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Medidas em Mortalidade: Padronização Profa. Pamila Siviero pamila.siviero@unifal-mg.edu.br Vimos, na aula anterior, que a TBM é uma medida que sofre efeito da estrutura etária das populações O que devemos fazer então quando gostaríamos de comparar NÍVEIS de mortalidade entre duas populações distintas (Brasil e Suécia) ou entre uma mesma população entre dois pontos distintos no tempo (Brasil, 1980 e Brasil, 2009)??? Aprendemos a calcular as taxas específicas de mortalidade (TEM). É uma maneira, não é? FINLÂNDIA vs ITÁLIA, 1908 FINLÂNDIA vs ITÁLIA, 1958 0,0001 0,001 0,01 0,1 1 Itália 1958 Finlândia 1958 FINLÂNDIA vs ITÁLIA, 2008 0,00001 0,0001 0,001 0,01 0,1 1 Itália 2008 Finlândia 2008 No entanto, para se comparar os níveis de mortalidade entre duas populações, com base nas TEMs, é preciso comparar um CONJUNTO de indicadores. E se quisermos construir e comparar um indicador síntese da mortalidade de determinada população. É possível??? Sim!!! Há algumas maneiras de construir indicadores síntese da mortalidade de uma população (1) Padronização Direta A estrutura etária influencia na comparação das taxas brutas de mortalidade. Se o objetivo é comparar níveis de mortalidade entre populações, é desejável eliminar ou pelo menos minimizar a influência da estrutura etária. Solução: “padronizar” as taxas brutas das duas populações, utilizando a mesma estrutura etária. As taxas brutas padronizadas têm sentido apenas para efeito de comparação com outras taxas padronizadas. (1) Padronização Direta Responde à seguinte pergunta: “Qual seria a taxa bruta de mortalidade da população A se a estrutura etária da população A fosse a mesma estrutura etária da população B?” (1) Padronização Direta Procedendo à padronização direta: Temos 3 populações – A, B e C (1) Pode-se pressupor que a população A tenha a mesma distribuição etária da população B; (2) Podemos pressupor também que a população C tenha a mesma distribuição etária da população B. (3) Então, perguntar: quais seriam as TBM das três populações, aceitos estes pressupostos? (1) Padronização Direta Esquematizando nosso exemplo, temos que: Assim, podemos recalcular o número de eventos esperados, se aplicamos a estrutura etária de B às taxas específicas i B i B BB i B i C BC i B i A BA CMTBM CMTBM CMTBM ),( ),( ),( (1) Padronização Direta Vamos voltar ao nosso exemplo para entender... Olhando para a distribuição proporcional, percebemos que as três são diferentes. O que vamos fazer é “aplicar” a distribuição proporcional de B para A e C, de forma que a única diferença entre as três populações será o NÍVEL da mortalidade (TEMs) Taxa Específicas de Mortalidade do ano X Número de Pessoas-Anos para o ano X Distribuição proporcional para o ano X Idade Pop A Pop B Pop C Pop A Pop B Pop C Pop A Pop B Pop C 0 a 29 0,030 0,032 0,040 8000 3000 300 0,8 0,3 0,03 30 a 59 0,015 0,016 0,020 2000 7000 9700 0,2 0,7 0,97 Total - - - 10000 10000 10000 1,0 1,0 1,0 (1) Padronização Direta Podemos então calcular as taxas brutas de mortalidade de A e C padronizadas pela estrutura etária da população B (calcular no quadro) Taxa de Mortalidade ano X Composição Etária ano X da população B Idade Pop A Pop B Pop C Pop A Pop B Pop C 0 a 29 0,03 0,032 0,04 0,3 0,3 0,3 30 a 59 0,015 0,016 0,02 0,7 0,7 0,7 (1) Padronização Direta TBM (A, padrão B): (0,03)(0,3) + (0,015)(0,7) = 0,009+0,0105 = 0,00195 TBM (A, padrão B) = 19,5 óbitos por mil pessoas-ano TBM (B, padrão B): (0,032)(0,3) + (0,016)(0,7) = 0,0096+0,0112 = 0,00208 TBM (B, padrão B) = 20,8 óbitos por mil pessoas-ano TBM (C, padrão B): (0,040)(0,3) + (0,020)(0,7) = 0,0120+0,0140 = 0,0260 TBM (C, padrão B) = 26 óbitos por mil pessoas-ano (1) Padronização Direta Agora sim, podemos comparar níveis de mortalidade por meio das TBM padronizadas. O nível de mortalidade de C seria 33% maior que o de A e o de B 13,7% maior do que o de A. O de C, 25% maior do que o de B. Essa comparação é possível porque neste caso todas as taxas referem-se a uma única distribuição etária padrão. (1) Padronização Direta Deve ficar claro então que para calcular taxas globais padronizadas nós simplesmente ponderamos as TEM por idade não por sua própria distribuição etária, mas pela distribuição etária padrão.
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