Buscar

2° estágio - SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 12 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE JOÃO PESSOA 
FORMAÇÃO EM PSICOLOGIA 
P1 - (1º ESTÁGIO) 
MATÉRIA: NEUROANATOMOFISIOLOGIA I 
PROFESSORA: GUILHERME JORGE STANFORD DANTAS 
 
 
 
SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC) 
 
É constituído pelo encéfalo – massa nervosa situada na caixa craniana e pela 
medula espinhal – filamento nervoso que percorre o interior da coluna vertebral. No 
encéfalo, os corpos celulares dos neurônios situam-se na região superficial, constituindo 
a chamada substância cinzenta. Na região mais interna, situam-se os prolongamentos 
das células nervosas, que formam a substância branca. Na medula espinhal, esta 
disposição inverte-se a substância cinzenta situa-se internamente a medula, e a 
substância branca situa-se em posição externa. 
O encéfalo apresenta as seguintes regiões: cérebro, cerebelo e tronco encefálico. 
Todas as partes do encéfalo, bem como a medula espinhal, são envolvidas por três 
membranas de tecido conjuntivo, as meninges. O espaço entre as meninges e as 
cavidades do encéfalo e da medula é preenchido pelo liquido cefalorraquidiano (ou 
liquido cérebro-espinhal). 
 
 
 
O cérebro ocupa quase toda a caixa craniana. Sua superfície externa – o córtex 
cerebral - é dotada de uma série de sulcos e giros (circunvoluções) que aumentam 
consideravelmente sua superfície. O córtex governa as ações voluntárias do indivíduo, 
além de comandar atos inconscientes e abrigar centros nervosos relacionados aos 
sentidos, memória, pensamento e inteligência. O cérebro tem duas metades, os 
hemisférios cerebrais direito e esquerdo. A conexão entre os hemisférios é feita pelo 
corpo caloso. A região do cérebro composta pelos giros e sulcos é chamada de 
telencéfalo e localiza-se acima do corpo caloso, abaixo do corpo caloso fica localizada a 
região do cérebro chamada de diencéfalo, que é subdivido basicamente em tálamo e 
hipotálamo. 
 
 
 
O tálamo compreende duas massas ovóides encaixadas na base do corpo caloso. 
Acredita-se que o tálamo atue como uma estação integradora e retransmissora de 
impulsos nervosos para o córtex cerebral. O tálamo parece também exercer um papel 
importante no estado de consciência, de alerta e de atenção, atuando no controle das 
emoções que acompanham a percepção sensorial. 
O hipotálamo localiza-se na base do cérebro. Apesar de relativamente pequena 
(tamanho de um grão de ervilha) essa região encefálica é importante na homeostase, isto 
é, no ajustamento do organismo as variações externas. Essa estrutura faz a integração 
entre o sistema nervoso e o sistema endócrino, atuando na ativação de diversas 
glândulas produtoras de hormônios. 
O outro componente do encéfalo é o tronco encefálico, que é composto pelo 
mesencéfalo, ponte e bulbo. 
O mesencéfalo localiza-se logo após o tálamo e o hipotálamo. Está envolvido na 
recepção e na coordenação de informações sobre o grau de contração dos músculos e 
sobre a postura corporal. 
A ponte situa-se acima do bulbo. Atua como centro nervoso (relacionado com 
reflexos associados às emoções, como o riso e as lágrimas) e como condutora de 
impulsos nervosos. 
O bulbo (medula oblonga) situa-se logo acima da medula espinhal. Atua como 
centro nervoso e como condutor de impulsos nervosos. Como centro nervoso, comanda 
o ritmo cardiorrespiratório e certos atos reflexos, como deglutição, sucção, mastigação, 
vômito, tosse, piscar de olhos. 
O cerebelo situa-se abaixo do cérebro e atrás da ponte. Recebe informações de 
diversas partes do encéfalo, sobre a posição das articulações e o grau de estiramento dos 
músculos, bem como informações auditivas e visuais. Com base nessas informações, ele 
coordena os movimentos e orienta a postura corporal. Quando uma parte do corpo se 
movimenta, o cerebelo coordena a movimentação das outras partes corporais para 
manter o equilíbrio. 
 
 
 
 
 
MEDULA ESPINHAL 
 
Haste cilíndrica com cerca de 45 cm de comp. e 2,5 cm de diâmetro. Dispõe-se ao longo 
da coluna vertebral, alojada no canal formado pelas perfurações das vértebras. Exerce as 
funções de centro nervoso (sede de alguns atos reflexos) e como condutora de impulsos 
nervosos. 
 
 
GENERALIDADES 
 
ETIMOLOGIA : Etimologicamente, medula significa miolo e indica tudo o que está 
dentro. A medula espinhal é assim denominada por estar dentro do canal espinhal ou 
vertebral. 
 
CONSIDERAÇÕES : A medula é uma massa alongada, cilindróide, de tecido nervoso 
situada dentro do canal vertebral, sem ocupá- lo completamente e ligeiramente achatada 
ântero- posteriormente. Tem calibre não- uniforme, por possuir duas dilatações, as 
intumescências cervical e lombar, de onde partem maior número de nervos através dos 
plexos braquial e lombossacral , para inervar os membros superiores e inferiores, 
respectivamente. Seu comprimento médio é de 42 cm na mulher adulta e de 45 cm no 
homem adulto. Sua massa total corresponde a apenas 2% do Sistema Nervoso Central 
humano, contudo inerva áreas motoras e sensoriais de todo o corpo, exceto as áreas 
inervadas pelos nervos cranianos. Na sua extremidade rostral, é contínua com o tronco 
cerebral (bulbo) aproximadamente ao nível do forame magno do osso occipital. Termina 
ao nível do disco intervertebral entre a primeira e a segunda vértebras lombares. A 
medula termina afilando- se e forma o cone medular que continua com o filamento 
terminal- delgado filamento meníngeo composto da pia- máter e fibras gliais. Algumas 
estruturas são de extrema importância na fixação da medula, como o ligamento 
coccígeo que se fixa no cóccix, a prória ligação com o bulbo, os ligamentos 
denticulados, a emergência dos nervos espinhais e a continuidade da dura- máter com o 
epineuro que envolve os nervos. 
 
IMPORTÂNCIA : A medula espinhal recebe impulsos sensoriais de receptores e envia 
impulsos motores a efetuadores tanto somáticos quanto viscerais. Ela pode atuar em 
reflexos dependente ou independentemente do encéfalo. Este órgão é a parte mais 
simples do Sistema Nervoso Central tanto ontogenético ( embriológico), quanto 
filogeneticamente (evolutivamente). Daí o fato de a maioria das conexões encefálicas 
com o Sistema Nervoso Periférico ocorrer via medula. 
 
EMBRIOLOGIA 
 
DESENVOLVIMENTO MEDULAR : Aproximadamente na terceira semana do 
desenvolvimento pré- natal, o ectoderna do disco embrionário, o folheto que está em 
contato com o meio externo e que origina o sistema nervoso, situado acima da 
notocorda, se espessa formando a placa neural. Sabe- se que para a formação desta placa 
e a formação e desenvolvimento do tubo neural, tem importante papel a ação indutora 
da notocorda e do mesoderma. A placa neural cresce progressivamente e torna- se mais 
espessa, adquirindo um sulco longitudinal denominado sulco neural, que se aprofunda 
para formar a goteira neural. Os lábios desta goteira se fundem para formar o tubo 
neural. Um grupo de células migra para formar a crista neural que dá origem aos 
gânglios dorsais e autonômicos, medula supra- renal e outras estruturas, também não- 
neuronais. As células na parede do tubo neural se dividem e diferenciam, formando uma 
camada ependimária que engloba o canal central e é envolvida por zonas intermediária ( 
manto) e marginal de neurônios primitivos e células gliais. A zona do manto se 
diferencia em duas regiões, uma placa alar e uma placa basal. A placa alar contém 
principalmente neurônios sensitivos e a placa basal formada, na maioria, por neurônios 
motores. Essas duas regiões são demarcadas pelo sulco limitante, um sulco na parede do 
canal central. A placa alar se diferencia na coluna cinzenta dorsal e a placa basal se 
transforma na colunacinzenta ventral. 
A substância cinzenta da medula origina- se, portanto, da zona intermediária do 
neuroepitélio, o manto. Já a substância branca tem origem da zona mais externa, 
marginal, onde ficam contidos os prolongamentos das células do manto. Depois de 
serem formados os neurônios, a partir das células precursoras, os neuroblastos; as 
células precursoras da glia ( glioblastos ou espongioblastos) originam a macróglia, 
formada de oligodendrócitos e astrócitos. Os oligodendrócitos formados a partir da 
camada marginal e, portanto, presentes na substância branca, responsáveis pela 
mielinização dos axônios do SNC, o que caracteriza a cor da substância branca. Os 
astroblastos oriundos dos glioblastos e precursores dos astrócitos, conforme sejam 
formados na zona intermediária ou na zona marginal se diferenciam em astócitos 
protoplasmáticos ( presentes na substância cinzenta) ou fibrosos ( presentes na 
substância branca), que são diferentes morfologicamente. No final da quarta semana, o 
SN deixa de ser nutrido pelo âmnio e passsa a receber nutrientes do sistema vascular 
formado, oriundo do mesoderma. Com o advento da vascularização surgem os 
microgliócitos, células que constituem a micróglia e que são derivadas dos monócitos ( 
céllulas de defesa presentes no sangue). 
Uma camada de revestimento de células ectodérmicas envolta da medula primitiva 
forma as duas meninges internas: a aracnóide e a pia- máter. O revestimento externo 
mais espesso, a dura- máter, é formado de mesênquima. 
 
RELAÇÃO COM O CANAL VERTEBRAL 
 
Noções: A medula está revestida pelo canal vertebral ósseo e os nervos espinhais 
emergem pelos forames intervertebrais. C1 emerge entre o atlas e o osso occipital, de 
C2 a C7 emergem acima de sua vértebra correspondente e C8 emerge entre a sétima 
vértebra cervical e a primeira torácica. Todos os nervos torácicos, lombares e sacros 
emergem abaixo de sua vértebras correspondentes. No adulto, a extemidade caudal da 
medula espinhal- o cone medular- fica situada entre a primeira e a segunda vértebras 
lombares. Os nervos cervicais emergem lateralmente, contudo, quanto mais caudal o 
nível de emergência, mais o nervo cursa pelo interior do canal vertebral, antes de sair 
pelos forames intervertebrais. No embrião, inicialmente, todos os nervos espinhais 
emergem lateralmente. À medida que prossegue o desenvolvimento, a partir do 4
o 
mês 
de vida intra- uterina, a coluna vertebral cresce mais rapidamente que a medula 
espinhal, provocando um deslocamento dos segmentos medulares em relação aos locais 
de emergência dos nervos espinhais do canal vertebral. Estes fenômenos são mais 
pronunciados na parte caudal, onde as raízes nervosas descem quase verticalmente antes 
de emergirem da medula, formando a cauda eqüina, que é uma estrutura abaixo de L2, 
constituída de raízes nervosas e meninges (os envoltórios do SNC) e da Cisterna 
lombar- o líquor presente neste espaço. Há, portanto, como conseqüência da diferença 
de ritmos de crescimento entre a coluna e a medula, um afastamento dos segmentos 
medulares das vértebras correspondentes. 
Embora a medula termine próximo ao nível das primeira e segundas vértebras lombares, 
o saco da dura- máter continua até o nível da segunda vértebra sacral (S2). O cone 
medular dá origem ao filamento terminal ( filamento terminal interno) que se estende 
até a base do saco dural. Este filamento atravessa o saco dural, formando o ligamento 
coccígeo ( filamento terminal externo ou filamento da dura- máter espinhal), que fixa 
tanto a medula como o saco dural, cheio de líquido, à base do canal vertebral. Entre L2 
e S2 só há o filamento terminal e as raízes que formam a cauda eqüina. 
 
Importância: Clinicamente, a área entre L2 e S2 tem importância para a coleta do 
líquido cefalorraquidiano e para a administração de anestésicos espinhais. A topografia 
vertebromedular é importante para o diagnóstico, prognóstico e tratamento de lesões da 
medula. Assim, uma regra prática diz que os segmentos medulares de C2 a T10 
correspondem aos processos espinhosos acrescidos de duas unidades, que os cinco 
segmentos lombares correspondem aos processos espinhosos T11 e T12 e que os cinco 
sacrais correspondem ao processo espinhoso L1. 
 
 
 
MACROSCOPIA 
 
MORFOLOGIA: A superfície da medula é marcada por uma série de sulcos 
longitudinais, que a percorrem em toda a sua extensão: sulco mediano posterior, 
contínuo, internamente, com o septo mediano posterior, que é uma membrana glial. Na 
superfície anterior fica a fissura mediana anterior com profundidade de 2
 
a 3 mm, na 
qual se invagina a pia- máter ( meninge mais interna). O seu assoalho é a comissura 
branca anterior. Nas superfícies laterais ficam o sulco lateral posterior ( local de entrada 
das raízes dorsais) e o sulco lateral anterior ( local de emergência das fibras das raízes 
ventrais). Na medula cervical, segundo o autor Ângelo Machado, e estendendo- se dos 
níveis cervicais superiores até os torácicos médios, de acordo com o Burt, existe ainda o 
sulco intermediário posterior, situado entre o mediano posterior e o lateral posterior e 
que continua em um septo intermédio posterior, uma membrana glial, no interior do 
funículo posterior. O padrão básico da morfologia, presente desde o embrião, é mantido 
no adulto, com a substância cinzenta ocupando posição central e apresentando a forma 
de uma borboleta ou de um H. A substância branca circundante, de situação periférica é 
formada, em sua maior parte, por fibras nervosas de curso longitudinal, a maioria 
mielínicas, que ascendem da medula para o encéfalo ou descem deste para os diferentes 
níveis da medula espinhal. Há também fibras espino- espinhais intersegmentares que 
ascendem ou descendem por distâncias variáveis. Tais fibras formam o fascículo 
próprio. Assim, os segmentos cervicais contêm maior número de fibras, além de maior 
área de secção transversa da substância branca que os níveis lombares. Estas fibras 
longitudinais podem ser agrupadas de cada lado em três funículos ou cordões: funículo 
anterior ( entre a fissura mediana anterior e o sulco lateral anterior), o funículo lateral ( 
entre os sulcos lateral anterior e posterior) e o funículo posterior ( entre o sulco lateral 
posterior e o mediano posterior). Este funículo é dividido pelo sulco intermédio 
posterior e pelo septo de mesmo nome em fascículo grácil, de situação medial, e 
cuneiforme, mais lateral. A substância cinzenta, por outro lado, é composta de duas 
porções simétricas unidas na linha mediana por conexão transversa ( comissuras) de 
substância cinzenta que contém o diminuto canal central ou seu remanescente. Nela, 
pode- se distinguir três colunas ou cornos: anterior, posterior e lateral. Esta última, 
entretanto, só aparece na medula torácica e lombar superior, sob a forma de uma 
projeção triangular lateral. Há vários critérios para a divisão da substância cinzenta. Um 
deles considera duas linhas que tangenciam os contornos anterior e posterior do ramo 
horizontal do H, dividindo esta substância em coluna anterior, posterior e substância 
cinzenta intermédia, que pode ser dividida em substância cinzenta intermédia central e 
lateral. De acordo com este critério, a coluna lateral faz parte da substância cinzenta 
intermédia lateral. 
CANAL CENTRAL: O canal central da medula ou canal do epêndima se estende por 
todo o comprimento da medula durante o desenvolvimento. É revestido por células 
ependimárias e segundo o autor Jack de Groot, este canal é cheio de líquido 
cefalorraquidiano, contradizendo o Ângelo Machado que afirma que este canal não 
apresenta líquor. Ele se abre em cima na parte inferior do quarto ventrículo. Em adultos,este canal é muito estreito e parcialmente obliterado e geralmente desaparece, exceto 
nos níveis cervicais. 
INTUMESCÊNCIAS: A medula espinhal, cilíndrica, ligeiramente achatada no sentido 
ântero- posterior, não apresenta calibre uniforme, devido a duas dilatações 
características: as intumescências cervical (formada pelos segmentos medulares de C3 a 
T1) e lombosacra (formada pelos segmentos medulares de L1 a S3), situadas nos níveis 
de origem dos nervos espinhais que inervam, respectivamente, os membros superior e 
inferior. Estas intumescências são produzidas pelo maior número de neurônios na 
substância cinzenta da medula e, portanto, de fibras nervosas que entram ou saem destas 
áreas e que são necessárias para a inervação dos membros superiores e inferiores. Os 
nervos do plexo braquial originam- se na intumescência cervical enquanto os nervos do 
plexo lombossacral originam- se na intumescência lombar. 
SEGMENTAÇÃO: Em toda a sua extensão,a medula apresenta padrão ordenado e 
segmentar de 31 nervos espinhais ( 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1 
coccígeo)- padrão segementar esse que não se reflete na sua organização interna. Não 
existem limites nítidos entre os segmentos na própria medula. 
NERVOS ESPINHAIS: Cada segmento da medula pertence a quatro raízes: uma raiz 
ventral e uma dorsal das metades esquerda e direita. O primeiro segmento cervical não 
apresenta raízes dorsais em 50% das pessoas. Cada um dos trinta e um pares de nervos 
espinhais tem uma raiz ventral e uma dorsal e cada raiz é composta de uma a oito 
radículas. Consiste, portanto, em feixes de fibras nervosas. Na raiz dorsal do nervo 
espinhal típico, próximo à junção com a raiz ventral, localiza- se o seu gânglio, uma 
intumescência que contém corpos de neurônios. Cada nervo espinhal se divide para 
formar o ramo primário posterior e o ramo primário anterior. O posterior inerva a 
musculatura do tronco e as áreas associadas das costas. O anterior, geralmente maior 
que o posterior, participa na formação dos plexos braquial e lombossacral ao nível das 
intumescências cervical e lombar, respectivamente. Nas regiões torácicas, ele 
permanece segmentar, como nervos intercostais, inervando a musculatura costal e 
abdominal das superfícies anterior e lateral do corpo. Os nervos espinhais originam 
também os ramos comunicantes que os unem ao tronco simpático. Apenas os nervos 
torácicos e lombares superiores contêm um ramo comunicante branco, mas o ramo 
cinzento está presente em todos os nervos espinhais. Os ramos brancos ligam a medula 
ao tronco simpático, sendo constituídos de fibras pré- ganglionares, além de fibras 
viscerais aferentes. Já os cinzentos são constituídos de fibras pós- ganglionares. Os 
nervos espinhais originam também os ramos meníngeos ou meníngeos recorrentes que 
são muito pequenos e transportam inervações sensitivas e vasomotoras para as pequenas 
meninges. 
Raiz Ventral: Transporta axônios dos neurônios motores alfa de grande diâmetro para as 
fibras musculares estriadas extrafusais; os axônios do neurônio motor gama, mais 
delgado, que inervam as fibras intrafusais; as fibras autonômicas pré- ganglionares nos 
níveis torácio, lombar superior e mediossacro ( S2- S4); e alguns axônios aferentes que 
se originam de células nos gânglios da raiz dorsal e transmitem informações sensoriais 
das vísceras torácicas e abdominais. 
Raiz Dorsal: Cada raiz dorsal ( exceto geralmente C1) contém fibras aferentes das 
células nervosas em seu gânglio. As fibras maiores ( Ia) provêm de fusos musculares e 
participam nos reflexos espinhais; as de tamanho médio ( A- beta) transportam impulsos 
de mecanoceptores na pele e articulações. A maioria dos axônios nas raízes dorsais tem 
pequeno calibre (C, não- mielinizados; A- delta, mielinizados) e transportam 
informações sobre estímulos nocivos ( ex.: dor) e térmicos. 
Tipos de fibras nervosas: a) Fibras eferentes somáticas: estas fibras motoras inervam os 
músculos estriados esqueléticos. b) Fibras aferentes somáticas: estas podem ser 
exteroceptivas que transmitem impulsos de temperatura, dor, pressão e tato ou 
proprioceptivas conscientes ou inconscientes. Estas fibras originam- se em células 
pseudo- unipolares nos gânglios da raiz dorsal. Os ramos periféricos destas células 
ganglionares são distribuídos para as estruturas somáticas. Os ramos centrais 
transmitem impulsos sensitivos por meio das raízes dorsais para a coluna cinzenta 
dorsal e para os tratos ascendentes da medula espinhal. Os fascículos grácil e 
cuneiforme ascendem sem fazer sinapse na medula. c) Fibras eferentes viscerais: São as 
fibras autonômicas simpáticas e parassimpáticas. As fibras simpáticas dos segmentos 
torácicos e de L1e L2 são distribuídas por todo o corpo para as vísceras, glândulas e 
músculo liso. As fibras parassimpáticas, presentes nos três nervos sacrais médios ( S2- 
S4), dirigem- se para as vísceras pélvicas e abdominais inferiores. d) Fibras aferentes 
viscerais: Estas fibras transmitem informações sensitivas das vísceras, passando pelo 
ramo comunicante branco e possuindo seus corpos celulares no gânglio da raíz dorsal. 
No entanto, evidências recentes sugerem que as fibras aferentes viscerais penetrem na 
medula por meio das raízes ventrais. 
DERMÁTOMOS: A formação dos somitos durante o desenvolvimento embrionário 
estabelece um padrão segmentar de inervação para o adulto. Um nervo espinhal 
segmentar inerva cada somito. A divisão e a migração de somito e das estruturas dele 
derivadas, que acontecem depois, determinam, em grande parte, o padrão da inervação 
do adulto. Cada somito forma um esclerótomo, um miótomo e um dermátomo. O 
primeiro forma os elementos do esqueleto axial. O miótomo forma o músculo estriado e 
o dermátomo contribui para o tecido conjuntivo subcutâneo. No adulto, o padrão da 
inervação reflete esta organização segmentar. Cada segmento cutâneo é um dermátomo. 
Segundo o Ângelo, o dermátomo é um território cutâneo inervado por fibras de uma 
única raiz dorsal, recebendo o nome da raiz que o inerva. Já conforme o Burt, existe 
superposição com cada nervo fornecendo parte da inervação para cada um dos 
dermátomos imediatamente adjacentes. Deste modo, no ambiente clínico, a perda de um 
nervo espinhal é de difícil detecção pela determinação da perda da sensibilidade 
cutânea. 
 
LESÕES MEDULARES 
 
LESÃO DOS NERVOS ESPINHAIS: As raízes dos nervos espinhais são vulneráveis 
à compressão, em decorrência de alterações degenerativas nas articulações da coluna 
vertebral (espondilose) e do prolapso dos discos intervertebrais. Os discos 
intervertebrais prolapsados, na medula cervical, provocam dor no pescoço, com 
radiação para o braço e mão, acompanhada de parestesia, fraqueza e atrofia dos 
músculos que correspondem à distribuição radicular, perda da sensibilidade da pele que 
corresponde à distribuição dermatomérica, bem como perda dos reflexos tendinosos, 
servidos pela raiz em questão. Os discos intervertebrais lombares prolapsados causam 
dor nas costas e radiação da dor para as pernas, o que é conhecido como ciática. Um 
grande disco lombossacral prolapsado pode causar paralisia da bexiga e incontinência, 
exigindo neurocirurgia imediata. . 
SÍNDROME DO NEURÔNIO MOTOR SUPERIOR: Fraqueza ou paralisia de 
músculos específicos, hiperreflexia e hipertonia ( paralisia espástica), decorrente de 
lesão das áreas motoras do córtex cerebral ou nas vias motoras descendentes. 
SÍNDROME DO NEURÔNIO MOTOR INFERIOR: Fraqueza (paresia) ou paralisia 
( plegia) de músculos individuais com hiporreflexia, hipotonia e hipotrofia ( paralisia 
flácida), decorrente da lesão dos neurônios motores da coluna anterior da medula. 
POLIOMIELITE:Doença viral, caracterizada pela destruição dos neurônios motores 
da coluna anterior, levando à Síndrome do neurônio motor inferior. 
TABES DORSALIS: Manifestação tardia da infecção sifilítica do Sistema Nervoso 
Central. Afeta principalmente as raízes dorsais dos nervos espinhais em sua divisão 
medial que contém as fibras dos fascículos grácil e cuneiforme. Conseqüentemente, 
têm- se perda da propriocepção consciente, do tato epicrítico, da sensibilidade vibratória 
e estereognosia (capacidade de perceber com as mão a forma e o tamanho de um 
objeto). A perda da propriocepção leva a uma marcha instável, caracterizada por 
elevação exagerada e oscilante das pernas (ataxia sensorial) exacerbada quando os olhos 
estão fechados (sinal de Romberg). 
 
HEMISSECÇÃO DA MEDULA: Produz no homem um conjunto de sintomas 
conhecido como síndrome de Brown- Séquard, caracterizada por perda ipsilateral da 
propriocepção consciente e tato epicrítico ( fascículo grácil e cuneiforme), aparecimento 
também ipsilateral de sinais da lesão do neurônio motor superior e perda contralateral 
das sensibilidade térmica e dolorosa. 
 
TRANSECÇÃO: Ocorre choque medular, ou seja, plegia e anestesia nos níveis abaixo 
a lesão. Se a causa for por compressão, os movimentos voluntários podem ser 
restituídos. Porém, se a trasecção for abrupta, tais movimentos serão irreversivelmente 
comprometidos. Em ambos os casos, tanto os reflexos somáticos quanto os viscerais são 
conservados. 
 
SIRINGOMIELIA: Doença na qual há formação de uma cavidade no canal central da 
medula, levando a uma destruição das fibras da substância cinzenta intermediária 
central e da comissura branca, provocando uma perda da sensibilidade térmica e 
dolorosa dos membros superiores. Entretanto, há preservação do tato leve e 
propriocepção, recebendo isto a denominação de perda sensorial dissociada. A 
Siringomielia acomete com mais freqüência a intumescência cervical, resultando no 
aparecimento dos sintomas na extremidade superior dos dois lados. 
 
COMPRESSÃO POR TUMOR: Normalmente, como ocorre com a siringomielia, o 
trato Espino-talâmico lateral é afetado, pela sua proximidade com o canal central e com 
a comissura anterior. Como as fibras responsáveis pela inervação sacral estão 
lacalizadas mais lateralmente, há a preservação de tais fibras numa compressão a partir 
do canal central, o que não ocorre numa compressão em direção a ele. 
 
CORDOTOMIA: Procedimento cirúrgico utilizado no tratamento da dor refratária a 
analgésicos através da destruição seletiva dos tratos espinotalâmicos. Em certos casos 
de dor decorrente principalmente do câncer, aconselha- se a cordotomia, seccionando o 
trato espinotalâmico lateral. 
 
PATOLOGIAS ASSOCIADAS 
 
ESCLEROSE MÚLTIPLA: Doença imune, com lesão do fascículo cuneiforme da 
medula cervical, levando à perda da propriocepção das mãos e dos dedos, com perda da 
destreza e da estereognosia. 
 
ATAXIA DE FRIEDREICH: Doença degenerativa hereditária, na qual os tratos 
espinocerebelares são desorganizados, causando incoordenação dos braços (tremor de 
intenção) e marcha oscilante de base alargada ( ataxia). 
 
PARAPARESIA ESPÁSTICA HEREDITÁRIA: Distúrbio degenerativo hereditário, 
levando à rigidez da marcha, paraparesia, hiper- reflexia e resposta plantar extensora. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO (SNP) 
 
È formado por vários gânglios nervosos e uma rede de nervos, que se espalham ao 
longo do organismo. Esses nervos podem ser: cranianos (quando partem do encéfalo) 
ou espinhais (quando partem da medula espinhal). A espécie humana possui 12 pares de 
nervos cranianos e 31 pares de nervos espinhais 
De acordo com o sentido em que transmite o impulso nervoso, os nervos classificam-se 
em: 
a) sensitivos (aferentes): transmitem impulsos dos órgãos receptores até o SNC; 
b) motores (eferentes): transmitem impulsos nervosos do SNC para os órgãos 
efetuadores. 
c) mistos: possuem fibras nervosas sensitivas e motoras. Todos os nervos espinhais são 
mistos. No homem, verifica-se que cada nervo espinhal é formado a partir de duas 
raízes: uma dorsal, que é sensitiva, e uma ventral, que é motora. Essas raízes unem-se 
logo após saírem da medula. Os corpos celulares dos neurônios que formam a raiz 
sensitiva situam-se próximo à medula, porem fora dela, formando os gânglios espinhais. 
O corpo celular dos neurônios da raiz ventral situa-se na substância cinzenta da medula. 
 
 
 
Esquema da medula espinhal e dos nervos espinhais 
 
Os Atos Reflexos 
 
Atos reflexos são respostas involuntárias a um estímulo sensorial e são comandados 
pela substância cinzenta da medula e do bulbo. São realizados antes que o cérebro tome 
conhecimento deles. 
Um ato reflexo bem conhecido é o reflexo patelar: um toque no joelho faz a perna 
levantar-se, sem que tomemos consciência desse movimento. O toque estimula fibras 
sensitivas de um nervo raquidiano, que transmite esse estímulo até a substância cinzenta 
da medula. Nessa região, o estímulo é transformado em ordem motora, que é 
transmitida aos músculos através da fibra motora do mesmo nervo raquidiano. O trajeto 
percorrido pelo impulso recebe o nome de Arco Reflexo. 
 
 
 
Divisão Funcional do SNP 
 
O SNP é dividido em voluntário (ou não autônomo) e autônomo (ou involuntário). 
 
SNP Voluntário 
 
Tem por função reagir a estímulos provenientes do ambiente externo, sendo formado 
por fibras que conduzem impulsos do sistema nervoso central aos músculos estriados 
esqueléticos. 
 
SNP Autônomo (SNPA) 
 
Tem por função regular o ambiente interno do corpo, controlando a atividade dos 
sistemas digestório, cardiovascular, urinário e endócrino. O SNPA é constituído por 
fibras motoras que conduzem impulsos do SNC aos músculos lisos e a musculatura 
estriada do coração. 
O SNPA é dotado de duas estruturas: vias aferentes (sensitivas) e vias eferentes 
(motoras). O sistema nervoso autônomo (SNA) é a parte motora do sistema visceral. 
Subdivide-se em SNA simpático e SNA parassimpático. 
Os sistemas simpático e parassimpático agem de maneira antagônica: se o simpático 
estimula uma função, o parassimpático tende a freá-la, e vice-versa. 
As fibras simpáticas liberam nos órgãos sobre os quais atua um mediador químico 
denominado noradrenalina, sendo por isso chamadas de adrenérgicas. As fibras 
parassimpáticas liberam como mediador químico a acetilcolina, sendo por isso também 
denominadas de colinérgicas. 
O sistema simpático é formado por dois cordões nervosos com diversos gânglios 
centrais. Desses gânglios partem os nervos simpáticos. Os gânglios comunicam-se com 
os nervos raquidianos através dos ramos comunicantes. O sistema parassimpático é 
formado por nervos parassimpáticos. Estes, não se comunicam nem com os gânglios 
centrais do sistema simpático nem com os nervos espinhais. Os centros nervosos 
situam-se no encéfalo e na porção inferior da medula.

Outros materiais