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1 UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES DE PARINTINS LICENCIATURA PLENA EM CIENCIAS BIOLÓGICAS DAIANA MARIA MOREIRA TAVARES FILO GASTROTRICHA E FILO NEMERTEA Parintins-AM 2015 2 FILO GASTROTRICHA: OS GASTRÓTRICOS O filo Gastrotricha (do grego gaster, “estômago”; trichos,” pelo”) compreende em torno de 450 espécies de pequenos metazoários marinhos, de águas salobras e doces. Muitos gastrótricos possuem uma semelhança superficial com os rotíferos ou ainda com grandes protozoários ciliados (com os quais são frequentemente confundidos). Muitos gastrótricos são meiofaunais e vivem nos espaços intersticiais de sedimentos soltos. Outros são encontrados na superfície de detritos ou entre os filamentos de plantas aquáticas; uns poucos são planctônicos. 1.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS 1. Triploblásticos, bilateral, não-segmentado; 2. Área entre intestino e parede de corpo preenchidas com órgãos e mesênquima soltos, criando efetivamente uma condição de acelomada; 3. Com um a numerosos pares de tubos adesivos; 4. Cutícula bem desenvolvida, formando geralmente placas e espinhas; cutícula exterior composta de várias camadas de unidade-membrana como estruturas; 5. Epiderme em parte celular, em parte sincicial; 6. Ciliação exterior restrita à superfície ventral; com células epidérmicas monociliadas; cílios externos cobertos por camadas externas de cutícula; 7. Intestino completo; 8. Com protonefrídios, mas sem estruturas circulatórias ou troca de gás; 9. Hermafrodita, ou, se dioicos, só fêmeas são conhecidas; 10. Clivagem aparentemente radial, mas não bem estudada; 11. Habitam em ambientes marinho e de água doce; errantes. 1.2. PAREDE DO CORPO, SUTENTAÇÃO E LOCOMOÇÃO O corpo é coberto por uma cutícula de espessura e complexidade variáveis. A parte externa da cutícula compreende de uma a várias camadas; a parte interna é fibrosa e produz os espinhos, as escamas, as placas e outras estruturas de cobertura. Fig. 01. A sustentação é fornecida pela cutícula e pela construção corporal compacta. A maioria se move por deslizamento ciliar, embora algumas das formas mais flexíveis "avancem lentamente”, fixando alternadamente os tubos adesivos, anterior e posterior. A superfície ventral e densamente ciliada. Espinhos cuticulares Tubos adesivos na furca caudal Tronco Cabeça Pescoço Fig.01: Camada externa 3 1.3. ALIMENTAÇÃO A maioria dos gastrótricos se alimenta bombeando pequenos itens alimentares para o trato digestivo pela ação da faringe muscular, ou por correntes ciliares no trato digestivo anterior. Nos macrodasiídeos, tubos faríngeos conectam o lúmen da faringe ao exterior e permitem a liberação do excesso de água ingerido junto com o alimento. Os gastrótricos se alimentam de quase todo material orgânico, vivo ou morto, de tamanho apropriadamente pequeno (protozoários, algas unicelulares, bactérias, detritos). 1.4. SISTEMA NERVOSO E ÓRGÃOS DOS SENTIDOS O gânglio cerebral é uma massa relativamente grande, bilobada, conectada dorsalmente acima da porção anterior da faringe. Um cordão nervoso longitudinal lateral, ganglionar, surge de cada lobo do gânglio central e se estende até a extremidade posterior do corpo. Receptores sensoriais são predominantemente tácteis. Eles ocorrem como espinhos e cerda sobre a maioria de corpo, mas estão concentrados na cabeça. Algumas espécies possuem depressões ciliadas nos lados da cabeça, que pedem ser depressões quimiossensoriais. Algumas espécies contém ocelos pigmentados no gânglio cerebral. 1.5. REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO A maioria das espécies de gastrótricos são hermafroditas ou são conhecidas apenas como fêmeas partenogenéticas. Fig. 02. O sistema masculino inclui um ou dois testículos com dutos espermáticos associados que levam a um único gonóporo na linha média ventral. Em alguns casos, poros masculinos pareados estão presentes; raramente e sistema masculino conecta- se com o trato digestivo posterior. Em pouquíssimas formas (por exemplo, Macrodesys), uma estrutura copulatória chamada órgão caudal está presente próximo ao gonóporo masculino. O sistema feminino inclui um ou dois ovários, localizados logo posteriormente aos testículos nas formas hermafroditas. Os ovários são órgãos bastante difusos, não limitados pela típica cápsula ou camada de tecido. À medida que os ovos são produzidos, estes são liberados em um espaço pouco definido, chamado útero, adjacente aos ovários e associado a um tecido produtor de vitelo ou vitelário. Os ovos são finalmente transportados ato um oviduto ou, mais comumente, a urna área sacular receptora chamada órgão X, que se conecta com o gonóporo feminino. O desenvolvimento nos gastrótricos é direto, e os juvenis eclodem de ovos encapsulados. Embora o tempo de desenvolvimento até a eclosão varie de acordo com o tipo de ovo produzido, a maturação e rápida e os animais geralmente estão sexualmente maduros alguns dias após a eclosão. F ig .0 2 : A n a to m ia in te rn a d e u m g a s tró tric o (C h a e to n o tu s ) 4 1. FILO NEMERTEA Os nemertinos são vermes predominantemente marinhos, mas com representantes de água doce e terrestres. São triblásticos, bilaterais com sistema nervoso, protonefrídios e estruturas sensoriais bem parecidas com os dos platelmintos. Mas possuem um tubo digestivo completo, com um ânus, sistema circulatório fechado e uma cavidade interna diferente, a rincocele, que guarda a probóscide eversível. Eles usam esta estrutura para a captura de presas quando a everte de dentro da boca com forças musculares e hidrostáticas. 1.1. CARACTERÍSTICAS GERAIS 1. Marinho, de água doce ou terrestre; 2.Triploblásticos, [provavelmente] celomado, vermes não-segmentados bilateralmente simétricos; 3. Trato digestivo completo 4. Com protonefrídios; 5. Com gânglio cerebral bilobado que rodeia o aparato da probóscide (não o trato digestivo), e dois ou mais cordões nervosos longitudinais conectados por comissuras transversais; 6. Com dias ou mais camadas de músculos na parede do corpo arranjadas de várias maneiras; 7. Com uma probóscide característica se estendendo dorsalmente ao trato digestivo e envolta por uma câmara hidrostática semelhante ao celoma chamada rincocele; 8. Com um sistema circulatório fechado; algumas espécies com hemoglobina; 9. Maioria é dióica; clivagem holoblástica; desenvolvimento inicial típico de Spiralia, direto ou indireto; 10. Reprodução assexual por fragmentação é comum. 1.2.PAREDE DO CORPO A parede do corpo dos nemertinos consiste em uma epiderme, :uma derme, camadas musculares relativamente espessas circundando o trato digestivo e outros órgãos internos e um mesênquima de espessura variada. A epiderme é um epitélio colunar ciliado. Misturadas entre as células colunares há células sensoriais (provavelmente táteis), células glandulares mucosas e células basais de substituição, que podem estender-se abaixo da epiderme. Fig.03. Abaixo da epiderme está a derme, que varia grandemente em espessura e composição. Em alguns nemertinos (por exemplo, os paleonemertinos), a derme é extremamente fina ou composta de apenas uma camada homogênea gelatinosa; em outros (por exemplo, os heteronemertinos), esta é tipicamente bastante grossa e Fig.03:Extremidade anterior de um paleonemertino( seção longitudinal) 5 densamente fibrosa, e geralmente inclui uma variedade de células glandulares. Abaixo da derme há camadas bem desenvolvidas-de músculos circularese longitudinais. 1.3.SUSTENTAÇÃO E LOCOMOÇÃO Na ausência de qualquer elemento esquelético rígido o sistema de suporte dos nemertinos é fornecido pelos músculos e outros tecidos da parede do corpo e pelas qualidades hidrostáticas do mesênquima. Essas características permitem surpreendentes mudanças tanto em comprimento e forma quanto em seção transversal e diâmetro, características que são intimamente associadas a locomoção e acomodação em locais apertados. A maioria dos nemertinos bentônicos muito pequenos é impedida pela ação dos seus cílios epidérmicos. Um rastro escorregadio é produzido pelas glândulas mucosas da parede do corpo e fornece uma superfície lubrificada sobre a qual o verme lentamente desliza. Nemertinos epibentônicos maiores e a maioria das formas cavadoras empregam ondas peristálticas dos músculos da parede do corpo para impedi-los sobre superfícies úmidas ou através de substrato macio. Nemertinos totalmente pelágicos (certos hoplonemertinos) geralmente derivam ou nadam lentamente. Algumas formas terrestres produzem uma bainha escorregadia através da qual deslizam por ação ciliar e algumas usam sua probóscide para respostas de escape rápido. 1.4.ALIMENTAÇÃO São carnívoros que se alimentam principalmente de anelídeos e crustáceos: alguns podem utilizar animais mortos. Na predação a probóscide é empregada tanto na captura de presas quanto para levá-las à boca para ingestão. A probóscide é evertida e enrolada em torno da vítima. Fig. 04. Probóscide evertida dos nemertinos não-armados enrola-se em volta da presa, enquanto as secreções tóxicas e pegajosas ajudam a segurar e imobilizar a presa. Nos nemertinos armados, a probóscide é evertida até expor o estilete localizado no ápice da probóscide: o estilete golpeia repetidamente a presa, permitindo que as secreções neurotóxicas e citolíticas penetrem no corpo da presa, a presa imobilizada pode ser engolida inteira ou, após uma digestão parcial, seus tecidos são sugados diretamente pela boca. Fig. 04: Arranjo das probóscides nas ordem Palaeonemertea (A), Heteronemertea (B) 6 1.5. REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO Regeneram-se prontamente e reproduzem-se por clonagem ou sexuadamente: a fragmentação é comum nas sp com corpo grande, especialmente quando irritadas; a probóscide desconecta-se do corpo quando evertida; Grande maioria -dióica- existindo hermafroditismo; Sistema reprodutor é muito simples; Gametas desenvolvem-se a partir de células-tronco que se agregam e que se tornam envolvidas por um epitélio, formando uma gônada. Fertilização é externa, na maioria das sp, sendo os ovos postos e dispersos na água marinha ou depositados em tocas, em um tubo ou em cordões gelatinosos. 2. REFERÊNCIA BRUSCA, Richard C., BRUSCA Gary J. Invertebrados. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
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