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As abordagens do processo de ensino e aprendizagem

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As abordagem do
processo de ensino e
aprendizagem:
Tradicional e
Comportamental.
Apresentar o conceito de Abordagens Pedagógica e mostrar como funciona a
Abordagem do processo de ensino-aprendizagem tradicional e
comportamental.
A regra número um para o trabalho do trabalho docente é esta: conhecer os diferentes
caminhos que levam a aprendizagem. Esses caminhos são determinados pela abordagem do
processo de ensino–aprendizagem utilizada pela escola e pelo professor.
Por abordagem pedagógica entendemos a linha teórica que tenta explicar como é desenvolvido
o processo de ensino–aprendizagem. Essa corrente teórica sofre influência social e cultural da época
de seu surgimento, portanto ela se situa historicamente.
O processo de ensino–aprendizagem não ocorre de forma solta, desconectada com os valores
da época em que se insere, o ato de ensinar nunca é neutro, ele, segundo Paulo Freire, é político por
natureza e ao optarmos por uma forma de ensinar estamos realizando uma opção ideológica e
política. Por isso, é fundamental conhecermos os diferentes caminhos que levam à aprendizagem.
Há diferentes formas de encaminhar o processo de ensino–aprendizagem, as principais abordagens são:
 1. Abordagem tradicional·
 2..Abordagem tecnicista·
 3. Abordagem humanista·
 4.Abordagem cognitivista·
 5.Abordagem sociocultural
Neste tópico iremos nos ater a Abordagem Tradicional e a Abordagem Comportamental.
Vamos a primeira ! A Tradicional
Pensar na abordagem tradicional é construir a imagem da escola e do ensino em que o aluno é
visto como um mero reprodutor de conhecimento, um ensino focado no professor, ou seja, cabe a
ele tomar todas as decisões para a construção do currículo escolar, o aluno apenas irá executar as
tarefas determinadas por ele. Nessa abordagem, de acordo com Mizukami (1986, p. 8):
 
O homem é considerado como inserido num mundo que irá conhecer através
de informações que lhe serão fornecidas e que se decidiu serem as mais
importantes e uteis [sic] para ele. É um receptor passivo até que, repleto das
informações necessárias, pode repeti-las a outros que ainda não as possuam,
assim como pode ser eficiente em sua profissão.(MIZUKÇAMI,1986,P8)
A abordagem tradicional engloba uma visão de educação em que o aluno não é sujeito que
constrói seu conhecimento, apenas recebe passivamente as informações selecionadas previamente,
sem poder refletir, criar ou questionar sobre elas. Paulo Freire define essa abordagem
comoeducação bancária. De acordo com ele, essa educação torna o aluno refém do sistema que o
interdita na sua capacidade criativa, o impede se libertar-se.
A educação é compreendida como um produto, pronto e acabado, que é oferecido aos alunos
pela educação formal e institucionalizada. A escola, lugar onde a educação será realizada por meio
de um processo de transmissão de informações que visa “formar” (no sentido de formatar) o
comportamento social do aluno. Alguns defensores dessa abordagem, como Émilie Chartier, Snyders,
acreditam na escola como unicamente um espaço de aprendizagem formal, não um lugar de vida e
de socialização.
Mizukami (1986) explica que o tipo de relação social estabelecido na escola tradicional é
vertical, o professor é visto como a autoridade intelectual e moral para o aluno. Há pouquíssima
possibilidade de ocorrer uma prática pedagógica estruturada na cooperação entre os pares, pois as
tarefas são de natureza que estimula a participação individual do educando.
Na visão tradicional, defende-se a ideia de que o ambiente educacional deve ser rígido e
disciplinado, não permitindo ao aluno se distrair com brincadeiras e conversas. Neste ambiente, de
acordo Freire (2005) cabe ao educando apenas ser o depósito, apenas arquivar as informações. Não
é admitida nessa concepção uma postura de transformação, não se considera o aluno como sujeito
do seu próprio conhecimento. A abordagem tradicional nega a práxis, portanto rejeita todo tipo de
criatividade no processo educativo.
Dentro dessa concepção os papéis são rigidamente definidos, o educador é o sábio que possui
todo o conhecimento já o educando é sempre aquele que nada sabe. Assim, o educador é quem
educa, que pensa, que diz a palavra, o que disciplina, que opta e prescreve o conteúdo, o que faz as
escolhas do processo educativo, é o sujeito do processo, a autoridade suprema. Os alunos em uma
direção inversa são aqueles que não sabem, não pensam, devem escutar docilmente e seguir
disciplinadamente as prescrições do educador, eles têm o papel passivo e devem simplesmente
adaptar-se às diferentes determinações do sujeito do processo (professor).
Faz-se necessário entender que a relação professor–aluno é vertical, o professor conduz seus
alunos em direção aos objetivos educativos, escolhidos por ele e pela escola. A função do professor é
transmitir certos conteúdos e do aluno, reproduzir esses conteúdos de forma passiva.
Para que o processo funcione adequadamente, a metodologia utilizada é da exposição de
conteúdos, pelo professor. Por tanto, o método expositivo é privilegiado nesta abordagem, assim que
o conteúdo é exposto os alunos realizam exercícios de repetição, que visam à memorização da
matéria. Outra estratégia amplamente utilizada por essa abordagem é a cópia e a chamada oral,
enfatizando sempre a reprodução das informações, nunca a construção do conhecimento.
Nesta abordagem, o currículo é visto como o conjunto de conteúdos a serem trabalhados no
decorrer da vida estudantil, assim, no fim de cada etapa escolar, os alunos são avaliados para
verificar se estão aptos a prosseguirem nas séries seguintes.
Na abordagem tradicional, a avaliação é vista como classificatória, ou seja, ele existe para
classificar o aluno. O foco da avaliação é a reprodução do conteúdo comunicado em aula. O
professor irá medir a quantidade de conteúdo que os alunos conseguem reproduzir.
Não podemos esquecer que nesta abordagem os alunos são considerados como um bloco único e homogêneo sem a
preocupação com as diferenças individuais, há uma ênfase nas semelhanças, aqueles que não se inserem nesta lógica são
excluídos.
A abordagem tradicional do processo de ensino–aprendizagem retrata uma escola rígida, em
que a sala de aula é um espaço de controle do comportamento social, de reprodução das
informações fornecidas pelos professores é nunca um lugar de vida e criatividade. A sala de aula é,
portanto um espaço estático e a aprendizagem padronizada, onde o autoritarismo impera na ação de
docentes intimidando os alunos e “matando” a autonomia e criatividade.
Na visão de Paulo Freire (2005), a educação tradicional ou bancária é uma prática educativa
burguesa, em que os conteúdos devem ser assimilados sem discussão, mantendo dessa forma a
ideologia da classe dominante, a divisão social e o controle do comportamento social.
Historicamente essa abordagem vem sendo utilizada como forma de manutenção da ordem
social. A abordagem tradicional ainda está presente na sociedade contemporânea, pois, de fato, a
cultura escolar ainda é a cultura da semelhança.
 
VOCÊ SABIA?
A Abordagem Tradicional ainda é utilizada em uma parte significativa das escolas e há
uma resistência em abandoná-la, pois acreditam que através da reprodução do
conhecimento e com uma escola rígida os jovens podem alcançar sucesso na vida.
 
A Abordagem Comportamental 
Começaremos esse item perguntando a vocês. O que é o Comportamentalismo? Bem
o Comportamentalismo, ou Behaviorismo, é um conjunto de teorias na área da Psicologia que acredita que o
comportamento humano é definido por meio de estímulos e resposta.
A abordagem comportamentalista apresenta diferentes tipos de concepções de aprendizagem:
Um dos tipos é o condicionamento clássico, que acredita que a aprendizagem se dá por meio
de um processo em que há um estímulo neutro, este, quando repetido com um estímulo eficaz,
produz uma resposta que anteriormente
não existia; ocorre um processo de associação.O
condicionamento operante apresenta-se como outra forma de se analisar o processo de
aprendizagem. De acordo com ele, a aprendizagem é um processo em que respostas são aprendidas
pelo indivíduo porque ele opera ou afeta o ambiente, ou seja, o homem é condicionado pelas suas
ações no meio em que vive.
Burrhus Frederic Skinner, psicólogo americano, estabeleceu os princípios básicos do
condicionamento operante, enfatizando a importância do reforço no processo de aprendizagem.
O reforço pode ser qualquer evento que aumente a frequência de uma reação precedente
(MYERS, 1999). Portanto, ele pode abranger uma diversidade de ações, como um elogio, uma salva
de palmas, presentes, etc. Há dois tipos de reforços:
 m uma sala de aula, o professor promove uma gincana para estimular a aprendizagem, a
fileira que obtiver o melhor empenho é premiada com chocolates.
O professor verifica a lição de casa todos os dias, aqueles alunos que cumprem essa tarefa com
zelo, respondendo adequadamente todas as questões, é premiado com um ponto na média final.
Como podemos perceber, temos uma ação que estimula um comportamento adequado dos
alunos.
· Reforço negativo: é o que é capaz de fortalecer uma reação quando se tira algum tipo de
estímulo aversivo. Observe o exemplo:
 o Um aluno não estudou para a prova de Ciências Sociais e tirou uma nota muito baixa,
agora ele estuda muito, pesquisa e faz todas as tarefas em dia para eliminar a nota ruim.
É importante entendermos que o reforço negativo não é punitivo, apesar de que o nome sugere
isso. Ele na verdade é a remoção de um evento punitivo.
A abordagem comportamentalista considera-a como uma “agência educacional que deverá
adotar forma peculiar de controle, de acordo com os comportamentos que pretende instalar e
manter” (MIZUKAMI, 1986, p. 29).
A escola é vista como uma agência de educação formal que visa direcionar o comportamento
humano às finalidades de caráter social.
Mizukami (1986) explica que os comportamentalistas definem a aprendizagem como uma
mudança que ocorre no comportamento ou na vida mental do indivíduo, resultante de uma prática
reforçada.
O ensino, portanto, é uma ação planejada para fornecer aos estudantes os reforços necessários
para que a aprendizagem ocorra. Nas palavras de Mizukami (1986, p. 31):
A ênfase da proposta de aprendizagem dessa abordagem se encontra na
organização (estruturação) dos elementos para as experiências curriculares.
Será essa estruturação que irá dirigir os alunos para que eles cheguem ao
comportamento final desejado, ou seja, atinjam o objetivo final. A
aprendizagem será garantida pela sua programação.
Nessa abordagem do processo de ensino-aprendizagem, cabe ao professor a responsabilidade
de planejar e desenvolver o tal processo. A função docente é organizar todo o processo planejando
ações de reforço que estimule a aprendizagem.
"Educação, ensino-aprendizagem, instrução, passam, portanto, a significar arranjo de
contingências para que a transmissão cultural seja possível, assim como as modificações que forem
julgadas necessárias pela cúpula decisória".(MIZUKAMI, 1986, p. 35)
Da mesma forma que na abordagem tradicional, há a ênfase no produto obtido, no diretivismo,
na transmissão de informações. O aluno não é visto como sujeito ativo do processo.
 
VOCÊ SABIA?
· Os principais expoentes dessa abordagem pedagógica são: Skinner, Mager, Briggs,
Prophan e Glaser Papay.
 A corrente comportamental predomina o método científico, sempre visando à experimentação.
Nela o homem é produto do meio ambiente. A educação e o ensino devem dar ênfase ao
conhecimento do mundo exterior e de serem orientados dentro de um processo de transmissão de
cultura de geração em geração, visando adaptar o individuo a sociedade.
A escola é voltada para as questões sociais visando sempre à harmonia social. A escola propõe
uma transformação do comportamento por meio de mecanismos de repetição e da punição aos
resultados não alcançados.
 A avaliação deve ser feita de forma sucessiva, em várias etapas, em que o professor irá
averiguar se o aluno realmente aprendeu e atingiu os objetivos propostos.
Chegamos ao final deste tópico, procure tirar suas dúvidas nos Fóruns e nos Encontros Virtuais.
Quiz 
 1 Na visão de Paulo Freire a Abordagem Tradicional é:
A única forma de contemplar uma educação mais efetiva focada no aluno como sujeito
do processo de ensino aprendizagem.
a educação tradicional ou bancária é uma prática educativa burguesa, em que os
conteúdos devem ser assimilados sem discussão, mantendo dessa forma a ideologia da
classe dominante, a divisão social e o controle do comportamento social.
A Educação tradicional contempla de forma positiva as diferentes classes sociais,
possibilitando que o proletariado tenha acesso ao mesmo conteúdo que a burguesia.
A Educação Tradicional conhecida como Bancária é uma forma de ascensão social das
classes menos favorecidas.
 2 Na visão de Paulo Freire a Abordagem Tradicional é:
A única forma de contemplar uma educação mais efetiva focada no aluno como sujeito
do processo de ensino aprendizagem.
a educação tradicional ou bancária é uma prática educativa burguesa, em que os
conteúdos devem ser assimilados sem discussão, mantendo dessa forma a ideologia da
classe dominante, a divisão social e o controle do comportamento social.
A Educação tradicional contempla de forma positiva as diferentes classes sociais,
possibilitando que o proletariado tenha acesso ao mesmo conteúdo que a burguesia.
A Educação Tradicional conhecida como Bancária é uma forma de ascensão social das
classes menos favorecidas.
Referências
BAUM, William M. Compreender o behaviorismo: comportamento, cultura e evolução. 2. ed. Porto
Alegre: Artmed, 2006.
CARRARA, Kester (Org.) Introdução à psicologia da educação: seis abordagens. 1. ed. São Paulo:
Avercamp, 2004.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.
MIZUKAMI, Maria da Graça Nicoletti. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.

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