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Medidas Mitigatórias em Hidrelétricas.

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REDVET. Revista electrónica de Veterinaria 1695-7504 
2011 Volumen 12 Número 3 
 
Medidas mitigadoras dos impactos ambientais causados por usinas hidrelétricas sobre peixes 
http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n030311/031104.pdf 
 
1
REDVET Rev. electrón. vet. http://www.veterinaria.org/revistas/redvet 
Vol. 12, Nº 3 Marzo/2011– http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n030311.html 
 
 
 
Medidas mitigadoras dos impactos ambientais 
causados por usinas hidrelétricas sobre peixes 
(Mitigating measures for environmental impacts caused by 
hydroeletric usine on fish) 
 
Andrade, Estefânia de Souza: Doutoranda em Ciências Veterinárias, 
Universidade Federal de Lavras, esandrade@bol.com.br , esandrade| 
Araújo, Jamile da Costa: Doutoranda em Zootecnia, Universidade 
Federal de Lavras, Bolsista CNPq, jamilejca@yahoo.com.br , jamilejca 
 
 
 
Resumo 
 
A construção de barragens para geração de energia tem sido 
considerada uma das maiores causadoras de impactos sobre a 
ictiofauna continental, principalmente sobre os peixes migradores 
conhecidos como peixes de piracema, pois a implantação de tais 
empreendimentos leva a um bloqueio ou maior dificuldade da migração 
dos peixes para as partes superiores das bacias, impossibilitando sua 
reprodução e levando a diminuição dos estoques naturais das espécies. 
Algumas formas de minimizar estes impactos são a construção de 
mecanismos de transposição, e de repulsão de peixes. Atualmente, os 
mecanismos de transposição mais utilizados são as escadas, eclusas e 
elevadores para peixes, enquanto os de repulsão incluem as barreiras 
físicas e elétricas. No Brasil, a instalação destes mecanismos foi 
impulsionada pela legislação de proteção à fauna, que prevê que a 
mortalidade de peixes provocadas pela implantação de usinas 
hidrelétricas são consideradas danos à fauna, sendo sujeitas a 
penalidades. Apesar de tais mecanismos já serem bastante utilizados, 
a escassez de estudos sobre a eficácia e consequência da implantação 
dos mesmos sobre as diferentes espécies de peixes ainda não estão 
elucidadas, com pena de tais sistemas serem implantados e não 
atenderem seu principal objetivo, servindo apenas como forma de 
melhorar a imagem do empreendimento perante a sociedade. 
 
Palavras-chave: Ictiofauna | transposição | barragem 
 
 
 
 
 
 
REDVET. Revista electrónica de Veterinaria 1695-7504 
2011 Volumen 12 Número 3 
 
Medidas mitigadoras dos impactos ambientais causados por usinas hidrelétricas sobre peixes 
http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n030311/031104.pdf 
 
2
Abstract 
 
The construction of dams for power generation has been recognized as 
a major cause of impacts on the continental fauna, particularly on 
migratory fish known as fish spawning, since the location of such 
projects leads to a deadlock or more difficult the migration of fish to 
the tops of the river, preventing replication and leading to reduction in 
natural stocks of the species. Some ways to minimize these impacts 
are the construction of fishways, and repulsion of fish. Currently, the 
mechanisms for implementing the most used are the stairs, locks and 
fish elevators, while the repulsion include physical barriers and 
electrical. In Brazil, the establishment of these mechanisms has been 
driven by legislation to protect the fish, which provides that the 
mortality of fish caused by the implementation of hydro power plants 
are considered damage to fauna, being subject to penalties. Although 
such mechanisms are already widely used, the lack of studies on the 
effectiveness and consequences of their deployment on the different 
fish species are not yet understood, sorry for such systems are in place 
and do not meet its primary objective, but are how to improve the 
image of the enterprise to society 
 
Key words: Ichthyofauna | transposition | dam 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
A matriz energética Brasileira é predominantemente hidrelétrica, 
chegando a 80% do total da produção (ANEEL, 2004). Tem um 
potencial de 260 GW, mas usa apenas 25% deste total. Isto difere de 
outros países, onde a principal fonte de energia elétrica é oriunda de 
termoelétricas de combustíveis fosseis ou nuclear. Esta característica 
de nossa matriz energética faz todo sentido, pois existe no território 
brasileiro uma extensa rede de rios e bacias hidrográficas com grande 
volume de água e com quedas que facilitam a instalação de 
hidrelétricas. Outro fator que desencadeia esta tendência nacional, é 
que a produção de energia elétrica por fontes alternativas, não 
possuem escala para atender as crescentes necessidades do país, 
tornando imprescindível a implantação de novas usinas hidrelétricas a 
curto e médio prazo (Junho, 2008). 
Apesar de seus incontestáveis benefícios energéticos, as usinas 
hidrelétricas estão associados, impactos ambientais, dentre os quais 
merece destaque sua interferência com as populações de peixes, 
principalmente as migradoras. Este fato se reveste de importância 
ainda maior quando se leva em conta a grande diversidade de espécies 
de peixes nos rios Brasileiros, e sua importância na cultura e 
REDVET. Revista electrónica de Veterinaria 1695-7504 
2011 Volumen 12 Número 3 
 
Medidas mitigadoras dos impactos ambientais causados por usinas hidrelétricas sobre peixes 
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3
subsistência das populações ribeirinhas e na economia do país (Junho, 
2008). 
Independente de serem de curto prazo ou cumulativos, os impactos 
sociais adversos a população ribeirinha são uma séria conseqüência 
dos grandes represamentos. Dentre muitos fatores podemos destacar: 
o deslocamento forçado da população, devido à construção de 
represas, a redução dos recursos pesqueiros devido aos impactos 
exercidos sobre as espécies de peixes, entre outros. 
A ictiofauna brasileira é uma das mais ricas e diversificadas do mundo, 
o que reflete numa ampla variedade de formas e padrões 
comportamentais (Agostinho et al., 2007). Entre as espécies, os peixes 
de maior importância para a pesca são os popularmente conhecidos 
como de piracema, isto é, peixes que migram sazonalmente rio acima 
entre os locais de alimentação e de reprodução. Além dos obstáculos 
naturais, estes peixes precisam sobrepor as ameaças criadas pelo 
homem: a poluição, a pesca predatória e as barragens (Vazzoler & 
Menezes,1992). 
Atualmente, a construção de barragens, e a conseqüente formação dos 
reservatórios, podem ser consideradas algumas das principais causas 
da diminuição populacional de peixes em diversas partes do mundo. 
Conseqüentemente, a natureza e a intensidade de impactos ambientais 
decorrentes das modificações hidrológicas impostas pelos 
represamentos interferem nas peculiaridades da fauna local, tais como 
nas estratégias reprodutivas, nos padrões de migração, nas 
especializações tróficas, no grau 
de pré-adaptação a ambientes lacustres, interações entre os 
organismos e a dominância de espécies, modificações das condições 
físico-químicas da água, eutrofização e deterioração da qualidade da 
água, alterações das inter-relações dos ecossistemas 
terrestre/lacustre, inundação de áreas sazonalmente alagáveis e 
aumento do número de parasitas dos peixes (Larinier, 2000; Baxter, 
1977; Tundisi, 1978; Agostinho et al., 1992). A jusante do barramento 
observa-se impactos que se referem a alterações do fluxo de água, 
supersaturação gasosa e aumento do nível de predação próximos à 
barragem, além de controlarem o regime de cheias (Baxter, 1977; 
Tundisi, 1978). 
As espécies de peixes adaptadas a ambientes reofílicos são as mais 
afetadas com a transformação súbita do ambiente lótico para lêntico, 
uma vez que as adaptações e estratégias reprodutivas estavam 
associadas ao ambiente lótico. Cabe também ressaltar que ascondições atuais podem comprometer a abundância das espécies em 
vários aspectos, como a utilização do espaço físico, a oferta de 
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alimento e a qualidade da água e do substrato (Agostinho et al., 
2007). 
As alterações mais relevantes produzidas pelos reservatórios sobre 
essas espécies migradoras e endêmicas, tanto montante quanto 
jusante da barragem, é o bloqueio ou o retardo do movimento de 
peixes para as partes superiores da bacia. Onde se essas alterações 
ambientais se tornarem críticas o peixe não terá mais possibilidade de 
se reproduzir no respectivo ciclo (Costa et al., 1999). Outros impactos 
biológicos também relacionados à barreira física representada pela 
barragem, para as espécies aquáticas, é o fator de isolamento das 
populações que antes se encontravam em contato (Souza, 2000). 
Verifica-se que a preocupação e a busca de solução para esse 
problema é bem antiga, pois, o primeiro mecanismo de transposição 
para peixes, do qual se tem registro, foi construído em 1640 em Bern 
na Suíça. No entanto, esse tipo de empreendimento surge no Brasil 
somente quase três séculos depois, em 1906, com a construção de 
uma escada na usina de Salto Grande, no distrito de São Joaquim em 
São Paulo (Martins, 2000). 
A instalação de mecanismos de transposição de peixes (MTPs) no Brasil 
foi impulsionada com a edição de leis que visam atenuar os impactos 
do barramento sobre os peixes de piracema. A Instrução Normativa Nº 
146, de 11 de janeiro de 2007, estabelece critérios e padroniza os 
procedimentos relativos à fauna no âmbito do licenciamento ambiental 
de empreendimentos e atividades que causam impactos sobre a fauna 
silvestre. 
Outro impacto observado pela construção de barragens através da 
interrupção de rotas migratórias para as espécies migradoras é a 
tendência da formação de acúmulo de peixes no sopé das barragens. 
Este acúmulo acaba desencadeando outros impactos, tais como a 
mortandade de peixes em turbinas hidráulicas e vertedouros 
(Agostinho et al., 1993). 
Este evento ocorre principalmente durante as manobras de parada de 
máquinas para manutenção. A mortandade neste caso encontra-se 
associada à entrada de cardumes de peixes no interior dos tubos de 
sucção durante a parada. Eventos de mortandade são também 
observados quando ocorre a passagem de peixes por turbinas no 
sentido montante-jusante (Silva et al., 2006). 
No caso de vertedores, a mortalidade está relacionada ao impacto 
direto ou através da supersaturação de gás. Impacto fatal pode ocorrer 
contra estruturas da barragem ou contra o leito e margens do rio. No 
entanto, desenho apropriado do vertedor e da bacia de dissipação pode 
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aumentar satisfatoriamente a taxa de sobrevivência dos peixes 
(Therrien & Bourgeois, 2000). 
No caso de passagem pelas turbinas, o nível de danos causados aos 
peixes migrando para jusante é bem mais acentuado, e vem sendo 
estudado com mais freqüência. Estudos têm indicado que as taxas de 
mortalidade variam de 0% a 100 % nas turbinas do tipo Francis, sendo 
raramente menor que 10 % (Eicher et al., 1987), e de 0 a 20 % para 
turbinas Kaplan (Therrien & Bourgeois, 2000). Segundo Cada (2001), 
variações súbitas na pressão, choque e compressão contra as pás, 
desorientação devido à alta turbulência no tubo de sucção e 
conseqüente susceptibilidade a predadores são as principais causas de 
morte de peixes migradores que atravessam a barragem através das 
turbinas. 
Mortalidades de peixes dessa forma são consideradas danos à fauna 
pela legislação federal (e.g., Lei de Crime Ambientais, Lei 9.605 de 
13/02/98) e, portanto, sujeita as penalidades previstas. Deste modo, o 
desenvolvimento de sistemas que causem a repulsão de peixes de 
áreas de risco em usinas hidrelétricas tem sido de total interesse por 
parte do setor elétrico (Silva et al., 2006). 
 2. TRANSPOSIÇÃO MANUAL 
A transposição manual consiste na retirada de um determinado número 
de peixes de diversas espécies, da jusante da barragem e levar até a 
montante como os mecanismos de transposição definitivos. Com essa 
prática, além da possibilidade de se transpor um número considerável 
de peixes, comparável ao número de exemplares transpostos por 
algumas das escadas para peixes construídas no Brasil, a transposição 
manual, através da marcação de peixes, possibilita a avaliação da 
possibilidade de retorno dos peixes para jusante, que se dá 
principalmente através dos vertedouros (Pompeu & Martinez, 2003). 
Assim, a transposição manual surge como alternativa emergencial de 
atendimento à legislação, seja durante o projeto ou construção de 
mecanismos definitivos em barragens de PCHs já existentes, ou 
mesmo durante períodos de desvio do rio em barragens em 
construção, atenuando os efeitos destes empreendimentos sobre a 
ictiofauna. Adicionalmente, quando efetuada com rigor técnico e 
científico, este procedimento pode proporcionar levantamento de 
informações inéditas sobre o comportamento dos peixes sul-
americanos frente à PCH (Pompeu & Martinez, 2003). 
3. MEDIDAS MITIGADORAS 
3. 1. Mecanismos para transposição de peixes 
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Mecanismos de transposição de peixes são estruturas que possibilitam 
o deslocamento dos peixes no rio, através de barragens, sem 
excessivo estresse. 
Estruturas para transposição de peixes têm uma história relativamente 
longa, com os mais antigos registros datando de mais de 300 anos 
atrás, na Europa. No Brasil, estes têm sido objeto de atenção de 
técnicos e outras pessoas interessadas desde 1906, com a construção 
da primeira escada para peixes na barragem da Usina Itaipava, no rio 
Pardo, Estado de São Paulo (Agostinho et. al., 2007). 
Um mecanismo de transposição de peixes deve prever a subida para 
desova dos peixes adultos e garantir o retorno das larvas, peixes 
pequenos e adultos. A descida do MTP, especialmente em hidrelétricas, 
está relacionada a problemas tais como arrasto dos peixes, localização 
das tomadas d’água, relação de mortalidade e ferimentos nas turbinas, 
dentre outros não considerados na subida do mecanismo (Northcote, 
1998). 
Segundo Kynard (1993), embora sejam conceitualmente simples, para 
se tornarem eficientes, os mecanismos de transposição devem ser 
projetados e operados levando em consideração diferentes aspectos 
comportamentais dos peixes, e não apenas aspectos de engenharia, 
como altura da barragem, topografia local, distância entre a barragem 
e a casa de força, etc. Além de considerar o número esperado de 
exemplares migrantes, histórico de vazões locais; probabilidade de 
vertimentos e flutuações do reservatório durante a estação 
reprodutiva; necessidade, disponibilidade e custos da água de atração, 
como custos com manutenção e operação (Bengeyfield et al., 2001). 
A eficiência do MTP reside, fundamentalmente, no conhecimento das 
características biológicas das espécies que o utilizarão. Tal 
conhecimento pode ser denominado de base biológica dos mecanismos 
de transposição, e inclui diversos aspectos, tais como: (i) habilidades 
natatórias dos peixes, em termos de velocidades mínimas de atração e 
velocidades máximascapazes de serem superadas; (ii) padrões 
migratórios, compreendendo a distribuição temporal e espacial das 
diferentes espécies; (iii) comportamento no canal de fuga, 
particularmente a distribuição das diferentes espécies em função de 
características do escoamento (i.e. profundidade, velocidade, nível de 
turbulência, qualidade da água, temperatura, oxigênio dissolvido, 
luminosidade, dentre outros); e (iv) a capacidade dos peixes de 
localizarem o “caminho de volta” durante a migração para jusante 
(Martinez et al., 2001; Santos et al., 2006). 
O número de espécies migradoras é uma das características 
determinantes para o projeto dessas estruturas, uma vez que, caso 
comprovado uma grande variedade de peixes, torna-se necessário a 
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escolha de um mecanismo menos seletivo. Esse tipo de problema é 
muito comum em países tropicais, cujas comunidades de peixes são 
bem mais diversificadas que as encontradas em países do hemisfério 
norte (Santos et al., 2006). 
No entanto, além da diversidade, as diferenças entre as comunidades 
de peixes tropicais, e as que ocorrem em locais de clima temperado se 
estendem, também, ao comportamento migratório e as suspeitas 
quanto às diferenças nas capacidades natatórias. Entender o 
comportamento das espécies-alvo é necessário para adequadamente 
projetar, localizar e operar uma passagem de peixe (Kynard, 1993). 
Existem basicamente três tipos de MTPs: elevador para peixes, que 
funciona como uma caçamba que iça os peixes para o reservatório 
superior; eclusa para peixes, que tem seu funcionamento similar à 
eclusa para navios; e escada para peixes, constituída de tanques 
separados por anteparos para a dissipação de energia, podendo ser do 
tipo tanque com vertedor, com ou sem orifício, Denil, ou ranhura 
vertical (Viana et al., 2006). 
O escoamento na entrada do MTP deve possuir um volume suficiente 
para atrair o peixe, no entanto, não pode superar a velocidade de 
explosão das espécies que utilizarão o mecanismo, o que ocasionaria 
grande fadiga e stress nestes indivíduos. Deve-se ter uma preocupação 
especial quanto à velocidade na entrada do mecanismo devido à 
proximidade com outros sistemas do empreendimento, como, por 
exemplo, o canal de fuga das máquinas, que pelo grande volume 
descarregado promovem a atração dos peixes para esta região (Clay, 
1995). Outra preocupação na construção deste tipo de mecanismo se 
refere à dissipação de energia nos tanques, que não deve superar 
0,191 kW/m3, para não promover desorientação dos peixes 
(Rajaratnam et al., 1986). 
A implantação de mecanismos de transposição de peixes tem 
esbarrado em uma resistência do meio técnico, baseada na afirmação 
que estes irão reduzir as taxa interna de retorno dos 
empreendimentos. Entretanto, este fato apesar de correto, não pode 
ser utilizado como alegação para a não implantação destes sistemas 
(Martinez et al., 2001). 
Por conta disto, sistemas recuperadores de energia em usinas 
hidrelétricas têm sido implantados, de modo a permitir que os 
mecanismos de transposição de peixes possam ser instalados, sem 
representar, no entanto, um salto em termos de custo de energia 
gerada pelas mesmas. Este fato é necessário para permitir o 
aproveitamento econômico dos potenciais residuais sem causar um 
impacto ambiental de proporções difíceis de prever, com os dados 
atualmente disponíveis. (Martinez et al., 2001). 
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Segundo Magalhães et al. (2004), a inserção de uma unidade geradora 
de pequeno porte junto ao MTP apresentaria uma série de vantagens, 
principalmente por possibilitar a geração em situação de baixa vazão 
em um ponto de rendimento elevado. Isto sugere que seja 
interessante estudar a possibilidade de se instalar, nos futuros 
empreendimentos, um sistema de água de atração de maior 
capacidade. Esta estratégia pode ser vantajosa, e trará os seguintes 
benefícios: 
• Melhoria da atratividade do MTP; 
• Aumento do rendimento global dos grupos geradores instalados; 
• Aumento da energia gerada no empreendimento. 
Com isso, Magalhães et al. (2004), puderam concluir que a operação 
de MTPs com recuperação energética da água de atração, ao invés de 
representar uma perda energética, constitui-se em um ganho 
energético. 
 3.1.1. Escada 
A instalação de escadas para peixes no Brasil era exigida pela 
legislação da primeira metade do século (Lei 2250, de 28.12.1927; 
decreto 4390, de 14.03.1928 e Decreto Lei 794, de 19.10.1938) que 
prescreve: “a todos quantos, para qualquer fim, represarem as águas 
dos rios, ribeirões e córregos, são obrigados a construir escadas que 
permitam a livre subida dos peixes” (Agostinho, 1997). 
O início da construção das escadas ou similares ocorreu quando 
observou-se a dificuldade dos peixes se locomoverem diante de 
obstáculos geológicos naturais, fossem eles quedas abruptas tipo 
cachoeiras ou corredeiras íngremes, e resolveu facilitar sua 
movimentação, visando sua sobrevivência no ecossistema e a 
perpetuação das reservas pesqueiras para atividades esportivas ou 
profissionais (Moretto, 2005). 
 A escada de peixe é o mecanismo de transposição mais popular e 
mais utilizado em todo o mundo. As principais partes que compõem as 
escadas são: entrada, centro e saída. Chama-se de entrada o local por 
onde entram os peixes (equivalente à saída do fluxo de água) a qual é 
considerada a parte mais importante da escada, e de saída o local por 
onde os peixes saem (equivalente à entrada de água). O centro da 
escada é constituído de uma série de tanques separados por barreiras 
que controlam o nível de água nos tanques (Rainey, 1991). 
Fluxos muito turbulentos que provocam redemoinhos próximos à 
entrada podem confundir os peixes, dificultando a sua localização. Em 
locais onde a vazão de água da escada é pequena comparada com a do 
rio, uma quantidade de água suplementar pode ser necessária para 
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aumentar a vazão e a velocidade do fluxo de água na entrada da 
escada, e com isto melhorar a atração dos peixes. Essa água 
suplementar é conhecida como água de atração, e é geralmente 
tomada próximo à saída da escada e solta através de difusores, 
próxima a entrada. Esse fluxo adicional tem como intuído estabelecer a 
atratividade suficiente para que os peixes encontrem a entrada do 
mecanismo. O grau de atratividade insuficiente é apresentado como 
um dos principais fatores causadores do mau funcionamento dos 
mecanismos para transposição, segundo Clay (1995) e Larinier (2001). 
Entretanto, para o caso de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH´s) a 
água de atração, quando necessária, pode representar um valor 
significativo da vazão disponível, comprometendo o empreendimento 
como um todo, se considerarmos a redução da energia disponível. No 
caso de aproveitamentos maiores, mesmo representando um valor 
marginal, esta "perda" de água e conseqüente redução de geração 
pode significar valores econômicos consideráveis, apesar de 
normalmente não comprometer a viabilidade do empreendimento 
(Martinez et al., 2001). 
A utilização de escadas pode ser considerada prática usual em 
desníveis inferiores a 10 m. Para desníveissuperiores eclusas e 
elevadores têm sido preferencialmente utilizados. Este fato está 
associado ao alto custo das escadas e o pouco conhecimento da 
capacidade física dos peixes em transpor desníveis elevados (Pompeu 
& Martinez, 2003). 
 Os mecanismos de transposição tipo escada possuem diversas 
configurações: 
• Escada do tipo Denil 
Esse tipo de mecanismo foi projetado por Denil em 1906 na Bélgica, e 
foi muito utilizado na Europa na primeira metade do século XX. Os 
anteparos deste tipo de sistema são inclinados e possuem uma 
abertura específica na região central, estes anteparos, em sua forma 
complexa, causam uma corrente helicoidal secundária extremamente 
eficiente na dissipação de energia do escoamento em decorrência da 
transferência de quantidade de movimento (Larinier, 2001). 
Devido às altas velocidades encontradas, pode-se caracterizar a escada 
de peixes do tipo Denil como seletiva, sendo esta apropriada para 
espécies que possuem velocidade e resistência suficientemente altas. 
Ela não é indicada para pequenos peixes (< 20 – 30 cm). Entretanto, 
peixes pequenos têm sido observados passando por escada do tipo 
Denil quando esta é alimentada por vazão insuficiente, com nível de 
água menor que o requerido para causar correntes helicoidais 
(Larinier, 1998). 
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 Figura 1. Escada do tipo Denil. Fonte: Martins( 2000) 
• Escada do tipo tanque com vertedor 
Este tipo de sistema é composto por tanques separados por anteparos 
simples ou com aberturas, que podem ser de diferentes formas. Além 
disso, existem diferentes configurações da localização destas 
aberturas. Um grande problema que pode ocorrer na utilização da 
escada do tipo tanque com vertedor, é o fato de que se as velocidades 
sobre o vertedor, abertura ou orifício excederem a velocidade crítica 
para a subida do peixe, esse não poderá mover-se de encontro à 
direção do escoamento. A ocorrência de jatos turbulentos, vórtices e 
escoamento circular impedem que o peixe suba o mecanismo (Kim, 
2001). 
 
Figura 2. Escada do tipo Tanque com Vertedor do rio Nester na 
França. Fonte: Viana (2006) 
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• Escada do tipo ranhura vertical 
Esse tipo de mecanismo consiste em um canal separado por tanques 
sucessivos, que por sua vez são divididos por anteparos que possuem 
uma abertura vertical e que permitem a passagem da água. Estes 
anteparos podem ser simples ou duplos, podendo apresentar-se em 
diferentes configurações. Esse sistema foi desenvolvido em 1943 e 
representou um avanço no design de mecanismo de transposição para 
peixes. A escada do tipo ranhura vertical possui complexos detalhes de 
anteparos (Clay, 1995). 
Diferenciando-se dos outros tipos de escadas, estes detalhes são 
usualmente definidos a partir de estudos de modelos hidráulicos. 
Nestes estudos têm de se levar em conta a diferença do nível da 
lâmina d’água de um tanque para outro (DH). Este DH depende da 
espécie de peixe que irá utilizar a escada, usando sua velocidade de 
explosão para subir (Blake, 1983). As escadas com ranhura vertical 
oferecem condições toleráveis para os peixes, incluindo baixas 
velocidades para peixes jovens, e possibilidade de subida de diferentes 
espécies, por permitirem a transposição em diferentes profundidades 
(Beitz, 1999). 
 
 
Figura 3. Escada do tipo ranhura vertical da UHE de Igarapava. Fonte: 
Vicentine (2004) 
 
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3.1.2. Elevador 
No mecanismo de elevador, os peixes são atraídos para um 
compartimento com água, posicionado abaixo da barragem, e 
transportados passivamente para o alto através de cabos, caminhões-
tanque, tanques em planos inclinados e etc., sendo então liberados no 
reservatório. Sua eficiência é regulada pela capacidade de atração e 
freqüência de funcionamento que possibilitam a transposição em 
qualquer faixa de desnível (Agostinho et al., 2007; Martinez et al., 
2001). 
Um mecanismo de transposição de peixes para ser eficiente deve atrair 
os peixes para a entrada e possibilitar que estes nadem contra o fluxo 
de água gastando a mínima quantidade de energia possível (Larinier, 
2001). Portanto, é extremamente necessário possibilitar a localização 
da entrada, o que é conseguido usualmente através da liberação de um 
fluxo atrativo para os peixes possam se orientar. Esse fluxo é 
conhecido como água de atração, e é geralmente tomado próximo à 
saída do mecanismo (a montante da barragem) e liberado, através de 
difusores, próximo a entrada dos peixes (a jusante da barragem). A 
adução deste volume de água do reservatório até a entrada do 
mecanismo para a transposição geralmente é realizada através de 
bypass em canal aberto ou por um conduto forçado. Entretanto, esse 
volume de água desviado para melhorar a atratividade de um 
mecanismo de transposição pode significar uma considerável redução 
na vazão disponível para a geração (Magalhães et al., 2004). 
As principais vantagens dos elevadores de peixes comparados com 
outros tipos de mecanismos de transposição encontram-se nos 
seguintes itens: seu custo de implantação é praticamente 
independente da altura da barragem, os elevadores possuem 
pequenos volumes globais, tempo reduzido de percurso dos peixes, 
menor seletividade, além de permitir o controle da quantidade de 
peixes transpostos. Este tipo de mecanismo, também tem baixa 
sensibilidade à variação de nível d’água a montante. Além disso, 
também são considerados mais eficientes para algumas espécies, que 
tem dificuldade em transpor por mecanismos tradicionais. Quanto às 
desvantagens, podemos citar o elevado custo de operação e 
manutenção, concepção estrutural e mecânica sofisticada, não permitir 
a migração trófica, índice de mortalidade moderado, devido as 
operações mecânicas envolvidas, e o fato de ser uma estrutura fixa. 
Entretanto, a eficiência dos elevadores para pequenas espécies é 
geralmente baixa devido ao fato que telas suficientemente finas não 
podem ser utilizadas, por razões operacionais (Larinier, 2001; Pompeu 
& Martinez, 2003; Martins, 2004 ;Agostinho et al., 2007). 
De acordo com Pompeu & Martinez (2003), mecanismos desta 
natureza têm suscitado desconfiança por parte da sociedade com 
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relação a efetividade de sua operação por parte do empreendedor, 
outro fator desfavorável. 
Segundo Pompeu & Martinez (2005), a economia na água de atração 
através do estudo e ajuste da freqüência dos ciclos de transposição 
pode, em parte, compensar o maior custo com operação e 
manutenção, que é geralmente apontado como a principal 
desvantagem de um mecanismo do tipo elevador, incluindo aqueles 
com caminhão tanque. 
Quando comparados com escadas para peixes, elevadores também 
apresentam como vantagem a possibilidade de ajustamento do número 
e horário dos ciclos de transposição, às ocasiões com maior afluxo de 
peixes, procedimento que, em alguns casos, podesignificar 
considerável economia de água. Entretanto, este ajuste só pode ser 
obtido através do estudo detalhado do comportamento migrador da 
ictiofauna local (Pompeu & Martinez, 2005). 
Alguns projetos de elevadores para peixes têm se voltado para 
sistemas do tipo “trapping and trucking”, em que os peixes são 
captados a jusante da barragem em reservatórios e transportados para 
montante em caminhões-tanque (Clay, 1995). 
 
Figura 4. Componentes do mecanismo de transposição do tipo 
elevador com caminhão-tanque: 1- canal de atração, 2- mecanismo de 
transferência para a caçamba, 3- caçamba, 4- caminhão-tanque. 
Fonte: Magalhães et al. (2004) 
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O funcionamento de um elevador com caminhão-tanque pode ser 
entendido através do detalhamento das diferentes etapas que 
caracterizam um ciclo de transposição (Pompeu & Martinez, 2005): 
 
• As espécies migradoras são atraídas através de um fluxo de água 
para o interior do elevador; 
• Após entrar no elevador, um sistema de grades aprisiona os peixes 
sobre uma caçamba submersa; 
• A caçamba é içada e direcionada sobre um caminhão-tanque; 
• Os peixes são transferidos da caçamba para o tanque, que então os 
transporta até o local de liberação a montante. 
 
No tipo elevador com caminhão-tanque as espécies migradoras são 
atraídas através de uma vazão de atração, conduzida desde o nível do 
reservatório a montante até o canal no interior do mecanismo, através 
de um conduto forçado. Este canal, que faz a ligação entre a caçamba 
para transposição de peixes e o rio, é escavado lateralmente, a jusante 
do canal de fuga. 
A maior vantagem de um sistema do tipo elevador com caminhão-
tanque consiste na sua versatilidade com relação ao local de liberação 
dos indivíduos transpostos, o que o torna bastante apropriado para 
algumas situações (Pompeu & Martinez, 2003). 
Em rios com barramentos em cascata (barragens sequenciais), o 
elevador com caminhão-tanque permite que os peixes sejam 
capturados junto à barragem de jusante e transportados diretamente 
para o reservatório de montante. Desta maneira, evita-se que sejam 
efetuadas sucessivas transposições, ou que sejam construídos diversos 
mecanismos. A maior flexibilidade do sistema também é o motivo pelo 
qual este tipo de mecanismo se aplica em barramentos que 
apresentam a casa de força distante da barragem. Quando a 
probabilidade de vertimentos é pequena mesmo nos períodos de maior 
precipitação, situação comum em PCHs, a eficiência de um mecanismo 
de transposição instalado junto à barragem fica comprometida, já que 
os peixes freqüentemente têm dificuldade em alcançá-lo. Nestes casos, 
o mecanismo do tipo elevador com caminhão-tanque permite que os 
peixes sejam atraídos e capturados junto à casa de força, local onde 
geralmente são observadas concentrações dos cardumes, e 
transportados até o reservatório (Pompeu & Martinez, 2005). 
3.1.3. Canal de passagem secundário 
Em anos recentes, surgiu na Europa uma grande tendência à utilização 
de canais secundários, para a transposição de peixes em barragens. 
Sem sombra de dúvidas, esses canais atendem a requisitos de ordem 
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biológica de forma mais satisfatória do que estruturas tais como 
escadas, elevadores ou eclusas, no que concerne à conectividade dos 
rios (FAO/DVWK, 2002). 
Os canais secundários são definidos como tipos especiais de meios de 
transposição desenhados para permitir a passagem dos peixes, 
localizando-se em torno do principal obstáculo. São muito semelhantes 
aos tributários naturais do rio (Larinier, 2001). Esses “rios artificiais” 
buscam restabelecer o contato entre os trechos a montante e a jusante 
da barragem, e se caracterizam pelo baixo gradiente (geralmente 
menor que 5%), sendo a energia dissipada através de corredeiras e 
cascatas dispostas de formas regular ao longo do curso e geralmente 
possuem um curso sinuoso (Gebler, 1998). 
Figura 5. Canal da piracema, Usina Hidrelétrica de Itaipu. Fonte: 
http://www2.itaipu.gov.br/meioa/aaqua_canal.htm 
Dificuldades em relação a essa estratégia de passagem relacionam-se 
à necessidade de espaço nas imediações da barragem, e ao fato de ser 
de difícil adaptação às variações de nível a montante, exceto se 
providos de comportas. De qualquer maneira, a entrada no sistema 
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deve estar localizada o mais próximo possível do obstáculo, onde os 
peixes se acumulam. O Canal de Piracema de Itaipu, que se utiliza, em 
parte, do rio Bela Vista, é o único conhecido nessa modalidade de meio 
de transposição na América do Sul. Entretanto, nesse caso, dada a 
declividade a ser vencida em alguns trechos, foram implantadas 
escadas e redutores de velocidade da água (Agostinho et al., 2007). 
Os canais secundários podem se apresentar de várias formas, incluindo 
rampas ou taludes de fundo, rampas de peixes e canal de derivação 
(Junho, 2008). Suas características geralmente são definidas 
considerando critérios e recomendações construtivas típicas de 
trabalhos de restauração de rios (FAO/DVWK, 2002). 
De forma geral, estes canais têm sido implantados em barragens com 
desníveis médios de 3,0 m e máximos de 7,0 m, que são pequenos em 
comparação com os outros utilizados geralmente no Brasil (Junho, 
2008). Esses canais também são implantados, em reservatórios com 
níveis de operação constante ou com pequenas variações de níveis 
(aproveitamentos a fio d’água). Isto porque variações significativas dos 
níveis de água de reservatórios exigem equipamentos de controle 
especiais, que podem criar condições hidráulicas que representem 
dificuldades à passagem de peixes, de acordo com Larinier (2001), e 
que descaracterizariam, de certa forma, o caráter natural do canal. 
3. 1. 4. Eclusa 
A eclusa de peixes consiste em um compartilhamento localizado ao 
nível da água, a jusante, ligado a outro localizado ao nível de 
montante, por uma câmara delimitada por comportas ou de nível 
variado. A operação é similar á de uma eclusa de navegação, ou seja, 
os peixes são atraídos para o compartimento intermediário, que é 
então fechado e enchido até o nível de montante, sendo assim 
liberados no reservatório pela abertura da comporta superior 
(Agostinho et al., 2007). 
A eficiência desse mecanismo depende da capacidade de atração dos 
compartimentos aos peixes. Dada a impossibilidade de prever 
antecipadamente o ótimo hidráulico para tal atração, é desejável que 
essa estrutura tenha a máxima flexibilidade de operação (Agostinho et 
al., 2007). 
Esse mecanismo de transposição geralmente é utilizado para a 
transposição de desníveis não superiores a 40 m, e tem sido 
considerado pouco ou nada eficiente (Pavlov, 1989; Agostinho et al., 
2007). 
É possível distinguir o funcionamento deste mecanismo em quatro 
diferentes fases. Inicialmente, os peixes são atraídos para a câmara 
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inferior daeclusa, quando os peixes se aproximam, a comporta inferior 
se fecha e a superior se abre, para que a câmara se encha até o nível 
do reservatório superior. Após a transposição dos peixes, a comporta 
superior se fecha e a inferior se abre, para que o volume de água 
excedente escoe. Em seguida, o processo se inicia novamente (FAO, 
2002). 
A eficiência da eclusa depende principalmente do peixe, que deve se 
manter no tanque inferior (à jusante do barramento) durante a fase de 
atração, seguindo a elevação do nível d’água durante o estágio de 
enchimento, e deixando-o após estar completamente cheio. É 
necessário que a velocidade e turbulência no tanque inferior sejam 
suficientes para atrair o peixe para dentro da eclusa. Entretanto, 
durante a fase de preenchimento da câmara, a eclusa não pode encher 
muito rápido. Isto resultaria em excessiva turbulência e aeração 
prejudiciais para os peixes, causando-lhes estresse, além da 
possibilidade de formação de bolhas de ar em seus órgãos internos. 
Este fato pode fazer com que os peixes permaneçam na câmara 
inferior. Os peixes devem ter tempo suficiente para deixar a eclusa, 
antes que se inicie o processo de esvaziamento (Larinier, 2001). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 6. Eclusa para peixes. Fonte: FAO (2002) 
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Segundo Martins (2004), as vantagens deste mecanismo são permitir 
migração trófica, não possuir restrição operativa da usina, seletividade 
baixa, independer do desnível, e necessitar de pouca área. E as 
desvantagens, o custo de operação e manutenção, depender de 
operação humana, manutenção constante, concepção estrutural, 
mecânica sofisticada, e a estrutura ser fixa. 
3.2. Mecanismos de repulsão 
Os mecanismos de repulsão são equipamentos e outras medidas para 
a prevenção da entrada de peixes juvenis, durante migrações 
descendentes, em tomadas d’água em aproveitamento de recursos 
hídricos, tais como projetos de irrigação, sistemas de abastecimento 
urbano e usinas hidrelétricas, com objetivo de redução da mortalidade. 
Tais dispositivos são associados, usualmente, a estrutura de contorno 
(bypass), que permitem a transposição de peixes também para a 
jusante (Junho, 2008). 
Os principais tipos de tecnologia presentes em mecanismos de 
repulsão para peixes são as barreiras físicas e os dispositivos para 
direcionamento, que podem ser estruturais ou comportamentais. 
A utilização de barreiras físicas, como telas ou grades, não são muito 
aconselháveis devido à perda de carga e de geração. Dessa forma, 
sistemas tais como barreiras elétricas estão sendo testados, pois os 
peixes são sensíveis a campos elétricos e podem ser guiados ou 
afugentados com o seu uso. Cortinas de bolhas, luz estroboscópica e 
som também estão sendo testados (Königson et al., 2002). 
Buscando formas de impedir a entrada dos peixes em áreas de risco 
nas usinas hidrelétricas, inicia-se o uso de sistemas de proteção e 
direcionamento, como alternativa para a proteção de cardumes de 
peixes que tentam passar pelas barragens existentes (Countant, 
2001). No entanto, tendo em vista questões hidráulicas de operação 
dos grupos geradores, essas sistemas não se constituem de barreiras 
físicas a serem instaladas nos empreendimentos e sim barreiras 
comportamentais que visam alterar o comportamento das espécies de 
peixes fazendo com que elas evitem uma determinada área (Silva et 
al., 2008). 
Outras barreiras comportamentais, também estão sendo estudadas, 
tais como cortinas de jacto de água, correntes penduradas, visuais e 
químicas têm sido sugeridas e, em alguns casos avaliados, como 
medidas de proteção dos peixes. No entanto, nenhuma aplicação 
prática destes dispositivos tem sido desenvolvida, e elas não são 
consideradas tecnologias disponíveis para aplicação a Fish and Wildlife 
Coordination Act (CWIS) (Taft, 2000). 
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3.2.1. Campos elétricos 
Durante as paradas do grupo gerador para manutenção ou durante as 
operações do síncrono, que são rotinas corriqueiras em usinas 
hidrelétricas, os peixes atraídos ficam aprisionados dentro da 
tubulação, podendo causar grande mortandade. O reinicio do 
funcionamento do grupo gerador nas operações de síncrono pode 
ocasionar a morte de peixes em quantidades expressivas, tanto por 
danos mecânicos como por variações bruscas de pressão (Cada, 1997; 
Larinier & Travade, 2002; Lopes et al., 2003). 
Segundo Cada (2001), variações súbitas na pressão, choque e 
compressão contra as pás, desorientação devido à alta turbulência no 
tubo de sucção e conseqüente susceptibilidade a predadores são as 
principais causas de morte de peixes migradores que atravessam a 
barragem através das 
turbinas. Conter a entrada de peixes na tubulação de restituição ou 
expulsá-los quando necessário são alternativas para evitar a 
mortalidade. Barreiras físicas, como telas ou grades, provocam perda 
de carga e de geração, sendo, por conseguinte, indesejáveis. Esse 
inconveniente não ocorre com o uso de barreira elétrica. 
Barreiras elétricas tem se mostrado eficiente na prevenção da subida 
dos peixes rio acima. No entanto, um número de tentativas de desviar 
ou impedir o movimento dos peixes a jusante tiveram um sucesso 
limitado (Bengeyfield, 1990; Kynard & O'Leary, 1990). Por 
conseguinte, avaliações anteriores não conduziram a aplicações 
permanentes. Dada a sua anterior ineficiência e risco potencial, telas 
elétricas não são consideradas uma tecnologia viável para a aplicação 
em hidrelétricas. 
A aplicação de campo elétrico é capaz de conduzir, repelir e até 
paralisar o individuo (Vibert, 1967; Halsband & Halsband, 1984). A 
reação apresentada pelos peixes depende diretamente do tipo de 
campo aplicado, AC ou DC e sua intensidade e duração. No que diz 
respeito à aplicação de campos DC os peixes apresentam três tipos de 
comportamento, de acordo com a intensidade do campo aplicado indo 
do menor para o maior, para tensões AC os peixes não apresentam o 
comportamento de taxeamento, como relacionado abaixo (Wang, 
1990): 
1º - Reação inicial ou de sensibilidade: é caracterizada por uma leve 
agitação quando o peixe é exposto ao campo, corresponde ao nível de 
reação cuja intensidade do campo é a menor. 
2º - Reação de direcionamento ou taxeamento: é caracterizada por 
apresentar uma intensidade de campo maior que a anterior, de 
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sensibilidade. Nela os peixes apresentam uma característica de 
orientação pelo campo aplicado chamado de eletrotaxes. Neste nível o 
peixe se alinha em direção ao anodo da fonte de campo. Este limiar é 
utilizado na pesca elétrica, onde o cardume é orientado por um campo 
dentro dos níveis de eletrotaxes, e depois aturdido com um pulso de 
intensidade maior. 
3º - Reação de paralisia ou aturdido: é o estagio onde o peixe 
apresenta paralisia completa ou parcial dos movimentos, mantendo 
apenas a respiração e demais funções vitais. Este estágio corresponde 
ao limiar de campo máximo suportável pelo indivíduo. Correntes acima 
deste limiar fazem com que o peixe não sobreviva. 
Lopes et al. (2008), avaliaram a distribuiçãodo campo elétrico em um 
aparato experimental destinado a impedir que os peixes entrem nas 
turbinas hidráulicas, e concluíram que a barreira gerada pelo par de 
eletrodos possui uma distribuição de campo muito irregular o que pode 
causar resultados diferentes para cada posição do peixe frente à 
barreira, expondo o indivíduo a uma diferença de potencial não 
gradual, e perigosa em alguns casos. Outro ponto a se considerar é 
que o potencial necessário para afugentar um peixe que se aproxima 
da barreira de forma ortogonal é suficiente para paralisar, ou até 
mesmo matar o mesmo peixe se colocado de forma longitudinal. Além 
do mais, uma maior concentração do potencial se dá nas 
extremidades, próximo aos eletrodos, o que coloca em risco os peixes 
que se utilizam das paredes do tubo de sucção para se movimentar, 
como mandis e cascudos. Essa configuração, portanto, não é a mais 
indicada para o propósito de construção de uma barreira em um tubo 
de sucção, principalmente se os eletrodos forem colocados no piso do 
mesmo. Existem outras configurações de eletrodos mais seguras para 
construção de uma barreira elétrica. 
 
Figura 7. Esquema de barreira elétrica em canal de fuga. Fonte: Junho 
(2008) 
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3.2.2. Luz estroboscópica 
Luz estroboscópica é definida como um dispositivo capaz de emitir 
flashes de luz extremamente rápidos, curtos e brilhantes (Ploskey & 
Johnson, 2001). Este mecanismo tem demonstrado eficácia para 
repulsão de várias espécies de peixes de regiões de clima temperado, 
quando utilizada na freqüência de emissão de 300 flashes/min (Ploskey 
& Johnson, 2001; Patrick et al. 1985; Sager & Hocutt, 1987; Sager, 
2000; Sager et al., 2000a; Sager et al., 2000b; Johnson et al., 2001). 
De acordo com Königson et al. (2002), a luz é um estímulo primário 
para peixes e várias espécies têm sistemas visuais bem desenvolvidos. 
É sabido que para jovens de salmão e alguns outros peixes, a luz é um 
estímulo efetivo, porém a natureza da resposta, se de atração ou 
repulsão, depende do estado de aclimatação do peixe à luz do 
ambiente e da intensidade de luz utilizada nos testes (Silva et al., 
2006). 
Segundo Silva et al. (2006), a partir dos testes preliminares realizados, 
pode-se observar que luz estroboscópica demonstra ter um certo 
potencial para causar repulsão de boa parte dos indivíduos de pelo 
menos duas espécies brasileiras, o piau (L. renhardtii) e o lambari-do-
rabo-amarelo (A. bimaculatus), quando configurada para emitir 720 
flashes/min utilizando-se um equipamento de 750 W de potência, por 
pelo menos 1 hora. E testes realizados por Silva et al (2008), 
demonstraram a repulsão significativa de delta smelt (Hypomesus 
transpacificus) frente à exposição a luz estroboscópica a 360 
flashes/min. 
Uma das questões levantadas por alguns autores em trabalhos 
realizados nos EUA e Canadá refere-se ao tempo de exposição dos 
peixes à fonte de luz, indicando que algumas espécies de clima 
temperado tendem a se acostumar com a luz, neutralizando o efeito de 
repulsão inicial (Silva et al. 2006). 
Luzes estroboscópicas têm se mostrado eficazes e 
consistentes em repelir um número de espécies de peixes em 
laboratório e experimentos de campo. Em contrapartida, outros 
estudos têm indicado que algumas espécies não respondem às luzes 
estroboscópicas. Portanto, o potencial uso desse mecanismo exige local 
e avaliação espécie-específica (Brown, 2000). 
3.2.3. Cortina de bolhas 
As cortinas de bolhas geralmente não são eficazes para o bloqueio e 
desvio dos peixes em aplicações práticas. Cortinas de bolhas de ar 
foram avaliadas em uma série de localidades e variedade de espécies. 
Em nenhum caso as cortinas de bolhas de ar tem se mostrado eficaz e 
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consistente para repelir qualquer espécie. Por isso, o potencial de 
aplicação desta tecnologia parece ser limitado. Todas as cortinas de 
bolha desses locais foram retiradas de serviço. É possível que cortinas 
de bolhas combinadas com outras tecnologias comportamentais, tais 
como fontes de luz, podem indicar melhor potencial para esta 
tecnologia híbrida no futuro (GLEC, 1994; McCauley et al., 1996). 
Alguns pesquisadores sugerem que a eficácia das cortinas de bolhas 
está associada ao som que elas produzem e não propriamente às 
bolhas (OTA, 1995). 
3.2.4. Som 
Em relação às barreiras sonoras, vários estudos têm sido realizados 
com o objetivo de modificar padrões de movimentos de peixes. Neste 
aspecto o som possui várias características favoráveis como, por 
exemplo, a capacidade de ser direcionada, a reduzida atenuação com a 
profundidade, a independência da turbidez e da luminosidade, etc. Por 
outro lado, locais com altos níveis de ruído, como tomadas d’água e 
tubos de sucção, podem dificultar a percepção pelos peixes de sons 
gerados de forma artificial, enquanto que sons de alta intensidade 
podem ser prejudiciais aos peixes (Hawkins, 1986). 
O escoamento através de turbinas, escadas de peixes e outras 
estruturas hidráulicas geram sons subaquáticos de baixa freqüência, 
menores que 1000 Hz. Dados da literatura parecem indicar que alguns 
peixes como os salmonídeos detectam apenas sons de baixa freqüência 
entre 10 e 1000 Hz (Hawkins, 1986). 
Sons de baixa freqüência são percebidos apenas a pequenas distâncias 
e os resultados disponíveis se referem a experimentos em pequena 
escala. Por outro lado, a repulsa de clupeídeos adultos a sons 
subaquáticos de alta freqüência 120 e 160 kHz já foi relatada (Kinard & 
O’leary, 1990). Entretanto, muitas espécies de peixes não respondem 
a sons de alta freqüência. 
Estudos de campo demonstram que a resposta de peixes a sons 
subaquáticos pode ser afetada por variáveis ambientais tais como, 
temperatura da água e velocidade do escoamento. E, também, pelo 
estágio de vida dos indivíduos, pelos horários do dia ou da noite 
dependendo da espécie de peixes em estudo. 
O foco de estudos recentes de proteção de peixe envolvendo 
tecnologias de som subaquático sobre a utilização de novos tipos 
sistemas acústicos de baixa e alta frequência que não tenham sido 
previamente disponíveis para fins comerciais. Alta freqüência (120 
kHz) de som tem se mostrado eficaz em repelir os membros do Gênero 
Alosa em locais em todo os Estados Unidos (Ploskey et al., 1995; 
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Dunning, 1995; Consolidated Edison Company of New York Inc., 
1994). Outros estudos não têm mostrado boa consistência e 
efetividade em repelir espécies tais como, Smallmouth Bass 
(Micropterus dolomieui), perca amarela (Perca Flavescens), truta arco-
íris Oncorhynchus mykiss (EPRI, 1998), Gizzard Shad (Dorosoma 
cepedianum), Arenque (Clupea harengus), anchova baía (pomatomus 
saltador) e Anchova Bay (Anchoa mitchilli) (Consolidated Edison 
Company of New York, Inc., 1994). 
Devido respostas espécie-específicas para diferentes freqüências 
avaliadas, e os variáveis resultados que têm sido freqüentemente 
produzidos, pesquisas suplementares se justificam em locais onde não 
há dados ou os mesmos são limitados para indicar que a espécie de 
interesse pode responder ao som. 
No campo, a respostado peixe ao som está provavelmente mais 
relacionada ao movimento de partículas de pressão acústica, segundo 
Kalmijn (1988). O movimento das partículas é muito pronunciado num 
campo próximo de uma fonte sonora e é um importante componente 
do sentido que os peixes com maior sensibilidade a infra-sons 
(frequências inferiores a 50 Hz). Na primeira aplicação prática do infra-
som para repelir peixes, Knudsen et al. (1992, 1994) encontraram um 
movimento de partículas tipo pistão de funcionamento do gerador em 
10 Hz como sendo eficaz em repelir juvenis de salmão do Atlântico em 
um tanque e um canal de desvio de pequeno porte. 
Após o sucesso de Knudsen et al. (1992, 1994), havia uma crença 
generalizada na comunidade científica de que o infra-som poderia 
representar um eficaz repelente de peixe, uma vez que havia uma 
base fisiológica para a compreensão da resposta dos peixes ao 
movimento de partículas. O potencial de fontes de infra-sons 
disponíveis atualmente para efetivamente repelir os peixes tem sido 
posta em causa pelos resultados dos estudos mais recentes. Diante 
desses resultados, parece que as fontes de infra-sons precisam ser 
mais desenvolvidas e avaliadas antes de poderem ser consideradas 
uma tecnologia disponível para a aplicação. 
3.2.5. Barreiras físicas 
As barreiras físicas são constituídas essencialmente por telas 
(metálicas ou plásticas) e são consideradas o meio mais efetivo e 
confiável para evitar a entrada de peixes nas tomadas d’agua. Podem 
ser de diversos tipos, sendo as mais comuns as do tipo rotatório 
(rotating drum screen), deslizante (travelling screen) ou fixo (fixed 
screen). As telas do tipo Eicher e modular inclinada são consideradas 
experimentais (Junho, 2008). 
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Uma vantagem desses sistemas é que eles são efetivos para qualquer 
espécie, do tamanho e características natatórias consideradas em seu 
projeto. Contudo, a despeito de sua efetividade, estão sujeitos a 
obstruções por materiais flutuantes, que podem ser reduzidas com a 
utilização de sistemas para limpeza do tipo ar comprimido, mas os 
custos de implantação e operação são altos, tornando-os inviáveis para 
tomada d’agua de grandes dimensões. Em muitos países, é exigida por 
lei a colocação de telas em tubos de sucção, para evitar a entrada de 
peixes nas turbinas e evitar possíveis injúrias Turnpenny (1999). 
Redes também são barreiras físicas do tipo experimental, que 
constituem um modo efetivo de evitar a entrada de peixes em tomadas 
d’agua. O custo de instalação é comparativamente baixo, porém os 
custos de operação e manutenção são altos. Na prática, somente 
podem ser utilizadas em rios ou reservatórios onde há pouco material 
flutuante, devendo ser 
abaixadas ou retiradas nos 
períodos de vazões elevadas 
(Junho, 2008). 
Os dispositivos estruturas de 
direcionamento de peixes 
mais comuns são as grades, 
em ângulo (angled bar) ou 
perpendiculares (trash rack); 
e os sistemas tipo persiana 
(louver), que possuem, 
também, aspectos 
comportamentais, por alterar 
as características do 
escoamento a que os peixes 
respondem (Junho, 2008). 
 
Figura 8. Grade anti-
cardume para tubo de 
sucção. Fonte: Junho (2008) 
 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
O desenvolvimento medidas mitigadoras são essenciais na construção 
e atividade de usinas hidrelétricas, devido o grande impacto ambiental 
e social que as mesmas causam. Porém, na implantação de tais 
medidas, como os mecanismos de transposição e os de repulsão de 
peixes, é de grande importância levar em consideração as condições 
ambientais e a ictiofauna local, seu comportamento, espécies e 
particularidades, com pena de tais mecanismos não atenderem seu 
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principal objetivo, servindo apenas como forma de melhorar a imagem 
do empreendimento perante a sociedade. 
 
Por conta disso, a eficácia das medidas mitigadoras implantadas deve 
ser minuciosamente avaliada, para que mecanismos elaborados em 
laboratório, através de modelos reduzidos, não sejam disseminados, 
mesmo não colaborando para a conservação da ictiofauna. 
 
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Recibido 02.02.2010 / Ref. prov. FEB1002_REDVET / Revisado 19.11.2010 / Aceptado 12.01.2011 / Ref. def. 
031101_REDVET / Publicado 01/03/2011 
 
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