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Departamento de Relações Públicas. Quatro décadas após essa nomeação, em 21 de julho de 1954, vinte e sete (27) profissionais fundaram, em São Paulo, a Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP). Em 1956, o Rio de Janeiro passa a contar com uma regional da ABRP; após, outras regionais foram sendo instaladas em outros Estados. A entidade está presente nos seguintes Estados: Seção Estadual de São Paulo – SESP (São Paulo e Mato Grosso do Sul); Seção Estadual do Rio de Janeiro – SERJ (Rio de Janeiro e Espírito Santo); Seção Estadual de Minas Gerais – SEMG (Minas Gerais); Seção Estadual do Distrito Federal – SEDF (Distrito Federal, Goiás e Mato Grosso); Seção Estadual de Pernambuco – SEPE (Pernambuco, 65 Bacharel em Comunicação Social - Habilitação em Relações Públicas. Especialista em Relações Públicas, e em Projetos de Comunicação - Investigação e Planejamento. Mestre e Doutora em Educação - Área de Concentração: Ensino na Educação Brasileira. Docente da Universidade do Sagrado Coração (USC) de Bauru, atuando junto ao Curso de Comunicação Social – Habilitação em Relações Públicas. Cláudia Peixoto de Moura (Organizadora) 104 Rio Grande do Norte e Paraíba); Seção Estadual do Rio Grande do Sul – SERS (Rio Grande do Sul e Santa Catarina); Seção Estadual do Ceará – SECE (Ceará e Piauí); Seção Estadual de Alagoas – SEAL (Alagoas); Seção Estadual do Pará – SEPA (Pará e Amapá); Seção Estadual da Bahia – SEBA (Bahia); Seção Estadual de Sergipe – SESE (Sergipe); Seção Estadual do Amazonas – SEAM (Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima) e Seção Estadual do Maranhão – SEMA (Maranhão). Apesar da existência dessas regionais, a atuação dos profissionais pertencentes às diretorias, que têm o papel de propiciar desenvolvimento adequado para a área de Relações Públicas no Brasil, tem deixado a desejar. A entidade tem se mostrado ineficaz e distante da realidade da profissão nas diversas regiões do país. As ações são pouco produtivas e os profissionais filiados a ela, independente da região de atuação, têm contribuído para solidificar a imagem de que a entidade tornou-se um grupo fechado. Contudo, ao longo dos anos, a profissão vem apresentando um bom crescimento e, por intermédio de ações bastante caracterizadas, profissionais engajados têm demonstrado que a área de Relações Públicas tem interfaces bem nítidas com as demais profissões, o que a torna multidisciplinar. Com base no exposto, este artigo tem a pretensão de apresentar o desenvolvimento da área de Relações Públicas, desde o surgimento da profissão. Dessa maneira, foi necessário levantar, selecionar, analisar e sistematizar as informações julgadas de maior relevância. Nesse sentido e, com essa preocupação, elaborou-se uma retrospectiva histórica que apresenta os principais fatos, considerados importantes, que marcaram a profissão e o ensino das Relações Públicas. DESENVOLVIMENTO Para descrever os aspectos históricos que acompanharam o desenvolvimento da profissão de Relações Públicas, julgou-se conveniente fazer uma periodização dos fatos, nos âmbitos mundial e nacional, que marcaram a trajetória dessa área. Essa demarcação tem caráter didático e para torná-la mais História das Relações Públicas 105 clara apresenta-se uma divisão em quatro (4) momentos que, a nosso ver, mostram a evolução da profissão. O primeiro momento (l882-1948) chamamos de "emergência da profissão", pois os fatos registrados naquele período assim o justificam; o segundo momento (1949-l968) de "consolidação", porque os acontecimentos históricos e evolutivos tanto em nível mundial como no Brasil assim o requerem; o terceiro momento (1969-1980) de "aperfeiçoamento", pois especificamente, no Brasil, apesar dos fatos adversos da sociedade, é o período em que a profissão é regulamentada, bem como, é nessa época que proliferam os cursos de graduação na área e surge a pós-graduação em Comunicação Social com área de concentração em Relações Públicas. O quarto momento (de l98l até os dias atuais) chamamos de "fundamentação teórico/científica", pois é o período em que se intensifica a discussão e produção científica na área, a despeito dos acontecimentos que têm colocado o país em situação de completa desigualdade com os países do primeiro mundo. 1- PRIMEIRO MOMENTO - EMERGÊNCIA DA PROFISSÃO (1882-1948) Os fatos marcantes dessa primeira etapa referem-se ao aparecimento das Relações Públicas nos Estados Unidos e em alguns países da Europa; é só no final do período que o Brasil e a América Latina dão os primeiros sinais de surgimento dessa área. Nesse primeiro momento é relevante destacar que foi o advento da Revolução Industrial que proporcionou as condições necessárias para que as Relações Públicas surgissem, primeiro nos Estados Unidos e depois em alguns países da Europa. A competitividade entre os donos dos meios de produção e a colocação no mercado de produtos e serviços que viessem ao encontro das necessidades dos consumidores e usuários, criou, entre os empresários da época, a necessidade de utilizar mecanismos eficientes de comunicação para atingir seus públicos. Nesse sentido, tornou-se necessário implementar sistemas de comunicação que levassem em conta técnicas e princípios de Relações Públicas. Cláudia Peixoto de Moura (Organizadora) 106 Foram dados os primeiros passos para a sedimentação da área, aliado a alguns fatos que marcaram a época. Na seqüência, tanto em nível mundial quanto em nível de Brasil, damos destaque para os acontecimentos que marcaram a área de Relações Públicas e que fazem parte de sua história. Em dezembro de 1883, a "The American Bell Telephone Co", de Boston, enviou questionário a seus usuários querendo conhecer a opinião deles sobre os seus serviços. Uma das perguntas foi: "como tem sido as relações entre o público e a companhia de telefone local? Observou alguma melhora?" A empresa, preocupada com seus usuários, empregou instrumentos de Relações Públicas para conhecer a opinião daqueles que utilizavam seus serviços. Já no final do século XIX e meados do século XX, a Universidade de Yale cria um departamento de Relações Púbicas especializado para divulgar a própria universidade. Para a época isso foi uma inovação. Nesse mesmo período, as empresas privadas dos Estados Unidos dedicaram-se ao aperfeiçoamento das relações com seus públicos. Esta preocupação se acentuaria a partir de 1900 e se intensificaria até 1917. As pequenas e médias empresas temiam o "big business". No âmbito educacional, a Universidade de Harvard também cria um departamento especializado de Relações Públicas para divulgar a própria universidade. Também no mesmo período, é fundada a primeira Agência de Relações Públicas nos Estados Unidos, muito embora operassem como Agência de serviços especializados; a "publicity" (propaganda), aliada à divulgação, era o grande trunfo. Entre seus clientes estavam a Universidade de Harvard, Instituto de Tecnologia de Massachusetts e várias companhias ferroviárias. Foi no início do século XX (por volta de 1903) que Ivy Lee, jornalista e publicitário, que viria a ser o grande nome das Relações Públicas nos Estados Unidos, despontou no cenário norte-americano. Ele escrevia artigos para jornais como "press agent" (agente de imprensa), sugerindo um novo tipo de atividade para relacionamento das instituições com seus públicos. As funções exercidas por Lee estavam ligadas à "Publicity" (propaganda) e "Advertising" (publicidade); na época, o profissional admitiu que caberia uma nova atividade de divulgação institucional para obter a compreensão