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Capitulo I Mecânica estatística Clássica Cap. 10 Alonso & Finn - Volumen III UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 Equilíbrio Estatístico • Sistema Isolado composto por um grande número de „partículas‟ N – „Partícula‟ é um termo geral que pode significar elétrons, átomos, moléculas, ou seja, cada entidade constituinte do sistema. • Cada partícula do sistema tem a sua disposição vários estados de energia possíveis E1, E2, E3, ... • Em um determinado instante as partículas estão distribuidas nos estados de energia com ni partículas em cada estado Ei. • O número total de partículas e a energia interna do sistema são dados por: p p i i i ij ijk i i pares trios N n U n E E E 2 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Casos específicos: – Partículas não interagentes: – Cada partícula sente um „campo médio‟ das outras partículas: i i i U n E k p i i i i i i E E E U n E p p i i ij ijk i pares trios U n E E E p p i i ij ijk i pares trios U n E E E p p ij i E E 3 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Se o sistema esta isolado, ou seja, não existe troca de energia do sistema de N partículas com o „mundo exterior‟, então a energia U deve se conservar. – Mas as partículas podem trocar de „estado‟ via colisões e outras interações entre elas, mas a soma de todas as energias deve se conservar. – Ou seja, n1, n2, n3, ... pode mudar de um instante para outro. • O conjunto {ni} forma o que definimos como partição. 4 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • A Mec Estatística considera que existe uma partição mais provável para um sistema dadas as condições de partida do sistema (número de partículas, energia total, forma de interação, etc.). • Uma vez atingida a partição mais provável, dizemos que o sistema está em equilíbrio estatístico. • Num sistema isolado, o número médio das partículas nos diferentes níveis de energia deve permanecer constante. • Um sistema em equilíbrio estatístico só poderá mudar a sua partição mais provável se for perturbado por um agente externo 5 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • O problema fundamental da Mecânica Estatística é encontrar qual é esta partição mais provável, também chamada de Lei de Distribuição de um sistema isolado dada a sua composição e as condições iniciais. 6 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 Lei de Distribuição de Maxwell-Boltzmann James C. Maxwell (1831-1879) - Ludwig Boltzmann (1844-1906) • Sistema de partículas idênticas, indistinguíveis e não interagentes: – Idênticas = as partículas tem a mesma estrutura interna e composição. – indistinguíveis = é impossível distinguir entre uma partícula e outra, é impossível „marcar‟ cada uma das partículas idênticas. – Idênticas e indistinguíveis – parece óbvio??? 7 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Representaremos uma determinada partição {ni} de forma geométrica com na figura. • Partição da figura: – n1=3, n2=n3=2, n4=n5=n6=1 E1 E2 E3 E4 E5 E6 • Hipótese I: Todos os estados do sistema tem a mesma chance de serem ocupados. Ou, todos os estados são igualmente acessíveis. • Hipótese II: A probabilidade de uma dada partição é proporcional ao número de maneiras diferentes em que as partículas podem ser distribuídas entre os estados disponíveis de energia para gerar a partição. 8 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Consideremos primeiro que as partículas são distinguíveis (podemos “marcar” cada uma delas!) • De quantas maneiras diferentes podemos então obter a partição da figura? • Ou, de quantas maneiras diferentes podemos obter n1=3, n2=n3=2, n4=n5=n6=1 com as 10 partículas ? – Permutar partículas entre níveis diferentes gera „configuração‟ diferente, – Permutar partículas no mesmo nível não gera configurações diferente. E1 E2 E3 E4 E5 E6 a b c d e E1 E2 E3 E4 E5 E6 a d c b e 9 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Começando então com o estado E1: – Existem N maneiras diferentes de escolher a 1ª partícula deste estado, (N-1) de escolher a 2ª partícula e (N-2) de escolher a 3ª partícula. – Então os modos diferentes de se popular o 1º estado com três partículas é dado por: E1 E2 E3 E4 E5 E6 1 2 3 N! N N N N ! • Como podemos escolher qquer uma das combinações possíveis de permutação das 3 partículas do estado E1, devemos dividir por 3! 1 1 3 3 n n N! N! ! N ! ! N ! 10 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Para o estado E1: • Para o estado E2: • Para o Estado E3: • ... • Probabilidade Total então: 1 1 2 1 1 2 1 2 3 1 2 3 N n ! N n n !N! P n ! N n ! n ! N n n ! n ! N n n n ! 1 2 3 1 2 3 N n n ! n ! N n n n ! 1 2 1 2 N n ! n ! N n n ! 1 2 3 N! P n !n !n ! 11 1 1 n n N! ! N ! UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • „Desfazendo a Hipótese I‟: Os estados do sistema podem ter chances ou probabilidades diferentes de serem ocupados. Cada estado tem probabilidade intrínseca gi. • Se gi é a probabilidade de encontrar uma partícula no estado Ei, então a probabilidade de encontrar duas partículas é gixgi = gi 2 ... ni partículas -> gi ni • Então a probabilidade de uma determinada partição é agora: • Considerando agora as partículas indistinguíveis, ou seja não é possível diferenciar se a partícula a está no estado 1 e a partícula b no estado 2 ou vice-versa. • A permutação das N partículas não geram mais partições diferentes portanto devemos dividir por N! 31 2 1 2 3 1 2 3 nn n N! g g g P n !n !n ! 31 2 1 2 3 11 2 3 inn n nN i i i g g g g P n !n !n ! n ! Probabilidade de uma partição na Estatísitica de Maxwell – Boltzmann: Conjunto de partículas idênticas e indistinguíveis 12 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Qual é a partição mais provável na Estatística de Maxwell-Boltzmann? – Exemplo 10.1 (pg 452) + apêndice VI (pg 592) – Achar o máximo de P em relação aos ni. – Podemos facilitar as coisas lembrando que o máximo de P corresponde ao máximo de lnP. – Usando a aproximação de Stirling para o ln(ni!) 1 1 0 i in nN N i i i ii ii i i g g P dP dn n ! n n ! 1 inN i i i i ii i g lnP ln lnP n lng lnn ! n ! para x muito grandelnx! xlnx x 13 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Usando então a aproximação de Stirling: • Calculando agora dlnP: i i i i i i i i i i n lnP n lng n lnn n N n ln g 1 i i i i i i i i i i i ii i i i i i ii n d lnP n ln dn n g n d lnP ln dn n dn g n n d lnP ln dn dn g 14 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Mas os ni‟s não são todos independentes já que: • Como o sistema é isolado, tanto N qto U se conservam, ou seja, dN=0 e dU=0. • O problema então que temos para resolver é como achar o máximo de lnP com as condição N e U constante, chamadas de equações de vínculo: • Resposta: usando o método dos multiplicadores de Lagrange. – (Multiplicadores de Lagrange) ou material do Fleming (http://fma.if.usp.br/~fleming/lagrange/lagrange.html) i i i i i N n e U n E 0 0 i i i i i dN dn e dU E dn 15 Multiplicadores de Lagrange em 5 minutos (adaptado do material do Prof H Fleming: http://fma.if.usp.br/~fleming/lagrange/node4.html) • Suponha que queiramos achar máximo da função f(x,y,z) com a condição (vínculo) g(x,y,z)=0.• O máximo seria obtido fazendo df=0 onde: • Mas somente 2 das 3 variáveis são independentes por conta da equação de vínculo! • Como g(x,y,z)=0, podemos escrever: • Considere agora um número qualquer , a ser determinado depois. • Vamos adicionar a quantidade dg, que é zero, a df. UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 16 • Então podemos escrever: • Como é arbitrário, vamos determiná-lo impondo que: • Mas para que a função f seja máxima temos que satisfazer a condição df=0. • Já que as variáveis x e y são independentes (supondo que z é a variável dependente via equação de vinculo), então: UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 17 • Juntando tudo: • Que é equivalente a achar o máximo da função f+ g. • As condições acima determinam o ponto de máximo, dentro do domínio permitido pela equação de vínculo, e o valor de . • Podemos facilmente generalizar este tratamento para uma função de n variáveis com m equações de vínculo. • Basta achar o máximo da função: • Os i‟s são os conhecidos multiplicadores de Lagrange. UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 18 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Voltando ao nosso problema ... • A função que queremos maximizar é lnP: • Com os vínculos: • Seguindo a „receita‟, fazemos: i i i i n lnP N n ln g f 0 0 i i i i i N n e U n E 1 2 v v 1 2 f f -αv - βv i i i i i i i ii n N n ln N n U n E g 19 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Derivando agora em relação a cada ni: • Então a diferencial total da função f’=(f- v1- v2) é: 1 1 1 1 1 2 1 1 1 2 1 2 2 2 2 i 1 2 i i i n f v v E n g n f v v E n g n f v v E n g ln ln ln 1 0i 1 2 i i i n f v v E dn gi d ln 20 1 2 f v v i i i i i i i ii n N n ln N n U n E g UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Para que a relação seja válida para todo ni: • Redefinindo (1+ ) : 0i i i n +1 E g ln 0i i i n E g ln iE i i n g e e 21 1 0i 1 2 i i i n d f v v E dn gi ln UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Qual o significado de ? onde i i i E i i i i E i i E i i N n g e e N e g e N e Z Z g e • Z é um número que depende da constituição interna do sistema, também chamado de função de partição. iE i então e n i N e Z N g e Z Lei de distribuição de Maxwell-Boltzmann 22 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 Aplicações da Lei de Distribuição de Maxwell-Boltzmann • Valores médios de uma grandeza física F(E) por partícula do sistema – Para um determinada partição {ni}: – No caso particular da distribuição mais provável no equilíbrio: 1 i i n E i F F N 1 iE i i g E i F F e Z 23 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Sistema de N partículas com 2 níveis de energia: – Qual o valor da energia média do sistema? – Qual o valor da energia interna do sistema? 2 1 2 E E Z cosh U NE N tgh (Podemos então achar como função de U e interpretar o significado do parâmetro!) 24 1 iE i i g E i F F e Z 1 E e e tgh Z UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Exemplo 10.2 (pg453) – 4000 partículas distribuidas em 3 níveis de energia igualmente espaçados 0, e 2 , todos com a mesmo g. (~átomo de momento angular =1 num campo B!) – Comparar as probabilidades de 2 partições: • {2000, 1700, 300} e {2001, 1698, 301} (transferência de 2 partículas do nível intermediário para os dois exteriores – conserva energia !!!!) 4000 4000 1 2 2 1 2000 1700 300 2001 1698 301 1700 1699 4 8 2001 301 g g P P ! ! ! ! ! ! P , P A mudança de 2 partículas em 4000 causa uma modificação de um fator 4,8 na probabilidade! Isto só pode significar que nenhuma das 2 partições representam a partição mais provável ou de equilíbrio !!! 25 1 in i i g n N i P ! UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Exemplo 10.3 – Qual é a partição mais provável então? – Determinar ! • Calcular U total com base em Ex10.2 • Escrever ni‟s e escrever equações de conservação de partículas e energia • Escrever x=e- e obter equação para x • Solução: – Mudando 1 partícula do nível médio: x teste equacao 0,5034 0,00225892 n1 2277 n2 1146 n3 577 4000 P/P' 0,997 O que prova que a partição em questão é a de equilíbrio! 26 ei i E E i i i i N n g e Z g e Z UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 O significado do parâmetro - Temperatura • O parâmetro deve ter a dimensão de J-1 ou eV-1, ou seja, (energia)-1. • A U de um sistema é dado por: • Usando a definição de Z, temos: • A energia média por partícula é: i i i E i i n E g E i i U N U e Z iE i g ln i N d N dZ d U e N Z Z d Z d d ln U d E Z N d 27 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Portanto, dado um sistema físico formado por N partículas com níveis de energia Ei com probabilidade intrínseca gi, a energia interna U e a energia média por partícula (e Z) são funções do parâmetro . • Isto significa que pode ser usado para caracterizar a energia interna do sistema ou a forma como a energia interna se distribui entre as partículas. • Vamos definir uma quantidade física „T‟, temperatura absoluta da seguinte forma: • Com k – constante de Boltzmann 1 kT 28 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Como kT tem unidade de energia, T tem unidade de temperatura em Kelvin e k unidade J/K ou eV/K. • Esta definição “Estatística” da temperatura indica que a menor temperatura seria Zero, ou „zero absoluto‟. – O que aconteceria se existisse T<0? (alguns casos „especiais‟ se comportam como se T<0!!!) • Esta definição de T só é formalmente aplicável para sistemas em equilíbrio estatístico, já que foi definido a partir deste! • Quando o sistema não está em equilíbrio mas as transformações são lentas o suficiente para que cada estágio pode ser considerado em „quase-equilíbrio‟, também podemos usar a noção de T estatística associada com a energia interna do sistema. 29 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Usando a definição de T podemos re- escrever a distribuição de M-B como: • Podemos escrever para U: • Podemos escrever E médio: iE kT i i N n g e Z 2 ln d U kNT Z dT 2 ln d E kT Z dT 30 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 2 4 6 8 10 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 T1000 T5000 T10000 T15000 T20000 T50000 n/ N E (eV) 31 1000K 5000K 10000K 15000K 20000K 50000K UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Exemplo 10.5 (pg 459): – Polarização de um sistema de moléculas polares na presença de um campo elétrico estático. 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 0,0 0,1 0,2 0,3 < p > /p 0 (p 0 )/(kT) Polarização média como função do Campo Aplicado 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 0,0 0,5 1,0 1,5 0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 Polarização média como função da temperatura < p > /p 0 (p 0 )/(kT) 0 0 0 0 0 2 0 0 0 1 coth 3 kT p kT p p p kT p p p kT p p p kT p kT 32 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 Equilíbrio Térmico • Considerarum sistema composto por 2 grupos de partículas idênticas, que chamaremos de subsistema. • Cada um dos subsistemas é composto por partículas idênticas, indistinguíveis e não interagentes. – Exemplo: • Mistura de dois gases rarefeitos • Entre os dois subsistemas existe troca de energia através das colisões entre os dois tipos de partículas • Considerando que o sistema todo é isolado, a quantidade total de partículas de cada subsistema e a energia total são constantes. i j i j i i j j i j N n cte N n cte U n E n E cte Ei e E‟i são os estado disponíveis para cada uma das partículas dos subsistemas.(1) 33 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • A probabilidade de uma partição para o sistema pode ser obtida do produto das probabilidades de determinada combinação de distribuição das partículas nos dois subsistemas. j i nn ji i ji j gg P n ! n ! ln ln ji i j i ji j nn lnP N N n n g g • Podemos obter a participação mais provável maximizando lnP com os vínculos (1), ou seja, conservando no número de partículas em cada um dos subsistemas e a energia total. 34 Usando método dos Multiplicadores de Lag range: i j i i j j i j i j f lnP F lnP N n N n U E n E n 0 0 0 ln 0 ln 0 i i i i i i i i i i E E kT kT i i n nF F dF e E E n n g g N N n e n e Z Z UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Conseqüências: – Para que os dois subsistemas estejam em equilíbrio estatístico, a temperatura absoluta tem que ser a mesma. (“Lei Zero” da Termodinâmica). – No equilíbrio estatístico (ou equilíbrio térmico), cada um dos subsistemas esta na partição mais provável que teria se o subsistema estivesse isolado na mesma T. Isto significa que apesar dos subsistemas estarem em contato, no equilíbrio térmico a troca líquida de energia entre os subsistemas é zero. – Isto significa que quando as duas partes do sistema são colocadas em contacto, existe troca energia até atingir o equilíbrio térmico e deste instante em diante as trocas líquidas de energia cessam. – Este fenômeno é então similar a „Temperatura‟ termodinâmica e é a base do próprio processo de medição de temperatura que usa este efeito. • O „bulbo‟ do termômetro é encostado no corpo que se deseja medir até que o corpo + termômetro entram em equilíbrio e o termômetro então registra a T de equilíbrio. 35 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 Gás Ideal Monoatômico • “Gás ideal”: partículas não interagentes • Monoatômicos: termos rotacionais e vibracionais não precisam ser considerados. – A energia envolvida é apenas cinética de translação. • Quais são os níveis de energia disponíveis para uma partícula em uma caixa de volume V? 1 2 3 2 2 22 22 2 3 31 2 1 2 k k k2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 32 0 , r na caixa de dimensões a,b,c 2 fora da caixa k k zk k k k E Csen sen sen 2m a b c a b c Se for um cubo: a=b=c e E= k k k 2ma 2 ˆ ˆ ˆˆH p V(r) V(r) m , x y x,y, z 2 2ma k 36 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Estados são degenerados: Energia Combinação de k1, k2 e k3 degenerescência 3E1 (1,1,1) 1 6E1 (2,1,1) (1,2,1) (1,1,2) 3 9E1 (2,2,1) (2,1,2) (1,2,2) 3 11E1 (3,1,1) (1,3,1) (1,1,3) 3 12E1 (2,2,2) 1 14E1 (3,2,1) (3,1,2) (2,3,1) (2,1,3) (1,2,3) (1,3,2) 6 2 2 2 2 2 2 2 2 1 2 3 1 12 2 π h E= k k k E = 2ma 2ma E k 37 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Como cada estado tem um grau de degenerescência diferente, a probabilidade intrínseca gi de cada nível Ei será diferente. • Níveis com maior grau de degenerescência devem ter maior probabilidade intrínseca. – Vamos associar a gi de cada nível ao grau de degenerescência! • Como determinar a gi ? Ou, como determinar o grau de degenerescência de cada nível? 38 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Vamos considerar primeiro que a „caixa‟ que contém os átomos do gás é muito grande (comparada com as dimensões atômicas ou com a distância média entre os átomos). • Se a é grande, o espaçamento entre os níveis diminui, já que E1 depende de a -2. • Os níveis podem ser considerados, em primeira aproximação, como um contínuo. 39 i i i E E e ... ...dE g g E UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Devemos então contar o número de estados existentes num intervalo [E, E+dE]. • A degenerescência g passa a ser uma função de E, g(E), e conta o número de estados no [E, E+dE]. 40 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • No „espaço dos momentos‟, podemos considerar os números quânticos k1, k2 e k3, como coordenadas que variam continuamente. • No espaço dos momentos, só temos o octante dos x, y e z positivos , já que os k‟s são inteiros positivos. • Cada tríade (k1, k2, k3) representa um estado. • Como a energia depende somente do módulo do vetor k, ou seja, E k2, todos os estados na calota esférica de raio k terão a mesma energia. • Todos os estados dentro do volume do octante positivo da esfera de raio k terão energia entre 0 e E. 41 k1 k2 k3 2 2 2 2 2 2 1 2 3 12 E= k k k 2ma E k UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • A quantidade de estados entre 0 e E é: 31 4N E = πk 8 3 3 2 13 322 2 3 3 2 2 3 3 Como V=a ,vem: π 2mE V 8πV N E = V = 2mE = 2m E 6 π 6π 3h h 1 2 1 2 3 3 dN A densidade de estados g(E)= , é então: dE 4πV 2m g E = E h 2 2 2 2 E= 2ma k k1 k2 k3 42 Quantidade de estados com energia E 3 22 2 2 π 2ma E 6 π UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 Voltando então ao nosso „gás ideal monoatômico‟ e calculando a função de partição Z: 1 2 3 2 E- kT 0 3 E- kT 3 0 3 3 3 3 Z= e g(E)dE 4 V 2m Z= E e dE 4 V 2m 1 Z= kT 2 V 2πmkT Z= h h hFunção de partição de um gás ideal monoatômico em função do volume e da temperatura do gás. 2 2 2 3 0 2 2 3 0 0 3 1 4 1 Fazendo: 2 1 2 2 4 1 2 x E xkT x e dx x E kT xdx dE Ee dE x e dx kT 43 1 2 1 2 3 3 4πV 2m g E = E h UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Energia média por molécula: 2E=kT lnZ T 44 3 2 3 V 2πmkT Z= h 3 2 2 3 2 2 V 2πmkT E=kT ln T 3 E=kT lnC+ lnT T 2 3 1 E=kT 2 T 3 E= kT 2 h UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • A energia média por molécula de um gás ideal depende diretamente da temperatura. • A energia média só depende da T e não depende do volume! • Esta expressão na verdade foi proposta inicialmente no século 19, em conexão com a teoria cinética dos gases, e é a partir dela que foi possível relacionar com T. • A energia total do gás de N átomos é então: • Se é o número de mols do gás e NA=6,022x10 23, o número de Avogadro, podemos escrever: 3 2 U=NE= NkT 3 3 A2 2 A U= N kT= RT onde R=N k é a constante universal do gases. 45 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Quem faz o papel do “ni”? • Como E é contínuo, calculamos dn, o número de átomos do gás com energia entre E e E+dE: 1 2 1 2 3 2 1 2 1 2 3 2 1 2 3 2 E- kT 3 E- kT 3 3 33 E- kT 3 E- kT N dn= g E e dE Z 4πV 2mN dn= E e dE Z V 2πmkT como Z= , podemos escrever: 4πV 2mdn =N E e dE V 2πmkT dn 2πN = E e dE πkT h h h h 46 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Como testar se a distribuição deMaxwell-Boltzmann é um bom modelo para „gases ideais‟ reais? • Podemos verificar se a distribuição da densidade de partículas em função de E representa a realidade • Um teste indireto pode ser feito comparando a velocidade de reação química entre duas substâncias em diferentes temperaturas. – Considerarmos que a reação ocorre somente se os átomos dos gases se chocarem com uma determinada energia, acima do limiar Ea. – A velocidade de reação a uma dada temperatura vai depender da fração de átomos que tem energia maior do que Ea. – Notamos que existem mais moléculas com E>Ea para T mais alta. – Podemos calcular então a dependência da velocidade da reação em função de T, estimando o número de reações que depende da área sob a curva dn/dE. – Resultados teóricos concordam muito bem com os experimentais 47 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Outra forma é usar o arranjo experimental chamado de „seletor de velocidades‟ • Os átomos que passarão pelos dois discos cortadores terão velocidade v=s / v, onde o v depende do tamanho dos dois rasgos feitos nos discos. • Qual é a distribuição esperada das velocidades dos átomos? 48 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Os valores medidos no detector então podem ser comparados diretamente com a curva da figura para diferentes T. • Esta idéia é usada em reatores nucleares para se obter um feixe monoenergético de nêutrons. – Porque a estatística de M-B vale para nêutrons? 1 22 3 2 3 22 mv- 2kT2 mv- 2kT2 dn dn dE dn = =mv dv dE dv dE dn 2πN 1 =mv mv e dv 2πkT dn m =4πN v e dv 2πkT 49 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 50 UFS-DFI-IntroMecEst – Mário E G Valerio – 2010/2 • Exemplo 10.7 (pg 467) – Calcular os valores em T ambiente !!! • Exemplo 10.8 (pg 467) 3 22 mv- 2kT2dn m=4πN v e dv 2πkT 1 2 3 2 E- kT dn 2πN = E e dE πkT 51
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