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reo • onsu l • 01: ""' erce ao Após estudar este capítulo, você estará apto a: O A1 Definir aprendizagem e percepção e entender como os dois termos se relacionam. O A2 Listar e definir as fases do processo de percepção do consumidor. O A3 Aplicar o conceito de DAP. O A4 Contrastar os conceitos de memória implíclta e explícita. O A5 Conhecer maneiras de chamar a atenção do consumidor. O A6 Entender as principais diferenças entre aprendizagem intencional e não intencional. Introdução estratégia de marketing repre- senta a forma como a empresa lida com a criação de um conjunto de benefícios único e valioso para o consumidor. Como tal, a estratégia de marketing focaliza a criação de valor. Infelizmente, muitas empresas nunca entendem completamente o valor que criam, o que pode lhes cau- sar vários problemas. A Webvan, por exemplo, iniciou suas atividades no meio do boom do ponto.com, no final da década de 1990. A empresa fazia entrega de produtos alimentícios diretamente aos consumidores, o que parecia ser uma excelente forma de criar valor para eles. A empresa atraiu enorme interesse entre os investidores, contudo, saiu do mercado em 2001, pou- cos anos após sua criação. Em última análise, a Web- van fracassou na conquista de um número suficiente de clientes que percebesse o valor oferecido por seus serviços. É claro, se o cliente não acha que um produto tem o valor desejado ou não entende o produto da forma como foi planejado, por que comprá-lo? Hoje, a Amazon é proprietária do nome Webvan e realiza entregas de produtos alimentícios apenas em Seattle pelo site AmazonFresh. OA 1 Definição de Aprendizagem e Percepção valor não pode ser comunicado sem envolver aprendizagem e percepção do consumidor. Aprendizagem refere- -se à alteração de comportamento resultante da interação entre uma pes- soa e um estímulo. Percepção refere- .... . . - -se a consc1ennzaçao e interpretação que o consu- midor tem acerca da reali- dade. Assim, a percepção serve de fundação sobre a qual ocorre a aprendizagem do consumidor. De forma simples, o valor envolve aprendizagem alteração de comportamento resultante da interação entre uma pessoa e um estímulo percepção conscientização e interpretação que o consumidor tem acerca da realidade CAPITULO 3: A APRENDIZAGEM SOBRE O CONSUMIDOR COMEÇA AOUI: PERCEPÇÃO 4 5 exposição processo de trazer estímulos para perto do consumidor de modo que ele possa senti-los por meio de um dos cinco sentidos -sensaçao resposta imediata do consumidor a um estímulo atenção alocação proposital da capacidade de processamento de informações voltada para o desenvolvimento da compreensão de alguns estímulos aprendizagem, e a percepção do consumidor desempenha um papel importante nessa aprendizagem, pois os consu- midores mudam seu compor- tamento com base naquilo que percebem. Às vezes, os consumidores preparam- -se para aprender intencio- nalmente as informações relacionadas ao marketing. Outras vezes, aprendem de forma não intencional (ou incidentalmente) quando são expostos a estímulos e quan- do elaboram algum tipo de resposta a esses estímulos. Em um grau maior ou menor, ambos os tipos de aprendizagem dependem dos proces- sos perceptuais. Este capítulo focaliza as questões centrais relacio- nadas ao entendimento do processo de aprendizagem. Mais especificamente, são detalhadas as fases iniciais da percepção, com várias questões relacionadas à apren- dizagem não intencional. O capítulo encerra com uma discussão sobre condicionamento, que representa uma abordagem bem conhecida da aprendizagem não inten- cional. A aprendizagem intencional e os processos cogni- tivos associados a ela serão discutidos em outro capítulo. PERCEPÇÃO DO CONSUMIDOR O que é mais importante: percepção ou realidade? Essa parece mais uma pergunta "acadêmica" típica, mas o ,, . . . assunto e mmto rmportante para os que pesquisam o consumidor. Os pesquisadores despendem enormes esforços para tentar entender a percepção do consu- midor, pois a forma pela qual ele percebe algo exerce enorme influência sobre a aprendizagem. Percepç.ão e realidade são conceitos distintos por- que as percepções que os consumidores desenvolvem nem sempre podem ser equiparadas ao mundo real. Nós todos já ouvimos um fanático por esporte vangloriando- -se pelo seu time favorito. O clichê "lentes cor-de-rosa" pode ser aplicado se o time não for tão bom quanto o fã alega ser. A percepção nem sempre corresponde à realidade. Ela também pode ser ambígua. A Figura 3.1 ilustra esse aspecto. Nós tratamos a percepção como a conscientização e interpretação que o consumidor tem acerca da rea- lidade. A percepção representa uma realidade subje- tiva, ao passo que o que realmente existe no ambiente determina a realidade objetiva. Em um restaurante, por exemplo, a realidade objetiva é a de que certa quanti- dade de comida é servida em um prato. O chefe pode pesar os alimentos para saber a quantidade real. No entanto, os consumidores famintos podem discordar 46 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS do fato de que essa quantidade seja suficiente. Como é possível? A resposta a essa pergunta ilustra o conceito de realidade subjetiva. Nesse caso, a realidade objetiva e a realidade subjetiva podem ser diferentes, pois o tama- nho do prato afeta a quantidade de alimento percebida pelo consumidor. A Figura 3 .2 ilustra esse efeito ao mostrar a mesma quantidade de alimento em três pratos diferentes. Colocar a comida em um prato menor pode aumentar a chance de satisfação no jantar, não porque se consumiu mais, mas porque se entende que se comeu urna porção maior!1 A mesma quantidade de comida em um prato maior tende a fazer o consumidor querer mais. EXPOSIÇÃO, ATENÇÃO E COMPREENSÃO Durante o processo perceptual, os consumidores ficam expostos a estímulos, atribuem atenção a eles e tentam compreendê-los. Exposição refere-se ao processo de tra- zer estímulos para perto do consumidor, de modo que ele possa senti-los com um dos cinco sentidos (visão, olfato, paladar, tato e audição). O termo sensação descreve a resposta imediata do consumidor a essa informação. O McDonald's transmite nos outdoors a mensagem "quatro dólares é bobagem", expondo os consumido- res a uma mensagem não tão sutil com relação ao café. Os marqueteiros conseguem expor os consumidores a mensagens como essa, mas isso não garante que ele vai prestar atenção. Atenção é a alocação proposital da f\GURJ\3.1 . Qual é a Realida~e ? na ImagernAbaixo. "' !!? ê a: FIGURA 3.2 tendida, mas nem sempre esse é o caso. Em um exemplo simples, a recepcionista diz ao paciente que haverá um pouco de espera. Todos os pacientes vão achar que essa espera é breve? Dois consumidores que esperam 20 minutos podem per- ceber a espera de forma diferente. O que é pouco para um pode não ser tão pouco para o outro. Um profis- sional que tira uma hora de folga em um dia agitado pode reagir diferente de um aposentado com uma agenda mais tranquila. As experiências prévias do paciente também afetam o período de tempo que associa a pouco. Além O suficiente para se alimentar., Pode parece~ mais de soo gramas SOO gramas de alimento Não~ o Suficiente para se aumentar? Pode J>arecer menos de SOO gramas disso, é possível fazer algo para mudar as percepções do tempo de espera? A recepcionista pode informar o paciente a cada 5 minutos, explicando o que está acontecendo e por que a espera ainda capacidade de processamento de informações voltada para o desenvolvimento de uma compreensão sobre alguns estímulos. Muitas vezes, os consumidores não conseguem prestar atenção em todos os estímulos aosquais estão expostos. Assim, eles são seletivos quanto à informação em que prestam atenção. De forma bem simples, há muitos estímulos no ambiente para que os consumidores prestem atenção em todos! A compreensão ocorre quando os consumidores tentam derivar significado das informações recebidas. Claro, os marqueteiros esperam que os consumidores entendam e interpretem as informações da forma pre- ·~-- continua. Como alternativa, pode haver uma música ambiente agradável. Em qualquer um dos casos, o paciente pode entender a espera como mais curta do que se simplesmente fosse deixado sozinho. No entanto, o mesmo paciente pode reagir de forma mais negativa a uma espera se for deixado sozinho.2 OA2 O Processo de Percepção do Consumidor e um amigo perguntasse: "Essa roupa ficou boa pra mim?", você imediatamente concentraria suas percepções para determinar co- mo responder a essa questão. (O fato de você deixar sua ver- )( - dadeira opinião explícita ou não é algo total- mente diferente!). Conforme afirmamos, na sua forma mais básica, a percepção descreve como os consumidores tomam ciência do ambiente e o interpretam. Consequentemente, a percepção do consumidor inclui três fases. Essas três fases dizem respeito ao sentido, à organização e à reaçã.o. Tudo isso está ilustrado na Figura 3.3. o CD "O <I.> a: ~ ::> ... LLJ .,. 8 (/} - Quando os consumidores passam por um outdoor, têm a oportunidade de prestar atenção na mensagem. Observe que as fases da percepção se sobre- põem aos conceitos de exposição, atenção e compreensão. Em outras palavras, nós sentimos os vários estímulos aos quais estamos expostos, organizamos os estímulos conforme os satisfa- zemos e compreendemos e, depois, reagimos aos vários estímulos ao desenvolver respostas. CAPITULO 3: A APRENDIZAGEM SOBRE O CONSUMIDOR COM EÇA AOUI: PERCEPÇÃO 4 7 organização cognitiva processo pelo qual o cérebro humano agrupa as evidências sensoriais em tomo de algo mais reconhecível SENTIDO O consumidor sen- te o estímulo ao qual está exposto. O sentido é uma resposta imediata ao estímulo que entrou em contato com um dos cinco sentidos do consumidor (visão, olfato, tato, paladar e audição). Assim, quando o con- sumidor entra em uma loja,. navega no eBay, lê o Twitter, experimenta uma c.omida, encontra uma propaganda ou experimenta roupas novas, o processo perceptivo entra em ação. Contudo, sozinho, o sentido não permite que um consumi- dor encontre sentido em alguma coisa. Isso leva à segunda etapa do processo perceptivo. ORGANIZAÇÃO Imagine estar com os olhos vendados e receber um pequeno objeto desconhecido nas mãos. Como você faria para determinar o objeto? Claro, você pode senti-lo. É áspero ou liso? Macio ou duro? As respostas podem ajudá-lo na decisão. O cérebro do consumidor lida com questões como essas todas as vezes que algo é sentido. Esse processo ocorre, literalmente, milhares de vezes por dia. Na verdade, na maioria dos casos, a organização ocorre tão rápido que nem toma- mos ciência do processo. SENT\DO ORGANIZAÇÃO 0 que as pessoas vão achar? Qual é a Melhor ~--i: ~-...: Hora de Comprar!-___ ___ o o ºº isso serve? - = = =- Quando falamos de organização cognitiva, estamos nos referindo ao processo pelo qual o cérebro humano agrupa as evidências sensoriais em tomo de algo mais reconhecível. Essa é uma parte importante da per- cepção. A Figura 3.4 po- de ajudá-lo a visualizar esse processo. A organi- xiste uma melhor hora para comprar. ~às 1Oh1 O! Faça compras de relógios de luxo on-line e você começará a perceber que algo parece realmente peculiar no início. Praticamente todos os relógios estão configurados em - , zaçao que ocorre no ce- rebro é análoga a alguém que realiza uma tarefa de classificação, como se- parar correspondências. Quando um objeto é sen- tido pela primeira vez, a -pessoa nao tem a menor ideia a qual categoria o objeto pertence. Contu- do, as informações per- 48 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS -- 1Oh1 O, ou seja, 1 O horas e 1 O minutos. Isso é coincidência? Difícil! A sabe- doria convencional diz que quando um consumidor sente (vê) um relógio exibindo 1 Oh10, a imagem é organizada em sua mente como um sorriso (1 hSO também é um sorriso). Em contrapartida, o consumidor pode ver um relógio exibindo 8h20 e perceber um franzido. De acordo com essa teoria, quando os consumidores per- cebem que o produto está sorrindo, ele se torna preferência. As pesquisas indicam que, sob determinadas condições, os consumidores demonstram preferência por produtos sorridentes. O efeito vai muito além dos relógios e inclui carros com uma grade dianteira que sorri ou tecidos com determinados padrões, entre outros itens. O efeito de preferência ocorre principalmente quando o produto pode ter alguma característica humana. Um relógio que sorri para você está dizendo ªcompre-me~ certo? fontes: Aggarwal. P.; AL McGill. (2007). 'IS that car 5!l'jjjng a~~? Sc:.hema Congn.ity as a Basls 'of Evaluatlnq Antnropomoiphlzed Produm: Joumal of Consumer !rerearrJi 1 d (dez.!, 4ó8-tl 79. labroo, A A (2006).1lo Prooua:s Srn1le 1 When fluency Coofers Ulting ano énhances Purchase lntent: ldvances in Consumer Research 33, 558-561. FIGURA 3.4 --------------------------------.-. ________ ______ rgamzaçao mitem que o classificador coloque o objeto em categorias cada vez mais específicas. Quando alguém tenta decidir se uma roupa serve, o processo perceptivo entra em ação. Considere o vestuário mostrado na Figura 3.3. Essa roupa é adequada para Emília, uma consultora? A princípio, percebemos que a roupa é, obviamente, um vestido de mulher. No entanto, a peça representa um vestuário profissional adequado? Se o cérebro de Emília organiza essa roupa nessa categoria, então, ela provavelmente a comprará e a vestirá para ir trabalhar como consultora. Os clientes terão uma percep- ção diferente do vestuário e reagirão de forma diversa. Novamente, veremos a subjetividade da percepção. Os consumidores desenvolvem uma interpretação durante essa etapa do processo perceptivo e come- çam a entender o que é um estímulo. Essa interpreta- ção fornece um significado afetivo e cognitivo inicial. O termo cognitivo refere-se ao processo mental ou de pensamento. O leitor deste livro converte, quase que instantaneamente, a palavra em significado, desde que ela seja. correspondente a uma palavra no idioma conhecido. Às vezes, os marqueteiros precisam saber como os consumidores reagem a palavras desconheci- das quando criam o nome para um novo produto ou empresa. Na verdade, a sonoridade de um nome (que, de outra forma, não teria sentido) pode evocar diferen- tes significados e sentimentos. Considere os dois sons a seguir (diga-os em voz alta): Sepfut Sepsop assimilação sítuaçâo resultante quando um estímulo possui caracterfstícas tals que os consumidores imediatamente as reconhecem como pertencentes a alguma categoria específica acomodação situação resultante quando um estímulo compartilha algumas (mas não todas) das características que poderiam ser encaixadas em uma categoria existente. Os consumidores devem processar exceções às categorias Qual das opções seria um nome mais adequado para uma nova marca de sorvete? Quando os con- sumidores experimentaram o novo sorvete, descrito com um desses dois nomes, Sepsop foi o preferido. Os pesquisadores levantaram a teoria de que os consumidores avaliaram os sons com padrões repetitivos (como sep-sop) de forma mais favorável e preferiram coisas associadas a ele mais que com os sons sem repetição. 3 O humor dos consumidores também pode ser afetado por sons que produzem uma avaliação favorável. 4Os consumidores não conseguem organizar tudo que sentem tão facilmente. Quando um consumidor encontra um estímulo que é difícil de ser categorizado, o cérebro continua o processamento de forma instintiva como meio de reconciliar as inconsistências. Quando esse esforço extra deixa o cons11midor incerto, ele geral- mente evita o estímulo. Em geral, dependendo da extensão com que o estí- mulo pode ser categorizado, há três reações possíveis: 1. Assimilação. A assimilação ocorre quando um estí- mulo possui características tais que o indivíduo as re- conhece como exemplo de uma categoria específica. Um alimento redondo, doce, marrom-claro e ligeira- mente grudento com um buraco no meio é facilmente reconhecido como um donut em quase todas as par- tes do mundo. 2. Acomodação. A acomodação ocorre quando o estí- mulo compartilha algumas (mas não todas) das ca- racterísticas que permitem que ele se encaixe em uma categoria existente. Nesse ponto, o consumidor inicia o processamento, que permite exceções às regras das categorias. Em Nova Orleans, um turista pode en- contrar um beignet, a palavra em francês para donut. CAPITULO 3: A APRENDIZAGEM SOBRE D CONSUMIDOR COM EÇA AQUI: PERCEPÇÃO 49 contraste ocorre quando um estímulo não compartilha muitas coisas com as categorias existentes para permitir a categorização exposição seletiva processo de triagem de determinados estímulos e exposição proposital a outros estímulos atenção seletiva processo de prestar atenção a determinados estímulos distorção seletiva processo pelo qual os consumidores interpretam as informações com base em crenças anteriores Como o beignet não tem um buraco no meio, o processo perceptivo do turista pode ter de fazer uma exceção à regra de que todos os donuts têm buracos. Curiosamente, as pesquisas indicam preferên- cia pelo estímulo novo, ligei- • • ramente inconsistente com as expectativas.5 Assim, os novos produtos que os con- sumidores conseguem ca- tegorizar por meio da aco- modação podem produzir reações favoráveis. 3. Contraste. O contraste ocorre quando um estí- mulo não compartilha • • mwtas coisas com as cate- gorias existentes para permitir a categorização. Os consumidores do Quirguistão, por exemplo, desfru- tam do leite de égua fermentado, conhecido como koumis. A única semelhança com o leite consumido pela maioria da população ocidental é a cor. Quando um ocidental experimenta o leite, principalmente se não souber o que está sendo consumido, o contraste é um resultado quase certo. As pessoas tendem a não gostar de coisas completamente desconhecidas. As- sim, o contraste costuma ser associado a sensações negativas. A categorização será discutida em mais detalhes no Capítulo 4. REAÇÃO fino seria percebido da mesma forma se uma música do AC/DC ou do Mozart estivesse tocando?6 Lembre-se da pergunta sobre o vestuário de Emília. Os varejistas on-line usam a tecnologia para permitir representações visuais mais realistas do vestuário em uma tentativa de melhorar as percepções do consumidor e o desempenho do varejo.7 Se os consumidores percebem que uma peça de roupa ficará bem e vestirá bem, a probabilidade de comprá-la será maior. PERCEPÇÃO SELETIVA Os consumidores encontram milhares de estímulos todos os dias. Se todos os estímulos fossem processa- dos de forma consciente, certamente os consumidores estariam sobrecarregados. Em vez de processar todos os estímulos, eles praticam a percepção seletiva. A percep- ção seletiva inclui exposição seletiva, atenção seletiva e distorção seletiva. Isso significa que os consumidores são seletivos quanto ao que estão expostos, quanto ao que satisfaz e quanto ao que compreendem. A exposição seletiva envolve a triagem da maioria dos estímulos e a exposição a apenas pequena parte deles. A atenção sele- tiva envolve prestar atenção a determinados estímulos. Considere um turista andando pelo centro de Seul, na Coreia do Sul. Como ele pode prestar atenção a tan- tas informações? Os marqueteiros usam o termo clutter (confusão, caos) para descrever a ideia de que os con- s11midores são bombardeados com muitas informações diariamente. Os consumidores não conseguem prestar atenção em tudo. Em vez disso, eles escolhem algo que se destaca, ou que é pessoalmente relevante, e atribuem atenção para esse objeto. A distorção seletiva é um processo pelo qual os consumidores interpretam as infor- mações com base em crenças anteriores. O processo perceptivo termina com uma reação. Se um objeto for reconhecido com sucesso, provavelmente ocorrerá alguma reação quase automática. Quando um motorista percebe que o carro a sua frente está com a luz de freio acesa, ares- posta aprendida é também pisar no freio. Aqui, a reação ocorre como t1ma resposta ou componamento. Observe que as reações podem incluir respostas físicas e mentais aos estímulos encontrados. Em que você prestaria atenção se visse isto? Aplicações ao Comportamento do Consumidor O processo perceptivo tem muitas impli- cações no comportamento do consumidor. Pense em como a música que está tocando em uma loja pode afetar a percepção e a reação do consumidor em relação à loja. Um relógio 50 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS -~ ~ CD li> ~ E -~ E li> ~ "'O w Esse processo pode ser resultante tanto de esforços conscientes quanto inconscientes. Os consumidores com crenças fortes sobre uma marca tendem a com- preender as mensagens sobre ela de forma positiva ou negativa, dependendo de atitudes preexistentes. Os fãs de esportes são bons exemplos de distorção seletiva. Os fãs de um time podem ficar enfurecidos quando ocorre uma penalização contra seu time. Os fãs de outro time provavelmente não compreendem o jogo controverso da mesma forma. Ambos os fãs observam a mesma coisa, mas compreendem e reagem de forma diferente. Agora, vamos discutir os conceitos de exposição, aten- ção e compreensão da percepção em mais detalhes. Exposição A exposição ocorre quando alguns estímulos são tra- zidos para perto do consumidor, para que possam ser sentidos. Obviamente, os marqueteiros que querem informações dos consumidores sobre seus produtos, pri- meiro, precisam expô-los à informação. Assim, a expo- sição representa o primeiro passo da aprendizagem. Na verdade, a exposição é um componente vital da apren- dizagem intencional e não intencional. É claro que não se pode esperar que os consumi- dores aprendessem com as informações às quais nunca foram expostos. Se alguém lhe perguntasse: "Você já viu o novo videogame Power Gig™?", e você res- pondesse que não, é porque provavelmente nunca foi exposto a ele. A seguir, discutiremos assuntos relacio- nados à exposição, incluindo o processamento subli- minar, limiar absoluto, diferença apenas perceptível e mero efeito de exposição. PROCESSAMENTO SUBLIMINAR O processamento subliminar refere-se à forma pela qual o cérebro humano sente os estí- mulos de baixa intensidade, ou seja, estímulos que ocorrem abaixo do nível da consciência. Tais estímulos possuem intensidade menor que o sons abaixo do limiar. As imagens também podem ser exibidas por um período curto ou em intensidade tão baixa que o cérebro não con- segue organizá-las e criar um significado. Persuasão subliminar é a alteração de comportamento induzida ou criada com base no processamento subliminar de uma mensagem. Por anos, as concepções populares sobre a persuasão subliminar despertaram interesse. Mui- tas pessoas acreditam que: processamento subliminar como o cérebro humano lida com estímulos de baixa intensidade, tão baixos que a pessoa não tem consciência deles limiar absoluto intensidade mínima de um estímulo para que seja percebidopersuasão subliminar alteração de comportamento induzida pelo processamento subliminar • Os marqueteiros conseguem, de alguma forma, indu- zir os consumidores a comprar produtos por meio da propaganda subliminar. • Os marqueteiros conseguem alterar produtos ou em- balagens de forma subliminar para tomá-los mais atraentes para os consumidores. • Imagens sexuais podem estar "escondidas" em um produto, na sua embalagem ou divulgação. • A sensação de bem-estar pode ser melhorada quando se ouve músicas de sons da natureza embutidas subli- minarmente. 8 Acredita-se que a comunicação pode influenciar os consumidores por meio da mera exposição aos estímu- los subliminares. O exemplo mais famoso de persuasão subliminar envolve um pesquisador de uma empresa de publicidade que alegava ter embutido quadros subli- minares no filme Picnic em um cinema de Nova Jer- sey alguns anos atrás. A Figura 3.5 ilustra como esse processo ocorreu. Aparições bem rápidas das frases limiar absoluto da percepção, a inten- ""\ r, sidade mínima necessária para que um de ~ lCary consumidor perceba tal estímulo. Esse tipo de aprendizagem não é intencio- nal, pois os estímulos ficam abaixo do limiar absoluto. Para ilustrar os efeitos coMA PIPOCAI abaixo do limiar absoluto, considere o que geralmente ocorre quando um mos- quito pousa no braço de alguém. Prova- velmente o mosquito é tão pequeno que a pessoa não tem consciência da sensação sem vê-lo. Ocorre a mesma coisa com os o filme Picnic é exibido com um projet0r padrão. U quadro foi substitui~o ~ara ~bir a mensagem subhm1nar por 1/3000 de segundo. 0 filme p;cnic segue. enquanto isso, o público "ªi até o balcão de produtos. C!1PITULO 3: A /\PRENDIZAGEM SOBRE D CONSUMIDOR COM EÇA AOUI: PERCEPÇÃO 51 "Beba Coca-Cola" e "Coma pipoca" foram suposta- mente colocadas no filme. O pesquisador alegou que, como consequência, as vendas de pipoca subiram quase 60%, e as da Coca, quase 20%. Esse experimento foi chamado de "experimento de Vicary". A história tomou tamanha proporção que os pes- quisadores tentaram replicar o estudo. Curiosamente, essas replicações científicas não conseguiram produzir As estimativas sugerem que mais de 60% dos norte- -americanos acreditam que os publicitários exercem influência subliminar forte o suficiente para p!iovocar o comportamento de compra. Ranhuras Subliminares? o aumento no desejo por pipoca ou Coca-Cola. Os que pesquisam os consumidores também conduziram expe- rimentos que testavam a eficácia da incorporação de imagens sexuais envolvendo órgãos genitais, a palavra sexo e nudez provocadora em propagandas. Os resul- tados desses experimentos indicaram que essas práticas não tiveram efeito sobre a disposição do consumidor em comprar o produto divulgado. 9 Como afirmação geral, a pesquisa que estudou o processamento subliminar foi conclusiva: a persuasão subliminar é tão ineficaz quanto uma ferramenta de marketing.10 Isso não serve para fazer que o processa- mento subliminar não tenha impacto no que os consu- midores podem aprender ou em como eles podem se comportar. Mas nenhum efeito parece influenciar de forma significativa a atitude ou escolha do cons11midor. Apesar das evidências de que a propaganda sublimi- nar é ineficaz, os consumidores geralmente acreditam que tal poder de influência existe.11 As estimativas sugerem que mais de 60% dos norte-americanos acreditam que as propagandas exercem influência subliminar forte o demônio realmente está escondido nas ranhuras dos velhos LPs de rock? Muitos artistas do rock foram acusados de embutir mensagens subliminares em suas músicas. De acordo com os acusadores, se a música fosse tocada de trás para a frente, as mensagens poderiam ser ouvidas. AJguns exemplos disso são: • Na música uAnother One Bites the Dust': do Queen, há uma mensagem oculta que diz:ult's fun to smoke marijuana!n ("Fumar maconha é legal'1. • No álbum Stained Class, de Judas Priest, a mensagem subliminar repetitiva "do itn (faça isso) aparece como tentativa de incentivar o suicídio. • Em "Stairway to Heaven': de Led Zeppelin, as mensagens ocultas são: "l live for Satan" (Eu vivo para satanás) e "Here's to my sweet Satan" (Um brinde ao meu querido satanás). • A música "Hit Me Baby One More Time': de Britney Spears, transmite a mensagem "Sleep with me, l'm not too young" (Durma comigo, não sou tão jovem assim). Em quase todos os casos, não há fundamento para a maliciosidade intencional. Às vezes, quando uma música é toca- da de trás para a frente, algo discernível pode ser interpretado.~ mais provável que essas ocorrências sejam resultantes dos acidentes fonéticos (sons acidentais) do que de qualquer coisa intencional. Judas Priest, a banda de rock britânica, foi processada pelo suicídio de um fã e pela tentativa de suicídio de outro. O caso foi a julgamento na década de 1990, mas a banda foi absolvida com base no fato de que efeitos subliminares não poderiam induzir a esse tipo de comportamento. No início da década de 1980, a banda de rock Styx incluiu um11aviso" de que havia mensagens ocultas no álbum Kilroy Was Here. A banda estava fazendo graça com a ideia de que mensagens subliminares podiam ser ocultadas nos discos. Pense: se alguém realmente tem a capacidade de tocar músicas de trás para a frente e as ouve, algum efeito sobre essa determinada pessoa seria de natureza subliminar? fontes: Henry, W. A~ E. Pappa. ( 1990). "Did the Music Say Do lt?~ 1lme, 136, 65; Moore, T. ( 1996). ' Scientific Coosensus and Expert Testímony: Lessons from the Judas Priest Triai: Skeptfrol /nqulrer20 (novl dez.), 5-30. http:Jlwww.secretsyoushouldknow.com/mulic.htm, acessado em 3 juL 2010. 52 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS suficiente para provocar o comportamento de compra.12 Com o passar dos anos, os livros alimentaram a contro- vérsia ao promover a ideia de que os publicitários sabiam como (e utilizavam) certos "itens persuasivos ocultos" para criar uma necessidade irresistível de compra.13 Os consumidores geralmente atribuem seu próprio comportamento a algum tipo de "influência incontrolá- vel", principalmente quando o consumo envolve produ- tos como cigarros ou bebidas alcoólicas. 14 A disposição dos consumidores em acreditar que a persuasão subli- minar os faz comprar tais produtos pode ser simples- mente uma tentativa de diminuir seus próprios papéis na tomada de decisão. A verdade é que o experimento de Vicary foi um trote. O próprio Vicary nunca conduziu o experimento. Ao contrário, ele produziu a história em uma tenta- tiva de criar publicidades positivas para a empresa de publicidade.15 Às vezes, os marqueteiros fazem uso da persuasão subliminar ao apresentar imagens em propa- gandas que eles sabem que os consumidores vão ver! 0A3 Aplicando o Conceito DAP á discutimos o conceito de limiar absoluto como representante de um nível sobre o qual a intensidade do estímulo deve estar concentrada para ativar o processamento perceptivo. Um conceito intimamente rela- cionado lida com as alterações na intensi- dade do estímulo. A DAP (diferença apenas perceptível, do inglês just noticeable difference - DAP) representa como um estímulo bem mais forte precisa estar relacio- nado a outro para que alguém consiga perceber que os dois não são a mesma coisa. O conceito DAP pode ser mais bem explicado com um exemplo físico. Como as pessoas optam por um som e não por outro? Para que os consumidores consi- gam discernir fisicamente dois sons que se originam da mesma fonte, precisa haver um intervalo de 0,3 segun- dos entre eles. Um intervalo de apenas 0,1 segundo entre os sons produz a percepção de apenas um som. O inter- valo de 0,3 segundos ou mais produz a percepção de dois sons diferentes. 16 No geral, a capacidade de detectardiferenças entre os dois níveis de estímulo é afetada pela intensidade original do estímulo. Isso é conhecido como lei de Weber. A lei afirma que à medida que a intensidade do estímulo inicial aumenta, a capacidade do consumidor de detectar dife- renças entre dois níveis de estímulo diminui.17 Se o nível de decibel de um show de rock diminui de 120 para 115, provavelmente a alteração não será percebida. Os mar- queteiros precisam entender que as alterações graduais, um pouco por vez, podem não ser percebidas pelo consumi- dor. Mudar tudo de uma vez provoca a percepção. A DAP possui inúmeras implicações para os marqueteiros, que tenta.m oferecer valor para os consumidores, incluindo: • Preço. Os consumidores não percebem diferenças • mruto pequenas no preço como algo extremamen- OAP diferença apenas perceptível; condíçào na qual um estímulo é suficientemente mais forte do que outro, de modo que alguém pode perceber que os dois não são os mesmos lei de Weber leí que estabelece que a capacidade de um consumidor de detectar a diferença entre dois níveis de estímulos diminui à medida que a intensidade do estímulo ínicial aumenta te significativo.1ª O preço de US$ 19,95 não é visto como diferente de US$ 19,99. Dessa forma, os mar- queteiros podem considerar o aumento dos preços em pequenos incrementas para evitar feedback nega- tivo por parte dos consumidores. Em contraposição, a redução de preço precisa ser grande o suficiente para que os consumidores realmente percebam o novo preço como uma economia significativa.19 • Quantidade. Pequenas diferenças na quantidade ge- ralmente não são percebidas como diferentes. Se o 9m' fM.BScJgM ~10%mof9 prorioln tnd [Wr rhMt Ptr. · r811r.' Esse produto oferece vantagem grande o sufidente sobre a conco"ência anunciada? CAPITULO 3: A APRENDIZAGEM SOBRE D CONSUMIDOR COMEÇA AQUI: PERCEPÇÃO 5 3 DAS diferença apenas significativa; menor alteração em um estímulo que pode Influenciar a opção e o consumo do indivíduo memória explícita memória que se desenvolve quando uma pessoa fica exposta a informações, as acompanha e tenta se lembrar delas memória impllcita memória das coisas que a pessoa não tentou se lembrar efeito pré-atentivo aprendizagem que ocorre sem atenç.ão rolo de papel higiênico ti- ver redução de 412 folhas para 407, provavelmente os consumidores não per- ceberão a diferença. • Qualidade. Pequenas me- lhorias na qualidade po- dem não causar impacto nos consumidores. Assim, se um provedor de servi- ços promover melhorias como serviço mais rápido ou melhor qualidade de alimentos, a diferença pre- cisa ser grande o suficiente para criar uma diferença perceptual verdadeira. • Compras extras. Uma pe- quena compra adicional colocada no meio de uma compra grande pode não criar a percepção de gasto maior. O consumidor que compra um par de calça- dos esportivos de US$ 145 pode ser receptivo quanto à sugestão de adicionar um par de meias de US$ 8 na compra. O total do calçado não é percebido como muito diferente do total do calçado e da meia. Em geral, esses exemplos destacam uma ideia importante: quando os marqueteiros fazem uma alte- ração "positiva", eles devem se certificar de que a dife- rença seja grande o suficiente para ser percebida pelos consumidores. Em contrapartida, quando fazem uma alteração "negativa", eles devem pensar em implemen- tar a alteração em pequenos incrementes, de modo que cada diferença não seja distinguida da que existia anteriormente.. Contudo, os marqueteiros devem ter certeza de que as alterações não serão percebidas como enganosas. As ações deliberadamente - - ~ . enganosas nao sao et1cas. 'fIMES ..... de US$ 19.999 para US$ 19.499. Obviamente, trata-se de uma diferença de US$ 500. Contudo, essa redução de preço é realmente significativa? Os varejistas seguem uma regra segundo a qual a redução de preço efetiva precisa ser de pelos menos 20%.20 0A4 Memória Implícita e Explícita ormalmente, associamos apren- dizagem com experiências edu- ca tivas. Quando pensamos em aprendizagem, pensamos nas pes- soas estudando e prestando bas- tante atenção, assim como quando você lê este livro! O conhecimento que a pessoa obtém com esse tipo de experiência é armazenado na memória explícita, ou seja, a memória destinada a informações a que somos expostos, que acompanhamos e que nos esforçamos para relembrar. No entanto, esse não é o único tipo de memória que desenvolvemos. A memória implicita representa as informações armazenadas rela- cionadas aos estímulos aos quais a pessoa é exposta, mas nos quais não presta atenção. A memória implícita cria efeitos pré-atentivos, aprendizado que se desen- volve na ausência de atenção. O exemplo a seguir ilustra o contraste entre memória implícita e explícita. Qual é a eficácia dos banners que vemos em pratica- mente todas as páginas da internet? Se um consumidor clicar no banner de um site publicitário, ele pode absorver o conteúdo resultante da propaganda e criar uma memó- . ,__ DIFEREN A APENAS SIGNIFIC JIVA l Dlf'nfl'\' .... . .. ,,,..,~. Um assunto intimamente relacionado à DAP é a DAS (diferença a.penas significa- tiva, do inglês just meaningful diff erence- JMD ). A DAS representa a menor alte- ração em um estímulo que pode influen- ciar a opção e o consumo do indivíduo. Quanto precisa ser alterado em um preço para influenciar o comportamento do consumidor e a aprendizagem? Cer- r ul.ilicdi'bt hitsr8oo lull1<>t1 - 111 .. lúgh,-çt on 111<"0rd 1!11••t:• j ........... .... .., ~~- .,,... ..... , ....... - tamente o consumidor consegue "perceber" uma pro- paganda que divulga uma redução de preço do Rolex, Onde e.stá Elmo? Você consegue contar o número de banners desse site? Mesmo os banners "nao clicados" podem criar memória implícita. 54 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS ria explícita com as informações. No entanto, os índices de cliques em banners de divulgação são extremamente baixos e continuam caindo. Os consumidores clicam em menos de 1/100 banners aos quais ficam expostos. Os publicitários da web desperdiçam recursos com os outros 99 consumidores? Talvez não. Acontece que o sistema de memória implícita do consumidor trabalha com essas propagandas. Mesmo quando os consumidores não prestam atenção em um banner na tela de com- putador lotada, a memória implícita daquela marca se desenvolve. Essa memória implícita cria atitudes mais favoráveis com relação à marca, as quais aumentam a probabilidade de o consumidor considerar a compra de algo associado a ela.21 Diferentemente da memória explícita, a memória implícita, curiosamente, torna-se mais forte quando a pessoa está mais distraída. EFEITO DA MERA EXPOSIÇÃO O efeito da mera exposição representa outra forma pela qual os consumidores podem aprender sem intenção. 22 O efeito da mera exposição é a ideia de que os consu- midores preferem estímulos aos quais já foram expostos a estímulos que ainda não conhecem. Esse efeito ocorre quando não há recordação de estímulos anteriores! A Figura 3.6 mostra uma abordagem clássica do efeito da mera exposição. Experimentos sobre esse efeito expõem os indivíduos a algo que não conhecem. Nesse caso, um grupo de consumidores viu uma lista de palavras norueguesas. Entre essas palavras, duas eram _ 1 O de janeiro Agentur Forf0lgelse alderdomssvakhet Ove~re Prestegârd brcendevinsbrt.ender; A mm e Nittiende Disktnkts/ege Bagermester 10demaio baadsmand Prestegârd prosti tidsperiode anmerkning bryggeri tjueseks mindreârig Forf0/gelse badeclrakten termos-chave representando nomes potenciais de marcas para um novo alimento ener- gético. Algumas das palavrasaté continham letras que não existiam em nosso alfabeto. Em 1 O de janeiro, os in- efeito da mera exposiçio faz os consumidores preferirem um estímulo ao qual já foram expostos previamente divíduos foram expostos à lista de palavras mostrada à esquerda. Depois, em 10 de maio, os mesmos indivíduos foram expostos à lista exibida à direita. Se você olhar de perto, perceberá que duas das palavras da lista de 10 de maio também estavam na lista de 10 de janeiro. Os resultados desse t ipo de experimento geralmente mostram que as duas palavras "familiares" tinham pre- ferência, mesmo quando tais indivíduos não se recor- davam de tê-las visto anteriormente. Os consumidores não só desenvolvem preferências por palavras como também as aprendem. Na verdade, o processo de apren- dizagem facilita as sensações positivas que se associam aos estímulos. 23 Assim, o efeito da mera exposição pos- sui aplicações tanto na aprendizagem do consumidor quanto na formação de atitude. O efeito da mera exposição é bem resiliente. O efeito é verdadeiro para praticamente todos os tipos de con- teúdo. Se as palavras norueguesas forem substituídas por nomes, rostos, caracteres chineses, logos de marcas, páginas da internet ou amostras musicais, o efeito ainda permanece.24 Teoricamente, a explicação para a maior preferência envolve familiaridade. Embora os consumi- dores não consigam se "lembrar" de terem visto os estí- mulos, algum nível de familiaridade é criado. Familiaridade Nas mesmas circunstâncias, os consumidores preferem o familiar ao diferente. Depois de exposto a um objeto, o consumidor tende a preferir o objeto com o qual está familiarizado, não um objeto estranho. Uma aplicação interessante envolve as campanhas políticas. A tecno- logia moderna permite aos publicitá.rios mudar gra- dualmente as características de um indivíduo em uma fotografia de outro. Uma foto de um candidato pode ser modificada para que as características físicas sutis de determinado eleitor sejam alteradas para a aparência do candidato. Nesse caso, o eleitor em questão expressa maior aprovação pelo candidato, mesmo quando as alterações são sutis demais para serem percebidas.25 A lógica é a de que a adição de características, mesmo que abaixo da DAP, aumenta a familiaridade percebida entre o eleitor e o candidato. A familiaridade desempe- nha um papel importante na compreensão de como os processos pré-atentivos podem melhorar as atitudes (e o efeito da mera exposição destaca isso). CAPITULO 3: A APRENDIZAGEM SOBRE D CONSUMIDOR COM EÇA AQUI: PERCEPÇÃO 5 5 inserção de produtos produtos colocados em filmes e programas de TV Dilemas Eticos da É possível levantar vários pontos relevantes sobre o efeito da mera exposição. Mera Exposição • O efeito da mera ex- posição é criado na ausência de atenção. Por isso, é considera- do pré-atentivo. e modo geral, pensamos no processamento pré-atentivo, conforme ilustrado pelo efeito da mera exposição, com relação a seus efeitos sobre o comportamento de compra do consumidor. No entanto, o efeito da mera exposição pode ajudar a explicar por que um consumi- • As preferências asso- ciadas ao efeito são fáceis de serem extraí- das. Assim, os mar- queteiros conseguem utilizar o efeito para melhorar as atitudes marginalmente. dor rouba algo. As pesquisas sugerem que após o consumidor ter sido meramente exposto a algo não ético, ele se torna mais tolerante a esse tipo de comporta- mento. Um consumidor pode ouvir colegas do trabalho no setor ao lado falando sobre como piratear músicas. Mesmo que o consumidor não esteja prestando muita atenção na discussão, a exposição a ela pode torná-lo mais tolerante quanto a pirataria e, por fim, aumentar a probabilidade da prática desse comportamento. 1-onte: Weeks, W. A. J. Longenecker. J. A. McKlnney, C.W. Moore. (2005). ·1 he Role of •V.ere Exposure !::fTecc on E:thical T o!erance. A !wo· ·Study Approadl: Journol of Busmess é1h lcs 38, 281·294. • Sobre objetos novos (desconhecidos), o efeito é maior. • A grandeza do efeito (ligação maior) não tem relação muito forte com um efeito criado por um argumento coesivo forte. Um fã do Notre Dame, por exemplo, pode desenvolver preferência por um rosto ao qual já foi exposto diversas vezes, mas, se ele descobrir que tal rosto pertence a um fã do use, a preferência pode desaparecer em razão da informação errada. • O efeito da mera exposição funciona melhor quando o consumidor tem baixo envolvimento no processa- mento do objeto e, certamente, quando está distraí- do em relação ao processamento do estímulo focal. Se um logo pequeno de uma marca for exibido em uma página de revista que relata uma história en- volvente, é possível que haja um aumento da ligação maior que se o consumidor estivesse distraído em re- lação ao estímulo. Observações sobre o Efeito Subliminar e da Mera Exposição Antes de prosseguir, vamos diferenciar o efeito da mera exposição dos efeitos subliminares. A mensagem subli- minar é aquela apresentada abaixo do limiar de percep- ção. Isso significa que se você estiver ciente do estímulo ou mensagem, o processo não é subliminar. No caso do efeito da mera exposição, o estímulo é evidente e a pessoa pode prestar atenção, caso deseje. Assim como ocorreu com as palavras norueguesas, não são feitas tentativas para impedir que as pessoas vejam tal estí- 56 PARTE 2: INFLUt NCIAS INTERNAS mulo. Os estímulos são apresentados com intensidade acima do limiar de percepção. Inserção dos Produtos Uma aplicação interessante da memória implícita e da mera exposição envolve a inserção de marcas nos videogames. Os jogos eletrônicos, de forma bem simples, podem ser muito cativantes! A pessoa que joga prova- velmente não presta atenção em coisas como os logos embutidos. De forma semelhante ao processamento dos banners, a memória implícita é criada quando os logos são executados dentro de um jogo, desenvolvendo uma atitude com relação à marca.26 Assim como ocorre com os outros efeitos pré-atentivos, o efeito torna-se mais forte conforme o jogo fica mais envolvente. A inserção de produtos representa outra forma pela qual as promoções podem difundir a memória implícita entre os consumidores. A inserção de produtos envolve produtos de marca colocados em filmes ou programas de TV. Essas inserções podem resultar na formação de memória implícita. Os pesquisadores do Reino Unido já demonstraram a aprendizagem da memória implícita ao expor crianças ao filme Esqueceram de Mim. Metade das crianças viu o filme com uma cena na qual os atores consumiam bebidas sem marca. A outra metade viu a mesma cena, mas com as bebidas alteradas para latas de Pepsi. Depois do filme, as crianças podiam escolher qual refrigerante beber. As que viram a cena sem marca esco- lheram Coca-Cola e Pepsi em proporções semelhantes à reflexo natural que ocorre em resposta a uma ameaça do ambiente. Dessa forma, ele representa um comporta- mento protetor. Quando os consumidores prestam aten- ção em algo, normalmente é voluntário ou involuntário? atenção involuntária atenção além do controle consciente do consumidor reflexo da orientação reflexo natural que ocorre em resposta a algo ameaçador OAs Melhorando a Atenção do Consumidor s consumidores lidam com um desafio difícil ao penetrar no meio do caos para prestar atenção na mensagem preten- dida. Além disso, hoje eles têm Obter a atenção do consumidor à disposição tantas informa- ções e fontes de entretenimento {iPods, PCs, celulares) que criam outra camada de con- fusão. Obter a atenção do consumidor, voluntariamente ou não, é ainda mais difícil na sociedade multitarefas de hoje (mas esse é o trabalho da comunicação de marketing eficaz). é ainda maisdifícil na sociedade multitarefa-s de hoje. FATO..RES QUE CHAMAM A ATENÇAO participação de mercado no Reino Unido. No entanto, as crianças que viram a cena com a "marca" escolheram Pepsi em vez de Coca em uma proporção bem maior. 27 ATENÇÃO Por meio da discussão apresentada, fica claro que a atenção desempenha um papel importante na diferen- ciação da memória implícita e explícita. Atenção é a alo- cação proposital da capacidade cognitiva voltada para a compreensão do estímulo. A aprendizagem intencio- nal depende dos consumidores atentos. No entanto, nós não prestamos atenção apenas nas coisas que deseja- mos. Atenção involuntária é a atenção que fica além do controle consciente do consumidor e que ocorre como resultado da exposição a estímulos novos e surpreen- dentes. Se você cortar o dedo, automaticamente a aten- ção é voltada para a lesão, por causa da dor. Quando se atribui atenção a um estímulo dessa forma, ocorre um reflexo de orientação. O reflexo da orientação é um Estes fatores podem ajudar a criar atenção: • Intensidade dos estímulos. Nas mesmas circunstân- cias, o consumidor tende a prestar atenção nos estí- mulos mais intensos em vez de prestar atenção nos mais fracos. As cores vivas podem ser usadas para chamar a atenç.ão do consumidor. Os sons mais altos captam mais a atenção do que os sons mais baixos. Um comercial de TV em volume maior que o restante da programação tende a atrair mais atenção. • Contraste. Estímulos contrastantes são extremamen- te eficazes para chamar a atenção. O contraste ocorre de várias formas. No passado, uma foto colorida no jornal era extremamente eficaz para chamar a aten- ção. No entanto, nos dias de hoje os jornais têm tan- tas cores que a propaganda colorida é menos salien- te. No entanto, uma imagem em preto e branco em uma revista colorida pode se destacar. Um período de silêncio em um ambiente normalmente barulhento pode chamar a atenção.28 Assim como os comerciais de TV em som alto, os comerciais silenciosos geral- mente funcionam para atrair a atenção do consu- midor. A não conformidade também pode despertar CAPITULO 3: A APRENDIZAGEM SOBRE D CONSUMIDOR COMEÇA AQUI: PERCEPÇÃO 57 envolvimento relevância pessoal, ou interesse, com relação a determinado objeto aprendizagem não intencional aprendizagem que ocorre quando o comportamento é modjficado pela interação consumidor- -estímulo sem nenhum esforço de alocação da capacidade de processamento cognitivo quanto ao estímulo aprendizagem intencional processo pelo qual os consumidores se estabelecem para aprender especificamente as informações atribuídas a determinado assunto abordagem behaviorista da aprendizagem teoria de aprendizagem que focaliza as alterações de comportamento em razão da associação, sem grandes preocupações com o mecanismo cognitivo do processo de aprendizagem atenção em razão do con- traste com as normas so- ciais. 29 Os marqueteiros geralmente mostram con- sumidores que "se desta- cam na multidão" como forma de capturar atenção para uma propaganda. • Movimento. Com os out- doors eletrônicos e as eti- quetas eletrônicas nas pra- teleiras, os marqueteiros N tentam captar a atençao do consumidor com o princípio do movimento. Os itens em movimen- to simplesmente ganham atenção. Luzes piscantes e placas "que apontam" são muito eficazes para chamar a atenção do consumidor. • Estímulos surpresa. Os estímulos inesperados ga- nham a atenção do consu- midor. Os comerciais infor- mativos geralmente contêm cenas-surpresa. Os mais recentes mostraram um carro passando por cima da mão de um homem com a força do Mighty Putty empurrando uma ja- manta de 18 rodas totalmente carregada. • Tamanho dos estímulos. Nas mesmas circunstân- cias, os itens maiores ganham mais atenção do que os menores. Assim, os marqueteiros geralmente tentam fazer que as marcas pareçam grandes nas propagan- das. É por isso que as cópias publicitárias geralmente apresentam manchetes grandes. • Envolvimento. O envolvimento refere-se à relevância pessoal que o consumidor sente com relação a deter- minado produto. Em geral, quanto maior relevância pessoal (e, consequentemente, maior envolvimento) um objeto tiver, maior será a chance de ele causar sa- tisfação. Discutiremos o envolvimento em mais deta- lhes no capítulo sobre aprendizagem cognitiva. Ganhar a atenção do consumidor é uma tarefa im- portante para qualquer marqueteiro. É claro que prestar atenção também pode ser benéfico para os consumidores. Eles devem atribuir capacidade cognitiva para compreen- der as escolhas que oferecem maior valor. -COMPREENSAO Conforme mencionado anteriormente, os consumidores organizam e entendem as informações por meio da com- preensão. Compreensão é a interpretação ou o entendi- 58 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS menta que o consumidor desenvolve sobre um estímulo atendido. A compreensão é um assunto especialmente . . . ' importante para os marquete1ros, pois permite que os consumidores interpretem as mensagens da forma pre- tendida. É durante a compreensão que os vieses entram na percepção. Um fã de caminhões Dodge pode compre- ender a mensagem da Chevrolet de forma diferente de um fanático pela Chevrolet. Além disso, fatores pessoais, como inteligência e motivação, afetam a compreensão. A compreensão será discutida em mais detalhes no capí- tulo seguinte, com foco na aprendizagem cognitiva. O As A Diferença entre AQrendizagem ntencional e Não ntenc1ona ntes de avançarmos para a aprendi- • • zagem cogmtiva e o processamento de inf armações, vamos detalhar a distinção entre os dois tipos de aprendizagem do consumidor - a aprendizagem intencional e a não intencional. Ambos referem-se ao que os psicólogos cognitivos chamam de processamento perceptivo. Con- tudo, na aprendizagem não intencional, os cons11mí- dores simplesmente sentem o ambiente e reagem (ou respondem) a ele. Nesse caso, eles "aprendem" sem tentar aprender. Eles n.ão tentam compreender as infor- mações apresentadas. São expostos aos estímulos e respondem de alguma forma. Na aprendizagem inten- cional, os consumidores se estabelecem para aprender informações atribuídas a determinado assunto. Para poder explicar melhor a aprendizagem intencional e a não intencional, vamos examinar duas das principais teorias da psicologia da aprendizagem. BEHAVIORISMO E APRENDIZAGEM COGNITrVA Lembre-se de que a percepção e a aprendizagem são assuntos intimamente relacionados. Conforme o psicó- logo behaviorista B. F. Skinner observou: "Para respon- der de forma eficaz ao mundo ao nosso redor, precisamos ver, ouvii; sentir o cheiro, o sabor e a sensação". 30 Os psicólogos geralmente seguem uma das duas teo- rias básicas sobre a aprendizagem. Uma teoria focaliza as alterações de comportamento que ocorrem como res- postas condicio.nadas aos estímulos, sem preocupação com os mecanismos cognitivos do processo. A outra teoria foca como as alterações de pensamento e conhe- cimento ativam as alterações comportamentais. Os do primeiro campo seguem a abordagem behaviorista da aprendizagem (também chamada de perspectiva com- portamental da aprendizagem). Essa abordagem sugere que, pelo fato de o cérebro ser uma "caixa-preta", o foco da investigação deve estar no comportamento. Na verdade, Skinner afirmou que nenhuma descrição do que acontece dentro do corpo humano pode explicar o comportamento humano de forma adequada. 31 Assim, o cérebro é uma caixa-preta que não conseguimos ver por dentro. De acordo com a perspectiva behaviorista, os con- sumidores são expostos aos estímulos e respondem dire- tamente de alguma forma. Assim, o argumento é que o foco do marketing deve estar no "estímulo e resposta". Os behavioristasnão negam a existência dos processos mentais, mas consideram tais processos como compor- tamentos. Pensar é uma atividade, assim como andar. Os processos psicológicos são vistos como ações32• Observe que o termo "condicionamento" é utilizado na aprendizagem comportamental, já que o compor- tamento pode ser condicionado de alguma forma pelo ambiente externo. A segunda teoria de aprendizagem envolve uma perspectiva do processamento de informações (ou cognitiva). Nessa abordagem, o foco está nos proces- sos cognitivos associados à compreensão, incluindo os que levam à aprendizagem do consumidor. A pers- pectiva de processamento de informações considera a mente como algo que atua como um computador. Bits de conhecimento são processados eletronicamente para formar significado. De forma tradicional, a aprendizagem comporta- mental e as perspectivas cognitivas competiram entre si para conquistar o domínio teórico. No entanto, evi- tamos tais debates porque, em uma investigação mais minuciosa, as duas teorias têm muito em comum. Pelo menos ambas foca as alterações do comportamento à medida que a pessoa interage com seu ambiente. Ado- tamos uma orientação que pode ser aplicada mais dire- tamente na aprendizagem do consumidor, separando os mecanismos de aprendizagem em grupos intencionais e não intencionais. A seção a seguir discute a aprendiza- gem não intencional e como os consumidores respon- dem aos estímulos aos quais são expostos. -APRENDIZAGEM NAO INTENCIONAL A aprendizagem não intencional ocorre quando o com- portamento é modificado por meio de uma interação consumidor-estímulo sem nenhum esforço cognitivo para entender o estímulo. Nesse tipo de aprendizagem, os consumidores respondem aos estímulos aos quais são expostos sem pensar nas informações. O foco está na reaçã.o, e não no processamento cognitivo. A aprendizagem não intencional pode ser abordada com base na perspectiva de aprendizagem comporta- mental. As duas principais abordagens da teoria de aprendizagem comportamen- tal são o condicionamento clássico e o condicionamen- to instrumental. Condicionamento Clássico Condicionamento clássico refere-se à alteração de com- portamento que ocorre por meio da associação de um estímulo com outro, que naturalmente provoca uma reação. O experimento de condicionamento clássico mais famoso foi realizado pelo psicólogo behaviorista Ivan Pavlov. Ele conduziu experimentos usando cachor- ros, pó de carne (estímulo incondicionado que, natural- mente, levava a uma resposta de salivação) e um sino ( estí- mulo condicionado que não levava à resposta antes de ser associado ao pó de carne).33 O experimento revelou que o sino eventualmente evocava o mesmo comportamento do pó de carne, provocado de forma natural. perspectiva do processamento de informações abordagem que focaliza as alterações de pensamento e conhecimento e em como elas ativam as alterações comportamentais condicionamento clássico alteração de comportamento que ocorre por meio da associação de um estímulo com outro, que naturalmente provoca uma reação estímulo incondicionado estímulo ao qual a resposta comportamental está associada estímulo condicionado objeto ou evento que não provoca a resposta desejada naturalmente, mas que pode ser condicionado para fazer isso ao ser associado a um estímulo incondicionado resposta incondicionada resposta que ocorre naturalmente como resultado da exposição a um estímulo incondicionado Paraosbehavioristas,a percepção é uma atividade, ,e não um processo mental. No experimento, Pavlov tocava o sino todas as vezes que o pó de carne era oferecido para os cachorros. Assim, o sino foi associado ao pó de carne. Eventual- mente, Pavlov tocava o sino sem oferecer o pó. Como previsto, o sino provou aumentar a quantidade de saliva que os cães produziam. Originalmente, os cachorros salivavam por estarem expostos ao estímulo incondicio- nado. A salivação era chamada de resposta incondicio- nada, que ocorria de forma natural como resultado da CAPITULO 3: A APRENDIZAGEM SOBRE D CONSUMIDOR COM EÇA AQUI: PERCEPÇÃO 5 9 resposta condicionada resposta resultante da exposição a um estímulo condiàonado que foi inicialmente associado ao estímulo incondicionado condjcionamento instrumental tipo de aprendizagem na qual a resposta comportamental pode ser condicionada por meio de reforços - tanto punições quanto recompensas associados ao comportamento indesejável ou desejável reforços positivos reforços que tomam a forma de recompensa estfmulos discriminativos estímulos que ocorrem apenas na presença de um reforço exposição ao estímulo incon- dicionado (o pó de carne). Eventualmente, os cachor- ros respondiam da mesma forma quando expostos ao sino. Essa resposta passou a ser chamada de respos- ta condicionada. A resposta tomou-se condicionada pela associação persistente entre os estímulos incondicionados e condicionados. Os cachor- - . ' ros nao processam cogrutt- vamente como acreditamos que os seres humanos fazem. Então, eles aprenderam essa resposta sem tentar. Para ser eficaz, o estí- mulo condicionado é apre- sentado antes do estímulo incondicionado, e a associa- ção dos dois deve ser feita Os publidt6rios tentam 11condicionarº as marcas ao associar os produtos com imagens cativantes, como essa. 60 PARTE 2: INFLUtNCIAS INTERNAS de forma consistente (e com repetição). A propaganda à esquerda ilustra um uso comum da aprendizagem não intencional por meio do condicionamento clássico - o uso de imagens sexuais, ou íntimas. Condicionamento Instrumental Grande parte do que sabemos sobre o condiciona- mento instrumental (ou operante) vem do trabalho de Skinner. Com o condicionamento Instrumental, o com- portamento é condicionado por meio de reforços. Os reforços são estímulos que fortalecem a resposta dese- jada. O foco está no comportamento e na alteração de comportamento, e não nos processos mentais que levam à aprendizagem. No condicionamento instrumental, a probabilidade de um comportamento aumentar é influenciada pelos reforços (consequências) do compor- tamento. Os reforços são apresentados após a ocorrên- cia do comportamento inicial. Como exemplo do condicionamento instrumental, considere o desenvolvimento na infância. Quando um pai está treinando o filho para usar o banheiro, ele está mais preocupado em obter o resultado desejado do que em ensinar a criança os benefícios de usar o banheiro (em vez da fralda). Todos os pais sabem que é muito difícil usar da reflexão com crianças novas. Assim, ten- tar fazê-las pensar nas várias razões para serem trei- nadas é praticamente inútil. O foco está na alteração do comportamento pelo reforço. Quando uma criança apresenta o comportamento desejado, ela recebe uma recompensa na forma de abraço, beijo, brinquedo etc. Tais recompensas reforçam o comportamento desejado. Os reforços positivos ocorrem de muitas maneiras no ambiente do consumidor e geralmente assumem a forma de algum tipo de recompensa. Os efeitos podem ser vistos nos esforços de marketing que incentivam o comportamento de compra repetitivo. Muitos cassi- nos, por exemplo, têm cartão de jogador, que acumula pontos conforme se joga. O cassino mantém o controle desses pontos. Conforme eles são acumulados, várias ofertas são feitas para o consumidor, incluindo quar- tos de hotel, refeições e outros itens gratuitos que, fora desse contexto, custariam muito dinheiro. Nesse caso, os pontos são usados para provocar a resposta desejada - o comportamento de compra repetitivo. Estímulos discriminativos, reforços e modelagem. Estímulos discriminativos são estímulos diferenciados de outros estímulos porque sinalizama presença de um reforço. Esses estímulos essencialmente mostram que haverá um tipo de recompensa se o comportamento for apresentado. As propagandas que mostram promoções especiais representam exemplos de estímulos discrimi- nativos em marketing. Aqui, os anúncios informam aos consumidores que eles vão receber algum tipo de recom- pensa (por exemplo, 10% de desconto em uma compra) se apresentarem o comportamento desejado (por exem- plo, comprar em determinada loja). O estímulo atua como um sinal apresentado antes de o comportamento ocorrer, sendo que esse deve ocorrer para que o reforço seja entregue. Os nomes de marcas podem ser estímulos discriminativos porque sinalizam a satisfação e o valor do consumidor potencial. Os consumidores percebem que, ao usar a Federal Express, recebem as entregas no dia seguinte com excelente qualidade. O reforço ocorre após o comporta.mento ter sido apresentado. A Figura 3.7 mostra esse processo. Novamente vemos a impor- tância da exposição aos estímulos discriminativos, com destaque para a relação entre percepção e aprendizagem comportamental. Modelagem do Comportamento Modelagem é o processo pelo qual o comportamento desejado é alterado com o tempo, em pequenos incre- mentas. Aqui, o foco está em recompensar "pequenos" comportamentos que levam ao comportamento "maior" desejado. O gerente de uma concessionária de motos pode oferecer cachorro-quente e refrigerante gratuita- mente aos consumidores em um dia de promoções espe- ciais. Quando os consumidores vão até a loja e ganham o alimento e a bebida, o gerente oferece um cupom para uma pizza gratuita apenas por fazerem um test-drive na ATV. Por fim, o gerente pode oferecer um desconto de US$ 200 na compra de urna ATV nova. Observe que o comportamento final desejado é a compra da ATV. As pequenas recompensas ao longo do caminho moldam o comportamento desejado. Nem todo reforço é positivo. Punições são estímu- los que diminuem a probabilidade de um comporta- mento voltar a ocorrer. Quando a criança se comporta mal, ela é punida. A esperança é que o comportamento não volte a ocorrer. Da mesma forma, quando os con- sumidores tomam decisões ruins e compram produtos que oferecem menos valor do que o esperado, eles são punidos. Provavelmente eles não vão comprar tais pro- dutos novamente! O reforço negativo, por outro lado, refere-se à remoção dos estí- mulos ruins como forma de • • incentivar o comportamento. Punições e reforços nega- tivos geralmente são confun- didos. Os conceitos não são os mesmos. Punição é a pre- sença de um estímulo ruim após a ocorrência de um comportamento indesejável, ao passo que o reforço nega- tivo representa a remoção dos eventos indesejáveis. As empresas geralmente usam técnicas de reforço negativo. As propagandas que focam os resultados ruins associa- modelagem processo pelo qua 1 o comportamento desejado é alterado com o tempo, em pequenos incrementas punições estímulos que diminuem a probabilidade de um comportamento voltar a ocorrer reforço negativo remoção dos estímulos ruins como forma de incentivar o comportamento extinção processo pelo qual os comportamentos cessam em decorrência da falta de reforços dos ao não uso dos produtos da empresa usam essa técnica. A mensagem essencial é "se você tivesse expe- rimentado nossos produtos, isso não teria acontecido!". O comportamento costuma cessar se não houver mais reforços. Isso representa o conceito de extinção. Os consumidores podem se acostumar a ganhar donuts e café em um posto de gasolina todas as vezes que vão trocar o óleo. Se o posto decidir parar de oferecer a bebida e o alimento gratuitos, os consumidores podem começar a fazer negócios em outros locais. Considerações Finais sobre o Condiciona- mento do Comportamento O condicionamento representa um tipo de aprendiza- gem porque focaliza a alteração comportamental que ocorre por meio da interação do cons11midor com o ambiente. Para os behavioristas, a percepção é urna ati- vidade, e não um processo mental. Por meio da abor- dagem behaviorista, os consumidores são expostos aos estímulos e reagem de alguma forma. A aprendizagem do consumidor pelo condicionamento comportamen- tal ocorre sem uma tentativa consciente de aprender algo novo. FIGURA 3.7 omportamento,Reforço ' fSTfMULOS DISCRIMINATIVOS COMPORTAMENTO CAPITULO 3: A APRENDIZAGEM SOBRE O CONSUMIDOR COM EÇA AOUI: PERCEPÇÃO 61 Ferramentas de Estudo 62 PARTE 2: INFLU(NCIAS INTERNAS Acesse www.cengage.eom.br/41tr para obter D Cartão de revisão do capítulo D Cartões de memória com revisão dos termos-chave D Questões de revisão para você se preparar para as provas D Jogo "Vença o Relógio" para dominar os conceitos e mais! Nós sabemos que não há dois alunos iguais. Os alunos vêm de locais diferentes e com muitas preferências d iferentes. E você precisa estudar em qualquer hora e em qualquer lugar. CCONS foi desenvolvido para ajudá-lo a aprender sobre o Comportamento do Consumidor da forma que for melhor para você. O formato não só é novo e contemporâneo, como também é conciso e d irecionado. O CCONS está repleto de ferramentas de estudo, como cartões de revisão em forma de texto, cartões de memória para imprimir e muito • mais. Vá até a página da Trilha do CCONS para conferir os inúmeros recursos que vão ajudá-lo nos estudos, independentemente do estilo de aprendizagem de que você mais gostai Acesse www.cengage.eom.br/41tr. 0267 0268 0269 0270 0271 0272 0273 0274 0275 0276 0277 0278 0279 0280 0281 0282 0283 0284 0285
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