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Antropologia de Gabinete

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Antropologia de Gabinete
Acredita-se que a chamada “Antropologia de Gabinete” é aquela antropologia onde o antropólogo avalia informações recolhidas pela pesquisa de campo feita por um antropólogo diferente. É uma visão analítica feita baseada apenas nos fatos fornecidos e nada mais, prática que ficou conhecida por ter o costume de rebaixar as sociedades diferentes caracterizando-as como “exóticas” e até mesmo descrevendo-as como “atrasadas”.
Cita-se que os primeiros antropólogos ficaram conhecidos por exercerem exatamente essa prática. Eles dispensavam o estudo de campo e baseavam suas pesquisas em embasados relatos literários tragos pelos viajantes, pois acreditavam que as informações eram suficientes para uma boa compreensão de tal cultura. E ao invés de compreendê-las eles acabavam julgando e comprando-as com os únicos costumes que eles realmente conheciam: os deles. 
Um exemplo também conhecido de Antropologia de Gabinete é a Etnologia, onde o profissional (etnólogo) se dedica a interpretar o dado que o etnógrafo (profissional da Etnografia, pesquisa de campo) traz da sua pesquisa estabelecendo comparações entre as distintas culturas. Mas normalmente ele compara apenas alguns aspectos para evitar generalizações, e por esse motivo raramente descreveria bem a realidade das sociedades estudadas. 
Um outro exemplo passível de ser citado são as Escolas Antropológicas Evolucionistas, onde os evolucionistas eram conhecidos por partirem de ideias baseadas em dados (ponto principal da Antropologia de Gabinete), como por exemplo o fato de todas as sociedades surgirem de um mesmo ponto e evoluírem nos mesmos estágios pré-definidos (selvageria, barbárie e civilização). 
No início do século XX, um pensador alemão chamado Franz Boas transformou o pensamento sobre a Antropologia desprezando assim “Antropologia de Gabinete”, pois em sua visão era preciso que houvesse convivência com a cultura para poder avaliá-la da forma pura. E sua avaliação se tornou conhecida e apoiada pois muitos concordaram que a pesquisa de campo era parte fundamental para uma compreensão real e exata sobre determinada sociedade. Somente a pesquisa de campo inseriria o antropólogo na sociedade de forma que ele não veja apenas os dados mas o porquê deles e como são realmente. Essa forma de pesquisa impede que os preceitos e costumes da sociedade da qual veio o antropólogo impeçam a errada compreensão de seus hábitos e práticas.

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