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Apresentação ZONEAMENTO

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ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO NO BRASIL POR CULTURAS
Profº. Dr. Edgley Perreira
Acadêmicos : Augusto Jean Barbosa Novais Filho
	 Cristiano Ottonnelli
	 Renan Cesar Peletti
	 Talison Felipe Zanlucchi
INTRODUÇÃO
2
O Brasil, com sua dimensão continental, possui uma considerável heterogeneidade climática, tipos de solo e topografia. 
Considerando-se os prognósticos de aumento das temperaturas, pode-se admitir que as regiões climaticamente limítrofes àquelas de delimitação de cultivo adequado de plantas agrícolas se tornarão desfavoráveis ao desenvolvimento vegetal (ASSAD et al., 2004). 
	Vale ressaltar, que dentre as adversidades climáticas existentes no Brasil, a seca é hoje a que causa maior impacto. As deficiências hídricas, associadas aos períodos de longa estiagem durante a estação chuvosa, constituem uma das principais causas das quebras de safras de grãos no país, principalmente nos Estados situados nas regiões Centro-Oeste e Nordeste (SALATI et al.,2004).
3
A variabilidade climática não prevista pode ser considerada uma das principais fontes de riscos à atividade agrícola.
Não somente no Brasil, mas em todo mundo o zoneamento agroclimático tem mitigado as taxas de sinistralidade na agricultura permitindo prever e proteger as propriedades da variabilidade climática. 
4
A adoção dessas técnicas permite uma maior eficiência dos recursos empregados, preservação dos recursos naturais e ampliação da qualidade dos produtos agrícolas (BERTONI et al., 2002).
O zoneamento agroclimático determina quais as áreas que apresentam as melhores condições de clima e solo para o desenvolvimento sustentável de uma cultura. Também estabelece épocas de plantio, a fim de minimizar perdas decorrentes de adversidades climáticas que possam interferir no desempenho agronômico (RAMALHO FILHO, 1995).
5
CLIMA E AGRICULTURA
A agricultura é uma atividade altamente dependente de fatores climáticos, como temperatura, pluviosidade, umidade do solo e radiação solar. A mudança climática pode afetar a produção agrícola em várias formas, (SHAW, 1997):
6
Pela mudança em fatores climáticos, incluindo a freqüência e a severidade de eventos extremos;
Pelo aumento da produção devido ao efeito fertilizador de carbono por meio de maiores concentrações de CO2 atmosférico;
Pela alteração da intensidade de colheita devido a uma mudança no número de graus-dia de crescimento;
E modificando a ocorrência e a severidade de pragas e doenças.
Com relação ao clima, para se alcançar produtividade econômica, cada cultura necessita de condições favoráveis durante todo o seu ciclo vegetativo, isto é, exigem determinados limites de temperatura nas várias fases do ciclo, de uma quantidade mínima de água, e de um período seco nas fases de maturação e colheita (INPE, 2011).
7
Segundo os pesquisadores, se nada for feito para mitigar os efeitos das mudanças climáticas nem para adaptar as culturas à nova situação, ocorrerá uma migração de plantas para regiões nas quais hoje não são cultivadas.
POLÍTICAS AGRÁRIAS
Um conjunto de ações voltadas para o planejamento, o financiamento e o seguro da produção constitui a base da Política Agrícola do Ministério da Agricultura. 
Por meio de estudos na área de gestão de risco, linhas de créditos, subvenções econômicas e levantamentos de dados, o apoio do estado acompanha todas as fases do ciclo produtivo. 
Essas ações se dividem em três grandes linhas de atuação: gestão do risco rural, crédito e comercialização (Ministério da Agricultura, 2011).
8
ZONEAMENTOS NA ÁREA DA AGRICULTURA FEITOS NO BRASIL
O Brasil apresenta alta diversidade ambiental e uma extensa dimensão territorial. Para auxiliar na organização dos espaços e separá-los em áreas similares, quanto a potencialidades e usos, foi necessário desenvolver instrumentos para orientar o uso e ocupação das terras, tanto para o setor produtivo, quanto para conservação e preservação ambiental. Cada área identificada precisa de aplicações específicas, sendo necessário reconhecer cada uma delas. A esse processo chamamos de zoneamento (CARDOSO, 2012). 
9
Para o desenvolvimento de uma agricultura produtiva e rentável é primordial o conhecimento do clima e solo da localidade com o intuito de escolher as condições mais adequadas para a implantação da cultura selecionada. O conhecimento do ambiente permite escolher as culturas mais aptas, as melhores épocas de plantio e os sistemas de cultivo mais adequados de acordo com as características encontradas (PEREIRA et al., 2002).
10
11
TIPOS DE ZONEAMENTO
Aptidão
Agrícola
Agroclimático
Agrícola
Agrícola de
Risco
Climático
Análise de risco
Potencial do: clima, solo, fatores sócio- econômicos
(locais e regionais);
Potencial
Edafoclimático;
Identifica áreas de maiores e menores riscos climáticos;
Baseado no tipo de solo, clima local, e ciclo fenológico da planta;
.
Considera o balanço hídrico (relação clima, solo e planta);
O risco quantificado, através de análises probabilísticas e frequênciais;
Tipo de indicativo
*Área apta;
*Área marginal;
*Área inapta;
Define melhor época de plantio;
Identifica áreas com maior potencial de produtividade;
Define melhor época de plantio;
Indica cultivares habilitados para o local;
Por município, tipo de solo e ciclo da cultivar;
Problemas encontrados
Mapas para as culturas em grande escala;
Indicativos aproximados;
Estudos não consideram ocorrência de riscos toleráveis
(secas e geadas).
Estudos não consideram ocorrência de riscos toleráveis (secas e geadas); Potencial climático para o estabelecimento das culturas agrícolas.
Estudos não consideram ocorrência de riscos toleráveis.
Estudos não consideram informações referentes àmicroclimas;
Interpolação de dados.
12
ZONEAMENTO AGROCLIMÁTICO
O zoneamento agroclimático baseia-se na aptidão climática das localidades para o cultivo de determinada cultura dede interesse agrícola. Segundo Pereira et al. (2002), o zoneamento agroclimático é a arte e a ciência de escolher a espécie certa para um determinado ambiente, e, em geral, é o primeiro aspecto a ser considerado no planejamento da implantação de um empreendimento agropecuário.
13
Entre as etapas para obtenção do zoneamento agroclimático destacam-se a caracterização das exigências climáticas da cultura de interesse, o levantamento climático da região estudada e a elaboração das cartas climáticas básicas e de zoneamento (PEREIRA et al., 2002). 
Normalmente, o zoneamento agroclimático é dividido em três classes de aptidão climática: a) apta,  onde  os problemas são aqueles normais de um cultivo econômico; b) restrita  ou  marginal,  onde um ou mais fatores precisam ser corrigidos para permitir cultivo econômico;  c) inapta, onde o cultivo econômico é bastante prejudicado com o material  genético  existente associado às condições climáticas locais (WALDHEIM et. al., 2006).
14
O zoneamento agroclimático deve ser revisado e constantemente atualizado, considerando novas metodologias de estudo e variedades geneticamente melhoradas, visando o estabelecimento de novas áreas aptas ao cultivo, proporcionando maior retorno para os agricultores com o aumento da área de aptidão para a cultura (SEDIYAMA et al., 2001).
Ferramentas para elaboração do 
zoneamento agroclimático
A grande maioria dos zoneamentos agroclimáticos realizados adota a temperatura do ar e a disponibilidade hídrica como exigências climáticas da cultura de interesse para o cultivo nas regiões selecionadas, por serem as variáveis que mais afetam a produtividade (YAMADA, 2011).
15
A deficiência hídrica é considerada como o principal fator responsável por perdas na lavoura e o excedente hídrico por perdas durante a colheita (CASTRO, 2008).
A estimativa temperatura do ar se faz necessária uma vez que há má distribuição e reduzido número de postos meteorológicos disponíveis no território nacional (PEREIRA et al., 2002).
Balanço Hídrico Climatológico
O balanço hídrico climatológico (BHC) consiste na avaliaçãodas entradas e saídas de água de um volume de solo vegetado. O BHC desenvolvido por Thornthwaite e Mather (1955) é uma das várias maneiras de se estimar o armazenamento de água do solo ao longo do tempo a partir de valores médios. 
O BHC Normal é calculado a partir da entrada de dados normais de precipitação, temperatura média, da latitude da localidade e da capacidade de água disponível (CAD). 
16
Com base nesses cálculos, o balanço hídrico climatológico normal permite uma primeira avaliação da disponibilidade hídrica da região em estudo e, conseqüentemente, subsídios para a determinação da aptidão da área ao cultivo da cultura de interesse (YAMADA, 2011).
Estimativa da temperatura do ar
Castro (2008) descreve que a temperatura média do ar pode ser estimada em função da latitude, longitude e altitude (variáveis independentes) por meio de equações de regressão linear múltipla, uma vez que a altitude e a latitude exercem influência sobre a temperatura. Deste modo, a estimativa da temperatura do ar, seja mínima, média ou máxima mensal e anual, a partir das coordenadas geográficas, tem sido muito estudada (MEDEIROS, 2005).
17
Determinar a temperatura média do ar é fundamental para o planejamento agrícola e uma importante etapa do zoneamento agroclimático.
Sistema de Informações Geográficas – SIG
O uso do SIG para a elaboração de zoneamento agroclimático tem-se revelado uma ferramenta fundamental, uma vez que pode executar procedimentos diversos a partir de dados básicos e gerar informações georreferênciadas na definição de áreas propícias ao cultivo de determinadas culturas (CECÍLIO et al., 2003).
Além disso, o uso de imagens de radar tem contribuído com os zoneamentos agrícolas, especialmente por possibilitar a extração das altitudes das localidades em estudo, de acordo com as coordenadas geográficas a partir de um modelo de elevação digital do terreno utilizado em SIG (VALERIANO e PICINI, 2000). 
18
Geoestatística
Devido a característica a geoestatística tem tido grande aplicação, principalmente para efetuar estimativas e/ou simulações de variáveis em locais não amostrados.
19
Castro (2008) afirma que a interpolação para estimar valores para locais não amostrados é importante nos estudos de zoneamento agrícola e a escolha da técnica mais adequada é essencial para se evitar erros quanto à área interpolada e obter valores uniformes.
Técnicas de interpolação são utilizadas para converter os dados pontuais em dados contínuos, com a finalidade de cobrir as áreas dependentes da estimativa de dados em locais não monitorados por estações meteorológicas por meio de valores registrados em locais vizinhos (RODRÍGUEZ-LADO et al., 2007). 
20
ZONEAMENTO AGROCLIMATOLÓGICO POR CULTURAS NO BRASIL
21
CULTURA DO GIRASSOL (Helianthus annus) 
Estado do Espírito Santo
22
O girassol (Helianthus annus) possui ampla capacidade de adaptação a diversos ambientes, podendo ser cultivado em climas temperados, subtropicais e tropicais, sendo pouco influenciado pelas variações de latitude e altitude (AESA, 2008). 
23
Campanharo (2008) adaptou as classes de aptidão climática para o girassol foram adaptadas dos parâmetros propostos por AESA (2008), no qual se baseou no Índice de Satisfação das Necessidades de Água (ISNA), definido como a razão entre a Evapotranspiração real (ETr) e a Evapotranspiração máxima (ETm) da cultura.
24
Figura 1 - Mapa de aptidão climática do girassol para o estado do Espírito Santo.
A deficiência hídrica promove ao girassol menor absorção de nutrientes pelas raízes, redução da parte aérea, menor diâmetro do capítulo, menor translocação de assimilados para produção de grãos, redução na produção de grãos e grãos mais leves (CAMPANHARO, 2008).
Estado de Goiás
25
CULTURA DO TRIGO ( Triticum aestivum L.)
	O trigo foi uma das primeiras espécies a ser cultivada pelo homem, que segundo as necessidades hídricas da cultura do trigo variam entre 450 a 650 mm ao longo do seu ciclo total que varia de 95 a 125 dias. Comentam que a fase crítica ao déficit hídrico da cultura do trigo vai do início do emborrachamento até o final do espigamento (42 aos 65 dias após a semeadura) (GUERRA e ANTONINI, 1996).
26
Oliveira et al. (2010) utilizaram como referência para a simulação de balanço hídrico, o índice de satisfação da necessidade de água para a cultura (ISNA), (relação entre a evapotranspiração real e a evapotranspiração potencial da cultura – ETr/ETpc).
Em dois tipos de solos:
– Tipo 1: solos de média capacidade de armazenamento de água (50 mm);
– Tipo 2: solos de alta capacidade de armazenamento de água (75 mm).
As classes de risco climático foram delimitadas em três:
– ISNA ≥ 0,60, as culturas estão expostas a um baixo risco climático;
– 0,60 > ISNA > 0,50, o risco climático é médio;
– ISNA ≤ 0,50, as culturas estão expostas a um alto risco climático.
27
FIGURA 1. Risco climático para o plantio entre a.6-10 de janeiro e b.26-29 de fevereiro para a reserva de água no solo de 50 mm.
28
FIGURA 2. Risco climático para o plantio entre a.6-10 de janeiro e b.1-5 de março para a reserva de água no solo de 75 mm.
A cultura do trigo apresenta períodos curtos de semeadura, favorecidos pela reserva de água no solo. Para a cultura do trigo, torna-se importante a irrigação suplementar como forma de complemento, porém a variabilidade de reserva de água no solo proporciona aumentos da produtividade (OLIVEIRA et al., 2010).
29
CULTURA DA CANA-DE-AÇÚCAR (Saccharum sp.)
Os principais componentes climáticos que controlam o crescimento, a produção e qualidade da cana são temperatura e umidade disponível. A deficiência hídrica afeta a produtividade da cana, portanto num baixo aproveitamento da água e nutrientes disponíveis e, afirmam que o clima do país permite o cultivo de cana-de-açúcar a altos rendimentos com pouca ou nenhuma irrigação (ALMEIDA, et al., 2010).
30
Estado do Espírito Santo
A classe de aptidão climática para a cana-de-açúcar foi adaptada por Campanharo (2008) dos parâmetros propostos por UDOP (2008), onde Ta indica a temperatura média anual, Da indica a deficiência hídrica anual e Ea o excedente hídrico anual, o que levou à definição das seguintes classes de aptidão climática:
· Apta – apresenta condições térmicas e hídricas satisfatórias 
(Ta >21ºC e Da 0 – 200 mm);
· Restrita – por apresentar condições térmicas ou hídricas restritas 
(Ta > 21ºC e Da 200 – 400 mm, ou Da >400 mm, ou 
Ta 18 – 21ºC e Da 0 – 200 mm, ou Ta 18 – 21ºC e Da 200 – 400 mm;
· Inapta – Ta < 18ºC ou Ea > 800 mm. 
31
Figura 1 – Mapa de aptidão climática da cana-de-açúcar para o estado do Espírito Santo.
A queda da temperatura abaixo de determinado limite reduz substancialmente o crescimento da cana. Valores constantes e acima de 38-40ºC podem, afetar seu desenvolvimento pelo efeito inibitório de atividades fisiológicas como a abertura de estômatos e troca de CO2.
32
Estado do Minas Gerais
Os índices térmicos exigidos pela cultura e seu desenvolvimento foram classificados de acordo com as necessidades das culturas para o estado, dividindo-se em 3 níveis: apto, restrito e inapto, como segue:
Onde:
deficiência hídrica anual (Da) temperatura média anual (Ta)
33
34
Figura 1 – Aptidão agro-climática para a cana-de-açúcar para o estado de Minas Gerais.
A alguma restrição devido à temperatura do ar ou deficiência hídrica. Nessas regiões o cultivo pode ser realizado adotando-se técnicas de manejo, como por exemplo, a suplementação de água por irrigação, de modo a ajustar o fator restritivo e tornar essas áreas potencialmente produtivas (ALMEIDA, et al., 2010).
CULTURA DO ARROZ DE TERRAS ALTAS (SEQUEIRO) (Oryza sativa L.)
35
No caso da cultura do arroz, há uma considerável variabilidade da produtividade ao longo dos anos, nas distintas regiões produtoras do país, causada principalmente pelas condições climáticas.
Desta forma, acredita-se que um estudo sobre o balanço hídrico do solo possibilitará caracterizar os períodos de maior e menor quantidadede chuva, oferecendo subsídios para a concretização de um zoneamento de risco climático e definindo áreas e períodos mais apropriados ao cultivo do arroz de terras altas. 
	Neste estudo foi utilizado o modelo Sistema de Análise Regional dos Riscos Agroclimáticos (SARRA), onde as variáveis de entrada do modelo são:
- Precipitação pluvial diária: foram utilizadas as séries de dados diários de chuva, registrados durante 15 anos, em 121 estações pluviométricas;
- Solo: foi considerado solo de Textura Média - Latossolo Vermelho e Latossolo Vermelho-Amarelo (15%<argila<35%);
- Coeficiente de cultura, evapotranspiração potencial;
- Ciclo da cultiva de arroz: foi utilizada cultivar de ciclo curto (110 dias), em sistema de cultivo convencional.
36
Para a caracterização do risco climático foram estabelecidas três classes da relação :
· ETr/ETm ≥ 0,65 - a cultura do arroz está exposta a um baixo risco climático.
· 0,65 > ETr/ETm ≥ 0,55 - um médio risco climático.
· ETr/ETm < 0,55 - a cultura do arroz está exposta a um alto risco climático.
37
Estado de Goiás
Finalmente, a semeadura do arroz de terras altas em Goiás pode se estender até meados de dezembro, porém quanto mais "cedo" este procedimento for realizado maior será a probabilidade de sucesso. Isto pode ser justificado pela semeadura realizada no período de 21 a 31 de dezembro (Fig. 6), onde predominam as condições de alto e médio risco climático em quase todo o Estado.
38
Estado de Rondônia
Observa-se que no mês de janeiro ocorre uma situação bem definida na demanda pluvial do Estado, no qual a quantidade e a distribuição pluvial apresentam características apropriadas para o cultivo do arroz de terras altas (Fig. 1, 2 e 3). Esse fato, associado ao sistema de plantio, concorrem para uma estabilidade espacial do risco climático para o arroz em todas as áreas do Estado.
CULTURA DO CAFÉ (Coffea arabica L.)
39
O zoneamento climático do cafeeiro é de extrema importância, tanto na implantação quanto no planejamento de atividades agrícolas, porque a delimitação das regiões, climaticamente, homogêneas significa, não só estabelecer os indicadores do potencial do meio físico e biológico para a região em estudo, mas também registrar e delimitar as áreas de padrões homogêneos de atividades agrícolas e dos recursos naturais nela existentes (SEDIYAMA et al., 2001).
40
Estado do Espírito Santo
No estado do Espírito Santo, foram utilizados dados de séries de temperatura média do ar e do total mensal de precipitação pluvial, considerando um período de 30 anos (1977-2006).
Obteve-se a temperatura média anual, procedeu-se a sua reclassificação considerando as faixas de aptidão conforme os índices térmicos estabelecidos para a espécie. De acordo com os dados de deficiência hídrica do solo, obtidos através do balanço hídrico climatológico, a deficiência hídrica anual.
41
Área apta para o cultivo de café corresponde a 12% da área total do estado. As regiões aptas estão concentradas nas regiões centro e sul do estado, na região serrana.
A maior parte do estado do Espírito Santo apresenta inaptas para o cultivo térmico em função das elevadas temperaturas médias anuais (maior que 23ºC), totalizando 72% da área do estado. 
Figura 1: Zoneamento Agroclimático para o café no estado de Goiás.
42
Estado de Minas Gerais
Os dados climáticos do estado e das regiões limítrofes dos estados circunvizinhos, obtidos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET/MAPA, 1992) e da precipitação diária da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL, 1999).
Os parâmetros definidos pelos elementos climáticos adotados para estabelecer as limitações climáticas da cultura cafeeira no estado de Minas Gerais foram os seguintes, Temperatura média anual (Ta), Deficiência hídrica anual (Da): 
Aptidões
Temperatura média anual (Ta),
Deficiência hídrica anual (Da)
Observações
Aptas
18 < Ta < 23°C
< 150 mm
As regiões que apresentam condições térmicas e hídricas favoráveis à cafeicultura
Aptas em áreas irrigadas
23,5 a 24,0 °C
Associadas com as práticas de irrigações suplementares
Inapta
Ta > 24 ºC e Ta < 18°C
>150 mm
São regiões que apresentam temperaturas muito baixas, ou muito elevadas e, além disso, deficiências hídricas elevadas.
43
Apto
Inapto
Apto com irrigação
Figura 1. Zoneamento agroclimático para o estado de Minas Gerais.
O estado de Minas Gerais percebe se que, aproximadamente, metade da área do estado está apta à produção de cafeeiros comerciais de alta sustentabilidade e o resultado do zoneamento agro-climático para o cafeeiro no estado de Minas Gerais.
44
Estado de Goiás
Usaram-se dados de precipitação pluvial de 136 postos das Normais Climatológicas (BRASIL, 1992) e do banco de dados pluviométricos da Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). No cálculo da deficiência hídrica anual (DHA) foi usado o Balanço Hídrico de Thornthwaite & Mather (1955), para uma capacidade de armazenamento de água no solo de 125 mm.
As regiões que apresentaram DHA < 150 mm, 18°C < Ta < 23°C e Tn < 24°C, foram consideradas aptas sem irrigação. 
As regiões que apresentaram DHA > 150 mm, 18°C < Ta < 23°C e Tn < 24°C, foram consideradas aptas com irrigação e, qualquer combinação diferente das anteriores foi considerada como não recomendada para o cultivo de café.
Foram estabelecidas as seguintes classes de temperaturas médias anual (Ta) e temperatura média do mês de novembro (Tn), para definição das áreas aptas e não recomendadas para cultivo.
45
Figura 1: Zoneamento Agroclimático para o café no estado de Goiás.
Os valores de deficiência hídrica determinados na região de estudo indicam que o café em Goiás só pode ser cultivado se adotadas práticas de irrigação
CULTURA DO PINHÃO-MANSO (Jatropha curcas L.)
46
	Jatropha curcas L., também conhecida como pinhão manso, tem sido mencionada como de grande potencial oleaginoso, não apenas no Brasil, mas também mundialmente para a produção de biodiesel e bioquerosene.
	Para o início do plantio de jatropha voltado para a produção de biocombustível é importante a realização do zoneamento agroclimático para se determinar o potencial de uma região quanto a sua aptidão, delimitando as condições climáticas favoráveis para o cultivo (YAMADA, 2011).
	Para a elaboração do zoneamento agroclimático da jatropha, os dados de temperatura e precipitação foram obtidos junto ao INMET e à ANA e empregados na confecção dos balanços hídricos normais. 
47
Classificação
Tmed (°C)
Apta
23,0 a 27,0
Marginal
Deficiência térmica
15,0 a 22,9
Marginal
Temperaturas elevadas
27,1 a 28,0
Inapta
Risco de Geadas
< 15,0
Inapta
Temperatura excessiva
>28,0
Classificação
DEF (mm)
Apta
≤ 360
Marginal
361 a 720
Inapta
> 720
Classificação
EXC (mm)
Apta
≤ 1200
Marginal
1201 a 2400
Inapta
> 2400
As classes de aptidão para a jatropha foram elaboradas em função das condições climáticas observadas na região do Centro de Origem da cultura .
48
Região Nordeste
49
Estados de Goiás e Tocantins
50
Estado de Minas Gerais
CULTURA DA SOJA (Glycine max L. Merrill)
51
	Apesar do vasto conhecimento para o cultivo da soja, resultando em elevado grau de tecnificação da maioria das lavouras brasileiras, a disponibilidade hídrica durante a estação de crescimento constitui-se, ainda, na principal limitação à expressão do potencial de rendimento da cultura e na maior causa de variabilidade dos rendimentos de grãos observados de um ano para outro, principalmente, no sul do Brasil. 
Envolvendo várias instituições (MAPA, EMBRAPA, UNICAMP, EPAGRI, IAPAR, ANEEL e INMET), o zoneamento agroclimático da cultura da soja procurou delimitar as áreas com maior aptidão climática para o desenvolvimento da cultura, visando à obtenção de maiores rendimentos e menores riscos
52
Para tanto, foram usadas séries pluviométricas de várias estações por estado contendo, no mínimo, 20-25 anos de dados diários para cada local.
Para a espacialização dos resultados, cada valor de ETr/ETm (EvapotranspiraçãoReal/Máxima), observado durante a floração e o enchimento de grãos (período mais crítico ao déficit hídrico).
Foram estabelecidas três classes, de acordo com a relação ETr/ETm obtida: favorável (ETr/ETm ≤ 0,65); intermediária (0,65 > ETr/ETm > 0,55); e desfavorável (ETr/ETm ≥ 0,55), com freqüência mínima de ocorrência em 80% dos anos. 
Nas Figuras 1 e 2 são apresentados os resultados das simulações para cultivar de ciclo precoce, solo de média retenção de água e nove épocas de semeadura, para os estados do Paraná e do Mato Grosso, respectivamente.
53
Figura 1: Zoneamento agroclimático da cultura da soja, cultivar de ciclo precoce e solo de média retenção de água, para nove épocas de semeadura, no estado do Paraná. Fonte: José Renato B. Farias.
54
Figura 2: Zoneamento agroclimático da cultura da soja, cultivar de ciclo precoce e solo de média retenção de água, para nove épocas de semeadura, no estado do Mato Grosso. Fonte: José Renato B. Farias.
Regiões com melhores distribuição e volume pluviométrico, como o Mato Grosso, apresentam menor risco. Solos com baixa capacidade de armazenamento de água (CAD) apresentam-se, em geral, impróprios ao cultivo da soja na maioria das regiões, para os diferentes ciclos das cultivares e épocas de semeadura considerada. 
55
Os períodos favoráveis não indicam, necessariamente, os períodos de semeadura para obtenção dos maiores rendimentos de grãos, mas sim aqueles em que há menor probabilidade de perdas por ocorrência de déficit hídrico. 
Além da disponibilidade hídrica, outros fatores devem ser considerados para avaliar a viabilidade da exploração desta cultura com sucesso numa dada região.
Por outro lado, muitas das áreas classificadas como intermediárias podem ser enquadradas como favoráveis, devido a práticas de manejo do solo e da cultura que permitem às plantas superarem curtos períodos de adversidade climática (FARIAS, 2009). 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O zoneamento agroclimático constitui-se numa ferramenta de fundamental importância em várias atividades do setor agrícola.
Deve-se deixar bem claro quais são os impedimentos das áreas de risco, marginais e inaptas, pois o desenvolvimento de novas cultivares ou a adoção de práticas de manejo do solo e/ou da cultura podem tornar possível o cultivo nessas áreas, permitindo às plantas tolerar curtos períodos de adversidade climática.
56
57
OBRIGADO!

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