Buscar

Apostila Completa de Direito Penal 2013 Artigo 121 ao 359 h

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 245 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 245 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 245 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

tonnunesadvogado@hotmail.com
DIREITO PENAL III, IV, V e VI – PROFESSOR NILTON 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA
HOMICÍDIO
Artigo 121. Matar alguém.
Pena: Reclusão de 06 a 20 anos.
CASO DE DIMINUIÇÃO DE PENA (homicídio privilegiado).
Parágrafo Primeiro. Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de 1/6 a 1/3 do total.
Homicídio qualificado.
Parágrafo 2º. Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II – por motivo fútil;
III – com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV – à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido;
V – para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
PENA: reclusão de 12 a 30 anos.
HOMICÍDIO CULPOSO
Parágrafo 3º. Se o homicídio é culposo:
PENA: detenção, de 01 a 03 anos.
AUMENTO DE PENA
Parágrafo 4º. No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3, se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procurando diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 anos ou maior de 60 anos.
PERDÃO JUDICIAL
Parágrafo 5º. Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária.
OBJETO JURÍDICO: a proteção à vida.
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa.
ELEMENTOS SUBJETIVOS DO TIPO: O dolo e a culpa.
MOMENTO CONSUMATIVO: com a morte da vítima.
TENTATIVA: plenamente admissível, por se tratar de crime plurissubsistente.
MILÍCIA
§ 6o A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.
HOMICÍDIO QUALIFICADO, PARÁGRAFO 2º DO ARTIGO 121: CRIME HEDIONDO.
INDUZIMENTO, INSTIGAÇÃO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
PENA: reclusão, de 02 (dois) a 06 (seis) anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de 01 a 03 anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
PARÁGRAFO ÚNICO. A pena é duplicada:
I – se o crime é praticado por motivo egoístico;
II – se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
OBJETO JURÍDICO: a garantia da vida
SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa, crime comum.
SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo
MOMENTO CONSUMATIVO: com a morte do suicida.
TENTATIVA: admissível, lei prevê pena menor pra não ocorrência do suicídio e somente da tentativa.
INFANTICÍDIO
Artigo 123. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
PENA: detenção, de 02 a 06 anos.
OBJETO JURÍDICO: garantia da vida do nascituro.
SUJEITO ATIVO: A mãe, crime próprio.
SUJEITO PASSIVO: o recém-nascido, pois se o matar no interior do ventre será aborto e não infanticídio.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo, com efeito do estado puerperal, que deverá ser comprovado após laudo pericial, sendo certo que a doutrina já admite até 30 dias após o parto, a despeito do “logo após”.
MOMENTO CONSUMATIVO: com a morte do recém-nascido.
TENTATIVA: é admissível, não se consumando por circunstâncias alheias à vontade do agente, artigo 14, II do Código Penal.
ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM O SEU CONSENTIMENTO
Artigo 124. Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
PENA: detenção, de 01 a 03 anos.
OBJETO JURÍDICO: proteção da vida humana intra-uterina desde a fecundação.
SUJEITO ATIVO: no auto aborto, somente a gestante, no aborto provocado por terceiro com sua anuência pode ser qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: no auto aborto ou aborto consentido, o feto, no provocado por terceiro, a gestante e o feto.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo, direto ou eventual.
MOMENTO CONSUMATIVO: com a interrupção da gravidez e conseqüente morte do feto.
TENTATIVA: plenamente admissível.
ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO
Artigo 125. Provocar aborto sem o consentimento da gestante:
PENA: Reclusão de 03 a 10 anos.
OBJETO JURÍDICO: proteção da vida humana intra-uterina desde a fecundação.
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, exceto a gestante.
SUJEITO PASSIVO: o feto e a gestante.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo, direto ou eventual
MOMENTO CONSUMATIVO: com a interrupção da gravidez e conseqüente morte do feto
TENTATIVA: admissível.
Artigo 126. Provocar aborto com o consentimento da gestante:
PENA: reclusão, de 01 a 04 anos.
PARÁGRAFO ÚNICO. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de 14 anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
OBJETO JURÍDICO: proteção da vida humana intra-uterina, desde a fecundação.
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: o feto e a gestante.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo, direto ou eventual.
MOMENTO CONSUMATIVO: com a interrupção da gravidez e conseqüente morte do feto.
TENTATIVA: é plenamente admissível.
FORMA QUALIFICADA
Artigo 127. As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em conseqüência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
Artigo 128. Não se pune o aborto praticado por médico:
ABORTO NECESSÁRIO
I – se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
ABORTO NO CASO DE GRAVIDEZ RESULTANTE DE ESTUPRO
II – se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
DAS LESÕES CORPORAIS
Artigo 129. Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem:
PENA: detenção, de 03 meses a 01 ano.
OBJETO JURÍDICO: garantia da integridade física do indivíduo.
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa
ELEMENTOS SUBJETIVOS DO TIPO: o dolo e a culpa
MOMENTO CONSUMATIVO: no momento em que ocorre a efetiva lesão.
TENTATIVA: possível somente na modalidade dolosa.
AÇÃO PENAL: com o advento da Lei 9099/95, as lesões corporais leves e culposas passou a depender de representação (artigo 88).
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER: Lei 11.340/06.
LESAO CORPORAL DE NATUREZA GRAVE 
Parágrafo primeiro. Se resulta:
I – incapacidade para as ocupações habituais, por mais de 30 (trinta) dias;
II – perigo de vida;
III – debilidade permanente de membro, sentido ou função;
IV – aceleração de parto;
PENA: Reclusão de 01 a 05 anos.
AÇÃO PENAL: Pública incondicionada.
Parágrafo 2º. Se resulta:
I – incapacidade permanente para o trabalho;
II – enfermidade incurável:
III – perda ou inutilização de membro, sentido ou função;
IV – deformidade permanente;
V – aborto.
Pena: Reclusão de 02 a 08 anos.
LESÃO CORPORAL SEGUIDA DE MORTE (CRIME PRETERDOLOSO)
Parágrafo terceiro. Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo:
Pena – reclusão, de 04 a12 anos.
DIMINUIÇÃO DE PENA
PARÁGRAFO 4º. Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
LESÃO CORPORAL PRIVILEGIADA.
SUBSTITUIÇÃO DE PENA.
PARÁGRAFO 5º. O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa:
I – se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior;
II – se as lesões são recíprocas.
LESÃO CORPORAL CULPOSA
PARÁGRAFO 6º. Se a lesão corporal é culposa:
Pena: detenção, de 02 meses a 01 ano.
AUMENTO DE PENA
PARÁGRAFO 7º. Aumenta-se a pena de um terço, se ocorrer qualquer das hipóteses do artigo 121, parágrafo 4º e 6º do Artigo 121 deste Código.
PARÁGRAFO 8º. Aplica-se à lesão corporal o disposto no parágrafo 5º do artigo 121.
VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
PARÁGRAFO 9º. Se a lesão for praticada contra ascendente, descendente, irmão, cônjuge ou companheiro, ou com quem conviva ou tenha convivido, ou, ainda, prevalecendo-se o agente das relações domésticas, de coabitação ou de hospitalidade:
Pena: detenção, de 03 meses a 03 anos (conforme modificação operada pela Lei 11.340/2006).
PARÁGRAFO 10º. Nos casos previstos nos parágrafos 1º a 3º deste artigo, se as circunstâncias são as indicadas no parágrafo 9º deste artigo, aumenta-se a pena em 1/3. (parágrafo acrescentado pela Lei 10.886/2004).
PARÁGRAFO 11º. Na hipótese do parágrafo 9º deste artigo, a pena será aumentada de um terço se o crime for cometido contra pessoa portadora de deficiência (parágrafo acrescentado pela Lei 11.340/2006).
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
PERIGO DE CONTÁGIO VENÉREO
Artigo 130. Expor alguém, por meio de relações sexuais ou qualquer ato libidinoso, a contágio de moléstia venérea de que sabe ou de vê saber que está contaminado:
Pena: detenção, de 03 meses a 01 ano, ou multa.
§ 1º. Se for intenção do agente transmitir a moléstia:
Pena: reclusão, de 01 a 04 anos, e multa.
§ 2º. Somente se procede mediante representação
AÇÃO PENAL: Pública Condicionada.
OBJETO JURÍDICO: a proteção à incolumidade física e a saúde do indivíduo. O consentimento da vítima é irrelevante
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, desde que portadora de doença venérea.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo, que pode ser direto ou eventual.
MOMENTO CONSUMATIVO: ocorre a consumação com a prática de atos sexuais ou atos libidinosos capazes de transmitir a moléstia venérea. Prescinde do efetivo contágio.
TENTATIVA: de acordo com a doutrina, sim, desde que o crime seja plurissubsistente e haja o iter criminis.
DA PERICLITAÇÃO DA VIDA E DA SAÚDE
PERIGO DE CONTÁGIO DE MOLÉSTIA GRAVE
Artigo 131. Praticar, com o fim de transmitir a outrem moléstia grave de que está contaminado, ato capaz de produzir o contágio:
PENA: reclusão de 01 a 04 anos, e multa.
OBJETO JURÍDICO: A saúde e a incolumidade física das pessoas. 
SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa, crime comum.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa, desde que não infectada com a mesma moléstia.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo específico, ou seja, a intenção de transmitir a moléstia grave.
MOMENTO CONSUMATIVO: se consuma com o ato capaz de transmitir a moléstia grave, aliado à intenção.
TENTATIVA: será inadmissível na hipótese em que o ato tendente a produzir contágio for único.
AÇÃO PENAL: pública incondicionada. Cabível artigo 89 da Lei 9099/95.
PERIGO PARA A VIDA OU SAÚDE DE OUTREM
Artigo 132. Expor a vida ou a saúde de outrem a perigo direto e iminente:
PENA: Detenção de 03 meses a 01 ano, se o fato não constitui crime mais grave.
Parágrafo único. A pena é aumentada de um sexto a um terço se a exposição da vida ou da saúde de outrem a perigo decorre do transporte de pessoas para a prestação de serviços em estabelecimentos de qualquer natureza, em desacordo com as normas gerais.
OBJETO JURÍDICO: tutela o direito à vida e a saúde das pessoas.
SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa
SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa, desde que seja determinada
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo de perigo, direto ou eventual.
MOMENTO CONSUMATIVO: ocorre com o surgimento do perigo, o qual deve ser demonstrado caso a caso.
TENTATIVA: na modalidade comissiva, em tese, é possível.
AÇÃO PENAL: Pública incondicionada.
LEI 9099/95: aplicável o artigo 61 da Lei 9099/95
ABANDONO DE INCAPAZ
Artigo 133. Abandonar pessoa que está sob sua guarda, cuidado, vigilância ou autoridade, e, por qualquer motivo, incapaz de defender-s dos riscos resultantes do abandono:
PENA – detenção, de 06 meses a 03 anos.
̕§ 1º. Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
PENA: reclusão de 01 a 05 anos.
§2º. Se resulta morte:
PENA: reclusão, de 4 a 12 anos.
AUMENTO DE PENA
§ 3º. As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço:
I – se o abandono ocorre em lugar ermo;
II – se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima;
III – se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos.
OBJETO JURÍDICO: tutela-se a segurança do indivíduo
SUJEITO ATIVO: Trata-se de crime próprio. Pois somente pode ser cometido
Por quem tem a obrigação legal de guarda etc.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa que se encontre sob a guarda, cuidados etc.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo específico de abandonar, pois se houver animus necandi, será tentativa de homicídio.
MOMENTO CONSUMATIVO: consuma-se com o abandono, ainda que temporário, desde que haja risco concreto para a vida ou a saúde da vítima.
TENTATIVA: é possível, na modalidade comissiva.
AÇÃO PENAL: pública incondicionada
LEI 9099/95: artigo 89 da Lei. 
EXPOSIÇÃO OU ABANDONO DE RECÉM-NASCIDO
Artigo 134. Expor ou abandonar recém-nascido, para ocultar desonra própria:
PENA: detenção, de 06 meses a 02 anos.
§1º. Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
PENA: detenção, de 01 a 03 anos.
§2º. Se resulta morte:
PENA: detenção, de 02 a 06 anos.
OBJETO JURÍDICO: tutela-se a segurança do recém-nascido
SUJEITO ATIVO: a genitora que concebeu o filho fora do matrimônio, isto é, solteira, adúltera, viúva, e que o faz para ocultar desonra própria. No sentido do pai como coautor, a corrente majoritária entende que o mesmo responderá pelo artigo 133 e não por esse, que é próprio da genitora. 
SUJEITO PASSIVO: Recém-nascido e a sociedade.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo direto de perigo
MOMENTO CONSUMATIVO: com o abandono, desde que resulte perigo concreto para o recém-nascido. É crime instantâneo de efeitos permanentes
TENTATIVA: somente na modalidade comissiva do tipo
AÇÃO PENAL: pública incondicionada
LEI 9099/95: aplicável o artigo 61 da Lei.
OMISSÃO DE SOCORRO
Artigo 135. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança, abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública.
PENA: detenção de 01 a 06 meses ou multa.
PARÁGRAFO ÚNICO. A pena é aumentada da metade, de da omissão resulta lesão corporal de natureza grave, e triplicada, se resulta a morte.
OBJETO JURÍDICO: tutela-se o dever de solidariedade, de mútua assistência, a todos imposto para a salvaguarda da vida e da saúde das pessoas.
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa 
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo direto de perigo
MOMENTO CONSUMATIVO: por se tratar de crime omissivo puro, se dará no momento da omissão do socorro.
TENTATIVA: por se tratar de crime omissivo puro, IMPOSSIVEL a forma tentada.
AÇÃO PENAL: pública incondicionadaLEI 9099/95: aplicável o artigo 61 da Lei.
CONDICIONAMENTO DE ATENDIMENTO MÉDICO-HOSPITALAR EMERGENCIAL
Art. 135-A. Exigir cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, bem como o preenchimento prévio de formulários administrativos, como condição para o atendimento médico-hospitalar emergencial:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
Parágrafo único. A pena é aumentada até o dobro se da negativa de atendimento resulta lesão corporal de natureza grave, e até o triplo se resulta a morte.
OBJETO JURÍDICO: tutela-se a vida e a saúde do indivíduo.
SUJEITO ATIVO: Somente pode ser autor quem se enquadra no tipo, portanto, crime próprio (funcionário do hospital, diretor, médico etc.).
SUJEITO PASSIVO: As pessoas que se encontram enfermas, bem como os responsáveis.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo direto de perigo
MOMENTO CONSUMATIVO: com a exigência do cheque-caução, nota promissória ou qualquer garantia, além do preenchimento prévio de formulários em casos emergenciais.
TENTATIVA: somente na modalidade escrita, pois na verbal consuma-se com a simples exigência. Crime formal.
MAUS-TRATOS
Artigo 136. Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-se de alimentação ou cuidados indispensáveis, quer sujeitando-se a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de meios de correção ou disciplina.
PENA: detenção de 02 meses a 01 ano, ou multa.
§ 1º. Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
PENA: reclusão, de 01 a 04 anos.
§ 2º. Se resulta a morte:
PENA: reclusão de 04 a 12 anos.
§ 3º. Aumenta-se a pena de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 anos.
OBJETO JURÍDICO: tutela-se a vida e a saúde do indivíduo.
SUJEITO ATIVO: Somente pode ser autor quem se enquadra no tipo, portanto, crime próprio. 
SUJEITO PASSIVO: As pessoas que se encontram subordinadas aos pais, tutores, curadores etc.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo direto de perigo
MOMENTO CONSUMATIVO: com a exposição do sujeito passivo ao perigo de dano, por meio de uma conduta omissiva ou comissiva
TENTATIVA: somente na modalidade comissiva do tipo, por exemplo, no abuso dos meios de correção e disciplina.
DA RIXA
Artigo. 137. Participar de rixa, salvo para separar os contendores:
PENA: detenção, de 15 dias a 02 meses, ou multa.
PARÁGRAFO ÚNICO. Se ocorre morte ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato de participar na rixa, a pena de detenção, de 06 meses a 02 anos.
RIXA: é a luta, a contenda entre 03 ou mais pessoas, com violências físicas recíprocas. É praticada por cada um dos contendores (rixosos, rixentos) contra os demais, generalizadamente. Pode surgir de forma preordenada ou de improviso
OBJETO JURÍDICO: tutela-se a vida e a incolumidade física e mental, além da ordem pública.
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, desde que no mínimo haja 03 rixosos. 
SUJEITO PASSIVO: cada rixoso é sujeito ativo e passivo no tipo.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo direto, ou seja, o animus rixandi
MOMENTO CONSUMATIVO: Dá-se a consumação com a prática de vias de fato ou violência recíprocas, momento em que ocorre o perigo do dano.
TENTATIVA: duas correntes. Primeira, no caso de rixa pré-ordenada, será possível. Segunda corrente não admite a tentativa (minoritária).
AÇÃO PENAL: pública incondicionada
LEI 9099/95: aplicável o artigo 61 da Lei.
CAPÍTULO V
DOS CRIMES CONTRA A HONRA
CALÚNIA
Artigo 138. Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
PENA: detenção, de 06 meses a 02 anos, e multa.
§1º. Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§2º. É punível a calúnia contra os mortos.
EXCEÇÃO DA VERDADE
§3º. Admite-se a prova da verdade, salvo:
I – se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
I – se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas, no número I do artigo 141;
III – se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
DIFAMAÇÃO
Artigo 139. Difamar alguém imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação.
PENA: Detenção de 03 meses a 01 ano e multa. 
PARÁGRAFO ÚNICO. A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público é a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. 
OBJETO JURÍDICO: tutela-se bens imateriais do indivíduo, ou seja, a sua honra, especialmente a honra objetiva.
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa exceto os inimputáveis. 
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo de dano
MOMENTO CONSUMATIVO: consuma-se o crime quando a falsa imputação torna-se conhecida de outrem, que não o sujeito passivo.
TENTATIVA: é possível apenas na calúnia escrita. Na calúnia verbal, por ser crime unissubsistente, a tentativa é inadmissível.
AÇÃO PENAL: privada.
LEI 9099/95: só pode ser feita pelo Querelante.
INJÚRIA
Artigo 140. Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro.
PENA: Detenção de 01 a 06 meses ou multa.
§ 1º. O juiz pode deixar de aplicar a pena:
I – Quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
II – No caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria;
§ 2º. Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado se considerem aviltantes:
Pena: Detenção de 03 meses a 01 ano e multa, além da pena correspondente à violência.
§ 3º. Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião, origem ou à condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência (redação dada pela Lei 10.741/03).
Pena: Reclusão de 01 a 03 anos e multa.
OBJETO JURÍDICO: tutela-se bens imateriais do indivíduo, ou seja, a sua honra, especialmente a honra objetiva.
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa exceto os inimputáveis.
 
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo
MOMENTO CONSUMATIVO: consuma-se o crime quando o Sujeito ativo injuria, ofensivamente, o sujeito passivo, ofendendo-lhe a honra subjetiva.
TENTATIVA: é possível apenas na forma escrita.
AÇÃO PENAL: privada.
LEI 9099/95: só pode ser feita pelo Querelante.
DISPOSIÇÕES COMUNS
Artigo 141. As penas cominadas neste capítulo aumentam-se de 1/3 se qualquer dos crimes é cometido:
I – Contra o Presidente da República, ou contra Chefe de Governo estrangeiro;
II – Contra Funcionário Público, em razão de suas funções;
III – Na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV – Contra pessoa maior de 60 anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria (acrescentado pela Lei 10.741/03).
Parágrafo Único. Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
EXCLUSÃO DO CRIME
Artigo 142. Não constitui injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever de ofício.
Parágrafo único. Nos casos dos números I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade. 
RETRATAÇÃO
Artigo 143 – O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
A retratação é causa de extinção da punibilidade, como previsto no artigo 107, VI do CP, em que o agente, procurandoreparar o dano causado pelo crime, se desdiz, declara que errou, retira o que disse do ofendido. Nos termos legais, a retratação somente é possível nos crimes de calúnia e difamação, em que o agente imputou fato determinado à vítima, declarando, posteriormente, não ser ele verdadeiro, mas não na injúria, em que o ilícito se concretiza com increpações, ou fatos vagos e imprecisos. Referindo-se a lei à retratação do querelado, não é ela possível, mesmo na calúnia ou difamação, quando o crime se refere a funcionário público no exercício de suas funções, objeto de ação penal pública, prevalecendo o interesse público na apuração dos fatos.
PEDIDO DE EXPLICAÇÕES EM JUÍZO
Artigo 144. Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.
O pedido de explicações é uma medida preparatória e facultativa para o oferecimento da queixa, quando, em virtude dos termos empregados ou do sentido das frases, não se mostra evidente a intenção de caluniar, difamar ou injuriar, causando dúvida quanto ao significado da manifestação do autor, ou mesmo para verificar a que pessoa foram dirigidas as ofensas.
AÇÃO PENAL
Artigo 145. Nos crimes previstos neste capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do artigo 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do artigo 141, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3º do artigo 140 deste Código.
DOS CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL
CONSTRANGIMENTO ILEGAL
Artigo 146. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
PENA: detenção de 03 meses a 01 ano, ou multa.
AUMENTO DA PENA
§ 1º. As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas.
§ 2º. Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência.
§ 3º. Não se compreendem na disposição desse artigo:
I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida;
II – a coação exercida para impedir suicídio.
OBJETO JURÍDICO: garantia da liberdade individual.
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa. Crime comum.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa, exceto os doentes mentais, as crianças de pouca idade, o ébrio total, as pessoas inconscientes etc.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo.
MOMENTO CONSUMATIVO: quando o ofendido faz ou deixa de fazer o que não desejava em virtude da conduta do agente. 
TENTATIVA: é admissível.
AMEAÇA
Artigo 147 – Ameaçar alguém, por palavra, escrito ou gesto, ou qualquer outro meio simbólico, de causar-lhe mal injusto e grave:
Pena: detenção de 01 a 06 meses, ou multa.
Parágrafo único. Somente se procede mediante representação.
OBJETO JURÍDICO: a liberdade individual do indivíduo.
SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa capaz de compreender a ameaça.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo, ou seja, a vontade livre e consciente de praticar a ameaça.
MOMENTO CONSUMATIVO: é um delito formal, de forma que se consuma no momento em que a vítima toma conhecimento da ameaça, independentemente de sua intimidação. Basta que seja idônea para intimidar.
TENTATIVA: é admissível somente por meio escrito, por meio simbólico ou qualquer outro em que haja possibilidade de um fracionamento do iter criminis.
 Lei 9099. Aplicável artigo 61 da Lei. 
SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO
Artigo 148. Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado:
PENA: reclusão de 01 a 03 anos.
§1º: A pena é de reclusão, de 02 a 05 anos:
I – Se a vítima é ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro do agente ou maior de 60 anos;
II – Se o crime é praticado mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital;
III – Se a privação da liberdade dura mais de 15 dias;
IV – Se o crime é cometido contra menor de 18 anos;
V – Se o crime é praticado para fins libidinosos.
§2º. Se resulta à vítima, em razão de maus tratos, ou da natureza da detenção, grave sofrimento físico ou moral:
PENA: reclusão de 02 a 08 anos:
OBJETO JURÍDICO: a liberdade individual do indivíduo.
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa, inclusive crianças.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo, não há punição a título de culpa.
CONSUMAÇÃO: assim que o sujeito passivo ficar privado da liberdade de locomoção, de mover-se no espaço, ainda que por curto espaço de tempo, desde que juridicamente relevante.
TENTATIVA: é admissível.
 Lei 9099/95. Aplicável somente no caput, artigo 89 da Lei. 
REDUÇÃO À CONDIÇÃO ANÁLOGA DE ESCRAVO
ARTIGO 149 – Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
PENA: Reclusão de 02 a 08 anos e multa, além da pena correspondente à violência.
§1º. Nas mesmas penas incorre quem:
I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho;
II – mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho.
§2º. A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido:
I – contra a criança ou adolescente;
II – por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem.
OBJETO JURÍDICO: a liberdade individual do indivíduo.
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, homem ou mulher.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo, não há punição a título de culpa.
CONSUMAÇÃO: ocorre quando o sujeito passivo passa ao domínio de outrem, suprimido que foi seu status libertatis. Trata-se de crime permanente, mas não basta a sujeição momentânea da vítima, o que pode constituir o crime de constrangimento ilegal.
TENTATIVA: admite-se.
Lei 9099/95. Inadmissível. 
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO
Artigo 150. Entrar ou permanecer, clandestina ou astuciosamente, ou contra a vontade expressa ou tácita de quem de direito, em casa alheia ou em suas dependências:
PENA: detenção, de 01 a 03 meses, ou multa.
§1º. Se o crime é cometido durante a noite, ou em lugar ermo, ou com o emprego de violência ou de arma, ou por duas ou mais pessoas:
PENA: detenção, de 06 meses a 02 anos, além da pena correspondente à violência.
§2º. Aumenta-se a pena de 1/3, se o fato é cometido por funcionário público, fora dos casos legais, ou com inobservância das formalidades estabelecidas em lei, ou com abuso de poder.
§ 3º. Não constitui crime a entrada ou permanência em casa alheia ou em suas dependências:
I – durante o dia, com observância das formalidades legais, para efetuar prisão ou outra diligência;
II – a qualquer hora do dia ou da noite, quando algum crime está sendo ali praticado ou na iminência de o ser;
Parágrafo 4º. A expressão “casa” compreende:
I – qualquer compartimento habitado;
II – aposento ocupado de habitação coletiva;
III – compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
§5º. Não se compreendem na expressão “casa”;
I – hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitaçãocoletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do nº. II do parágrafo anterior;
II – Taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero. 
OBJETO JURÍDICO: Tutela-se a inviolabilidade da casa do indivíduo. 
SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa, inclusive o proprietário quando a casa estiver alienada (comodato, locação etc.). 
SUJEITO PASSIVO: Cabe ao morador ou quem o represente o direito de excluir ou admitir alguém em determinado espaço privado, em casa de família, em via de regra, os cônjuges, ascendentes, descendentes etc.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo.
SUBSIDIARIEDADE: trata-se de crime subsidiário. Sempre que a violação do domicílio for meio para executar crime mais grave, restará a absorção pelo crime-fim. Por exemplo, roubo em residência. Se o crime fim for mais leve, restará o crime do artigo 150. Ex. Entrar na casa e praticar Vias de Fato, que é contravenção penal.
 CONSUMAÇÃO: é crime de mera conduta, se consuma no momento em que o agente adentra à residência sem autorização (crime instantâneo), ou nela permanece (crime permanente).
TENTATIVA: em tese é admissível, mas de difícil constatação, por se tratar de crime de mera conduta.
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
LEI 9099/95: aplicável o artigo 61 em todas as hipóteses e, se não for possível, aplicável o artigo 89 de igual forma.
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA
VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA
Artigo 151. Devassar indevidamente o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem:
PENA: detenção, de 01 a 06 meses, ou multa.
OBJETO JURÍDICO: protege-se a liberdade de manifestação de pensamento, de comunicação. 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, com exceção do remetente e do destinatário. 
SUJEITO PASSIVO: o remetente e o destinatário. 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo. 
CONSUMAÇÃO: no momento em que o agente toma conhecimento do conteúdo da correspondência fechada.
TENTATIVA: é admissível.
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
LEI 9099/95: é aplicável na espécie o artigo 61 da referida lei.
SONEGAÇÃO OU DESTRUIÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA
§ 1º. Na mesma pena incorre:
I – quem se apossa indevidamente de correspondência alheia, embora não fechada e, no todo ou em parte, a sonega ou destrói;
VIOLAÇÃO DE COMUNICAÇÃO TELEGRÃFICA, RADIOTELEGRÃFICA OU TELEFÔNICA.
II – quem indevidamente divulga, transmite a outrem ou utiliza abusivamente comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas;
III – quem impede a comunicação ou a conversação referidas no número anterior;
IV – quem instala ou utiliza estação ou aparelho radioelétrico, sem observância de disposição legal.
§2º. As penas aumentam-se de metade, se há dano para outrem. 
§3º. Se o agente comete o crime, com abuso de função em serviço postal, telegráfico, radioelétrico ou telefônico:
PENA: detenção, de 1 a 3 anos.
§4º. Somente se procede mediante representação, salvo nos casos do §1º, IV e do §3º.
OBJETO JURÍDICO: pune-se aquele que, tomando conhecimento do conteúdo da comunicação telegráfica, radioelétrica dirigida a terceiro ou da conversação telefônica entre outras pessoas, indevidamente, sem autorização, divulga, leva a conhecimento público. 
SUJEITO ATIVO: vide comentário ao artigo 151.
SUJEITO PASSIVO: vide comentário ao artigo 151.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo.
CONSUMAÇÃO: no momento em que ocorre a divulgação ou transmissão da comunicação a outrem ou a sua utilização abusiva. Trata-se de crime material.
TENTATIVA: é possível, pois se trata de crime plurissubsistente.
LEI 9099/95: possível o artigo 61 da referida Lei no caput e 89 no §3º.
Parágrafo Segundo. As penas aumentam-se da metade, se há dano para outrem.
CORRESPONDÊNCIA COMERCIAL
Artigo 152. Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, ou revelar a estranho seu conteúdo:
PENA: detenção, de 03 meses a 02 anos.
PARÁGRAFO ÚNICO. Somente se procede mediante representação (ação penal pública condicionada).
OBJETO JURÍDICO: Tutela-se o sigilo de correspondência. 
SUJEITO ATIVO: somente pode ser praticado pelo sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou industrial remetente ou destinatário.
SUJEITO PASSIVO: é o estabelecimento comercial ou industrial remetente ou destinatário.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo. 
CONSUMAÇÃO: dá-se com a concretização de uma das condutas descritas no tipo.
TENTATIVA: é admissível.
AÇÃO PENAL: pública condicionada à representação.
LEI 9099/95: artigo 61 da Lei.
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
DIVULGAÇÃO DE SEGREDO
Artigo 153. Divulgar alguém, sem justa causa, conteúdo de documento particular ou de correspondência confidencial, de que é destinatário ou detentor, e cuja divulgação possa produzir dano de outrem:
PENA: detenção, de 01 a 06 meses, ou multa.
§1º A. Divulgar, sem justa causa, informações sigilosas ou reservadas, assim definidas em lei, contidas ou não nos sistemas de informações ou banco de dados da Administração Pública:
Pena: detenção, de 01 a 04 anos e multa.
§1º. Somente se procede mediante representação.
§2º. Quando resultar prejuízo para a Administração Pública, a ação penal será incondicionada.
OBJETO JURÍDICO: tutela-se a inviolabilidade dos segredos. 
SUJEITO ATIVO: é a pessoa destinatária do documento particular ou da correspondência confidencial, assim como o detentor da correspondência.
SUJEITO PASSIVO: é o titular do segredo, ainda que não seja autor ou remetente do documento.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo. 
CONSUMAÇÃO: trata-se de crime formal, ou seja, independe de resultado lesivo a outrem.
TENTATIVA: é admissível
AÇÃO PENAL: Ação Penal Pública Condicionada.
LEI 9099/95: aplicável o artigo 61 da Lei.
VIOLAÇÃO DE SEGREDO PROFISSIONAL
Artigo 154. Revelar alguém, sem justa causa, segredo, de que tem ciência em razão de função, ministério, ofício ou profissão, e cuja revelação possa produzir dano a outrem:
PÉNA: detenção, de 03 meses a 01 ano, ou multa.
Parágrafo Único. Somente se procede mediante representação.
OBJETO JURÍDICO: tutela-se, agora, a liberdade individual concernente à inviolabilidade do segredo profissional. 
SUJEITO ATIVO: trata-se de crime próprio. É a pessoa que tiver conhecimento de um segredo em razão do exercício de função, ministério, ofício ou profissão.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa que venha a sofrer dano com a sua divulgação.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo.
CONSUMAÇÃO: dá-se com a revelação do segredo a uma única pessoa, independentemente de ocorrer de fato dano a outrem, pois basta a mera possibilidade de sua ocorrência. Trata-se de crime formal.
TENTATIVA: é possível, se a revelação for realizada por escrito. 
AÇÃO PENAL: pública condicionada à representação do ofendido. 
LEI 9099/95: aplicável o artigo 61 da Lei.
INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO
Art. 154-A. Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita:
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa.
§ 1º Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput.
§ 2º Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico.
§ 3º Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicasprivadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido:
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave.
§ 4º Na hipótese do § 3º, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos.
§ 5º Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra:
I - Presidente da República, governadores e prefeitos;
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal;
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal.
OBJETO JURÍDICO: tutela-se, agora, a privacidade concernente aos dispositivos de informática, conectados ou não à rede. 
SUJEITO ATIVO: crime comum. Qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa que tenha seu dispositivo informático invadido.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo.
CONSUMAÇÃO: com a invasão ao dispositivo informático alheio, ainda que não cause nenhum prejuízo. Trata-se de crime formal.
TENTATIVA: é possível se a invasão não se dá por motivos alheios à vontade do agente. 
AÇÃO PENAL: vide artigo 154B. 
LEI 9099/95: aplicável o artigo 61 da Lei.
AÇÃO PENAL
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dos Poderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos.
 
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
DO FURTO
Artigo 155. Subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel:
PENA: reclusão de 01 a 04 anos e multa.
§1º. A pena aumenta-se de 1/3, se o crime é praticado durante o repouso noturno;
§2º. Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor a coisa furtada, o juiz pode substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços, ou aplicar somente a pena de multa.
§ 3º. Equipara-se à coisa móvel a energia elétrica ou qualquer outra que tenha valor econômico;
FURTO QUALIFICADO
§ 4º. A pena é de reclusão de 02 a 08 anos, e multa, se o crime é cometido:
I – com destruição ou rompimento de obstáculo à subtração da coisa;
II – com abuso de confiança, ou mediante fraude, escalada ou destreza;
III – com emprego de chave falsa.
IV – mediante concurso de duas ou mais pessoas. 
§ 5º. A pena é de reclusão de 03 a 08 anos, se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior.
OBJETO JURÍDICO: a posse e propriedade de coisa móvel, inclusive as equiparadas à coisa móvel. 
SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa, exceto o proprietário ou possuidor do bem móvel.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa que tenha a propriedade ou a posse da coisa móvel. 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo
CONSUMAÇÃO: há duas posições: a primeira e mais aplicada se refere como momento consumativo a retirada do bem da esfera de disponibilidade da vítima, não se exigindo que se tenha a posse tranquila da res. A segunda, e menos aplicada, exige a posse tranquila da res. 
TENTATIVA: crime plurissubsistente, é admissível.
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
LEI 9099/95: aplicável somente no caput, sem a incidência da majorante do repouso noturno (parágrafo 1º).
FURTO DE COISA COMUM
Artigo 156. Subtrair o condômino, coerdeiro ou sócio, para si ou para outrem, a quem legitimamente a detém, a coisa comum:
PENA: detenção, de 06 meses a 02 anos, ou multa.
§ 1º. Somente se procede mediante representação.
§ 2º. Não é punível a subtração de coisa comum fungível, cujo valor não excede a quota a que tem direito o agente.
OBJETO JURÍDICO: protege-se a posse legítima ou a propriedade comum. 
SUJEITO ATIVO: É crime próprio, pois somente pode ser praticado por aqueles que compartilham a propriedade ou posse da coisa móvel (condômino, coerdeiro ou sócio)
SUJEITO PASSIVO: É o condômino, coerdeiro ou sócio, ou quem legitimamente detenha a coisa, com exceção do agente. 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo, não se admitindo a forma culposa.
CONSUMAÇÃO: com a subtração da coisa móvel. 
TENTATIVA: é admissível, nos mesmos moldes do furto comum. 
AÇÃO PENAL: pública condicionada.
LEI 9099/95: aplicável o artigo 61 da Lei.
ROUBO
Artigo 157. Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido a impossibilidade de resistência:
PENA: reclusão, de 04 a 10 anos, e multa.
§ 1º. Na mesma pena incorre quem, logo depois de subtraída a coisa, emprega da violência contra a pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro.
§ 2º. A pena aumenta-se de um terço até a metade:
I – Se a violência ou ameaça é exercida com emprego de arma;
II – Se há o concurso de dois ou mais agentes;
III – Se a vítima está em serviço de transporte de valores e o agente conhece tal circunstância;
IV – Se a subtração for de veículo automotor que venha a ser transportado para outro Estado ou para o exterior;
V – Se o agente mantém a vítima em seu poder, restringindo-lhe a liberdade;
§ 3º. Se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão, de 07 a 15 anos, além da multa; se resulta morte, a reclusão é de 20 anos e 30 anos, sem o prejuízo da multa.
OBJETO JURÍDICO: protege-se o patrimônio (posse e propriedade), a integridade física e a liberdade individual, pois o roubo constitui crime complexo (furto+constrangimento ilegal+lesão corporal leve). 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa, exceto o proprietário ou possuidor do bem.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo, não se admite a forma culposa.
CONSUMAÇÃO: trata-se de crime material. Ocorre com a subtração da res.
TENTATIVA: admissível nos mesmos moldes do furto, porém com o uso de violência ou grave ameaça.
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
LEI 9099/95: não é aplicável em nenhuma modalidade. 
EXTORSÃO
Artigo 158. Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, e com o intuito de obter, para si ou para outrem indevida vantagem econômica, a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa:
PENA: reclusão, de 04 a 10 anos e multa.
§1º. Se o crime é cometido por duas ou mais pessoas, ou com emprego de arma, aumenta-se a pena de um terço até a metade. 
§ 2º. Aplica-se à extorsão praticada mediante violência o disposto no parágrafo 3º do artigo anterior.
§ 3º. Se o crime é cometido mediante restrição da liberdade da vítima, e essa condição é necessária para a obtenção da vantagem econômica, a pena é de reclusão, de 06 a 12 anos, além da multa; se resulta lesão corporal grave ou morte, aplicam-se as penas previstas no artigo 159, § 2º e 3º, respectivamente. 
OBJETO JURÍDICO: protege-se o patrimônio, a vida, a integridade física, e a tranquilidade pessoal. 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa. 
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo, não se admitindo a forma culposa.
CONSUMAÇÃO: a posição majoritária na doutrina diz que se consuma no momento em que a vítima é coagida a fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa. Crime formal. 
TENTATIVA: é possível, porém somente no modo escrito. Verbal, no entendimento majoritário, não é possível
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
LEI 9099/95: não é aplicável no tipo penal.
EXTORSAO MEDIANTE SEQUESTROArtigo 159. Sequestrar pessoa com o fim de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço do resgate:
PENA: Reclusão de 08 a 15 anos.
§ 1º. Se o sequestro dura mais de 24 horas, se o sequestrado é menor de 18 ou maior de 60 anos, ou se o crime é cometido por bando ou quadrilha.
PENA: reclusão de 12 a 20 anos.
§ 2º. Se do fato resulta lesão corporal de natureza grave:
PENA: Reclusão de 16 a 24 anos.
§ 3º. Se resulta a morte:
PENA: reclusão de 24 a 30 anos.
§ 4º. Se o crime é cometido em concurso, o concorrente que o denunciar à autoridade, facilitando a libertação do sequestrado, terá sua pena reduzida de um a dois terços.
OBJETO JURÍDICO: protege-se o patrimônio, a vida, o direito de locomoção e a integridade física. 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa. 
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo, não se admitindo a forma culposa.
CONSUMAÇÃO: a posição majoritária na doutrina diz que se consuma com o sequestro, ainda que por breve espaço de tempo. 
TENTATIVA: é possível, desde que não haja a consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente.
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
LEI 9099/95: não é aplicável no tipo penal.
EXTORSAO INDIRETA
Artigo 160. Exigir ou receber, como garantia de dívida, abusando da situação de alguém, documento que pode dar causa a procedimento criminal contra a vítima ou contra terceiro:
PENA: reclusão de 01 a 03 anos e multa.
OBJETO JURÍDICO: protege-se o patrimônio e a liberdade individual. 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa. 
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo, não se admitindo a forma culposa.
CONSUMAÇÃO: a posição majoritária na doutrina diz que se consuma com a simples exigência do documento (crime formal) ou com o seu efetivo recebimento (crime material). 
TENTATIVA: na modalidade exigir, somente na forma escrita, na modalidade receber, plenamente possível.
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
LEI 9099/95: aplicável o artigo 89 da Lei.
DA USURPAÇÃO
ALTERAÇÃO DE LIMITES
Artigo 161. Suprimir ou deslocar tapume, marco, ou qualquer outro sinal indicativo de linha divisória, para apropriar-se, no todo ou em parte, da coisa imóvel alheia:
PENA: detenção de 01 a 06 meses, e multa. 
§ 1º. Na mesma pena incorre quem:
USURPAÇÃO DE ÁGUAS
I – desvia ou represa, em proveito próprio ou de outrem, águas alheias.
ESBULHO POSSESSÓRIO
II – invade, com violência a pessoa ou grave ameaça, ou mediante concurso de mais de duas pessoas, terreno ou edifício alheio, para o fim de esbulho possessório.
§ 2º. Se o agente usa de violência, incorre também na pena a esta cominada. 
§ 3º. Se a propriedade é particular, e não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa (ação penal privada).
OBJETO JURÍDICO: protege-se de forma direta a posse e de forma indireta, a propriedade. 
SUJEITO ATIVO: há duas posições: o confinante do imóvel e o futuro comprador. 
SUJEITO PASSIVO: o proprietário ou possuidor do bem imóvel.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo, não se admitindo a forma culposa.
CONSUMAÇÃO: trata-se de crime formal, pois a consumação ocorre com a supressão ou deslocamento dos sinais indicativos. 
TENTATIVA: é possível.
AÇÃO PENAL: via de regra, é privada, se a propriedade é particular, se a propriedade for pública ou houver violência, será pública incondicionada.
LEI 9099/95: é aplicável ao tipo penal.
SUPRESSÃO OU ALTERAÇÃO DE MARCA EM ANIMAIS
Artigo 162. Suprimir ou alterar, indevidamente, em gado ou rebanho alheio, marca ou sinal indicativo de propriedade:
PENA: Detenção de 06 meses a 03 anos e multa. 
OBJETO JURÍDICO: protege-se a posse ou propriedade do semovente. 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa. 
SUJEITO PASSIVO: o proprietário do gado ou rebanho marcados.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo, não se admitindo a forma culposa.
CONSUMAÇÃO: no momento da supressão ou alteração da marca ou sinal distintivo. 
TENTATIVA: é perfeitamente possível.
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
LEI 9099/95: aplicável somente o artigo 89 da Lei.
 DO DANO
Artigo 163. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia:
PENA: detenção de 01 a 06 meses ou multa.
DANO QUALIFICADO
Parágrafo Único. Se o crime é cometido:
I – com violência à pessoa ou grave ameaça:
II – Com emprego de substância inflamável ou explosiva, se o fato não constitui crime mais grave;
III – contra o patrimônio da União, Estados ou Municípios, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista;
IV – por motivo egoístico ou com prejuízo considerável para a vítima:
PENA: detenção de 06 meses a 03 anos, e multa, além da pena correspondente à violência.
OBJETO JURÍDICO: protege-se a propriedade e a posse de coisas móveis e imóveis. 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa. 
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo, não se admitindo a forma culposa.
CONSUMAÇÃO: com a ocorrência, total ou parcial, do dano. Exige-se o corpo de delito para sua confirmação. 
TENTATIVA: é admissível.
AÇÃO PENAL: no caso do caput e do inciso IV, será privada. Nos demais casos será pública incondicionada.
LEI 9099/95: caput, artigo 61 da Lei. Demais casos, artigo 89 da Lei. 
DOS CRIMES CONTRA O PATRIMÔNIO
INTRODUÇÃO OU ABANDONO DE ANIMAIS EM PROPRIEDADE ALHEIA
Artigo 164. Introduzir ou deixar animais em propriedade alheia, sem consentimento de quem de direito, desde que o fato resulte prejuízo:
PENA: detenção, de 15 dias a 06 meses, ou multa. 
OBJETO JURÍDICO: tutela-se a inviolabilidade da propriedade e da posse do bem imóvel.
SUJEITO ATIVO: proprietário, possuidor ou quem tenha responsabilidade sobre os animais.
SUJEITO PASSIVO: o proprietário ou possuidor da propriedade alheia. 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo
CONSUMAÇÃO: exige-se que tais ações acarretem prejuízo ao bem, por exemplo, destruição de plantações. 
TENTATIVA: crime plurissubsistente, é admissível, caso os prejuízos não advenham.
AÇÃO PENAL: Privada, conforme artigo 167 do CP. 
LEI 9099/95: crime de menor potencial ofensivo. Aplicável o artigo 61 da Lei.
DANO EM COISA DE VALOR ARTÍSTICO, ARQUEOLÓGICO OU HISTÓRICO.
Artigo 165. Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa tombada pela autoridade competente em virtude de valor artístico, arqueológico ou histórico.
PENA: detenção, de 06 meses a 02 anos, e multa.
REVOGAÇÃO: A Lei 9.605, de 12/12/98, que dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências, revogou tacitamente citada disposição legal ao prever, no inciso I do artigo 62, a seguinte conduta criminosa: “Destruir, inutilizar ou deteriorar:
I – bem especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial;
II – arquivo, registro, museu, biblioteca, pinacoteca, instalação científica ou similar protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial;
PENA: Reclusão de 01 a 03 anos, e multa..
PARÁGRAFO ÚNICO. Se o crime for culposo, a pena é de 06 meses a 01 ano de detenção, sem prejuízo da multa.
 
ALTERAÇÃO DE LOCAL ESPECIALMENTE PROTEGIDO
Artigo 166. Alterar, sem licença da autoridade competente, o aspecto de local especialmente protegido por lei (REVOGADO PELO ARTIGO 63 DA LEI 9.605/98), cujo teor é o seguinte:
“Alterar o aspecto ou a estrutura de edificação ou local especialmente protegido por lei, ato administrativo ou decisão judicial, em razão de seu valor paisagístico, ecológico, turístico, artístico, histórico, cultural, religioso, arqueológico, etnográfico ou monumental, sem autorização daautoridade competente ou em desacordo com a concedida. 
PENA: Reclusão, de 01 a 03 anos, e multa.
AÇÃO PENAL
Artigo 167. Nos casos do artigo 163, do inciso IV do seu parágrafo e do artigo 164, somente se procede mediante queixa (ação penal privada).
DA APROPRIAÇÃO INDÉBITA
Artigo 168. Apropriar-se de coisa alheia móvel, de que tem a posse ou a detenção:
PENA: Reclusão, de 01 a 04 anos, e multa.
OBJETO JURÍDICO: tutela-se a inviolabilidade do patrimônio, o direito de propriedade sobre o mesmo. 
SUJEITO ATIVO: aquele que tem a posse ou detenção lícita do bem. O condômino, sócio ou coerdeiros podem praticar o crime em tela, no momento em que tornam sua a coisa comum. 
SUJEITO PASSIVO: é a pessoa física ou jurídica, titular do direito patrimonial diretamente atingido ou o possuidor do bem. 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo
CONSUMAÇÃO: no momento em que o sujeito ativo passa a exercer a posse como se dono fosse e se recusa a devolvê-la a quem de direito. 
TENTATIVA: crime plurissubsistente, é admissível, porém na negativa de restituição.
AÇÃO PENAL: pública incondicionada. 
LEI 9099/95: somente na forma simples, do caput, aplicável o artigo 89 da Lei. 
AUMENTO DE PENA
Parágrafo Primeiro. A pena é aumentada de um terço, quando o agente recebeu a coisa:
I – em depósito necessário;
II – na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testamenteiro ou depositário judicial;
III – em razão de ofício, emprego ou profissão.
APROPRIAÇÃO INDÉBITA PREVIDENCIÁRIA
Artigo 168 – A. Deixar de repassar à previdência social as contribuições recolhidos dos contribuintes, no prazo e forma legal ou convencional:
PENA: reclusão, de 02 a 05 anos, e multa. 
OBJETO JURÍDICO: proteger o patrimônio de todos os cidadãos que fazem parte do sistema previdenciário. 
SUJEITO ATIVO: trata-se de crime próprio, pois somente pode ser cometido pelo responsável tributário, isto é, o que tem o dever legal de repassar à Previdência Social as contribuições recolhidas dos contribuintes.
SUJEITO PASSIVO: é o Estado, em especial o órgão da Previdência Social.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo de se apropriar da contribuição de forma indevida. 
CONSUMAÇÃO: no momento em que é ultrapassado o prazo legal ou convencional para o repasse das contribuições recolhidas ao INSS, apropriando-se o agente dos valores. 
TENTATIVA: é inadmissível, pois é crime unissubsistente.
§ 1º. Nas mesmas penas incorre quem deixar de:
I – recolher, no prazo legal, contribuição ou outra importância destinada à previdência social que tenha sido descontada de pagamento efetuado a segurados, a terceiros ou arrecadada à venda do público;
II – recolher contribuições devidas à previdência social que tenham integrado despesas contábeis ou custos relativos à venda de produtos ou à prestação de serviços;
III – pagar benefício devido a segurado, quando as respectivas cotas ou valores já tiverem sido reembolsados à empresa pela previdência social 
§ 2º. É extinta a punibilidade se o agente, espontaneamente, declara, confessa e efetua o pagamento das contribuições, importâncias ou valores e presta as informações devidas à previdência social, na forma definida em lei ou regulamento, antes do início da ação fiscal. 
§ 3º. É facultado ao juiz deixar de aplicar a pena ou aplicar somente a de multa se o agente for primário e de bons antecedentes, desde que:
I – tenha promovido, após o início da ação fiscal e antes de oferecida a denúncia, o pagamento da contribuição social previdenciária, inclusive acessórios; ou
II – o valor das contribuições devidas, inclusive acessórios, seja igual ou inferior àquele estabelecido pela previdência social, administrativamente, como sendo o mínimo para o ajuizamento de suas execuções fiscais.
APROPRIAÇÃO DE COISA HAVIDA POR ERRO, CASO FORTUITO OU FORÇA DA NATUREZA
Artigo 169. Apropriar-se alguém de coisa alheia vinda ao seu poder por erro, caso fortuito ou força da natureza:
PENA: detenção, de 01 mês a 01 ano, ou multa. 
OBJETO JURÍDICO: tutela-se a posse a propriedade de bens e valores 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa. 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo
CONSUMAÇÃO: no momento em que o sujeito ativo se recusa a devolver ou restituir o que recebeu por erro, caso fortuito ou força da natureza. 
TENTATIVA: inadmissível, segundo a doutrina majoritária. 
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
LEI 9099/95: aplicável o artigo 61 da referida Lei.
Parágrafo único. Na mesma pena incorre:
APROPRIAÇÃO DE TESOURO
I – quem acha tesouro em prédio alheio e se apropria, no todo ou em parte, da quota a que tem direito o proprietário do prédio;
APROPRIAÇÃO INDÉBITA DE COISA ACHADA
II – Quem acha coisa alheia perdida e dela se apropria, total ou parcialmente, deixando de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor ou de entregá-la à autoridade competente, dentro do prazo de 15 dias.
ARTIGO 170. Nos crimes previstos neste capítulo, aplica-se o disposto no artigo 155, parágrafo 2º do Código Penal. 
DO ESTELIONATO E OUTRAS FRAUDES
ESTELIONATO
Artigo 171. Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento:
PENA – Reclusão de 01 a 05 anos, e multa.
§1º. Se o criminoso é primário, e é de pequeno valor o prejuízo, o juiz pode aplicar a pena correspondente ao disposto no artigo 155, parágrafo 2º do Código Penal.
§ 2º. Nas mesmas penas incorre quem:
I – vende, permuta, dá em pagamento, em locação ou em garantia coisa alheia como própria;
ALIENAÇÃO OU ONERAÇÃO FRAUDULENTA DE COISA PRÓPRIA
II – vende, permuta, dá em pagamento ou em garantia coisa própria inalienável, gravada de ônus ou litigiosa, ou imóvel que prometeu vender a terceiro, mediante pagamento em prestações, silenciando sobre qualquer dessas circunstâncias;
DEFRAUDAÇÃO DE PENHOR
III – defrauda, mediante alienação não consentida pelo credor ou por outro modo, a garantia pignoratícia, quando tem a posse do objeto empenhado;
FRAUDE NA ENTREGA DE COISA
IV – destruir substância, qualidade ou quantidade de coisa que deve entregar a alguém;
FRAUDE PARA RECEBIMENTO DE INDENIZAÇÃO OU VALOR DE SEGURO
V – destrói, total ou parcialmente, ou oculta coisa própria, ou lesa o próprio corpo ou a saúde, ou agrava as consequências da lesão ou doença, com o intuito de haver indenização ou valor de seguro;
FRAUDE NO PAGAMENTO POR MEIO DE CHEQUE
VI – emite cheque, sem suficiente provisão de fundos em poder do sacado, ou lhe frustra o pagamento.
§ 3º. A pena aumenta-se de um terço, se o crime é cometido em detrimento de entidade de direito público ou de instituto de economia popular, assistência social ou beneficência.
OBJETO JURÍDICO: garantia da inviolabilidade do patrimônio. 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa. 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo consistente na vontade do agente em induzir ou manter alguém em erro.
CONSUMAÇÃO: com a obtenção da vantagem ilícita indevida, em prejuízo alheio. Quando o agente aufere o proveito econômico, causando dano à vítima. Crime material
REPARAÇÃO DO DANO: Há três situações: a) No crime de estelionato, com exceção da hipótese prevista no parágrafo 2º, inciso VI, do artigo 171, a reparação do dano antes de recebida a denúncia configura arrependimento posterior (CP, artigo 16). No crime de estelionato, na forma do parágrafo 2º, VI, do artigo 171, a reparação do dano antes do recebimento da denúncia acarreta a extinção da punibilidade (Súmula 554 do STF); c) no estelionato, em qualquer de suas modalidades, depois do recebimento da denúncia e antes da sentença, a reparação do dano autoriza a incidênciade circunstância atenuante genérica (artigo 65, III,	 d)
TENTATIVA: é admissível.
AÇÃO PENAL: pública incondicionada
LEI 9099/95: aplicável o artigo 89 da referida Lei.
DUPLICATA SIMULADA
Artigo 172. Emitir fatura duplicata ou nota de venda que não corresponda à mercadoria vendida, em quantidade ou qualidade, ou ao serviço prestado.
PENA: detenção, de 02 a 04 anos, e multa.
PARÁGRAFO ÚNICO. Nas mesmas penas incorrerá aquele que falsificar ou adulterar a escrituração do Livro de Registro de Duplicatas.
OBJETO JURÍDICO: garantia da inviolabilidade do patrimônio. 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa que emite a fatura, duplicata ou nota de venda.
SUJEITO PASSIVO: quem realiza o desconto da duplicata, bem como o sacado (comprador). 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo. 
CONSUMAÇÃO: com a simples e efetiva colocação da duplicata em circulação, independentemente do prejuízo. Portanto, crime formal.
TENTATIVA: é inadmissível, pois se trata de crime unissubsistente.
ABUSO DE INCAPAZES
Artigo 173. Abusar, em proveito próprio ou alheio, de necessidade, paixão ou inexperiência de menor, ou da alienação ou debilidade mental de outrem, induzindo qualquer deles à prática de ato suscetível de produzir efeito jurídico, sem prejuízo próprio ou de terceiro:
PENA: reclusão, de 02 a 06 anos, e multa.
OBJETO JURÍDICO: garantia da inviolabilidade do patrimônio. 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: é o incapaz, isto é, o menor de 18 anos, alienado mental ou débil mental. O emancipado não pode ser sujeito passivo deste crime.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo.
CONSUMAÇÃO: crime formal. Consuma-se com a efetiva prática do ato lesivo a que ele foi induzido, independentemente do resultado danoso. Crime formal.
TENTATIVA: crime plurissubsistente, é admissível.
AÇÃO PENAL: pública incondicionada
LEI 9099/95: inaplicável para a espécie.
INDUZIMENTO À ESPECULAÇÃO
Artigo 174. Abusar, em proveito próprio ou alheio, da inexperiência ou da simplicidade ou inferioridade mental de outrem, induzindo-o à prática de jogo ou aposta, ou à especulação com títulos ou mercadorias, sabendo ou devendo saber que a operação é ruinosa:
PENA: reclusão, de 01 a 03 anos, e multa.
OBJETO JURÍDICO: garantia da inviolabilidade do patrimônio. 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: a pessoa inexperiente, simples ou mentalmente inferior.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: é o dolo
CONSUMAÇÃO: trata-se de crime formal. Com a prática do jogo, aposta ou com a especulação com títulos ou mercadorias, independentemente do resultado lesivo. 
TENTATIVA: é admissível. 
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
LEI 9099/95: aplicável o artigo 89 da Lei. 
FRAUDE NO COMÉRCIO
Artigo 175. Enganar, no exercício de atividade comercial, o adquirente ou consumidor:
I – vendendo, como verdadeira ou perfeita, mercadoria falsificada ou deteriorada;
II – entregando uma mercadoria por outra;
PENA: detenção, de 06 meses a 02 anos, ou multa.
§ 1º. Alterar em obra que lhe é encomendada a qualidade ou o peso de metal ou substituir, no mesmo caso, pedra verdadeira por falsa ou por outra de menor valor; vender pedra falsa por verdadeira; vender, como precioso, metal de outra qualidade:
PENA: reclusão, de 01 a 05 anos, e multa.
§ 2º. É aplicável o disposto no artigo 155, parágrafo 2º do CP. 
OBJETO JURÍDICO: garantia do patrimônio e da moralidade do comércio. 
SUJEITO ATIVO: somente o comerciante ou comerciário, pois se não o for, cometerá o delito previsto no artigo 171, parágrafo 2º, inciso IV.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa. 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo. 
CONSUMAÇÃO: com a tradição da coisa ao adquirente ou consumidor.
TENTATIVA: é admissível. 
AÇÃO PENAL: pública incondicionada...
LEI 9099/95: caput aplicável o artigo 61 da Lei, porém no parágrafo 1º, será aplicável o artigo 89 da mesma lei. 
OUTRAS FRAUDES
Artigo 176. Tomar refeição em restaurante, alojar-se em hotel ou utilizar-se de meio de transporte sem dispor de recursos para efetuar o pagamento:
PENA: detenção, de 15 dias a 02 meses, e multa.
Parágrafo Único. Somente se procede mediante representação, e o juiz pode, conforme as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. 
OBJETO JURÍDICO: garantia da inviolabilidade do patrimônio. 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: a pessoa física ou jurídica que presta serviços e sofre prejuízos. 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo. 
CONSUMAÇÃO: com a tomada da refeição, com o alojamento no hotel ou com a utilização de meio de transporte. 
TENTATIVA: é admissível, mas de difícil constatação
AÇÃO PENAL: pública condicionada. 
LEI 9099/95: artigo 61 da Lei 9099/95
FRAUDES E ABUSOS NA FUNDAÇÃO OU ADMINISTRAÇÃO DE SOCIEDADE POR AÇÕES
Artigo 177. Promover a fundação de sociedade por ações, fazendo, em prospecto ou em comunicação ao público ou à assembléia, afirmação falsa sobre a constituição da sociedade, ou ocultando fraudulentamente fato a ela relativo:
PENA: reclusão, de 01 a 04 anos, e multa, se o fato não constitui crime contra a economia popular.
§ 1º. Incorrem na mesma pena, se o fato não constitui crime contra a economia popular:
I – o diretor, o gerente ou o fiscal de sociedade por ações, que, em prospecto, relatório, parecer, balanço ou comunicação ao público ou à assembléia, faz afirmação falsa sobre as condições econômicas da sociedade, ou oculta fraudulentamente, no todo ou em parte, fato a elas relativo;
II – o diretor, o gerente ou o fiscal que promove, por qualquer artifício, falsa cotação das ações ou de outros títulos da sociedade;
III – o diretor ou o gerente que toma empréstimo à sociedade ou usa, em proveito próprio ou de terceiro, dos bens ou haveres sociais, sem prévia autorização da assembleia geral;
IV – o diretor ou o gerente que compra ou vende, por conta de sociedade, ações por ela emitidas, salvo quando a lei o permite;
V – o diretor ou gerente que, como garantia de crédito social, aceita em penhor ou em caução ações da própria sociedade;
VI – o diretor ou gerente que, na falta de balanço, em desacordo com este, ou mediante balanço falso, distribui lucros ou dividendos fictícios;
VII – o diretor, o gerente ou o fiscal que, por interposta pessoa, ou conluiado com acionista, consegue a aprovação de conta ou parecer;
VIII – o liquidante, nos caos dos números I, II, III, IV, V, e VII;
IX – o representante da sociedade anônima estrangeira, autorizada a funcionar no País, que pratica os atos mencionados nos números I e II, ou dá falsa informação ao Governo.
§ 2º. Incorre na pena de detenção, de 06 meses a 02 anos, e multa, o acionista que, a fim de obter vantagem para si ou para outrem, negocia o voto nas deliberações de assembleia geral.
CRIME SUBSIDIÁRIO. O artigo 177, caput e parágrafos, cuida de crimes praticados desde a fundação de sociedades por ações até a sua liquidação. É um crime expressamente subsidiário, pois somente poderá ser enquadrado nesse tipo penal se não constituir crime contra a economia popular (artigo 3º, VI a X, da Lei 1.521, de 26.12.1951). 
OBJETO JURÍDICO: garantia da inviolabilidade do patrimônio. 
SUJEITO ATIVO: aquele que promove a fundação da sociedade por ações.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa. 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo
CONSUMAÇÃO: é crime formal, pois se consuma com a afirmação falsa ou com a ocultação de fatos relativos à sociedade por ações.
TENTATIVA: praticamente impossível, pois ou é feita a publicação ou comunicação contendo afirmação falsa ou a ocultação de fatos, e o crime se consuma; ou ela não é realizada e o crime não se configura.
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
LEI 9099/95: aplicável o artigo 89 da Lei no caput e o artigo 61 no parágrafo 2º.EMISSÃO IRREGULAR DE CONHECIMENTO DE DEPÓSITO OU WARRANT
Artigo 178. Emitir conhecimento de depósito ou warrant, em desacordo com disposição legal:
PENA: reclusão, de 01 a 04 anos, e multa.
DEFINIÇÃO LEGAL: O artigo 1º do Decreto nº. 1102, de 21.11.1903, conceitua as empresas de armazéns gerais como sendo aquelas que têm por fim “a guarda e conservação de mercadorias e a emissão de títulos especiais que a representem”. O artigo 15 dispõe que os armazéns gerais emitirão, quando lhes for pedido pelo depositante, dois títulos unidos, mas separáveis à vontade, denominados “conhecimento de depósito” e warrant. O conhecimento de depósito e o warrant podem ser transferidos unidos ou separados, por endosso. O endosso pode ser em branco, neste caso confere ao portador do título os direitos do cessionário. O endosso dos títulos unidos confere ao cessionário o direito de livre disposição da mercadoria depositada; o do warrant separado do conhecimento de depósito o direito de penhor sobre a mesma mercadoria e do conhecimento de depósito a faculdade de dispor da mercadoria. Salvo os direitos do credor, portador do warrant.
OBJETO JURÍDICO: garantia da inviolabilidade do patrimônio, mas é uma norma penal em branco, pois é subsidiário ao Decreto 1.102. 
SUJEITO ATIVO: qualquer pessoa.
SUJEITO PASSIVO: qualquer pessoa. 
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo
CONSUMAÇÃO: é crime formal, pois se consuma com a emissão do título, independentemente da ocorrência do prejuízo.
TENTATIVA: inadmissível, pois é crime unissubsistente.
AÇÃO PENAL: pública incondicionada.
LEI 9099/95: aplicável o artigo 89 da Lei. 
FRAUDE À EXECUÇÃO
Artigo 179. Fraudar execução, alienando, desviando, destruindo ou danificando bens, ou simulando dívidas:
PENA: Detenção, de 06 meses a 02 anos, ou multa.
Parágrafo Único Somente se procede mediante queixa (ação penal privada).
OBJETO JURÍDICO: garantia da inviolabilidade do patrimônio. 
SUJEITO ATIVO: é o devedor que está sendo demandado judicialmente. 
SUJEITO PASSIVO: é o credor.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: dolo
CONSUMAÇÃO: consuma-se com a prática de uma das ações (alienação, desvio etc.) que tornem o devedor insolvente. 
TENTATIVA: é admissível
AÇÃO PENAL: na regra privada, entretanto se for praticado contra um dos entes públicos, será pública incondicionada.
LEI 9099/95: aplicável o artigo 61 da Lei. 
DA RECEPTAÇÃO
RECEPTAÇÃO
Artigo 180. Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influir para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
PENA: reclusão, de 01 a 04 anos, e multa. 
RECEPTAÇÃO QUALIFICADA
§ 1º. Adquirir, receber, transportar, conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, montar, remontar, vender, expor à venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito próprio ou alheio, no exercício de atividade comercial ou industrial, coisa que deve saber ser produto de crime:
PENA: reclusão, de 03 a 08 anos, e multa.
§ 2º. Equipara-se à atividade comercial, para efeito do parágrafo anterior, qualquer forma de comércio, irregular ou clandestino, inclusive o exercício em residência.
§ 3º. Adquirir ou receber coisa que, por sua natureza ou pela desproporção entre o valor e o preço, ou pela condição de quem a oferece, deve presumir-se obtida por meio criminoso:
PENA: detenção, de 01 mês a 01 ano, ou multa, ou ambas as penas.
§ 4º. A receptação é punível, ainda que desconhecido ou isento de pena o autor do crime de que proveio a coisa.
§ 5º. Na hipótese do parágrafo 3º, se o criminoso é primário, pode o juiz tendo em consideração as circunstâncias, deixar de aplicar a pena. Na receptação dolosa aplica-se o disposto no parágrafo 2º do artigo 155 do CP. 
§ 6º. Tratando-se de bens e instalações do patrimônio da União, Estado, Município, empresa concessionária de serviços públicos ou sociedade de economia mista, a pena prevista no caput deste artigo aplica-se em dobro.
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 181. É isento de pena quem comete qualquer dos crimes previstos neste título, em prejuízo:
I – do cônjuge, na constância da sociedade conjugal;
II – de ascendente ou descendente, seja o parentesco legítimo ou ilegítimo, seja civil ou natural.
Artigo 182. Somente se procede mediante representação, se o crime previsto neste título é cometido em prejuízo:
I – do cônjuge desquitado ou judicialmente separado;
II – do irmão, legítimo ou ilegítimo;
III – do tio ou sobrinho, com quem o agente coabita.
Artigo 183. Não se aplica o disposto nos dois artigos anteriores:
I – se o crime é de roubo ou de extorsão, ou, em geral, quando haja emprego de grave ameaça ou violência à pessoa;
II – ao estranho que participa do crime;
III – se o crime é praticado contra a pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos.
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE IMATERIAL
DOS CRIMES CONTRA A PROPRIEDADE INTELECTUAL
Violação de Direito Autoral
Artigo 184. Violar direitos de autor e os que lhe são conexos:
PENA: detenção de 03 meses a 01 ano ou multa.
§ 1º. Se a violação consistir em reprodução total ou parcial, com intuito de lucro direto ou indireto, por qualquer meio ou processo, de obra intelectual, interpretação, execução ou fonograma, sem autorização expressa do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor, conforme o caso, ou de quem os interprete:
PENA: reclusão, de 02 a 04 anos, e multa.
§ 2º. Na mesma pena do parágrafo primeiro incorre quem, com o intuito de lucro direto ou indireto, distribui, vende, expõe à venda, aluga, introduz no País, adquire, oculta, tem em depósito, original ou cópia de obra intelectual ou fonograma reproduzido com violação do direito do autor, do direito do artista intérprete ou executante ou do direito do produtor de fonograma, sem a expressa autorização dos titulares dos direitos ou de quem os represente.
§ 3º. Se a violação consistir no oferecimento ao público, mediante cabo, fibra ótica, satélite, ondas de qualquer outro sistema que permite ao usuário realizar a seleção da obra ou produção para recebê-la em um tempo e lugar previamente determinados por quem formula a demanda, com intuito de lucro, direto ou indireto, sem autorização expressa, conforme o caso, do autor, do artista intérprete ou executante, do produtor de fonograma, ou de quem os represente:
PENA: reclusão, de 02 a 04 anos, e multa. 
§ 4º. O disposto nos parágrafos 1º, 2º e 3º não se aplicam quando se tratar de exceção ou limitação ao direito do autor ou os que lhe são conexos, em conformidade com o previsto na Lei 9.610, de 19 de fevereiro de 1998, nem a cópia de obra intelectual ou fonograma, em um só exemplar, para uso privado do copista, sem intuito de lucro direto ou indireto.
OBJETO JURÍDICO: tutela-se o interesse econômico e moral do autor sobre o fruto de sua criação.
SUJEITO ATIVO: Qualquer pessoa, crime comum.
SUJEITO PASSIVO: é o autor, pessoa física criadora da obra literária, artística ou científica violada ou seus herdeiros ou sucessores.
ELEMENTO SUBJETIVO DO TIPO: o dolo
CONSUMAÇÃO: com a violação do direito autoral, isto é, com a reprodução, modificação ou alteração de obra literária, artística ou científica.
TENTATIVA: é admissível.
AÇÃO PENAL: privada (caput do artigo 184); pública incondicionada, parágrafos 1º e 2º do artigo 184; pública incondicionada, nos crimes cometidos contra as entidades de direito público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação instituída pelo Poder Público; pública condicionada à representação nos crimes previstos no parágrafo 3º do artigo 184.
LEI 9099/95: crime de menor potencial ofensivo. Aplicável o artigo 61 da Lei.
USURPAÇÃO DE NOME OU PSEUDÔNIMO ALHEIO
Artigo 185. Revogado expressamente pelo

Outros materiais