Buscar

O Poder Judiciário

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 3, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 6, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você viu 9, do total de 10 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

O Poder Judiciário
Introdução
O presente trabalho tem por escopo, apresentar a estrutura do Poder Judiciário, bem como sua composição, competência e principais características.
A matéria abordada é de inesgotável pesquisa, reconhecendo a sua complexidade abordaremos de forma sucinta os aspectos fundamentais.
Os órgãos da jurisdição, órgãos de um dos poderes da soberania, estão dispostos segundo uma disciplina traçada pela própria soberania, respeitando à sua investidura, posição e acesso nos quadros da magistratura, condições e garantias do exercício de suas funções, e ainda à distribuição de suas atribuições.
A organização judiciária brasileira é estabelecida pela Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 05 de outubro de 1988, no Título IV – Da Organização dos Poderes, Capítulo III - Do Poder Judiciário, artigos 92 a 126.
1-Composição do Poder Judiciário no Brasil
O Poder Judiciário no Brasil se encontra estruturado com base em princípios e determinações postos na Constituição Federal, em Lei Complementar e legislação ordinária. O sistema adotado se caracteriza pela ausência de flexibilidade. Só pode ser alterado por Emenda Constitucional, o que dificulta mudanças que se tornam imperiosas em face da existência de fatos que as exigem de imediato.
A visão estrutural do Poder Judiciário se extrai do texto da Carta Magna. Esta dispõe no art. 92 da CFB que os órgãos do Poder Judiciário são:
•	O Supremo Tribunal Federal;
•	O Superior Tribunal de Justiça;
•	Os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais;
•	Os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios;
•	Os Tribunais e Juízes do Trabalho;
•	Os Tribunais e Juízes Eleitorais;
•	Os Tribunais e Juízes Militares.
2-Independência Do Poder Judiciário
Os três poderes da República são independentes e harmônicos entre si, conforme reza o art. 2º da Constituição Federal. Mas a independência do Poder Judiciário se reveste de características especiais, porque nela está a sua própria força. Sendo sua função específica de compor conflitos de interesses pela aplicação da lei aos casos, concretos, ou seja, julgar, fazer justiça, indispensável é que seus órgãos se caracterizem por sua insuspeição e serenidade e, pois, deverão gozar da mais absoluta independência, sem o que não se sentirão em condições de julgar. A independência do juiz, para ser completa, deverá ser interna e externa, isto é, jurídica e política.
Alem da independência política e estribada nela, existe ainda a denominada independência jurídica dos juizes, a qual se retira o magistrado qualquer subordinação hierárquica no desempenho de suas atividades funcionais, o juiz subordina-se somente a lei, sendo inteiramente livre na formação de seu convencimento e na observância dos ditames de sua consciência.
A hierarquia dos graus de jurisdição traduz uma competência de derrogação e não uma competência de mando de instancia superior sobre a inferior.
As garantias do poder judiciário como um todo: Ao poder judiciário a constituição assegura a prerrogativa de autogoverno, que se realiza através do exercício de atividades normativas e administrativas de auto-organização e de auto-regulamentação. Na ordem constitucional brasileira, a garantia do autogoverno compreende ao lado da autonomia administrativa, a financeira consistente na prerrogativa de elaboração de proposta orçamentária (art.99) e na gestão das dotações pelos próprios tribunais.
As garantias do art 96 da constituição visam essencialmente a estabelecer a independência do poder judiciário em relação aos demais poderes. Mas se é absoluta essa independência no que respeita ao desempenho de suas funções, não se pode dizer o mesmo no tocante a organização do poder judiciário, a qual depende freqüentemente do poder executivo ou do legislativo, quando não de ambos.
3-O Supremo Tribunal Federal (arts. 101 a 103, CF)
Com sede na capital da união e competência sobre todo o território nacional, ( art. 92, par. Um.), o supremo tribunal federal representa a ápice da estrutura jurídica nacional e articula-se quer com a justiça comum, quer com as especiais. O supremo é a máxima instancia de superposição, em relação a todos os órgãos de jurisdição.
Trata-se do órgão de cúpula do Poder Judiciário brasileiro, com a função principal de "guarda da Constituição". Compete-lhe a relevante atribuição de julgar as questões constitucionais, assegurando a supremacia da Constituição Federal em todo o território nacional. Todavia, o Supremo Tribunal Federal não é uma Corte exclusivamente constitucional, pois diversas outras atribuições foram-lhe conferidas pela Constituição (CF, arts. 102 e 103). Observa-se, ainda, que a defesa da Carta Política não é tarefa exclusiva sua. Compete a todos os poderes constituídos assegurar a supremacia da Constituição, e o Poder Judiciário pode exercer o controle da constitucionalidade de forma centrada e em abstrato ou difusa e em concreto.
O Supremo Tribunal Federal é composto de onze Ministros nomeados pelo Presidente da República, após prévia aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal. São cidadãos com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e reputação ilibada (CF, art. 101 e parágrafo único). Só brasileiros natos podem integrar a Suprema Corte do Brasil (CF, art. 12, § 3º, IV).
São inúmeras as competências do Supremo Tribunal Federal, fazendo com que um grande número de causas sejam decididas por essa Corte, em razão de competência originária ou recursal. A essa alta Corte, denominada, pela relevância, Suprema Corte ou Excelso Pretório, compete, principalmente, apreciar as questões constitucionais.
4-Superior Tribunal de Justiça (arts. 104 e 105, CF)
O Superior Tribunal de Justiça é órgão do Judiciário criado pela Constituição de 1988 com a finalidade de julgar as questões federais da Justiça Comum no Brasil, assegurando a supremacia da legislação federal em todo o País, bem como a uniformidade de interpretação entre os tribunais das normas emanadas da União. Exerce essas atribuições ao julgar, em sede de recurso especial, as questões federais de competência da Justiça Estadual e da Justiça Federal Comum, anteriormente concedidas ao extinto Tribunal Federal de Recursos e ao Supremo Tribunal Federal. A prevalência e a uniformidade de interpretação das leis federais, que antes eram de competência do Supremo Tribunal Federal, foram transferidas para esse novo órgão, com a clara finalidade de diminuir o volume de causas que chegam ao órgão de cúpula do Poder Judiciário no Brasil.
O Superior Tribunal de Justiça é composto de, no mínimo, trinta e três Ministros nomeados pelo Presidente da República, dentre brasileiros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade, de notável saber jurídico e ilibada reputação, após a aprovação da escolha pelo Senado Federal. Um terço dentre juízes dos Tribunais Regionais Federais, 1/3 dentre os Desembargadores dos Tribunais de Justiça e 1/3, em partes iguais, dentre advogados e membros do Ministério Público Federal e Estadual.
O superior tribunal de justiça dispõe de supervisão administrativa e orçamentária sobre a Justiça Federal ( const., art.105, par. Um.). Compreende-se esse dispositivo, no contexto da inexistência de um órgão centralizado da cúpula da Justiça Federal, cuja segunda instancia e representada pelos plurimos Tribunais Regionais Federais distribuídos pelas capitais de Estado.
O superior tribunal de justiça não diz rigorosamente a ultima palavra sobre todas as causas, mas a sua situação sobranceira às justiças o qualifica como tal. Embora em situações diferentes, tanto quanto o supremo ele julga causas que já hajam exaurido todas as instancias das justiças de que provem. Pela competência que lhe da a Constituição Federal apresenta-o como defensor da lei federal e unificador do direito.
Ao Superior Tribunal de Justiça compete principalmente apreciar "questões federais", julgando os recursos especiais interpostos contra decisões dos Tribunais Regionais Federais e de TribunaisEstaduais, quando a decisão recorrida:
•	Contrariar ou negar a vigência de lei federal;
•	Der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal (CF, art. 105, III).
5-Organização Da Justiça Federal
Os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais
Compete aos tribunais regionais:
Processar e julgar, originariamente:
1.	Os juízes federais da área de sua jurisdição, incluídos os da Justiça Militar e da Justiça do Trabalho, nos crimes comuns e de responsabilidade, e os membros do Ministério Público da União, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
2.	As revisões criminais e as ações rescisórias de julgados seus ou dos juízes federais da região;
3.	Os mandados de segurança e os habeas data contra ato do próprio Tribunal ou de juiz federal;
4.	Os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;
5.	Os conflitos de competência entre juízes federais vinculados ao Tribunal;
6.	Julgar, em grau de recurso, as causas decididas pelos juízes federais e pelos juízes estaduais no exercício da competência federal da área de sua jurisdição.
E aos Juízes Federais compete:
As causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou residente no País; as causas fundadas em tratado ou contrato da União com Estado estrangeiro ou organismo internacional; os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral; os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no País, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente; os crimes contra a organização do trabalho e, nos casos determinados por lei, contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira; os habeas corpus, em matéria criminal de sua competência ou quando o constrangimento provier de autoridade cujos atos não estejam diretamente sujeitos a outra jurisdição; os mandados de segurança e os habeas data contra ato de autoridade federal, excetuados os casos de competência dos tribunais federais; os crimes cometidos a bordo de navios ou aeronaves, ressalvada a competência da Justiça Militar; os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização; a disputa sobre direitos indígenas.
Tribunais e Juízes do Trabalho
Órgãos da justiça do trabalho são: tribunal superior do trabalho, tribunais regionais do trabalho e juntas de conciliação e julgamento ( const, art.111). O tribunal superior do trabalho,tem sede na Capital Federal e competência em todo o território brasileiro.
Compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídio individual e coletivo entre trabalhadores e empregadores, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta dos Municípios, do Distrito Federal, dos Estados e da União, e, na forma da lei, outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, bem como os litígios que tenham origem no cumprimento de suas próprias sentenças, inclusive coletivas.
Tribunais e Juízes Eleitorais
Compõe-se a Justiça Eleitoral dos seguintes órgãos ( const., art.118): Tribunal superior eleitoral , tribunais regionais eleitorais, juntas eleitorais, juizes eleitorais ( de todos, só as juntas não tem competência penal).
É competência do Tribunal Eleitoral, o direito político-eleitoral.
Os Juízes são os próprios juízes de direito da organização judiciária dos Estados ou do Distrito Federal e as juntas eleitoras são presididas por juízes eleitorais, se bem que a Constituição não mais lhes indica a composição nem as atribuições, remetendo o assunto à lei complementar (art. 121).
Tribunais e Juízes Militares
São órgãos da justiça militares da União dotados de competência exclusivamente penal, o Superior Tribunal Militar e os conselhos de justiça militar (const., art. 122, lei de organização judiciária militar, art 1), estes em primeiro grau de jurisdição.
Compete aos Tribunais Militares processar e julgar os crimes militares definidos em lei. Compete à Justiça Militar estadual processar e julgar os policiais militares e bombeiros nos crimes militares definidos em lei, cabendo ao tribunal competente decidir sobre a perda do posto e da patente dos oficiais e da graduação das praças.
6-Organização Das Justiças Estaduais
A organização das justiças dos Estados pauta-se fundamentalmente pelas regras estabelecidas na constituição ( arts.93-100 e 125 ), bem como pelas ditadas pela ainda vigente lei orgânica da magistratura nacional, pelo futuro estatuto da magistratura ( const., art. 93) e pelas constituições dos estados.
São órgãos estaduais: os Tribunais de Justiça e os de Alçada, onde estes se criarem, e os juízes estaduais, todos da jurisdição ordinária, ou comum, inclusive os Juizados Especiais Cíveis e Criminais (Lei nº 9.099, de 26-9-1995). Também são órgãos estaduais os da Justiça Militar Estadual.
Os Estados, dentro da autonomia política própria das entidades federativas, dispõem de seu próprio Poder Judiciário. Compete-lhes a organização da estrutura de seu organismo judiciário estadual, observados os princípios estabelecidos pela Constituição Federal.
A competência da Justiça Estadual Comum é residual. O que não couber à Justiça Federal Comum, às Justiças Federais Especializadas (trabalhista, eleitoral e militar) e à Justiça Militar Estadual será de sua competência.
A Constituição Federal estabelece a possibilidade de ser criada em cada unidade da Federação, por lei estadual, uma Justiça Militar Estadual, para julgar os crimes militares cometidos por policiais militares e bombeiros militares. Crimes militares são os expressamente definidos como tal na legislação penal militar. Nos Estados em que o efetivo da polícia militar for superior a vinte mil integrantes, é possível a criação, ainda, de um Tribunal de Justiça Militar Estadual. Em primeira instância a Justiça Militar será constituída por Conselhos de Justiça compostos de juízes auditores e oficiais da polícia militar e em segunda instância, pelo próprio Tribunal de Justiça ou pelo Tribunal de Justiça Militar. A Justiça Militar Estadual não possui competência para julgar civis, mas somente policiais militares e bombeiros militares nos crimes militares. Compete à Justiça Comum processar e julgar civis acusados da prática de crimes contra as instituições militares estaduais (Súmula 53 do STJ).
A Justiça Estadual é competente para processar e julgar causas cíveis e criminais que não se incluam entre matérias de competência dos órgãos do Poder Judiciário da União (Justiça do Trabalho, Justiça Federal, Justiça Eleitoral e Justiça Militar Federal) ou da competência da Justiça Militar Estadual.
Tem como órgãos de primeira instância os Juizes de Direito e os Tribunais do Júri, e como órgãos de segunda instância o Tribunal de Justiça e o Tribunal de Alçada. Esses Tribunais, além de processarem e julgarem originariamente causas previstas na Constituição do Estado ou na Legislação infraconstitucional julgam recursos interpostos contra as decisões dos Juizes de Direito, cabendo tão somente ao Tribunal de Justiça processar e julgar os recursos interpostos contra as decisões dos Tribunais do Júri. Compõe ainda a Justiça Estadual Comum, como órgãos jurisdicionais de primeira instância, os Juizados Especiais Cíveis e Criminais, cabendo as Turmas Recursais Cíveis e Criminais o julgamento dos recursos interpostos contra as decisões dos primeiros.
Os membros que compõem o Tribunal de Justiça Estadual,recebem o tratamento de Desembargadores, onde um será o Presidente, três Vice-Presidentes e um Corregedor Geral de Justiça.
Exercendo as atribuições que lhe foram conferidas pela Constituição da República e pela Constituição do Estado, a mais alta Corte do Estado desempenha, por meio de seus órgãos atribuições jurisdicionais e administrativas destacando-se entre estas a de direção do Judiciário estadual.
Alterabilidade Das Leis De Organização Judiciária
As organizações judiciárias locais poderão, observados aqueles princípios, modificar-se conforme as necessidades ou conveniências dos Estados. Um dos princípios a serem observados é o constante do art. 125, § 1.°, da Constituição Federal, que visa a dar certa estabilidade àquelas organizações bem como evitar a influência de outros Poderes do Estado, e que diz: "A competência dos tribunais será definida na Constituição do Estado, sendo a lei de organização judiciária de iniciativa do Tribunal de Justiça".
Em atendimento a esse preceito, a alteração da organização e divisão judiciárias do Estado depende necessariamente de lei proposta pelo Tribunal de Justiça.
7-Servicos Auxiliares Da Justiça
Órgãos principais e órgãos auxiliares
Órgãos do Poder Judiciário são os juízes e tribunais, estes corpos colegiados, compostos de juízes. No desempenho de suas atividades funcionais, os órgãos da jurisdição necessitam de auxílio de órgãos secundários, como os escrivãs, contadores, partidores, oficiais de justiça e muitos outros, aos quais são atribuídas funções integrativas e documentativas da exercida pelos primeiros.
Os órgãos secundários, ditos órgãos auxiliares, estão sujeitos e dispostos a uma disciplina legal concernente à sua investidura, posição e acesso nos respectivos quadros e condições de exercício das funções que lhes são atribuídas. Esse aparelhamento todo funciona tendo em vista a obtenção de um fim, obedecendo, portanto, a uma ordem estabelecida pela lei. É, pois, um aparelhamento que se move dentro de uma organização.
A heterogeneidade das funções auxiliares e dos órgãos que as desempenham dificulta a conceituação da categoria, mas é possível dizer que são auxiliares da justiça todas aquelas pessoas que de alguma forma participam da movimentação do processo, sob a autoridade do juiz colaborando com este para tornar possível à prestação jurisdicional, considerando que os sujeitos principais do processo são necessariamente três (Estado, autor, réu), os auxiliares são pessoas que, ao lado do juiz, agem em nome do Estado no processo para a prestação do serviço devido às partes litigantes.
Tentando uma classificação sistemática dos órgãos auxiliares observa-se inicialmente que há alguns deles que são órgãos permanentes, integrando os quadros judiciários como servidores públicos, e outros são pessoas eventualmente chamadas a prestar colaboração em algum processo (exercício privado das funções publica).
Diz a doutrina que alguns órgãos auxiliares fazem parte do esquema fixo do tribunal (trata-se do oficial de justiça e do escrivão), enquanto que outros constituem o elemento variável (perito, depositário etc), os primeiros participam de todos os processos afetos ao juízo, o segundo apenas a alguns (auxiliares eventuais).
Há, entre as pessoas que cooperam com o juiz no processo, aquelas que ocupam cargos criados por lei, com denominação própria, tais são os auxiliares permanentes da justiça, que serão conforme o caso, servidores integrados no quadro do funcionalismo publico.
Entre os auxiliares permanentes da justiça, costumam receber especial realce da doutrina o escrivão e o oficial de justiça, que fazem parte do esquema fixo dos juízos, participando invariavelmente de todos os processos.
8-Ministério Público
O Ministério Público, no Brasil, é definido no artigo 127 da Constituição Federal como "instituição permanente, essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.". Eis a síntese em sentido amplo, da tão importante e difícil tarefa imposta pela Constituição de 1988 ao Ministério Público. A própria Constituição, no artigo 129, cuidou de estabelecer um elenco de funções institucionais do Ministério Público, dado o infindável campo de relações que demanda a sua interferência. É claro que toda tentativa de Emenda à Constituição voltada para eliminar ou diminuir suas funções, ou que vise a suprimir-lhe alguma das garantias (ou das vedações), indispensáveis para que possa desempenhá-las, será atentatória ao próprio regime democrático e, conseqüentemente, atentatório aos direitos e garantias individuais. Assim, também todas as garantias que lhe são conferidas para que tenha condições fáticas e jurídicas de desempenhar seu papel encontram-se alçados ao nível de cláusula pétrea da Constituição do Brasil.
Por isso, na sua atuação, invariavelmente, o Ministério Público prejudica interesses escusos de poderosos, dentre os quais os do próprio Poder Público, freqüentemente desvirtuado pelos seus governantes, que se elevam ao Poder para lograrem riquezas ilícitas com o dinheiro público
O Que O Ministério Publico Faz ?
O Ministério Público, com o advento da Constituição atual, sentiu-se instalado a todo o seu aspecto de prestação de serviço à comunidade, a qual já ansiava por uma nova concepção de justiça, sendo que seu crescimento iniciou-se no princípio da década de 80, sendo que, nenhuma das Constituições anteriores a Constituição de 1988 deu ao Ministério Público tratamento tão extensivo, não sendo de minúcias que se trata, mas de revesti-lo de prerrogativas e competências inéditas.
O Ministério Público tem a sua razão de ser, na necessidade de ativar o Poder Judiciário em pontos em que se remanesceria inerte, porque o interesse agredido não diz respeito a pessoas determinadas, mas a toda a coletividade. Mesmo com relação aos indivíduos, é notório o fato de que a ordem jurídica por vezes lhes confere direitos dos quais não podem dispor. Surge daí a clara necessidade de um órgão que zele tanto pelos interesses da coletividade quanto pelos dos indivíduos, estes enquanto indisponíveis. Trata-se portanto, de instituição voltada ao patrocínio desinteressado de interesses públicos, assim como de privados, quando merecerem um especial tratamento do ordenamento jurídico.
Sua função é de natureza administrativa. Já no que toca à sua inserção orgânica, a questão não é tão simples. Tem, na verdade, variado nas Constituições, ora aparecendo como integrado ao Poder Judiciário, ora ao Poder Executivo, não sendo poucos os que nele vêem um quarto Poder (órgão), o que é, sem dúvida, uma demasia. O que parece, contudo, infalível é que o grau da sua autonomia e prerrogativas tem características de um autêntico Poder.
a) defesa da ordem jurídica, ou seja, o Ministério Público deve zelar pela observância e pelo cumprimento da lei. FISCAL DA LEI, atividade interveniente.
b) defesa do patrimônio nacional; do patrimônio público e social; do patrimônio cultural, do meio ambiente; dos direitos e interesses da coletividade, especialmente das comunidades indígenas, da família, da criança, do adolescente e do idoso. DEFENSOR DO POVO
c) defesa dos interesses sociais e individuais indisponíveis.
d) controle externo da atividade policial. Trata-se da investigação de crimes, da requisição de instauração de inquéritos policiais, da promoção pela responsabilização dos culpados, do combate à tortura e aos meios ilícitos de provas, entre outras possibilidades de atuação. Os membros do MPU têm liberdade de ação tanto para pedir a absolvição do réu quanto para acusá-lo.
9-Defensoria Pública
A idéia de Defensoria Pública como instituição organizada é, de certa forma, uma idéia recente. No entanto, a consciência de que aos necessitados deve-se garantir o acesso à Justiça e o direito a igualdade, remonta aos tempos mais antigos da sociedade
A Defensoria Pública figura nessa nova percepção de realidade, como agente mestre dessa construção. É instituição responsável pela intermediação doEstado e daqueles grupos denominados de excluídos, com o intuito de quebrar o hiato existente entre esses setores.
Em consonância com essa "assistência judiciária integral" o art. 134, "caput", da CF/88 disciplina:
"A Defensoria Pública é instituição essencial à função Jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a ‘orientação jurídica’ e a defesa, em todos os graus, dos necessitados, na forma do art. 5º, LXXIV".
Podemos notar que amparo legal para a transformação da realidade assistencialista em que hoje nos encontramos, nos foi dado a partir da previsão de um ideal de Defensoria Pública incumbido, não só na defesa dos necessitados, e sim de uma "orientação jurídica" aos necessitados.
A Constituição Cidadã conferiu ao defensor prerrogativas e exigências como conseqüência natural ao novo papel que este deve ocupar na sociedade. Dentre tais garantias insere-se a da inamovibilidade e a vedação ao exercício da advocacia por parte do defensor público fora das atribuições da instituição.
A garantia da inamovibilidade é corolário da feição política que o constituinte deu ao defensor público. Este defensor, independente das ideologias propugnadas pelos chefes do Poder Executivo, Legislativo e Judiciário, tem como compromisso básico à defesa do desprovido de recursos materiais e a construção de sua cidadania. Esta garantia veio assegurar a este profissional do Direito a autonomia de suas posições, com a prerrogativa de não ser passível de sanções de cunho político-administrativo.
Somente assim, pode este profissional manter sua liberdade de expressão e segurança de suas convicções, a fim, de exercer o real perfil de ator social junto à comunidade necessitada, que não raramente tem interesses que convergem frontalmente com os da classe dominadora de nosso país.
Atualmente a função básica da Defensoria Pública é defender em qualquer instância todo cidadão que não tenha recursos para pagar advogados e despesas judiciais quando se encontra diante de uma demanda judicial. Sua atuação deve garantir o princípio fundamental que determina que todos são iguais perante a lei. A Defensoria atua nas áreas cíveis (direito de propriedade, da família etc.), criminal (inclusive nos casos relativos a crianças infratoras), direitos do consumidor e causas coletivas (usucapião, manutenção de posse, reintegração), além de atender recursos especiais (quando os processos atingem as instâncias superiores). É constituída por advogados e o acesso à carreira se dá por concurso público.
10-O Advogado e Suas Funções
O primeiro advogado foi o primeiro homem que, com a influência da razão e da palavra, defenderam os seus semelhantes contra a injustiça, a violência e a fraude.
a Constituição de Federal de 1988 deu estatura à advocacia, institucionalizando-a no Capitulo IV de seu Título IV, da organização dos Poderes, entre as funções essências à Justiça, ao lado do Ministério Público e da Advocacia Geral da União. O artigo 133 consigna que: "O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestação nos exercícios da profissão, nos limites da lei".
Num Estado Democrático de Direito, a atuação do Advogado é indispensável não somente no imenso quadro da administração da Justiça como também no universo dinâmico das relações sociais. É esse tipo de profissional que interpreta a vontade da parte a fim de conduzi-la, pelos meios regulares, ao conhecimento dos poderes públicos e das pessoas físicas ou jurídicas que devem intervir na composição de um interesse ou na solução de um conflito.
Outro ponto a cerca da importância do advogado para a justiça está concentrado nas regras de lealdade processual e atuação consubstanciada na boa-fé, elementos esses que deverão estar aflorados entre os profissionais atuantes.
O código de ética profissional, do Instituto dos Advogados de São Paulo, foi o primeiro do gênero no Brasil e na América do Sul. Servia apenas de "conselho de ordem moral", sem força coercitiva. Ele serviu de referência para elaboração dos códigos dos institutos dos demais estados e até para própria Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
As atividades do advogado se desdobram em duas frentes, sendo: a advocacia judicial e a extrajudicial. A primeira, com caráter predominantemente contencioso ou voluntário. Já a segunda tem caráter preventivo, resume-se em resolver os litígios através de acordos entre as partes, sem provocar o Judiciário.
O advogado é um técnico em direito que representa a parte em suas postulações no processo e no exercício das suas faculdades processuais. É sua exclusividade a capacidade postulatória, sendo absolutamente nulo o processo no qual a parte se faça representar por quem não detém habilitação legal para o exercício da advocacia.
Até o advento da Lei 8.906/94 bastava o bacharel em direito fazer usa inscrição na OAB e com isso adquiria a capacidade postulatória, não sendo necessário nenhum tipo de exame ou prova. Após, a entrada em vigor da Lei 8.906/94 foi instituído o exame da OAB, sendo necessário o bacharel em direito, realizar prova, com obtenção de pontuação mínima, para então poder adquirir o direito de postulação.
Para exercer a profissão de advocacia precisa-se necessariamente ser avaliado pela Ordem dos Advogados do Brasil. Esta avaliação é feita após a conclusão do bacharel em Direito. A partir desta avaliação, será dito se o aluno está apto a ingressar no mercado de trabalho com competência.

Outros materiais