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2. PPIII 2016 SCP

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1 
Instituto Cenecista de Ensino Superior de Santo Ângelo – IESA 
Curso de Direito 
Disciplina de Processo Penal III/2016 
Professor Carlos Adriano da Silva 
 
Suspensão Condicional do Processo – art. 89 da Lei nº 9.099/95. 
 
Benefício despenalizador, não restrito às infrações de menor de menor potencial ofensivo, 
consistente na paralisação do curso regular do processo com a submissão do réu a um 
período de prova de dois a quatro anos, com condições, desde que atendidos determinados 
requisitos. Durante a suspensão não corre o prazo prescricional – art. 89, § 6º. Finalizado o 
período sem revogação, ocorrerá a extinção da punibilidade do acusado- art. 89, § 5º. 
 
Requisitos: 
1. Infração penal com pena mínima igual ou inferior a um ano: não se restringe às 
infrações de menor potencial ofensivo, mas destina-se a generalidade de delitos, tanto em 
procedimentos comuns ou especiais, inclusive nos procedimentos da Justiça Eleitoral e nos 
da competência originária dos tribunais. 
 
Lembrar do cômputo das causas de aumento e de diminuição. Concurso de crimes – ver 
súmulas 243 do STJ e 723 do STF. STF – se somadas as penas – no concurso material – ou 
aplicado o aumento no concurso formal – a pena mínima continuar no limite será possível 
a aplicação do art. 89 – (STF - HC nº 8.026/RS; STJ – HC nº 5.141/SP). 
 
Obs.: Segunda Turma do STF (HC nº 83.926/RJ) entendeu cabível o benefício mesmo com 
pena superior, mas desde existente previsão de multa alternativa na própria cominação do 
tipo penal. 
 
Questão do art. 90-A da Lei 9099/95. 
 
Questão do cabimento na ação penal privada. Interpretação gramatical x direito subjetivo 
do réu. Enunciado criminal n. 112 do FONAJE. 
 
Possibilidade no caso de contravenção, apesar da expressão “crimes”. 
 
2 
2. Inexistência de outro processo por crime: aqui há menção sobre inconstitucionalidade, 
sob o argumento de violação à presunção de inocência (Grinover et alii). Porém, a garantia 
da presunção de inocência (art. 5º, inciso LVII), ao funcionar como limitador do poder de 
intervenção do Estado na órbita individual tem por escopo impedir que a pena seja 
executada por antecipação ou que o acusado seja tratado, para todos os efeitos legais, como 
condenado. Isso não ocorre aqui, pois apenas responderá ao processo com todas as suas 
garantias. Crime. Obs.: Deixando de existir o processo a admissão deve ser reapreciada. 
 
3. Inexistência de condenação por crime: também aqui há alguns questionamentos, mas 
que não vêm obtendo sucesso. Condenação por contravenção não é obstáculo. Existe 
crescente entendimento de que a condenação anterior, cuja pena já esteja extinta há mais 
de cinco anos, nos termos do art. 64, I, CP, não impede o benefício. Há também o 
entendimento de que condenação anterior que impôs exclusivamente pena de multa não 
obste, por força do art. 77, § 1º, do CP (analogia). Perdão judicial (art. 120, CP e súmula 18 
do STJ). 
 
4. Requisitos do art. 77 do CP. Por tal motivo a doutrina se refere ao benefício em 
apreciação como sursis processual. 
 
Proposta, controle judicial, aceitação e condições: 
Legitimidade – coincide com a titularidade da ação penal. Ministério Público (ação penal 
pública e mesmo na privada subsidiária). No que diz com a ação penal privada, caberia, 
pelo menos inicialmente, ao querelante, devendo o juiz instá-lo a se manifestar caso não o 
faça espontaneamente. Inerte o querelante, o MP pode intervir na condição de custus legis. 
STJ – legitimidade concorrente. Enunciado criminal n. 112 do FONAJE. 
 
Momento natural da formulação da proposta: junto com a denúncia. Só pode ocorre a partir 
da dedução da acusação, nunca antes. 
 
Momento em que a proposta deverá ser levada ao réu: após o recebimento e depois de 
afastada a absolvição sumária. Discussões a respeito. Audiência. 
 
Controle judicial: Ausentes os requisitos, o juiz pode deixar de apresentar a proposta já 
feita. Da mesma forma, sendo o caso de rejeição da peça acusatória ou de absolvição 
sumária, não poderá oferecer. No caso de recusa do MP em formular a proposta – há a 
3 
Súmula 696 do STF que indica o art. 28 do CPP (também o enunciado criminal n. 86 do 
FONAJE). Obs.: caso o agente ministerial apenas não tenha se manifestado, cabe devolver 
para a apreciação da possibilidade do benefício. 
 
Para Nereu Giacomolli o réu pode pedir, ou mesmo o juiz pode ofertar caso presentes os 
requisitos e não existir oferta ministerial. Para ele o juiz não estaria exercendo uma função 
típica do MP, pois já foi exercida a pretensão acusatória. O juiz estaria agindo como 
guardião do status libertatis, estaria ajustando a pretensão acusatória. Ainda conforme o 
doutrinador, a aceitação ou não, a discussão das condições, do prazo da suspensão e a 
forma de cumprimento, deverão ocorrer na presença do órgão jurisdicional, o qual deve 
medi-las e fixá-las de acordo com a situação concreta, dentro do prazo de dois a quatro 
anos. 
 
Aceitação: Não é obrigatória – art. 89, § 1º, primeira parte, e § 7º. Consenso. Pode querer 
ser processado. Divergência entre acusado e defensor – prevalece a vontade de quem será 
submetido à suspensão. 
 
Condições – art. 89, §§ 1º e 2º: As restrições de direitos a serem impostas ao réu durante a 
suspensão não configuram aplicação de pena. A sua principal justificativa é a reparação do 
dano. As restrições devem ser ligadas ao comportamento social do agente que deve ser 
visto como inocente. A obrigação de reparar o dano não implica em assunção da 
responsabilidade. Discussão sobre a constitucionalidade das condições que encontram 
correspondência no rol de penas. 
 
Suspensão depois de processamento: Súmula 337 do STJ (DJ 16.05.2007) – “É cabível a 
suspensão condicional do processo na desclassificação do crime e na procedência parcial 
da pretensão punitiva”. Regulação atual: ver art. 383, § 1º, do CPP e art. 384, § 3º, do CPP. 
 
Período de prova, revogação do benefício e extinção da punibilidade: 
Recebida a peça acusatória, não sendo caso de absolvição sumária, ofertada e aceita a 
suspensão, o juiz suspende o processo, ocorrendo também a suspensão do prazo 
prescricional. O prazo da suspensão e, por consequência, do período de prova, deve 
observar a proporcionalidade. 
 
Revogação: obrigatória - § 3º; facultativa - § 4º. 
4 
Decisão fundamentada. 
Possibilidade de justificativa. 
Possibilidade de prorrogação – limite da lei. 
 
Decurso do prazo - § 5º - extinção da punibilidade: Expirado o prazo sem revogação há a 
extinção da punibilidade. O parágrafo não exige o cumprimento, mas existe posição nesse 
sentido. A exigência expressa de cumprimento ocorre em relação aos delitos ambientais – 
comprovação da reparação por laudo – art. 28 da Lei 9605/98. Obs.: STF – AP512 
AgR/BA – Rel. Min. Ayres Britto. 15.03.2012 – o benefício pode ser revogado após o 
período de prova, desde que motivado por fatos anteriores ao seu término. Lembra Aury 
Lopes que, no caso, ainda não havia a declaração da extinção da punibilidade. Importante 
fazer distinção entre causa de revogação obrigatória e facultativa para definir sobre a 
possibilidade de revogação do benefício, caso já decorrido o prazo. 
 
Recursos e impugnações: 
 
Consoante Capez, há três posições a respeito: (a) cabe recurso em sentido estrito, por 
analogia à suspensão condicional da pena; (b) cabe apelação; (c) não cabe qualquer 
recurso, restando a utilização das ações impugnativas autônomas ou ainda da correição 
parcial.

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