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MATERIA epidemio

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São Paulo, 31 de julho de 2012
 Epidemiologia - Estudo da distribuição e dos fatores determinantes de estados 
relacionados a saúde ou a eventos em populações específicas e a aplicação dsse estudo para 
controlar problemas de saúde (LAST, 1995).
 Microbiologia - Estudo dos organismos microscópicos e de suas atividades. Preocupa-se 
com a forma, a estrutura, a reprodução, a fisiologia e o metabolismo e a identificação dos seres 
microscópicos. Inclui o estudo da sua distribuição natural, suas relações recíprocas e com outros 
seres vivos, seus efeitos benéficos e prejudiciais sobre os homens e as alterações físicas e 
químicas que provocam em seu meio ambiente.
 Saúde - Resultante das condições de alimentação, habitação, educação, renda, meio 
ambiente, trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade, acesso e posse de terra e acesso a 
serviços de saúde (VIII Conferência Nacional de Saúde, 1986). Uma vez que todas as variáveis 
estejam adequadas, a saúde estará adequada também. Na prática da gestão pública, no entanto, 
essas variáveis estão em diferentes setores. Isso dificulta a promoção da saúde integral e o que o 
gestor ambiental pode fazer é facilitar o diálogo entre os diferentes setores.
 Doença Ambiental - Condição polissintomática resultante de processos de desregulação 
do sistema imunológico desencadeados por alimentos, alérgenos e substâncias químicas que 
levam a desordens físicas e mentais. A poluição atmosférica, por exemplo, aumenta a quantidade 
de gordura em ratos. Se isso for verdade também para a espécie humana, então fundamenta-se 
melhor a razão para doenças cardiovasculares serem as maiores responsáveis por mortes no 
mundo.
 Saúde Pública - É a ciência e a arte de promover, proteger e recuperar a saúde por meio 
de medidas de alcance coletivo e motivação pública (OMS). Dentro da saúde pública, a saúde 
ambiental refere-se a todos os aspectos da saúde humana, incluindo a qualidade de vida, 
determinados por fatores físicos, químicos, biológicos, sociais e psicológicos no meio ambiente. 
Também se refere à prática de valorar, corrigir, controlar e evitar aqueles fatores do meio 
ambiente que potencialmente possam prejudicar a saúde de gerações atuais e futuras (OMS, 
1993).
 A aplicação da microbiologia vai muito além da influência direta de microrganismos na 
saúde, Isso, porque diversos elementos que constituem as variáveis que resultam na saúde sofrem 
interferência de microrganismos. Por exemplo, a utilização de microrganismos como facilitadores 
de decomposição de embalagens, ou pela sua fermentação para produção de biocombustíveis. A 
aplicação desses conhecimentos que envolvem a gestão ambiental, a epidemiologia e a 
microbiologia possibilita a criação de condições mais propícias para o desempenho humano.
São Paulo, 7 de agosto de 2012
 A microbiologia básica se preocupa com características morfológicas (tamanho, forma), um 
conhecimento já construído e que continua sendo usado. A composição química, por outro lado, é 
um campo que continua avançando. Tem-se estudado estruturas moleculares, por exemplo. O 
grande problema da biologia molecular é o custo das técnicas de pesquisa, que não podem ser 
incorporadas em rotinas de monitoramento, principalmente ambiental. Quando se considera o 
Brasil como um país em desenvolvimento, é preciso definir prioridades.
 As características fisiológicas (necessidades nutricionais específicas e condições 
necessárias ao crescimento e reprodução) são as condicionantes de como o organismo se 
desendolve e se perpetua. Elas e também, naturalmente, as atividades bioquímicas (modo de 
obtenção de energia pelos microrganismos). É preciso procurar quais as condições necessárias no 
ambiente para que tais organismos não desapareçam. Uma vez chegado ao fator limitante para 
existência do organismo, pode-se controlar sua presença. Se for um microrganismo prejudicial à 
saúde humana, o conhecimento de suas características fisiológicas e atividades bioquímicas são 
essenciais para o seu extermínio.
 Características genéticas são importantes para o estudo de hereditariedade e variabilidade 
de genótipos e sua evolução. Estudar tais fenômenos em microrganismos é um estudo laboratorial 
mais simples e facilitado, de forma que auxilia a compreensão dos mesmos processos em 
macrorganismos. Além disso, outras características têm sua importância na microbiologia básica, 
como as características ecológicas (ocorrência natural dos microrganismos no ambiente e sua 
relação com outros organismos), o potencial de patogenicidade dos microrganismos e a 
classificação que é feita sobre eles (relação taxonômica entre os grupos do mundo microbiano. A 
classificação biológica tende a ser mais perene, mas a amplitude da gestão ambiental envolve 
classificações menos permanentes, de teor social.
 OS POSTULADOS DE KOCH (1880)
1. Um microrganismo específico pode sempre estar associado a uma doença. (Pode, mas não 
necessariamente, ou seja, há doenças que não são causadas por microrganismos.);
2. O microrganismo pode ser isolado e cultivado em meio de cultura pura, em condições 
laboratoriais;
3. A cultura pura do microrganismo produzirá a doença quando inoculada em animal 
suscetível. (Na verdade, a cultura produz infecção, pois a doença é a manifestação dos 
sintomas.);
4. É possível recuperar o microrganismo inoculado do animal infectado experimentalmente.
 Logo após tais postulados surge uma primeira classificação, feita em função da coloração 
GRAM (1884). Em 1892 foi isolado o primeiro vírus, em um vegetal, por IVANOVSKI. O termo 
“microbiologia” foi formalizado como área de conhecimento apenas em 1899. Em 1900, foi 
possível isolar o primeiro vírus causador de doenças humanas, o da febre amarela.
 Os sistemas vivos têm uma série de características, como metabolismo, reprodução/
crescimento, diferenciação, comunicação, movimentação e evolução. Não somente para 
microrganismos, como também para seres humanos. É importante destacar, para os 
microrganismos, que a movimentação não é necessariamente expressa apenas por estruturas 
flageladas. O deslocamento vetorial também é uma maneira de movimentação, por exemplo.
 A classificação é a maneira de se estabelecer um arranjo no qual notadamente se usa a 
especiação. Em microrganismos, usa-se outros critérios, porque a espécie apenas não é o 
bastante. A classificação biológica visa estabelecer a diversidade entre organismos, tentando 
demonstrar a riqueza de espécies em número, e a representatividade dessas espécies no meio. A 
biodiversidade garante que todas as funções ecossistêmicas sejam desempenhadas 
constantemente.
 Estabelecida uma classificação, é preciso conseguir reconhecer um indivíduo e classificá-lo. 
Identificar é uma descrição e caracterização mais detalhada dentro de grandes grupos. 
Orientações básicas para a classificação são: nunca alocar um organismo em duas classes 
diferentes, e ao final da classificação não deve haver nenhum organismo sem classe. Quando aos 
tipos de classificação, elas podem ser:
- morfológicas: tamanho, forma e arranjo das células, incluindo também estruturas celulares 
internas;
- nutricionais e do meio em que crescem: nutrientes, temperatura, luminosidade, etc. É um 
método muito utilizado, e junto com as classificações metabólicas é o método mais usado para a 
definição de espécies;
- metabólicas: reações bioquímicas realizadas pelos microrganismos como importantes 
indicadores paras os fins taxonômicos;
- antigênicas: são importantes para a identificação dos microrganismos. Antígeno é o nome mais 
genérico possível para a identificação de um corpo estranho dentro de outro corpo. Um antígeno 
tem sempre alguma estrutura em si que ativa o sistema de defesa do organismo onde ele está. O 
mecanismo de funcionamento de vacinas é se apropriar dos antígenos e introduzi-los nos 
corpos, forçando o sistemade defesa a produzir anticorpos. No caso, é introduzido apenas um 
pedaço do antígeno, ou ele morto/enfraquecido;
- patogênicas: ao homem, animais ou vegetais;
- genéticas: que tem maior importância taxonômica
 Existemo outros critérios de classificação, como por exemplo a classificação por risco, 
utilizada mais na área da saúde. São eles: a estabilidade do agente, a profilaxia terapêutica, a 
endemicidade/capacidade de disseminação, a gravidade da infecção ou o modo de transmissão. 
Em função desses critérios, pode-se estabelecer as classes entre risco alto/baixo e individual/
coletivo. Baixo risco individual e coletivo configuram organismos que não causam doenças em 
humanos e animais. Mas também é possível haver riscos limitados, alto risco individual e baixo 
risco coletivo (limitação na transmissão) e alto risco individual e coletivo.
São Paulo, 14 de agosto de 2012
 Em microbiologia, lida-se com células que usam muito ou todo o seu repertório genético. 
Isso, porque trata-se de apenas uma célula desempenhando todas as funções. Em comparação, 
para cada função específica no organismo humano, é acionada apenas uma parte do material 
genético em células especializadas. Por serem organismos pequenos, há um aumento na 
velocidade de trânsito de nutrientes e produtos de excreção. É uma vantagem na absorção de 
nutrientes e eliminação de toxinas, já que todas as trocas são aceleradas. Isso se dá de maneira 
inversamente proporcional ao tamanho, e é o método mais adaptativo para a sobrevivência desses 
organismos na biosfera, já que quanto menor a célula, maior a atividade metabólica, e portanto 
maior a velocidade de crescimento (fato que, em microrganismos estimula a duplicação), aumento 
as populações.
 A melhor relação entre a superfície membranosa pelo volume da célula é para a célula 
esférica (coco). Para hepatócitos, que são células quase cúbicas, a relação entre área e volume é 
muito menor. Para microrganismos, é importante que haja bastante superfície de troca na célula. 
Este é o ideal.
 As estruturas essenciais nos microrganismos são:
- parede celular (externa à membrana plástica e que impede as células de se arrebentarem. 
Humanos não possuem.); 
- membrana citoplasmática (parede semipermeável que permite a ancoragem de proteínas que 
garantem o formato mais ou menos constante da célula e que formam canais de passagem de 
componentes ao meio externo. Essas proteínas muitas vezes também se movimentam enquanto 
à membrana, ou seja, elas podem grudar em algum corpo fora da célula, girar e inserir esse 
corpo no ambiente interno do organismo.)
- citoplasma (ribossomos e nucleóide)
 Externo à parede celular, há:
- glicocálice (uma cama de açúcares e gorduras com algumas prorpiedades antigênicas. É como 
um apêndice);
- flagelos (utilizados na movimentação);
- filamento axial (espiroquetas)
- fímbrias (usadas na locomoção ou adesividade. Diferentemente dos flagelos, que são pouco 
numerosos e bastante longos, as fímbrias são muito numerosas e cobrem toda a célula. São 
especialmente importantes para a adesividade de microrganismos em superfícies.).
 As estruturas externas à parede são normalmente antigênicas. Dentre os corpos estranhos 
ao nosso organismo, existem corpos específicos que são causadores da reação de nosso sistema 
imunológico, chamados de epítopos. Afetando essas estruturas., afeta-se a parece celular e o 
organismo sai prejudicado.
 Esporos e cistos são formas de resistência. Os endósporos são impermeáveis a corantes e 
termoresistentes. Eles ficam dentro de bactérias e permitem que elas resistam a técnicas de 
esterilização por calor. Também são indetectáveis por serem impermeáveis. Cistos são formas de 
resistência à dessecação. Quando um organismo precisa de uma umidade mínima que não é 
atingida, ele encista, tornando-se inativo, e aguarda o retorno da umidade ao mínimo necessário. 
É um mecanismo muito importante para a sobrevivência de bactérias patogênicas no meio. 
Exósporos são formas de reprodução que se destacam das bactérias. Elas podem ser dispersas 
pelo vento/água/animais, e, encontrando as condições adequadas, voltam a funcionar 
normalmente.
 Em relação às formas de obtenção de energia, há a diferenciação entre auto e 
heterotróficos. Mas, além disso, há também uma diferenciação entre a fonte de carbono 
(orgânico/inorgânico). A fonte de energia também pode ser a luz ou compostos orgânicos. 
Organismos quimioautotróficos usam CO2, mas sua fonte de energia são compostos inorgânicos, 
como é o exemplo das bactérias nitrificantes. Quimioheterotróficos não produzem seu pr´øprio 
alimento, usando carbono e energia de compostos orgânicos. São fungos e protozoários. 
Fotoautotróficos são todos aqueles que fazem fotossíntese utilizando CO2 e luz, como algas e 
cianofíceas. Fotoheterotróficos consomem compostos orgânicos e usam luz, característico de 
algumas bactérias. É um mecanismo bastante interessante para a sobrevivência, por exemplo, em 
ambientes eutrofizados. São organismos adaptados com pigmentos que permitem a absorção de 
outros comprimentos de luz. Por fim, heterotróficos são consumidores, como saprófitos 
(decompositores), comensais ou parasitas.
 São três as formas de obtenção de energia: a fermentação, a fotossíntese, e a respiração. 
Na prática, o que existe é uma grande gama de microrganismos que consegue usar qualquer um 
dos três mecanismos, dependendo das condições do ambiente. A fermentação é um processo que 
não precisa de oxigênio assim como a fotossíntese. A respiração anaeróbia também pode ocorrer 
sem O2. Anaeróbias estritas são bactérias para as quais o oxigênio é tóxico. Mas a grande maioria 
das bactérias anaeróbias são facultativas, podendo utilizar ou não O2. Bactérias aeróbias podem 
ser classificadas em obrigatórias (necessitam de O2 para sua respiração), facultativas (utilizam O2 
quando ele estiver disponível, mas em sua ausência praticam respiração anaeróbia ou 
fermentação) e microaerófilos (bactérias para as quais há uma exigência bastante específica da 
concentração de O2, que normalmente deve ser baixa). As bactérias anaeróbias podem ser 
classificadas em aerotolerantes, para as quais o O2 é indiferente, pois seu metabolismo é por 
fermentação, ou obrigatórias, para as quais o O2 é letal, fazendo co que elas pratiquem 
fermentação ou respiração anaeróbia.
 Nutrientes são divididos em macro (C, H, O N, S) e micronutrientes (Mg, Ca, Fe, K e Zn), 
variando em função da quantidade deles que é utilizada. Micronutrientes são normalmente 
cofatores em processos enzimáticos. Existe uma série de reações que no nosso metabolismo 
normal precisam de enzimas para ocorrerem em uma velocidade adequada. Os micronutrientes, 
em grande parte, são estruturas que se ligam às enzimas e aos substratos que serão catalisados. 
Macronutrientes são estruturas fundamentais para a produção de açúcar, aminoácidos e ácidos 
nucléicos.
 Fatores ambientais delimitantes da presença de microrganismos num ambiente são 
principalmente pressão osmótica, luz, temperatura, pH e O2. Temperaturas muito altas deformam 
estruturas enzimáticas, impedindo a catalisação de reações e portanto prejudicando o 
metabolismo. Temperaturas baixas simplesmente são redutoras do metabolismo. Os organismos 
podem ser classificados, em função da temperatura, em psicrófilos (15-20ºC), mesófilos 
(25-40ºC), que incluem todos os organismos patogênicos para os seres humanos, termófilos 
(40-85ºC) e hipertermófilos (acima de 85ºC). Hipertermófilos são bactérias muito destacadas por 
sua resistência a temperaturas de esterilização. A faixa de tolerância do pH é muito mais estreita 
do que a da temperatura. 
 Quando os fatores ambientais não são favoráveis aos organismos, uma parte deles morre, 
mas outra sofre mutações devido à pressão de seleção. Auxotrofia é a perda de uma enzima de 
via biossintética, é uma mutação prejudicialà bactéria. Perder uma enzima é perder uma 
possibilidade de percorrer uma via biossintética, mas é um processo que ocorre naturalmente, 
como a perda de uma das maneiras de obtenção de energia. Outra mutação é a alteração da 
sensibilidade ao frio ou termossensibilidade. A perda ou modificação da cápsula, flagelos e 
pigmentação, por sua vez, pode ser prejudicial ou benéfica. A perda de adesão da cápsula facilita 
a deriva, e portanto a locomoção. A pigmentação é bastante adaptativa, podendo favorecer a 
absorção de luz em outros comprimentos. Mutações também podem desenvolver resistência a 
drogas e antissépticos.
São Paulo, 21 de agosto de 2012
 Quanto mais adverso o ambiente, ou seja, mais improvável de se encontrar vida, maior a 
importância do estudo da genética dos microrganismos que conseguem sobreviver nele. Isso 
sempre cria a busca por um equivalente no ser humano, talvez capacitando-o a fazer o mesmo. O 
tempo evolutivo para um microrganismo é muito diferente, podendo haver várias gerações em 
apenas um dia. Encontrar poucos organismos de uma espécie pode, sim, significar que ela está 
em extinção, mas também pode significar que ela está colonizando aquele espaço, se adaptando. 
São várias as estratégias adaptativas dos microrganismos, permeando a versatilidade metabólica 
em função das substâncias encontradas no meio, adaptações estruturais e formas de propagação 
eficientes e diversificadas. Quanto aos fatores limitantes em um meio, pode-se pensar na 
presença e concentração de nutrientes que controla a velocidade de crescimento dos organismos, 
mas também depende da capacidade de absorção de nutrientes da eficiência na conversão do 
alimento. Condições favoráveis são expressas pelo acúmulo ou síntese de substâncias de reserva.
 Pode-se citar, dentre os mecanismos de adaptação: a síntese de pigmentos em 
ambientes de alta luminosidade, traduzida em mudar de cor ou aproveitar energia da luz, de 
forma que essa alteração é importante quando, por exemplo, um organismo vive em águas 
cristalinas e elas passam por um processo de eutrofização; estruturas de adesão com fluxo de 
líquidos, importantes sobretudo diante da mudança de um ambiente lêntico para lótico); 
vacúolos gasos como estruturas de flutuação em ambientes aquáticos; a alteração em vias 
sintéticas que se refletem em maior infectividade ou mecanismos de resistência para 
organismos patogênicos; e a mudança de pigmentos para absorção de outros comprimentos 
de onda.
 Em relação aos ambientes aquáticos, existe uma diferença na biota superficial e mais 
profunda, principalmente por causa da turbidez e da quantidade de oxigênio. Rios, represas, lagos 
e regiões marinhas são ambientes com alta concentração de matéria orgânica, fato que sempre 
favorecerá as bactérias heterotróficas. Onde houver O2, haverá consumo desse gás na oxidação 
do material orgânico como forma de obtenção de energia. Amônio é uma molécula que favorece 
bactérias litotróficas aeróbias, que degradam minerais e a partir disso utilizam o produto como 
fonte de energia. São bactérias que produzem nitrato que pode ser reduzido a NO2 por bactérias 
heterotróficas que fazem respiração anaeróbia.
 O solo é o principal reservatório de diversidade microbiana, dividida em muitas 
comunidades. A maior parte das espécies é desconhecida, embora as suas funções não sejam tão 
misteriosas. Os microrganismos podem ser fitopatogênicos, prejudicando plantas, endofíticos, 
favorecendo-as, ou micorrizas, tipos de fungos associados às raízes. As camadas mais 
superficiais do solo são aeradas e por isso nota-se a presença de bactérias heterotróficas 
aeróbias.
 A concentração de metais pesados afeta muito os microrganismos. Um exemplo é a 
bioacumulação, quando a concentração do metal no organismo é maior do que no ambiente. Em 
algum momento isso passa a prejudicá-lo. Os metais também podem precipitar, adsorver e 
volatilizar (principalmente o mercúrio, que é transformado em metil-mercúrio pelas bactérias, e 
que por ser volátil acaba sendo expulso da célula e entregue à atmosfera). Quanto à toxicidade 
dos metais pesados:
- Altas concentrações de Hg, Pb, Zn, Ni, Cu e Cd podem romper a membrana celular (de todos os 
organismos, não somente dos micro);
- Danos ao DNA: Hg, Pb, Cd e As;
- Inibição da síntese proteica: Hg, Pb e Cd;
- Inibição de atividade enzimática: Hg, Pb, As, Cd e Cu;
- Desnaturação de proteína: Hg, Pb e Cd;
- Inibição de divisão celular: Pb, Cd, Hg e Ni.
 Em resposta, os microrganismos desenvolvem mecanismos adaptativos de resposta ao 
aumento da concentração dos metais, como:
- Alterações na barreira de permeabilidade (externa à parede celular);
- Transporte ativo do metal para fora da célula;
- Sequestro intracelular do metal por ligação proteica (visando inibir as ações tóxicas dentro da 
célula, como em uma complexação);
- Detoxificação enzimática (transformar o metal em um composto menos tóxico que depois será 
eliminado);
- Redução da sensibilidade (mutação), fazendo com que a presença do metal não provoque amis 
danos tão grandes.
 Por suas diversas habilidades metabólicas e adaptativas, os microrganismos acabam 
possuindo uma função bastante útil para os humanos, de caráter não apenas ambiental. Alguns 
exemplos de sua aplicação são:
- Bioprospecção: localização, avaliação e exploração legal (uso permitido com inúmeras 
precauções e regulamentações) da diversidade de vida num ambiente para fins comerciais na 
indústria (tratamento dos efluentes) ou remoção de poluentes. É descobrir um uso que aumente 
a eficiência de algum processo que naturalmente não ocorreria. O uso mais comum é de 
bactérias;
- Biotecnologia Ambiental: qualquer tecnologia que utilize sistemas biológicos para eliminar 
poluentes ambientais, aumentar e melhorar a produção agrícola de forma sustentável, e outras 
aplicações;
- Biorremediação: é um tipo de bioprospecção e biotecnologia mas que é específica para a 
remoção de poluentes. É o uso de microrganismos para detoxificar ou degradar poluentes, 
sendo um processo natural ao qual se adiciona alguma bioestimulação ou bioaumento que 
favoreçam esse processo;
- Compostagem: conversão de resíduos alimentares em húmus por degradação bacteriana (em 
geral bactérias termofílicas, que vivem melhor de 55 a 60ºC);
- Biofilmes: comunidades de microrganismos nos quais alguns deles desenvolvem papeis 
específicos, que podem viver aderidas a superfícies ou suspensas em solução, e podem ou não 
estar envoltas por uma matriz de exopolímeros. Podem ser utilizadas em reatores de sistemas 
de tratamento de efluentes, mas podem causar danos à saúde, indústria e ao ambiente;
- Biossensores: dispositivos eletrônicos para detecção qualiquantitativa de espécies químicas ou 
biológicas;
- Mapeamento de espécies.
 Em se tratando de microrganismos patogênicos, é necessário fazer algumas distinções na 
nomenclatura. É dado o nome de agente patogênico ao agente gerador de doença, sendo ele 
químico, físico ou biológico. O agente etiológico é o causador da doença. Ele também pode ser 
químico ou físico, mas normalmente é biológico. Sempre que se usa o agente etiológico, ele deve 
vir obrigatoriamente acompanhado da doença que ele causa. Já o agente infeccioso é 
necessariamente biológico. Ele é o causador da infecção.
 Pensando em agentes veiculados pelo ar, falamos em vírus, bactéria, fungos e aerossóis 
(pequenas e numerosas gotículas que podem conter microrganismos). Aerossóis e poeiras 
normalmente estão associados a infecções respiratórias, e existem várias fontes deles, como 
pessoas infectadas, brocas dentárias, sistemas de ar condicionado, águas contaminadas, poeiras 
com microrganismos do solo em suspensão. Todos os agente veiculados pelo ar tem 
minimamente alguma habilidade de viver fora do organismo (pensando no agente patogênico ao 
homem). Por ser veiculado pelo ar, ele necessariamentetem algum mecanismo de resistência para 
se manter vivo na atmosfera entre um hospedeiro e outro.
São Paulo, 28 de agosto de 2012
 Diferentemente do ciclo de transmissão de doenças, que se foca no agente infeccioso, a 
cadeia do processo infeccioso é mais abrangente. Seu estudo envolve também o hospedeiro, o 
ambiente, e outros elementos, buscando um elo fraco que possa ser quebrado, acabando com o 
processo. São chamadas de doenças infecciosas (ou transmissíveis) justamente por envolverem a 
passagem de um hospedeiro para outro, então parece natural que seja um estudo válido apenas 
para doenças que incluem algum microorganismo. O que caracteriza uma doença infecciosa é a 
presença de um agente infeccioso e seus produtos tóxicos (toxinas), ao passo que são deslocados 
de um reservatório a um hospedeiro suscetível, seja direta ou indiretamente.
 Por exclusão, todas as outras doenças podem ser consideradas não transmissíveis. 
Normalmente, observa-se cronicidade nelas, mas a presença dessa característica não é absoluta. 
Essas doenças envolvem uma grande gama de fatores de risco chamados de rede causal, 
podendo ser exógenos ou endógenos (fora ou dentro) ao indivíduo. Nessa rede, todos os fatores 
são importantes, e os principais estudados são os graus de suscetibilidade e a exposição aos 
fatores de risco.
 O primeiro elemento da cadeia do processo infeccioso é o próprio agente, 
obrigatoriamente com origem biológica e grau variado de complexidade. Em algum momento do 
seu ciclo de vida, ele é inserido em outro organismo, causando infecção (“penetração e 
desenvolvimento ou multiplicação de agente infeccioso, podendo ou não gerar doença”). A doença 
acontece quando, uma vez ocorrida a infecção, manifestam-se sinais e sintomas. Ou seja, a 
doença é a manifestação desses dois elementos diferentes. Sinais são elementos objetivos, 
quantificáveis, podendo ser medidos sem interferência do psicológico emotivo. Exemplos claros 
de sinais são a diferenciação de temperatura e a pressão sanguínea. Já os sintomas, por outro 
lado, não são medidos, mas relatados pelo indivíduo.
 Quanto ao agente infeccioso em si, notam-se diversas propriedades diferentes. O primeiro 
deles é chamado de infectividade, que diz respeito à facilidade do organismo em se proliferar, 
fortemente atrelado ao mecanismo de transmissão. Microrganismos de transmissão direta têm 
muita facilidade para mudar de organismo, configurando uma alta infectividade. Doenças que 
envolvem vetores têm alta infectividade, já que há muita facilidade de penetração nos 
hospedeiros, possibilitando o desenvolvimento do microrganismo. Por outro lado, são doenças 
sempre dependentes de outro organismo para existirem. Doenças sexualmente transmissíveis 
também têm alta infectividade, mas são limitadas por faixa etária e comportamento (como vida 
sexual ativa, por exemplo).
 A patogenicidade é a capacidade de produzir sinais e sintomas no hospedeiro. Sua 
importância é ainda maior quando as manifestações são típicas da doença, facilitando o 
diagnóstico. Dor de cabeça e febre são sintomas/sinais bastante comuns, pois são de doenças 
com baixa patogenicidade, que podem então ser confundidas entre si. Relacionada à 
patogenicidade, a virulência é medida pela existência de casos graves ou fatais. Ou seja, doenças 
com alto índice de mortalidade específica matam são consideradas de alta virulência.
 Imunogenicidade é a capacidade do agente infeccioso de reagir com o organismo 
hospedeiro induzindo imunidade. É uma propriedade importante para a elaboração de vacinas, de 
forma que sua implicação última é justamente a produção das vacinas. Casos de cura espontânea 
são exemplos de alta imunogenicidade de uma doença.
 Existem duas outras propriedades estudadas mais em função do microrganismo do que da 
doença em si. Estão bastante atreladas, dizendo respeito às condições de vida do microrganismo. 
As formas de resistência envolvem a dependência do hospedeiro. Quanto mais resistente for o 
microrganismo fora das condições ideias de desenvolvimento (dentro do hospedeiro), melhor para 
a perpetuação da doença. A permanência do agente infeccioso no ambiente externo, onde ele 
precisa sobreviver, depende altamente das formas de resistência que ele apresenta. Ao mesmo 
tempo, é chamada de valência ecológica a capacidade do microrganismo de continuar vivo diante 
de condições não ideais. Organismos que sobrevivem numa larga faixa de pH, por exemplo, são 
organismos com alta valência ecológica, são organismos generalistas.
 Pode-se chamar de hospedeiro qualquer organismo que oferece condições de manutenção 
para um agente infeccioso em qualquer fase da vida. É onde o agente infeccioso se aloja. Em 
relação às propriedades do hospedeiro, basicamente ele é resistente ou suscetível. Ser resistente 
é ter imunidade. Esta, por sua vez, pode ser ativa ou passiva, cada uma podendo ser natural ou 
artificial. Ter uma imunidade ativa significa desenvolver naturalmente a imunidade, quando o 
organismo se apropria do que ele recebe e consegue eliminar a doença. Imunidade desenvolvida 
diante de uma infecção configura uma resistência ativa e natural, sem necessidade de elementos 
externos ao corpo. Vacinas, por outro lado, são antígenos inseridos dentro do corpo que 
estimulam o organismo a produzir imunidade, configurando portanto imunidade ativa artificial. A 
imunidade passiva é decorrente da inserção do próprio anticorpo no organismo, de forma que o 
hospedeiro não precisa produzir nada, apenas administrar o que lhe é dado. A amamentação é um 
exemplo de imunidade passiva natural, enquanto transferência de soro é um exemplo de 
imunidade passiva artificial.
 A resistência natural tem uma importância especial, por ser produzida naturalmente pelo 
organismo. A facilidade de um organismo em se defender de uma doença é extremamente 
interessante para a espécie, favorecendo-o dentre os outros. Uma vez que possa ser 
compreendida de onde vem a capacidade de produzir naturalmente imunidade em outras espécies 
a doenças que são fatais aos seres humanos, isso representará um grande avanço na medicina, 
possibilitanto novas formas de combate às doenças.
 Além disso, é preciso compreender como o hospedeiro se comporta no ambiente diante da 
presença de uma doença. São várias as razões para a infecção de um hospedeiro. Se ele não 
estiver infectado, então ou ele não foi exposto ao agente infeccioso ou ele é resistente. Usa-se o 
termo reservatório para identificar o local ou ser vivo onde o agente infeccioso se multiplica e 
partir do qual pode atingir um novo hospedeiro. Assim, o reservatório pode se tornar uma fonte 
de infecção, à medida que que o agente infeccioso passe para um novo hospedeiro a partir desse 
objeto/indivíduo/local. Hospedeiros infectados podem ser sintomáticos ou assintomáticos, 
dependendo das manifestações da doença. Um indivíduo que está infectado mas não está doente 
é chamado de portador. Uma das razões possíveis para a não manifestação da doença é a fase de 
incubação na qual o agente infeccioso pode estar (vindo a manifestar sintomas apenas 
posteriormente). Outra possibilidade é o hospedeiro já ter passado da fase clínica, estando com 
uma boa saúde, mas ainda sendo portador e proliferando a infecção, sendo chamado de 
convalescente crônico.
 A cadeia em si é formada por um reservatório que transfere o agente infeccioso ao 
indivíduo suscetível, podendo ser por um veículo, objeto no qual o agente se multiplica ou 
consegue resistir, ou por um vetor, que é um ser vivo. Vetores podem ser mecânicos ou 
biológicos. Os mecânicos são aqueles nos quais o agente infeccioso normalmente fica na parte 
externa do corpo. Os biológicos, por sua vez, são aqueles nos quais o vetor também é um 
hospedeiro. Os elos da cadeia são os mecanismos de eliminação do agente de um hospedeiro e 
penetração desse agente em outro. Quanto às vias de eliminaçãodo agente, elas são fatores do 
próprio agente etiológico, do ambiente físico e social. Por outro lado, as vias de penetração são 
fatores exclusivamente do novo hospedeiro.
 É chamado de período de incubação o intervalo entre a infecção e a manifestação dos 
sinais/sintomas. O período de latência é uma denominação usada mais comumente para agentes 
físicos e químicos. A latência é uma fase na qual o indivíduo já teve contato com o agnete mas 
ainda não manifestou nenhum sinal, podendo ter portanto uma longa duração. Costuma-se 
confundir período de incubação com período de transmissibilidade, que é o tempo em que se 
pode transmitir a doença a outros suscetíveis. São períodos normalmente coincidentes. A 
transmissão ocorre normalmente enquanto ainda não foram manifestados os sintomas, 
justamente para que a doença não seja notada.
 Contaminação é um termo usado para objetos ou partes do corpo. Seres vivos são 
infectados, e coisas são contaminadas. As infecções ocorrem quando o agente infeccioso já 
penetrou o organismo. O termo infestação é usado para alojamento, desenvolvimento e 
reprodução de artrópodes na superfície do corpo ou abrigo (humano ou animal).
 Quanto às possibilidades de transmissão, elas podem ser diretas ou indiretas. Transmissão 
direta ocorre quando há exposição mínima do agente infeccioso ao ambiente. Ela pode ser 
imediata, causada pelo próprio contato físico, ou mediata, sendo ocasionada pela liberação das 
gotículas de Fludge durante a fala. A transmissão indireta é feita sempre mediante a existência 
de algum veículo ou vetor.
 Qualquer medida que visa prevenir ou atenuar as doenças, suas complicações e 
consequências (incluindo o tratamento) é chamada de profilaxia. Outro mecanismo possível de 
profilaxia é o isolamento das fontes de infecção, bem como o tratamento dos infectados, a 
vigilância dos casos e dos contatos entre infectados e não infectados. O controle da cadeia do 
processo infeccioso só é possível com o seu estudo, e nos permite avaliar a possibilidade de 
eliminar e erradicar a doença.
São Paulo, 11 de setembro de 2012
 Em se tratando de eventos em saúde, a quantificação deles pode se tornar extremamente 
útil como ferramenta de gestão. Medir a saúde é um processo que possibilita diversos fins, como a 
caracterização (notadamente epidemiologia descritiva), o estabelecimento de comparações (no 
tempo e espaço), a avaliação de medidas preventivas e terapêuticas, e de impactos de eventos 
diversos. O nível de saúde de um grupo ou população pode ser medido através de variadas 
quantificações diferentes. Por exemplo, podem ser medidos os fatores de risco e de proteção, 
sejam eles no indivíduo, na população ou no ambiente em que estão inseridos. Também podem 
ser medidos os eventos em saúde propriamente ditos, como seriam campanhas de vacinação ou 
diagnóstico precoce, dados clínicos e laboratoriais, casos de doenças, mortes, etc.
 É chamado coeficiente a razão entre eventos reais e eventos potencias:
COEFICIENTE = Eventos Reais / Eventos Potenciais
 É chamado índice a razão entre um evento específico e o total de eventos:
ÍNDICE = Evento Específico / Total de Eventos
 São usados indicadores de saúde para reunir informação relevante sobre atributos e 
dimensões do estado de saúde, bem como do desempenho do sistema de saúde. Em conjunto, 
eles devem refletir a situação sanitária de uma população e servir para a vigilância das condições 
de saúde. Pensando, agora, em estudos feitos sobre uma população em determinado tempo e 
local, surgem dois conceitos para indicar as condições sanitárias. É chamado incidência o número 
de casos novos num local e período definido. Sabendo o tempo que se pretende analisar, então é 
possível quantificar quantos novos doentes foram observados dentro deste tempo, ignorando 
aqueles que estavam doentes nesse período, mas já haviam sido notados anteriormente. Por outro 
lado, é chamado de prevalência o número total de casos existentes naquele local e período. Ou 
seja, todos aqueles que estavam doentes durante o período estudado são contabilizados.
 Sobre a prevalência, as variações no seu valor podem dar diversas ideias sobre as 
condições atuais da doença estudada. Por exemplo, se é notado um aumento na prevalência, 
então pode-se presumir que há uma maior sobrevida dos pacientes, já que mais deles continuam 
vivos para serem contabilizados. Pode haver também um aumento da incidência, indicando que a 
doença está se disseminando mais. Do ponto de vista técnico, pode até ser que tenha existido um 
aprimoramento das técnicas de diagnóstico, facilitando reconhecer os doentes. Por outro lado, se 
a prevalência diminui, então pode-se presumir que talvez haja uma menor sobrevida dos 
pacientes, causada possivelmente por uma alta letalidade da doença. Ao mesmo tempo, pode ser 
também que a incidência tenha diminuído, e por isso a prevalência notou-se menor. Talvez 
também tenha havido um certo aumento no número de curas.
São Paulo, 18 de setembro de 2012
 Indicadores de doenças devem ter várias características. Primeiro, é preciso pensar na 
mensurabilidade do indicador. Os dados devem estar disponíveis para que o indicador seja 
facilmente identificado, por que encontrá-lo não deve representar uma dificuldade no teste. Além 
disso, o indicador deve responder às prioridades de saúde, denotando sua relevância.
 Um recurso mais eficiente dá mais retorno em menos tempo, enquanto um mais efetivo 
justificaria o investimento de tempo e recursos. Recursos podem ser efetivos, mas um será mais 
eficiente do que o outro. Por isso, em testes de indicadores de doenças, há uma relação custo-
efetividade que deve sempre ser avaliada. A validade de um instrumento pode ser tanto para 
indicadores quanto para ferramentas de diagnósticos. Ela é a capacidade de medir o que se 
pretende, a habilidade de distinguir quem tem e quem não tem a doença. O indicador é uma 
medida simples para avaliar uma situação, então ele deve ter validade, que se baseia em duas 
características complementares: a sensibilidade e a especificidade. A sensibilidade é a 
capacidade de detectar o fenômeno analisado (a proporção de verdadeiros positivos).
SENSIBILIDADE = Verdadeiros Positivos / Total de Doentes
 A especificidade, por sua vez, é a capacidade de não confundir um fenômeno com o outro, 
é a capacidade de detectar apenas o fenômeno analisado (proporção de verdadeiros negativos).
ESPECIFICIDADE = Verdadeiros Negativos / Total de Não Doentes
Resultado Doentes Não Doentes Total
Positivo 80 100 (Falso Positivo) 180
Negativo 20 (Falso Negativo) 800 820
Total 100 900 1000
 Sensibilidade = 80/100 = 80%
 Especificidade = 800/900 = 89%
 É importante que os instrumentos sejam bastante sensíveis e bastante específicos, pois 
especificidade baixa culmina normalmente na confusão entre parasitas. Dificilmente um 
instrumento será bom em ambas as premissas. A confiabilidade é a propriedade de reproduzir os 
mesmos resultados quanto aplicados em condições similares. Um instrumento bastante confiável 
é aquele em que sempre que as medidas forem repetidas, os resultados serão extremamente 
próximos.
 O rastreamento é um processo de busca ativa de casos. Nele, é preciso sair em busca de 
pessoas para fazer um exame procurando diagnosticar casos. É feito com algumas ferramentas de 
diagnósticos, avaliadas com as mesmas características que os indicadores (deve ter sensibilidade, 
especificidade, confiabilidade e validade). Ele é importante com o aparecimento de doenças novas.
 Para definir se uma doença é um problema de saúde pública, há uma série de 
considerações a serem feitas. Primeiramente, é preciso situar tudo no tempo e no espaço. Depois, 
é preciso reconhecer a natureza, extensão, severidade e significância desse problema, qualquer 
que seja. A extensão é dada pela infectividade, a severidade com a quantidadesde casos graves 
(virulência), gerando um impacto individual, familiar e social. A significância diz respeito sobre o 
significado da doença naquela localidade. Também é preciso considerar o interesse da 
comunidade, a prevalência, a gravidade e a possibilidade de controle. A prevalência de uma 
doença dá noção da persistência de uma doença naquela localidade, da magnitude. A 
possibilidade de controle é um fator de extrema importância para a caracterização de uma doença 
como problema de saúde pública. Hoje em dia, existem indicadores para avaliar a carga da 
doença, o impacto (inclusive econômico). São contabilizados os gastos do sistema de saúde, 
quantos dias o indivíduo deixa de trabalhar, quantos anos de vida ele perde potencialmente.
São Paulo, 25 de setembro de 2012
 A história natural da doença é a descrição de todos os eventos que propiciam o início 
biológico da doença. Ela é um modelo que amplia a cadeia do processo infeccioso, incluindo 
momentos anteriores, avaliando tudo que facilita o contato entre o indivíduo e o hospedeiro, até o 
desfecho. É uma forma de estimar o prognóstico (como vai evoluir). Inclui também o espectro 
clínico da doença (infectados - casos graves - quantos podem morrer). A grande aplicabilidade do 
modelo é estabelecer momentos e propostas mais adequadas para diagnosticar as doenças, 
criando formas de prevenção e evitando o óbito. Também é´um meio de comparar a eficiência de 
medidas profiláticas. Mais uma vez, não se pode confundir os termos eficácia/eficiência/
efetividade. Eficácia é uma característica dos instrumentos, a eficiência é custar menos, e a 
efetividade é a capacidade de aplicar um instrumento eficaz.
 Para o modelo da HND, em cada fase da história há um nível de prevenção. A prevenção 
primária é prévia ao estímulo da doença. É como evitá-la, já que se está lidando com pessoas que 
ainda estão saudáveis, pensando em protegê-las. Ela pode ser dividia em dois níveis, de forma 
que o primeiro nível diz respeito à promoção da saúde (desenvolver uma série de frentes 
adequadamente para melhorar a saúde em si, não se tratando de doenças. É um nível do qual 
participam todos os presentes na sociedade), enquanto o segundo trata de uma proteção 
específica para aquela doença (é o caso do controle físico de vetores para doenças transmitidas 
por eles, e a distribuição de vacinas, que é a criação de uma barreira imunológica). O período pré 
patogênico, quando são aplicados esses dois níveis de prevenção, necessita do conhecimento do 
tipo de agente, dos fatores individuais (série de características biológicas do indivíduo, incluindo 
até mesmo o comportamento).
 Uma vez que o estímulo incide na população, parte das pessoas pessoas passam a 
manifestar a doença. Tudo que ocorre entre a infecção e o desfecho da doença envolve prevenção 
secundária. Mais dois níveis de prevenção são distinguidos, então. O terceiro é o diagnóstico 
precoce e o quarto é o tratamento específico. Para estimular o diagnóstico precoce é preciso fazer 
com que pessoas que estão se sentindo bem façam uma visita ao sistema de saúde, procurando 
descobrir a infecção. O objetivo, assim como o do tratamento específico, é evitar o 
desenvolvimento da doença. O tratamento específico é o medicamento. Não havendo tratamento 
específico (como é o caso de quase todas as doenças virais), há o tratamento de suporte, que é 
remediar efeitos da doença (por exemplo, se a doença causa desidratação, o tratamento de 
suporte é hidratar o paciente).
 A prevenção terciária corresponde ao quinto nível, dizendo respeito aos indivíduos que 
desenvolveram incapacidade por causa da doença. O quinto nível é a reabilitação, principalmente 
física, do indivíduo, dando suporte também à família. Também deve haver o preparo da sociedade 
para receber de volta o indivíduo.
 Para os três tipos de prevenção, destacam-se três períodos diferentes da história natural 
da doença. O primeiro período é notadamente o pré patogênico, ocorrendo previamente à 
detecção da doença. Depois, havendo um estímulo à infecção, começa o período de patogênese, 
formado pela fase assintomática, notadamente um período de incubação ou latência, e uma fase 
clínica, que ocorre com a manifestação dos sinais e sintomas da doença, demandando tratamento 
médico. O terceiro período é posterior ao desfecho, podendo envolver a morte do indivíduo, a sua 
cura ou então a sua cura com sequelas.
 As medidas preventivas aplicáveis durante a HND têm diferentes graus de aplicação. São 
elas:
- Prevenção: enfrentar ou interceptar uma causa conduz a prevenir ou fazer cessar seu efeito;
- Controle: manter a doença em níveis toleráveis. É um preparo feito aos postos de saúde, por 
exemplo;
- Eliminação: a doença deixa de ser transmitida e o quadro epidemiológico é mantido. Porém, há 
o risco de retorno do problema; É um termo técnico. Eliminar uma doença é interromper a sua 
transmissão, mas a qualquer momento ela pode voltar. DIferentemente da erradicação, que é 
uma eliminação a longo prazo, sem transmissão possível futura; 
- Erradicação: medidas que levam ao desaparecimento do agente e da doença. É um conceito que 
se aproxima da extinção biológica do organismo.
São Paulo, 2 de outubro de 2012
 Pensando nos estudos feitos sobre doenças num determinado espaço e tempo, cabe definir 
qual a metodologia epidemiológica que será aplicada. Os estudos podem ser classificados de três 
diferentes formas: hipótese, intervenção ou referencial de tempo. Estudos de hipótese podem ser 
tanto descritivos quanto analíticos. Estudos de intervenção podem ser experimentais ou 
observacionais. Estudos referenciais de tempo podem ser transversais ou longitudinais. Estudos 
observacionais (hipótese) não alteram a realidade dos envolvidos. O pesquisador procura locais 
com a realidade que ele deseja estudar, e compara ela com uma realidade controle. São os 
estudos mais importantes na epidemiologia. Os estudos epidemiológicos podem durar pouco ou 
muito tempo, podendo ser diferenciados pelo seu referencial de tempo. Estudos transversais são 
de curta duração, enquanto estudos longitudinais são mais longos. Sempre que se falar em 
estudos transversais, pensa-se em estudos observacionais individuais e analíticos.
 A epidemiologia descritiva é um processo de construçãod o quadro epidemiológico da 
sociedad estudada. Ela se baseia, definido o que vai ser avaliado (principalmente se for saúde da 
população), em explicar principalmente quais são os fatores de morbidade e mortalidade da 
população, bem como quais são os fatores de risco e de proteção envolvidos. O tripé da 
epidemiologia descritiva é é formado pela caracterização de eventos ou fatores relacionados à 
saude com base na pessoa, no tempo e no lugar.
 Quanto ao lugar, é preciso avaliar topografia, clima, hidrografia, meio biológico e os 
fatores antrópicos (infraestrutura, pavimentação, permeabilização). Em relação à pessoa, no 
mínimo é preciso saber sexo e idade. Outros fatores também interferem bastante, como raça (a 
questão racial foi deixada de lado por implicar em discriminação, mas seu estudo é´importante 
em casos como de anemia falciforme, que é uma doença que só acomete negros). Ao incluir a 
questão étnica, pensa-se em um conjunto de valores culturais, como religião, higiene, convívio. 
Ocupação, condição socieconômica e estado civil são fatores predominantemente sociais que 
tambem influenciam principalmente na questão do autocuidado. Em relação ao tempo, é preciso 
definir uma unidade de tempo (dia, semana, mês, ano, século) e uma frequência de avaliação, já 
que ambos os fatores podem variar muito. O ideal é a frequência de avaliação contínua (sistema 
de vigilência epidemiológica), mas a doença pode não ser regular, constituindo uma epidemia. Só 
a avaliação no tempo permite inferir a ocorrência ou não de uma epidemia. Uma vez respondidas 
todas essas questões, o pesquisadortraçou o quadro epidemiológico daquela sociedade naquele 
tempo e lugar.
- Epidemia: ocorrência de casos de uma doença acima do número de casos esperado para 
determinada localidade;
- Endemia: presença contínua ou prevalência usual da doença numa determinada localidade. Não 
é preciso ser 100% constante, já que a doença pode ser sazonal, por exemplo. O importante é 
que ela se repita;
- Pandemia: epidemia em escala intercontinental;
- Diagrama de Controle: gráfico 
montado com eixo x = tempo, e 
eixo y = incidentes de uma doença. 
Faz-se a média da incidência de 
casos nos últimos dez anos (pelo 
menos) em todos os meses, 
construindo uma linha no gráfico. 
Depois, faz-se mais duas delas, uma 
somando o desvio padrão (1,64x) e 
outra subtraindo. Há então três 
linhas. Definido o período, passa-se 
a plotar no gráfico a linha de incidências da doença estudada naquele tempo. Se essa linha 
ultrapassar o limite superior (incidência + limite padrão), então constitui uma epidemia. Se a 
doença é nova, isso também deflagra alerta de epidemia. Uma doença desconhecida é 
obrigatoriamente epidêmica.
 Estudos analíticos são os testadores de hipótese. Nos estudos experimentais, quem 
administra os fatores é o pesquisador. Os estudos de intervenção controlados têm um grupo de 
teste e um grupo de controle, onde a intervenção não atua, e portanto se espera um índice de 
casos baixo ou nulo. Existem estudos experimentais sem grupo de controle, quando a doença é 
rara ou quando não há tratamento, então o pesquisador não tem referência de como agir.
 Experimentos para a avaliação de fatores causais podem ser feitos com animais de 
laboratório. A grande vantagem é utilizar animais com tendências semelhantes às humanas. 
Também há linhagens específicas bem melhor determinadas do que na nossa espécie. O principal 
é o controle de variáveis independentes, como é a alimentação por exemplo. A grande 
desvantagem é ter que extrapolar os resultados do experimento para os humanos. Experimentos 
em humanos só podem ser feitos se houver embasamento empírico com animais ou fatos 
cientificamente estabelecidos e se os indivíduos forem voluntários. Normalmente, os primeiros 
estudos experimentais com humanos são feitos com participantes doentes, passando só depois a 
experimentar com humanos saudáveis.
São Paulo, 9 de outubro de 2012
 Estudos ecológicos são feitos analisando sempre grupos, com características médias. Não 
se pensa mais no indivíduo, mas na agregação de valores. Nunca há a distribuição conjunta das 
variáveis, pois quando os dados são coletados individualmente, é possível acompanhar 
exatamente cada indivíduo e fazer quaisquer perguntas a eles, o que não acontece em estudos 
ecológicos. Ao mesmo tempo, sempre há um congelamento dentro do estudo. Ou se estuda o 
mesmo grupo em épocas diferentes, acompanhando-o, ou se estuda grupos diferentes em 
momentos semelhantes. Tenta-se sempre preservar algum fator.
 Os estudos exploratórios são bons para criar hipóteses, levando sempre às mais 
plausíveis. Busca-se identificar algum padrão temporal ou espacial que possa sugerir uma 
etiologia ambiental, pois é analisada a frequência da doença em vários locais ao mesmo tempo, ou 
num local em vários momentos. A incidência reflete risco, e a prevalência reflete a magnitude do 
problema. Como os estudos costumam ser de curta duração, a prevalência é a mais interessante. 
As fontes de dados sempre serão grandes bancos de dados. Como se trabalha com dados 
agregados, é bom sempre recorrer a grandes bancos de informação, como a CETESB, por exemplo. 
É como se trabalha com dados gerais. A média anula o efeito dos extremos, mas valores médios 
podem não corresponder à realidade de ninguém. Quando o número de casos observados for 
pequeno, haverá uma maior variabilidade nas taxas estimadas. Lugares próximos tendem a 
apresentar taxas mais parecidas que regiões distantes.
 Estudos de séries temporais buscam avaliar mudanças na taxa de exposição de uma 
doença em uma população geograficamente definida ao longo do tempo. Toda vez que há 
mudança no critério de classificação de uma doença, pode haver mudanças na quantidade de 
doentes da população. Como são estudos de curta duração, usa-se sempre a prevalência, e ainda 
assim é preciso cuidado. Por exemplo, se o período de latência for longo sendo que a doença não 
é infecciosa, é preciso ter noção de que os dados poderiam ser coletados apenas quando os sinais 
e sintomas se manifestarem. Não é um bom estudo quando o período de latência é notadamente 
longa ou muito variável (já que é possível pegar períodos em que todos os indivíduos estão em 
latência ou então que poucos indivíduos manifestaram e a maioria está em latência).
 Uma grande limitação do estudo é a impossibilidade de obter a distribuição conjunta das 
variáveis que representam a exposição e a doença de interesse. Mesmo que sejam incluídos 
fatores mais distais no estudo da doença, como a causa, a distribuição conjunta (saber sobre as 
condições de exposição e de ocorrência da doença) não acontece. As hipóteses que levam em 
conta o nível individual ficam então comprometidas. Se por um lado, em estudos experimentais há 
o problema da extrapolação, aqui há o problema inverso. O que se observa no grupo não 
necessariamente vale para o indivíduo, fenômeno chamado de falácia ecológica (inferir a nível 
individual o que foi observado para a população). É um estudo inadequado para estudar eventos 
menos graves, já que os dados ficam comprometidos por serem dificilmente contabilizados. Os 
bancos de dados sobre saúde e meio ambiente também não são sempre comparáveis. O estudo 
epidemiológico sempre vai ter limitações. Uma limitação constante em todos os estudos e curta 
duração é a perda da relação causal com a causa precedendo o efeito, já que os dados são todos 
coletados ao mesmo tempo.
 Para minimizar os erros, o ideal é sempre trabalhar com populações homogêneas, assim há 
uma menor variabilidade da exposição intra-área com unidades menores de análise e valores 
menos distantes da média. Ao comparar populações, é ideal que elas sempre tenham os mesmos 
elementos que tornem possível sua comparação. Também é necessário considerar todas as 
características da doença. Esses estudos permitem o estudo de populações muito grandes, 
chegando até a níveis de país. São estudos relativamente fáceis, rápidos e baratos. A abordagem 
ecológica pode ser útil para investigar a ocorrência de conglomerados de doença em áreas 
geográficas relativamente pequenas.
 Estudos de prevalência também são chamados de estudos transversais, seccionais ou 
cross-sectional. São estudos focados nos fatores de risco ou de proteção associados a doenças 
observadas. Podem ser observacionais (tratando apenas da coleta de dados num ponto no tempo), 
descritivos (tratando da frequência e distribuição de variáveis relacionadas ao procesos saúde-
doença na população) ou analíticos (tratando da associação entre exposições - fatores de risco - e 
efeito - doença ou agravo). A amostragem não pode ser selecionada para evitar vícios, deve haver 
representantes de todos os grupos da população. Assim, ao final, serão reconhecidos quatro 
grupos diferentes: casos expostos ao fator (a), não casos expostos ao fator (b), casos não 
expostos ao fator (c) e não casos não expostos ao fator (d). Calcula-se a prevalência de cada 
grupo, buscando encontrar a influência do fator no aparecimento de casos.
Fator Doentes Não doentes Total
Expostos a b a + b
Não Expostos c d c + d
Total a + c b + d a + b + c + d
 A razão de prevalências é dada pela razão da prevalência entre expostos pela prevalência 
entre não expostos. Ou seja:
RAZÃO DE PREVALÊNCIA = casos expostos ao fator (a) / total de pessoas expostas ao fator (a+b)
 
 casos não expostos ao fator (c) / total de pessoas não expostas ao fator (c+ d)
DIFERENÇADE PREVALÊNCIA = Pe - P0
 Se é procurado o fator causal da doença, é esperado haver mais doentes entre os expostos. 
Se o fator analisado é de proteção, então é mais esperado haver doentes entre os não expostos.
 SUPOSIÇÃO COM APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE ESTUDOS EPIDEMIOLÓGICOS
 Supondo que seja necessário fazer um reconhecimento de uma população definida num 
tempo e num espaço. O primeiro estudo a ser feito é um descritivo, um traçado do perfil 
epidemiológico daquela sociedade naquele tempo. Naturalmente, a construção desse perfil leva a 
um estudo de prevalência, porque a partir do perfil descritivo você escolherá linhas de pesquisa, 
onde provavelmente serão notados casos mais recorrentes de doença. Supondo, agora, que o 
estudo de prevalência tenha indicado, para aquele período, uma alta quantidade de casos de 
Chagas na população. A partir disso, é preciso recorrer a outros estudos para compreender como 
isso ocorre na população estudada. Uma maneira é através de um estudo de caso-controle 
(analítico e longitudinal), em que os casos são os doentes e obviamente o controle são os não 
doentes. Nesse estudo, é desenvolvida uma comparação buscando um fator de risco ao qual são 
(ou não) expostos os indivíduos. Você parte do evento para buscar o fator de risco. Outro estudo 
válido depois do estudo de prevalência é um estudo de coorte (também observacional, analítico e 
longitudinal), onde você vê os expostos ao risco e os não expostos ao risco e busca o desfecho. É 
um estudo que parte do fator de risco para o evento, ao contrário do caso-controle. No caso, um 
estudo de série temporal não é válido, uma vez que o período de latência da doença pode chegar 
a vinte anos. Não faz sentido avaliar por 20 anos a população, formando vários retratos 
epidemiológicos (vários estudos de prevalência em uma frequência definida). Talvez fosse válido 
criar um estudo de série temporal do vetor, buscando não a prevalência, mas a simples presença 
do vetor da doença em determinado período. Um estudo de série temporal de infestação de 
barbeiros, por exemplo.
 Chegado à conclusão de que a infestação de barbeiros é maior no período chuvoso. Sendo 
assim, foi identificado um fator ambiental contribuinte, possivelmente de risco. Partindo disso, 
pode ser criado um estudo experimental (obrigatoriamente analítico), onde vai haver intervenção 
com o grupo escolhido. Essa intervenção, que constituirá uma alteração na realidade dos 
indivíduos pode levar à confirmação ou rejeição da hipótese construída com base no fator 
ambiental observado. Estudos experimentais também são naturalmente individuais, porque não é 
possível criar um estudo ecológico experimental. Não é possível alterar a realidade de toda uma 
população. Por outro lado, estudos ecológicos normalmente constroem um perfil histórico, 
podendo ser de curta ou longa duração, dependendo da qualidade dos bancos de dados. Se o 
banco de dados for bem organizado e preciso, então é possível estabelecer um estudo 
longitudinal, mas não havendo uma continuidade nos dados, é mais recorrente estudos ecológicos 
de curta duração.

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