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ARTIGO Princípios tributários e administrativos

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VII CONGRESSO INTERNACIONAL DE DIREITO
“O DIREITO NO ESTADO COMTEMPORÂNEO ”
2, 3, 4 DE MARÇO DE 2015
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS E ADMINISTRATIVOS NA RELAÇÃO TRIBUTÁRIA
RESUMO
O presente artigo tem como finalidade uma breve análise dos princípios tributários e princípios administrativos, levando em consideração seus reflexos na relação tributária. Uma vez que os princípios são admitidos em todas as situações, como normas gerais de direito que são, cabe ao operador do direito não apenas idealizar esses princípios, como também praticá-los. Há possibilidade de aplicar esses princípios de forma singular, ou em conjunto com outro ramo do direito, neste caso, direito tributário e direito administrativo. É Importante ressaltar que o Estado estará presente, e suas despesas serão custeadas, por isso é necessário impor limites tanto ao poder de quem administra o Estado, quanto daquele que tributa. A interpretação conjunta revela um  paralelo entre alguns princípios do ramo de direito tributário e administrativo, em que as ações destes princípios são percebidas na relação tributária.
PALAVRAS - CHAVES: Estado de Direito, Atos Administrativos, Fisco. 
TAX PRINCIPLES AND ADMINISTRATIVE PRINCIPLES ON THE TAX RELATION
ABSTRACT
This article aims to a briefly analysis of some principles tax and administrative principles, considering their impact on the tax relation. Once the principles are allowed in all situations, as general rules of law which are, the law operator needs to not only idealize these principles, but also practice them. There is possibility of applying these principles singularly or in combination with another area of law, in this case, tax law and administrative law. It is worth noting that the state will be present, and their expenses will be financed, so it is necessary to impose limits both the power of those who manage the state as well as that make taxes. The interpretation joint reveals a parallel between some of the principles of tax law and administrative law, in which the actions of these principles are perceived in the tax relation.
KEYWORDS: Law Status, Adminstrative Acts, Revenue.
 INTRODUÇÃO
Os princípios representam a base, o fundamento, a origem, os pilares, as diretrizes, enfim, tem-se um rol enorme no que diz respeito a sinônimos de principio. No direito, essa questão não é diferente, uma vez que o juiz deve-se orientar nos princípios, afim de que a decisão da lide esteja em consonância com o que se espera, ou seja, atenda ao conceito de justo. Os princípios se baseiam em questões abstratas, e por isso se adaptam as mais diversas circunstancias, de forma em que a leis são criadas para atender necessidades específicas, por isso é que essas leis - em lato senso - devem estar em acordo com os princípios, provocando certa segurança jurídica na medida em que há entendimento entre caso fático e concreto.
Derivado do latim, principium (origem, começo), Princípio em sentido vulgar, quer exprimir o começo de vida ou o primeiro instante em que as pessoas ou as coisas começam a existir, é também a expressão que designa a espécie de norma jurídica cujo conteúdo é genérico, contrapondo-se à regra ou do preceito, que é a norma mais individualizada.�
Os Princípios Gerais do Direito são ideias basilares e fundamentais do Direito. Devem dar apoio e ser coerentes quando no caso concreto, respaldados sempre pelo ideal de Justiça, que envolve o Direito como um todo. Convicções fundamentais de caráter geral dentro de cada área de atuação do Direito, posto que cada área, ao respeitar os princípios gerais, estabelecem seus próprios conceitos e por efeito, seus próprios princípios. 
Os princípios tributários mais do que alicerces do sistema tributário pátrio, são autenticas limitações ao poder de tributar. Assim, de uma forma geral, os princípios tributários apresentam-se como garantias ao contribuinte em contraposição ao poder do Estado.
“A tributação é a forma como o Estado brasileiro obtém a maioria das receitas necessárias a sua manutenção e a realização de suas atividades, serviços, obras e políticas”.�
Por sua vez, essa arrecadação é limitada pelos princípios, bem como os incisos e alíneas que compõe o art 150 CF que dispõe: Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios. Desautoriza-se portando, aos entes, tributar sobre algumas garantias.
Os princípios administrativos servem para regrar o trabalho do administrador, fazendo que ele exerça seu poder na forma e dentro dos limites previstos, para não existir desvios do que lhe foi determinado. O paralelo aqui visto, é que o interesse público deve ser buscado infinitamente, de forma que a coletividade seja beneficiada.
“Os princípios são ideais centrais de um sistema, estabelecendo suas diretrizes e conferindo a ele um sentido lógico, harmonioso e racional, o que possibilita uma adequada compreensão de sua estrutura”�
É de grande importância citar o art. 37 da Constituição de 1988 e notar que os princípios ali citados e enumerados são de observância obrigatória para todos os poderes, quando estiverem no exercício de funções administrativas, e para todos os entes federados, alcançando administração direta e indireta.
PRINCÍPIOS TRIBUTÁRIOS E ADMINISTRATIVOS E A RELAÇÃO TRIBUTÁRIA: 
A importância do Direito Administrativo e Tributário é notada quando se repara a extensa parte da CF ao qual foi destinado a descrever o modelo a ser seguido pelos que atuam nesses ramos. Pois em uma República, diga-se de passagem, “coisa pública”, o que se busca não é nada além da supremacia do interesse público. 
Princípio da legalidade, da igualdade, da liberdade, da ampla defesa, da isonomia, do contraditório, da proporcionalidade da lei, entre outros elencados principalmente no art. 5º em seu grande rol de garantias, são exemplos de princípios constitucionais. O que nos interessa, e aqui se direciona o estudo, são aqueles ramos tratados, os quais tem boa parte de sua regulamentação na Constituição, seja a Administração pública - principalmente de 37 à 41 CF - ou a Tributação, que reserva o título VI, dos artigos 145 à 160. Diga-se de passagem, que uma vez previstos na Constituição são de necessária observância quando da criação de leis em sentido amplo, para que não haja incompatibilidade com a Carta Magna, ou seja, inconstitucionalidade.
Neste sentido, há o ensinamento do professor Celso Antônio Bandeira De Mello� que define princípios: 
“Mandamento nuclear de um sistema, verdadeiro alicerce dele, disposição fundamental que se irradia sobre diferentes normas, compondo-lhes o espírito e servindo de critério para sua exata compreensão e inteligência, exatamente por definir a lógica e a racionalidade do sistema normativo, no que lhe confere a tônica e lhe dá sentindo harmônico. É conhecimento dos princípios que preside a intelecção das diferentes partes componentes do todo unitário que há por nome sistema jurídico positivo”
 
Em relação aos dois ramos do direito apresentados, e os princípios a eles pertencentes, nota-se uma correlação teórica e quando aplicadas, algumas delas exemplificadas a seguir:
2.1 LEGALIDADE E VINCULAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA À LEI
	Quando se trata do princípio da legalidade tanto no ramo de direito administrativo como no direito tributário, podemos apresentá-lo de forma genérica e estrita, envolvendo esses dois ramos públicos. É um princípio constitucional que se encontra no art. 5º inciso II, da CF, que: “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”, mas no que diz respeito ao direito administrativo, há sim uma necessidade de vinculação à lei , e a seguir preceitos como estabelece o art. 37 CF, obedecer aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e também ao rol de incisos e parágrafos seguintes. Ao contrário dos particulares que seguem o artigo 5º II, que agem por vontade própria, a Administração Pública para agirde forma legítima, terá suas ações vinculadas a lei, sendo incomuns possibilidades de discricionariedade. Ou seja, em sentindo estrito o ato do poder legislativo em determinada matéria deve seguir a letra fria da lei.
O princípio da legalidade é uma das condições e garantia constitucional que servem para a existência de um Estado de Direito e para o seu bom funcionamento, pois, os atos do administrador devem ser vinculados e autorizados por lei, tanto os atos discricionários como os vinculados ou qualquer campo de atuação devem ser de acordo com a legislação, ou seja, nenhum ato pode ser praticado sem autorização expressa.  Este princípio na seara tributária impõe ao Estado a sua atuação incondicionalmente baseada na lei, é o que se denomina reserva legal.
Assim o art. 194 do Código Tributário Nacional diz: A legislação tributária, observado o disposto nesta Lei, regulará, em caráter geral, ou especificamente em função da natureza do tributo de que se tratar, a competência e os poderes das autoridades administrativas em matéria de fiscalização da sua aplicação.
Sendo assim, os tributos serão criados pelos órgãos legislativos dos respectivos entes: os tributos federais deverão ser legislados pelo Congresso Nacional, os tributos estaduais pelas Assembleias Legislativas e por fim, os municipais pelas Câmaras de Veadores.
 Em outras palavras a legislação tributária, assim compreendidos os atos normativo do art. 96 do CTN, regulará a competência e os poderes das autoridades administrativas responsáveis de fiscalizar a aplicação dos preceitos básicos do Código Tributário Nacional.
A legalidade também é percebida no Art. 150 CF, quando veda-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios exigir ou aumentar tributo senão por lei que o estabeleça, ou então veda à esses entes a cobrança de tributos em determinadas situações, afim de as garantias do contribuinte não sofrerem prejuízo. 
	Tanto o administrador como o legislador, devem seguir os critérios das leis, quanto em questão de competência para criar, instituir, cobrar impostos, bem como a diminuir ou majorar as alíquotas, etc.
	Segundo o autor Celso Antonio Bandeira de Mello, esse princípio “representa a consagração da ideia de que a administração Pública só pode ser exercida conforme a lei, sendo a atividade administrativa, por conseguinte, sublegal ou infralegal devendo restringir-se à expedição de comandos que assegurem a execução da lei”.�
Este princípio é norma explícita, reflexo da própria Constituição, mostrando o tratamento severo submetido para que o Estado possa invadir o patrimônio do particular, retirando-lhe a contraprestação suficiente à manutenção de suas atividades, e para que o administrador possa “usufruir” dos bens públicos sem, contudo, causar danos, e para que ele possa usar de seu poder discricionário sem perder a vinculação do ato. 
ISONOMIA TRIBUTÁRIA E IMPESSOALIDADE ADMINISTRATIVA
Criando um paralelo entre o princípio de isonomia tributária e impessoalidade administrativa, podemos observar que os dois princípios têm a finalidade única de satisfação de interesse público.
Buscando a boa relação entre Estado e a sociedade, um sob o prisma da igualdade entre os contribuintes independendo de função, cargo, rendimento jurídico/ de direitos, ou seja, são todos iguais perante a lei. E o outro que todo ato administrativo deve visar o interesse público, ao contrário, caso o agente administrativo pratique um ato que visa seu interesse ou de terceiros ao contrário a lei esse ato significara nulo por desvio de finalidade da satisfação do interesse público, portanto, os atos praticados pelo agente não lhe pertencem, mas sim à pessoa jurídica para a qual ele presta serviço.
A impessoalidade decorre da isonomia ou igualdade conforme o art. 37, inciso II, da constituição federal que assegura condições de ingresso a cargo efetivo ou emprego público, através de concurso público que garante oportunidades iguais para todos, do mesmo modo que art. 150, II da CF, veda o tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, de forma a atender o que Aristóteles� disse “Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade.”
Ambos são princípios que proíbem atos visando aos interesses pessoais ou de distinção entre pessoas, onde se busca atender aos ditames legais e, essencialmente, aos interesses sociais.
Como exemplo dessa impessoalidade, veem-se nos concursos, onde há igualdade entre os participantes, mesmo que por vezes existem requisitos, estes servem para especificações a serem atendidas, como no caso da polícia, não seria coerente proibir de realizar o concurso, figura feminina, contudo, em um caso de estudo/testes com determinada doença, não seria coerente os não portadores de essa patologia participar do estudo. E a exemplo da isonomia, trata-se de forma igual, aqueles com a mesma capacidade contributiva, ou seja, aqueles que possuem riquezas semelhantes, devem teoricamente, contribuir com o fisco na mesma intensidade. Veda-se, portanto, a promoção pessoal.
O artigo 37 da Constituição de 1988, em seu parágrafo primeiro estabelece:
“A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.”
Em relação a isonomia tributária, ela aparece no Código de Defesa do Contribuinte – PR no art. 2º § 5º - O tributo deve ser e parecer justo, atendendo aos critérios da isonomia, da capacidade contributiva, da equitativa distribuição do seu ônus, da generalidade, da progressividade e da não-confiscatoriedade.
No referido artigo, vê-se outro princípio a ser visto a seguir, o da publicidade.
 
2.3. TRANSPARÊNCIA TRIBUTÁRIA E PUBLICIDADE
Os princípios de transparência tributária e publicidade administrativa decorrem da Constituição Federal de 1988 que em regra visa assegurar os direitos fundamentais dos cidadãos e os deveres da transparência do estado, podendo observar que o direito as informações não são absolutos (como todo direito fundamental), através do art. 5º, incisos XXXIII, XXXIV:
XXXIII - todos têm direito a receber dos órgãos públicos informações de seu interesse particular, ou de interesse coletivo ou geral, que serão prestadas no prazo da lei, sob pena de responsabilidade, ressalvadas aquelas cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e do Estado;
XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de poder;
b) a obtenção de certidões em repartições públicas, para defesa de direitos e esclarecimento de situações de interesse pessoal;
Sendo assim os dois princípios visam a publicidade e transparência, o princípio de transparência tributária garante aos cidadãos, informações e destinos do tributo recolhido, previsto no preceito constitucional, art. 150, § 5º:”A lei determinará medidas para que os consumidores sejam esclarecidos acerca dos impostos que incidam sobre mercadorias e serviços.”
Quando se estuda o princípio de publicidade dos atos administrativo, podem-se ter dois tipos de interpretações, como ditas acima decorrente da constituição federal.
Observamos que a publicidade dos atos é uma exigência ligada a sua eficiência e motivação, ou seja, quando o ato não é publicado ele não está produzindo efeitos, sendo assim um ato imperfeito. Existindo aqueles atos administrativos sigilosos ou confidenciais, que incidem sobre a parte jurídica dos administrados, criando, restringindo ou extinguindo direitos, ou que onerem o patrimônio público. 
Ocorre também à exigência dos atos administrativos serem transparente, que deriva do princípio da indisponibilidade do interesse público, isso garante aos administrados o direito de se ter um controle sob a administraçãopública de uma forma ampla. 
É importante citar que a cidadania é um direito que o povo exerce quando transparente os atos da administração, a motivação dos atos possibilita um acesso amplo para ter o controle seja por parte do povo ou dos órgãos competentes.
A transparência tributária acaba por ser um direito do contribuinte, que bem como a publicidade, que quando seguidas conferem maior credibilidade em relação aos administrados-contribuintes. Pois se entende que o que é público, deve ser público, e transparente.
Esses princípios, são efetivados, vez que previstos em lei, tendo como exemplo, a LC n.º 101/2000, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal, e a Lei 12.741, de 8 de dezembro de 2012, Lei da transparência tributária, ambas leis, vitória da democracia brasileira.
2.4. SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO E DIREITO DOS CONTRIBUINTES
	O princípio da supremacia do interesse público é um dos pilares no regime jurídico-administrativo, mesmo ele sendo implícito na constituição brasileira, por força dos sistemas representativo e do regime democrático, as atuações do Estado devem ser visando o interesse público, fazendo – se assim a vontade de todos, é um regime característico do direito público, que atua diretamente nos casos das denominadas cláusulas exorbitantes nos contratos administrativos, que possibilita a administração modificar ou rescindir unilateralmente o contrato se ele estiver afetando o interesse público, porém, não tem caráter absoluto, pois, ele não está presente diretamente em todos os atos e atuação administrativa, como por exemplo nas atividades-meio praticado pelos agente que são apenas atos de expediente. 
Visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração, foi criada a lei nº 9.784, de 29 de janeiro de 1999.  A chamada Lei de Processo Administrativo (LPA), quem em seu art. 2º estabelece: “A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.”, busca demonstrar critérios a serem observados quando se trata de administração pública, não se deve esquecer que esses critérios em boa parte, já estão implicitamente contidos naqueles princípios do art. 37 CF
Esse mesmo texto é encontrado na Lei Complementar nº 107/05 em seu Art. 32: “A administração fazendária obedecerá, dentre outros, aos princípios da justiça, legalidade, finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.” Ou seja, vê-se então, que ambos os seguimentos do Direito Público, possuem regras e diretrizes parecidas no que diz respeito ao serviço prestado ou a cobrança realizada ao administrado/contribuinte.
Diante disso o direito tributário garante aos contribuintes alguns direitos que asseguram o interesse público, exemplo disso é a proibição de criar tributo que diferencie contribuintes que se encontrem em similar posição, pois conforme arte 145 § 1º “Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade econômica do contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte”, bem como a própria transparência tributária que tem como intuito tornar clara a quantidade de impostos que contém nos produtos e/ou serviços adquiridos, conforme preceitua Lei Complementar 107/05 – PR, em seu art.2º § 4º - A incidência do tributo e a aplicação do produto de sua arrecadação devem ser transparentes, para que os contribuintes saibam o quanto pagam e o porquê.
A LPA estabelece além de direito aos administrados, deveres, pois do mesmo modo em que o administrado deve ser tratado com respeito, deve agir com boa-fé, é direito do administrado ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões proferidas (art. 3º LPA), mas também é dever do administrado prestar as informações que lhe forem solicitadas e colaborar para o esclarecimento dos fatos (art. 4º IV), mesmo que seja assegurado o direito individual, é necessário contribuir com a totalidade.	
O preâmbulo da Constituição vigente, já estabelece que representantes do povo brasileiro foram responsáveis pelo texto constitucional, que expressam as vontades dessa nação, da mesma forma que, os administradores na atualidade devem buscar a igualdade, o desenvolvimento e justiça, afim de “sociedade fraterna, pluralista e sem preconceitos“, em suma, busca-se assim, colocar as vontades do povo e as necessidades dele acima dos direitos individuais, da mesma forma que a maioria elege quem terá o cargo da presidência da República, deve o administrador buscar realizar a vontade dessa maioria, sem desiquilíbrio ou tendência, a supremacia do interesse público, está intimamente ligado a isonomia, e a legalidade, bem como os direitos do contribuinte. 
Da mesma forma que é direito do contribuinte, a limitação ao poder de tributar, vê-se que o fim útil desse regramento, é além de estipular barreiras ao Fisco, garantir que sejam atendidas as necessidades do Estado – leia-se população em geral. 
Sabe-se que o interesse público está acima do interesse particular, não podendo, contudo, extinguir esse interesse desse particular, que também possuem direitos, pode a Administração pública desapropriar um lote tendo como respaldo o interesse público, não podendo deixar de indenizar o particular afetado.
Quando em seu estado natural o homem abriu mão de sua liberdade a fim de obter segurança, ele não apenas abriu mão de sua liberdade (em partes), para ter segurança sem que outros direitos lhe fossem assegurados, como por exemplo, que seus interesses fossem assegurados na medida em que coincidissem com os demais homens, e que lhe houvesse onde recorrer quando abuso do Estado, ou então, como precaução, uma forma de conter esse poder quando necessário.
A Lei Complementar nº 107 de 11.01.2005 Estabelece normas gerais sob direitos e garantias aplicáveis na relação tributária do contribuinte com a administração fazendária do Estado do Paraná. Esta lei reserva o Capítulo III, para arrolar os Direitos do Contribuinte, exemplo disso, o art. 15 – São direitos do contribuinte: I – ser tratado com respeito e urbanidade pelas autoridades e servidores, que deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento de suas obrigações; II – poder exercer os seus direitos, ter acesso às informações pessoalmente ou por representante legal movido de instrumento procuratório, de que necessite e dar cumprimento às suas obrigações; III – formular alegações e apresentar documentos antes das decisões administrativas, observando, quando for o caso, os prazos definidos na legislação, e tê-los considerados por escrito. Segue-se então, por mais incisos e artigos, direitos do contribuinte.
2.5 PROPORCIONALIDADE E LIMITES DA FISCALIZAÇÃO TRIBUTÁRIA
	
	O princípio de proporcionalidade não se encontra explicito no texto constitucional, mas há uma rica doutrina a respeito, dizendo que há necessidade de equilíbrio entre o benefício e o prejuízo dos atos do administrador ao caso concreto dos atos discricionários – que são aqueles atos em que o administrador tem certa liberdade de escolha, nos termos da lei, quanto ao seu conteúdo, seu modo de realização, oportunidade e conveniência – e não a letra fria da lei, ou seja, que haja proporcionalidade entre os meios utilizados pelo administrador público e os fins que ele pretende alcançar. Conforme o art. 2º da LPA, a proporcionalidade é vista como “adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas estritamente necessáriasao atendimento do interesse público”.
	O controle desses atos discricionários se dá por meio da legalidade, e se estão proporcionais com o interesse público, se o ato é valido ou não, se o ato for ilegítimo ele deverá ser anulado, caracterizando desproporcionalidade. 
	Mas ele em geral é aplicável em quase todos os ramos da ciência jurídica, o STF tem julgado esse princípio como sede material e expressa no devido processo legal em aspecto substantivo, esse aspecto substantivo está ligado à proteção direta do bem e da liberdade em sentido amplo, isto é, à proteção direta dos bens jurídicos em si mesmo considerados, diferente do aspecto formal ou adjetivo que diz respeito às garantias processuais, ou seja, aos instrumentos da proteção dos bens jurídicos.
O Paraná com a Lei Complementar n. 107/05 Código de Defesa do Contribuinte, busca diminuir conflitos relacionados aos contribuintes, uma vez que não existe em nível nacional, uma legislação que norteie a relação fisco – contribuinte, nas questões como coibir abuso por ambas às partes.
Direito de fiscalizar nasce do direito do Estado a receber corretamente os valores de tributos, em respeito à primazia do interesse público sobre o privado, “não cabe ao particular se opor à fiscalização, desde que essa seja conduzida de forma lícita e regular”.�
Mesmo que com o CTN em seu artigo 200, conceda permissão às autoridades administrativas para requisitarem o auxílio das forças públicas para cumprir seu dever, é necessário que para isso, tenham sofrido embaraços� ou desacato�,evitando-se, dessa forma, abusos como por exemplo o descumprimento de garantias constitucionais como a inviolabilidade do domicílio, de correspondências, e de quaisquer dados.
Todavia, não pode o fisco, nem o administrador, por possuir acesso a informações variadas, utilizar disto como forma de extrapolar os limites da fiscalização. Em caso de exceder o que lhe é permitido, causando dano moral ao fiscalizado, é possível sim a indenização. A fim de evitar esse tipo de percurso é que se deve ter proporcionalidade, razoabilidade e limite da fiscalização. 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Observando os princípios que foram citados vislumbra-se as limitações que o Estado tem ao poder de tributar e dos atos administrativos, e que a Constituição Federal garantiu o direito dos particulares em ter acesso às informações aos tributos que pagam ao fisco. Tendo como foco a relação tributária, nota-se que os beneficiados com o instituto de princípios são de fato o polo passivo da relação tributária. Esses princípios estimulam a resolução de conflitos de interesse, de modo a adaptar os direitos de um e necessidade do outro. 
Sendo assim, os princípios são as linhas de raciocínio fundamentais para o estudo das relações tributárias servindo como base para questionamentos ao poder que o Estado tem e se esse poder esta sendo bem utilizado, pois, a necessidade das relações tributárias são de extrema importância para a própria manutenção do sistema do estado, então por esse motivo que devem ser feitas da forma correta e a reconhecer o valor dessa relação em prol do interesse da sociedade. 
Pode-se notar que esses princípios tornam vida em sociedade mais harmoniosa, garantindo direitos iguais a todos os cidadãos e um controle maior do Estado, porém, ainda no Brasil o sistema tributário falha no que diz respeito à cobrança de tributo e sua contrapartida, quando se leva em consideração a quantidade de tributos cobrados, os valores que os contribuintes pagam e a prestação de serviços oferecidos pelo Estado.
Mesmo que regidos por um sistema de fundamentos, ensinamentos, valores, ideais e juízos que devem ser seguidos, há falhas no sistema no que diz respeito à aplicabilidade desse conjunto de princípios. 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALEXADRINO, M.; PAULO, V., Direito Administrativo Descomplicado, 22ª. Ed. São Paulo: Editora Método, p. 188-214, 2014.
CARVALHO, P.B, Curso de Direito Tributário, 21ª. Ed. São Paulo: Editora Saraiva, p.616-617, 2009. 
CAVAZZANI, Ricaro Duarte. “Limites Constitucionais do poder dever de fiscalização e o uso de força pública”. Disponivel em: <http://jus.com.br/artigos/12473/os-limites-constitucionais-do-poder-dever-de-fiscalizacao-e-o-uso-de-forca-publica#ixzz3RMplbRmu> Acessado em 19/02/2015.	
DE PLÁCIO E SILVA, Vocabulário jurídico conciso, 3ª Ed, Editora Forense, 2012.
Lei Complementar nº 107 de 11.01.2005. Disponível em: <http://www.fazenda.pr.gov.br/arquivos/File/pdf/codigo_de_defesa_do_contribuinte.pdf> Acesso em 23/02/2015.
Lei Nº 9.784, de 29 de Janeiro de 199. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9784.htm> Acessado em 19/02/2015 
MACHADO, Hugo de Brito, Curso de Direito Tributário, 23ª Ed., São Paulo: Editora Malheiros , 2003.
MELLO, Celso Antônio Bandeira de, Curso de Direito Administrativo, 28ª Ed. São Paulo: Editora Malheiros.
	OLIVEIRA Alexandre Machado de. “Princípios de Direito Tributário”. Disponível em: 
<http://www.ambito-juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura& artigo_id=7866> Acesso em 23/02/2015
VELLOSO, Andrei Pitten, “Lei da transparência tributária: vitória da cidadania”. Disponível em: <http://www.cartaforense.com.br/conteudo/colunas/lei-da-transparencia-tributaria-vitoria-da-cidadania/10377> Acesso em 23/02/2015.
HACK ÉRICO, Direito Constitucional: conceitos, fundamentos e princípios básicos, 2ª Ed, Curitiba, Ed IBPEX, 201.1
� De Plácio e Silva, Vocabulário jurídico conciso, 3ª Ed, Rio de Janeiro: Forense, 2012.
� Hack Érico, Direito Constitucional: conceitos, fundamentos e princípios básicos, 2ª Ed, Curitiba, Ed IBPEX, 2011, pg. 183.
� Direito Administrativo Descomplicado, 22ª Ed , p. 187 São Paulo: Método, 2014. 
�Curso de Direito Administrativo, 12ª edição, p. 748, São Paulo: Malheiros, 2000, 
� Direito Administrativo Descomplicado, 22ª ed. , p. 192, São Paulo: Método, 2014.
� Foi um filósofo grego, aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande. Seus escritos abrangem diversos assuntos, como a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia e a zoologia. 
� Gabriel Gealh de Campos. Advogado. Doscente da pós-graduação em Direito do Estado na Universidade Estadual de Londrina
� A própria autoridade administrativa pode requerer o auxílio da força pública
� Somente por autorização judicial poderá se valer de tal auxílio

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