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Biblioteca 542366 PENAL 2 PLANO DE AULA

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É a pluralidade subjetiva no crime, ou seja, é a pluralidade de criminosos, de agentes, de sujeitos ativos. 
Classificação dos crimes quanto ao concurso de pessoas:
Crimes unissubjetivos (concurso eventual): pode haver ou não o concurso de agentes.
Crimes plurissubjetivos (concurso necessário): crime em que necessariamente haverá concurso de pessoas Ex: art. 288, CP.
Requisitos
Pluralidade de agentes
Unidade delitiva: agentes devem praticar o mesmo crime
Relevância causal e jurídica de cada uma das condutas: é necessário que mais de um agente tenha contribuído para o crime. Se apenas um tiver feito tudo, não há que se falar em concurso de pessoas. 
Liame subjetivo entre criminosos: é o acordo de vontades entre os criminosos. Os agentes precisam querer praticar, em conjunto, o crime. (coautoria ≠ autoria colateral ≠ autoria incerta). É indispensável que a adesão de vontades seja anterior ou concomitante à prática do crime, nunca posterior (pois, neste caso, haverá delito autônomo, como, p. ex., receptação, favorecimento real, etc). 
Modalidades de concurso de pessoas
Coautoria: quando há mais de um autor do crime. Autor é aquele que pratica a conduta principal, ou seja, é o principal agente do crime. 
Coautor parcial: os agentes se dedicam a atos de execução diversos que, reunidos, possibilitam o alcance do resultado pretendido. Ex: um ameaça a vítima, enquanto o outro subtrai seus pertences.
Coautor direto: todos os autores do crime executam a mesma conduta. Ex: os agentes ameaçam e subtraem os pertences das vítimas. 
A coautoria é compatível com crimes próprios, mas, em regra, não se aplica aos crimes de mão própria. 
Autor mediato: aquele que, sem praticar o verbo previsto no tipo, comete o fato punível por meio de outra pessoa, usada como seu instrumento (aproxima-se do partícipe, mas não se confunde com ele, já que seu comportamento não é acessório). O Código Penal prevê situações de autoria mediata: erro determinado por terceiro (art. 20, §2º), coação moral irresistível (art. 22, primeira parte), obediência hierárquica (art. 22, segunda parte), inimputabilidade penal (art. 62, III) e erro de proibição provocado por terceiro (art. 21, caput). 
Coparticipação: partícipe é aquele que tem uma conduta de menor relevância. É, portanto, o agente secundário do crime. Não existe partícipe se não houver autor. 
A participação pode ser: a) moral (participação intelectual): será o induzimento ou a instigação; b) material: é o auxílio. Ex: fornecer munição para que o autor pratique o crime. 
Obs! Não há participação culposa em crime doloso. 
Teorias que estudam a punibilidade no concurso de pessoas
Teoria monista (unitária): autores e partícipes respondem pelo mesmo crime. É a regra no Brasil, conforme previsão do art. 29, CP. Então, aquele que é partícipe do crime de homicídio responderá pelo mesmo tipo penal, ocorrendo apenas uma diminuição de pena. 
Teoria dualista: o autor responde por um crime e o partícipe por outro. 
 Teoria pluralista: há tantos crimes quantos forem os agentes.
O Brasil adota a teoria monista mitigada (moderada ou temperada), já que admite exceções. Portanto, em regra, autor e partícipe respondem pelo mesmo crime, na medida de sua culpabilidade, salvo quando a lei dispõe em sentido contrário. Ex: a gestante que vai até a clínica a fim de fazer o aborto, responde por um tipo de aborto, cuja pena é de 1 a 3 anos, e o médico, que é um terceiro, responderá por outro tipo de aborto, cuja pena é de 1 a 4 anos. 
Teoria sobre a autoria (conceitos de autor)
Teoria objetivo-formal: foi a teoria majoritária no Brasil por muito tempo. Para esta, o autor é aquele que realiza o núcleo do tipo (o verbo do tipo penal). Partícipe seria qualquer um que tenha contribuído, de alguma forma, para o crime sem realizar o verbo. 
Teoria objetivo-material: nunca foi acolhida no Brasil. Não se diferencia autor e partícipe. Assim, qualquer pessoa que tenha colaborado para o crime é autor. 
Teoria subjetiva: nunca foi adotada no Brasil. O autor é aquele que quer o criem como próprio (tem interesse pessoal na conduta criminosa) e partícipe é aquele que quer o crime como alheio. 
Teoria do domínio do fato: é a adotado pelo ordenamento brasileiro, segundo posicionamento do STF. Surgiu com o objetivo de suprir algumas deficiências da teoria objetivo-formal e a principal delas repousa na questão do “mandante”. Segundo esta teoria, o autor seria aquele que tem pleno domínio sobre o desdobramento causal da conduta criminosa, ou seja, é aquele que domina “se o crime irá ocorrer”, “como vai ocorrer” e “quando vai ocorrer”. 
Teorias sobre a acessoriedade (punibilidade do partícipe)
Teoria da acessoriedade mínima: o partícipe será punido se o autor praticar um fato típico. 
Teoria da acessoriedade limitada: o partícipe será punido se o autor praticar um fato típico e ilícito. Essa é a teoria adotada no Brasil. Assim, o partícipe não responde pelo crie se o autor praticar um fato típico, mas amparado por uma das excludentes de ilicitude. Responderá de acordo com sua culpabilidade (e não com a do autor). 
Teoria da acessoriedade máxima: o partícipe será punido se o autor praticar um fato típico, ilícito e se tiver culpabilidade. 
Teoria da hiperacessoriedade: só há punição do partícipe se o autor praticar um fato típico, ilícito, culpável e punível. 
Cooperação dolosamente distinta
Neste caso, há dois dolos distintos: um dos agentes possui o dolo de praticar um crime mais grave e o outro de praticar um crime menos grave. Aquele que tinha a intenção de praticar o crime menos grave, responde apenas pelo seu dolo. Se, contudo, sabia da possibilidade do outro agente cometer crime mais grave, responderá pelo crime mais brando, mas haverá aumento de pena de até a metade. 
Participação de menor importância
É aquela participação de pouca relevância causal, aferida exclusivamente no caso concreto, com base no critério da equivalência dos antecedentes. Trata-se da conduta que contribui para a produção do resultado, mas de forma menos enfática, razão pela qual deve ser encarada com menor rigor. 
Comunicabilidade das condições pessoais do agente
Art. 30, CP: as condições pessoais de um agente não se comunicam ao outro (coautor ou partícipe), salvo se forem elementares do crime. Condição pessoal é aquela que diz respeito ao criminoso e não ao crime. Elementar é aquilo que integra o tipo penal como parte essencial. Ex: condição de funcionário público no crime de peculato. Quando a condição pessoal do agente não for elementar será uma circunstância (se retirado do tipo penal não o descaracterizará o delito).
EXERCÍCIOS
1. Em relação ao concurso de pessoas, o CP adota a teoria monista, segundo a qual todos os que contribuem para a prática de uma mesma infração penal cometem um único crime, distinguindo-se, entretanto, os autores do delito dos partícipes.
2. Assinale a opção correta em relação ao concurso de pessoas.
a) De acordo com a teoria do domínio do fato, autor é o agente que realiza um dos elementos do tipo, sendo considerado partícipe o agente que somente planeja o crime.
b) O instituto da participação de menor importância aplica-se ao autor, ao coautor ou ao partícipe que contribua para a prática delituosa de forma minorada, ou seja, que não pratique a conduta descrita no tipo penal.
c) Em se tratando de crime de roubo praticado mediante o emprego de arma de fogo, respondem pelo resultado morte (latrocínio), situado evidentemente em pleno desdobramento causal da ação delituosa, todos os agentes que, mesmo não tendo agido diretamente na execução da morte, tenham contribuído para a execução do tipo fundamental, por terem assumido o risco.
d) O ajuste, a determinação, a instigação e o auxílio à prática de qualquer crime são puníveis, ainda que o fato principal não alcance a fase executória.
e) Para a configuração do concurso de pessoas, devemestar presentes os seguintes requisitos: pluralidade de condutas, relevância causal e jurídica de cada uma das ações, prévia combinação entre os agentes e identidade de fato.
3. Acerca do concurso de crimes, do concurso de pessoas e das causas de exclusão da ilicitude, julgue os itens que se seguem.
a) No concurso de pessoas, a caracterização da coautoria fica condicionada, entre outros requisitos, ao prévio ajuste entre os agentes e à necessidade da prática de idêntico ato executivo e crime.
b) Considere que Joana, penalmente imputável, tenha determinado a Francisco, também imputável, que desse uma surra em Maria e que Francisco, por questões pessoais, tenha matado Maria. Nessa situação, Francisco e Joana deverão responder pela prática do delito de homicídio, podendo Joana beneficiar-se de causa de diminuição de pena.
c) Se determinada pessoa, querendo chegar rapidamente ao aeroporto, oferecer pomposa gorjeta a um taxista para que este dirija em velocidade acima da permitida e, em razão disso, o taxista atropelar e, consequentemente, matar uma pessoa, a pessoa que oferecer a gorjeta participará de crime culposo.
4. Dois veículos chocaram-se em um cruzamento. Em razão da colisão, um dos motoristas fraturou um braço, o que o impossibilitou de trabalhar por seis meses. O outro motorista teve uma luxação no joelho direito. O fato foi apurado pela delegacia local, restando cabalmente provado que os motoristas de ambos os carros concorreram para a colisão, pois um, em face da ausência de manutenção, estava sem freio, e o outro havia avançado o sinal e estava em velocidade acima da permitida. Assim, conclui-se que se trata de hipótese de:
a) autoria colateral. 
b) compensação de culpa. 
c) lesão corporal culposa, preceituada no artigo 129, § 6º do CP.
d) aberratio delicti.
e) culpa consciente.
5. Cleverson, vulgarmente conhecido como “Pão com Ovo”, antigo traficante de drogas ilícitas, continuou a dar as ordens a sua quadrilha, mesmo estando encarcerado em um presídio de segurança máxima. Logo, “Pão comOvo”:
a) deve responder como autor intelectual do crime de tráfico de drogas, mesmo não praticando atos de execução deste crime. 
b) deve responder como partícipe por cumplicidade material do crime de tráfico de drogas, em face de não praticar atos de execução deste crime. 
c) deve responder como autor direito do crime de tráfico de drogas, mesmo não praticando atos de execução deste crime. 
d) deve responder como partícipe por cumplicidade intelectual do crime de tráfico de drogas, em face de não praticar atos de execução deste crime. 
e) não pode responder por crime algum, em face de estar preso.
6. Uma mulher caminhava pela rua quando foi abordada por dois homens. Enquanto um lhe apontava um revólver e mandava que ela ficasse em silêncio, outro veio por trás e lhe arrancou a bolsa.Em seguida, os dois correram para um carro,dirigido por um terceiro homem, que os aguardava para lhes dar fuga.Sabendo que o art. 157 do Código Penal define roubo como a ação de “subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência”,no caso de prisão dos criminosos ainda portando a bolsa com todos os seus pertences, deve o delegado instaurar inquérito e indiciar: 
a) como coautores do roubo, o homem que apontou a arma e o que arrancou a bolsa, sendo o motorista do carro apenas um partícipe. 
b) como autor do roubo apenas o homem que apontou a arma, porque foi ele quem praticou a violência, figurando os demais como seus partícipes. 
c) como autor do roubo apenas o homem que arrancou a bolsa, porque realizou o núcleo do tipo, figurando os demais como seus partícipes. 
d) os três envolvidos como coautores diretos do roubo, porque todos concorreram para a execução material do núcleo do tipo. 
e) os três envolvidos como coautores do roubo, por se constatar a execução do crime mediante divisão de tarefas.
CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO PENAL I 
PROFª.: ANA KARMEN FONTENELE DE CARVALHO
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CONCURSO DE PESSOAS
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