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Normas Princípios x Normas Regras Falar de Normas é tratar de um tema moderno e de grande amplitude no mundo jurídico. As normas podem ser classificadas em: Normas Regras e Normas Princípios, ou seja, a norma é o gênero, enquanto as regras e os princípios são espécies. A Constituição da República Federativa do Brasil é composta de normas regras e normas princípios, sendo que em sua maioria existe a prevalência das normas regras, no entanto isso não quer dizer nada, pois os princípios constitucionais sempre se sobrepõem às regras. As regras estão presentes na CF e em todas as leis esparsas, podendo qualquer leigo visualizá-la sem nenhuma dificuldade, pois a mesma possui auto aplicabilidade. Elas nos dizem como devemos, não devemos ou podemos atuar em situações específicas. Entretanto sempre na ocorrência de um fato descrito na hipótese de incidência da regra e se ela for norma válida para a solução do mesmo, a sua força normativa incidirá sobre o fato, afastando outra regra que possa concorrer ou entrar em conflito com ela. Os princípios são caracterizados por falta de precisão, e por uma generalização e abstração lógica, ou seja, são vagos e indeterminados carecendo de mediações concretizadoras. Na aplicação dos princípios o intérprete necessita de uma situação da vida, de um fato real, para realização de uma ponderação e posteriormente sua aplicação. Toda vez que uma regra do ordenamento jurídico entra em conflito com a Carta Maior origina-se o conflito de regras. Isto é, duas normas falando do mesmo assunto com pontos de vistas conflitantes. Para prevalência hierárquica da CF diante de outras leis, a norma conflitante é excluída do ordenamento jurídico, através do Controle de Constitucionalidade onde será alcançada a harmonia das normas jurídicas. Como exemplo pode ser citado uma Norma Regra do Código Tributário não estando em harmonia com a CF, esta norma tributária poderá ser excluída em face da Constituição, pois regras excludentes não podem conviver. Já no conflito de princípios tudo será analisado diante de um caso concreto. Se dois princípios num determinado caso real estão em conflito, será realizada uma ponderação, ou seja, o princípio que tenha o maior peso para o caso que será aplicado. É válido salientar, que ao contrário das regras, nos princípios ora um será utilizado ora outro, tudo dependerá do caso concreto em questão, pois os princípios coexistem. Posso citar vários princípios que diante de um caso concreto podem conflitar-se como: Publicidade x Segredo de Justiça, Direito a vida X Dignidade da pessoa humana entre outros. Para solução dependerá do caso concreto existente. Hipoteticamente num determinado caso de Anencefalia, o juiz diante desse caso, depois de efetuada a ponderação poderá decidir pelo princípio do direito a vida. Esse mesmo juiz em um outro caso de Anencefalia poderá optar pelo princípio da dignidade da pessoa humana. Ou seja, diferentemente das regras no caso dos princípios não existe a exclusão e sim a harmonização, tudo dependerá do caso real. É fato que é de grande valia para os amantes do direito público um aprofundamento nas normas jurídicas. Atualmente os aplicadores do direito têm que focar seus olhos principalmente para os princípios, pois os mesmos são reflexos estruturantes que nos trazem a idéia de direito. Sinônimos: Ponderação, balanceamento, harmonização, otimização Artigo publicado Autor: André Rodrigues
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