sendo renovada todo o tempo por células de regiões profundas da epiderme. Na camada Basal as células multiplicam, dividem e passam para a espinhosa, depois para a granular e por fim a camada mais superficial da epiderme , a córnea da epiderme, onde ficam células já mortas protetoras. 2 - Sistema Esquelético: é o conjunto de partes duras que formam o arcabouço de sustentação e de conformação geral do corpo. Compreende o estudo dos ossos cartilagens e das conexões entre os ossos. É o sistema que compreende os ossos, as cartilagens e suas uniões articulares, sendo denominado esqueleto. O esqueleto além do mencionado acima, serve para inserções de músculos, ecentros formadores de sangue, na medula óssea. 206 ossos no indivíduo adulto; Ossos longos: Ex: braço , antebraço, coxa e perna. Ossos curtos: Ex: carpo e tarso, coluna vertebral. Ossos planos e laminares: Calota craniana Ossos pneumáticos: frontal, maxilar e temporal 2.1- O osso é estratificado em: Periósteo- camada enervada- Tecido ósseo; Medula óssea 2.2 SUBDIVISÕES ANATÔMICAS DAS EXTREMIDADES DO CORPO HUMANO TERÇO PROXIMAL: Situado mais próximo à raiz do membro. TERÇO MÉDIO: Situado entre proximal e distal. TERÇO DISTAL: Situado mais distante à raiz do membro. 11 2.3- Reconhecimento dos principais ossos: Membros superiores, inferiores, cabeça, coluna vertebral, ossos da pelve, tórax, mãos e pés. 12 13 Capítulo 4 1 - SISTEMA CIRCULATÓRIO Conceito - é um circuito fechado de vasos, cujo centro, o coração órgão muscular oco, contrátil, expele em ondas rítmicas o sangue através das artérias e recebe de volta através das veias. Artérias: levam na sua maioria, sangue oxigenado para todo o corpo( Arteríolas) As artérias são os vasos sanguíneos que levam o sangue do coração par os diferentes órgãos do nosso corpo. São vasos cujas paredes elásticas e resistentes são revestidas internamente por uma camada de músculo liso. Esse revestimento muscular permite que as artérias pulsem, completando o trabalho do coração e facilitando, assim o transporte do sangue pelo nosso organismo. Divisões – Artérias, metarteríola, arteríola, vasos capilares. Obs: a artéria pulmonar é a única no corpo que leva sangue pobre em O2 para um órgão. Veias: transportam para o coração sangue pobre em O2 e nutrientes.( Vênulas). As paredes das veias são mais finas e elas possuem um sistema de válvulas para garantir que o sangue siga num único sentido, facilitando seu retorno ao coração sem refluxo. No átrio esquerdo do coração chegam as veias pulmonares, provenientes dos pulmões e no átrio direito chegam as veias cavas inferior e superior. As veias podem ser observadas na pele pois são mais superficiais que as artérias. Divisões – Veias , vênulas, vasos capilares. Obs: nos vasos capilares é feita a troca de nutrientes entre o sangue arterial e o venoso. 14 1.1- Composição do sangue O sangue funciona portanto como um eficiente sistema de transporte de centenas de substâncias que são essenciais ao funcionamento do organismo humano. É através da circulação sangüínea que as inúmeras células do organismo, em todos os tecidos, recebem sua alimentação, representada por componentes de proteínas, açúcar, gordura, água e sais minerais. Também é o sangue que, retornando dos tecidos, conduz o gás carbônico e os resíduos das células do corpo, eliminando-as através da respiração, do suor, da urina e das fezes. Obs: O sangue O - é doador universal , AB é o receptor universal podem doar homens e mulheres entre 18 e 60 anos, porém com peso acima de 50 kg, sem histórico de doenças sanguíneas e com restrições para homens de 60 dias e mulheres para 90 dias entre uma e outra doação. 2- Principais Artérias e veias do corpo humano 15 3- Coração O coração é um órgão muscular localizado abaixo do osso anterior do tórax (chamado de esterno) num espaço chamado mediastino, entre os pulmões e num saco chamado pericárdio. Tem aproximadamente o tamanho de um punho de um adulto, fechado. Ele se compõe de dois sistemas de bombeamento independentes, um do lado direito e outro do lado esquerdo. Cada um destes sistemas tem duas câmaras – um átrio e um ventrículo. Os ventrículos são as principais “bombas” do coração. O coração, como qualquer outro músculo do corpo, necessita de receber oxigênio para que funcione adequadamente. A musculatura do coração é nutrida através de um sistema de artérias, as artérias coronárias, que se originam da aorta. As duas artérias coronárias mais importantes são a coronária direita e a coronária esquerda - esta última se divide (mais freqüentemente) em artéria coronária descendente anterior e artéria circunflexa. 3.1 Anatomia topográfica a. Superfície externa 1. Veia Cava Superior 2. Veia Cava Inferior 3. Átrio Direito 4. Ventrículo Direito 5. Ventrículo Esquerdo 6. Artéria Pulmonar 7. Aorta 8. Artéria Coronária Direita 9. Artéria Coronária Descendente Anterior 10. Átrio esquerdo 11. Veias Pulmonares 16 1-Coração; 2-Circulação cerebral; 3-Circulação pulmonar; 4-Circulação hepática; 5-Circulação gástrica; 6-Baço; 7-Circulação renal; 8-Circulação intestinal; 9-Circulação nos membros inferiores b. Interior do Coração 1. Átrio Direito 2. Valva Tricúspide 3. Ventrículo Direito (via de entrada) 4. Ventrículo Direito (via de saída) 5. Valva Pulmonar 6. Artéria Pulmonar 7. Átrio Esquerdo 8. Septo Interventricular 9. Ventrículo esquerdo 10. Valva Mitral 11. Aorta 3.2 – Pequena e grande circulação Grande circulação: Trajeto que o sangue rico em O2 faz do coração para o corpo representado na figura abaixo pelo lado esquerdo. Pequena circulação:Trajeto de retorno do sangue pobre em O2 de volta ao coração, representado na figura pelo lado direito. 17 4. Tipos de Colesterol HDL "COLESTEROL BOM" é um fator de proteção contra doenças coronárias, quanto maior seu hdl mais proteção, é determinado geneticamente e hábitos de vida (sedentarismo, tabagismo, obesidade) contribuem para sua diminuição. LDL mal colesterol. Dislipidemias Lípides Desejáveis Limítrofes Aumentados Colesterol total <200 200-239 >240 LDL-c <130 130-159 >160 HDL-c >35 - - Triglicerídeos <200 >200 - 4.1- Aterosclerose Artérias saudáveis são flexíveis, fortes e elásticas. Com o envelhecimento , suas artérias tornam-se mais espessas e menos elásticas, e seu conteúdo de cálcio aumenta. 4.2 - Angina Uma dor localizada no centro do peito, como um peso, um aperto, queimação ou ainda uma pressão. Algumas vezes ela pode irradiar-se para os braços, pescoço, queixo e costas. A dor aparece quando o suprimento para uma parte do coração é insuficiente. Processo de oclusão da artéria pela formação de um trombo(coágulo de sangue) sobre uma placa de gordura (ateroma). Atualmente, esta oclusão total da artéria coronária (infarto do miocárdio) pode ser tratada 18 com a desobstrução por cateterismo e angioplastia coronária, restaurando o fluxo do sangue para o músculo do coração. falta de ar, dor no peito, freqüentemente prolongada e não relacionada ao esforço e marcado por curtos ataques de forte dor. O diagnóstico pode ser feito pelo exame médico e confirmadopelo ecocardiograma. O diagnóstico e orientação correta devem ser feitos para sua tranqüilidade. Capítulo 5 SISTEMA RESPIRATÓRIO 1- Conceito Conjunto de órgãos tubulares e alveolares responsáveis pela respiração: troca gasosa-hematose- efetuada entre o organismo e o meio ambiente. Composição do ar : 78 % de nitrogênio, 21 % de oxigênio, e 1% de outros gases. Seguimentos respiratórios: Cavidade nasal, faringe, laringe, traquéia, brônquios, bronquíolos e alvéolos pulmonares – onde é feita a hematose. 2 – Anatomia 2.1 – Complexo respiratório da cabeça 19 2.2– Pulmões 2.3 – hematose nos tecidos e pulmão Capítulo 6 SISTEMA NERVOSO 20 Sistema nervoso é a unidade fisiológica animal, formada por um conjunto de células especializadas denominadas neurônios, que se encarrega das funções de coordenação do organismo e de sua relação com o meio externo e com todos os elementos anatômicos que o integram. Nos vertebrados, o sistema nervoso se divide em central (cérebro e medula espinhal) e periférico (nervos cranianos e raquidianos, além do sistema nervoso autônomo ou vegetativo). O sistema nervoso autônomo é uma unidade funcional complementar, constituída pelos sistemas simpático e parassimpático, dos quais depende o equilíbrio da vida orgânica. A função do sistema nervoso nos animais superiores é complementada pela ação do sistema endócrino, encarregado de regular a secreção hormonal. A massa encefálica é recoberta por três membranas de proteção, as meninges, que separam o córtex dos ossos cranianos. São elas a dura-máter (mais externa), aracnóide (intermediária) e pia-máter (mais interna) 21 O bulbo faz a transição entre o encéfalo e a medula. Nele se entrecruzam as fibras nervosas que atingirão o encéfalo, razão pela qual as funções reguladoras do lado direito do corpo são controladas pelo lobo cerebral esquerdo, e as correspondentes ao lado esquerdo, pelo lobo direito. Capítulo 7 1- Avaliação da Cena (Cinemática do trauma) Uma vítima, acometida de trauma ou problemas decorrentes de patologias clínicas, deve ser avaliada segundo um critério geral: Cinemática do trauma;(Avaliação da cena) Relato de testemunhas; Histórico médico da vítima(Anamnese); 2- Avaliação inicial. (Com estabilização da cervical em trauma) Abordagem da vítima consiste em analisar o nível de consciência e possíveis prioridades a serem adotadas Escala CIPE (AVDI) (ABCDE) Critico- Parada respiratória ou cardio-respiratória. Instável- paciente inconsciente, com choque descompensado, dificuldade respiratória severa, com lesão grave de cabeça e/ou tórax. Potencialmente instável – paciente com choque compensado, portador de lesões isoladas importantes. Estável – portador de lesões menores e sinais vitais normais. 22 2.1- Colocação do colar cervical. O Primeiro socorrista estabiliza a cervical sem fazer hiperextensão, promovendo apenas o alinhamento na posição ortostática, com leve tração, ou com empurre mandibular para pacientes inconscientes, enquanto o segundo providencia o colar cervical. 3- Avaliação Dirigida Etapa da avaliação onde o socorrista realiza a aferição e observação da cor da pele do paciente, da reação pupilar, da respiração, pulso, pressão arterial(se tiver o aparelho) e temperatura relativa da pele do paciente e perfusão capilar. Exame rápido: O exame rápido é realizado conforme a queixa principal do paciente ou em todo segmento corporal. 3.1 - Sinais : É a informação obtida a partir da observação da vítima. São detalhes que você poderá descobrir fazendo o uso dos sentidos – visão, tato, audição e olfato – durante a avaliação da vítima. Sinais comuns de lesão incluem sangramento, inchaço (edema), aumento de sensibilidade ou deformação; já os sinais mais comuns de doenças são pele pálida ou avermelhada, suor, temperatura elevada e pulso rápido. 3.2 - Sintoma: É tudo aquilo que o socorrista não consegue identificar sozinho. O paciente necessita contar sobre si mesmo. Exemplos: dor abdominal, tontura, etc. TEMPERATURA O socorrista nessa etapa deve tocar a pele do paciente para obter índices de variações superficiais, próximo as regiões de gânglios com a região posterior da mão, não utiliza o termômetro, tais como: Índices: Hipotermia, Normotemia, Hipertermia PULSO 23 O pulso é uma onda de sangue gerada pelo batimento cardíaco e propagada ao longo das artérias. A freqüência comum de pulso em adultos é de 60 a 100 batimentos por minuto, a freqüência de pulso nas crianças em geral é superior a 80 batimentos por minuto. O pulso é palpável em qualquer área onde uma artéria passe sobre uma proeminência óssea ou se localize próxima a pele. As artérias, ou pontos de pulso mais comuns e superficialmente palpáveis são: Região temporal, carotídeo, braquial, radial, ulnar, femural, poplíteo, e pedial. As alterações na freqüência e volume do pulso representam dados importantes no socorro pré-hospitalar. Um pulso rápido, fraco, geralmente é resultado de um estado de choque por perda sangüínea. A ausência de pulso pode significar um vaso sangüíneo bloqueado ou lesado, ou que o coração parou de funcionar (parada cardíaca). A aferição deve ser feita adotando o critério entendido como mais rápido ou mais preciso, conforme interpretação do socorrista. Adota-se a contagem de 60 segundos, 30 segundos – multiplicando o resultado por 2, em 15 segundos –multiplicando o resultado por 4, e em 6 segundos –multiplicando o resultado da contagem por 10. Vale salientar que o pulso verificado de forma precisa é o de valor maior. 24 RESPIRAÇÃO A respiração normal é fácil, sem esforço e sem dor. A freqüência pode variar bastante. Um adulto respira normalmente entre 12 a 20 vezes por minuto. Respiração e ventilação significam a mesma coisa, ou seja, o ato de inspirar e expirar o ar. Contar a respiração em 3 segundos e multiplicar o resultado por 8, geralmente se obtém um padrão relativo de normalidade aproximado. Ocasionalmente, pode-se fazer deduções a partir do odor da respiração, obviamente, a pessoa intoxicada pode cheirar a álcool. No estado de choque observam-se respirações rápidas e superficiais. Uma respiração profunda, difícil e com esforço pode indicar uma obstrução nas vias aéreas, doença cardíaca ou pulmonar. Respiração: Adulto: 12 a 20 vpm Criança:20 a 40 vpm Lactentes: 40 a 60 vpm Dispnéia- Dificuldade para respiração em qualquer posição Ortopnéia – Dificuldade de respirar deitado Bradipnéia- Abaixo Apnéia- Ausência de respiração Taquipnéia – Acima PRESSÃO ARTERIAL Valores normais: Adulto: Nível da Pressão Arterial Classificação < 120 sistólica e < 80 diastólica Ideal < 130 sistólica e < 85 diastólica Normal 130~139 sistólica ou 86~89 diastólica Normal-alta 140~159 sistólica ou 90~99 diastólica Hipertensão Estágio 1 160~179 sistólica ou 100~109 diastólica Hipertensão Estágio 2 > 110 diastólica ou > 180 sistólica Hipertensão Estágio 3 Diastólica normal com sistólica > 140 Hipertensão Sistólica Isolada 25 Criança: As pressões sistólica e diastólica presumíveis podem ser calculadas através das seguintes equações: Sistólica: 80 mmHg + 2 vezes a idade. Diastólica: ⅔ da sistólica. Dentrodesses valores, consideramos a PA normal; se exceder à máxima, denominamos alta (hipertensão) e ao contrário, se não atinge o nível mínimo, denominamos baixa (hipotensão). Em geral não se afere PA em crianças com menos de 3 anos de idade. Nos casos de hemorragias ou choque, a PA mantêm-se constante dentro de valores normais para no final desenvolver uma queda abrupta. PUPILAS As pupilas quando normais são do mesmo diâmetro e possuem contornos regulares. Pupilas contraídas podem ser encontradas nas vítimas viciadas em drogas. As pupilas indicam um estado de relaxamento ou inconsciência, geralmente tal dilatação ocorre rapidamente após uma parada cardíaca. As pupilas desiguais são geralmente encontradas nas vítimas com lesões de crânio ou acidente vascular cerebral. Na morte, as pupilas estão totalmente dilatadas e não respondem à luz. Reação das pupilas quanto a luz. Mióticas- pupilas contraídas / midríase – Pupilas dilatadas Anisocóricas- Irregulares. COLORAÇÃO DA PELE A cor da pele depende primariamente da presença de sangue circulante nos vasos sangüíneos subcutâneos. Uma pele pálida, branca, indica circulação insuficiente e é vista nas vítimas em choque ou com infarto do miocárdio. Uma cor azulada (cianose) é observada na insuficiência cardíaca, na obstrução de vias aéreas, e também em alguns casos de envenenamento. Poderá haver uma cor vermelha em certos estágios do envenenamento por monóxido de carbono (CO), na insolação, alergias e ou hipertensão arterial. ESTADO DE CONSCIÊNCIA Normalmente, uma pessoa está alerta, orientada e responde aos estímulos verbais e físicos. Qualquer alteração deste estado pode ser indicativo de doença ou trauma. O estado de consciência é provavelmente o sinal isolado mais seguro na avaliação do sistema nervoso de uma pessoa. Uma vítima poderá apresentar desde leve confusão mental 26 por embriaguez, até coma profundo, como resultado de uma lesão craniana ou envenenamento. CAPACIDADE DE MOVIMENTAÇÃO A incapacidade de uma pessoa consciente em se mover é conhecida como paralisia e pode ser o resultado de uma doença ou traumatismo. A incapacidade de mover os membros superiores e inferiores, após um acidente, pode ser o indicativo de uma lesão da medula espinhal, na altura do pescoço (coluna cervical). A incapacidade de movimentar somente os membros inferiores, pode indicar um lesão medular abaixo do pescoço. A paralisia de um lado do corpo, incluindo a face, pode ocorrer como resultado de uma hemorragia ou coágulo intra-encefálico (acidente vascular cerebral). REAÇÃO A DOR A reação a dor somente deve ser utilizada para ver o nível de consciência se o socorrista dominar a Escala de Glasgow. Do contrário deve ser utilizada para detectar a perda do movimento voluntário das extremidades, após uma lesão, geralmente é acompanhada também de perda da sensibilidade. Entretanto, ocasionalmente o movimento é mantido, e a vítima se queixa apenas de perda da sensibilidade ou dormência nas extremidades. É extremamente importante que este fato seja reconhecido como um sinal de provável lesão da medula espinhal, de forma que a manipulação do acidentado não agrave o trauma inicial. 4- Avaliação Física Detalhada, (exame secundário) A avaliação física detalhada da cabeça aos pés deve ser realizada pelo socorrista em cerca de 2 a 3 minutos. O exame completo não precisa ser realizado em todos os pacientes. Ele pode ser realizado de forma limitada em pacientes que sofreram pequenos acidentes ou que possuem emergências médicas evidentes. Tome cuidado ao verificar sangramentos pelo método da luva suja, pode haver pontas, cacos de vidro, pedras que furem seu EPI, expondo o socorrista e ou contaminando-o. Ao realizar o exame padronizado da cabeça aos pés, o socorrista deverá: 1) Verificar a cabeça (couro cabeludo) e região occipital, parietal e frontal; 2) Verificar a face do paciente. Inspecionar Região orbital, zigomático, vômer e nasal, maxilar, mandíbula e se há otorragia, 3) Verificar a região posterior, anterior e lateral do pescoço (antes da aplicação do colar cervical); 4) Inspecionar o ombro(cintura escapular) bilateralmente distal / proximal; 5) Inspecionar as regiões anterior e lateral do tórax, clavícula, esterno e costelas; 6) Inspecionar o abdômen em sete quadrantes separadamente; 7) Inspecionar as regiões anterior e lateral da pelve e a região genital; 8) Inspecionar as extremidades inferiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade; 27 9) Inspecionar as extremidades superiores (uma de cada vez). Pesquisar a presença de pulso distal, a capacidade de movimentação (motricidade), a perfusão e a sensibilidade; 10) Realizar o rolamento em monobloco e inspecionar a região dorsal. 5- Avaliação Continuada A avaliação continuada é realizada durante o transporte do paciente, devendo o socorrista reavaliar constantemente os sinais vitais e o aspecto geral do paciente. INSTÁVEL: Reavaliar a cada 3 minutos. POTENCIALMENTE INSTÁVEL e ESTÁVEL: Reavaliar a cada 15 minutos. Capítulo 8 - AFOGAMENTO E DESOBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS. PARADA RESPIRATÓRIA E OU CARDÍACA – 1 - Afogamento: Diverge da parada respiratória apenas pela imersão dos alvéolos por líquido ou fechamento de glote(afogamento á seco), em ambos os casos, a conduta deve atentar para os mesmos procedimentos anteriores, porém com a inclinação do corpo num ângulo de 45º inclusive de tórax e lateralização da cabeça após insuflações, evitando a regurgitação. 2 - Obstrução Das Vias Aéreas Por Corpo Estranho (OVACE) Conceito de OVACE É a obstrução súbita das VA superior causada por corpo estranho. A OVACE em adulto geralmente ocorre durante a ingestão de alimentos e, em criança, durante a alimentação ou recreação (sugando objetos pequenos). As causas de obstrução de VA superiores podem incluir obstruções: - Pela língua: sua queda ou relaxamento pode bloquear a faringe. - Pela epiglote: inspirações sucessivas e forçadas podem provocar uma pressão negativa que forçará a epiglote para baixo fechando as VA. - Por corpos estranhos: qualquer objeto, líquidos ou vômito, que venha a se depositar na faringe. - Por danos aos tecidos: perfurações no pescoço, esmagamento da face, inspiração de ar quente, venenos e outros danos severos na região. - Por patologias: infecções respiratórias, reações alérgicas e certas condições crônicas (asma), podem provocar espasmos musculares que obstruirão as VA. 28 Manobras Para Desobstrução em Adulto Manobras Para Desobstrução em Lactente Golpes dorsais Compressões torácicas 29 Seqüência dos três passos para resolução: 1. Tentar localizar objeto e sua retirada; 2. Tapotagem; 3. Usar compressões de liberação por pressão; Em lactentes e crianças deve-se visualizar o corpo estranho antes de tentar removê-lo. Para retirar o corpo estranho, utilize o dedo ou uma pinça. 3 - Parada respiratória: É a cessação dos movimentos respiratórios. Buscar possíveis causas para o acontecido, (possível corpo estranho). Sinais – Midríase, palidez, cianose de estremidades, perfusão lenta, sudorese. Ausência de movimentos toráxicos e pulsação, hipotensão, hipotermia. Avaliação: Determine a ausência de respiração através do método VOS (Ver, Ouvir e Sentir). Para se avaliar a presença ou ausência de respiração espontânea:- Coloque a orelha próximo à boca e nariz do paciente, enquanto mantém as vias aéreas pérvias; - Enquanto observa o tórax do paciente: Estes procedimentos de avaliação devem levar apenas de 3 a 5 seg. Respiração Anormal - Nenhum movimento torácico ou movimentos assimétricos. - Não é possível sentir ou ouvir o ar movimentando-se através do nariz ou boca. - A respiração é ruidosa ou ofegante. - O ritmo da respiração é irregular, ou taquipnéica ou bradipnéica. - A respiração é muito superficial, muito profunda e difícil; ou ainda a respiração é feita com grande esforço, especialmente em crianças e bebês. - A pele do paciente fica cianótica, acinzentada ou pálida. - O paciente está obviamente se esforçando para respirar, usando os músculos da parte superior do tórax, ao redor dos ombros, e os músculos do pescoço. - Há batimentos de asas do nariz, especialmente em crianças. Em RCP considerar: Lactente: 00 a 01 ano. Criança: 01 a 08 anos. Adulto: acima de 08 anos. 30 Reanimação Pulmonar A reanimação pulmonar é todo esforço para reanimar ou para restabelecer artificialmente a função normal dos pulmões O ar atmosférico possui 21% de oxigênio. Dos 21% inalados, uns 5% são utilizados pelo organismo e os 16% restantes são exalados, quantidade suficiente para suprir as necessidades da pessoa na vida diária. Quando uma pessoa encontra-se com deficiência respiratória, necessário se faz a oferta de uma concentração maior de oxigênio para suprir esta ineficiência. Técnicas de Abertura das Vias Aéreas Manobra de Inclinação da Cabeça e Elevação do Queixo 1. Colocar o paciente em decúbito dorsal e posicionar-se ao seu lado, na altura dos ombros. 2. Colocar uma das mãos na testa do paciente e estender sua cabeça para trás. 3. Colocar a ponta dos dedos, segundo e terceiro, da outra mão apoiados na mandíbula para levantá-la até perceber uma resistência ao movimento. Ver, ouvir e sentir a respiração 31 Manobra de Empurre Mandibular 1. Colocar o paciente em decúbito dorsal e posicionar-se de joelhos acima da arte superior de sua cabeça. 2. Com os cotovelos na mesma superfície que o paciente ou apoiados nas coxas, segurar os ângulos da mandíbula do paciente com os dedos segundo e terceiro. 3. Com os dedos posicionados, empurrar a mandíbula para cima, mantendo a cabeça estabilizada com a palma das mãos. Não elevar ou realizar rotação da cabeça do paciente, pois a proposta desta manobra é manter a via aérea aberta sem mover a cabeça ou o pescoço. Se você realizar uma abertura de VA, use a manobra correta: Em caso clínico: manobra de inclinação da cabeça e elevação do queixo. Em caso de trauma: manobra de empurre mandibular. Técnicas para ventilação artificial Método boca-máscara: 1. Abra as VA empurrando a mandíbula da vítima; 2. Posicione a máscara sobre a face da vítima, com o ápice sobre a ponta do nariz e a base entre os lábios e o queixo; 3. Inspire e ventile através da abertura da máscara. Os dedos,terceiro, quarto e quinto de cada mão seguram a mandíbula da vítima em extensão, enquanto os primeiros dedos são colocados sobre a parte superior da máscara e os indicadores na parte inferior acima do queixo. A pressão firme dos dedos mantém a máscara bem selada à face; 4. Retire a boca e deixe o ar sair livremente. O tempo de cada ventilação é o mesmo descrito na técnica de boca a boca. Método boca-a-boca: 1. Abra as vias aéreas; 32 2. Feche as narinas da vítima com seus dedos (segundo e primeiro); 3. Inspire o ar e coloque sua boca com firmeza sobre a boca da vítima e ventile lentamente (1,5 a 2 segundos) seu ar para dentro dos pulmões da vítima; 4. Retire sua boca e deixe o ar sair livremente; 5. Repita a ventilação artificial a cada 5 segundos (12 por minuto) no socorro de adultos, e a cada 3 segundos (20 por minuto) no socorro de crianças. Método boca-a-boca/nariz: Utilizada em lactentes (bebês). A técnica segue os mesmos passos da ventilação de boca a boca, incluindo no item 3 a colocação da boca do socorrista sobre a boca e o nariz da vítima e em seguida uma ventilação bem lenta (1 a 1,5 segundos por ventilação), repetindo a ventilação artificial a cada 3 segundos (20 por minuto). 4 - Parada Cardíaca Cessação dos movimentos respiratórios e da pulsação. Ocorre quando o coração está em assistolia ou em fibrilação. Sinais – Mesmos da parada respiratória, concomitantemente com o falta de batimentos cardíacos. Avaliação: Detectar o pulso. Para se detectar a presença ou ausência de pulso carotídeo: 1. Localize a cartilagem da tireóide e coloque a ponta dos dedos (indicador e médio) ao lado deste ponto, mantendo a cabeça em posição inclinada para trás (se não houver suspeita de lesão na coluna cervical); 2. Deslize os dedos pelo espaço entre a traquéia e o músculo lateral do pescoço(esternoclidomastóideo) mais próximo a você; 33 3. Exerça pequena pressão neste ponto e sinta o pulso da artéria carótida (adulto e criança). Se não há pulso, inicie as compressões torácicas. Para se detectar a presença ou ausência de pulso braquial: Localize o terço médio da parte interna do braço, entre o cotovelo e o ombro do lactente; Com o polegar na face externa do braço, pressione com suavidade os dedos, indicador e médio, contra o úmero para sentir o pulso braquial. Se não há pulso, inicie as compressões torácicas. A verificação dos pulsos carotídeo e braquial não deve levar mais de 5 a 10 segundos. Compressões torácicas 1. Verificar o pulso. Se o paciente não tiver pulso: 2. Encontre o ponto de compressões da RCP: Adulto: dois dedos acima do processo xifóide Criança: idem ao adulto Lactente: um dedo abaixo da linha imaginária entre os mamilos. 34 3. Posicione corretamente suas mãos para as compressões: - Adulto: coloque a base de sua mão, hipotênar (que está próxima à cabeça do paciente) no ponto de compressão da RCP. Sua outra mão deve ser sobreposta à primeira, de modo que as bases das duas mãos fiquem alinhadas uma sobre a outra e seus dedos não devem tocar o tórax do paciente. Seus dedos podem ficar estendidos ou entrelaçados. - Criança: faça as compressões com a base de uma das mãos, posicionada sobre o ponto de compressões da RCP. - Lactente: faça as compressões com a ponta de dois dedos, posicionados sobre o ponto de compressão da RCP. 4. Faça as compressões torácicas externas: - Adulto: deslocamento de 3,5 a 5cm e freqüência de aproximadamente 100 por minuto. Criança: deslocamento de 2,5 a 3,5cm e freqüência de no mínimo 100 por minuto. Lactente: deslocamento de 1,5 a 2,5cm e freqüência de no mínimo 100 por minuto. Com dois socorristas 5. Faça as ventilações: - Adulto: 2 ventilações a cada 30 compressões - Criança: 2 ventilações a cada 15 compressões. - Lactente: 1 ventilações a cada 5 compressões. 5 ciclos de 30x2. OUTRAS LITERATURAS 150 compressões sem insuflações 1 insuflação a cada 5 compressões no adulto 1 insuflação a cada 7 compressões no adulto 2 insuflações a cada 15 compressões no adulto O objetivo é entender que o coração bate num ciclo de 60 por minuto, então o que muda são apenas a quantidade de ciclos que cada um irá exercer. 6. Reavalie o pulso após 1 minuto de RCP. 35 Capítulo 9 - HEMORRAGIAS e CHOQUES1- HEMORRAGIA- É o extravasamento de sangue para fora dos vasos ou do coração podendo ser traumático e ou patológico, exceto durante a menstruação. As hemorragias podem ser internas ou externas, espontâneas ou provocadas (nos ferimentos), suas causas podem encontrar-se tanto em lesões da parede vascular de natureza inflamatória, traumática ou tumoral. 1.1- Classificação clínica 1.1.1- Hemorragia externa: Ocorrem devido a ferimentos abertos. Sinais e sintomas de hemorragias externas Agitação; Palidez; Sudorese intensa; Pele fria; Pulso acelerado (acima de 100 bpm); Hipotensão; Sede; Fraqueza. 1.1.2- Hemorragia interna: Geralmente não é visível, porém é bastante grave, pois pode provocar choque e levar a vítima a morte. Sinais e sintomas de hemorragia interna Idênticos a hemorragia externa; Saída de sangue ou fluídos pelo nariz e/ou pavilhão auditivo externo; Vômito ou tosse com presença de sangue; Contusões; Rigidez ou espasmos dos músculos abdominais; Dor abdominal; Sangramento pelas genitálias. 1.2- Classificação anatômica - Arterial: Hemorragia que faz jorrar sangue pulsátil e de cor vermelho vivo; - Venosa: Hemorragia onde o sangue sai lento e contínuo, com cor vermelho escuro; - Capilar: O sangue sai lentamente dos vasos menores, na cor similar ao sangue venoso. 1.3- Tipos de hemorragias hepistaxe – Hemorragia nasal 36 hemoptise – Hemorragia nos pulmões hematêmase- Hemorragia do estômago; Metrorragia – Hemorragia vaginal; Melena – Hemorragia anal; Otorragia- Sangramento na orelha interna 1.4- Técnicas utilizadas no controle das hemorragias 1. Pressão direta sobre o ferimento; 2. Elevação do membro; 3. Compressão dos pontos arteriais; Em casos de amputação traumática, esmagamento de membro e hemorragia em vaso arterial de grande calibre devemos empregar a combinação das técnicas de hemostasia. 1.5- Tratamento pré-hospitalar: - Avalie nível de consciência; - Abra as VA estabilizando a coluna cervical; - Monitore a respiração e a circulação; - Exponha o local do ferimento; - Efetue hemostasia; - Afrouxe roupas; - Aqueça o paciente; - Não dar nada de comer ou beber; - Ministre oxigênio suplementar; - Transporte o paciente imediatamente para o hospital; - O TORNIQUETE; só será usado em casos de amputações e que o tempo resposta do SOS seja superior a 15 minutos. 2 - CHOQUE HIPOVOLÊMICO 2.1 - Conceito É uma reação do organismo a uma condição onde o sistema circulatório não fornece circulação suficiente para cada parte vital do organismo. 2.2 -Causas - Coração: insuficiência cardíaca: o coração não consegue bombear suficiente quantidade de sangue. Se o coração por algum motivo deixa de bombear sangue adequadamente, ou se para de funcionar (parada cardíaca), o choque se desenvolverá de imediato. - Vasos sangüíneos: O sistema circulatório deve obrigatoriamente ser um sistema fechado. Se os vasos (artérias, veias ou capilares) forem lesados e perderem muito sangue, o paciente entrará em choque. 37 - Volume de sangue circulante: Se houver uma diminuição no volume de sangue circulante ou se os vasos sangüíneos por algum motivo dilatarem (aumentarem seu diâmetro) impedindo que o sistema permaneça corretamente preenchido, o choque novamente se desenvolverá. 2.3- Tipos de choque : O choque pode ser classificado de várias formas porque existem mais de uma causa para ele. O socorrista não necessita conhecer todas essas formas de choque, no entanto, é fundamental que ele entenda de que forma os pacientes podem desenvolver o choque . 2.3.1- Choque hemorrágico: é o choque causado pela perda de sangue e/ou pela perda plasma. Ex.: Sangramentos graves ou queimaduras. 2.3.2- Choque cardiogênico: é o choque cardíaco. Este choque é causado pela falha do coração no bombeamento sanguíneo para todas as partes vitais do corpo. 2.3.3- Choque neurogênico: é o choque do sistema nervoso, em outras palavras, a vítima sofre um trauma o sistema nervoso não consegue controlar o calibre (diâmetro) dos vasos sangüíneos. O volume de sangue disponível é insuficiente para preencher todo o espaço dos vasos sangüíneos dilatados. 2.3.4- Choque anafilático: é o choque alérgico. Desenvolve-se no caso de uma pessoa entrar em contato com determinada substância da qual é extremamente alérgica, por exemplo, alimentos, medicamentos, substâncias inaladas ou em contato com a pele. O choque anafilático é o resultado de uma reação alérgica severa e que ameaça a vida. 2.3.5- Choque metabólico: é o choque da perda de fluídos corporais. Ex.: Vômito e diarréia graves. 2.3.6- Choque psicogênico: é o choque do desfalecimento. Ocorre quando por algum fator, como, por exemplo, um forte estresse ou medo, produz no sistema nervoso uma reação e, conseqüentemente, uma vasodilatação. O paciente sofre uma perda temporária da consciência, provocada pela redução do sangue circulante no cérebro. Também chamado de desmaio, o choque psicogênico é uma forma de auto proteção utilizada para evitar um anoxia. Essa é uma forma mais leve de choque que não deve ser confundida com o choque neurogênico. 2.3.7- Choque séptico: é o choque da infecção. Microorganismos lançam substâncias prejudiciais que provocam uma dilatação dos vasos sangüíneos. O volume de sangue torna-se insuficiente para preencher o sistema circulatório dilatado. O choque séptico ocorre geralmente no ambiente hospitalar e, portanto, é pouco observado pelos profissionais socorristas que atuam no ambiente pré-hospitalar. 2.3.8- Choque respiratório: é o choque dos pulmões. Este choque é causado pela baixa concentração de oxigênio no sangue e ocorre devido a uma falha no processo respiratório, no entanto, desde que o sistema circulatório esteja bombeando sangue para todos os órgãos vitais, existindo uma boa perfusão, não podemos considerar esta como uma forma verdadeira de choque. 2.4- Sinais e sintomas gerais do choque Agitação e ansiedade; Respiração rápida e superficial; Pulso Rápido e fraco (filiforme); Pele fria e úmida; Sudorese; Face pálida e posteriormente cianótica; 38 Olhos estáveis, sem brilho e pupilas dilatadas; Sede; Náusea e vômitos; Hipotensão. 2.5- Sinais e sintomas do choque anafilático: Prurido na pele. Sensação de queimação na pele. Edema generalizado. Dificuldade respiratória. Inconsciência. 2.6- Tratamento pré-hospitalar do estado de choque : - Avalie nível de consciência; - Posicione a vítima deitada (decúbito dorsal); - Abra as VA estabilizando a coluna cervical; - Avalie a respiração e a circulação; - Efetue hemostasia; - Afrouxe roupas; - Aqueça o paciente; - Não dar nada de comer ou beber; - Elevar os MMII (caso haja fraturas, elevar após posicioná-la sobre uma maca rígida, exceto se houver suspeita de TCE).(Posição Trendelemburg) - Imobilize fraturas; - Ministre oxigênio suplementar; - Transporte o paciente imediatamente para o hospital Posição Trendelemburg Capítulo 10 - QUEIMADURAS e INTERMAÇÃO É a lesão dos tecidos produzida por substância corrosiva ou irritante, pela ação do calor ou emanação radioativa. A gravidade de uma queimadura não se mede somente pelo grau da lesão (superficial ou profunda), mas também pela extensão da área atingida. 39 1- Causas Térmicas – por calor (fogo, vapores quentes, objetos quentes)e por frio (objetos congelados, gelo). Químicas – inclui vários cáusticos, tais como substâncias ácidas e álcalis. Elétricas – materiais energizados e descargas atmosféricas. Substâncias Radioativas – materiais radioativos e raios ultravioletas (incluindo a luz solar), etc. 1.1- CLASSIFICAÇÃO DAS QUEIMADURAS 1º Grau: Lesão das camadas superficiais da pele, com: Eritema (vermelhidão). Dor local suportável. Inchação. 2º Grau: Lesão das camadas mais profundas da pele, com: Eritema (vermelhidão). Formação de Flictenas (bolhas). Inchação.Edema Dor e ardência locais, de intensidade variadas. 3º Grau: Lesão de todas as camadas da pele, comprometendo os tecidos mais profundos, podendo ainda alcançar músculos e ossos. Estas queimaduras se apresentam secas, esbranquiçadas ou de aspecto carbonizadas. Pouca ou nenhuma dor local. Pele branca escura ou carbonizada. Não ocorrem bolhas. Queimaduras de 1º, 2º e 3º graus podem apresentar-se no mesmo acidentado. O risco de vida (gravidade do caso) não está no grau da queimadura, e sim, na EXTENSÃO da superfície atingida. QUANTO MAIOR A ÁREA QUEIMADA, MAIOR A GRAVIDADE DO CASO. 1.2- AVALIAÇÃO DA ÁREA QUEIMADA De acordo com sua extensão De acordo com a extensão da queimadura, usamos percentagens através da regra dos nove que permitem estimar a superfície corporal total queimada (SCTQ). Neste caso, analisamos somente o percentual da área corpórea atingida pela lesão, sem considerar sua profundidade (seus graus). 40 A regra dos nove divide o corpo humano em doze regiões; onze delas equivalem a 9% cada uma, e a última (região genital) equivalem a 1%, conforme segue: Adulto Criança/Lactente Cabeça e pescoço 9% 18% MMSS 9% cada 9% cada Tronco anterior 18% 18% Tronco posterior 18% 18% MMII 18% cada 14% cada Genitais 1% incluído nos MMII TOTAL 100% 100% IMPORTANTE: Área corpórea para crianças: Cabeça 18%Membros superiores 18% Membros inferiores 28% Tórax e abdomem (anterior) 18% Tórax e região lombar (posterior) 13% Nádegas 5% 1.3- Gravidade das queimaduras A gravidade de uma queimadura deve sempre considerar os seguintes aspectos: Grau da queimadura; Percentagem; Localização da queimadura; Idade da vítima; Enfermidades anteriores da vítima. 41 1.3.1- Queimaduras Menores São aquelas de 1º e 2º graus que afetam uma pequena área do corpo, sem comprometimento de áreas críticas como; o sistema respiratório, a face, as mãos e pés, os genitais e as nádegas. 1.3.2- Queimaduras Maiores Qualquer queimadura que envolva toda a área corporal ou áreas críticas. Exemplos: Queimaduras complicadas por lesões no sistema respiratório ou por outras lesões do tipo fraturas. Queimaduras de 2º ou 3º graus na face, mãos, pés, genitais ou nádegas. Queimaduras que atinjam todo o corpo. 1.4- Tratamento pré-hospitalar para cada caso 1.4.1-Queimaduras Menores (por causas térmicas ou radiação) Expor o local da lesão e resfriar a área queimada com água fria ou usar água corrente por vários minutos para resfriar o local. O melhor é submergir a área queimada; Cobrir o ferimento com um curativo úmido solto (estéril); Retirar anéis, braceletes, cintos de couro, sapatos, etc; Conduzir a vítima e transmitir calma. 1.4.2- Queimaduras Maiores (causas térmicas ou por irradiação) Inicialmente deter o processo da lesão (se for fogo na roupa, usar a técnica do PARE, DEITE e ROLE); Avaliar a vítima e manter as VA permeáveis, observando a freqüência e qualidade da respiração; Não se deve retirar os tecidos aderidos à pele, deve-se apenas recortar as partes soltas sobre as áreas queimadas; Cobrir toda a área queimada; Usar curativo estéril; Não obstruir a boca e o nariz; Não aplicar nenhum creme ou pomada; Providenciar cuidados especiais para queimaduras nos olhos, cobrindo-os com curativo estéril úmido; Cuidado para não juntar dedos queimados sem separá-los com curativos estéreis; Prevenir o choque e transportar. 1.4.3- Queimaduras Químicas Limpe e remova substâncias químicas da pele do paciente e das roupas antes de iniciar a lavação; 42 Lave o local queimado com água limpa corrente por no mínimo 15 minutos. Usar EPIs apropriados; Cubra com curativo estéril toda a área de lesão; Previna o choque e transporte; Se possível, conduza amostra da substância em invólucro plástico; Se a lesão for nos olhos, lave-os bem (mínimo 15 minutos) com água corrente e depois cobrir com curativo úmido estéril. Volte a umedecer o curativo a cada 5 minutos. 1.4.4- Queimaduras Elétricas Os problemas mais graves produzidos por uma descarga elétrica são: parada respiratória ou cárdio-respiratória, dano no SNC e lesões em órgãos internos. Reconheça a cena e acione, se necessário, a companhia energética local; Realize a avaliação inicial e se necessário iniciar manobras de reanimação; Identifique o local das queimaduras (no mínimo dois pontos: um de entrada e um de saída da fonte de energia); Aplique curativo estéril sobre as áreas queimadas; Previna o choque e conduzir com monitoramento constante ao hospital. IMPORTANTE: Nas queimaduras por CAL SODADA (soda cáustica),devemos limpar as áreas atingidas com uma toalha ou pano antes da lavagem, pois o contato destas substância com a água cria uma reação química que produz enorme quantidade de calor. 2-INTERMAÇÃO Perturbação do organismo causada por excessivo calor em locais úmido e não arejados. 2.1- COMO PROCEDER Remova a vítima para um lugar fresco e arejado, afrouxe as vestes da vítima. Mantenha o acidentado deitado com a cabeça mais baixa que o resto do corpo. Capítulo 11 - LUXAÇÕES – ENTORSES - FRATURAS 1- Luxação: É o desalinhamento das extremidades ósseas de uma articulação fazendo com que as superfícies articulares percam o contato entre si. 1.1- Sinais e sintomas da luxação Deformidade: mais acentuada na articulação luxada; Edema(inchaço); Eritema;(vermelhidão); Dor: aumenta se a vítima tenta movimentar a articulação; Impotência Funcional: perda completa ou quase total dos movimentos articulares. COMO PROCEDER 43 Mantenha a vítima em repouso e evite movimentar a região lesada. Imobilize o local usando tábua, papelão, jornal ou revistas dobradas, travesseiro, manta e tiras de pano. Proteja a região lesada usando algodão ou pano, afim de evitar danos à pele. Faça a imobilização de modo que o aparelho atinja as duas articulações próximas à lesão Importante: Não tente colocar o osso no lugar. 2- Entorse: É a torção ou distensão brusca de uma articulação, além de seu grau normal de amplitude. 2.1 - Sinais e sintomas de entorses São similares à das fraturas e luxações. Sendo que nas entorses os ligamentos geralmente sofrem ruptura ou estiramento, provocados pelo movimento brusco. 3 – FRATURAS Ruptura total ou parcial de um osso. 3.1- Classes de fraturas Fechada (simples): A pele não foi perfurada pelas extremidades ósseas; Aberta (exposta): O osso se quebra, atravessando a pele, ou existe uma ferida associada que se estende desde o osso fraturado até a pele. 3.2- Sinais e sintomas de fraturas Deformidade: a fratura produz uma posição anormal ou angulação num local que não possui articulações. Sensibilidade: geralmente o local da fratura está muito sensível à dor; Crepitação: se a vítima se move podemos escutar um som áspero, produzido pelo atrito dasextremidades fraturadas. Não pesquisar este sinal intencionalmente, porque aumeta a dor e pode provocar lesões; Edema e alteração de coloração: quase sempre a fratura é acompanhada de um certo inchaço provocado pelo líquido entre os tecidos e as hemorragias. A alteração de cor poderá demorar várias horas para aparecer; Impotência funcional: perda total ou parcial dos movimentos das extremidades. A vítima geralmente protege o local fraturado, não pode mover-se ou o faz com dificuldade e dor intensa; Fragmentos expostos: numa fratura aberta, os fragmentos ósseos podem se projetar através da pele ou serem vistos no fundo do ferimento. IMPORTANTE: Toda a vítima com traumatismo de crânio NECESSITA de assistência médica IMEDIATA. NÃO PERCA TEMPO Razões para a imobilização provisória 44 Evitar a dor; Prevenir ou minimizar: lesões futuras de músculos, nervos e vasos sangüíneos; Manter a perfusão no membro; Auxiliar a hemostasia. Tratamento pré-hospitalar (regras gerais de imobilização): 1. Informar o que planeja fazer; 2. Expor o local. As roupas devem ser cortadas e removidas sempre que houver suspeita de fratura, entorse ou luxação; 3. Controlar hemorragias e cobrir feridas. Não empurrar fragmentos ósseos para dentro do ferimento, nem tentar removê-los. Usar curativos estéreis; 4. Observar o pulso distal, a mobilidade, a sensibilidade e a perfusão; 5. Reunir e preparar todo o material de imobilização (usar se possível, talas acolchoadas); 6. Imobilizar. Usar tensão suave para que o local fraturado possa ser colocado na tala. Movimentar o mínimo possível. Imobilizar todo o osso fraturado, uma articulação acima e abaixo. Advertir que em alguns casos, a extremidade deve ser imobilizada na posição encontrada; 7. Revisar a presença de pulso e a função nervosa. Assegurar-se que a imobilização está adequada e não restringe a circulação; 8. Prevenir ou tratar o choque. Capítulo 12 - Traumatismos 1- Traumatismo Crânio-Encefálico Fraturas de Crânio As fraturas de crânio são comuns nas vítimas de acidentes que receberam impacto na cabeça. A gravidade da lesão depende do dano provocado no cérebro. São mais freqüentes lesões cerebrais, nos traumatismos sem fratura de crânio. As fraturas poderão ser abertas ou fechadas. 1.1- Lesões encefálicas Concussão Ocorre dentro da caixa craniana, e a desaceleração do encéfalo contra suas camadas, podendo haver uma concussão encefálica. Não existe um acordo geral sobre a definição de concussão exceto que esta envolve a perda temporária de alguma ou de toda a capacidade da função encefálica. Pode não haver lesão encefálica demonstrável. O paciente que sofre uma concussão pode se tornar completamente inconsciente e incapaz de respirar em curto período de tempo, ou ficar apenas confuso. Em geral o estado de concussão é bastante curto e não deve existir quando o socorrista chegar ao local do acidente. Se o paciente não consegue se lembrar dos eventos ocorridos antes da lesão (amnésia), existe uma concussão mais grave. 45 Contusão Ocorre do meio externo conta o crânio ou tecidos. O encéfalo pode sofrer uma contusão quando qualquer objeto bate com força no crânio. A contusão indica a presença de sangramento a partir de vasos lesados. Quando existe uma contusão encefálica, o paciente pode perder a consciência. 1.2- Sinais e sintomas do trauma crânio-encefálico (TCE) Cefaléia e/ou dor no local da lesão. Náuseas e vômitos. Alterações da visão. Alteração do nível de consciência podendo chegar a inscosciência. Ferimento ou hematoma no couro cabeludo. Deformidade do crânio (depressão ou abaulamento). Pupilas desiguais (anisocoria). Sangramento observado através do nariz ou orelhas. Líquido claro (líquor) que flui pelas orelhas ou nariz. Alteração dos sinais vitais. Postura de decorticação ou descerebração. Nunca tentar remover objetos transfixados na cabeça. Não se deve conter sangramento ou impedir a saída de líquor pelo nariz ou orelhas nos traumatismos crânio-encefálicos (TCE). Poderá ocorrer aumento na pressão intracraniana ou infecção no encéfalo. 2- TRAUMATISMOS RAQUI MEDULAR (TRM) São aqueles onde ocorre o comprometimento da estrutura óssea (vértebras) e medula espinhal. Os danos causados por traumas nessas estruturas, poderão ocasionar lesões permanentes, se a região atingida for a cervical poderá comprometer a respiração, levar à paralisia ou até mesmo a morte. 3.1- Sinais e Sintomas Dor regional (pescoço, dorso, região lombar); Perda da sensibilidade tátil nos membros superiores e inferiores; Perda da capacidade de movimentação dos membros (paralisia); Sensação de formigamento nas extremidades; Deformidade em topografia da coluna; Lesões na cabeça, hematomas nos ombros, escápula ou região dorsal do paciente; Perda do controle urinário ou fecal; Dificuldade respiratória com pouco ou nenhum movimento torácico; Priapismo 3.1.1- Complicações 46 Paralisia dos músculos do tórax (respiratórios). A respiração fica sendo feita exclusivamente pelo diafragma. A lesão medular provoca dilatação dos vasos sangüíneos, podendo se instalar o choque (neurogênico). Paraplegia – tetraplegia – hemiplegia . Obs: Devem ser tratados da mesma forma: Imobilização da cervical. 4- TRAUMATISMOS NO TÓRAX 4.1- Sinais e Sintomas Dependendo da extensão, presença de lesões associadas (fratura de esterno, costelas e vértebras) e comprometimento pulmonar e/ou dos grandes vasos, o paciente poderá apresentar: Aumento da sensibilidade ou dor no local da fratura que se agrava com os movimentos respiratórios; Respiração superficial (dificuldade de respirar, apresentando movimentos respiratórios curtos); Eliminação de tosse como sangue; Cianose nos lábios, pontas dos dedos e unhas; Postura característica: o paciente fica inclinado sobre o lado da lesão, com a mão ou o braço sobre a região lesada. Imóvel; Sinais de choque (pulso rápido e PA baixa). 4.2- Fratura de Costelas 4.2.1- Sinais e Sintomas Dor na região da fratura; Dor à respiração, movimentos respiratórios curtos. Crepitação à palpação. 4.2.2- Tratamento pré-hospitalar 1. A fratura de uma só costela não deve ser imobilizada com fita adesiva. 2. Imobilizar com o braço da vítima sobre o local da lesão. 3. Usar bandagens triangulares como tipóia e outras para fixar o braço no tórax. Não use esparadrapo para imobilizar costelas fraturadas. 4.3- Tórax Instável Ocorre quando duas ou mais costelas estão quebradas em dois pontos. Provoca a respiração paradoxal. O segmento comprometido se movimenta, paradoxalmente, ao contrário do restante da caixa torácica durante a inspiração e a expiração. Enquanto o tórax 47 se expande o segmento comprometido se retrai e quando a caixa torácica se contrai o segmento se eleva. 4.3.1-Tratamento pré-hospitalar 1. Estabilize o segmento instável que se move paradoxalmente durante as respirações; 2. Use almofadas pequenas ou compressas dobradas presas com fita adesiva larga; 3. O tórax não deverá ser totalmente enfaixado; 4. Transporte o paciente deitado sobre a lesão ou na posição que mais lhe for confortável; 5. Ministre oxigênio suplementar. 4.4- Ferimentos Penetrantes São os traumas abertos de tórax, geralmente provocados por objetos que não se encontram cravados, assim como lesões provocadas por armas brancas, de fogo ou lesões ocorridas nos acidentes de trânsito, etc. Pelo ferimentoé possível perceber o ar entrando e saindo pelo orifício. 4.4.1- Tratamento pré-hospitalar 1. Tampone o local do ferimento usando a própria mão protegida por luvas no momento da expiração; 2. Faça um curativo oclusivo com plástico ou papel aluminizado (curativo de três pontas), a oclusão completa do ferimento pode provocar um pneumotórax hipertensivo grave; 3. Conduza com urgência para um hospital e ministrar O2 (ver protocolo local). 2-Classificação dos Ferimentos Tipos de Ferimentos Existem diferentes tipos de ferimentos abertos em partes moles, os mais comuns são: Abrasões ou Escoriações; Lacerantes ou Lacerações: Contusos Cortantes; Perfurantes ou Penetrantes; Capítulo 14 - Emergências Clínicas Estado crítico provocado por uma ampla variedade de doenças cuja causa não inclui violência sobre a vítima. Se uma vítima sente-se mal ou apresenta sinais vitais atípicos, assuma que esta tem uma emergência clínica. 1 - Símcope ou Lipotmia – 48 è o pré-desmaio – fase que antecede o desmaio 1.1- Sinais e sintomas Vertigens; Pele pálida e ou fria; Suor; Perfusão lenta; Hipotensão; Taquicardia 1.2- Tratamento fazer exame inicial(ou primário) observando: T. P. R. PA. AP. C. CP. Posição Trendelemburg 2- Convulsão Contração muscular brusca e involuntária é comum o paciente morder a língua, apresentar dificuldade respiratória, chegando, algumas vezes, a cianose. Após a crise o paciente permanece em estupor durante 1 minuto ou mais, ficando muito fatigada e adormecida horas depois. 2.1- CAUSAS: Intoxicação; Doenças neurológicas; Traumatismo crânio-encefálico; Hipertermia Ocorrem somente em algumas crianças menores de 5 anos, desencadeadas durante hipertermias. É rara entre 2 a 6 meses e não ocorre abaixo dos 2 meses. Baixe a temperatura com banhos ou aplicação de compressas frias e transporte para o hospital. Doenças infecciosas (meningite, tétano) Epilepsia Sinais e Sintomas de uma Crise Convulsiva: 1. Perda da consciência. A vítima poderá cair e machucar-se; 2. Rigidez do corpo, especialmente do pescoço e extremidades. Outras vezes, desenvolve um quadro de tremores de diversas amplitudes; 3. Pode ocorrer cianose ou até parada respiratória. Em algumas ocasiões, há perda do controle dos esfíncteres urinário e anal; 4. Depois das convulsões, o paciente recupera seu estado de consciência lentamente. Pode ficar confuso por um certo tempo e ter amnésia do episódio. TRATAMENTO PRÉ-HOSPITALAR DAS CONVULSÕES: Não introduzir nada na boca do paciente. 1. Posicione o paciente no piso ou em uma maca. Evite que se machuque com golpes em objetos dispostos ao seu redor. 49 2. Afrouxe bem as roupas apertadas. 3. Proteja a cabeça do paciente. 4. Monitore a respiração e administre oxigênio suplementar. 5. Depois da crise, proteja a privacidade do paciente e explique-o que deverá receber auxílio médico. 6. não segure membros inferiores ou superiores; 7. Posição lateral de segurança. 3- ABDÔMEN AGUDO: Dor abdominal súbita e intensa, desconforto abdominal relacionado a várias condições clínicas ou problemas específicos do abdômen. 3.1- Causas: Apendicite; Úlceras; Doença hepática; Obstrução intestinal; Inflamação da vesícula; Problemas ginecológicos. 3.2- Sinais e sintomas do abdome agudo: Dor abdominal; Dor retro-abdominal (nas costas); Náuseas e vômitos; Ansiedade; Pulso rápido ( taquicardia ). 3.3- Tratamento Pré-Hospitalar: 1. Não dê nada por via oral. 2. Mantenha as vias aéreas abertas e previna-se para ocorrência de vômito. 3. Previna o estado de choque. 4. Mantenha o paciente em repouso na posição em que melhor se adapte. 5. Promova suporte emocional. 4- Emergências Clínicas Cardiovasculares 4.1-Infarto Agudo do Miocárdio: Quando uma área do músculo cardíaco é privada de fluxo sanguíneo e Oxigênio por um período prolongado (geralmente, mais de 20 ou 30 minutos) e o músculo começa a morrer. 4.1.1- Sinais e Sintomas: Dor ou sensação de opressão no peito podendo irradiar-se para braços e mandíbula, com duração superior a 30 minutos; 50 Náuseas; Dificuldade respiratória; Sudorese; Fraqueza; Parada cardíaca. Se qualquer um destes sinais ou sintomas estiver presente, assuma que o paciente está sofrendo um IAM. 4.1.2- Tratamento pré-hospitalar: 1. Coloque a vítima em posição de repouso que permita uma respiração mais confortável. Muitos se sentem mais confortáveis na posição semi-sentada. 2. Administre oxigênio suplementar. 3. Afrouxe roupas apertadas. 4. Mantenha temperatura corporal (normal 36,5 a 37,0º C). 5. Monitore os sinais vitais. 6. Promova suporte emocional. 7. Transporte o paciente. Quando uma área do músculo cardíaco é parcialmente privada de suprimento sangüíneo, está ocorrendo uma ANGINA DE PEITO, onde os sinais, sintomas e tratamento pré-hospitalar são os mesmos apresentados em um IAM. A dor é produzida ou agravada pelo exercício, e aliviada pelo repouso (aproximadamente após 10 minutos) ou medicamentos. O paciente consciente de sua condição, geralmente toma medicamento para aliviar a dor. O socorrista deve orientá-lo a tomar a medicação conforme prescrição médica. 4.2- Insuficiência Cardíaca Congestiva Circulação insuficiente por falha no bombeamento do coração. Quando o coração não bombeia efetivamente, o sangue procedente dos pulmões pode acumular-se na circulação pulmonar, isto produz saída de líquidos dos vasos sangüíneos. Este líquido ocupa os alvéolos, dificultando a troca de ar. 8.2.1-Sinais e Sintomas: Respiração ofegante
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