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Trabalho de usinagem- rebolos abrasivos

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Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA 
CENTRO TECNOLÓGICO 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA MECÂNICA 
CURSO DE ENGENHARIA MECÂNICA 
USINAGEM DOS MATERIAIS 
 
 
 
 
 
 
REBOLOS 
 
 
 
 
 
 
 
Alice Casagrande Cesconetto 
Fernando Paupitz Matczak 
Thiago Dickmann 
 
 
 
 
Florianópolis, 2009 
 
2 
 
 
 
 
Alice Casagrande Cesconetto 
Fernando Paupitz Matczak 
Thiago Dickmann 
 
 
 
 
 
 
REBOLOS 
 
 
 
 
 
 
Relatório do seminário referente à 
disciplina de Usinagem dos Materiais, do 
curso de Engenharia Mecânica da 
Universidade Federal de Santa Catarina, 
orientado pelo professor Lourival Boehs, 
com objetivo de ampliar os conhecimentos 
dos alunos com relação à ferramenta de 
usinagem rebolo. 
 
 
 
 
 
Florianópolis, 2009 
 
3 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 Este trabalho é a parte textual que engloba a apresentação de um seminário 
em sala de aula, sobre rebolos, que são ferramentas de corte de geometria não 
definida, para a disciplina de Usinagem dos Materiais, da Universidade Federal de 
Santa Catarina. Em princípio objetiva-se o esclarecimento sobre a história e a 
evolução dos rebolos e seus materiais constituintes, evidenciando que desde o 
homem pré-histórico já se usa o princípio da abrasão, mas que somente após a 
revolução industrial houve um desenvolvimento significativo no estudo e produção 
da ferramenta de corte em questão. Com isso definido, pode-se demonstrar e definir 
as operações que requerem o uso dos rebolos, dentro da retificação: desbaste 
grosseiro, acabamento e afiação. Posteriormente enumeram-se e explicam-se os 
diferentes tipos de rebolos, levando em consideração suas características principais, 
seus abrasivos e ligantes, suas condições de uso e de trabalho, seus defeitos e 
maneiras de fabricação. Por fim define-se como agir sabiamente na escolha de um 
rebolo. Pode-se inferir, com esses estudos, a real necessidade de se conhecer os 
rebolos e seus usos, sendo que a ausência desses aprendizados pode acarretar 
uma lacuna nos conhecimentos sobre usinagem. 
 
 Palavras chave: Rebolos. Revolução industrial. Ferramentas de corte com 
geometria não definida. Abrasão. Ligantes. Abrasivos. Retificação. Usinagem. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................... 6 
2 HISTÓRICO ............................................................................................... 8 
2.1 Pré-história ............................................................................................. 8 
2.2 Evolução do rebolo e primeiros materiais .......................................... 10 
3 RETIFICAÇÃO – OPERAÇÕES QUE USAM REBOLOS ..................... 13 
3.1 Desbaste ............................................................................................... 16 
3.2 Acabamento .............................................................................................. 16 
3.3 Afiação ...................................................................................................... 17 
4 CONSTITUIÇÃO DO REBOLO ................................................................. 18 
4.1 Abrasivo .................................................................................................... 19 
4.2 Ligante ...................................................................................................... 19 
4.3 Poros ......................................................................................................... 20 
5 CARACTERÍSTICAS DO REBOLO .......................................................... 21 
5.1 Tipos de Abrasivos ................................................................................. 21 
5.1.1 Naturais .................................................................................................... 21 
5.1.2 Sintéticos ................................................................................................. 24 
5.2 Granulometria .......................................................................................... 27 
5.3 Ligante ...................................................................................................... 28 
5.3.1 Inorgânicos .............................................................................................. 29 
5.3.2 Orgânicos ................................................................................................. 30 
5.4 Dureza do rebolo ..................................................................................... 32 
5.5 Estrutura – Espaçamento entre os grãos .............................................. 33 
5.5.1 Fechada ..................................................................................................... 34 
5.5.2 Aberta ........................................................................................................ 34 
6 FORMA DOS REBOLOS E PERFIL DOS BORDOS ................................ 36 
6.1 Rebolos perfilados – retificação de roscas ........................................... 39 
7 ESPECIFICAÇÃO DOS REBOLOS – NORMALIZAÇÃO ........................ 40 
8 REFRIGERAÇÃO NO USO DE REBOLOS............................................... 42 
9 DEFEITOS NO USO DE REBOLOS ......................................................... 46 
10 CUIDADOS NA UTILIZAÇÃO E MONTAGEM DOS REBOLOS ............. 49 
 
5 
 
 
 
11 RETIFICAÇÃO DOS REBOLOS ............................................................... 52 
11.1 Perfilamento (Truening) .......................................................................... 55 
11.2 Dressamento (Dressing) .......................................................................... 57 
12 FABRICAÇÃO DE REBOLOS ............................................................... 59 
12.1 Com óxidos de alumínio ou carboneto de silício ................................. 59 
12.2 Com diamante ou nitreto cúbico de boro .......................................... 61 
13 SELEÇÃO DE REBOLOS ......................................................................... 64 
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................... 69 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 
 Este trabalho visa abordar todos os principais aspectos do rebolo: ferramenta 
de corte de geometria não definida. Sua utilização e importância abrangem diversas 
áreas de processos de fabricação que são evidenciadas neste trabalho. 
Os rebolos são ferramentas conhecidas há muitos anos. Já na pré-história o 
homem esfregava seus utensílios em pedras, a fim de provocar abrasão e afiar ou 
dar forma aos seus objetos. Inevitavelmente, o primeiro rebolo também foi feito de 
rocha, e usado por muitos anos até os nossos dias. Em muitas propriedades rurais 
encontramos a pedra de amolar, utilizada para a afiação das ferramentas do campo. 
Com os anos, o rebolo manteve seu formato cilíndrico e foi alterando apenas sua 
constituição, com a utilização de diferentes materiais. 
Atualmente o rebolo é, de modo geral, utilizado em operações de retificação. 
Neste trabalho optou-se por subdividir esse processo em outros três: desbaste 
grosso, acabamento e afiação. Assim pode-se ter uma visão mais ampla de todas as 
aplicações dessa ferramenta. 
Os rebolos possuem três constituintes principais: o abrasivo, o ligante e os 
poros. Ao se misturar uniformemente um ligante com algum tipo de abrasivo, e dar a 
forma adequada, temos um rebolo, que é classificado de acordo com parâmetros 
resultantes desse processo. 
Os parâmetros importantes para se avaliar um rebolo são o tipo de abrasivo 
(natural ou sintético), o ligante (influencia em diversaspropriedades do rebolo e 
pode ser orgânico ou inorgânico), a granulometria (diz respeito ao tamanho dos 
grãos usados), a dureza (referente ao desgaste da ferramenta), e a estrutura (indica 
a porosidade do rebolo). Cada variação desses parâmetros se adéqua melhor ou 
pior a uma aplicação. 
Depois de avaliada a constituição do rebolo, também é importante saber suas 
formas básicas, e assim entender a amplitude de sua aplicação. Normas técnicas 
definem a forma, dimensão e bordos que os rebolos têm. 
Com a informação dos parâmetros, forma e bordos do rebolo, pode-se 
especificar totalmente o rebolo e padronizar sua comercialização. Todas essas 
 
7 
 
 
 
informações de abrasivo, ligante, estrutura, etc., devem vir especificadas sobre a 
ferramenta. 
Tal quais outras ferramentas, o rebolo também sofre desgaste e perde sua 
forma ideal. Algumas precauções podem e devem ser tomados para se garantir o 
bom uso do rebolo. A refrigeração e uso de fluidos de corte também se aplica para 
essa ferramenta. Além disso, também temos a retificação dos rebolos, que visa 
recuperar o rebolo. Dois processos de recuperação são abordados: dressamento, 
para renovar a superfície, e perfilamento para afiação do rebolo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
 
 
2 HISTÓRICO 
 
 
2.1 Pré-história 
 
 
 O homem pré-histórico já conhecia a forma de afiar sua ferramenta, sua arma, 
trabalhando-a primeiro e esfregando-a com uma pedra depois, para obter um melhor 
acabamento. Podemos considerar os machados pré-históricos do período Paleolítico 
(pedra lascada) e do Neolítico (pedra polida) como dois exemplos disto. 
 
 
Figura 1: HOMO habilis – Idade da pedra lascada. 1 ilustração. 
Fonte: disponível em: <http://historia-interactiva.blogspot.com/2008/10/homo-
habilis.html>. Acesso em: 1 jun. 2009. 
 
Para trabalhar suas ferramentas, os homens pré-históricos usavam sempre o 
mesmo lugar e acabaram criando, o que hoje chamamos de oficinas líticas. Esses 
eram lugares onde as populações pré-históricas preparavam e aperfeiçoavam suas 
ferramentas e instrumentos de caça, de pesca e de coleta. As oficinas líticas são 
formações de depressões na rocha, sejam sulcos, frisos, pratos ou bacias que 
serviam para amolar, afiar e polir as ferramentas de pedra. Elas são encontradas 
com muita frequência no litoral, pois os povos já conheciam o poder abrasivo da 
combinação de areia e água. 
 
 
9 
 
 
 
 
Figura 2: OFICINAS Líticas da Praia dos Ingleses. 1 fotografia, color. 
Fonte: disponível em: <www.flickr.com/photos/patsetubal/2568638905/>. Acesso em: 
1 abr. 2009 
 
O fenômeno predominante nesses processos rudimentares de usinagem é a 
abrasão. “Abrasão é definida como a operação de arrancar partículas de um material 
por esfregamento contra outro material que será quase sempre mais duro do que o 
primeiro. Esta ação de esfregar uma peça contra outra para modificar a sua forma 
geométrica, ou afiá-la, pertence ao instinto do homem primitivo. O conhecimento 
adquirido permitiu ao homem aprimorar constantemente a forma de usar meios 
Abrasivos. Há 4.000 anos a.C. já era usado pelos egípcios um processo para corte 
de grandes blocos de pedra, de forma similar ao usado hoje nas marmorarias para o 
corte de grandes blocos de granito com fios de aço e pó de diamante. 
 
Figura 3: FERRAMENTAS de pedra lascada. 1 figura. 
vitor zimmer straub
 
10 
 
 
 
Fonte: disponível em: <http://www.brasilescola.com/geografia/desvendando-
arqueologia-vi.htm>. Acesso em: 1 br. 
 
A areia, a pedra de sílex em tempos pré-históricos, o esmeril usado 
principalmente na ilha de Naxos no mar Egeu e na Austrália e mais tarde o garnet 
são os abrasivos historicamente mais representativos. O diamante já era usado na 
Índia como pó polidor em 800 a.C. 
Em 2.000 anos a.C. no Egito já era trabalhado o bronze com uma máquina 
rudimentar similar a um torno. Provavelmente esta foi a primeira retífica. 
 
 
2.2 Evolução do rebolo e primeiros materiais 
 
 
 Os abrasivos sempre estiveram ligados ao desenvolvimento industrial, porém, 
foi só nos últimos 80 anos que eles apresentaram o máximo crescimento. De acordo 
com Nussbaum (1988), os fatos mais importantes ocorridos desde o século XIV 
seriam: 
1500 - Máquina de afiar (ou amolar) usando um rebolo de pedra talhada a mão 
(Leonardo da Vinci); 
1825 - Primeiros rebolos de esmeril e pó de diamante, ligados provavelmente com 
laca (Índia); 
1837 - Gaudin (Francês) obteve os primeiros cristais de Alumina; 
1850 - Primeiros rebolos com liga mineral, oxicloreto de Mg (Magnesita); 
1857 - Primeiros rebolos ligados com borracha; 
1860 - Primeira máquina retificadora cilíndrica (Brown-Sharp); 
1864 - Primeiros rebolos com liga cerâmica (Inglaterra); 
 
11 
 
 
 
 
Figura 4: ALMEIDA JUNIOR, J. F. Amolação interrompida. 1985. 1 pintura. 
 
1877 - Frémy e Fiel obtiveram grãos de alumina,* úteis para serem usados como 
abrasivos; 
1891 - Moissan (Francês) e o Dr. Acheson (norte-americano) obtiveram, ao mesmo 
tempo, durante pesquisas para obter diamante artificial, o SiC - Carbeto de Silício; 
1893 - Primeiros rebolos com Carbeto de Silício. 
 
 
Figura 5: CARBETO de Silício em pó. 1 fotografia, color. Disponível em: 
<www.poligemas.com.br>. Acesso em: 1 abr. 2009. 
 
 
12 
 
 
 
A partir da Revolução Industrial, na Segunda metade do século passado, os 
progressos foram muito rápidos. Especialmente nos últimos 60 anos, devido aos 
grandes esforços industriais das Guerras Mundiais, que forçaram as pesquisas, 
tanto na Europa como nos EUA e Japão. A necessidade de fabricar peças de 
reposição motivou o aparecimento das tolerâncias dimensionais e criou condições 
ótimas para o desenvolvimento técnico da indústria dos abrasivos. O crescimento da 
indústria de automóvel foi um dos grandes propulsores deste desenvolvimento. 
Em 1927 apareceram os primeiros rebolos fabricados com resinas sintéticas 
como ligante. 
Novos abrasivos surgiram nos anos seguintes. O Óxido de Alumínio branco, o 
rosa, o rubino e o modificado com Óxido de Vanádio, todos eles para trabalhos em 
aços especiais e em determinadas operações. 
Em 1934 apareceu o carbureto de boro que apresentou alguns problemas no 
seu uso para fabricação de rebolos, embora fosse um produto sintético de altíssima 
dureza. 
Em 1957 apareceu no mercado o diamante sintético, produzido pela General 
Electric Co.(EUA) através de um processo que envolve altíssima pressão e 
temperatura, da mesma forma que a natureza o faz. 
Em 1983, o diamante já havia conquistado mais de 30% do mercado industrial 
Norte-Americano em termos de valor financeiro. E isso que na época o custo 
comparativo do diamante com o Óxido de Alumínio e Carbureto de Silício era em 
torno de umas 2500 vezes mais caro. Por outro lado, os novos abrasivos 
apresentam algumas limitações técnicas. Por exemplo, nas lixas, cujo campo de 
aplicação principal é na área da madeira e aí não há necessidade de grãos 
abrasivos superiores. E, além disso, a afinidade química do diamante pelas ligas 
ferrosas de cobalto e níquel, no ponto quente de contato rebolo/peça, é uma 
limitação para mantê-lo fora do grande mercado onde imperam o Corindon e o 
Carbureto de Silício. 
 
 
 
 
 
 
13 
 
 
 
3 RETIFICAÇÃO – OPERAÇÕES QUE USAM REBOLO 
 
 
O princípio de funcionamento do rebolo está no desgaste ocasionado pela 
penetração superficial de grãos abrasivos, que remove as partículas do material. 
 
 
Figura 6: EFEITO abrasivo do rebolo arrancando cavacos. 1 fotografia, color. 
Fonte: disponível em: <http://sharpcosweepershoes.com/Grinding%202.JPG 
>. Acesso em 1 abr. 2009. 
 
Os grãos funcionam como micro-ferramentas que induzem o mesmo 
mecanismo de formação de cavacoque as ferramentas de geometria definida 
apresentam. Desta forma, os grãos abrasivos também perdem a sua capacidade de 
corte, exigindo maior pressão na área de contato entre a peça e o rebolo, para 
quebrar ou arrancar os grãos gastos, criando continuamente, novas arestas de 
corte. Esta característica faz do rebolo a única ferramenta de corte com auto-
afiação. 
 
14 
 
 
 
 
Figura 7: Tipos de retificação. 
Fonte: AGOSTINHO, O. L. et al. Processos de fabricação e planejamento 
de processos. 2004. 98 p., il. Trabalho da disciplina de Introdução à Engenharia de 
Fabricação. Disponível em: <www.ebah.com.br/apostila-pdf-pdf-a873.html>. Acesso em: 1 
abr. 2009 
 
 
15 
 
 
 
 
Figura 7 (continuação): Tipos de retificação. 
Fonte: AGOSTINHO, O. L. et al. Processos de fabricação e planejamento 
de processos. 2004. 98 p., il. Trabalho da disciplina de Introdução à Engenharia de 
Fabricação. Disponível em: <www.ebah.com.br/apostila-pdf-pdf-a873.html>. Acesso em: 1 
abr. 2009 
 
De modo geral, as operações que utilizam rebolos são denomiadas 
retificações. Dentro da retificação podemos ainda classificar em: 
 
 
 
 
 
16 
 
 
 
3.1 Desbaste 
 
 
Nessa operação efetua-se a remoção simples de material, sem a exigência de 
precisão, como por exemplo, o rebarbamento de peças fundidas, forjadas ou 
estampadas. A granulação do rebolo utilizado aqui é geralmente grosseira, pois não 
se está preocupado com o acabamento do processo. 
 
Figura 8: REBARBAÇÃO de peça forjada. Fundição Bom Sucesso. 2007. 1 
fotografia, color. 
Fonte: Disponível em: <http://www.metalsul.ind.br> Acesso em 1 abr. 2009. 
 
 
3.2 Acabamento 
 
 
Operação com finalidade de se obter superfícies lisas e precisas. A 
preocupação aqui é com o acabamento das peças, por isso uma granulação mais 
fina pode ser usada. Esse acabamento se aplica não só à rugosidade da superfície, 
como também a melhoria de dimensões e geometrias. 
 
17 
 
 
 
 
Figura 9: ACABAMENTO feito com rebolo. 
Fonte: Retificação cilíndrica. 5 p., il. Aula da USP. Disponível em: 
<www.bibvirt.futuro.usp.br >. Acesso em 26 mai. 2009. 
 
 
3.3 Afiação 
 
 
Regeneração ou criação do fio de corte de outra ferramenta, através do 
aprimoramento dos ângulos característicos de saída. Nessa operação se quer criar 
uma geometria com ângulos e dimensões muito precisos e importantes, que vão 
caracterizar o gume de uma ferramenta. Além disso, uma vez que as ferramentas já 
são feitas de materiais que precisam suportar o desgaste, é preciso uma ferramenta 
superior para efetuar essa usinagem. 
 
 
18 
 
 
 
Figura 10: STOETERAU, R. L. et al. Processos de usinagem de roscas. 52 
p., il. Disponível em: <http://www.hlam.com.br/Usinagem%20de%20Roscas.pdf>. 
Acesso em: 26 mai. 2009 
4 CONSTITUIÇÃO DO REBOLO 
 
 
O rebolo se caracteriza por ser um aglomerado. Ou seja, ele é formado por 
grãos abrasivos dispersos em uma matriz de ligante. Independente de o rebolo ser 
de origem natural (rochas) ou artificial, essa é sua constituição básica. Isso porque 
em um rebolo não é todo o material da ferramenta que irá causar a remoção de 
material, mas apenas os grãos que possuem gumes afiados. “Dessa forma, são 
ferramentas consideradas policortantes [...]” (ROSSI, 1970), cujas lâminas, 
numerosas e unidas, são constituidas por uma porção de grãos abrasivos que 
removem pequenas quantidades de material. 
 
 
Figura 11: Constituição do Rebolo. 
Fonte: STOETERAU, R. L. et al. Usinagem com ferramentas de geometria de 
corte não definida - Retificação. 53 p., il. Disponível em: 
 
19 
 
 
 
<http://www.lmp.ufsc.br/disciplinas/emc5240/Aula-22-U-2007-1-retificacao.pdf>. 
Acesso em: 1. abr. 2009 
 
 
4.1 Abrasivo 
 
 
Essa é a parte ativa da ferramenta, pois é ela quem de fato retira material da 
peça. É constituído por uma porção de grãos que apresentam certa dureza, e que 
irão impactar com a peça para que o material seja arrancado. É importante que o 
abrasivo tenha elevada dureza, estabilidade térmica e estabilidade química. Os 
grãos abrasivos têm que apresentar “tenacidade” para suportar os choques 
mecânicos da operação de corte interrompido sem se fraturar prematuramente, mas 
devem por outro lado,apresentar “friabilidade”, isto é, à medida que o desgaste 
arredonda as arestas cortantes (o grão fica cego), aumentam os esforços e o grão 
se fratura apresentando novas arestas.(Catálogo de produtos Winter – set/2006) 
 
 
4.2 Ligante 
 
 
O ligante é a parte passiva do rebolo, ele detém a função de unir e sustentar o 
abrasivo na ferramenta. Com isso possibilita que os grãos abrasivos reajam à 
pressão necessária à retirada de material. Mas, acima de tudo, o mais importante é 
que o ligante consiga se livrar dos grãos desgastados (lisos), para que os grãos 
novos das camadas inferiores sejam expostos. É essencialmente essa propriedade 
que torna o ligante fundamental no rebolo e por isso que influencia diretamente no 
rendimento da ferramenta. Trataremos mais desse aspecto ao abordarmos a dureza 
dos rebolos e defeitos no uso de rebolos. 
Mesmo se tratando de “rebolos” naturais, como as rochas, também 
encontramos uma matriz que aloja os grãos abrasivos. Assim como nos ligantes, 
essa matriz possui dureza menor para que possa ser desgastada antes do abrasivo. 
 
vitor zimmer straub
 
20 
 
 
 
 
 
 
 
4.3 Poros 
 
 
Os poros constituem os vazios dentro do rebolo, formados entre os grãos 
abrasivos e o ligante. A formação de poros é inevitável, porém não é indesejável. 
Os poros são importantes em muitos fatores, seja para refrigeração, ou para retirada 
de cavaco. Portanto, é interessante controlar o tamanho dos poros, e assim controlar 
mais uma variável dentro do processo de usinagem com rebolos. 
Uma alta porosidade é muito importante para que o líquido refrigerante possa 
penetrar na zona de retificação da ferramenta, e também para que o cavaco possa 
ser transportado para fora da zona de maior atrito. Falaremos em mais detalhe sobre 
a porosidade no item 5.5 que trata de Estrutura. 
 
Figura 12: MICROSCOPIA – Ligante, poros e abrasivo. 1 fotografia. Disponível em: 
<www.interempresas.net/MetalMecanica/Articulos/Articulo.asp?A=19447>. Acesso 
em: 1 abr. 2009. 
vitor zimmer straub
 
21 
 
 
 
 
 
 
 
5 CARACTERÍSTICAS DO REBOLO 
 
 
Os rebolos apresentam características importantes que devem ser 
consideradas. É através da combinação dessas características que se obtém o 
melhor rendimento da ferramenta em sua aplicação. A seguir temos esses cinco 
parâmetros, de acordo com Stemmer (2005) e seu detalhamento. 
 
 
5.1 Tipos de Abrasivos 
 
 
Os abrasivos podem ser divididos em dois grandes grupos, que são os 
naturais e os sintéticos. Deve-se destacar que os abrasivos naturais são menos 
usados, devido a sua baixa resistência comparada com os abrasivos sintéticos. 
També devido ao grande desenvolvimento de novos materiais sintéticos e 
conseqüente barateamento desses materiais, o que tem proporcionado rebolos mais 
eficientes. Segundo Stemmer (2005) os abrasivos que temos são: 
 
 
5.1.1. Naturais 
 
 
Esse grupo compreende todos os materiais que se encontram na natureza e 
não precisam passar por nenhum tratamento químico ou térmico, ou seja, serem 
transformados para poderem ser usados. São eles: 
a) Pedra de arenito ou silex (quartzo – SiO2) – Possui baixa dureza, apresentando 
desgaste por fraturas frágeis, porém após a quebra os grãos não apresentam 
 
22 
 
 
 
arestas vivas boas. É a famosa “pedra de amolar”, encontrada em zonas rurais e 
usada para afiação dos utensílios do homem do campo. 
 
Figura 13: “Pedra de amolar”. 1 fotografia, color. Disponível em: 
<www.flickr.com/photos/kafu/215473070/>.Acesso em: 1 abr. 2009. 
 
b) Esmeril natural – É um material quase que exclusivo da região do Cabo Esmeril, 
da ilha grega de Naxos. Esse abrasivo se forma de um raro derramamento 
vulcânico composto de até 70% de óxido de alumínio cristalino em matriz de 
magnetita. Também possui pouca eficiência em formar gumes afiados na quebra 
do grão. 
 
c) Coríndon natural – Diferente do esmeril natural, esse material possui um teor 
maior de óxido de alumínio, variando de 80 a 95%. O alto teor de Al2O3 lhe 
garante uma dureza elevada se comparado com os outros materiais naturais. 
Similar aos demais, não forma arestas vivas no desgaste. Porém encontra 
aplicação no polimento de vidros ópticos. 
 
 
23 
 
 
 
 
Figura 14: ZIMBRES, E. Coríndon natural. 1 fotografia, color. Disponível em: 
<www.dicionario.pro.br />. Acesso em: 1 abr. 2009. 
 
d) Pedra pome – Uma rocha extremamente porosa por natureza. É de baixíssima 
resistência mecânica, porém já é usada há muitos anos no acabamento de 
materiais também moles tais como madeira ou osso. 
 
Figura 15: TEXTURA da pedra pome ampliada. 1 fotografia, color. Disponível em: 
<www.garinbrasil.com.br/pedra_pome.html>. Acesso em: 1 abr. 2009. 
 
e) Granadas – Um material de boa dureza, e que possui a vantagem de romper em 
forma de concha (conchoidal). Isso garante a formação de muitos gumes afiados. 
Porém, ainda assim não suficientemente eficientes para utilização em metais, por 
isso se aplicam largamente em lixas de madeiras duras e/ou nobres. 
 
 
24 
 
 
 
 
Figura 16: Pedra de Granada. 1 fotografia, color. Disponível em: 
<http://www.girafamania.com.br/tudo/pedra-granada.htm>. Acesso em: 1 abr. 
2009. 
 
f) Diamante – É a exceção dos materiais naturais. Possui notória dureza elevada, o 
que lhe permite usinar metal-duro, quartzo, mármore, granito, cerâmica, etc. 
Porém, não são pedras de diamante propriamente que se usa no rebolo. Uma vez 
que grande parte dos diamantes extraídos em minas possui algum tipo de defeito, 
esses são moídos e então aplicados em ferramentas de polimento, lapidação ou 
retificação. É um abrasivo especialmente utilizado para retificação de ferramentas 
de metal duro. 
 
 
 
25 
 
 
 
Figura 17: Morfologia do diamante em pó. Revista Matéria. v. 10, n. 3, pp. 
419 – 428, 2005. 1 fotografia. Disponível em: 
<http://www.materia.coppe.ufrj.br/>. Acesso em: 01 abr. 2009. 
 
 
5.1.2. Sintéticos 
 
 
A necessidade de se atingir tolerâncias muito maiores, levou a criação de 
abrasivos sintéticos, os quais apresentam propriedades melhoradas. Além disso, 
novas pesquisas e estudos podem e são feitos a fim de melhorar ainda mais esses 
materiais. Por isso, uma infinidade de abrasivos sintéticos está à disposição para a 
fabricação de rebolos. Os mais importantes desses abrasivos são: 
 
a) Coríndon – formado por óxido de alumínio cristalino. É classificado em regular, 
médio e extra, de acordo com seu teor de impurezas (óxidos de titânio, silício e 
ferro). Além disso, também oferece variações referentes a elementos de ligas e 
composições de coríndon. Quatro principais processos de fabricação se aplicam a 
esse material: fundição, cristalização, sinterização e pulverização de massa 
fundida que forma esferas ocas ao resfriarem em suspensão no ar. 
 
b) Carboneto de silício – é um material sintético, formado pela fusão em fornos 
elétricos de areia de sílica (SiO2) com coque (carbono). Possui elevada dureza, 
que não depende da orientação dos cristais (como o diamante). Além disso, é 
muito estável quimicamente. Suas demais propriedades dependem do tipo e teor 
de impurezas, e a partir disso são classificados em de cor verde ou de cor preta. 
Os de cor preta se distinguem por apresentar maior tenacidade. 
 
 
26 
 
 
 
 
Figura 18: REBOLOS em Carboneto de Silício. 1 fotografia, color. Disponível em: 
<www.jlemosesteves.pt/>. Acesso em: 1 abr. 2009. 
 
c) Nitreto cúbico de boro – É o material sintético que mais se aproxima da dureza do 
diamante, com a vantagem dessa propriedade não depender da orientação dos 
cristais. Sua estrutura cristalina cúbica é estável até a temperatura de 2000°C, a 
temperatura ambiente. Encontra aplicação na usinagem de materiais de boa 
dureza, tais como aços rápidos e aços liga. 
 
 
Figura 19: NITRETO Cúbico de Boro. 1 fotografia. Disponível em: 
<www.abrasivesnet.com>. Acesso em: 1 abr. 2009. 
 
 
27 
 
 
 
d) Diamante sintético – Possui dureza superior ao diamante natural, o que o torna o 
mais duro de todos os abrasivos, porém essa propriedade depende da orientação 
do cristal. Além disso, possui elevada condutibilidade térmica e, por isso, requer 
cuidados na hora da escolha do ligante. Ligantes de baixo ponto de fusão, como 
resinóides, podem fundir e destruir o rebolo. Em ar atmosférico e à temperatura 
de 900°C, o diamante sofre a grafitização, o que di minui sua resistência. Esse 
abrasivo é utilizado na retificação de metal duro, quartzo, cristais, gemas, pedras 
preciosas, mármore, granito e cerâmicos. E ainda, estudos recentes, utilizando 
configurações alternativas de diamantes, obtiveram grandes resultados na 
usinagem de materiais dúcteis não ferrosos, tais como o alumínio. 
 
 
Figura 20: DIAMANTE sintético – Grãos. 1 fotografia, color. Disponível em: 
<www.dsn2006.org/catalog/materials_handling/1/>. Acesso em 1 abr. 2009. 
 
5.2 Granulometria 
 
 
A granulometria diz respeito ao tamanho de grão, ou seja, especifica 
parâmetros que podem ser medidos e comparados entre os diferentes tipos de grão. 
De acordo com Nussbaum (1988), é importante se ter controle da granulometria de 
um rebolo para que a uniformidade dos grãos seja garantida, e conseqüentemente a 
usinagem também apresente resultados uniformes. O tamanho de grão está 
diretamente ligado ao acabamento da usinagem. 
Um primeiro método para se especificar a granulometria de um rebolo é a 
utilização de peneiras. Os furos da peneira irão limitar os tamanhos do grão, e dessa 
 
28 
 
 
 
forma nenhum grão além do tamanho que se quer estará presente no rebolo. “A 
classificação mais usual é a da norma norte-americana ANSI Standart B 7.12-1977” 
(STEMMER, 2005, p. 270). Essa norma especifica o tamanho de grão através do 
número de fios que uma área padrão de uma polegada quadrada da peneira 
contém. O produto, ou quadrado, do número de fios é chamado de mesh (malha). 
Então, por exemplo, uma peneira que possua 10 x 10 fios, possui um malha de 100. 
Nessa medida, quanto maior o número de mesh, menor é o tamanho de grão. 
Abaixo temos uma classificação da granulometria em mesh, de acordo com 
Stemmer (2005). 
 
Finíssimo 400 500 600 800 1000 1200 
Muito fino 150 180 220 280 320 
Fino 70 80 90 100 120 
Médio 30 36 46 54 60 
Grosso 14 16 20 24 
Muito grosso 6 8 10 12 
Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. Florianópolis: Editora da UFSC. 
2008. 314 p., il. 
 
Na figura abaixo temos um exemplo das malhas usadas. Observa-se também 
uma classificação, indicando apenas os números de fios. Portanto, se a malha 
possui 20x20 fios, os grãos que passam nessa malha são chamados de grãos nº 20. 
 
Figura 21: Granulometria. 
Fonte: STOETERAU, R. L. et al. Usinagem com ferramentas de geometria de 
corte não definida - Retificação. 53 p., il. Disponível em: 
 
29 
 
 
 
<http://www.lmp.ufsc.br/disciplinas/emc5240/Aula-22-U-2007-1-retificacao.pdf>. 
Acesso em: 1. abr. 2009 
 
Porém, algumas utilizações requerem grãos tão pequenos, que estes já se 
tornam pós impalpáveis, e não mais podem ser medidos através desse sistema de 
peneiras. Para esses grãos, cita Stemmer (2005), criou-se uma medição baseada no 
tempo de decantação em solução aquosa. A solução aquosa de grãos é descansada 
por um número “n”de minutos, e então uma parcela superior da solução é retirada. 
Através da evaporação, extrai-se o pó dessa parcela, e esse pó é chamado de pó de 
“n” minutos. Essa medida encontra uma relação de aproximadamente 0,05 
min/mesh, ou seja, 1 minuto corresponde a um grão de mesh 200. 
 
 
5.3 Ligantes 
 
 
Os ligantes são divididos em dois grandes grupos, de acordo com sua 
constituição química. Eles podem ser orgânicos e inorgânicos. Ainda, uma 
caracterização encontrada em bibliografia mais antiga refere-se aos ligantes 
inorgânicos como ligantes elásticos. 
Os diferentes ligantes recebem um símbolo que os identifica e que é usado na 
especificação do rebolo. Em seguida encontramos essa simbologia, com seus 
respectivos ligantes. 
 
 
5.3.1. Inorgânicos 
 
 
(V) Cerâmico ou vitrificado: É formado por uma mistura de argila, caolim, 
quartzo, feldspato e outros fundentes (que diminuem a temperatura de queima do 
ligante). As proporções utilizadas de cada um dependem das propriedades que se 
quer obter do ligante. A utilização de fundentes é mais recente, e visa economizar 
tempo e combustível. O nome vitrificado se deve ao fato de todos os seus 
vitor zimmer straub
 
30 
 
 
 
componentes se vitrificarem durante o processo de queima, por esse motivo também 
pode ser chamado de cerâmica sinterizada. Esses ligantes representam 75% da 
utilização dos rebolos. De modo geral são frágeis, com alto módulo de elasticidade e 
resistentes à temperatura, porém quebradiços e sensíveis a choques térmicos. Além 
disso, a queima requer altas temperaturas, entre 1000 a 1350°C. 
(S) Silicioso: É formado por silicato de sódio, obtido na fusão de soda cáustica 
com grãos de quartzo, e ainda um pouco de argila. A solidificação dessa solução 
ocorre a 200°C e sua queima a temperaturas muito me nores que os ligantes 
cerâmicos. Por essas características, é um ligante fácil de trabalhar e de moldar. 
Permitem, ainda, a fabricação de ferramentas de grandes dimensões. Os problemas 
da utilização dessa ligante são: estrutura muito fechada, falta de elasticidade e baixa 
dureza. Além disso, também são muito suscetíveis à temperatura e à presença de 
água, devido à soda cáustica da composição. 
(O) Magnesita: É formado por oxicloreto de magnésio, que se forma da 
reação de óxidos com cloreto de magnésio. A solidificação do material ocorre em 
temperatura ambiente, embora de forma demorada. Porém, essa é uma reação 
química muito instável e difícil de controlar, por isso gera freqüentes trincas e 
fissuras que fragilizam e até inutilizam a ferramenta. É um ligante sensível à 
umidade, e por isso dispensa o uso de lubrificantes. Porém, isso pode limitar sua 
aplicação, e por isso só encontra utilização em retificações suaves como cutelaria e 
afiação de antigas navalhas e lâminas de barbear. 
(M) Metálico: é formado por diversos tipos de material, porém possui uma 
fabricação mais complexo e abrangente. Ao invés de simplesmente se misturar 
materiais e queimar em fornos, ligantes metálicos podem ser sinterizados, 
depositados galvanicamente sobre um suporte, ou infiltrados numa matriz porosa de 
abrasivo. É comumente usado na retificação de cerâmicas, com rebolos contendo 
abrasivos de dureza elevada como nitreto cúbico de boro (CBN), diamante ou 
diamante sinterizado. 
 
 
31 
 
 
 
 
Figura 22: REBOLO eletrolítico - depositação galvânica. 1 fotografia, color. 
Disponível em: <www.nikkon.com.br/reboloseltroliticos.htm>. Acesso em 1 abr. 2009. 
 
 
5.3.2 Orgânicos 
 
 
(E) Goma-laca: é formado de resíduos de couro. São de fabricação muito 
simples, se comparado aos outros ligantes que precisam ser misturados e 
queimados. Usados geralmente em lixas, são suscetíveis a temperatura. Além disso, 
também são usados para preparação de amostras metalográficas, pois não 
produzem descoloração na usinagem e isso permite boa visualização da estrutura 
do metal. 
 
32 
 
 
 
 
Figura 23: GOMA-LACA. 1 fotografia, color. Disponível em: 
<www.templodaarte.com/loja/>. Acesso em 1 abr. 2009. 
 
 (R) Borracha: é formado por borracha (ou látex). É amplamente usado em 
usinagens em alta velocidade, pois sua característica elástica garante ação suave 
do rebolo sobre a peça. A rebarbação de peças fundidas é um exemplo de sua 
aplicação. 
 
Figura 24: BORRACHA sendo extraída. 1 fotografia, color. 
Disponível em: <portuguese.alibaba.com/product-tp/latex-rubber-103676617.html>. 
Acesso em 1 abr. 2009. 
 
 (B) Resinóide: é formado por vários tipos de resinas sintéticas, que podem ou 
não apresentar material de enchimento. É o segundo ligante mais usado e com 
abrangência crescente. As resinas mais comuns são as fenólicas, pois são do tipo 
 
33 
 
 
 
termofixas. Isso garante que o material não irá se deformar sobre a ação da 
temperatura Porém, limite a temperatura na usinagem já que o material não resiste a 
grandes temperaturas, como os ligantes cerâmicos ou metálicos. É um ligante 
recomendado para trabalhos de alta pressão com velocidades de até 80 m/s. 
 
 
Figura 25: RESINA pré-processada. 1 fotografia, color. Disponível em: 
<www.scientech.com.br/produtos/resinas.html>. Acesso em 1 abr. 2009. 
 
 
5.4 Dureza do rebolo 
 
 
 A dureza do rebolo é o parâmetro que determina a capacidade do ligante em 
reter as partículas abrasivas do rebolo. Também, pode ser interpretada como a 
tenacidade do ligante. 
 O que se espera de um rebolo é que ele mantenha os grãos ativos até que 
estes se desgastem, arredondem e percam a eficácia. Então, o rebolo deve ser 
capaz de soltar esses grãos e expor novos grãos ativos. Dessa forma o rebolo está 
continuamente se reafiando. Porém, deve se cuidar para que não ocorra o desgaste 
excessivo da ferramenta e conseqüente ineficiência do processo, pois um rebolo que 
se desgasta muito fácil pode não estar retirando material suficientemente. 
 A dureza do rebolo não é quantitativamente mensurada. Ela apenas é 
comparada entre os diversos rebolos e classificada numa ordem apropriada. Uma 
dureza grande significa que o rebolo apresenta maior resistência ao desgaste e 
 
34 
 
 
 
arranque de seus grãos. Essa classificação utiliza as letras maiúsculas do nosso 
alfabeto, como vemos na tabela abaixo. 
Extra macio A, B, C, D, G 
Macio H, I, J, K 
Médio L, M, N, O 
Duro P, Q, R, S 
Extra duro T, U, W, Z 
Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. Florianópolis: Editora da UFSC. 
2008. 314 p., il. 
 
 
5.5 Estrutura – Espaçamento entre os grãos 
 
 
A estrutura aqui é definida como o espaçamento entre os grãos abrasivos e o 
ligante. Ela nos indica quanto espaço vazio há dentro do rebolo. É classificada em 
aberta (mais porosidade) ou fechada (menos porosidade). 
 
Figura 29: Efeitos da porosidade do rebolo. 
Fonte: STOETERAU, R. L. et al. Usinagem com ferramentas de geometria de 
corte não definida - Retificação. 53 p., il. Disponível em: <http://www.lmp.ufsc.br >. 
Acesso em: 1. abr. 2009 
 
 
 
 
35 
 
 
 
5.5.1. Estrutura fechada 
 
 
 Uma estrutura fechada possui os grãos abrasivos mais perto um dos outros, o 
que significa mais contato com a peça. Porém, uma vez que se têm mais arestas 
cortantes em contato com a peça, também se produz mais calor durante a 
usinagem, e conseqüente maior desgaste. 
 De acordo com Stemmer (2005), o uso de rebolos com estrutura fechada é 
indicado para acabamentos finos, pois é necessário se ter uma boa densidade de 
arestas cortantes e assim garantir a uniformidade do processo. A estrutura fechada 
também é usada na retificação de roscas. 
 
 
5.5.2. Estrutura aberta 
 
 
 Uma estrutura aberta representa grande espaçamento entre os grãos 
abrasivos. Esses espaços são importantes para alojar o cavaco, e com isso uma 
maior quantidade de material pode ser retirada.Além disso, com menos grãos em 
contato com a peça e menos calor sendo gerado, a durabilidade de rebolos de 
estrutura aberta é maior. 
 De modo geral, os materiais de menor dureza e ductilidade maior requerem 
rebolos de estrutura aberta para sua usinagem. São exemplos materiais não comuns 
à engenharia tais como cortiça, borracha, couro, etc. 
 
 
36 
 
 
 
 
 
Figura 30: CONSTITUIÇÃO dos rebolos de estrutura aberta e fechada. 
Fonte: Preparação de máquina. 10 p., il. Aula da USP. Disponível em: 
<www.bibvirt.futuro.usp.br >. Acesso em 26 mai. 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
6 FORMA DOS REBOLOS E PERFIL DOS BORDOS 
 
 
Sendo o rebolo uma ferramenta utilizada em diversas operações diferentes, é 
importante que ele também apresente formatos diferentes, que atendam as 
diferentes necessidades. De forma geral, o que se tem é: 
 
 
Figura 31: FORMAS e aplicações de rebolos. 
Fonte: Retificação: conceitos e equipamentos. 7 p., il. Aula da USP. Disponível 
em: <www.bibvirt.futuro.usp.br >. Acesso em 26 mai. 2009. 
 
Tanto o formato geral, como também o perfil dos bordos possuem formas e 
dimensões padronizadas. Essas formas são regulamentadas pelas normas ISO/R 
603-1967, ISO 1117-1975 e ISO/R 525, também pelas normas alemãs DIN, que se 
encontram no manual 108 – Werkzeuge 6, e ainda pela norma dos Estados 
Unidades ANSI-Standard B 74.2-1974 e pela brasileira ABNT NBR 6166. 
 
38 
 
 
 
Abaixo temos alguns dos formatos básicos de rebolos. 
 
 
Figura 32: FORMAS de Rebolo. il, color. Disponível em: 
<http://www.diamaxdiamantes.com.br/arquivos/Diamax_Catalogo.pdf>.Acesso 
em 26 mai. 2009. 
 
39 
 
 
 
Com relação aos bordos do rebolo, também existem padronizaçãoes, com 
formatos e dimensões normalizados. Abaixo temos alguns desses bordos. 
 
 
Figura 33: Bordo de rebolos 
Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. Florianópolis: Editora da UFSC. 
2008. 314 p., il. 
 
40 
 
 
 
6.1 Rebolos perfilados – retificação de roscas 
 
 
Além desses formatos padronizados, também existem rebolos com formas e 
bordos específicos para uma peça. Esses são chamados perfilados, e encontram 
aplicação principalmente na retífica de roscas. Em roscas que trabalham com a 
calibragem de algum aparelho, é importante que essas possuam tolerâncias 
dimensionais muito pequenas, e para suprir essa necessidade usa-se os rebolos 
perfilados. 
 
 
 
Figura 34: RETIFICAÇÃO com rebolo perfilado. 1 fotografia, color. Disponível em: 
<www.cimm.com.br>. Acesso em 1 abr. 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
 
 
7 ESPECIFICAÇÃO DOS REBOLOS – NORMALIZAÇÃO 
 
 
 Depois de todos esses aspectos que foram abordados aqui, é importante 
demonstrar como a especificação de rebolos é feita. No caso, todos os elementos 
supracitados aqui devem estar descritos sobre o rebolo, de forma a facilitar a sua 
utilização no dia-a-dia. 
 Na imagem a baixo temos um exemplo disso. Todos os parâmetros que vimos 
estão indicados, tais como granulometria, dureza, ligante, abrasivo, e ainda 
encontramos outros, tais como rotação máxima de trabalho e dimensões da 
ferramenta. 
 
 
 
Figura 35: ESPECIFICAÇÃO de Rebolo. 
Fonte: Preparação de máquina. 10 p., il. Aula da USP. Disponível em: 
<www.bibvirt.futuro.usp.br >. Acesso em 26 mai. 2009. 
 
42 
 
 
 
 
 
Figura 36: CATÁLOGO NORTON. Exemplo de rebolo vendido no mercado. 
Disponível em: 
<http://www.frato.com/arquivos_public/catalogo_parceiros/arq_42_12.pdf>. Acesso 
em 1 abr. 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
 
8 REFRIGERAÇÃO NO USO DE REBOLOS 
 
 
Nas operações com rebolos, pode haver grandes quantidades de calor 
gerado devido ao atrito do rebolo com a peça a ser usinada. De fato, e conforme 
Stemmer (2008), a maior parte do calor gerado no processo de retificação transfere-
se para a peça, o que pode originar uma série de graves problemas, tais como o 
surgimento de “pontos macios” por sobreaquecimento do material, “pontos duros” 
por aquecimento e rápido resfriamento, áreas com manchas, e aspecto superficial 
queimado, além de trincas, empenamentos e deformações. A retirada do cavaco é 
um fator crucial para evitar este problema, pois o espaço disponível para este se 
alojar no decorrer do processo é muito pequeno, o que freqüentemente acarreta em 
forte atrito dos grãos do rebolo com a peça, provocando aquecimento excessivo. 
Neste quesito, os fluidos refrigerantes desempenham um papel muito importante. 
Figura 37: FLUXO de calor no grão 
Fonte: KÖNIG W. Tecnologia da Fabricação. Retífica, brunimento e lapidação. v. 2 
(direitos de tradução reservados por Prof. Walter L. Weingaertner), 1981. 
 
44 
 
 
 
Lubri-refrigerantes são altamente recomendados para os casos agressivos 
onde grandes quantidades de calor são geradas, e possuem diversas finalidades e 
vantagens que, em muito, justificam o seu uso. Além de esfriar a peça, as porções 
de fluido localizadas imediatamente nos pontos de contato da peça com o abrasivo, 
conferem uma boa lubrificação na interface da peça com o rebolo. De acordo com 
Nussbaum (1988), “os fluidos contribuem para manter a uniformidade da distribuição 
de temperaturas na área usinada, ponto-chave para evitar as deformações 
originadas de choques térmicos.” A remoção dos cavacos pelo fluido de corte evita 
também que o arraste na retirada dos mesmos e sua compressão contra o rebolo 
prejudique no acabamento da peça ou feche os poros do rebolo precocemente. A 
aplicação de fluidos de corte, portanto, auxilia nos objetivos gerais do rebolo, na 
medida em que contribui para o arranque do material sob a forma de cavaco e 
melhora o acabamento superficial da peça usinada. 
 
Figura 38: APLICAÇÃO de fluido de corte sobre rebolo. 1 fotografia, color. 
Disponível em: <www.cimm.com.br/>. Acesso em 1 abr. 2009. 
 
Sob o ponto de vista da produtividade de processo, citando Stemmer (2008), 
a diminuição da temperatura no processo de usinagem causada pelo fluido 
refrigerante permite a aplicação de velocidades de corte maiores e o emprego de 
rebolos mais macios e com grãos maiores, o que rende relações mais altas de 
remoção do material. Desta maneira, usando rebolos que removam maiores 
quantidades de material e aplicando um maior giro do eixo da máquina, podem ser 
obtidos simultaneamente o mesmo acabamento superficial e precisão dimensional 
com uma considerável redução nos custos de processo, aumentando a 
 
45 
 
 
 
produtividade. Entretanto, isto também depende da escolha correta do fluido lubri-
refrigerante. 
O aumento da produtividade com o uso de rebolos é um fator depende da 
escolha do fluido lubri-refrigerante, que deve ser adequado ao tipo de abrasivo 
usado no rebolo, sua granulometria e à operação de usinagem. Deve-se ter cuidado 
na escolha do fluido, de modo a evitar que ocorra a sua absorção pelos poros do 
rebolo. Na prática, esta absorção de líquido pode gerar desequilíbrios no rebolo e 
tendência de vibrações, como também arrancamento não-uniforme de material. Em 
casos extremamente desfavoráveis, pode-se atingir uma possível ruptura (ou 
explosão) do rebolo, quando este é acelerado a altas rotações. 
Deseja-se, pois, uma reunião de características comuns presentes ao fluido 
refrigerante escolhido, tais como ser lubrificante, antioxidante, detergente, possuir 
baixa tensão superficial, boa capacidade de emulsão, não ser inflamável, não ser 
tóxico e não permitir que se formem pós abrasivos nocivos à saúde. 
Conforme a norma DIN 51385, como fluidos lubri-refrigerantes são utilizados 
óleos, soluções e emulsões, que podem apresentar diferentes composições. Os 
primeiros são os menos empregados na prática com rebolos (STEMMER, 2008), 
pois apesar de serem excelentes lubrificantes,também custam caro, apresentam 
riscos de incêndio e podem causar problemas à saúde do operador. Óleos puros são 
mais utilizados em casos onde a ação lubrificante seja mais importante que a ação 
refrigerante (NUSSBAUM, 1988), isto é, em operações de acabamento nas quais o 
arranque de material da peça seja mínimo e a rugosidade desejada seja 
relativamente baixa como, por exemplo, na retífica de roscas e perfis complexos. 
Como uma alternativa bastante utilizada, e sugerida por Nussbaum (1988), os óleos 
solúveis freqüentemente encontram uma maior aplicação que os puros, porque 
podem ser usados quando se deseja acentuar menos a ação lubrificante e obter 
melhor refrigeração em comparação àqueles óleos. 
Soluções e emulsões conhecidos também por fluidos sintéticos têm 
encontrado grande aplicação na retificação. Estes fluidos, que podem ser orgânicos 
ou inorgânicos, geralmente possuem um alto poder detergente, o que ajuda a limpar 
profundamente a superfície do rebolo, porém costumam ter um baixo poder 
lubrificante. Apesar disso, Nussbaum (1988) prevê que podem ser formulados com 
 
46 
 
 
 
características minuciosamente controladas, o que permite obter valores ótimos para 
as suas propriedades, como detergência, lubrificação e refrigeração. 
A seguir, estão sintetizadas as vantagens da utilização dos lubri-refrigerantes 
nos processos de retificação com rebolos: 
• Redução significativa do atrito entre os grãos abrasivos e a peça; 
• Resfriamento da superfície da peça durante a usinagem; 
• Retirada dos cavacos no rebolo, contribuindo para a sua limpeza; 
• Proteção contra corrosão, das peças e da máquina; 
• Arraste dos cavacos e dos resíduos do rebolo; 
• Taxa mais alta de remoção de material; 
• Possibilidade de empregar rebolos mais macios com redução nos custos; 
• Aumento de produtividade. 
 
 
 
 
Figura 39: Esquema da aplicação de fluido lubri-refrigerante. 
Fonte: STOETERAU, R. L. et al. Usinagem com ferramentas de geometria de 
corte não definida - Retificação. 53 p., il. Disponível em: 
<http://www.lmp.ufsc.br/disciplinas/emc5240/Aula-22-U-2007-1-retificacao.pdf>. 
Acesso em: 1. abr. 2009 
 
 
 
 
47 
 
 
 
9 DEFEITOS NO USO DE REBOLOS 
 
 
 São diversos os problemas que podem ocorrer tanto no rebolo quanto na 
peça por condições de usinagem inadequadas ou imperfeições do rebolo. Por 
exemplo, podem ocorrer queimaduras, marcas e mau acabamento na peça, e 
desgaste precoce, espelhamento ou empastamento no rebolo. Trataremos dos 
principais defeitos no rebolo, citando suas causas nos parágrafos seguintes. 
 Macroscopicamente falando, podem ocorrer desgastes radiais e de quina na 
face do rebolo, devido às temperaturas localizadas e pressões elevadas, de maneira 
gradual. Microscopicamente, segundo Wilfried Konig (1980, p.13) este desgaste 
ocorre devido às influências térmicas nas camadas superficiais do grão abrasivo e 
do ligante, propiciando a oxidação e a difusão. As camadas em questão perdem sua 
resistência original, se desprendendo devido à ação mecânica da abrasão. 
 
 
 
 
Figura 40: Desgaste macroscópico no rebolo 
Fonte: STOETERAU, R. L. et al. Usinagem com ferramentas de geometria de 
corte não definida - Retificação. 53 p., il. Disponível em: 
<http://www.lmp.ufsc.br/disciplinas/emc5240/Aula-22-U-2007-1-retificacao.pdf>. 
Acesso em: 1. abr. 2009 
 
 
48 
 
 
 
 
Figura 41: Desgaste microscópico no grão 
Fonte: KÖNIG W. Tecnologia da Fabricação. Retífica, brunimento e lapidação. v. 2 
(direitos de tradução reservados por Prof. Walter L. Weingaertner), 1981. 
 
 
Com o decorrer da utilização do rebolo pode-se, em alguns casos, perceber 
um desgaste anormal e excessivo do seu material constituinte. Geralmente, isto é 
causado pela utilização de um rebolo com grãos muito macios, baixas velocidades 
de rotação, grande velocidade de avanço, força de contato excessiva, rebolo de 
dimensão muito estreita ou por descontinuidades na peça, como furos e ranhuras. 
 Outro fenômeno grave que pode ocorrer com o tempo é conhecido como 
espelhamento do rebolo. É possível que o rebolo pare de remover material da peça 
após certo tempo de uso. Isso é caracterizado pelo alisamento da sua face, 
presença de grãos abrasivos arredondados e sem gumes vivos. Normalmente, 
conforme aponta Stemmer (2008, p. 297), o espelhamento em geral ocorre por 
causa de um rebolo muito duro, grãos pequenos e finos, velocidade excessivamente 
alta de rotação e avanço muito pequeno. 
 
49 
 
 
 
 
Figura 42: Desgaste do rebolo – Cegamento dos grãos isolados 
Fonte: STOETERAU, R. L. et al. Usinagem com ferramentas de geometria de 
corte não definida - Retificação. 53 p., il. Disponível em: 
<http://www.lmp.ufsc.br/disciplinas/emc5240/Aula-22-U-2007-1-retificacao.pdf>. 
Acesso em: 1. abr. 2009 
 
 Dizemos que ocorreu o empastamento do rebolo quando a sua face 
apresentar cavacos de outros materiais mais macios que, exemplificando, podem 
ser de latão, bronze, alumínio e aço macio, entre outros. Com o agregamento destas 
partículas pelos espaços e poros do rebolo, a ferramenta perde sua capacidade 
original de corte, ficando lisa. A respeito do empastamento, Stemmer (2008, p.298) 
enumera as seguintes causas, podendo o problema ser causado pela alta dureza do 
rebolo ou estruturas densas de alguns, assim como por causa da aplicação de 
pequenas velocidades de avanço. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
 
 
10 CUIDADOS NA UTILIZAÇÃO E MONTAGEM DOS REBOLOS 
 
 
 A utilização de rebolos nos processos de desbaste, retificação e afiação exige 
certos cuidados, extremamente necessários para se reduzir o risco de acidentes. 
Lembrando que o operador deve sempre respeitar as normas de segurança e utilizar 
os equipamentos de proteção necessários. Em princípio, a preocupação maior é 
eliminar quaisquer riscos à integridade física do operador, mas isto deve contribuir 
também ao sucesso do processo de usinagem. 
Preliminarmente, o rebolo deve passar por um teste visual, sendo conferidas 
suas dimensões e seu aspecto. A seguir, deve passar por um teste de som, 
geralmente realizado batendo-se em dois ou mais pontos, para buscar e detectar 
defeitos na estrutura do material, sempre procurando a existência de fraturas e 
trincas que possam ter ocorrido durante o transporte e manuseio. Por último deve-se 
observar se este não apresenta umidade excessiva. 
O balanceamento do rebolo também deve ser controlado, pois é uma das 
principais causas de defeitos que aparecem nos processos de usinagem. O 
desbalanceamento pode produzir vibrações, trepidações, desgaste prematuro do 
rebolo e dos mancais, mau acabamento superficial e diminuição da velocidade para 
ruptura do rebolo por causa de tensões adicionais presentes, originando perigo de 
colapso e explosão. 
Mesmo um rebolo cuidadosamente balanceado, pode ficar desbalanceado 
novamente depois de contínuos períodos de trabalho. Isto pode ocorrer, por 
exemplo, quando a porosidade não é uniforme, e ocorre penetração de fluido 
refrigerante, como citado anteriormente. Nussbaum (1988, p.439) alerta os principais 
fatores que causam o desbalanceamento como assimetria geométrica, rebolo 
heterogêneo, flexões presentes no eixo da máquina-ferramenta e impregnação ou 
absorção do fluido por parte do rebolo. 
Deve-se garantir que o rebolo, quando em operação, gire concentricamente e 
sem batimentos. É importante para este fim retirar material abrasivo presente na 
periferia do rebolo, deixando-o sem batimentos. Este processo é realizado com o 
rebolo girando e aplicando um diamante. A esta operação, Stemmer (2008, p.299) 
 
51 
 
 
 
dá a denominação de trueing, perfilamento ou formação de perfil, da qual trataremos 
em detalhes posteriormente. 
O operador deve atentar para a velocidade máxima de giro do rebolo,especificada no rótulo, correspondendente à velocidade periférica do rebolo com o 
diâmetro inicial. Isto significa, conforme ocorre o desgaste do rebolo, que maiores 
velocidades de giro podem ser aplicadas para compensar a diminuição da 
velocidade periférica. 
Segundo Stemmer (2008), a montagem inadequada é o principal fator de 
risco para os rebolos sendo, pois, responsável por cerca de 75% dos casos de 
quebra, um número bastante significativo. O rebolo deve ser montado entre dois 
flanges, que devem ter características desejadas para manter boas condições de 
operação. Citamos e discutimos cada uma delas a seguir. 
 
 
Figura 43: Flanges de montagem de rebolos 
Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. 2008. Ilustração. 
 
As faces do rebolo devem fazer 90º com o eixo de montagem, para se manter 
a uniformidade do giro e o balanceamento. Ajustes entre furo e eixo de montagem 
devem ter folga, pois a área submetida a esforços mais críticos no rebolo é a 
periferia de seu furo. Recomenda-se folgas de 0,05 a 0,20mm. 
 
52 
 
 
 
Dimensionamento e projeto adequado dos flanges: devem ter diâmetro 
adequado, sendo o externo igual a 1/3 do diâmetro do rebolo para o rebolo com furo 
pequeno. Para rebolos de furo grande, recomenda-se para o flange diâmetro externo 
igual ao do furo acrescentando-se 50mm. Ambos os flanges devem ter diâmetros 
iguais para não originar forças assimétricas, sua espessura deve ser suficiente para 
segurar o rebolo, resistindo às forças e o flange do lado motor deve ter chaveta. 
Ranhuras de alívio evitam forças excessivas nos cantos do furo do rebolo. 
Recomenda-se também colocar material compressível entre flange e rebolo para 
distribuir melhor a pressão. E o torque na porca não deve ser excessivo, somente o 
suficiente para fixar o rebolo com segurança. 
É recomendado que antes de processos de desbaste, retífica ou afiação, que 
se deixe o rebolo girar livremente alguns minutos antes da operação de usinagem ou 
mesmo antes da revisão da máquina. Após o giro em vazio, e com o sistema lubri-
refrigerante desligado, pode-se efetuar comprovações de desbalanceamento do 
rebolo, verificar a fixação dos flanges e avaliar o alinhamento do conjunto. Isto 
também permite que o rebolo expulse grande parte do fluido que absorveu na 
operação anterior. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
 
 
11 RETIFICAÇÃO DE REBOLOS 
 
 
 Tanto rebolos recém-fabricados como rebolos que já tem mais tempo de uso 
podem apresentar defeitos comuns como desgaste irregular, forma indesejada, 
abrasivo com grãos de gumes arredondados e desgastados, e poros entupidos de 
cavacos o que impede o alojamento de novos cavacos e dificulta a remoção de mais 
material da peça. Por estes e outros problemas se faz necessária uma reafiação 
periódica do rebolo. Dentre estas operações de reafição de rebolos destacam-se o 
perfilamento (trueing) e dressagem (dressing). 
 
 
Figura 44: FERRAMENTAS de dressagem com diamante. 1 fotografia, color. 
Disponível em: <http://www.ism.kiev.ua/images/kul2.jpg>. Acesso em 01 abr. 2009. 
 
 A dressagem ou dressamento é uma operação que deixa a superfície do 
rebolo em condições para atuar melhor nos processos de usinagem. Consiste em 
remover os grãos arredondados e cegos da superfície do rebolo, resolvendo o 
problema do espelhamento; ou realizar a limpeza de rebolos carregados de cavacos 
de outros materiais mais macios que o fluido de corte não conseguiu remover, o que 
soluciona o problema do empastamento. Como este processo restaura a capacidade 
de corte do rebolo e permite que novos grãos afiados apareçam na sua superfície, 
podemos dizer que é uma espécie de “reafiação” do rebolo. 
 
54 
 
 
 
O perfilamento consiste em dar a forma correta ao rebolo, permitindo que em 
condições de operação este gire centrado, sem batimentos; ou ainda para realizar 
um perfil especial nos bordos do rebolo, com o interesse de que em determinadas 
operações seja possível dar formas desejáveis à peça. 
 Normalmente, estas operações se realizam simultaneamente. Neste caso, o 
processo resultante da dressagem e do perfilamento é apenas denominado de 
retificação do rebolo. Para as operações de dressar e perfilar utilizam-se aparelhos 
ou ferramentas de aplicação manual, ferramentas rotativas ou uma combinação dos 
dois sistemas. Mais especificamente, algumas das ferramentas empregadas nos 
processos compreendem: cortadores metálicos ou rosetas, bastões retificadores, 
rodas retificadoras, pontas simples de diamante, dressadores de diamante múltiplos 
e em matrizes, roletes estacionários e giratórios de diamantes e roletes de 
esmagamento ou crushers. 
 
Figura 45: Haste NORTON – Dressador de ponta de diamante 
Fonte: CATÁLOGO NORTON. Disponível em: 
<http://www.frato.com/arquivos_public/catalogo_parceiros/arq_42_12.pdf>. Acesso 
em 1 abr. 2009. 
 
 Rosetas ou cortadores metálicos são constituídos de arruelas dentadas ou 
corrugadas de aço, com aplicação na dressagem de rebolos para operações de 
desbaste. 
 
55 
 
 
 
 
Figura 46: ROSETAS e bastão dressador. 1 fotografia, color. Disponível em: 
<http://www.montagna.com.br/UserFiles/Image/bastao%20cpia.jpg>. Acesso em: 1 
abr. 2009. 
 
Bastões retificadores constituem-se basicamente de prismas de abrasivos em 
liga. São usados principalmente para remover a carga de cavacos em rebolos 
diamantados, para rebolos de afiação de ferramentas e para quebrar cantos em 
rebolos. Rodas retificadoras com material abrasivo são usadas para manter o giro 
centrado de rebolos de diamante, de CBN, além de rebolos usuais para operações 
de desbaste. 
Pontas simples de diamante são usadas para perfilar e dressar rebolos para 
operações de precisão. No entanto, em rebolos muito duros, segundo Stemmer 
(2008, pg. 302) pontas simples de diamante podem experimentar achatamentos, e 
podem acabar cegando o rebolo em operações futuras de dressagem. Por este 
motivo, há uma utilização crescente no uso de dressadores múltiplos em matrizes, 
evitando este problema. 
Roletes rotativos de diamantes e diamantados de formas especiais têm a 
vantagem de assegurarem maior precisão na forma geométrica do rebolo e 
consequentemente maior qualidade na usinagem da peça. 
 
 
56 
 
 
 
 
Figura 47: Dressadores diamantados quanto ao movimento 
Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. Florianópolis: Editora da UFSC. 
2008. 314 p., il. 
 
 
11.1 Perfilamento (truening) 
 
 
O perfilamento de um rebolo pode ser feito de diversas maneiras, como por 
exemplo, por esmagamento mecânico com a utilização de um rolo, ou crushing; 
copiando-se a forma desejada com uma ponta simples de diamante, usando-se um 
 
57 
 
 
 
sistema pantográfico e gabarito; utilizando-se máquinas CNC; ou inclusive a 
retificação da própria forma do rebolo utilizando um rolete dressador rotativo ou um 
dressador de forma rotativo diamantado. 
 
 
Figura 48: Perfilamento por ponta simples de diamante 
Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. Florianópolis: Editora da UFSC. 
2008. 314 p., il. 
 
Roletes dressadores rotativos de diamantes são produzidos a partir de um 
cilindro metálico com a forma desejada e impregnam-se diamantes, em uma 
composição que pode ser um conjunto simples de diamantes ou matrizes. O rolete 
diamantado rotativo inicia o seu giro na velocidade usual de retificação antes de 
entrar em contato e conformar o rebolo. Dressadores diamantados estacionários são 
utilizados de forma similar. 
O esmagamento mecânico ou crushing é realizado com rolos de forma 
adequada que exercem pressão contra o rebolo, quebrando as pontes de ligante e 
expondo os grãos abrasivos com gumes vivos. Desta maneira, o processo é mais 
preciso e gera menos calor do que dressagem de rebolos pordiamantados. O 
contato é realizado com ambos parados e inicia-se acelerando o rebolo lentamente. 
O rolo é então avançado contra o rebolo até que se tenha reproduzido 
completamente o perfil na sua face. Conforme Nussbaum, girando-se em sentido 
contrário dá-se maior acabamento à peça. 
 
58 
 
 
 
 
Figura 49: Perfilamento por esmagamento mecânico (crushing) 
Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. Florianópolis: Editora da UFSC. 
2008. 314 p., il. 
 
 
11.2 Dressagem (dressing) 
 
 
A dressagem influencia diretamente a eficiência do rebolo, e isso se traduz no 
acabamento, no arranque de material da peça, na tolerância dimensional e na vida 
do rebolo. Dressadores muito gastos, por exemplo, levam à formação de rebolos 
lisos, não agressivos o suficiente e que dão pouca qualidade ao acabamento da 
peça. 
A dressagem pode ser realizada a seco ou com o emprego de fluido 
refrigerante. Conforme Nussbaum (1988, p.417), caso o rebolo opere com fluido 
lubri-refrigerante, recomenda-se refrigeração abundante antes e durante da 
operação; caso o rebolo trabalhe a seco, deve-se dressar sem refrigerante, mas 
depois de cada passe. 
 
59 
 
 
 
 
Figura 50: Ângulos de ataque de dressamento – Dressador inclinado e 
posições de trabalho 
Fonte: NUSSBAUM, Guillaume Ch. Rebolos e abrasivos; tecnologia básica. São 
Paulo, ícone, 1988, 503 p., il. 
 
Com a utilização de pontas simples de diamante, deve-se adequar a escolha 
do tamanho de diamante a cada processo. Tarefas pesadas requerem diamantes 
maiores. O diamante também deve girar em torno do seu eixo longitudinal para 
evitar superfícies achatadas. O avanço deve ser uniforme com o mínimo de pressão 
necessária. O uso de dressadores diamantados exige constante e abundante 
refrigeração, e grande cuidado na execução. Deve-se evitar o impacto do diamante 
contra o rebolo e atentar para rebolos excêntricos. O correto posicionamento da 
ponta também é muito importante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
 
 
12 FABRICAÇÃO DE REBOLOS 
 
 
12.1 Com Óxidos de Alumínio ou Carboneto de Silício 
 
 
 Podem ser fabricados com ligantes cerâmicos e resinóides, que apresentam a 
mesma sequência de operações, apesar dos processos serem diferentes devido à 
composição química e comportamento de cada ligante. Na primeira etapa do 
processo, realiza-se a pesagem e a mistura dos componentes do rebolo (abrasivos, 
ligantes e aditivos). 
A seguir deve-se obter a forma do rebolo pelos processos de vazamento 
(para o ligante resinóide) ou prensagem (para ambos os ligantes). No vazamento, 
uma máquina agita e mistura o ligante e os grãos abrasivos com água por algumas 
horas. Então, retira-se o material, que é vazado em fôrmas com fundo poroso para 
secar lentamente. Depois da secagem, o rebolo é transportado e pré-conformado 
para a queima no forno. 
A aplicabilidade do processo de vazamento se restringe as ligantes com alto 
teor de argila e grãos mais finos, pois grãos mais grossos não têm a capacidade de 
emulsionar e permanecer em suspensão. É um processo que despende grandes 
quantidades de tempo e alocação de espaço, porém oferece vantagens, como boa 
homogeneidade, dureza uniforme e cantos resistentes do rebolo. 
 
Figura 51: Rebolo em óxido de alumínio branco - “38A” formato reto 
Fonte: CATÁLOGO NORTON. Disponível em: 
<http://www.frato.com/arquivos_public/catalogo_parceiros/arq_42_12.pdf>. Acesso 
em 1 abr. 2009. 
 
61 
 
 
 
Na prensagem, o processo começa semelhantemente. É feita a mistura e 
seguir os grãos abrasivos são recobertos com ligante e esta camada é plastificada 
com aditivos para que o rebolo tenha resistência suficiente para ser transportado. 
Em contraste com o processo de vazamento, a mistura dura somente de 5 a 10 
minutos, o que gera uma grande economia de tempo e preferência por este 
processo. 
A seguir uma determinada massa é pesada e distribuída uniformemente sobre 
um molde, na fôrma de prensagem. Verifica-se a geometria, estrutura e presença de 
defeitos e por fim, leva-se o rebolo para a queima no forno, e etapas de aquecimento 
e resfriamento controlados. 
 
Figura 52: Fluxograma de fabricação de rebolos com óxidos de Al ou SiC 
Fonte: STEMMER, C.E. Ferramentas de corte II. Florianópolis: Editora da UFSC, 
2008. 314p., il. 
 
62 
 
 
 
 
Figura 53: Rebolo em carboneto de silício verde - “39C” formato reto 
Fonte: CATÁLOGO NORTON. Disponível em: 
<http://www.frato.com/arquivos_public/catalogo_parceiros/arq_42_12.pdf>. Acesso 
em 1 abr. 2009. 
 
 
12.2 Com Diamante ou Nitreto Cúbico de Boro 
 
 
 O diamante e o CBN (nitreto cúbico de boro) são materiais caros, e por esta 
razão, os rebolos com abrasivos destes dois materiais são formados por um corpo 
base, sobre o qual é aplicado uma camada ou revestimento de abrasivo e ligante. 
Podem ser obtidos revestimentos com ligantes resinóides ou ligantes metálicos 
sinterizados, infiltrados ou aplicados por eletrodeposição. 
 A fabricação de rebolos resinóides é semelhante à discutida na seção 
anterior. Uma mistura homogênea com abrasivos e a carga (agentes sinterizantes) 
são distribuídas em uma fôrma de aço e levadas à prensagem à quente em um 
forno. Ciclos de tempo, pressões e temperaturas precisamente controlados 
determinam a qualidade final do rebolo, que após o processo, ainda pode passar por 
pós-tratamentos térmicos. 
 Na obtenção de revestimentos com ligantes metálicos infiltrados para rebolos, 
usa-se um metal de baixo ponto de fusão liquefeito e força-se o mesmo por 
capilaridade no corpo poroso que constituirá o rebolo. Na fabricação de diamante e 
CBN, primeiramente realiza-se a mistura com pó metálico, carga e abrasivo. Então, 
é feita a prensagem a frio e adicionado o material de infiltração e, por último, leva-se 
o pré-rebolo ao tratamento térmico. 
 
63 
 
 
 
 No processo de sinterização, a mistura de abrasivos na forma de metal em pó 
e os agentes sinterizantes é prensada na forma desejada e sinterizada em forno. 
Então, solda-se o revestimento obtido no suporte ou corpo base do rebolo. O 
suporte deve ser usinado com precisão, ou prensado diretamente junto com a parte 
abrasiva e retificado posteriormente. Pode-se também variar este método moldando 
a mistura diretamente sobre o suporte, e comprimindo a mistura e a base em um 
molde, que é posteriormente aquecido. 
 Na eletrodeposição, utiliza-se um corpo de aço sobre o qual uma camada de 
grãos de diamante ou nitreto de boro cúbico é mantida sobre a superfície da base e 
mergulhada em um banho galvânico, sendo esta camada gradualmente recoberta 
durante o processo por material eletro depositado. As partículas de abrasivo são 
expostas em parte na superfície do rebolo, propiciando um bom corte pela 
rugosidade da superfície. 
 
Figura 54: Fluxograma da fabricação de rebolos de diamante ou CBN 
Fonte: NUSSBAUM, Guillaume Ch. Rebolos e abrasivos; tecnologia básica. São 
Paulo, ícone, 1988, 503 p., il. 
 
64 
 
 
 
 
 
Figura 55: Rebolo de Nitreto de Boro Cúbico para retificação. 1 fotografia, color. 
Disponível em: <http://img.directindustry.es/images_di/photo-p/muela-cbn-para-
maquina-de-rectificacion-311812.jpg>. Acesso em: 1 abr. 2009. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
65 
 
 
 
13 SELEÇÃO DE REBOLOS 
 
 
Para a seleção correta de um rebolo, tudo o que foi visto nesse trabalho é 
importante, principalmente as cinco características principais do rebolo: abrasivo, 
granulometria, ligante, dureza e estrutura. Essas cinco características estão 
diretamente ligadas com o bom resultado da usinagem com ferramenta de corte de 
geometria não definida, e é pela escolha delas que se seleciona um rebolo. 
Muitos fabricantes já especificam quais são as aplicações ideias de seus 
produtos,porém sabemos que para bons resultados, cada processo de usinagem 
deve ser analisado separadamente. Portanto, sabemos que existem fatores 
constantes, que já são determinados pelo projeto, e também fatores variáveis, que 
dependem do maquinário e equipe de produção. Pelas indicações de Stemmer 
(2005) e Nussbaum (1988), temos o seguinte: 
 
Fatores constantes: 
 
a) Material a retificar: 
 
- Tipo de abrasivo: 
Óxido de alumínio: retificação de aços carbonos, aço liga, aço rápido, ferro 
fundido maleável e nodular, bronze duro; 
SiC: ferro fundido cinzento, coquilhado, não ferrosos e não metálicos; 
Diamante: metal duro, quartzo, mármore, granito e cerâmica; 
CBN: materiais duros, aço rápido e aços liga temperados. 
 
- Granulometria: 
Grãos finos: materiais duros e frágeis, para evitar o impacto; 
Grãos grossos: materiais macios e dúcteis. 
 
- Dureza do rebolo: 
Duro: materiais macios e frágeis; 
Macio: materiais duros. 
 
66 
 
 
 
- Estrutura: 
Fechada: materiais duros e quebradiços; 
Aberta: materiais macios e dúcteis; 
Ligante: influencia pouco, pois depende mais das condições de trabalho. 
 
 
b) Precisão e grau de acabamento superficial: 
 
- Granulometria: 
Grossa: desbaste e remoção de muito material; 
Fina: acabamento bom. 
 
- Ligante: 
Vitrificado: rebarbação e semi-acabamento; 
Orgânicos (resinóide, borracha ou goma-laca): acabamento finíssimo, com efeito 
suave. 
 
- Estrutura: quanto mais fechada, melhor o acabamento. 
 
 
c) Área de contato: 
 
- Granulometria: 
Fina: pequenas áreas; 
Grossa: grandes áreas. 
 
- Dureza: 
Duro: pequenas áreas de contato, por causa das grandes tensões concentradas 
que arrancam mais facilmente os grãos. 
 
- Estrutura: 
Fechada: pequenas áreas; 
Aberta: grandes áreas, para poder se retirar a grande quantidade de cavacos. 
 
67 
 
 
 
 
 
 
Figura 56: Escolha de rebolos de Óxido de Alumínio e Carboneto de Silício 
Fonte: NUSSBAUM, Guillaume Ch. Rebolos e abrasivos; tecnologia básica. São 
Paulo, ícone, 1988, 503 p., il. 
 
d) Tipo de operação: 
 
- Ligante: 
Vitrificado: retíficas cilíndricas externas ou planas; 
Orgânico: acabamento excepcional, com tolerâncias muito apertadas, ou 
desbaste em alta velocidade de ferros fundidos; 
Elástico: rebolos finos de corte. 
 
68 
 
 
 
- Estrutura: 
Aberta: retificação plana e frontal, com grandes áreas de contato; 
Média: retificação cilíndrica externa; 
Fechada: retificação cilíndrica externa com pequena área de contato, e na 
retificação de roscas. 
 
 
Fatores Variáveis: 
 
a) Velocidade de corte: 
 
- Dureza: 
Macio: velocidades altas; 
Duro: velocidades baixas, para evitar o desgaste. 
 
- Ligante: 
Cerâmico: velocidades de até 30 m/s; 
Orgânico: velocidades de 48 m/s ou mais. 
 
- Além disso, é importante não exceder velocidades muito altas, pois o rebolo 
corre o risco de se despedaçar pela ação da força centrífuga. Isso depende muito do 
ligante usado, e pode ainda ser controlado pelo uso de telas de fibra de vidro no 
rebolo. O ideal é 42m/s para vitrificados e 48m/s para orgânicos, sendo que algumas 
exceções existem. 
 
 
b) Pressão da velocidade avanço: 
 
- Valores maiores destas grandezas exigem rebolos mais duro; 
- Maior profundidade de corte exige estrutura mais aberta (maior área de 
contato); 
- Maior velocidade de corte exige aumento proporcional da velocidade de 
avanço para prevenir danos térmicos. 
 
69 
 
 
 
c) Estado da retífica: 
 
- Quanto pior a estabilidade da máquina, maior deve ser a dureza do rebolo. 
 
 
d) Características do operador 
 
- Operadores dinâmicos tendem a exigir rebolos mais duros, pelo uso de 
maiores avanços e pressões de trabalho; 
- Operadores menos dinâmicos em geral usam rebolos mais macios, pois os 
duros sofrem espelhamento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
70 
 
 
 
14 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
ABNT. NBR 10520: Citações. Rio de janeiro, agosto, 2002. 7 p. 
ABNT. NBR 14724: Trabalhos Acadêmicos. Rio de janeiro, dezembro, 2005. 13 p. 
ABNT. NBR 6023: Referências. Rio de janeiro, agosto, 2002. 24 p. 
ABNT. NBR 6024: Numeração progressiva das seções de um documento escrito. 
Rio de janeiro, maio, 2003. 3 p. 
ABNT. NBR 6027: Sumário. Rio de janeiro, maio, 2003. 2 p. 
ABNT. NBR 6028: Resumo. Rio de janeiro, maio 1990. 3p. 
ABNT. NBR 6032: Abreviação de títulos de periódicos e publicações seriadas. Rio 
de janeiro, agosto, 1989. 14 p. 
AbrasivesNet. Disponível em: <http://www.abrasivesnet.com/> Acesso em: 9 maio 
2009 
Aceav. Disponível em <http://www.aceav.pt/blogs/floresta/Lists/Fotografias/>. Acesso 
em: 20 maio 2009 
Acrecaxias. Disponível em: <http://www.acrecaxias.com.br/pdf/Rebolos.pdf> Acesso 
em: 17 maio 2009 
Alibaba.com. Disponível em: <http://portuguese.alibaba.com/product-
free/Aluminum_Oxide_Abrasive_Fine_Grit_120-10784694.html/> Acesso em: 5 maio 
2009 
Angüera – Grupo Amador de Arte. <http://www.angueras.com.br/fotosmuseu.htm>. 
Acesso em: 15 maio 2009 
AULAS DA USP. Disponível em: <http://www.bibvirt.futuro.usp.br>. Acesso em: 1 
abr. 2009. 
 
71 
 
 
 
Axminster Tool Centre. Disponível em: 
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