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1 CIÊNCIA DOS MATERIAIS Prof. Hairton hairtonsousa@hotmail.com PROCESSAMENTO TÉRMICO DE LIGAS METÁLICAS PROCESSAMENTO TÉRMICO • RECOZIMENTO – Refere-se a um tratamento térmico no qual um material é exposto a uma temperatura elevada por um período de tempo longo e a seguir é lentamente resfriado até a temperatura ambiente. – O recozimento é realizado para: • (1) alivia tensões; • (2) aumenta a maciez, ductilidade e tenacidade; • (3) produz uma microestrutura específica. – Uma variedade de tratamentos térmicos de recozimento são possíveis. – Eles são caracterizados pelas mudanças que são induzidas, que muitas vezes são microestruturais e são responsáveis pela alteração das propriedades mecânicas. PROCESSAMENTO TÉRMICO • RECOZIMENTO – Qualquer processo de recozimento consiste de 3 estágios: (1) aquecimento até à desejada temperatura. (2) manutenção ou "encharcamento" à temperatura. (3) resfriamento, usualmente até à temperatura ambiente. – Tempo é um parâmetro importante nestes procedimentos. Durante o aquecimento e resfriamento, existem gradientes de temperatura entre as porções do lado de fora e o lado de dentro da peça. – Suas magnitudes dependem do tamanho e da geometria da peça. Se a taxa de mudança da temperatura é demasiado grande, podem ser induzidos gradientes de temperatura e tensões internas que podem conduzir ao empeno ou mesmo trincamento. PROCESSAMENTO TÉRMICO • RECOZIMENTO – O processo de recozimento é um tratamento térmico que é usado para eliminar os efeitos do trabalho a frio, isto é, para amolecer e aumentar a ductilidade de um metal anteri- ormente endurecido por deformação. – Ele é comumente utilizado durante os procedimentos de fabricação que requerem extensiva deformação plástica, a fim de permitir uma continuação da deformação sem fratura ou excessivo consumo de energia. – É desejada uma microestrutura de grãos finos e, portanto, o tratamento térmico é terminado antes que ocorra um apreciável crescimento de grão. – A oxidação superficial ou a formação de carepa pode ser evitada ou minimizada mediante o recozimento em temperatura relativamente baixa (mas acima da temperatura de recristalização), ou numa atmosfera não-oxidante. PROCESSAMENTO TÉRMICO • ENDURECIMENTO POR PRECIPITAÇÃO – TRAMENTO TERMICO DE SOLUBILIZAÇÃO – TRATAMENTO TERMICO DE PRECIPITAÇÃO PROCESSAMENTO TÉRMICO • TÊMPERA – A dureza de um aço pode ser aumentada aquecendo-o e então mergulhando o metal em uma solução líquida que rapidamente o resfrie. – O resfriamento rápido, conhecido como têmpera, pode formar microestruturas tais como a bainita ou a martensita, que distorcem a rede cristalina do aço e aumentam sua dureza e sua resistência mecânica. – As soluções de têmpera usadas nesse processo são classificadas de acordo com a velocidade com que resfriam o metal, isto é, ao ar (pouco eficaz), óleo (rápido), água (mais rápido). LIGAS METÁLICAS LIGAS METÁLICAS • INTRODUÇÃO – Ligas metálicas, em virtude de sua composição, são frequentemente agrupadas em 2 classes: ferrosas e não- ferrosas. • Ligas ferrosas, aquelas nas quais o ferro é o principal constituinte, incluem aços e ferros fundidos. • Ligas não-ferrosas são todas aquelas ligas que não tem como base o ferro. LIGAS METÁLICAS • LIGAS FERROSAS • São produzidas em maiores quantidades do que qualquer outra liga de metal. • Seu amplo uso é devido 3 fatores: • (1) compostos contendo ferro existem em quantidades abundantes na crosta terrestre; • (2) ferro metálico e aços podem ser produzidos usando técnicas relativamente econômicas de extração, de refino, de adição de elementos de liga e de fabricação; • (3) ligas ferrosas são extremamente versáteis, no sentido de que elas podem ser elaboradas sob medida para ter uma larga faixa de propriedades mecânicas e físicas. • A principal desvantagem de muitas ligas ferrosas é sua susceptibilidade à corrosão. LIGAS METÁLICAS • LIGAS FERROSAS - AÇOS • Aços são ligas ferro-carbono que podem conter apreciáveis concentrações de outros elementos de liga. • Alguns dos aços mais comuns são classificados de acordo com a concentração de carbono, isto é, os tipos com baixo, médio e alto teor de carbono. – Aços-carbono comuns contém apenas concentrações residuais de impurezas outras que não o carbono. • Também existem sub-classes dentro de cada grupo de acordo com a concentração de outros elementos de liga. – Para aços-liga, elementos de liga são intencionalmente adicionados em concentrações específicas. LIGAS METÁLICAS • LIGAS FERROSAS - AÇOS • CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS CARBONO DE ACORDO COM A CONCENTRAÇÃO DE ELEMENTOS DE LIGA – As classificações mais comuns para os aços são: • aços carbono; • aços de baixa liga; • aços média liga; • aços de alta liga. LIGAS METÁLICAS A. LIGAS FERROSAS – AÇOS CARBONO – O aço é basicamente uma liga de ferro e carbono, alcançando seus níveis de resistência e de dureza principalmente através da adição de carbono. – Os aços carbono são classificados quanto à composição química em quatro grupos, dependendo de seus níveis de carbono. • baixo carbono - até 0,14% carbono; • aço doce - de 0,15% até 0,29% carbono; • aço de médio carbono - de 0,30% até 0,59% carbono; • aço de alto carbono - de 0,60% até 2,00% carbono. LIGAS METÁLICAS B. LIGAS FERROSAS – AÇOS DE BAIXA LIGA • Contêm pequenas quantidades de elementos de liga que produzem consideráveis melhorias em suas propriedades. • São geralmente definidos como aqueles que possuem teor total de liga de 1,5% a 5,0%. • Os elementos de liga são adicionados para melhorar a resistência mecânica e a tenacidade, para diminuir ou aumentar a resposta ao tratamento térmico e para retardar os processos de formação de carepa e corrosão. • Os mais comuns são o manganês, silício, cromo, níquel, molibdênio e vanádio. Aços de baixa liga podem conter quatro ou cinco desses elementos de liga em diversos teores. LIGAS METÁLICAS B. LIGAS FERROSAS – AÇOS DE BAIXA LIGA • Possuem maior limite de escoamento e de resistência que aços doces ou aços carbono estruturais. • Apresentam altas razões resistência-peso => é possível reduzir o peso de carros, caminhões, equipamentos pesados, etc. com o uso de aços de baixa liga. LIGAS METÁLICAS B. LIGAS FERROSAS – AÇOS DE BAIXA LIGA • Aços carbono comuns, que apresentam fragilidade a baixas temperaturas, não são confiáveis em aplicações críticas. Por isso, aços de baixa liga com adição de níquel são freqüentemente empregados em situações de baixa temperatura. • Os aços perdem muito de sua resistência a altas temperaturas. Para evitar essa situação, são adicionadas pequenas quantidades de cromo ou de molibdênio. LIGAS METÁLICAS C. LIGAS FERROSAS – AÇOS DE MÉDIA LIGA • Aços de média liga são definidos como aqueles que possuem teor de elementos de liga entre 5% e 10%. • Apresentam características semelhantes às dos aços de baixa liga, requerendo, porém, maiores cuidados em sua fabricação e soldagem. LIGAS METÁLICAS D. LIGAS FERROSAS – AÇOS DE ALTA LIGA • Esse grupo de aços, caros e para uso específico, contêm teor de elementos de liga ultrapassando 10%, resultando em propriedades químicas e mecânicas excepcionais. • Aços austeníticos ao manganês contêm altos teores de carbono e manganês, quedão dois excepcionais atributos, a capacidade de endurecer sob trabalho a frio e grande tenacidade. • Aços inoxidáveis são aços de alta liga que possuem a capacidade de resistir à corrosão. Essa característica provém do alto teor de cromo, normalmente acima de 10%. LIGAS METÁLICAS D. LIGAS FERROSAS – AÇOS DE ALTA LIGA • O níquel também é empregado em quantidades consideráveis em alguns aços inoxidáveis. • Aços ferramenta são empregados em atividades de corte e conformação. São aços de alta qualidade usados na fabricação de ferramentas, punções, matrizes de conformação, matrizes de extrusão, forjados, e assim por diante. LIGAS METÁLICAS • LIGAS FERROSAS • CLASSIFICAÇÃO DOS AÇOS CARBONO DE ACORDO COM A CONCENTRAÇÃO DE CARBONO – As classificações mais comuns para os aços são: • aços baixo-carbono. • aços médio-carbono. • aços alto-carbono. LIGAS METÁLICAS A. LIGAS FERROSAS – AÇOS BAIXO-CARBONO • São os que são produzidos em maior quantidade. • Contem geralmente menos que ≈ 0,25%p C. • Um aumento na resistência do material é obtido através de trabalho a frio. • Microestruturas consistem dos constituintes ferrita e perlita. Como consequência, estas ligas são relativamente macias e fracas, mas têm destacadas ductilidade e tenacidade. • Além disso, são usináveis, soldáveis e, dentre todos os tipos de aço, são os mais baratos a serem produzidos. • Aplicações: carcaças de automóveis, formas estruturais (vigas, etc.) LIGAS METÁLICAS B. LIGAS FERROSAS – AÇOS MÉDIO-CARBONO • Tem concentrações de carbono entre cerca de 0,25 e 0,60%C em peso. • Estas ligas podem ser tratadas termicamente por austenitização, têmpera e, a seguir, revenimento para melhorar suas propriedades mecânicas. • Eles são muitas vezes utilizados na condição revenida, tendo microestruturas de martensita revenida. • Os aços-carbono de médio-carbono têm baixas temperabilidades e só podem ser tratadas termicamente com sucesso com grandes taxas de resfriamento. LIGAS METÁLICAS B. LIGAS FERROSAS – AÇOS MÉDIO-CARBONO • Adição de cromo, níquel e molibdênio melhora a capacidade destas ligas de serem tratadas termicamente, dando origem a uma variedade de combinações de resistência mecânica-ductilidade. • Estas ligas tratadas termicamente são mais fortes do que os aços de baixo-carbono, porém, mediante um sacrifício da ductilidade e da tenacidade. • Aplicações incluem rodas de trens, trilhos de ferrovia, engrenagens, virabrequins e outras partes de máquinas e componentes estruturais de alta resistência mecânica requerendo uma combinação de alta resistência mecânica, resistência à abrasão e tenacidade. LIGAS METÁLICAS C. LIGAS FERROSAS – AÇOS ALTO-CARBONO • Normalmente tem teores de carbono entre 0,60 e 1,4%C. • São os mais duros, os mais fortes e ainda os menos dúcteis entre os aços-carbono. • Eles são quase sempre usados numa condição temperada e revenida e, como tal, são especialmente resistentes à abrasão e capazes de manter uma aresta cortante pontiaguda. LIGAS METÁLICAS C. LIGAS FERROSAS – AÇOS ALTO-CARBONO • Os aços para ferramentas e matrizes são aços alto-carbono, usualmente contendo cromo, vanádio, tungstênio e molibdênio. Estes elementos de liga se combinam com o carbono para formar compostos de carbeto (ou carboneto) que são muito duros e muito resistentes ao desgaste (por exemplo, Cr23C6 , V4C3 e WC). • São utilizados na fabricação de ferramentas de corte tais como facas, navalhas, lâminas de serra, etc. LIGAS METÁLICAS • LIGAS FERROSAS – AÇOS INOXIDÁVEIS • Os aços inoxidáveis são altamente resistentes à corrosão (enferrujamento). • Seu elemento de liga predominante é o cromo; uma concentração de pelo menos 10%Cr em peso é requerida. • A resistência à corrosão pode também ser melhorada por adições de níquel e de molibdênio. • Aços inoxidáveis são divididos em 3 classes com base na predominante fase constituinte da microestrutura - martensítico, ferrítico e austenítico. • Uma larga faixa de propriedades mecânicas combinadas com excelente resistência à corrosão torna os aços inoxidáveis muito versáteis em sua aplicabilidade. LIGAS METÁLICAS • LIGAS FERROSAS – AÇOS INOXIDÁVEIS • Aços inoxidáveis martensíticos são capazes de ser termi- camente tratados de uma tal maneira que a martensita é o micro constituinte principal. • Adições de elementos de liga em significativas concentra- ções causa alteração acentuada no diagrama de fase ferro- carboneto de ferro. • Para aços inoxidáveis austeníticos, o campo da fase aus- tenita (ou gama) é estendido até à temperatura ambiente. • Aços inoxidáveis ferríticos são compostos da fase ferrita- alfa (CCC). LIGAS METÁLICAS • LIGAS FERROSAS – AÇOS INOXIDÁVEIS • Os aços inoxidáveis austeníticos são os mais resistentes à corrosão por causa dos altos teores de cromo e também das adições de níquel; e eles são produzidos nas maiores quantidades. • Tanto os aços inoxidáveis martensíticos quanto os aços inoxidáveis ferríticos são magnéticos; o aço inoxidável austenítico não é magnético. LIGAS METÁLICAS • LIGAS FERROSAS – AÇOS INOXIDÁVEIS • Alguns aços inoxidáveis são frequentemente usados a elevadas temperaturas e em ambientes severos porque eles resistem à oxidação e mantém sua integridade mecânica sob tais condições. • Equipamento empregando estes aços incluem turbinas a gás, caldeiras de vapor de alta temperatura, fornos de tratamento térmico, aeronave. LIGAS METÁLICAS • LIGAS FERROSAS – FERROS FUNDIDOS • São uma classe de ligas ferrosas com teores de carbono acima de 2,1% em peso. • Na prática, entretanto, muitos e muitos ferros fundidos contém entre 3,0 e 4,5% C em peso e, em adição, outros elementos de liga. • Analisando o diagrama Fe-C vemos que ligas dentro desta faixa de composição se tornam completamente líquidas em temperaturas entre aproximadamente 1150 e 1300°C, que é consideravelmente inferior àquela de fusão dos aços. • Assim eles podem ser facilmente fundidos e são susceptíveis à fundição. Além disso, alguns ferros fundidos são frágeis e fundição é a técnica de fabricação mais conveniente. LIGAS METÁLICAS • LIGAS FERROSAS – FERROS FUNDIDOS • Cementita (Fe3C) , sob algumas circunstâncias pode dissociar-se ou decompor-se para formar ferrita-alfa e grafita, de acordo com a reação: • Assim o diagrama de equilíbrio verdadeiro para ferro e carbono não é aquele que já foi mostrado, mas sim de preferência aquele mostrado no próximo slide. LIGAS METÁLICAS • LIGAS FERROSAS – FERROS FUNDIDOS • Os 2 diagramas são virtualmente idênticos no lado rico em ferro (por exemplo, temperaturas eutética e eutetóide para o sistema Fe-Fe3C são 1148 e 727 oC, respectivamente, que se comparam com 1154 e 738oC para o sistema Fe-C);. • Entretanto, o sistema Fe-C estende-se até 100% de C em peso de maneira que grafita é a fase rica em carbono, em vez de cementita aos 6,7% de C em peso (diagrama anterior). LIGAS METÁLICAS • LIGAS FERROSAS – FERROS FUNDIDOS LIGAS METÁLICAS • LIGAS FERROSAS – FERROS FUNDIDOS LIGAS METÁLICAS • LIGAS FERROSAS – FERROS FUNDIDOS • Esta tendência para formar grafita é regulada pela composição e taxa de resfriamento. • A formação de grafita é promovida pela presença de silício em concentrações maiores do que cerca de 1% em peso. • Também, menores taxas de resfriamento durante a solidificaçãofavorecem a grafitização (a formação de grafita). LIGAS METÁLICAS • LIGAS FERROSAS – FERROS FUNDIDOS • Para a maioria dos ferros-fundidos, o carbono existe como grafita. • Os tipos mais comuns de ferros fundidos são: ferro fundido cinzento, ferro fundido nodular, ferro fundido branco e ferro fundido maleável. LIGAS METÁLICAS A. LIGAS FERROSAS – FERRO FUNDIDO CINZENTO • Os teores de carbono e de silício de ferros fundidos cinzentos variam entre 2,5 e 4,0% em peso e entre 1,0 e 3,0% em peso, respectivamente. • Para a maioria destes ferros fundidos, a grafita existe na forma de flocos, que são normalmente circundados por uma matriz de ferrita-alfa ou de perlita. LIGAS METÁLICAS A. LIGAS FERROSAS – FERRO FUNDIDO CINZENTO • Por causa destes flocos de grafita, uma superfície fraturada toma uma aparência cinza, donde o seu nome. • Mecanicamente, o ferro fundido cinzento é frágil em tração como consequência da sua microestrutura; as pontas dos flocos de grafita são pontiagudas e podem servir como pontos de concentração de tensão quando uma tensão externa de tração for aplicada. LIGAS METÁLICAS A. LIGAS FERROSAS – FERRO FUNDIDO CINZENTO • Ferros fundidos cinzentos têm algumas características desejáveis e, de fato, são utilizados extensivamente. • Eles são muito eficientes no amortecimento de energia vibracional. • Estruturas basais para máquinas e equipamentos pesados que são expostos a vibrações são frequentemente construídos deste material. • São os mais baratos dos materiais metálicos. LIGAS METÁLICAS B. LIGAS FERROSAS – FERRO FUNDIDO NODULAR OU DÚCTIL • A adição uma pequena quantidade de magnésio e/ou cério no ferro fundido cinzento antes da fundição produz uma microestrutura diferente e com conjunto distinto de propriedades mecânicas. • A grafita ainda se forma, mas como nódulos ou partículas do tipo esfera em vez de flocos. • A liga resultante é chamada ferro fundido nodular ou ferro fundido dúctil. LIGAS METÁLICAS B. LIGAS FERROSAS – FERRO FUNDIDO NODULAR OU DÚCTIL • A fase matriz que circunda estas partículas é de perlita ou de ferrita, dependendo do tratamento térmico. Ela é normalmente uma perlita para uma peça no estado bruto de fundição. • As peças fundidas são mais fortes e muito mais dúcteis do que no caso de ferros fundidos cinzentos. LIGAS METÁLICAS B. LIGAS FERROSAS – FERRO FUNDIDO NODULAR OU DÚCTIL • Ferro fundido dúctil tem características mecânicas que se aproximam daquelas do aço. Por exemplo, ferro fundido dúctil ferrítico tem resistência à tração variando entre 55000 e 70000 psi (380 e 480 MPa) e ductilidades (como porcentagem de elongação) de 10 a 20%. • Aplicações típicas deste material incluem válvulas, corpos da bomba, virabrequins, engrenagens e outros componentes automotivos e de máquinas. LIGAS METÁLICAS a) Ferro fundido cinzento. b) Ferro fundido nodular ou dúctil. LIGAS METÁLICAS B. LIGAS FERROSAS – FERRO FUNDIDO BRANCO • Para ferros fundidos de baixo teor de silício (contendo menos do que 1,0% de Si em peso) e altas taxas de resfriamento, a maioria do carbono existe como cementita em vez de grafita. • Uma superfície de fratura desta liga tem uma aparência branca e assim é denominado ferro fundido branco. LIGAS METÁLICAS B. LIGAS FERROSAS – FERRO FUNDIDO BRANCO • Como uma consequência de grandes quantidades da fase cementita, o ferro fundido branco é extremamente duro mas também muito frágil, ao ponto de ser virtualmente não- usinável. • Seu uso está limitado a aplicações que necessitam uma superfície muito dura e resistente ao desgaste e sem um alto grau de ductilidade - por exemplo, como rolos em moinho de rolos. LIGAS METÁLICAS B. LIGAS FERROSAS – FERRO FUNDIDO MALEÁVEL • Ferro fundido branco é usado como um intermediário na produção de um outro ferro fundido, o ferro fundido maleável. • O aquecimento de ferro fundido branco até temperaturas entre 800 e 900°C durante um prolongado período de tempo à temperatura do tratamento e numa atmosfera neutra (para prevenir a oxidação) causa a decomposição da cementita, formando grafita que existe na forma de cachos ou rosetas circundadas por uma matriz de ferrita ou de perlita. LIGAS METÁLICAS B. LIGAS FERROSAS – FERRO FUNDIDO MALEÁVEL • Aplicações representativas incluem hastes de conexão, engrenagens de transmissão e caixa diferencial para industria automotiva e também flanges, conexões de tubos e partes de válvulas para linha férrea, marinha e outros serviços pesados. LIGAS METÁLICAS B. LIGAS FERROSAS – FERRO FUNDIDO MALEÁVEL LIGAS METÁLICAS • INFLUÊNCIA DOS ELEMENTOS DE LIGA • Ligar é o processo de adicionar um metal ou um não metal aos metais puros tais como cobre, alumínio ou ferro. • Desde o tempo em que se descobriu que as propriedades dos metais puros poderiam ser melhoradas adicionando-se outros elementos, os aços ligados tornaram-se mais conhecidos. • As propriedades mais importantes que podem ser melhoradas pela adição de pequenas quantidades de elementos de liga são a dureza, a resistência mecânica, a ductilidade e a resistência à corrosão. • Os elementos de liga mais comuns e seus efeitos nas propriedades dos aços são os seguintes: LIGAS METÁLICAS • Carbono (C) • O carbono é o elemento mais eficaz, mais empregado e de menor custo disponível para aumentar a dureza e a resistência dos aços. • Uma liga contendo até 2,0% de carbono em combinação com o ferro é denominada aço, enquanto que a combinação com teor de carbono acima de 2,0% é conhecida como ferro fundido. • Embora o carbono seja um elemento de liga desejável, teores altos desse elemento podem causar problemas; por isso, é necessário um cuidado especial quando se soldam aços de alto teor de carbono e ferro fundido. LIGAS METÁLICAS • Enxofre (S) • O enxofre é normalmente um elemento indesejável no aço porque causa fragilidade. • Pode ser deliberadamente adicionado para melhorar a usinabilidade do aço. • O enxofre causa a quebra dos cavacos antes que eles se enrolem em longas fitas e obstruam a máquina. • Normalmente todo esforço é feito para reduzir o teor de enxofre para o menor nível possível porque ele pode criar dificuldades durante a soldagem. LIGAS METÁLICAS • Manganês (Mn) • O manganês em teores até 1,0% está normalmente presente em todos os aços de baixa liga como agente desoxidante (oxigênio) ou dessulfurante (enxofre). • Isso significa que ele prontamente se combina com o oxigênio e o enxofre para neutralizar o efeito indesejável que esses elementos possuem quando estão em seu estado natural. • O manganês também aumenta a resistência à tração e a temperabilidade dos aços. LIGAS METÁLICAS • Cromo (Cr) • O cromo, combinado com o carbono, é um poderoso elemento de liga que aumenta a dureza dos aços. • Adicionalmente as suas propriedades de endurecimento, o cromo aumenta a resistência à corrosão e a resistência do aço a altas temperaturas. • É o principal elemento de liga dos aços inoxidáveis. LIGAS METÁLICAS • Niquel (Ni) • A principal propriedade do aço que é melhorada pela presença do níquel é sua ductilidade ou sua tenacidade ao entalhe. • A esse respeito é o mais eficaz dos elementos de liga para melhorar a resistência ao impacto do aço a baixas temperaturas. • Consumíveiscom alto teor de níquel são empregados para soldar os diversos tipos de ferro fundido. • É também utilizado combinado com o cromo para dar origem ao grupo denominado aços inoxidáveis austeníticos. LIGAS METÁLICAS • Molibidênio (Mo) • O molibdênio aumenta fortemente a profundidade de têmpera característica do aço. • É muito usado em combinação com o cromo para aumentar a resistência do aço a altas temperaturas. • Esse grupo de aços é referido como aços ao cromo- molibdênio. LIGAS METÁLICAS • Silício (Si) • A função mais comum do silício nos aços é como agente desoxidante. • Normalmente aumenta a resistência dos aços, mas quantidades excessivas podem reduzir a ductilidade. • Em consumíveis de soldagem é algumas vezes adicionado para aumentar a fluidez do metal de solda. LIGAS METÁLICAS • Fósforo (P) • O fósforo é considerado um elemento residual nocivo nos aços porque reduz fortemente sua ductilidade e tenacidade. • Normalmente todo esforço é feito para reduzir o teor de fósforo para os menores níveis possíveis. • Entretanto, em alguns aços o fósforo é adicionado em quantidades muito pequenas para aumentar sua resistência. LIGAS METÁLICAS • Alumínio (Al) • O alumínio é basicamente empregado como um agente desoxidante dos aços. • Ele pode também ser adicionado em quantidades muito pequenas para controlar o tamanho dos grãos. LIGAS METÁLICAS • Cobre (Cu) • O cobre contribui fortemente para aumentar a resistência à corrosão dos aços carbono pelo retardamento da formação de carepa à temperatura ambiente, porém altos teores de cobre podem causar problemas durante a soldagem. LIGAS METÁLICAS • Nióbio (Nb) • O nióbio é empregado em aços inoxidáveis austeníticos como estabilizador de carbonetos. • Já que o carbono nos aços inoxidáveis diminui a resistência à corrosão, um dos modos de torná-lo ineficaz é a adição de nióbio, que possui maior afinidade pelo carbono que o cromo, deixando este livre para a proteção contra a corrosão. LIGAS METÁLICAS • Tungstênio (W) • O tungstênio é usado nos aços para dar resistência a altas temperaturas. • Ele também forma carbonetos que são extremamente duros e portanto possuem excepcional resistência à abrasão. LIGAS METÁLICAS • Vanádio (V) • O vanádio mantém o tamanho de grão pequeno após tratamento térmico. • Ele também ajuda a aumentar a profundidade de têmpera e resiste ao amolecimento dos aços durante os tratamentos térmicos de revenimento. LIGAS METÁLICAS • Nitrogênio (N) • Usualmente é feito todo esforço para eliminar o hidrogênio, o oxigênio e o nitrogênio dos aços porque sua presença causa fragilidade. • O nitrogênio tem a capacidade de formar estruturas austeníticas; por isso, é ocasionalmente adicionado aos aços inoxidáveis austeníticos para reduzir a quantidade de níquel necessária e, portanto, os custos de produção desses aços. LIGAS METÁLICAS • LIGAS NÃO-FERROSAS • Aço e outras ligas ferrosas são consumidas em grandes quantidades porque: – Possuem uma larga faixa de propriedades mecânicas; – Podem ser fabricadas com facilidade; – São economicamente produzidas. • Entretanto, elas têm algumas distintivas limitações, principalmente: – Uma relativamente alta densidade; – Uma comparativamente baixa condutividade elétrica; – Uma inerente susceptibilidade à corrosão em alguns ambientes comuns. LIGAS METÁLICAS • LIGAS NÃO-FERROSAS • Para muitas aplicações, é vantajoso ou mesmo necessário o uso de outras ligas tendo uma mais apropriada combinação de propriedades. • Sistemas de ligas são classificados quer de acordo com o metal de base quer de acordo com alguma característica específica que um grupo de ligas compartilham. • A tratabilidade térmica de um sistema de liga é frequentemente mencionada. • "Tratável termicamente" designa uma liga cuja resistência mecânica é melhorada por endurecimento por precipitação ou por uma transformação martensítica (normalmente a primeira), ambas as quais envolvem procedimentos específicos de tratamento térmico. LIGAS METÁLICAS A. COBRE E SUAS LIGAS • Cobre e ligas à base de cobre, possuindo uma desejável combinação de propriedades físicas, têm sido utilizadas numa numerosa variedade de aplicações. • Um cobre não ligado é tão macio e dúctil que é difícil de usinar; também, ele tem uma quase ilimitada capacidade de ser trabalhado a frio. • É altamente resistente à corrosão em diversos ambientes incluindo o ambiente atmosférico, água do mar e alguns produtos químicos industriais. As propriedades mecânicas e de resistência à corrosão do cobre pode ser melhoradas por elementos de liga. LIGAS METÁLICAS A. COBRE E SUAS LIGAS • LATÃO: – As mais comuns ligas de cobre são os latões para os quais zinco, como uma impureza substitucional, é o elemento de liga predominante. – Alguns dos latões comuns são latões amarelhos, navais e de cartucho, metal de "muntz" e metal de douração. – Alguns dos usos comuns para ligas de latão incluem jóias de vestuário, caixas de cartucho, radiadores de automóvel, instrumentos musicais e moedas. LIGAS METÁLICAS A. COBRE E SUAS LIGAS • BRONZE – Os bronzes são ligas de cobre e vários outros elementos, incluindo estanho, alumínio, silício e níquel. – Estas ligas são algo mais fortes do que os latões, elas ainda têm um alto grau de resistência à corrosão. – Geralmente elas são utilizadas quando, em adição à resistência à corrosão, boas propriedades de tração são requeridas. LIGAS METÁLICAS B. ALUMÍNIO E SUAS LIGAS • Alumínio e suas ligas são caracterizadas por uma baixa densidade (2,7 g/cm3 quando comparada com 7,9 g/cm3 para o aço), altas condutividades elétrica e térmica e uma resistência à corrosão em alguns ambientes, incluindo o ambiente atmosférico. • Muitas destas ligas são facilmente conformadas em virtude da alta ductilidade; isto é evidenciado pela fina folha da lâmina de alumínio em que o material relativamente puro pode ser laminado. • A limitação principal do alumínio é a sua baixa temperatura de fusão [660oC (1220oF), que restringe a temperatura máxima na qual ele pode ser usado. LIGAS METÁLICAS B. ALUMÍNIO E SUAS LIGAS • A resistência mecânica do alumínio pode ser melhorada por trabalho a frio e por adição de elemento de liga; entretanto, ambos os processos tendem a diminuir sua resistência à corrosão. • Os principais elementos de liga incluem cobre, magnésio, silício, manganês e zinco. • Geralmente, ligas de alumínio são classificadas ou como liga fundida ou como liga trabalhada mecanicamente. LIGAS METÁLICAS C. MAGNÉSIO E SUAS LIGAS • Talvez a característica mais destacada do magnésio seja a sua densidade, 1,7 g/cm3, que é a mais baixa de todos os metais estruturais; portanto, suas ligas são usadas onde peso leve é uma importante consideração (por exemplo, em componentes de aeronave). • Magnésio tem uma estrutura cristalina HC, é relativamente macio e tem um baixo módulo elástico: 6,5 x 106 psi (45 x 103 Mpa). • Consequentemente, a maioria das fabricações é feita por fundição ou por trabalho a quente a temperaturas entre 200 e 350°C (400 a 650°F). • Magnésio, tal como alumínio, tem uma baixa temperatura de fusão [651°C (1204°F)]. LIGAS METÁLICAS D. TITÂNIO E SUAS LIGAS • Titânio e suas ligas são relativamente novos materiais de engenharia que possuem uma extraordinária combinação de propriedades.• O metal puro tem uma baixa densidade (4,5 g/cm3), um alto ponto de fusão [1668oC (3035oF)] e um módulo elástico de 15,5 x 106 psi (107 x 103 MPa) . • Ligas de titânio são extremamente fortes; resistência à tração à temperatura ambiente são tão altas quanto 200000 psi (1400 MPa) são atingíveis, fornecendo destacáveis resistências mecânicas específicas. • Além disso, as ligas são altamente dúcteis e facilmente forjadas e usinadas. LIGAS METÁLICAS D. TITÂNIO E SUAS LIGAS • A limitação principal do titânio é a sua reatividade química com outros materiais a elevadas temperaturas. • A resistência à corrosão de ligas de titânio às temperaturas normais é alta; elas são virtualmente imunes aos ambientes atmosférico, marinho e uma variedade de ambientes industriais. • Elas são comumente utilizadas em estruturas de aeronaves, veículos espaciais e nas indústrias de petróleo e química. LIGAS METÁLICAS E. METAIS REFRATÁRIOS • Metais que têm extremamente altas temperaturas de fusão são classificados como metais refratários. Incluídos neste grupo estão nióbio (Nb), molibdênio (Mo), tungstênio (W) e tântalo (Ta). • Temperaturas de fusão variam entre 2468°C (4474oF) para o nióbio até 3410oC (6170oF), a temperatura de fusão mais alta de qualquer metal, para o tungstênio. • Ligação interatômica nestes metais é extremamente forte, o que explica as altas temperaturas de fusão, os grandes módulos elásticos e altas resistências mecânicas e altas durezas, tanto à temperatura ambiente quanto às elevadas temperaturas. LIGAS METÁLICAS E. METAIS REFRATÁRIOS • As aplicações destes metais são variadas. • Tântalo e molibdênio são ligados com aço inoxidável para melhorar sua resistência à corrosão. • Ligas de molibdênio são utilizadas para matrizes de extrusão e partes estruturais em veículos espaciais. • Filamentos de lâmpadas incandescentes, tubos de raio-X e eletrodos de soldagem empregam ligas de tungstênio. LIGAS METÁLICAS • Aula relacionada ao capítulo 11 do livro Callister • Leia e anote as dúvidas
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