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Anotações do Prepara AV1 de História do Direito Brasileiro

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Anotações do Prepara AV1 de História do Direito Brasileiro
Trabalhar as 6 primeiras aulas 
Por que se diz que o direito luso-brasileiro tem raízes romano-germânicas?
Afirma-se isso, pois o sistema jurídico português está filiado ao sistema ROMANO-GERMÂNICO (CIVIL LAW). 
Civil Law: estrutura jurídica oficialmente adotada no Brasil. Nele o sistema tem que se basear na vontade de quem faz a lei (legisladores) prevendo situações futuras sendo que ao juiz cabe tão somente aplicar as regras produzidas por esse. Neste sistema, a fonte mais importante do direito é a LEI. O que significa, basicamente, que as principais fontes do direito adotadas aqui são a Lei, o texto. Segundo o prof. Maurício “ Aplica o que está escrito, exatamente como está escrito.”
Há um outro sistema denominado Common Law, cuja a fonte mais importante são os CUSTUMES e, nos dias de hoje, a JURISPRUDÊNCIA (precedentes). A Common Low olha sempre para o fato concreto.
Jurisprudência: trata-se do conjunto de interpretações das normas do direito proferidas pelo Poder Judiciário. 
O que eram as Ordenações do Reino e quais foram?
No processo histórico de formação e individualização do direito português, o período que se inicia por volta de meados do século XV foi marcado pela produção de COMPILAÇÕES de um imenso conjunto de espécies normativas que se encontravam em vigência em Portugal desde sua formação como monarquia independente em meados do século XVIII. Estas compilações foram conhecidas como as ORDENAÇÕES DO REINO:
As Ordenações foram a forma que os portugueses encontraram para tentar racionalizar todo o sistema jurídico ali implementado.
ORDENAÇÕES AFONSINAS (1446/1447); Uma subdivisão de cinco livros, ou seja, uma tentativa de organizar pela via da matéria. Ex: Quero saber assunto que trate sobre organização da justiça e organização administrativa, lá no livro 1. No Livro 2: direito eclesiástico, direito da nobreza. No 3: Processo civil No 5: Penal e processo penal.
ORDENAÇÕES MANUELINAS (1521); Tentam atualizar um pouco as Ordenações Afonsinas, afinal de contas, nesse momento, Portugal já é uma Nação Imperial, já tem um império ultramarino. Então é necessário que tenha uma legislação condizente com esse status que agora ocupa.
ORDENAÇÕES FILIPINAS (1603) e confirmadas por D. João IV (1643); Talvez a principal das Ordenações a ser estudada por nós nesse momento. Começam no começo do séc. XVII, nós implementamos e por incrível que pareça, no Brasil elas vão até 1916(será estudado futuramente na República Velha).
O Tratado de Tordesilhas: a gênese do paulatino fortalecimento político do Estado Nacional
Em 1494 foi firmado o Tratado de Tordesilhas (ato inaugural da diplomacia moderna, já que foi o primeiro acordo entre Estados, sem a interferência direta do Papa). Por este tratado, a linha de demarcação entre áreas portuguesas e espanholas passaria a 370 léguas a oeste dos arquipélagos de Açores e Cabo Verde. “Esse tratado substituiu a famosa Bula Inter Coetera( que estabeleceu somente 100 léguas após o a ilha de Cabo Verde), na qual havia uma interferência direta do Papa. Não deixa de ser relevante a divisão entre Portugal e Espanha - provavelmente as duas nações que saíram na dianteira do processo de unificação do Estado - ou seja, duas Nações que, de uma certa maneira, estão na vanguarda do chamado Estado Nacional e elas saem com a benção do Papa e praticamente dividem o mundo em duas partes. Veja que os outros países, obviamente, não aceitaram essa situação. De toda forma, a Bula Inter Coetera acabou sendo substituída por intermédio de uma relação direta, de um acordo direto entre Espanha e Portugal. É muito interessante que nós falemos sobre isso, pelo seguinte, naquela época era muito difícil que houvesse qualquer tipo de intervenção sem que houvesse a participação papal, ou seja, as bênçãos da Igreja. Esse acaba sendo um dos motivos pelos quais nós podemos falar que Portugal e Espanha começam ou dão origem àquilo, ou talvez façam uma demonstração da ascendência, do crescimento, do crescente poderio que o Estado Nacional vai exercer em detrimento de um decréscimo do poderio da Igreja, embora saibamos que a igreja, embora perdendo força, sempre vai ter um papel muito importante na história do Brasil.”
O processo de colonização e organização do Brasil.
Para a colonização do Brasil Portugal adotou alguns sistemas, tais como: As Capitanias Hereditárias, o plantation e o pacto colonial. Vamos defini-los?
A gente sabe que em um primeiro momento o Brasil foi quase que deixado de lado dado os interesses maiores de Portugal em relação aos negócios realizados com as Índias - a cidade de Calicute, mas o Brasil passa a ser um pouco mais valorizado, em primeiro lugar, por conta de uma certa decadência daquele comércio, ou de uma menor relevância desse comércio, a partir década de trinta do século XVI, ou seja, a partir de 1530. Em segundo lugar Portugal começa a temer perder o Brasil porque os outros países alegam a (...) a Posse Útil que era um instrumento, digamos assim, é uma instituição muito conhecida também tanto na Idade Média e que se prorroga também na modernidade para dizer o seguinte: É importante que quem que fica com a terra é aquele que a possui e que lhe dá utilidade. Então, diante disso, Portugal volta pra cá e tenta fazer um projeto de organização. Esse projeto de organização vai passar necessariamente pelas capitanias hereditárias, e como vocês sabem, elas foram divididas em um bloco de quinze capitanias e dadas a doze capitães donatários. E quem eram esses capitães donatários? Normalmente eram pessoas ilustres tanto da burocracia portuguesa, como também militares enfim, o fato é que eles recebem esse benefício do rei de Portugal que na verdade pretende descentralizar o processo de colonização. Todavia como vocês sabem, também é importante que apenas algumas capitânias ( As de Pernambuco e São Vicente) acabam possuindo algum sucesso de forma que, embora esse processo tenha sido uma tentativa interessante e que tenha persistido no tempo, as capitanias hereditárias só vão terminar no séc. XVIII. É um tipo de sistema que vai ter que conviver com outros sistemas como por exemplo o Governo Geral.
Quais documentos legais regulamentavam o sistema das capitanias hereditárias?
CARTAS DE DOAÇÃO – estabeleciam as dimensões territoriais de cada uma das capitanias, declaradas hereditárias. Eram os documentos que garantiam aos donatários a posse da terra, vejam só: hereditários, ou seja, passava de pai para filho. Essas terras para que fosse reconhecidas como tal deveria haver um documento que fosse comprobatório CARTA DE DOAÇÃO. 
FORAIS OU CARTAS FORAIS – regulamentavam os direitos e deveres fiscais e os privilégios dos donatários, além de estabelecer os tributos régios. Na relação entre o rei e o donatário nós temos aqui uma carta de direitos e deveres entre eles. E também se prorrogava entre os donatários e os colonos.
LEI DAS SESMARIAS – utilizada para a distribuição das terras nas colônias portuguesas. Assim como o capitão donatário tinha recebido as terras por meio da carta de doação, a lei das sesmarias estabelecia a possibilidade desse donatário, com enorme quantidade de terras, distribuí-la para tentar explorar a terra e organizar a vida colonial. Relacionada a distribuição agrária no país. Essas terras eram doadas aos chamados colonos que iriam fazer a produção.
Para intermediar, inter-relacionar direitos e deveres entre colonos e capitães donatários existia também uma carta de foral. 
SISTEMA ECONÔMICO COLONIAL 
PLANTATION
O conceito de plantation engloba três conceitos
fundamentais: 
Monocultura é a produção de uma única cultura, ou seja, de um único produto. Exemplo: qual é o produto que vai trazer muito lucro? É isso que nós vamos plantar. E vamos plantar em um extenso espaço geográfico. 
Latifúndios: grandes extensões de terra destinadas a plantação de um único produto.
Mão de obra escrava: o Brasil adota desde o inicio de sua colonização, seja mão de obra escrava negraou indígena.
P
ACTO COLONIALA relação entre Metrópole e Colônia se dá por
um outro conceito: 
Pacto Colonial: Imposição por parte da metrópole que diz o seguinte: vou comprar todo o produto que vocês produzirem, mais ninguém vai comprar. Existe um monopólio nessa relação. Em contrapartida tudo que vocês precisarem vocês vão comprar de uma única pessoa: Eu, metrópole.
Brasil, nesse contexto, era considerado Portugal na América, era como se fosse “ uma fazenda de Portugal”. Portugal era metrópole e Brasil era “colônia portuguesa que tinha essa função específica” dentro desse quadro mercantilista do séc. XVI e XVII. 
Justiça Brasileira
( Século XVI )
Ouvidor Geral
Corregedor
 Ouvidor da Comarca
 Juiz Ordinário
 Juiz de Fora
		
Organização da Justiça Brasileira: no século XVI ,esse quadro demarca um momento em que houve grandes alterações. Aqui no momento os mais importantes pontos talvez sejam essas duas figuras: O Juiz Ordinário e o Juiz de Fora. Porque fundamentalmente são as pessoas mais presentes. 
Juiz Ordinário: Alguém que, na localidade, é eleito pelos seus pares, pelos cidadãos, habitantes daquela localidade para tratar de assuntos mais corriqueiros que normalmente estão relacionados aos forais, ou mesmo a assuntos da convivência utilizando muito os costumes, alguém de certa forma era reconhecido alguém que tinha legitimidade por parte dos demais habitantes.
Juiz de Fora: Se contrapondo ao juiz ordinário, que não tem nenhuma formação jurídica, o juiz de fora com essa formação acaba por ser o representante dos interesses da coroa na colônia. Ele fundamentalmente representa, daí a necessidade de ter, sob a perspectiva da legitimidade, o juiz ordinário, uma certa presença de relevância pois o juiz de fora é uma figura da qual muito se desconfia por ter uma terminologia jurídica mais rebuscada acabava por não se fazer entender embora pudesse impor as suas decisões.
Ouvidor da Comarca: Seria uma segunda instância, se você não estivesse satisfeito, podia ir ao ouvidor da comarca. As comarcas eram terras mais longas, os juízes ordinários normalmente recorriam a uma única comarca na localidade
Ouvidor-Geral: enquanto o ouvidor da comarca ouvia os juízes de uma determinada extensão territorial o ouvidor geral ouvia de toda a colônia.
Corregedor: No século XVI ele teve extrema importância, inclusive de natureza política, inclusive em causas onde o próprio juiz ordinário ou juiz de fora fossem parte da litigância ele –o corregedor- faria o papel de juiz. Depois ele teve inúmeras funções no decorrer do Brasil colonial. 
Com o passar do tempo vão ser criados tribunais, como o tribunal da relação que são tribunais de segunda instância que vão sendo de muita importância até o final do Brasil Colonial
Que rebeliões ocorreram no Brasil Colônia e qual o principal motivo?
A partir do final do Século XVII, geralmente motivadas por questões de ordem econômica, mas expressavam um descontentamento da população da colônia em razão do excessivo controle da metrópole houve uma série de rebeliões:
Revolta de Beckman (1684) no Maranhão
Guerra dos Emboabas (1708) em Pernambuco
Guerra dos Mascates (1707) em Pernambuco 
Revolta de Felipe dos Santos (1720) em Vila Rica.
Conjuração Mineira de 1789 e, >>>movimento que apresenta características de insatisfação principalmente das elites locais por conta de situações, como iremos observar no nosso livro, onde há uma certa exploração pois Portugal começa a ver a sua receita em ouro diminuir e tenta, de qualquer maneira, mantê-la permanente, uniforme. Isso não é possível e Portugal utiliza medidas duríssimas para obter. Obviamente surge um movimento chamado Conjuração Mineira, que no decorrer de todo o Brasil Imperial vai ser visto como um movimento negativo. Todavia nós sabemos que a figura de Tiradentes, é uma figura absolutamente central e que isso representa um primeiro movimento que não é um movimento nacional, é local mas que demonstra mais fortemente a insatisfação dos colonos em relação a nossa metrópole.
Conjuração Baiana de 1798 (Também conhecida como Conjuração dos Alfaiates)
Vamos começar a reportar situações do final do século XVII principalmente com a descoberta do ouro no Brasil pra dar início aquilo que nós chamamos de Era do Ouro ou Ciclo do Ouro>>> Foi uma era que determinou mudanças bastante expressivas na realidade do Brasil. Foi uma era muito importante porque modificou não somente o panorama social, político e principalmente o panorama econômico como ele é gerador dos primeiros embates mais sérios entre colônia e metrópole. 
Que tipo de penas estavam previstas nas Ordenações Filipinas, e qual foi aplicada a Tiradentes? 
No decorrer do episódio histórico, que foi Conjuração Mineira, nós tivemos a aplicação de uma pena exemplar ao herói da República: Tiradentes, que morreu aos 45 anos após ser julgado dentro da lógica, a partir das normas estabelecidas pelo livro V das Ordenações Filipinas. O livro quinto fala do Direito Penal, um direito que fundamentalmente provem da medievalidade e que se prorroga no decorrer dos primeiros anos por todo Brasil Colônia, é a norma jurídica que rege todas as relações penais. 
O famoso livro V das Ordenações Filipinas previa uma série de penas: perda e confisco dos bens e multas, prisão simples e prisão com trabalhos forçados, galés temporárias ou perpétuas, desterro (condenação de deixar o local do crime) degredo (condenação de residência obrigatória em certo lugar), banimento ou exílio (degredo perpétuo), os açoites, a decepação do membro e as várias formas de pena de morte – morte natural (forca), morte natural com crueldade (com tortura prévia) e morte natural para sempre ( com exposição do cadáver na forca) está relacionado a ideia de fazer também com que o corpo da pessoa não viesse a ser enterrado e de uma certa maneira isso na tradição cristã representava algo muito negativo, previa a transcedência da pena, ou seja a possibilidade de seus descendentes também viessem a ser punidos pelo ato cometido pelo ascendente, além da morte atroz (com cadáver esquartejado), situação que ocorreu com Tiradentes que teve seu corpo espalhado pela estrada do Rio de Janeiro até Vila Rica para servir de exemplo para mitigar as possíveis situações negativas que viessem.
Ouro, conjuração e ideias emancipatórias: o contexto do período pré-independência: Quais as causas e as principais consequências da mudança da Família Real para o Brasil, em 1808?
Uma das consequências foi o Bloqueio Continental estabelecido por Napoleão no contexto da briga entre França e Inglaterra por uma luta de mercados. Napoleão tinha a convicção de que enquanto a Inglaterra, com seu poderio e sua capacidade de produção a preços baixos e a custos baixos, estivesse no mercado, a França não conseguiria atingir um determinado patamar. Napoleão se não tem poderio econômico e de tecnologia tem poderio bélico para fazer frente a Inglaterra e estabelece com a União Europeia a proibição de que a Inglaterra comercializasse seus produtos com a União Europeia. Dada a força que Napoleão tem certamente houve um sucesso momentâneo. Todavia Portugal não ouve porque, além de ter uma situação de relações com a Inglaterra que já de muito vinha, tinha o fato de dever muito dinheiro a Inglaterra. Napoleão avisa e D. João de forma hábil consegue prorrogar o problema até que Napoleão diz, nós vamos invadir Portugal. 
Em 1807 sai a corte portuguesa toda em direção ao Brasil e em 1808 eles aqui se instalam. Esse processo acaba gerando uma coisa chama a Abertura dos Portos as Nações Amigas. São acordos que vão se dar com a Inglaterra, bem como vários acordos, que vão gerar, inclusive, o fim do pacto colonial. Esse último se caracterizava pela questão do monopólio. 
Os acordos assinados levavam a crer que só a Inglaterra poderia comercializar com o Brasil inclusive em detrimento a Portugal que pagava impostos mais altos que os próprios ingleses.
Do Reino Unido a Império do Brasil
A chegada da Família Real no Brasilacelera o processo de Independência que ocorreu em 1822. A quem diga, inclusive, que além dos benefícios trazidos por D. João que a própria Revolução do Porto acelerou ainda mais esse processo, porque, com os benefícios trazidos os olhares dos Portugueses são de desconfiança. Estes, numa chamada Revolução Liberal, eles querem a liberdade e a constitucionalização de Portugal e ao mesmo tempo exigem que a Família Real volte a Portugal e que o Brasil volte a ser colônia. 
Então D. João VI volta pressionado para Portugal e deixa aqui seu filho sabendo que o processo de Independência é irreversível. Em 1821 D. João parte e em 1822 é declarada Independência.
Por que apesar de se comemorar a independência do dia 07 de setembro, podemos dizer que muito antes disso, ainda que parcial, a independência estava devidamente consumida para a grande maioria? 
Apesar do 07/09/1822 ser considerada a data da independência brasileira (e que hoje é comemorada como a data nacional do Brasil), a separação, ainda que parcial, já estava devidamente consumada para a grande maioria dos contemporâneos – para estes, a decisão de convocar uma Assembleia Constituinte, tomada no dia 03/06 e o decreto de 01/08 representava a emancipação.
Ela viria a ser oficializada com a aclamação de D. Pedro I como imperador constitucional do Brasil (12/10/1822) e com sua coroação em 01/12/1822.
Já em 1815 o Brasil já é Reino Unido a Portugal, não há nem o que discutir que o Brasil era colônia. Mas temos duas situações em 1822 que mostram que esse processo de independência já havia sido dado antes mesmo de 7 de setembro. 
No dia 03/06 há uma convocação de uma Assembleia Constituinte: É na verdade a elaboração de um documento maior de países que de uma certa maneira possuem sua independência. 
O decreto de 01/08 é um decreto sobre a possibilidade de afundar navios portugueses que se aproximassem de forma perigosa da costa brasileira.
Mas 7/09 por quê? Por que queriam dar uma roupagem mais bela, mais heroica à independência do Brasil que já havia uma independência confirmada por via documental: a Assembleia Constituinte. 
Discorra sobre a Constituição de 1824 e suas repercussões:
A constitucionalização do Brasil vai ocorrer fundamentalmente a partir de um fracassado processo de Assembleia Constitucional afastado por D. Pedro I que acaba outorgando a Constituição.
Seu texto foi outorgado; ou seja, imposto e não promulgado (que dá ideia de participação popular) 
Adoção de um regime político monárquico; 
Divisão em quatro poderes: Executivo, Legislativo, Judiciário e Moderador, sendo este último determinante para a instauração de um regime “semiabsolutista”; O poder Moderador acaba estendendo, ou dando maior fundamento a uma ideia de um certo continuísmo absolutista. Ele acabava por vários fatores dominando seja o Executivo, que era Pedro que exercia, ou seja se o Imperador era o chefe do Poder Moderador e ele também era o chefe do Poder Executivo e ele podia também em um determinado momento nomear, escolher três senadores, um deles na lista tríplice e se ele podia também dentre outras coisas, afastar juízes acabava que ele tinha enormes poderes sobre todos os três poderes. Isso gera um processo absolutamente centralizado de poder.
Voto censitário baseado na renda; Esse voto é censitário econômico, apenas as pessoas com mais renda teriam direito ao voto. Exclui-se cidadãos livre pobres, negros, mulheres ...
Estabelecimento do Catolicismo como religião oficial do Brasil, sendo a Igreja subordinada ao Estado; vai ser um dos motivos futuramente da queda do próprio Império quando há conflitos entre interesses da Igreja e do Estado.
Rol de direitos fundamentais amplos para a época.

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