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* * Adam Smith História do pensamento econômico Prof. Bruno Aidar * * * Aula 2: Divisão do trabalho e valor Onde estudar? Coutinho, Lições de economia..., cap. 3 (itens 1, 2, 3 e 5) * * * Crítica ao sistema mercantil Crítica à visão metalista da riqueza Base da riqueza não é acúmulo de metais preciosos como acreditavam os mercantilistas. Smith retoma crítica de David Hume (1752): X > M + metais + moeda + nível de preços - X e + M equilíbrio da balança comercial mesmo nível de riqueza inicial mas com nível de preços maior. Moeda é apenas um símbolo para representar o valor verdadeiro. Metais preciosos não são riqueza por si próprios. São riquezas derivadas. Valor da moeda depende do trabalho gasto na extração de metais. * * * Aspecto interno: crítica aos monopólios do mercantilismo Defesa da livre circulação de capitais concorrência maximiza o crescimento econômico. Governo defende o interesse do produtor e do comerciante em detrimento do interesse do consumidor Aspecto externo: crítica às restrições ao comércio internacional Para Smith: comércio externo aumento dos mercados aumento da divisão do trabalho ampliação da produção aumento dos rendimentos e da riqueza da sociedade * * * Crítica aos fisiocratas Smith não aceita superioridade do trabalho agrícola defendida pelos fisiocratas, pois as manufaturas também tinham potencial para elevar a produtividade e aumentar a divisão do trabalho. Para fisiocratas: todos os rendimentos são a redistribuição do excedente agrícola. Para Smith: os rendimentos são a redistribuição do trabalho produtivo em diversos setores (agricultura e manufaturas). Liberalismo dos fisiocratas é limitado apenas à comercialização dos produtos, enquanto para Smith significa a liberdade de movimentos do capital em geral. * * * Riqueza das nações Após a crítica aos metais preciosos, quais são os fundamentos da riqueza dos países? Quais são os fatores que permitem o crescimento econômico e o progresso material da humanidade? Riqueza = Mercadorias produzidas pela nação + Mercadorias (ou trabalho) que podem ser comandadas/trocadas pela nação. Altera completamente visão mercantilista (perspectiva centrada nos metais para perspectiva centrada no trabalho comandado). Para Smith, riqueza é a disponibilidade de trabalho alheio na sociedade mercantil. * * * Trabalho e valor (análise 1) Trabalho como força produtiva da riqueza (conceito mais amplo do que o dos fisiocratas trabalho apenas agrícola). Troca de mercadorias = troca de trabalho por trabalho Trabalho comandado como expressão verdadeira do valor. Medida real de valor de troca das mercadorias (grande variação dos preços dos metais e dos cereais). Medida última de riqueza (metais preciosos em 2º plano). Medida invariável de valor (esforço sempre é esforço para o trabalhador). Teoria do valor trabalho realça caráter cooperativo da sociedade baseada na divisão do trabalho. Dignificação do trabalho como objetivo da sociedade mercantil. * * * Divisão do trabalho Dimensão material + Divisão do trabalho + Produtividade + Riqueza Divisão do trabalho + Livre comércio = Riqueza interna e externa Dimensão moral e social Ser humano é egoísta por natureza Disposição natural do ser humano à troca + comércio Articula interesses egoístas com bem comum Dimensão histórica e objetiva Contribui para desenvolvimento da sociedade mercantil (= “todo homem vive pela troca” A. Smith). * * * Evolução material, progresso e civilização Progresso material da humanidade (“opulência universal”) Passagem das sociedades primitivas às sociedades mercantis. Sociedades primitivas: sem excedente, não dispõem do trabalho alheio. Sociedades mercantis: são estabelecidas pela troca do excedente, dispõem do trabalho alheio. Aspecto material do projeto iluminista de civilização Justificativa para modernização do Antigo Regime europeu. Justificativa para incorporação de áreas consideradas “atrasadas”. Expansão dos mercados como realização da liberdade e como promessa de progresso e civilização. * * * A divisão do trabalho é o conceito central que articula todo o sistema teórico de Smith e toda a sua economia política. * * * Outra análise Valor de uso e valor de troca Para Smith, o mais importante era o segundo tipo Alguns bens podem ter grande valor de troca e pouca utilidade (ex. diamante) ou grande utilidade e pouco valor de troca (ex. água). Dois tipos de análise do valor de troca Valor como trabalho comandado Valor como soma das preços naturais dos rendimentos Problema do desvio do “preço natural” x “preço de mercado” * * * Análise dos componentes do preço natural (Análise 2) Composição do preço natural das mercadorias Salários: rendimentos dos trabalhadores Renda: rendimentos dos proprietários de terras Lucros: rendimentos dos proprietários de capital Teoria do valor conduz à teoria da distribuição de renda Smith expressa fluxos de produção e rendimentos nos termos da sociabilidade capitalista, relacionando-os aos agentes sociais básicos. Lembrar: fisiocratas descrevem mundo pré-capitalista, dominado pela agricultura, sem atentar para a importância dos trabalhadores e dos capitalistas. * * * Preço natural Eixo de gravitação dos preços, estável Cada parcela de rendimento possuía um nível natural Taxa média ou correntes predominantes em circunstâncias gerais de oferta e demanda de cada rendimento Preço de mercado Variável Oscila por fatores da oferta (concorrência) e da demanda Consequências Preço natural = preço de mercado concorrência perfeita Preço natural < preço de mercado monopólios e privilégios do Estado e controles de exportação e importação conduzem a desajustes Solução: aumentar a concorrência para permitir ajuste de preços (natural x mercado) * * * Problema Valor: Trabalho comandado x produto do trabalho x rendimentos do trabalho, capital e terra? Para críticos, Smith sai da teoria do valor trabalho, pois preços não se resumem mais ao trabalho produtivo. Assim, o trabalho comandado pelo trabalhador não corresponde ao esforço realizado pelo trabalhador. Ou seja, o valor é maior do que o salário ou preço natural. Crítica de Ricardo: preço do trabalho (salários pagos) x quantidade de trabalho necessária para produzir bem flutuação entre trabalho disponível (salário) e trabalho incorporado. Para Ricardo, trabalho incorporado era a verdadeira medida de valor. * * * Solução? Historicizar a análise Sociedade primitiva Sem acumulação de capital e sem propriedade privada Valor = quantidade de trabalho necessária à sua produção Todo o produto do trabalho pertence ao trabalhador Sociedade desenvolvida Com acumulação de capital e com propriedade privada Valor > quantidade de trabalho necessária à sua produção Existência de outros fatores de produção: capital (k) e terra Apenas parte do produto do trabalho pertence ao trabalhador * * * Outros problemas O que explica a renda da terra e do capital? Os rendimentos da terra e do capital correspondem a um trabalho? Por que o produto do trabalho não pertence integralmente ao trabalhador na economia moderna? Todos (trabalhadores, capitalistas e proprietários de terras) seriam beneficiados pelo crescimento econômico? Quando esse crescimento econômico poderia chegar ao fim? * *
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