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∆HAB = Leitura de ré - Leitura de vante Figura 12.9 - Nivelamento Geométrico - método das visadas iguais. A necessidade de o nível estar a igual distância entre as miras não implica necessariamente que o mesmo deva estar alinhado entre elas. A figura a seguir apresenta dois casos em que isto ocorre, sendo que no segundo caso, o nível não está no mesmo alinhamento das miras, porém está a igual distância entre elas. A Ré Vante B ∆h FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA Luis A. K. Veiga/Maria A. Z. Zanetti/Pedro L. Faggion 202 Figura 12.10 - Nível a igual distância entre os pontos. Neste procedimento o desnível independe da altura do nível, conforme ilustra a figura a seguir. É possível observar que ao mudar a altura do nível as leituras também se modificam, porém o desnível calculado permanece o mesmo (figura 12.11). ∆HAB = 1,100 - 0,500 = 0,600 m ∆HAB = 2,200 - 1,600 = 0,600 m Figura 12.11 - Nível em duas alturas diferentes. d d d d A Ré 1,100 2,200 Posição 01 Posição 02 FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA Luis A. K. Veiga/Maria A. Z. Zanetti/Pedro L. Faggion 203 A grande vantagem deste método é a minimização de erros causados pela curvatura terrestre, refração atmosférica e colimação do nível (figura 12.12). Cabe salientar que os dois primeiros erros (curvatura e refração) são significativos no nivelamento geométrico aplicado em Geodésia. Figura 12.12 - Erro de colimação e curvatura terrestre. Alguns conceitos importantes para o nivelamento geométrico: • Visada: leitura efetuada sobre a mira. • Lance: é a medida direta do desnível entre duas miras verticais (figura 12.13). Figura 12.13 - Lance. A Ré Vante B Visada à mira ré Visada à mira vante A B ε - erro de colimação ε ε FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA Luis A. K. Veiga/Maria A. Z. Zanetti/Pedro L. Faggion 204 • Seção: é a medida do desnível entre duas referências de nível e é obtida pela soma algébrica dos desníveis dos lances (figura 12.14). Figura 12.14 - Seção. • Linha de nivelamento: é o conjunto das seções compreendidas entres duas RN chamadas principais (figura 12.15). • Circuito de nivelamento: é a poligonal fechada constituída de várias linhas justapostas. Pontos nodais são as RN principais, às quais concorrem duas ou mais linhas de nivelamento (BRASIL, 1975). • Rede de nivelamento: é a malha formada por vários circuitos justapostos (figura 12.15). RN RN Seção FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA Luis A. K. Veiga/Maria A. Z. Zanetti/Pedro L. Faggion 205 Figura 12.15 - Rede, circuito e linha de nivelamento. O nivelamento geométrico poderá ser simples ou composto. No primeiro caso o desnível entre os pontos de interesse é determinado com apenas uma única instalação do equipamento, ou seja, um único lance (figura 12.16-a). No nivelamento geométrico composto, o desnível entre os pontos será determinado a partir de vários lances, sendo o desnível final calculado pela somatória dos desníveis de cada lance (figura 12.16- b). RN 3 FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA Luis A. K. Veiga/Maria A. Z. Zanetti/Pedro L. Faggion 206 Figura 12.16 - Nivelamento simples e composto. 12.3.3.1.1 - Procedimento de Campo Para a determinação do desnível entre dois pontos inicialmente deve-se posicionar as miras sobre os mesmos. Estas devem estar verticalizadas, sendo que para isto utilizam-se os níveis de cantoneira. Uma vez posicionadas as miras e o nível devidamente calado, são realizadas as leituras. Devem ser feitas leituras do fio nivelador (fio médio) e dos fios estadimétricos (superior e inferior). A média das leituras dos fios superior e inferior deve ser igual à leitura do fio médio, com um desvio tolerável de 0,002 m. Como visto anteriormente o método de nivelamento geométrico por visadas iguais pressupõe que as miras estejam posicionas a igual distância do nível. Na prática se aceita uma diferença de até 2m. Caso as diferenças entre a distância de ré e vante seja maior que esta tolerância, RN RN b – nivelamento composto RN RN a – nivelamento simples FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA Luis A. K. Veiga/Maria A. Z. Zanetti/Pedro L. Faggion 207 o nível deve ser reposicionado a igual distância das miras e novas leituras efetuadas. A distância do nível à mira é calculada por: Distância nível-mira = C×S Onde: S é a diferença entre a leitura do fio superior e fio inferior; C é a constante estadimétrica do equipamento, a qual consta do manual do mesmo. Normalmente este valor é igual a 100. A figura 12.17 apresenta uma mira e os fios de retículo, com as respectivas leituras efetuadas e distância calculada. Figura 12.17 - Leituras efetuadas e distância calculada. Os dados observados em campo devem ser anotados em cadernetas específicas para este fim. Um modelo de caderneta empregado é apresentado na figura 12.18. Fio Superior 1,488 m Fio Inferior 1,438 m Fio Médio 1,462 m Distância (1,488 -1,438)×100 = 5m FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA Luis A. K. Veiga/Maria A. Z. Zanetti/Pedro L. Faggion 208 Figura 12.18 - Caderneta modelo G4 de nivelamento geométrico. Esta caderneta é amplamente empregada para nivelamentos com fins geodésicos, podendo também ser utilizada para fins topográficos. A figura 12.19 apresenta a forma de preenchimento desta caderneta voltada para levantamentos topográficos. Figura 12.19 - Preenchimento da caderneta. FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA Luis A. K. Veiga/Maria A. Z. Zanetti/Pedro L. Faggion 209 12.3.3.1.2 - Exercício Foi realizado um lance de nivelamento geométrico entre os pontos A e B, cujas leituras efetuadas nas miras são mostradas abaixo. Preencher a caderneta de nivelamento e calcular o desnível entre os pontos A e B. 12.3.3.1.3 - Cuidados a Serem Tomados na Execução do Nivelamento Para o caso do nivelamento geométrico composto um cuidado adicional deve ser tomado. Quando a mira de vante do lance anterior for reposicionada para a leitura do lance seguinte (neste caso passará então a ser a mira ré), deve-se tomar o cuidado de que esta permaneça sobre o mesmo ponto, para evitar erros na determinação do desnível (figura Leituras Estadimétricas Fio Nivelador Ponto s Visad os Distância RÉ Ré Vante Distância VANTE Ré Vante Desnível Ponto A – Mira Ré Ponto B – Mira Vante FUNDAMENTOS DE TOPOGRAFIA Luis A. K. Veiga/Maria A. Z. Zanetti/Pedro L. Faggion 210 12.20). É possível empregar neste caso um equipamento denominado de sapata (figura 12.21), sobre o qual a mira é apoiada. Esta é colocada no solo e permite o giro da mira sem causar deslocamentos