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Ordem de peixes: Osteoglossiformes

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO OESTE DO PARÁ_UFOPA
INSTITUTO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA DA ÁGUA _ICTA
BACHARELADO INTERDISCIPLINAR EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
CHORDATA I
Beatriz dos Santos Souza
Dinalva Ribeiro de Oliveira
	 Regiane Gabriele Rocha Vidal
ORDEM OSTEOGLOSSIFORMES
Abril, 2016
Santarém-PA
1. Introdução
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	Este trabalho é composto de características dos peixes da ordem Osteoglossiformes, o comportamento animal, a distribuição geográfica, a importância econômica, a psicultura e o manejo das espécies. Buscamos fazer uma síntese do conhecimento atual sobre as famílias que compõem a ordem e destacar as espécies encontradas na América do Sul. Apesar dos gêneros Arapaima e Osteoglossum hoje ter importância econômica insignificante, no período de colonização apresentava-se como a principal fonte de alimentação. 
 
2. Ordem Osteoglossiformes
Ordem Osteoglossiformes (actinopterígeos), formam a classe com maior diversidade de espécies dentro de vertebrados. 
Do grego osteo = osso + gloss = língua + morph = forma.
Peixes com “língua óssea” coberta por dentes bem desenvolvidos
Nadadeiras anal e dorsal geralmente alongadas
Podem produzir descargas elétricas fracas para se comunicarem.
Os representantes atuais são predominantemente de água doce, que ocorrem na Índia, África, região Indo-Australiana, América do Sul e América do Norte. 
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2. Ordem Osteoglossiformes
A ordem abrange seis famílias, 29 gêneros e cerca de 217 espécies.
É considerada uma ordem de peixes primitivos e possuem como principal característica o osso paraesfenóide, grandes escamas ciclóides com pequenos ornamentos.
Arapaima gigas
Representação das escamas ciclóides
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2. Ordem Osteoglossiformes
 Na América do Sul são encontrados os gêneros Arapaima e Osteoglossum.
Nelson (1994) descreveu o gênero Arapaima dentre os quatro gêneros da família Osteoglossidae, modificando a classificação proposta por Fowler (1948), que situou a espécie Arapaima gigas (Cuvier) como único representante da família Arapaimidae.
Günther (1868) listou as três espécies descritas por Valenciennes (em CUVIER; VALENCIENNES, 1847: A. agassizii, A. mapae e A. arapaima) na sinonímia de A. gigas. 
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2.1. Distribuição geográfica das espécies: Pirarucu (Arapaima gigas) e Aruanã (Osteoglossum spp).
Fonte: www.theepochtimes.com
Pirarucu, mais conhecido do grupo dos osteoglossiformes;
Espécie de grande porte, é o maior peixe de escamas da Amazônia;
É considerado um peixe de clima equatorial, amplitude térmica anual que raramente ultrapassa 3°C;
É territorialista, não realizam migrações consideráveis;
Habitam especialmente ambientes com correnteza fraca ou nula como os lagos;
Tem preferência por ambientes alcalinos;
 Distribuição geográfica geralmente é determinada por barreiras geográficas. 
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2.1. Distribuição geográfica das espécies : Pirarucu (Arapaima gigas) e Aruanã (Osteoglossum spp).
Centros de consumo: Manaus (AM), Santarém (PA) e Belém (PA).
A atividade de pesca é extremamente influenciada pelo nível da água dos rios, que interfere na bioecologia da espécie (IMBIRIBA et al., 1996). 
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CURIOSIDADE:
Até hoje, o único exemplar conhecido de A. gigas é o holótipo (espécime usado para descrever originalmente espécie), o qual foi coletado perto de Santarém, Pará, Brasil, em cerca de 1787 (STEWART, 2013a). 
A falta de informações mais refinadas a cerca da taxonomia do pirarucu requer que este estudo considere apenas o gênero Arapaima.
2.1. Distribuição geográfica das espécies : Pirarucu (Arapaima gigas) e Aruanã (Osteoglossum spp).
Comparação de diferenças morfológicas das espécies de pirarucu: A) Arapaima leptosoma (Ucrânia); A. leptosoma (Rio Solimões); C) juvenile Arapaima sp. incertae sedis (Mamirauá); D) Arapaima agassizii (Bacia Amazônica).
2.2. Estudos genéticos
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 Hrbek (2005) estudou a variação no DNA mitocondrial do pirarucu;
Araripe et al. (2013) estudaram variação genética de amostras de pirarucu separadas por várias distâncias – 25 km, 100 km e >1300 km;
Watson (2011) encontraram unidades evolutivas distintas separadas pelas bacias dos rios Branco e Essequibo, e concluiu que há mais de uma população de pirarucu na Guyana. 
2.3. Distribuição geográfica de Aruanã (Osteoglossum spp)
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Peixe de escamas muito grandes, corpo muito alongado e comprimido, colorações diferentes dependendo das espécies. 
Preferem águas calmas e quentes das bacias Amazônica e do Tocantins.
Sempre próximos da superfície, onde caçam dentro e fora d’água. 
Preferem pH ácido e temperatura por volta de 29 graus.
Aruanã
Aruanã
Fonte: www.emtempo.com.br
3. As famílias da ordem Osteoglossiformes
Família Mormyridae
Apresenta mais de 200 espécies;
O menor mede cerca de 5 centímetros de comprimento, enquanto o maior chega aos 1,5 metros;
Peixe-elefante (Gnathonemus petersii)
Cerebelo apresenta tamanho aumentado;
Sinais bioelétricos;
Os canais semicirculares da orelha interna têm uma estrutura incomum e são associados com a uma bolsa de ar inteiramente separada da bexiga natatória;
Encontrados em lojas de aquário da África.
Peixe-elefante
Peixe-elefante
Fonte: www.emtempo.com.br
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Família Osteoglossidae
Existem cinco espécies de peixes nessa família, sendo que uma ocorre no sudeste da Ásia, duas na Austrália e Nova Guiné e duas na Amazônia.
Características:
Corpo muito comprimido lateralmente 
Abdômen em forma de quilha
Boca marcadamente oblíqua
Pequenos barbilhões na extremidade da maxila inferior
Aruanã
Fonte: www.emtempo.com.br
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Osteoglossum bicirrhosum (Aruanã)
Nada logo abaixo da superfície com os barbilhões projetados para a frente;
Salta fora da água e apanha as presas ainda nos troncos, galhos e cipós;
Reprodução ocorre durante a subida das águas;
Utilizado como peixe ornamental;
Importância econômica insignificante.
Osteoglossum bicirrhosum
Fonte: www.emtempo.com.br
Família Osteoglossidae
Osteoglossum bicirrhosum
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Família Notopteridae
 Espécies chamadas de peixes-faca;
Vivem em água doce ou salobra especialmente na África e Sudeste Asiático.
Bastante alongados e com a aparência resultante de uma faca;
Os olhos e boca são proporcionalmente grandes e visíveis;
Barbatana caudal muito pequena e junta-se barbatana anal que é superdesenvolvido, a barbatana dorsal é pequena.
Notopterus notopterus
Xenomystus nigri
Chitala blanci
Chitala ornata
Fonte: www.emtempo.com.br
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Família Pantodontidae
Peixe-borboleta Africano (Pantodon butterflyfish);
Tamanho máximo de 1decímetro;
Cabeça tem uma boca grande virada para cima e dois olhos grandes;
É encontrado em corpos d'água levemente ácidos de Ocidental; nos rios africanos e lagoas lentos, em áreas planas da Nigéria para a República do Congo;
Barbatanas peitorais;
Alimenta-se principalmente de insetos voadores;
Pantodon butterflyfish
Fonte: www.emtempo.com.br
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Família Gymnarchidae
Espécie Gymnarchidae niloticus (Aba-aba)
Encontrado na África tropical e Nilo
Possuem corpo alongado em tons de cinza e branco
Órgão elétrico derivada de musculatura caudal
Sem barbatanas anal, caudal e pélvicas
Para a reprodução, eles constroem ninhos à base de material vegetal flutuante nos pântanos
Alimentam-se de crustáceos, insetos e principalmente de outros peixes.
Gymnarchidae niloticus 
Fonte: www.emtempo.com.br
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Família Arapaimatidae
Representante: Arapaima gigas e Heterotis niloticus;
Características Gerais:
Língua óssea e espinhosa;
Corpo cilíndrico na porção anterior e ligeiramente comprimido na porção posterior; 
Escamas grandes e imbricadas; 
Nadadeiras dorsal e anal muito alongadas;
Apresenta uma coloração verde escuro no dorso e avermelhada escura pelos flancos e cauda.
Arapaima gigas
Heterotis niloticus
Fonte: www.emtempo.com.br
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Sua cabeça é achatada e as mandíbulas salientes; 
Olhos amarelados, a pupila é azulada e saliente mexendo continuamente;
Apresentar dois aparelhos respiratórios: as brânquias, e a bexiga natatória modificada.
Respiração
aérea obrigatória;
Carnívoro;
Reprodução: Dimorfismo sexual;
O tubo digestivo é curto.
Aruanã Africano.
Pirarucu
Família Arapaimatidae
Fonte: www.emtempo.com.br
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4. Importância Econômica
Em 1895 José Veríssimo já afirmava que o pirarucu era a base da alimentação amazônica
Século XIX: “O tempo da salga”
Encontrado em feiras e mercados em pequena quantidade
Importância insignificante
Fontes: acrítica.uol.com.br e www.bolgdafloresta.com.br
Filhote de pirarucu
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5. Pirarucu: O bacalhau da Amazônia
A partir de 1990 foram implementadas as medidas legais de proteção ao pirarucu;
A proibição anual do exercício da pesca de pirarucu é regulamentada pela portaria n° 480, de 03/03/1991 e revogada pela Instrução Normativa Ibama n° 34/2004;
O pirarucu cresce de forma rápida e contínua até 1,80m, 5 anos quando chega à maturidade sexual.
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Período de Defeso
Estabelece o tamanho mínimo de captura:
 1,50m: peixe fresco e inteiro;
 1,20m: manta fresca;
 1,10m: manta seca. 
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Manta de pirarucu
Fontes: www.museudaamazonia.org.br
Projeto Várzea 
Iniciado há 11 anos, proporcionou apoio técnico e financeiro para que as comunidades da região de Santarém.
O manejo da pesca fez aumentar em 60% a produtividade dos lagos e a produção de peixes de valor comercial.
Pesca de pirarucu na ilha de São Miguel produziu 5.669 quilos de filé de peixe, o que rendeu um total de R$ 33.764,00.
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Projeto Mamirauá
Esse projeto foi aprovado em 1999, e realizada a primeira pesca manejada;
Atualmente no Amazonas, o IBAMA autoriza a pesca de pirarucu por meio de manejo para nove áreas em distintos municípios do estado (BESSA e LIMA, 2010). 
22 comunidades ribeirinhas e 3 colônias de pescadores , totalizando mil pescadores.
Fonte: www.ibama.gov.br
Fonte: www.ibama.gov.br
Fonte: www.ibama.gov.br
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6. Aruanã: “Pirarucu do pobre”
Principal fonte de alimento para os povos da Amazônia;
O Aruanã consumido é oriundo exclusivamente de pesca extrativista;
A exportação para outros mercados molda o risco da sobrepesca;
Ele já está sendo ofertado para o mercado tanto nacional como internacional. 
Aruanã
Fontes: www.museudaamazonia.org.br
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7. Conclusão
	O conhecimento sobre a Ordem Osteoglossiformes, mostra que essa ordem tem poucos representantes na Amazônia, mas tem grande importância para as comunidades que realizam a pesca artesanal, que seguem um plano de manejo. O Pirarucu, possue uma rica história, que com a intensidade de sua caça em períodos anteriores poderia ter levado a sua extinção. Algumas espécies são encontrados em somente em aquários, e que existem diferenças morfométricas, ainda não estudadas. O que se pode perceber, é que ainda são os escassos os estudos sobre a taxonomia desse grupo de peixes primitivos.
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8. Referências Bibliográficas
FOWLER, H. W. Os peixes de água doce do Brasil. Vol. I. São Paulo: Departamento de Zoologia da Secretaria da Agricultura, 1948.
GÜNTHER, A. Catalogue of the fishes of the British Museum. Catalogue of the Physostomi, containing the families Heteropygii, Cyprinidae, Gonorhynchidae, Hydrontidae, Osteoglossidae, Clupeidae, Chirocentridae, Alepocephalidae,Notopteridae, Halosauridae, in the collection of the British Museum. v. 7, p. i-xx + 1-512, 1868.
NELSON, L.S. Fishes of the world. 3. Ed. New York: John Wiley & Sons, 1994.
SAINT-PAUL, U.; BAYLEY, P.B. A situação da pesca na Amazônia Central. Acta Amazônica, v. 9,p. 109-114, 1979. Suplemento.
STEWART, D. J. Re-description of Arapaima agassizii (Valenciennes), a rare fish from Brazil (Osteoglossomorpha, Osteoglossidae). Copeia, v. 2013, n. 1, p. 38-51, 2013a.
SIOLl, H. Studies in Amazonian waters. In: SIMPOSIO SOBRE A BIOTA AMAZÔNICA 1966. Belém. 1966. Atas... Rio de Janeiro: CNPq, 1967, v. 3.
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