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RAIOS-X Adriana Fontes – Departamento de Biofísica e Radiobiologia adri-fontes@uol.com.br NÍVEIS DE ENERGIA Pelo modelo de Bohr, só determinadas órbitas são permitidas. Diz então que os raios dessas órbitas são quantizados (discretos). Cada órbita corresponde a um nível de energia e está associada a um número n que é chamado número quântico principal. Radiação eletromagnética é emitida ou absorvida quando o elétron faz transição entre órbitas (níveis de energia). Einicial - Efinal = energia da radiação = energia do fóton (hc/λ) Para o átomo de Hidrogênio: E = (- 13.6 / n2). Ou seja: Efinal – Einicial = -13.6 { (1/ nf)2 – (1/ni)2 } emissão absorção NÍVEIS DE ENERGIA O modelo básico do átomo é o mesmo para todos os elementos. Cada átomo possui uma série de níveis de energia que podem ser ocupados por seus elétrons. Quando um átomo absorve ou emite energia em forma de radiação eletromagnética, o elétron muda de um nível para outro. Como as órbitas e consequentemente os níveis de energia são quantizados (discretos), o átomo somente é capaz de absorver ou emitir quantidades discretas de energia. Einicial - Efinal = energia da radiação = energia do fóton (hc/λ) RAIOS-X Os raios-X foram descobertos pelo físico alemão Wilhelm Conrad Röntgen em 1895. Ele chamou a “nova radiação” de Raio-X pois sua natureza era desconhecida. Desde então tem sido amplamente utilizado na Medicina, na indústria e em pesquisas científicas. Após descobrir o Raio-X, Röntgen radiografou a mão de sua esposa (Anna Bertha Ludwig). Essa pesquisa rendeu-lhe o Prêmio Nobel em Física em 1901. O raios-X é radiação eletromagnética que podem ser produzidos basicamente de duas maneiras: 1. Quando um elétron incidente colide com o material e um elétron do material é removido das camadas mais internas (camada K com n=1), um eletrón da camada mais externa irá ocupar o seu lugar e raio-X será emitido nessa transição (transição entre órbitas). A energia desse fóton de raio-X representa exatamente a diferença entre os níveis de energia envolvidos. Como cada elemento possui níveis de energia específicos, a energia do raio-X é própria do material e por isso é chamada de raio-X característico. PRODUÇÃO DE RAIOS-X núcleo elétron elétron PRODUÇÃO DE RAIOS-X 2. Quando elétrons incidentes se aproximam de núcleos atômicos de um material, eles são desacelerados ou desviados (perdem energia cinética) pela interação com o núcleo e emitem fótons de raio-X. A radiação gerada desse modo é conhecida como radiação de frenamento ou bremsstrahlung. Os fótons de raio-X podem ter qualquer energia, desde valores perto de zero até um valor máximo que é determinado pela energia dos elétrons incidentes. Assim, dessa forma se tem a produção de um espectro contínuo de raios-X. Se um elétron incidente perder toda a sua energia pelo frenamento. Toda sua energia irá para o fóton de raio-X. Como a energia é inversamente proporcional ao comprimento de onda, esse fóton terá o mínimo do comprimento de onda possível. Assim: K = eV = E = hc/λ. PRODUÇÃO DE RAIOS-X comprimento de onda (nm) I n t e n s i d a d e característico bremsstrahlung Por isso que o gráfico não começa no zero. Esse valor não depende do material, só depende do elétron incidente. Quanto maior é a energia perdida pela frenagem, menor é o comprimento de onda. Quanto menor é a energia perdida, maior é o comprimento de onda do Raio-X. SISTEMA DE PRODUÇÃO DE RAIOS-X Componente básico: Tubo de Raio-X que contém (1) emissor de elétrons (filamento de tungstênio aquecido – chamado catodo – é o polo negativo), (2) anodo (de cobre - polo positivo) que contém material ou alvo com o qual os elétrons vão colidir (também chamado anodo e é geralmente feito de tungstênio ou molibidênio). A parte externa do tubo é feita de pyrex. Os elétrons emitidos pelo filamento são acelerados por uma diferença de potencial que existe entre o anodo e o catodo e incidem sobre o alvo produzindo raios-X (característico ou bremsstrahlung). SISTEMA DE PRODUÇÃO DE RAIOS-X No catodo também está o focalizador (elétrons se repelem e se espalham -> perda e espalhamento do Raio- X). Para evitar isso o filamento é envolvido por uma capa carregada negativamente que mantém os elétrons mais unidos e os concentra numa área menor do anodo. “Princípio da linha de foco” no anodo. Há também dois tipos de anodo (fixo e giratório). Efeito anódico. Os Raios-X produzidos são emitidos em quase todas as direções. Serão utilizados em exames apenas aqueles que atravessam uma janela formando o feixe útil. Ponto focal é a área do alvo de onde os Raio-X são emitidos (“ponto focal” pequeno -> melhor a nitidez da imagem.) anodo Raio-X foco janela filamento SISTEMA DE PRODUÇÃO DE RAIOS-X Num tubo de raios-X a maioria dos elétrons incidentes sobre o alvo perde sua energia cinética de modo gradual nas inúmeras colisões convertendo-as em calor. Esta é a razão pela qual tanto o catodo como o anodo são feitos de material de alto ponto de fusão. A temperatura é tão alta que ainda precisam métodos especiais de resfriamento. No interior do tubo de os componentes estão a vácuo para aumentar a eficiência de produção de Raio-X. Se não houver vácuo, os elétrons, colidirão com partículas de gás diminuindo a produção de Raio-X e aumentando muito calor. INTERAÇÃO DO RAIO-X COM A MATÉRIA Os raios-X não interagem (são absorvidos) da mesma forma pelos diferentes materiais (corpo). É por essa razão que se consegue, por exemplo, radiografar partes do corpo para diagnóstico. Elementos pesados (tais como cálcio e bário) são melhores absorvedores de Raio-X que elementos leves como hidrogênio, carbono e oxigênio. Portanto, é por isso que estruturas como ossos aparecem nitidamente em radiografias. Enquanto os ossos absorvem os raios-X, o tecido mole os deixa passar. Por isso nas radiografias os ossos são brancos e o restante escuro. Mas, o que significa absorver? O que causa a absorção? INTERAÇÃO DO RAIO-X COM A MATÉRIA Quais são os mecanismos pelos quais os Raios-X são espalhados ou absorvidos pela matéria? 1. Efeito fotoelétrico – isso que significa absorver o Raio-X ou em outras palavras é a causa da absorção. O efeito fotoelétrico só ocorre em materiais de grande número atômico (por isso o Raio-X é eficiente para se visualizar ossos que são justamente formados de cálcio). O efeito fotoelétrico também é mais eficiente em uma determinada faixa de energia do Raio-X. fóton núcleo elétron INTERAÇÃO DO RAIO-X COM A MATÉRIA 2. Espalhamento Compton – só espalha o Raio-X. Não colabora em nada para a boa imagem médica. Só atrapalha. Também é mais eficiente em uma determinada faixa de energia do Raio-X. 3. Transmissão – o Raio-X será transmitido pelo tecido mole com baixo número atômico. fóton fóton elétron INTERAÇÃO DO RAIO-X COM A MATÉRIA É o equilíbrio entre a absorção causada pelo efeito fotoelétrico e a transmissão que proporciona um bom contraste para se obter uma boa imagem médica de Raio-X. Por isso é tão importante se trabalhar na faixa certa de KV. Energia (KeVx103) fotoelétrico compton N ú m e r o A t ô m i c o RADIAÇÃO IONIZANTE O raio-X é uma radiação ionizante. Radiação ionizante é toda aquela que ioniza o átomo, ou seja, que arranca elétrons do átomo (efeito fotoelétrico). Por isso, toda a radiação ionizante é prejudicial ao organismo. Os danos são cumulativos. A taxa de exposição e a área exposta afetam na magnitude dos efeitos. Os efeitos são a curto