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JOHN LOCKE E O INDIVIDUALISMO LIBERAL

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JOHN LOCKE E O INDIVIDUALISMO LIBERAL
CARLA CRISTINA CAMPOS RIBEIRO DE MOURA
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AS REVOLUÇÕES INGLESAS
Em 1640, a Revolução Puritana culminou com a implantação da república na Inglaterra (Cromwell), após uma sangrenta guerra civil.
Após a instauração da ditadura de Cromwell, Thomas Hobbes, publicou em 1651 “O Leviatã”, uma apologia ao Estado todo-poderoso que, monopolizando a força concentrada na comunidade, fornece a vida, a paz e a segurança dos súditos.
Com a morte de Cromwell, para evitar uma nova guerra civil, restaurou-se a monarquia, e o retorno da dinastia dos Stuart. 
A crise da restauração chegou ao auge no reinado de Jaime II, e a revolta do parlamento foi iminente, com vistas à instauração definitiva do liberalismo.
A revolução gloriosa (1688) assinalou o triunfo do liberalismo político sobre o absolutismo e, com a aprovação do Bill of Rights (Carta de Direitos) em 1689, assegurou a supremacia do parlamento e instituiu na Inglaterra uma monarquia limitada.
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OS DOIS TRATADOS SOBRE O GOVERNO CIVIL
Os dois tratados, escritos entre 1679-80, só foram publicados na Inglaterra em 1690 após a Revolução Gloriosa.
O Primeiro Tratado, é uma refutação do Patriarca, obra em que Robert Filmer defende o direito divino dos reis com base no princípio de autoridade paterna de Adão, supostamente o primeiro pai e primeiro rei, deixará para sua descendência. Assim, os monarcas modernos eram descendentes da linhagem de Adão, e herdeiros legítimos dessa autoridade.
O Segundo Tratado, importante marco do pensamento político, é um ensaio sobre a origem, a extensão e o objetivo da sociedade civil. Nele é sustentada a tese de que nem a tradição nem a força, mas apenas o consentimento expresso dos governados é a única fonte do poder político legítimo.
O segundo tratado inspirou e exerceu enorme influência sobre as revoluções liberais da época moderna, sendo a primeira e mais completa formulação do Estado Liberal.
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O ESTADO DE NATUREZA
Juntamente com Hobbes e Rousseau, Locke é um dos principais representantes do jusnaturalismo ou teoria dos direitos naturais. Locke parte do estado de natureza que, pela mediação do contrato social, realiza a passagem para o estado civil. Existe, contudo, uma diferença na forma como Locke concebe especificamente cada um dos termos do trinômio estado natural/contrato social/estado civil. 
Na sua concepção individualista, os homens viviam originalmente num estágio pré-social e pré-político, caracterizado pela mais perfeita liberdade e igualdade, denominado estado de natureza. Este estado diferia do estado de guerra hobbesiano, baseado na insegurança e na violência, por ser um estado de relativa paz, concórdia e harmonia. Nesse estado pacífico, os homens já eram dotados de razão e desfrutavam da propriedade que, numa primeira acepção genérica utilizada por Locke, designava simultaneamente a vida, a liberdade e os bens como direitos naturais do homem. 
O estado pacífico de natureza, não está isento de inconvenientes, como a violação da propriedade que, na falta de lei estabelecida, de juiz imparcial e de força coercitiva para impor a execução das sentenças, coloca os indivíduos singulares em estado de guerra. É a necessidade de superar esses inconvenientes que, segundo Locke, leva os homens a se unirem e deliberadamente estabelecerem entre si o contrato social, que realiza a passagem do estado de natureza para a sociedade política ou civil, com o objetivo de preservar a propriedade e proteger a comunidade dos perigos e invasões. 
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A TEORIA DA PROPRIEDADE
Em uma primeira acepção genérica, Locke designava a propriedade como sendo simultaneamente a vida, a liberdade e os bens (direitos naturais do ser humano). Numa segunda acepção, em sentido mais estrito, significa especificamente a posse dos bens móveis e imóveis.
Para Locke, a propriedade já existe no Estado de Natureza, sendo, portanto, um direito natural do indivíduo, que não poderia ser violado pelo Estado. O homem era naturalmente livre e proprietário de sua pessoa e de seu trabalho, que modificava a terra em seu estado bruto, e a transformava em propriedade. O trabalho era, então, o fundamento originário da propriedade. Depois, o uso da moeda determinou a passagem da propriedade limitada, baseada no trabalho, para a ilimitada, baseada na acumulação, possibilitada pelo advento do dinheiro.
Os direitos naturais inalienáveis do indivíduo à vida, à liberdade e à propriedade constituem para Locke o núcleo principal do estado civil (sendo por isso ele considerado o pai do individualismo liberal). 
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O CONTRATO SOCIAL
O Estado de Natureza, relativamente pacífico, não está isento de inconvenientes, como a violação da propriedade, que na falta de lei específica, de juiz imparcial e de força coercitiva para impor a execução das sentenças, coloca os indivíduos em guerra. 
A necessidade de superar esses inconvenientes, segundo Locke, leva os homens a estabelecerem livremente entre si o contrato social, que realiza a passagem estado de natureza – sociedade política ou civil.
O contrato social de Locke em nada se assemelha ao de Hobbes. 
Em Hobbes, os homens formam entre si um pacto de submissão pelo qual transferem a um terceiro a força coercitiva da comunidade, abrindo mão da liberdade pela segurança do Estado. 
Já para Locke, o contrato social é um pacto de consentimento em que os homens concordam livremente em formar a sociedade civil para preservar e consolidar os direitos que originalmente possuíam no estado de natureza, que estariam mais amparados no estado civil.
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A SOCIEDADE POLÍTICA OU CIVIL
A necessidade de proteger a propriedade leva os homens pelo contrato social a realizarem a passagem para a sociedade civil ou política (Locke não as distingue), constituindo o Estado. 
Este seria formado por um corpo político único, dotado de legislação, de judicatura e da força concentrada na comunidade, a partir do consentimento unânime dos indivíduos. 
Seu objetivo principal é a preservação da propriedade, dos direitos naturais do homem à vida, a liberdade e aos bens, e a proteção da comunidade tanto dos perigos internos quanto das invasões estrangeiras.
“Todo governo não possui outra finalidade senão a conservação da propriedade”
Após estabelecido o Estado civil, a comunidade escolhe a forma de governo. Nessa escolha, a unanimidade do contrato originário cede lugar ao princípio da maioria (decisão majoritária). Por conseguinte, cabe à maioria escolher o poder legislativo, conferindo-lhe superioridade sobre os demais poderes (poder supremo).
Ao legislativo, se subordinam o executivo (príncipe) e o federativo (relações exteriores).
Em suma, o livre consentimento dos indivíduos para o estabelecimento da sociedade, o livre consentimento da comunidade para a formação do governo, a proteção dos direitos de propriedade pelo governo, o controle do executivo pelo legislativo e o controle do governo pela sociedade são, para Locke, os principais fundamentos do Estado Civil.
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O DIREITO DE RESISTÊNCIA
Nas relações entre governo e sociedade, quando o executivo ou o legislativo violam a lei estabelecida e atentam contra a propriedade, o governo deixa de cumprir o fim a que fora destinado, tornando-se ilegal e degenerando-se em tirania (o exercício do poder para além do direito, preterindo o interesse público a despeito de interesses privados).
A doutrina da legitimidade da resistência ao exercício ilegal do poder reconhece ao povo o direito de recorrer à força para a deposição do governo ilegítimo (tirânico ou opressivo por uma nação estrangeira).
Essa doutrina, revitalizada por Locke, foi a fonte inspiradora para as revoluções liberais que ocorreram posteriormente na Europa (França) e na América (EUA).
CONCLUSÃO
Os direitos naturais inalienáveis do indivíduo à vida, liberdade, e propriedade constituem para Locke o fundamento do estado civil → Individualismo Liberal.

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